Você está na página 1de 11

GESTÃO AMBIENTAL DA EMPRESA

ZILNA HOFFMANN DOMINGUES


PECCA - UFPR

“A escalada dos problemas ambientais é um fato incontestável e as empresas


estão, desde sua origem, no centro deste processo.”
2

GESTÃO AMBIENTAL DA EMPRESA

As questões ambientais assumiram papel relevante no último século e, recentemente, em


função da gravidade da situação, entraram definitivamente na agenda dos governos e da sociedade
civil. Mas se só recentemente a preocupação com as questões ambientais entrou definitivamente
na agenda dos governos e da sociedade civil, para as empresas esta preocupação é ainda mais
recente e ainda não se transformou em práticas administrativas e operacionais efetivas.
Em geral, os problemas ambientais decorrem do uso do meio ambiente como fonte de
recursos para a produção, e, como recipiente de resíduos da produção e consumo. Assim, qualquer
solução efetiva para os problemas ambientais terá que necessariamente envolver as empresas. Mas
para que isto ocorra, é necessário uma nova atitude dos empresários e administradores, pois
“Espera-se que as empresas deixem de ser problemas e façam parte das soluções.”(BABIERI, 2012).
A experiência tem mostrado que a mudança de atitude dos empresários em relação ao meio
ambiente dificilmente acontece espontaneamente. Segundo BARBIERI, 2012 as preocupações
ambientais dos empresários são influenciadas por três conjuntos de forças que interagem
reciprocamente:

Gestão Ambiental Empresarial - Influências

Governos

Empresa

Sociedade Mercado

Fonte: Barbieri, 2012


3

GOVERNO

Atualmente, é incontestável que o tema entrou definitivamente na agenda política e está


presente nas campanhas e atuações das diversas esferas de poder e se, por muito tempo os
problemas ambientais eram vistos e tratados isoladamente, hoje já são vistos como generalizados e
interdependentes que exigem políticas integradas. Assim, pode-se conceituar Política Pública
Ambiental como o conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação à disposição do poder
público para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente.
Instrumentos de políticas públicas ambientais:

1. Comando e controle – poder de polícia do Estado que limita ou condiciona o uso dos bens, a
realização de atividades e o exercício de liberdades individuais em benefício da sociedade
como um todo. São atividades como fiscalização, licenciamento, multas, prisões, entre
outros.

2. Econômicos – procuram influenciar o comportamento das pessoas e das organizações em


relação ao meio ambiente, utilizando medidas que representem benefícios ou custos
adicionais para elas. Podem ser:
Fiscais – transferências de recursos entre os agentes privados e poder público, que por sua
vez podem ser:

Subsídios: Qualquer tipo de renúncia ou transferência de receita para que os agentes


privados reduzam seus níveis de degradação ambiental. Podem ser isenções, reduções,
financiamentos em condições especiais, etc. Público → Privado

Tributos: transferem recursos dos agentes privados para o setor público em decorrência
de algum problema ambiental – impostos e encargos. Exemplos: tributos sobre
emissões (França), tributação sobre produtos supérfluos, tributação gradual conforme
impacto ambiental, Ecotaxas (União Européia) etc. Privado → Público.

Princípio Poluidor Pagador: São tributos ambientais que objetivam internalizar os custos
ambientais produzidos pelos particulares. Foram inspirados nos estudos de Arthur Cecil
Pigou, de 1932, sobre externalidades: fenômenos externo ao mercado, que não afeta o seu
funcionamento. Ocorre quando as ações realizadas por alguém provocam impactos sobre o
bem-estar de outras pessoas que não as envolvidas. Ainda segundo a autor, as atividades
produtivas consideram como os custos de produção e distribuição: trabalho, matéria-prima,
energia, depreciação e tecnologia. Só que além destes, podem gerar outros custos que se
não forem pagos pela empresa, recaem sobre a sociedade. São os custos externos ou
sociais, como dano à saúde pública causado por poluição. Assim, os custos totais serão o
somatório dos custos internos mais os externos. Voltando à questão ambiental, a
degradação ou a poluição são externalidades negativas, ou seja, recaem sobre outros
4

agentes que não participaram dos processos de produção e consumo. Seguindo o princípio
poluidor pagador, a política pública vai buscar internalizar os custos sociais decorrentes da
poluição objetivando estimular o poluidor a reduzir os custos, melhorando seu
desempenho. O Estado fica responsável por estabelecer um tributo ao agente poluidor,
usuário ou não de algum serviço público destinado a tratar poluição. O poluidor paga, daí o
nome. Mas nem sempre leva à eficiência empresarial e à diminuição da degradação
ambiental. Vai depender da natureza do mercado: funciona com concorrência, senão os
custos acabam repassados ao consumidor.

