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RESUMO: GESTÃO AMBIEMTAL EMPRESARIAL

A solução dos problemas ambientais, ou sua minimização, exige uma nova atitude dos
empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas
decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam para ampliar a
capacidade de suporte do planeta. Em outras palavras, espera-se que as empresas deixem de
ser problemas e façam parte das soluções. A experiência mostra que essa atitude dificilmente
surge espontaneamente.

A aprovação de leis ambientais com a freqüência com que se observa na atualidade


mostra que o tema entrou definitivamente na agenda dos políticos. As organizações da
sociedade civil que aluam nas áreas ambientais e sociais têm se tornado influências poderosas
que se manifestam por meio de denúncias, da formação de opiniões perante o grande público,
de pressões políticas nas instâncias legislativas e executivas e de cooperação com as empresas

O setor de seguro tem exercido pressão para que as empresas melhorem seus
desempenhos ambientais, uma vez que os sinistros ambientais podem atingir proporções
vultosas. As instituições signatárias da iniciativa voluntária promovida pelo PNUMA se
comprometem a fortalecer a atenção prestada aos riscos ambientais em suas atividades
básicas, que compreendem a gestão de risco, prevenção de perdas, projeto de produtos,
tramitação das reclamações e gestão de ativos. Comprometem-se também a auxiliar seus
clientes, sócios e fornecedores a cumprirem a legislação ambiental e a adotarem melhores
práticas administrativas e operacionais.

Outra fonte de pressão sobre as empresas advém do aumento da consciência da


população em geral e, principalmente, dos consumidores que procuram cada vez mais utilizar
produtos e serviços ambientalmente saudáveis. Um aspecto visível desse novo tipo de
consumidor é a prática de diferenciar produtos e serviços pelo desempenho ambiental. O
surgimento de rótulos ou selos verdes em muitos países desde as últimas décadas do século
XX é um indicador da importância do desempenho ambiental como critério definidor das
escolhas por parte dos consumidores na hora de realizar suas compras. Seu objetivo é atrair
consumidores ou usuários que se preocupam com o meio ambiente, destacando as qualidades
do produto ou serviço em termos ambientais, por exemplo, biodegradabilidade,
retornabilidade, percentual de material reciclado e eficiência energética. Na medida que
diferenciam produtos e serviços em função dos seus impactos ambientais, os rótulos e as
declarações podem se tornar instrumentos da estratégia de marketing da empresa.

Incluem-se entre os selos ambientais os relativos á eficiência energética, como o


Energy Star criado pelo Usepa e o Selo Procel de economia de energia, criado pelo governo
brasileiro para combater o desperdício de energia elétrica em equipamentos elétricos. São
selos verdes os que indicam que o atum ou o produto que contenha esse peixe foi pescado
com dispositivos que salvam os golfinhos (dolphin safe, golfinho salvo). Os sinais de
reciclagem impressos em produtos ou em embalagens talvez sejam os selos ou rótulos verdes
mais conhecidos do grande público.

Dependendo de como a empresa atua em relação aos problemas ambientais


decorrentes das suas atividades, ela pode desenvolver três diferentes abordagens, aqui
denominadas controle da poluição, prevenção da poluição e incorporação dessas questões na
estratégia empresarial. Essas abordagens também podem ser vistas como fases de um
processo de implementação gradual de práticas de gestão ambiental numa dada empresa.

O controle da poluição é uma abordagem que se caracteriza pelo estabelecimento de


práticas para impedir os efeitos decorrentes da poluição gerada por um dado processo
produtivo. Esse controle pode ser realizado por meio de ações localizadas e pouco articuladas
entre si. As ações ambientais da empresa resultam de uma postura reativa da empresa, na qual
ela centra suas atenções sobre os efeitos negativos de seus produtos e processos produtivos
mediante soluções pontuais. Via de regra, o controle da poluição tem por objetivo atender às
exigências estabelecidas nos instrumentos de comando e controle às quais a empresa está
sujeita e às pressões da comunidade.

Do ponto de vista empresarial, essa abordagem significa elevação dos custos de


produção que não agregam valor ao produto e que dificilmente podem ser reduzidos face às
exigências legais. Ao contrário, esses custos tendem a aumentar à medida que as exigências se
tornam mais rigorosas. Se os custos forem repassados aos preços dos produtos, esse tipo de
solução também não é interessante para os consumidores.

Do ponto de vista ambiental, as soluções voltadas exclusivamente para o controle da


poluição são fundamentais, mas insuficientes. Sem esse controle, a humanidade e a maioria
dos outros seres vivos teriam perecido, pois a quantidade e a toxicidade dos poluentes
captados antes de serem lançados ultrapassariam em muito a capacidade de assimilação da
Terra.

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