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IX ENGEMA - ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE

CURITIBA, 19 a 21 de novembro de 2007

POLÍTICAS E PRÁTICAS DA GESTÃO AMBIENTAL: UM ESTUDO


COMPARATIVO

ALDO LEONARDO CUNHA CALLADO


Doutorando em Agronegócios - CEPAN/UFRGS
aldocallado@yahoo.com.br

DAIANE MÜLLING NEUTZLING


Mestranda em Agronegócios - CEPAN/UFRGS
daianeneutzling@yahoo.com.br

IVÁN CALDERÓN RODRÍGUEZ


Mestrando em Agronegócios - CEPAN/UFRGS
ivancalderonrodriguez@gmail.com

JORGE ESTUARDO TELLO GAMARRA


Mestrando em Agronegócios - CEPAN/UFRGS
jorgetg30@gmail.com

TANIA NUNES DA SILVA


Professora do Programa de Pós-graduação em Agronegócios – CEPAN/UFRGS
tnsilva@ea.ufrgs.br

RESUMO

As atuais exigências ambientais dos consumidores resultaram no desenvolvimento e


implementação de políticas de gestão ambiental pelas empresas. O objetivo deste artigo é
apresentar e analisar o enfoque das políticas ambientais utilizadas em duas empresas do
agronegócio brasileiro, situadas no pólo industrial gaúcho. O estudo foi conduzido sob a
forma de pesquisa exploratória e descritiva. A estratégia adotada foi o estudo de caso. Para a
coleta de dados adotou-se a técnica da entrevista, através da aplicação de um questionário
estruturado. A análise foi do tipo qualitativa. Os resultados identificaram diferentes estratégias
ambientais entre as empresas investigadas, pelo fato de atuarem em diferentes mercados e
reagir de acordo com as exigências específicas dos mercados em que elas estão inseridas. Foi
observado, ainda, que as empresas incorporaram ou desejam incorporar variáveis ambientais
em seu processo de planejamento estratégico produtivo.

Palavras-chave: Gestão ambiental. Políticas ambientais. Agronegócio.

1. INTRODUÇÃO

A questão ambiental e sua problemática, chamada por Leff (2002) de crise da


civilização, surgiram nas últimas décadas do século XX e entram no século XXI como
protagonista de grandes discussões da sociedade: a preocupação com as mudanças nos
sistemas sócio-ambientais que afetam cada vez mais as condições de sustentabilidade do
planeta e a forma de conciliar os paradigmas de desenvolvimento econômico com a
preservação ambiental.
Analisando o processo histórico do desenvolvimento econômico mundial, atribuí-se o
principio da problemática ambiental a partir da Revolução Industrial, quando se iniciou um
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processo de produção em escala, conduzindo sem a devida preocupação com as


conseqüências que suas práticas geravam no meio ambiente, objetivando unicamente gerar
lucros em detrimento da degradação progressiva do meio ambiente.
A abertura dos mercados a partir da década de 1980 criou um novo cenário
econômico, com um maior dinamismo e uma integração, ao mesmo tempo em que a
competitividade passou a ser decisiva na sobrevivência das empresas.
Nos mercados consumidores, o acesso maior as informações sobre os processos de
produção das indústrias e os impactos gerados no ambiente, despertou uma consciência e uma
exigência cada vez maior pela responsabilidade social e ambiental das empresas. E, a
sustentabilidade começou a ser discutida nas questões de desenvolvimento ambiental,
econômico e social.
A formação de um novo contexto econômico começou a se construir a partir de uma
rígida postura dos clientes, voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam
éticas, com boa imagem institucional no mercado, e que sejam ambientalmente responsáveis.
Em resposta a estas exigências, empresas de todo o mundo começaram a investir na
gestão ambiental chamada por Tachizawa (2002) de o exame e a revisão das operações de
uma organização da perspectiva da ecologia profunda, ou de um novo paradigma.
Segundo Valle (1995), a gestão ambiental consiste em um conjunto de medidas e
procedimentos bem definidos e adequadamente aplicados que visam reduzir e controlar os
impactos introduzidos por um empreendimento sobre o meio ambiente.
A adoção de gestão ambiental nas organizações está a partir da validação das diversas
vantagens que ela pode trazer, principalmente em relação ao estabelecimento da imagem para
os clientes e comunidade como empresas defensoras do meio ambiente.
Tachizawa (2002), defende que a tendência de preservação ambiental por parte das
organizações deverá ser contínua e permanente pelo fato de que as decisões estratégicas
integradas à perspectiva ambiental levam a significativas vantagens competitivas, além de
redução de custos e incremento nos lucros a médio e longo prazo.
A inclusão das responsabilidades ambiental e social nas empresas gera mudanças
substanciais. Elas estão incluídas no comportamento dos gestores cujas atitudes e posturas
passam a ser pró-ativas ao invés de reativas. A consciência ambiental e ecológica por parte
das empresas resultou, também, na mitificação do conceito de qualidade do produto, que
agora precisa ser ecologicamente viável.
No Brasil, muitas empresas do ramo da siderurgia, montadoras automobilísticas, papel
e celulose, química e petroquímica entre outras, têm investido na gestão ambiental. Elas têm
seguido a tendência mundial de ligar ganhos econômicos à responsabilidades social e
ambiental.
Existem empresas brasileiras que têm conseguido, com a gestão ambiental, estar em
consonância com as principais exigências de legislações mundiais, proporcionando, plenas
condições de exportar seus produtos com poucas restrições mercadológicas. Além disso, têm
investido fortemente em marketing ecológico na busca de obter vantagens competitivas.
Dado o exposto, o objetivo deste artigo é de apresentar e analisar o enfoque das
políticas ambientais utilizadas em duas empresas do agronegócio brasileiro, situadas no pólo
industrial gaúcho.

