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SOUZA, GILZA ANNA DE. UMA HORTA EM CADA ESCOLA. EDUCAÇÃO [MEC], Brasilia: v.

11, n. 39, p. 36-39, abr./jun., 1983.

Um terreno baldio dentro da escola. Em muitos lugares isso poderia ser um grande
empecilho, servir indevidamente como depósito de lixo ou como "área de concentração
inadequada de alunos". Mas na Escola Estadual Professora Fleurides C. Menechino, em
Adamantina, interior de São Paulo, o problema virou solução. Os estudantes e a
professora de Ciências, Maria Amélia Wolff Ferreira, transformaram o local ocioso em uma
horta.
O projeto teve início em agosto de 2003, com aproximadamente 30 alunos das oitavas
séries, mas, ao todo, 320 estudantes participam esporadicamente das atividades. Com a
orientação da professora, eles limparam o terreno de 800 m², instalaram a irrigação,
adubaram a terra e iniciaram o plantio. "A horta virou o assunto da escola, todos querem
cuidar dela", conta a professora Maria Amélia. De manhã, nos intervalos das aulas, os
estudantes se dividem em pequenos grupos para irrigar as hortaliças. No período da tarde,
todos os dias, cerca de dez alunos vão à escola voluntariamente para dedicar duas horas
e meia ao cultivo de alface, rúcula, almeirão, cenoura, mostarda, chuchu, espinafre, etc. A
produção é utilizada na merenda da escola e o restante dividido entre os participantes do
projeto. "Nos períodos de férias, doamos tudo o que colhemos para a Santa Casa de
Misericórdia de Adamantina. Eles recebem mais ou menos 30 quilos de verdura por
semana", diz a professora. A interação entre os moradores da cidade e o projeto beneficia
a todos. Através de parcerias com a comunidade, a escola ganhou mangueiras,
palanques, adubos, sementes e ferramentas.
A prática desperta o interesse

Além de complementar a merenda escolar e a alimentação de algumas famílias, o Projeto


Horta tem sido um verdadeiro laboratório ao ar livre para as aulas de Química, Física,
Biologia e Matemática. Os alunos aprendem, na prática, temas como nutrientes do solo,
luminosidade, temperatura, fotossíntese, desenvolvimento de plantas, a vida dos insetos e
medidas de áreas. "Essas experiências ao vivo despertam o interesse pelas aulas. Os
estudantes pesquisam e debatem mais os assuntos. O aprendizado deles melhorou
muito", afirma Maria Amélia. Ela também desenvolveu uma apostila para ensinar os alunos
a montarem suas próprias hortas no quintal de casa. A distribuição desse material faz
sucesso na escola. "Todos me pedem e muitos já estão cultivando seus canteiros", conta,
orgulhosa, a professora.
Para implantar o projeto na sua escola, você vai precisar de:

• Um terreno para desenvolver a horta.


• Apoio dos alunos, dos outros professores e da comunidade.
• Recursos como palanques, arames, adubos, sementes e ferramentas necessárias
ao cultivo de hortaliças.
• Parcerias com os comerciantes locais.
• Ajuda de instituições que tenham cursos de Agronomia ou Técnicas Agrícolas.
Talvez eles tenham alunos interessados em auxiliar sua escola na organização da
horta.

Veja algumas dicas da professora Maria Amélia para organizar uma horta
• O tamanho da horta deve ser calculado para produzir hortaliças suficientes para o
consumo de toda a escola. Calcule sempre 10 m² por pessoa.
• Escolha o melhor local observando se o terreno é plano ou levemente inclinado,
livre de ventos fortes e frios, um local que receba luz do sol a maior parte do dia,
perto de poço ou fonte e livre de inundações.
• Não deixe de cercar o espaço da hora, isso evita estragos de animais domésticos.
• Consiga boas ferramentas e comece o plantio.

As vantagens de ter uma horta em sua escola

• Fornece vitaminas e minerais importantes à saúde dos alunos.


