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GESTÃO SOCIOAMBIENTAL E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O Ciclo de Vida do Produto (CVP) pode ser definido pelo processo que
envolve a concepção do produto, seu destino e, por fim, o seu descarte, ou seja,
é um resumo da própria história do produto desde a sua origem, o período em que
permaneceu no mercado e até o momento em que foi substituído por um outro
produto mais moderno.
Com a finalidade de avaliar os impactos ambientais dos produtos e também
de determinados dos bens e serviços, foi criada a Avaliação do Ciclo de Vida
(ACV), que é caracterizada por uma ferramenta que apresenta grande importância
para o processo de gestão ambiental, pois possibilita uma avaliação criteriosa dos
impactos ambientais gerados pelos produtos e também permite um comparativo
destes impactos, com os impactos oriundos de produtos similares, além de
possibilitar a criação de estratégias que buscam uma melhoria ambiental,
avaliando, por exemplo, a possibilidade da substituição de uma matéria-prima
escassa, novas alternativas de embalagem menos prejudiciais ao meio ambiente
ou ainda a alteração na forma em que o produto é utilizado e até mesmo a
possibilidade da retirada de determinado do produto no mercado que causa um
impacto ambiental significativo.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2009), a
Análise do Ciclo de Vida é definida como uma ferramenta de avaliação dos
impactos associados a um produto ou serviço para: construir um inventário de
entrada e saída do sistema, avaliar os potenciais e interpretar os resultados da
análise, correlacionando com os objetivos de estudo da ACV.
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A análise da Avaliação do Ciclo de Vida ocorre em todas as etapas do
processo de produção de determinado produto, desde o momento em que ocorre
a obtenção de matéria-prima proveniente dos recursos naturais, passando pelos
resíduos gerados no seu processo produtivo e até o momento em que o produto
é finalizado e disponibilizado ao consumidor final. Também tem por característica
levar em consideração a possibilidade de uma reutilização do produto e o
processo de logística reversa.
• Ações de marketing;
• Comparação entre produtos similares;
• Distinção entre os produtos segundo o seu balanço ecológico e a sua
função;
• Identificação dos pontos fortes e fracos do sistema;
• Otimização dos recursos.
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e seu eventual reaproveitamento. Desta forma, a Análise do Ciclo de Vida
favorece a aplicação de investimentos e minimiza os riscos ambientais associados
às atividades operacionais da organização, já que os produtos produzidos passam
por análises que envolvem critérios ambientais.
De acordo com Mazzarotto e Berté (2013), por meio da coleta de dados,
obtém-se o conhecimento do processo de produção e são identificados os pontos
de geração de resíduos e os seus locais de destinação, assim como as seguintes
informações importantes para a tomada de decisões:
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todo o mundo, reforçando a pressão para que as organizações tenham
responsabilidade socioambiental.
É importante ressaltar que a ausência de rótulos ambientais em
determinado produto não implica, necessariamente, que não seja sustentável em
seu processo produtivo, pois inúmeras empresas não são certificadas, mas
utilizam de forma total, ou parcial, os princípios de um Sistema de Gestão
Ambiental, cabendo aos consumidores a busca por estas informações. No
entanto, os rótulos ambientais podem trazer uma série de benefícios e diferenciais
em um mercado cada vez mais competitivo.
O salto de preferência dos consumidores em relação a produtos e
empresas sustentáveis pode ser observado através de pesquisas e estudos
científicos publicados nos últimos anos:
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2. Incorporação das exigências para programas de certificação e
rotulagem aos processos produtivos: por meio de investimento em
tecnologia e treinamento, implementação e políticas ambientais, como
análise de ciclo de vida do produto baseados na Teoria Zeri ou outras
ações. É certo também que essas alternativas requerem que a empresa
tenha certo capital disponível para implementar estas ações.
3. Participação mais abrangente: adesão ao sistema de certificação,
intervindo no processo de elaboração das normas ambientais em defesa
dos seus interesses, buscando tornar esse procedimento mais
democrático. Porém, como já mencionado, os comitês de elaboração
são representados, em sua maioria, por membros de países
desenvolvidos, que ocupam posições de privilégio dentro dessa
organização, o que dificulta o processo democrático na elaboração das
normas. (Mazzarotto; Berté, 2013, p. 64-65)
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O selo “Der Blaue Engel” (Anjo Azul) foi criado na Alemanha no ano de
1977, sendo o selo ecológico mais antigo do mundo.
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O selo “Ecomark Program” (Programa de Marcas Ecológicas) foi criado na
Índia no ano de 1991.
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A exigência de colaboradores mais qualificados em conjunto com uma nova
estrutura empresarial informatizada, que permite um maior controle sobre as
atividades desenvolvidas dentro da organização, e as suas novas relações de
poder podem despertar insegurança em alguns colaboradores diante das
possibilidades de ações que podem ser adotadas desde a implantação de um
sistema de informação, fazendo com que seja necessário, em muitos casos, a
criação de um grupo de trabalho responsável pela gestão das mudanças.
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Fonte: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, 2007.
A adoção da P+L é pode ser caracterizada como uma ação rentável, pois
possibilita um uso mais eficiente de recursos e reduz a geração de resíduos e
possíveis impactos ambientais, fazendo com que a organização tenha diversos
benefícios econômicos. Porém, apesar dos benefícios oriundos da P+L, muitas
empresas resistem em adotarem estes programas. De acordo com Rensi e
Schenini (2007), essa resistência pode ser atribuída às chamadas barreiras de
implementação, que estão apresentadas na tabela a seguir:
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Produção; - Informação ambiental
- Falta de um sistema não disponibilizada
contábil; (substitutos mais
- Falta de planejamento. seguros, tecnologia
limpas etc.)
- Atitude de baixo risco
do empreendedor;
- Indiferença à proteção
ambiental;
- Nenhuma orientação
para a manufatura;
- Falta uma cultura de
- Limitada consciência
Comportamentais “organizar a casa”
pública ambiental.
(housekeeping);
- Resistência à
mudança;
- Falta de Liderança;
- Falta de supervisão
efetiva;
- Medo do fracasso.
- “Custos ambientais”
baixos – ou mesmo
inexistentes;
- Falta de políticas de
- Critério de impostos preferenciais
investimento eventual; para as
- Sem disponibilidade de indústrias de pequeno
Econômicas
fundos; porte;
- Plano de investimentos - Ocorrência de
inadequado. impostos de importação
para a
tecnologia mais limpa;
- Diferenciação em
impostos de importação.
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- Informação limitada
- Equipamento obsoleto;
sobre tecnologias
- Falta de infraestrutura
disponíveis
adequada na
Localmente;
Tecnológicas Empresa;
- Falta de acesso à
- Falta de pessoal
informação técnica –
técnico treinado;
orientada para o
- “Gap” tecnológico.
desenho de produto.
- Inadequada política de
preços para a água;
- Ênfase na abordagem
de fim de tubo;
- Falta de uma política
Governamentais
industrial;
- Falta de incentivos
para esforços de
redução de
resíduos e emissões.
- Falta de apoio
institucional;
- Limitação de espaço;
Outras barreiras - Falta de pressão para
- Variações sazonais.
controlar a poluição
(ONGs).
Fonte: adaptado de Lemos, 1998.
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REFERÊNCIAS
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