2. BENEFÍCIOS E PRINCÍPIOS DA GESTÃO AMBIENTAL


De acordo com Queiroz e Queiroz (2000), a implementação de um processo de
gestão ambiental possibilita controlar o rendimento e a adequação de recursos humanos e
materiais aos processos de trabalho internos, e disponibilizar informações aos setores
envolvidos, fornecedores, clientes, investidores, de forma mais ágil, transparente e livre de
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vícios. Apesar de demandarem determinados custos e investimentos, trazem um rápido


retorno às empresas, tanto pela economia obtida pela racionalização, quanto pela otimização
de níveis de eficiência agregados aos bens e serviços.
Noeli (2001) verifica que, atualmente, enquanto algumas empresas possuem
resistências quanto ao custo de implantar um sistema de gestão ambiental, outras chegam à
conclusão de que se torna mais oneroso não ter o sistema, face aos diversos riscos a que estão
sujeitas, como multas, processos na justiça, danos à imagem da empresa, barreiras à
exportação de seus produtos e perda de competitividade.
Os principais benefícios da certificação ambiental segundo Karkotli (2004) são:
demonstração para clientes, acionistas, empregados, seguradoras, meios de comunicação,
autoridades, legisladores e ONGs, do compromisso ambiental da empresa, levando à melhoria
de sua imagem; existência de mecanismos estruturados para gerenciar aspectos ambientais e
para promover melhoria contínua do sistema; acesso à legislação ambiental e suas aplicações;
controle mais eficiente das matérias-primas; redução do consumo de energia e recursos
naturais; aproveitamento e minimização de resíduos; melhoria das relações, proporcionando,
inclusive, abertura de novos mercados, em especial os estrangeiros; evidência, por entidade
independente, da competência ambiental da empresa; eliminação de erros que favorecem a
crescente evolução da empresa, por meio das auditorias ambientais.
Segundo North (1992), existem benefícios de gestão ambiental que foram agrupados
em benefícios econômicos e benefícios estratégicos. Estes benefícios são apresentados na
figura 1.

Benefícios Econômicos
Economia de Custo
- Economias devido à redução do consumo de água e outros insumos
- Economias devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes
- Redução de multas e penalidades por poluição

Incremento de receitas
- Aumento da contribuição marginal de produtos verdes que podem ser vendidos a preços mais altos
- Aumento da participação no mercado devido a inovação dos produtos e menos concorrência
- Linha de novos produtos para novos mercados
- Aumento da demanda para produtos que contribuam para diminuição da poluição.

Benefícios Estratégicos
- Melhoria da imagem institucional
- Renovação do portfólio de produtos
- Aumento da produtividade
- Alto comprometimento do pessoal
- Melhoria nas relações de trabalho
- Melhoria e criatividade para novos desafios
- Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas
- Acesso assegurado ao mercado externo
- Melhor adequação aos padrões ambientais.

Figura 1 - Benefícios da gestão ambiental


Fonte: North, Environmental business management. Genebra: ILO,1992 .