• Diminui os gastos com alimentação na escola.
• Permite a colaboração dos estudantes, enriquecendo o conhecimento deles.
• Estimula o interesse das crianças pelos temas desenvolvidos com a horta.

*Karen Jardzwski

Horta na Escola
• Por Paulo Frick

• Publicado 28/11/2008

• Educação

• Avaliação:
Escola

Proposta da Atividade Pedagógica de Complementação Curricular

Título da Atividade: Horta na Escola

Nome do Profissional que desenvolverá a Atividade: Paulo Roberto Frick

Números de Participantes: 20 alunos

Justificativa Pedagógica:

O homem tira da terra o seu sustento, isto faz com que aprenda a mexer nela, a prepará-la
para o cultivo, a ter uma relação homem-natureza, pois, ele depende dela para a sua
sobrevivência. No entanto para muitos seres humanos esta relação está perdida, para
muitos o "solo" de onde o seu alimento é tirado é apenas "terra", pois, atualmente na sua
rotina não há mais tempo para tal relação.

Hoje as crianças e adolescentes das cidades no ambiente externo a escola normalmente


estão em frente a vídeo games, computadores e televisores, não tendo mais o contato
com o meio ambiente. Desta forma se faz necessário que os professores resgatem este
contato, permitindo este relacionamento, é desta forma que as hortas nas escolas
possuem um papel importantíssimo. Além de permitir a discussão sobre a importância de
uma alimentação saudável e equilibrada.
Através do presente projeto os alunos terão a oportunidade de conciliar teoria à prática,
aplicando o que se aprende na sala de aula. Desta forma levarão uma experiência valiosa
para vida, já que a saúde do homem está ligada a uma alimentação saudável e rica em
vegetais.

Segundo o Engenheiro Agrônomo Francisco Antônio Câncio Matos, o organismo humano


necessita de uma variedade muito grande de alimentos que contenham substâncias
capazes de: promover o crescimento; fornecer energia para o trabalho; regular e manter o
bom funcionamento dos órgãos; aumentar a resistência contra as doenças. As hortaliças
constituem um grupo de plantas alimentares que se caracterizam pelo alto teor nutritivo,
principalmente por conterem vitaminas e minerais e pelo seu delicado sabor
(www.sigma.g12.br).

Um aspecto importante é o uso destas hortaliças para a merenda escolar, reduzindo o


custo para a escola e oferecendo a todos os alunos uma alimentação mais adequada.
Além de toda questão nutritiva, sabe-se ainda que as atividades ligadas ao uso do solo tais
como revolver a terra, arrancar mato, podar, regar, não só constituem ótimo exercício
físico como representam uma forma de aprendizado saudável e criativo, tal qual o contato
com as coisas da natureza.

a)Objetivos:

Geral:

Permitir a relação entre a teoria da sala de aula com a prática sobre a importância do
relacionamento entre homem-natureza. Incentivar os alunos a terem uma visão crítica
sobre a importância do alimento saudável cultivado em um ambiente natural.

Específicos:

·Relacionar o conteúdo visto em sala com aplicações práticas;

·Conscientizar sobre a importância das hortaliças e seu valor nutritivo;

·Perceber o desenvolvimento dos vegetais ligados à fertilização de solo;

·Preparar pulverizadores naturais para o controle de pragas;

·Extrair da horta um complemento para a alimentação da escola como um todo.

• Conhecer e divulgar a cultura de produção orgânica.

b)Pressupostos Teóricos:

A alimentação desempenha um papel primordial durante todo o ciclo de vida dos seres
vivos. Entre as distintas fases da vida pode-se destacar a idade escolar, que se caracteriza
por um período em que a criança apresenta um metabolismo muito mais intenso quando
comparado ao do adulto (DANELON et al., 2006).

