Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Governos
Empresa
Sociedade Mercado
GOVERNO
1. Comando e controle – poder de polícia do Estado que limita ou condiciona o uso dos bens, a
realização de atividades e o exercício de liberdades individuais em benefício da sociedade
como um todo. São atividades como fiscalização, licenciamento, multas, prisões, entre
outros.
Tributos: transferem recursos dos agentes privados para o setor público em decorrência
de algum problema ambiental – impostos e encargos. Exemplos: tributos sobre
emissões (França), tributação sobre produtos supérfluos, tributação gradual conforme
impacto ambiental, Ecotaxas (União Européia) etc. Privado → Público.
Princípio Poluidor Pagador: São tributos ambientais que objetivam internalizar os custos
ambientais produzidos pelos particulares. Foram inspirados nos estudos de Arthur Cecil
Pigou, de 1932, sobre externalidades: fenômenos externo ao mercado, que não afeta o seu
funcionamento. Ocorre quando as ações realizadas por alguém provocam impactos sobre o
bem-estar de outras pessoas que não as envolvidas. Ainda segundo a autor, as atividades
produtivas consideram como os custos de produção e distribuição: trabalho, matéria-prima,
energia, depreciação e tecnologia. Só que além destes, podem gerar outros custos que se
não forem pagos pela empresa, recaem sobre a sociedade. São os custos externos ou
sociais, como dano à saúde pública causado por poluição. Assim, os custos totais serão o
somatório dos custos internos mais os externos. Voltando à questão ambiental, a
degradação ou a poluição são externalidades negativas, ou seja, recaem sobre outros
4
agentes que não participaram dos processos de produção e consumo. Seguindo o princípio
poluidor pagador, a política pública vai buscar internalizar os custos sociais decorrentes da
poluição objetivando estimular o poluidor a reduzir os custos, melhorando seu
desempenho. O Estado fica responsável por estabelecer um tributo ao agente poluidor,
usuário ou não de algum serviço público destinado a tratar poluição. O poluidor paga, daí o
nome. Mas nem sempre leva à eficiência empresarial e à diminuição da degradação
ambiental. Vai depender da natureza do mercado: funciona com concorrência, senão os
custos acabam repassados ao consumidor.
SOCIEDADE
Ação de organizações da sociedade civil que atuam na área ambiental, através de denúncias,
formação de opinião pública, pressões políticas, realizações de campanhas educativas, parcerias
com o poder público e empresas para desenvolvimentos de projetos executivos na área ambiental,
cooperação com empresas no desenvolvimento de modelos de gestão ambiental empresarial, entre
outros.
5
MERCADO
Embora o mercado seja uma instituição da sociedade civil, ele exerce tanta influência que
merece destaque. As questões ambientais e sociais passaram a ter influência na competitividade de
mercados e países e acaboram se transformando numa poderosa força indutora de
regulamentações e auto-regulamentações socioambientais em função de:
• Pressão dos investidores: comprometimento da rentabilidade futura da empresa através de
passivos ambientais. Estas questões têm sido tão decisivas que levaram a criação de
diversos indicadores para informar os investidores sobre a situação da empresa sobre
passivos ambientais. Ex: Dow Jones Sustainability Indexes (1999) na Bolsa de Nova Iorque;
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) desenvolvido pela FGV e usado pela BOVESPA
(2005). Estes indicadores buscam criar referências para os produtos financeiros e medir seus
desempenhos baseados no conceito de Empresa Sustentável: aquela que cria valor a longo
prazo aos acionistas ou proprietários e contribui para solução dos problemas ambientais e
sociais. (Crosbie e Knight, 1995).
• Iniciativas voluntárias do setor financeiro que estabelecem critério ambiental para
tomadores de créditos, como a promovida pelo PNUMA, Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente. Para aderir a esta iniciativa, o banco se compromete a com a aplicação do
princípio da precaução, exige respeito à legislação ambiental nacional e local, bem como de
acordos multilaterais ambientais. Em julho de 2006, 160 bancos e segurados de 40 países
tinham aderido à iniciativa.