Os benefícios apresentados na figura 1 estão agrupados em dois principais aspectos: os


econômicos, que visam uma redução de custos e o incremento das receitas, mediante a
implementação de políticas orientadas ao eficiente uso dos recursos e o incremento da
demanda e a participação de mercado que gerem incrementos marginais na receita; e os
estratégicos, que buscam uma permanência no mercado como resultado da atitude pró-ativa
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da empresa adotando uma política de gestão ambiental, utilizando-a para melhorar a imagem
da empresa, renovando seu portfólio de produtos e acessando novos mercados.
De acordo ao relatório da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, chamado “Nosso Futuro Comum”, é evidente a importância da preservação
ambiental para conseguir um desenvolvimento sustentável. Deste modo, a Câmara de
Comércio Internacional (CCI), reconhecendo que a proteção ambiental se inclui entre as
principais prioridades a serem buscadas, definiu em 1990, 17 Princípios para a Gestão
Ambiental, que dentro da ótica das organizações, são fundamentais para atingir o
Desenvolvimento Sustentável.
Dentre os princípios apresentados por esta comissão destacam-se os seguintes: definir
a gestão ambiental como fator prioritário para obter desenvolvimento sustentável; avaliar e
melhorar continuamente as políticas e práticas ambientais dentro de uma determinada
legislação internacional; prover e desenvolver produtos e serviços com mínimo o nulo
impacto ambiental, onde a eficiência energética, reciclagem e a reutilização de produtos sejam
normas a serem seguidas nas empresas; realizar constantes pesquisas que sirvam para melhor
avaliar os impactos ambientais das matérias-primas, processos, produtos e todo tipo de
resíduo relacionado com as atividades produtivas das empresas, com a finalidade de mitigar
tais impactos; e por último, promover o diálogo entre as diferentes partes interessadas
(funcionários, acionistas, comunidade, governo, etc.) para buscar o desenvolvimento de
políticas, projetos e programas inter-organizacionais que eduquem, valorizem e promovam a
consciência e proteção ambiental.

3. CERTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL (SGA)

No século passado, a preocupação com o meio ambiente levou a mudanças nas políticas
governamentais, e nos hábitos de consumo do mercado, que gerou uma exigência para a
elaboração de produtos, os quais respeitem e conservem a natureza. Além destas mudanças,
apareceram organizações não-governamentais (ONGS) para manifestar a inconformidade da
sociedade contra as más práticas ambientais (PIRES, 1998).
Produto desta conjuntura, o controle governamental fiscaliza as empresas visando a
conservação do ambiente, começou com a implementação de várias normativas legais para
regulamentar os processos de produção, gerando com isso uma grande quantidade de
conjuntos de normas, organizados de maneira particular por alguns países, e revestidos por
determinadas conveniências.
Para as empresas tornou-se difícil atingir as múltiplas exigências dos diferentes
mercados onde estavam presentes. No entanto, a aparição destas regulamentações começou a
gerar uma distorção no comércio mundial, criando barreiras ambientais à entrada de produtos.
A viabilização deste mercado global passou a demandar uma normalização de
processos e especificações que garantisse a qualidade dos produtos adquiridos por empresas e
consumidores. Esta necessidade foi atendida pelas normas ISO 9000, que permitem a
certificação da capacidade de manter a qualidade dos processos em aprimoramento contínuo
por parte dos certificados (PIRES, 1998).
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, conhecida como ECO-92, a idéia de
uma norma de certificação ambiental, no formato da ISO 9000, foi estruturada. Foi
desenvolvido, então, um conjunto de normas denominadas série ISO 14000 (PIRES, 1998).
Segundo Cavalcanti (1996), um dos principais argumentos para a elaboração da série
ISO 14000, foi tentar regular as múltiplas certificações desenvolvidas por diferentes países, de
forma que não possam constituir-se barreiras ambientais ao comércio. Além disso, as
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empresas com presença em diversos países sofreram uma elevação nos custos e perda de
competitividade tentando atingir a estas particulares exigências.
A ISO 14000 é um conjunto de normas elaboradas pela Organização Internacional de
Normalização (International Organization for Standarization – ISO), para padronizar os
procedimentos de auditoria e rotulagem ambiental (SOUZA, 2000).
Pires (1998) ressalta que a origem da série ISO esta fortemente influenciada pela
Norma Britânica de Gestão Ambiental BS 7750, que visa a implementação de sistemas de
gerenciamento ambiental, política ambiental, organização e pessoal, efeitos ambientais,
objetivos ambientais e metas, programa de gerenciamento ambiental, manual de
gerenciamento ambiental e documentação, controle operacional, registro de gerenciamento
ambiental, auditorias de gerenciamento ambiental e revisões de gerenciamento ambiental. O
mesmo autor destaca que a implementação das normas ISO 9000 irá converter-se em um pré-
requisito para participar do mercado, e que na atualidade tem acontecido algo similar com a
série 14000.
A série ISO 14000 é composta por seis conjuntos de normas que servem como
instrumento para a implementação da gestão ambiental nas organizações. Souza (2000), faz
uma divisão didática dos componentes da série ISO 14000 agrupados na figura 2.