A Segurança Alimentar é compreendida como o acesso de todos os indivíduos, em todos


os momentos e lugares, a alimentos necessários para uma vida saudável e digna, como
expressa a FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Para
que o estado de Segurança Alimentar seja alcançado, se faz necessária a implementação
articulada de ações pelo poder público e pela sociedade civil que combatam a pobreza e
garantam a disponibilidade de alimentos de valor nutritivo reconhecido, em quantidade
recomendada, e adequados ao estado de nutrição de toda a população. No que se
relaciona à Segurança Alimentar foram apontadas quatro áreas estratégicas para a ação
local: Produção de Alimentos; Abastecimento, Comercialização e Acesso aos Alimentos;
Consumo e Educação Alimentar; Programas e Projetos Especiais (SEPLAN BAHIA, 2008).

Dentre estas quatros áreas destaca-se a de Consumo e Educação Alimentar no ambiente


escolar o qual através dos programas "merenda escola", "implantação de hortas
comunitárias e escolares" e "educação alimentar e nutricional nas escolas" procuram fazer
com que a escola tenha uma contribuição na formação de bons hábitos alimentares
(SEPLAN BAHIA, 2008).Isto é muito fundamental já que é importantíssima uma boa
alimentação na fase escolar, sendo a fase de desenvolvimento físico e intelectual da
criança.

O programa de implantação de hortas escolares e nas comunidades pode representar uma


estratégia de organização comunitária, educação ambiental, desenvolvimento sustentável
e promoção de hábitos saudáveis pelo consumo dos produtos cultivados. Nas escolas, as
atividades envolvidas na horta permitem trabalhar os conteúdos de alimentação, nutrição e
ecologia em diversas disciplinas (matemática, ciências, geografia, etc). A horta, além de
contribuir para a merenda escolar, proporciona a aquisição de bons hábitos alimentares,
estímulo ao consumo de hortaliças e frutas, bem como resgate de hábitos regionais e
locais (SEPLAN BAHIA, 2008).

O hábito do consumo de hortaliças pode ser desenvolvido na escola com a participação


dos alunos. Além da satisfação de poder aproveitar na alimentação escolar as hortaliças
que ajudou a cultivar, o aluno aprende o seu valor nutritivo, bem como seus benefícios
para a sua saúde. Para Bianco citado por Kurek e Butzke (2006), uma horta bem
organizada e planejada oferece muitas vantagens, tais como: • fornece hortaliças que têm
vitaminas e minerais essenciais para a saúde; • possibilita uma alimentação de qualidade,
saudável e variada; • diminui os gastos com a alimentação; • permite a colaboração dos
educandos, enriquecendo seus conhecimentos e aprimorando experiências; • é fonte de
renda familiar quando a produção é maior que o consumo; • melhora a aparência e o valor
nutritivo das refeições; e • permite produção em curto espaço de tempo.

c)Resultados que se espera:

·Maior integração do corpo docente com atividades interdisciplinares;

·Melhora no nível de socialização do aluno;


·Habituar a um nível permanente de higiene no ambiente escolar;

·Conscientização da necessidade de conservação dos recursos naturais, permitindo o


relacionamento entre homem-natureza;

·Conscientização sobre uma alimentação saudável.

i)Encaminhamentos Metodológicos:

Este projeto será aplicado aos alunos do ensino fundamental de 5ª a 8ª série do Colégio
Algacyr Munhoz Maeder, localizado no Bairro Alto em Curitiba.

Aulas teóricas e as práticas estarão sempre sendo conciliadas para que os alunos possam
ter base teórica para as aplicações práticas. Para a preparação do espaço e execução do
projeto, serão seguidos os seguintes procedimentos:

1.Escolher local adequado (próximo a uma fonte de água e com incidência de luz solar na
maior parte do dia);

2.Delimitar a área para o plantio;

3.Carpinar o mato e revolver a terra;

4.Delimitar os canteiros (1m por 5m);

5.Adubar o solo com esterco e restos orgânicos;

6.Nivelar o canteiro e colocar garrafas ao redor;

7.Fazer o plantio na sementeira;

8.Regar duas vezes ao dia;

9.Preparar pulverizadores ecológicos para o controle de pragas;

10.Processo de conscientização quanto à higiene necessária para a manipulação de


alimentos e quanto à importância da horta escolar, feito pelos próprios alunos envolvidos
no projeto através de palestras.