• Pressão do setor de seguros para que as empresas melhorem seus desempenhos uma vez
que sinistros ambientais, podem assumir proporções vultuosas.
• Consumidores que procuram cada vez mais utilizar produtos e serviços ambientalmente
saudáveis.
• Selos ou rótulos verdes que apostam importância do desempenho ambiental como critério
definidor das escolhas do consumidor. Exemplos: Anjo Azul (Umweltzeichen), Alemanha. Foi
o primeiro a surgir no mundo, em 1977, fruto de uma parceria entre o governo alemão e
entidades independentes; Selo Procel no Brasil.
6
1. Controle da poluição – é uma postura reativa da empresa, na qual ela procura impedir os efeitos
negativos decorrentes da poluição gerada por um dado processo produtivo como resposta aos
instrumentos de comando e controle do poder público ou às pressões da sociedade civil. Tem
caráter corretivo. As exigências da legislação ambiental, ou do órgão ambiental, são vistas como
problemas a serem resolvidos pelos técnicos e operacionais da empresa, sem autonomia decisória.
Visto como custo interno adicional, e são. As soluções são ambientalmente pobres , focadas nos
efeitos e não nas causas. Ex: estações de tratamento de efluentes, filtros, tecnologias end-of-pipe
(final do processo). Ainda tem sua importância na redução do potencial poluidor.
• Projeto para o Meio Ambiente (design for environment) - desenvolvido a partir de 1992
pela Agência Ambiental do Governo Federal Norte-americano (USEPA) e pela American
Eletronic Association, este modelo procura prevenir a poluição e os impactos
ambientais para cada produto e não como estratégia geral da empresa. Assim, as
preocupações ambientais estão presentes desde a concepção dos produtos ou
processos de produção, incluindo distribuição, utilização e descarte. O maior problema
é que o produtos concorrem com outros similares que podem ser mais atrativos em
termos de preço, condições de pagamento e outras considerações não ambientais.
O SGA pode, ou deve, passar por procedimento de certificação ambiental. Quanto a empresa se
submete a um procedimento de certificação ambiental é o seu SGA que será avaliado e
certificado. Procedimentos de certificação, como dito anteriormente, já foi tema de outros
módulos e não será abordados neste momento.
Auditoria Ambiental
Auditorias são instrumentos de múltiplos propósitos e um dos mais antigos. São verificações
independentes, feitas por terceiros. As auditorias com cunho ambientais surgiram na metade do
século XX para avaliar desastres ambientais de grandes proporções. Nos anos 70, tornam-se
instrumentos autônomos de gestão ambiental. Se no começo eram executadas, basicamente ,
para verificar a adequação das empresas à legislação ambiental, passaram, com o tempo a
desempenhar objetivos diversos. Diversas organizações recomendam a realização de auditorias
ambientais de modo regular e sistemáticos (Câmara de Comércio Internacional - ICC, Conselho
da Comunidade Econômica Européia - Emas, ISO 14:000).
ICC, uma ONG dedicada ao comércio internacional define auditoria ambiental como
"instrumento gerencial que compreende uma avaliação sistemática, periódica, documentada e
objetiva do desempenho da organização, da administração e dos equipamentos na salvaguarda
do meio ambiente com vistas a facilitar o controle das práticas ambientais e avaliar a adequação
das políticas ambientais da empresa com as normas legais." BARBIERI, 2011). As auditorias
podem ser empregadas em organizações, locais, produtos, processos e sistemas de gestão
(SGA).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADISSI, Paulo José, CARDOSO, Rosangela da Silva; PINHEIRO, Francisco Alves (org). Gestão
ambiental de unidades produtivas. 1.ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2013.
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 3 ed.
atual e ampliada. - São Paulo : Saraiva, 2011.
BRUNA, Gilda Collet; PHILIPPI JR., Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de Andrade, editores. Curso de
gestão Ambiental. Barueri : Manole, 2004.
DEMAJOROVIC, Jacques; VILELA JR, Alcir. Modelos e ferramentas de gestão ambiental. 3 ed. São
Paulo : Editora Senac, 2013.