Gestão Ambiental

Sistema de Avaliação do
Gestão Ciclo de
Ambiental Vida
(SGA) (ACV)

Avaliação do Rotulagem Aspectos


Desempenho Auditoria Ambiental Ambientais em
Ambiental Ambiental (RA) Normas e
(ADA) Produtos
(AANP)
Organização Produtos e processos

Figura 2- Estrutura da série ISO 1400


Fonte: Adaptado de Souza (2000)

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é composto pelas normas ISO 14001e ISO
14004. A ISO 14001 é o conjunto de normas que a empresa terá que cumprir para a obtenção
da certificação frente a terceiros. No entanto, a ISO 14004 é uma norma de apoio, que através
de exemplos ajuda a empresa a obter a certificação, coordenando o SGA com os demais
sistemas gerenciais da organização. Esta última norma é de utilização exclusiva da empresa.
O processo de Auditoria Ambiental (AA) é composto pelas normas ISO 14010, ISO
14011/1, ISO 14011/2, ISO 14011/3, ISO 14012, ISO 14013, e ISO 14015. Estas normas são
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orientadas para os órgãos de auditoria, que as utilizam para qualificar as empresas


interessadas na obtenção da norma ISO 14001.
A Avaliação do Desempenho Ambiental (ADA) é composta pelas normas ISO 14031
e ISO 14032. O objetivo deste conjunto de normas é ajudar a atingir e aprimorar os processos
mediante os quais a empresa tenta alcançar as metas ambientais enunciadas na norma ISO
14001.
A Rotulagem Ambiental (RA) é composta pelas normas ISO 14021, ISO 14022, ISO
14023, ISO 14024 e ISO 14025. Esse conjunto age sob a rotulagem, testes de verificação,
símbolos, entre outros. Este é o objetivo primário da empresa, já que a inclusão desta
normativa faz a diferenciação do produto no mercado, que premiará este tipo de iniciativas.
Porém, o público consumidor tem uma melhor informação sob os produtos que vai adquirir.
A Avaliação do Ciclo de Vida do produto (ACV) é composta pelas normas ISO
14040, ISO 14041, ISO 14042 e ISO 14043. Este grupo de normas trata desde as origens das
matérias-primas até o consumo dos rejeitos do produto após seu consumo.
Os Aspectos Ambientais nas Normas de Produtos (AANP) são compostos pela ISO
14060. Esta norma trata dos aspectos de conservação ambiental como matérias e energias,
rejeitos e emissões geradas, reutilização, reciclagem é posto em consideração dos
elaboradores dos outros corpos normativos.