3. Públicos de Mercado – são transações de agentes privados em mercados regulados pelo


governo. Exemplos:

 permissões de emissões transferíveis - o poder público fixa níveis aceitáveis de


poluição numa determinada região ou país, com determinado número de empresas
afins, e emite certificados de emissões transferíveis de um determinado poluente,
que serão comercializados no mercado de títulos. Quem reduz a poluição pode
vender seus certificados; quem precisa ampliar sua produção, ou novos produtores,
têm que comprar títulos. Exige atuação eficaz do orgão ambiental responsável.
 Depósito-retorno – devolução dos valores depositados na aquisição de certos
produtos, quando devolvidos aos pontos pré-determinados;
 Responsabilidade estendida ao produtor (pós-consumo) – transfere a
responsabilidade física e financeira da gestão de resíduos para o produtor. Ex:
medicamentos, agrotóxicos, etc.

SOCIEDADE

Ação de organizações da sociedade civil que atuam na área ambiental, através de denúncias,
formação de opinião pública, pressões políticas, realizações de campanhas educativas, parcerias
com o poder público e empresas para desenvolvimentos de projetos executivos na área ambiental,
cooperação com empresas no desenvolvimento de modelos de gestão ambiental empresarial, entre
outros.
5

MERCADO

Embora o mercado seja uma instituição da sociedade civil, ele exerce tanta influência que
merece destaque. As questões ambientais e sociais passaram a ter influência na competitividade de
mercados e países e acaboram se transformando numa poderosa força indutora de
regulamentações e auto-regulamentações socioambientais em função de:
• Pressão dos investidores: comprometimento da rentabilidade futura da empresa através de
passivos ambientais. Estas questões têm sido tão decisivas que levaram a criação de
diversos indicadores para informar os investidores sobre a situação da empresa sobre
passivos ambientais. Ex: Dow Jones Sustainability Indexes (1999) na Bolsa de Nova Iorque;
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) desenvolvido pela FGV e usado pela BOVESPA
(2005). Estes indicadores buscam criar referências para os produtos financeiros e medir seus
desempenhos baseados no conceito de Empresa Sustentável: aquela que cria valor a longo
prazo aos acionistas ou proprietários e contribui para solução dos problemas ambientais e
sociais. (Crosbie e Knight, 1995).
• Iniciativas voluntárias do setor financeiro que estabelecem critério ambiental para
tomadores de créditos, como a promovida pelo PNUMA, Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente. Para aderir a esta iniciativa, o banco se compromete a com a aplicação do
princípio da precaução, exige respeito à legislação ambiental nacional e local, bem como de
acordos multilaterais ambientais. Em julho de 2006, 160 bancos e segurados de 40 países
tinham aderido à iniciativa.
• Pressão do setor de seguros para que as empresas melhorem seus desempenhos uma vez
que sinistros ambientais, podem assumir proporções vultuosas.
• Consumidores que procuram cada vez mais utilizar produtos e serviços ambientalmente
saudáveis.
• Selos ou rótulos verdes que apostam importância do desempenho ambiental como critério
definidor das escolhas do consumidor. Exemplos: Anjo Azul (Umweltzeichen), Alemanha. Foi
o primeiro a surgir no mundo, em 1977, fruto de uma parceria entre o governo alemão e
entidades independentes; Selo Procel no Brasil.
6

ABORDAGENS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL

Abordar significa investir, contra-atacar. Abordagens de Gestão Ambiental Empresarial


significam as diferentes maneiras com a empresas enfrentam os seus problemas ambientais,
controlando seus efeitos, prevenindo o seu surgimento ou transformando-os em oportunidades de
negócios. Podem ser vistas como fases de um processo gradual de práticas de gestão ambiental
numa dada empresa:

1. Controle da poluição – é uma postura reativa da empresa, na qual ela procura impedir os efeitos
negativos decorrentes da poluição gerada por um dado processo produtivo como resposta aos
instrumentos de comando e controle do poder público ou às pressões da sociedade civil. Tem
caráter corretivo. As exigências da legislação ambiental, ou do órgão ambiental, são vistas como
problemas a serem resolvidos pelos técnicos e operacionais da empresa, sem autonomia decisória.
Visto como custo interno adicional, e são. As soluções são ambientalmente pobres , focadas nos
efeitos e não nas causas. Ex: estações de tratamento de efluentes, filtros, tecnologias end-of-pipe
(final do processo). Ainda tem sua importância na redução do potencial poluidor.

2. Prevenção da Poluição – postura reativa e também proativa da empresa. As soluções dos


problemas ambientais são vistas como meios para aumentar a produtividade, sendo para isto
necessário rever os produtos e processos para reduzir a poluição na fonte, reutilizar e reciclar o
máximo de resíduos e, ainda, reduzir o consumo de materiais e energia. Combina duas
preocupações ambientais básicas: o uso sustentável dos recursos e o controle da poluição. Assim, a
empresa vai atuar sobre os produtos e processos produtivos para prevenir a geração de poluição
através da produção mais eficiente. Além disto, a empresa obtém benefícios como economia com
disposição final de resíduos, diminuição de passivos ambientais e melhora nas condições gerais de
trabalho. O envolvimento periódico da alta administração da empresa, assim como de diversas
áreas, é indispensável e, muitas vezes, se faz necessário apoio governamental com financiamentos,
incentivos, isenções, etc. Exemplos de ações: uso de tecnologias limpas, conservação de energia,
substituições de materiais, manutenção preventiva, treinamento de recursos humanos,
organização do local de trabalho, entre outros.

3. Abordagem Estratégica – proativa. Entende-se por estratégia o estabelecimento de objetivos e


ações que alcancem efeitos no ambiente de negócio em que a empresa atua ou pretende atuar,
colocando-a numa posição de vantagem. Assim, na abordagem estratégica, que é mais avançada, a
empresa passa a considerar as questões ambientais como estratégicas, minimizando problemas
que podem comprometer a competitividade da empresa e capturando oportunidades
mercadológica. Além das práticas de controle e prevenção da poluição, a empresa procura
desenvolver a eficiência operacional, ou seja, desempenha suas atividades melhor que as
concorrentes. Ex: redução de defeitos, produtos superiores, etc. Exige o envolvimento permanente
e sistemático da alta administração da empresa e as atividades ambientais são disseminadas por
toda organização, assim como são ampliadas para toda cadeia produtiva. Nem todas as empresas
7

tem necessidade de implementar uma abordagem estratégica. Em organizações complexas é


possível verificar as 3 abordagens simultaneamente.

MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL

São construções conceituais que orientam as atividades administrativas e operacionais da


empresa para alcançar os objetivos definidos. Necessários para implementar qualquer abordagem,
pois as atividades da empresa são desenvolvidas por diferentes pessoas, em diferentes momentos
e locais e sob diferentes modos de ver as mesmas questões. Os modelos permitem orientar as
decisões sobre como, quando, onde e com quem abordar os problemas ambientais. As empresas
podem adotar seus próprios modelos ou adotar modelos genéricos que começaram a ser criados a
partir da década de 80.
O modelo de Atuação Responsável foi o primeiro a surgir. Foi criado em meado da década
de 80, pela Canadian Chemical Producers Association, em respostas a perda de confiança e ameaça
de regulamentação mais rigorosa para o setor pelo governo canadense. Hoje é adotado em mais de
50 países, incluindo o Brasil: a ALBIQUIM, Associação Brasileira da Indústria Química exige de seus
associados desde 1998. Tem um código de conduta que orienta ações na área de saúde, segurança
e meio ambiente, envolvendo diálogo com a comunidade, transporte, distribuição e descarte final.
A abordagem recomendada é a de prevenção da poluição. Maiores detalhes podem ser obtidos no
site da ALBIQUIM: www.albiquim.com.br.
Alguns outros modelos:

• Gestão da Qualidade Ambiental Total (TQEM - Total Quality Environmental


Management) - ampliação dos princípios e práticas da Gestão da Qualidade Total
(TQM) às questões ambientais. Tem por elementos básicos o foco no cliente, a
qualidade como dimensão estratégica, os processos como unidade de análise, a
participação de todos, o trabalho em equipe, parceria com clientes e fornecedores e a
melhoria contínua. Portanto, depende da mobilização da organização, seus clientes e
parceiros para as questões ambientais e, consequentemente, de um esforço contínuo
para manter a motivação. Principal entidades promotora: The Global Environmental
Management Iniciative (Gemi), ONG criada em 1990 por 21 empresas multinacionais,
entre elas a IBM, Kodak, AT&T, Coca-cola.