j) Recursos Materiais e Humanos necessários:

Materiais:

·Terra;

·Adubos;

·Sementes;
·Mudas;

·Ferramentas para horticultura;

·Restos de alimentos;

Humanos:

·Professores;

·Alunos responsáveis: por carpinar e por revolver a terra, por delimitar os canteiros, pelo
preparo do solo, pelo plantio, por regar, pela pulverização e por acompanhar o
desenvolvimento da planta sobre o solo;

·Funcionários que preparam a merenda escolar

k)Identificação e descrição do espaço onde será desenvolvida:

O espaço escolhido para a elaboração na horta, será o espaço vazio localizado entre a
sala dos professores e a cozinha o que facilita a sua retirada para aproveitamento na
merenda escolar. Além, de se encontrar isolado das demais dependências do colégio, o
que dificulta qualquer tipo de degradação. O espaço é ideal para a construção de uma
horta permitindo a formação de ........ canteiros

l) Cronograma de Atividade:

O projeto terá início no primeiro bimestre, porém se caracteriza por ser uma atividade
continuada, portanto, não tem hora ou tempo de duração que possa ser preestabelecido.
Afinal, uma vez montada a horta é possível imaginar, que a cada ano, novas turmas darão
continuidade ao projeto.

A conscientização quanto a higiene para a manipulação de alimentos e a conscientização


sobre a horta e sua importância envolverá toda a comunidade escolar, sendo que os
alunos estarão colocando em prática os conceitos aprendidos por meio de palestras para
os demais alunos e funcionários da escola.

ATIVIDADES 1º BIMESTRE 2º BIMESTRE 3º BIMESTRE 4º BIMESTRE

Delimitar a área
para plantio x
Carpinar o mato
e revolver a x
terra

Delimitar os
canteiros x
Adubar o solo x
Fazer o plantio x
Palestras para
conscientização x x

m) Critérios, estratégias e instrumentos para avaliar, periodicamente o


desenvolvimento da atividade:

A avaliação será feita no decorrer do projeto de forma diagnóstica, observando os


aspectos do desenvolvimento afetivo e cognitivo do aluno. Será também observado se
houve mudança no comportamento em relação aos cuidados que devemos ter com o meio
ambiente. Também serão observados a fim de serem cotados como nota parcial,
enfocando o comprometimento do aluno como agente social de transformação em seu
meio. As palestras servirão para avaliação sobre todo o aprendizado no projeto.

Referências Bibliográficas:

ASSOCIAÇÃO ITUANA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL. Disponível em: <http://www.


www.aipa.org.br>. Acesso em: 23 out. 2008.

DANELON, M. A. S.; DANELON, M. S.; SILVA, M. V. Serviços de alimentação


destinados ao público escolar: análise da convivência do Programa de Alimentação
Escolar e das cantinas. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, 13(1): 85-94,
2006.

KUREK, M.; BUTZKE, C. M. F. Alimentação escolar saudável para educandos da


educação infantil e ensino fundamental. Revista de divulgação técnico-científica do
ICPG. Vol. 3 n. 9 - jul.-dez./2006, p. 139-144.

LERIPIO, Alexandre. Desenvolvimento Sustentável. A Notícia, 13 de setembro de 2000.

MARTINS, Maria Helena Lopes. FELÍCIO, Rita. Construindo o conhecimento. Ed: FTD –
São Paulo, 2000.

MATOS, F. A. C. Disponível em: <http://www.sigma.g12.br/projetos/projeto.aspx>. Acesso


em: 20 out. 2008.

PINTO, Geruza Rodrigues. LIMA, Regina Celia Villaça. Dia –A – Dia do Professor.Ed:
FAPI LTDA – Belo Horizonte.
SEPLAN (SECRETARIA DO PLANEJAMENTO DA BAHIA). Disponível em:
<http://www.seplan.ba.gov.br/publicacoes/6estrategias/Estrategia3.pdf>. Acesso em: 01
set. 2008.

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Horta na Escola publicado 28/11/2008 por Paulo Frick emhttp://www.webartigos.com

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