4. GESTÃO AMBIENTAL E O AGRONEGÓCIO

A atividade industrial é responsável por uma expressiva parcela dos problemas globais
do meio ambiente, como despejos de dejetos tóxicos e materiais assemelhados e o escoamento
de água poluída problemas estes, que têm aumentado de forma progressiva no mundo inteiro.
Para uma organização equacionar seu envolvimento com a questão ambiental, se faz
necessário incorporar ao seu planejamento estratégico e operacional um adequado programa
de gestão ambiental, compatibilizando-o aos demais objetivos da organização, sem esquecer
que essa implantação é uma decisão que deve envolver todos que fazem parte da empresa e
que o comprometimento é fundamental em todos os departamentos, setores e áreas de
trabalho, cujo objetivo comum deverá ser a minimização e/ou eliminação dos riscos
ambientais em cada etapa do processo produtivo.
Nos dias atuais, muitas indústrias vêm adotando uma política responsável frente ao
meio ambiente, através do desenvolvimento sustentável. Esta postura vem sendo realizada
através da sociedade globalizada que tem cada vez mais se conscientizar sobre o seu
verdadeiro papel de proteger o meio ambiente.
Esta nova realidade econômica de um mundo sem fronteiras repercute na questão do
meio ambiente. O grande mercado importador dos países ricos passa a fazer exigência às
empresas fornecedoras (transnacionais ou não) situadas nos países em desenvolvimento.
De acordo com Santos, Freire e Malo (2000), muitas empresas no Brasil têm tomado
iniciativas de promoção e desenvolvimento dos aspectos sociais ligados aos indivíduos e vêm
apresentando em seus balanços sociais informações relativas à geração de empregos,
formação e desenvolvimento profissional, treinamentos, segurança e medicina do trabalho,
alimentação, transporte, assistência social, criação e distribuição de riquezas, impostos e
lucros, demonstração do valor adicionado e à política empregada na proteção e preservação
do meio ambiente.
De acordo com Nascimento (2002), o desenvolvimento rural é a aplicação de uma
política de sustentabilidade ao ambiente rural, ou seja, a aplicação de um conjunto de medidas
que gerem, intergeracionalmente, oportunidades econômicas no meio rural com base em
critérios sócio-ambientais que enfatizem a adaptabilidade humana (o ajustamento das
possibilidades humanas às potencialidades ecológicas).
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Tal política de sustentabilidade torna o meio ambiente uma variável chave do


desenvolvimento rural, porque re-introduz a idéia de planejamento, tão esquecida nas políticas
econômicas implementadas nos últimos 20 anos. Recomeçar pelo rural é começar justamente
onde as raízes do atraso social do desenvolvimento brasileiro mais resistem, até porque esse
atraso aparece muitas vezes revestido de agronegócio, tido como moderno, mas que na
verdade cumpre o papel de fonte primária da concentração de renda e riqueza no Brasil,
freqüentemente, associando-se ao capital externo para renovar a roupagem moderna.
Desse modo, planejar o desenvolvimento rural atendendo ao apelo de questões
ambientais emergentes é de certo modo reconhecer as heterogeneidades estruturais do meio
rural para retomar o projeto de construção da nação; e nada como começar com um
desenvolvimento rural sócio-economicamente includente e ecologicamente prudente.
Entende-se, assim, que a dimensão ecológica não pode ser apenas ancilar ao modelo
de desenvolvimento rural, mas seu eixo aglutinador, ou seja, os programas de manejo
sustentável não podem responder exclusivamente a variáveis econômicas, e nem seu eixo
operacional ser baseado excessivamente em critérios agronômicos. As formas de
adaptabilidade humana precisam ser consideradas e revistas.
Quanto ao meio ambiente, os principais impactos ambientais que podem ser gerados
pelas agroindústrias, de acordo com o Banco do Nordeste (1999), são: contaminação das
águas superficiais e subterrâneas em função do lançamento de efluentes sem tratamento ou
com tratamento parcial; contaminação do solo pela disposição incorreta de resíduos sólidos;
incômodos à vizinhança pela geração de odores desagradáveis, devido à deterioração de
resíduos e efluentes; contaminação da atmosfera em função do lançamento de material
particulado, especialmente nas unidades que possuem caldeira para a produção de calor e
vapor d’água; poluição sonora gerando incômodos à vizinhança; proliferação de vetores de
doenças devido com a incorreta disposição de resíduos e o lançamento de efluentes.
Teixeira e Morato (2004) indicam que cada tipo de segmento agroindustrial têm os
seus potenciais impactos ambientais negativos e, normalmente, são aplicadas as seguintes
técnicas de controle ambiental:
• Quanto ao tratamento dos efluentes hídricos: lagoas aeradas, lagoas de
estabilização, tratamento de lodo ativado, sedimentação, floculação, neutralização
e clarificação; aplicação do efluente pré-tratado em irrigação;
• Quanto ao tratamento das emissões atmosféricas: ciclones, filtros de manga,
precipitação eletrostática, filtração com carvão ativado (controle de odor), lavagem
de gases, torres de absorção, separação com hipoclorito de sódio (para controlar o
odor).
Segundo Albuquerque e Oliveira (2005), para o empresário do agronegócio que deseja
incorporar as variáveis ambientais no seu processo de planejamento, é importante ter em
mente que o planejamento estratégico, tanto da produção quanto dos aspectos ambientais da
atividade produtiva. Eles referem-se à empresa como um todo e, dessa forma, deve ser levado
em consideração, prioritariamente, dois setores da empresa, a saber: o setor de gerenciamento
ambiental, que estabelece e propõe as modificações nos processos de produção, direcionando-
a para uma atividade menos impactante do ponto de vista ambiental; e o setor financeiro, que
definirá os desembolsos necessários para a modificação do processo de produção decorrentes
dos novos investimentos, e o setor contábil, que terá como função o levantamento dos índices
e coeficientes de análise da transformação do processo.
Para Winter (1992), todo e qualquer homem de negócio interessado em garantir a
rentabilidade e a viabilidade em longo prazo de sua empresa, vê-se necessariamente obrigado
a refletir sobre uma gestão orientada para o ambiente. Problemas relativos ao meio ambiente,
à qualidade e à durabilidade dos produtos aparecem em primeiro lugar. E, isto afeta as metas,
os valores e as estratégias empresariais. A sensibilização crescente da população, estimulada
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pelos meios de comunicação leva facilmente à denúncia das empresas que não adotam
práticas administrativas e operacionais responsáveis nesses aspectos.
Segundo Karkotli (2004), a implementação de um sistema de gestão ambiental
constitui estratégia para que o empresário, através do seu gerenciamento, possa identificar
oportunidades de melhorias que reduzam os impactos das atividades de sua empresa sobre o
meio ambiente, de forma integrada. Assim, como os programas de qualidade, também a
preocupação com o meio ambiente é uma estratégia e fator de sucesso na gestão empresarial,
tendo em vista a consciência de que o meio ambiente é uma das maiores responsabilidades
sociais de todos.
Muitas empresas começaram a verificar que as despesas realizadas com a proteção
ambiental podem transformar-se em vantagem competitiva e, gradativamente, vêm incluindo
na sua gestão de negócios a dimensão ecológica.
Segundo Tachizawa (2002), a gestão ambiental e a responsabilidade social tornam-se
importantes instrumentos gerenciais para a capacitação e criação de condições de
competitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento econômico.