• Produção Mais Limpa – P+L (cleaner production) - Estratégia ambiental preventiva


aplicada de acordo com uma sequência de prioridades, cuja primeira é a redução de
8

resíduos e emissões na fonte. Considera o ciclo de vida do produto e a atenção está


concentrada sobre a eficiência operacional, a substituição de materiais perigosos e a
minimização de resíduos. No longo prazo, é dependente de desenvolvimento
tecnológico e de investimentos para a continuidade do programa. Principal entidade
promotora é o PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e, no
Brasil, o Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNPTL - do SENAI do Rio Grande do
Sul.

• Ecoeficiência (eco-efficiency) - considera a eficiência com que os recursos naturais são


usados para atender às necessidades humanas. Tem ênfase na redução da intensidade
de materiais e energia em produtos e serviços, no uso de recursos renováveis e no
alongamento da vida útil dos produtos. Areciclagem interna e externa é valorizada,
enquanto que no modelo de P+L é opção. É dependente de desenvolvimento
tecnológico, de políticas públicas apropriadas e de contingentes significativos de
consumidores ambientalmente responsáveis (responsabilidade estendida ao
consumo). Principais entidades promotoras são: a Organização para cooperação e
Desenvolvimento Econômico - OCDE (Organisation for Co-Operation and Development)
e World Business Council for SustainableDevelopment (WBCSD).

• Projeto para o Meio Ambiente (design for environment) - desenvolvido a partir de 1992
pela Agência Ambiental do Governo Federal Norte-americano (USEPA) e pela American
Eletronic Association, este modelo procura prevenir a poluição e os impactos
ambientais para cada produto e não como estratégia geral da empresa. Assim, as
preocupações ambientais estão presentes desde a concepção dos produtos ou
processos de produção, incluindo distribuição, utilização e descarte. O maior problema
é que o produtos concorrem com outros similares que podem ser mais atrativos em
termos de preço, condições de pagamento e outras considerações não ambientais.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL

São meios ou ferramentas para alcançar objetivos específicos em matéria ambiental,


utilizados para implantação de um modelo de gestão. Segundo BARBIERI (2012), alguns são
específicos de um modelo, como os códigos e práticas gerenciais da Atuação Responsável. Outros
podem ser aplicados em qualquer empresa, independente de porte. Ex: Sistema de Gestão
Ambiental (SGA). Alguns são aplicados aos produtos, como a Rotulagem Ambiental; alguns são
também instrumentos de políticas públicas como Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Auditoria
Ambiental.
9

Alguns dos principais Instrumentos de gestão ambiental empresarial:


 Auditoria ambiental
 Avaliação do ciclo de vida
 Relatórios Ambientais
 Estudos de impacto ambiental
 Sistemas de gestão ambiental
 Gerenciamento de riscos ambientais
 Rotulagem ambiental
 Educação ambiental empresarial.
Pode-se aumentar a lista incluindo instrumentos convencionais utilizados por empresas para
fins de qualidade e produtividade.
Alguns dos mais utilizados instrumentos de gestão ambiental foram temas de outros
módulos deste cursos e abordados com mais profundidade e conteúdo anteriormente, dispensando
maiores comentários neste momento. Assim, aqui serão abordados outros deles, importantes para
as empresas na atualidade:

Sistemas de Gestão Ambiental – SGA


Entende-se por Gestão ambiental as diferentes atividades administrativas e operacionais
realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para
evitar que eles ocorram no futuro. Entende-se Sistema como o conjunto de partes inter-
relacionadas. Assim, Sistema de Gestão Ambiental é conjunto de atividades administrativas e
operacionais inter-relacionadas, desenvolvidas para abordar os problemas ambientais, com
melhores resultados e menos custos em decorrência de ações planejadas e coordenadas. Pode
ser próprio ou adotado, contanto que contribua para que a empresa atue conforme a legislação
ambiental num primeiro momento, mas com o compromisso de promover melhorias que a
levem gradualmente a superar as exigências legais. O SGA estabelece a política ambiental da
empresa e requer:
• formulação de diretrizes;
• definição de objetivos, prazos e metas;
• coordenação de atividades;
• avaliação de desempenho e resultados;
• envolvimento de diferentes segmentos da empresa e da alta direção e
proprietários.
Qualquer SGA requer um conjunto de elementos comuns que independem da estrutura
organizacional, do tamanho e do setor da empresa. Procura, em primeiro lugar, o
comprometimento com a sua efetivação por parte da alta direção da empresa. Um bom SGA
consegue integrar o maior número de interessados para tratar as questões ambientais da
empresa. Avalia os impactos ambientais atuais e futuros, estabelece planos, fixando objetivos e
metas e estabelece os instrumentos para acompanhar e avaliar as ações planejadas e o
desempenho do SGA como um todo.
10

O SGA pode, ou deve, passar por procedimento de certificação ambiental. Quanto a empresa se
submete a um procedimento de certificação ambiental é o seu SGA que será avaliado e
certificado. Procedimentos de certificação, como dito anteriormente, já foi tema de outros
módulos e não será abordados neste momento.

Auditoria Ambiental
Auditorias são instrumentos de múltiplos propósitos e um dos mais antigos. São verificações
independentes, feitas por terceiros. As auditorias com cunho ambientais surgiram na metade do
século XX para avaliar desastres ambientais de grandes proporções. Nos anos 70, tornam-se
instrumentos autônomos de gestão ambiental. Se no começo eram executadas, basicamente ,
para verificar a adequação das empresas à legislação ambiental, passaram, com o tempo a
desempenhar objetivos diversos. Diversas organizações recomendam a realização de auditorias
ambientais de modo regular e sistemáticos (Câmara de Comércio Internacional - ICC, Conselho
da Comunidade Econômica Européia - Emas, ISO 14:000).
ICC, uma ONG dedicada ao comércio internacional define auditoria ambiental como
"instrumento gerencial que compreende uma avaliação sistemática, periódica, documentada e
objetiva do desempenho da organização, da administração e dos equipamentos na salvaguarda
do meio ambiente com vistas a facilitar o controle das práticas ambientais e avaliar a adequação
das políticas ambientais da empresa com as normas legais." BARBIERI, 2011). As auditorias
podem ser empregadas em organizações, locais, produtos, processos e sistemas de gestão
(SGA).

Educação Ambiental Empresarial


É a aprendizagem de como gerenciar e melhorar as relações entre sociedade humana e o
ambiente, de modo integrado e sustentável. Significa aprender a empregar novas tecnologias,
aumentar a produtividade, evitar desastres ambientais, minorar os danos existentes, conhecer e
utilizar novas oportunidades e tomar decisões. Valorizada como ferramenta para a melhoria do
desempenho socioambiental das organizações. É processo de conscientização (ISO 14001).
Enfrenta as barreiras estabelecidas por uma lógica baseada na busca constante do lucro
imediato. Segundo a UNESCO, a educação ambiental é parte da educação como um todo,
indispensável à humanidade na construção dos ideais de paz, liberdade e justiça social, como
também para o desenvolvimento contínuo, tanto das pessoas como das sociedades. Assim, sem
pensar num processo educativo, qualquer projeto, e também os ambientais, podem não ter o
desempenho esperado.
11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADISSI, Paulo José, CARDOSO, Rosangela da Silva; PINHEIRO, Francisco Alves (org). Gestão
ambiental de unidades produtivas. 1.ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2013.

BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 3 ed.
atual e ampliada. - São Paulo : Saraiva, 2011.

BRUNA, Gilda Collet; PHILIPPI JR., Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de Andrade, editores. Curso de
gestão Ambiental. Barueri : Manole, 2004.

DEMAJOROVIC, Jacques; VILELA JR, Alcir. Modelos e ferramentas de gestão ambiental. 3 ed. São
Paulo : Editora Senac, 2013.

Você também pode gostar