5. METODOLOGIA

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória e descritiva.


Segundo Gil (1996), a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses
para estudos futuros. Ainda para Gil (1999), as pesquisas descritivas têm como objetivo
primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre as variáveis.
A estratégia de pesquisa adotada nesta pesquisa foi estudo de caso. Para Yin (2001),
estudo de caso é uma investigação empírica que: investiga um fenômeno contemporâneo
dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definidos.
Para a coleta de dados desta pesquisa foi utilizada a técnica da entrevista com questões
estruturadas, que de acordo com Chizzotti (1991) é um tipo de comunicação entre um
pesquisador que pretende colher informações sobre fenômenos, e indivíduos, que detenham
essas informações e possam emití-las. O instrumento utilizado para a coleta de dados por se
tratar de uma pesquisa exploratória foi o questionário estruturado.
De acordo com Gil (1996), a entrevista com questionário estruturado ocorre quando se
desenvolve a partir de uma relação fixa de perguntas. Esta técnica consiste em fazer uma série
de perguntas a um informante, conforme roteiro preestabelecido, onde esse roteiro pode
constituir-se de um formulário/questionário que será aplicado da mesma forma a todo os
informantes/sujeitos da pesquisa, para que se obtenham respostas para as mesmas perguntas.
O questionário de pesquisa foi aplicado através de entrevistas realizadas com gestores
das empresas investigadas. O processo de aplicação direta diminui a possibilidade de os
entrevistados não responderem o questionário ou deixarem de responder alguma pergunta.
Essas vantagens são ressaltadas por Richardson (1999), onde ele acrescenta que no contato
direto, o pesquisador pode explicar e discutir os objetivos da pesquisa e do questionário,
responder dúvidas que os entrevistados tenham em certas perguntas.
Para atingir o objetivo proposto nesta pesquisa foi utilizada a técnica de análise de
conteúdo. Bardin (1977) a define como sendo um conjunto de técnicas de análise das
comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas
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mensagens. Do ponto de vista analítico instrumental este conceito foi fundamental para a
compreensão dos dados fornecidos nas entrevistas.

6. RESULTADOS DA PESQUISA

6.1 Caracterização da Empresa A

A empresa foi criada em 1990, através da fusão e incorporação de várias empresas.


Sediada nos Estados Unidos, possui mais de 3.900 concessionários e distribuidores em todo o
mundo. No Brasil possui três unidades fabris: duas no Rio Grande do Sul, e uma no Estado de
São Paulo. Atua no ramo de fabricação e distribuição de equipamentos agrícolas e peças de
reposição relacionadas. Mantém uma estratégia multimarcas, ou seja, permanece utilizando a
marca das empresas adquiridas. Seus produtos são distribuídos em mais de 140 países. Dentre
os valores da empresa estão: a busca da criação de soluções excelentes para atender as
necessidades e expectativas de seus clientes; qualidade superior em seus produtos e a busca
do reconhecimento por parte de seus clientes; valorização dos funcionários; estabelecimento
de padrões éticos na ótica social e ambiental e valoração das marcas.

6.2 Aspectos da Política Ambiental da Empresa A

A empresa tem implementado um Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA);


através da certificação das normas ISO 14001. Como conseqüência deste modelo de gestão, a
empresa busca atingir objetivos e metas ambientais, ajustar-se a uma auditoria externa, e
acompanhar os possíveis danos causados ao meio ambiente, desde o momento da aquisição
das matérias-primas até a comercialização de seus produtos.

Dentre as ações ambientais utilizadas pela empresa destacam-se as seguintes:

Monitoramento dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas

Ela monitora os resíduos sólidos promovendo o correto gerenciamento dos mesmos


desde a geração até o destino final. Os efluentes líquidos provenientes do processo fabril e os
sanitários são adequadamente tratados em uma estação de tratamento de efluentes, que utiliza
plantas aquáticas emergentes para remoção de fósforo e nitrogênio da água. Medidas de
controle avançadas garantem que as emissões atmosféricas sejam eliminadas em sua origem.
Estas ações prevencionistas tornam-se responsáveis pelo estabelecimento de um processo eco-
eficiente, visando, a redução dos resíduos nas fontes geradoras, o reaproveitamento interno e a
reciclagem externa.

Gerenciamento de Consumo de Energia

Uso racional de energia através de iluminação eficiente, substituição da matriz


energética, otimização de equipamentos e instalações, através da monitoração dos gastos nas
instalações da empresa.

Capacitação Ambiental
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Capacitação dos trabalhadores para a manutenção e melhoria contínua do Sistema de


Gestão Ambiental, utilizando treinamentos através de intervenção teatral, distribuição de
folders, cartilhas e palestras educativas.

Motivos da implantação do Sistema de Gestão Ambiental

Observou-se que a empresa se adapta a diferentes normas ambientais, visto que ela
encontra-se inserida em diversos mercados externos, estando sujeita a diferentes
regulamentações. Tais regulamentações implicam na fabricação de produtos que possuem
características diferenciadas quanto aos aspectos de segurança, técnicos e ambientais. Em
relação ao mercado interno, identificou-se que a empresa o percebe ainda incipiente quanto às
elevadas exigências apresentadas em outros países.

Postura quanto à conscientização ambiental

Esta empresa adota a postura pró-ativa. A adoção desse comportamento é


caracterizada pela integração do controle ambiental na gestão administrativa e em seu
planejamento estratégico. As políticas ambientais adotadas na empresa procuram
conscientizar todos os níveis administrativos (estratégico, tático e operacional) da importância
em se agir em concordância com os princípios da gestão ambiental.

Enfoque da Gestão da Ambiental

A organização utiliza os procedimentos propostos pelo modelo de gestão ambiental


aplicado em seu processo de fabricação. Foi observado que na linha de produção existe uma
manipulação adequada das matérias-primas, como também o armazenamento e escoamento
dos resíduos (líquidos e sólidos) produzidos.

6.3 Caracterização da Empresa B

A empresa foi fundada em 1966 e é genuinamente de capital brasileir. Sua sede se


localiza no pólo industrial de Porto Alegre, possuindo uma filial em Mato Grosso e
representações em diversos outros estados brasileiros. A empresa trabalha no ramo de
construção de moinhos e silos de cereais. Destaca-se também, na produção de equipamentos
mecatrônicos destinados à movimentação e preparo de granéis sólidos, principalmente, nas
áreas de mineração, fertilizantes e cimento. Seus produtos são customizados, ou seja, feitos
sob as necessidades e exigências específicas de cada cliente. Atende clientes de todo o país,
Mercosul e outras localidades. As exportações representam cerca de 30% do faturamento da
empresa. Dentre seus valores estão a busca de produtos de alta qualidade como forma de
satisfação e fidelização dos clientes; forte comprometimento e integração dos profissionais da
empresa na busca de inovações que possam solucionar as necessidades de seus clientes e a
contribuição para o desenvolvimento auto-sustentável da sociedade e do meio-ambiente.

6.4 Aspectos da Política Ambiental da Empresa B

No desenvolvimento deste estudo percebeu-se que a empresa não possui a certificação


ISO 14001. Suas práticas de fabricação estão de acordo com as normas ambientais
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municipais, estaduais e nacionais. Não foi observada a utilização de nenhuma ação ambiental
específica.

Motivos da implantação do Sistema de Gestão Ambiental

Apesar da empresa não possuir atualmente o Sistema de Gestão Ambiental (SGA),


existe uma perspectiva futura em se obter a certificação ISO 14001. Recentemente ela obteve
a certificação ISO 9001 que estabelece os requisitos para se utilizar um Sistema de Gestão da
Qualidade.

Postura quanto à conscientização ambiental

Esta empresa adota a postura reativa, ou seja, adapta-se às regulamentações vigentes,


sem, contudo modificar as características e estruturas de seus produtos e processos. É voltada
para o controle da poluição, motivado especialmente por pressões advindas dos governos, sob
a abordagem de comando e controle.

Enfoque da Gestão da Ambiental

O enfoque da preocupação ambiental da empresa está direcionado ao produto


comercializado. Entre as diferentes linhas de produtos, existe uma onde são fabricados de
acordo com as necessidades ambientais de seus clientes. Exemplos: segurança contra
explosões, incêndios, conservação da planta fabril, maquinário, saúde dos operadores e
problemas de poluição aérea. Foi identificado que alguns de seus clientes já ganharam
prêmios e certificados, através da utilização de produtos por ela fabricados.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo teve o objetivo de apresentar e analisar as políticas ambientais


utilizadas em duas empresas do agronegócio, situadas no pólo industrial gaúcho. Para atingir
o objetivo proposto foi utilizada a estratégia de estudo de caso.
A empresa A está inserida em mercado altamente competitivo, pelo fato de atuar em
um ramo com muitas empresas fabricantes de um mesmo tipo de produto. No entanto, por
pertencer a uma multinacional, atua não somente no mercado interno, mas também o externo.
A gestão ambiental através da implantação da certificação ISO 14001 surgiu como condição
prévia para a sua entrada em mercados externos que possuem regulamentações ambientais
mais exigentes. Já no mercado brasileiro que ainda não é tão rigoroso, a empresa adota uma
postura pró-ativa na questão ambiental, ou seja, antecipa-se a futuras pressões de legislações
brasileiras. A gestão ambiental da empresa é enfocada no processo produtivo.
No caso da empresa B, a gestão ambiental não é tida como uma de suas prioridades
estratégicas. Os produtos fabricados são customizados, sendo produzidos de acordo com as
necessidades especificas de cada cliente. O mercado em que ela está inserida é caracterizada
por ter poucas empresas que possuam a capacidade de fabricar produtos com as mesmas
especificidades. A empresa adota uma postura reativa perante o meio ambiente, ou seja, segue
somente às regulamentações necessárias. No entanto, ela possui uma linha específica de
produtos que procuram minimizar os impactos ambientais nos processos industriais de seus
clientes.
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As considerações finais do estudo encontraram três principais pontos: as empresas


investigadas utilizam a temática ambiental como um instrumento de marketing, buscando com
isso, serem reconhecidas como empresas social e ambientalmente responsável; a empresa A
tem política ambiental fortemente aplicada em seus processos, porém seus produtos não
refletem tais medidas, pelo fato de prejudicarem o ambiente em que eles são produzidos; a
respeito da empresa B, foi identificado que ocorre uma relação inversa à empresa A, onde o
processo produtivo não acata preceitos de conservação ambiental enquanto que atinge
ocasionalmente necessidades de seus clientes com uma linha especifica de produtos
desenhados para a diminuição dos impactos ambientais.
A presente pesquisa identificou, que as empresas investigadas do agronegócio
incorporaram, ou desejam incorporar, variáveis ambientais em seu processo de planejamento
estratégico, tendência essa que diversos autores já apresentaram ser amplamente utilizadas em
outros setores industriais.
A sociedade exige das empresas uma postura uniforme e elevada quanto à
preocupação com o meio ambiente. Entretanto, foi observado que as empresas reagem de
acordo com as exigências dos mercados em que elas estão inseridas. Por isso foram
identificadas distintas estratégias entre as empresas investigadas. As conclusões apresentadas
devem ser consideradas com cautela e não permitem inferências que extrapolem as empresas
investigadas.

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