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E O PLANETA
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O conceito de gestão ambiental
Podemos definir gestão ambiental como o braço da administração que reduz o
impacto das atividades econômicas sobre a natureza. Ela deve estar presente em
todos os projetos de uma organização, desde seu planejamento e execução até sua
completa desativação.
O gestor ambiental deve ter clareza sobre as três dimensões da sua atuação,
delimitando o espaço, os temas e os agentes que terá à sua disposição.
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Medidas isoladas para o meio ambiente
Segundo Barbieri (2007), as empresas dispõem de três abordagens para cuidar da
natureza: controle de poluição, prevenção de poluição e abordagem estratégica. A
escolha depende da sua visão estratégica e do seu grau de envolvimento com as
questões ambientais, como mostra o Quadro 6.1.
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Primeiro passo: controle de poluição
O estágio mais incipiente da gestão ambiental corresponde às práticas de
controle de poluição.
As organizações costumam lançar mão de recursos tecnológicos para mitigar os
efeitos negativos de seus processos e produtos sobre o meio ambiente. Para isso,
elas contam com dois tipos de tecnologia: a) tecnologia de remediação; e b)
tecnologia end of pipe control (controle no final do processo).
Tecnologia de remediação
Seus cuidados ecológicos se limitam à correção: uma vez ocorrido um acidente
ambiental, é acionado um procedimento para minorar os danos.
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Segundo passo: prevenção de poluição
Felizmente, algumas empresas vêm assumindo uma postura proativa, fazendo
mais do que simplesmente controlar os estragos provocados. Inspiradas pelos
padrões de ecoeficiência, elas modificam radicalmente os seus processos,
evitando a poluição antes que ela seja gerada.
Reduzir é sempre o melhor caminho. Afinal, a diminuição de insumos, resíduos e
consumo energético é um bom sinal: significa que o processo tornou-se mais
eficiente, fazendo mais com menos. Para alcançar essa meta, é preciso substituir
equipamentos e materiais convencionais por outros mais eficazes.
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Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
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Para iniciar a implantação de um SGA, o gestor deve buscar informações sobre as leis
que regem o setor, tomando as medidas necessárias para legalizar as atividades da
empresa.
Depois de compreender a relação entre corporação e meio ambiente, chega a hora
de o gestor formular uma política ambiental — documento que define como a
empresa cuidará do meio ambiente, criando princípios para orientar sua atuação.
Após a confecção da declaração, tem início outra importante etapa: o planejamento.
É nesse momento que o gestor traça metas e identifica o que precisa ser mudado
para conservar o meio ambiente.
Uma vez pronto o planejamento, chega a hora de colocar mãos à obra. Para isso, é
fundamental distribuir funções, designando os responsáveis pela implantação do
SGA.
Por último, o SGA deve discriminar algumas medidas de emergência, ajudando a
empresa a dar respostas rápidas em situações como acidentes ou outros
imprevistos.
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Política ambiental pública
Para conduzir bem as medidas de proteção à natureza, o governo precisa criar
diretrizes básicas, estabelecer metas e contar com um plano de ação.
Aos poucos, após a aprovação de diversas leis para o meio ambiente, tornou-se
possível falar em gestão ambiental pública propriamente dita — isto é, as políticas
integradas que os governos escolheram para cuidar da natureza.
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Política ambiental pública
Implícitos: alcançam os efeitos
Os Estados
ambientais pela via indireta.
Participam
Econômicos
Instrumentos explícitos
O grupo dos instrumentos explícitos abrange as normas voltadas para cuidar
explicitamente da natureza. A legislação ambiental, por exemplo, é um conjunto
de leis voltado exclusivamente para atender às necessidades de conservação
ambiental.
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Instrumentos de comando e controle
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Objetivo Procuram influenciar o comportamento das pessoas e das
organizações em relação ao Meio Ambiente, utilizando medidas
que representam benefícios ou custos adicionais para elas.
Responsabilidade
Estendida do Produtor
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Direito ambiental brasileiro
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1. Princípio do desenvolvimento sustentável: as atividades econômicas devem
ser conduzidas de maneira ecologicamente correta, respeitando os ciclos de
renovação dos recursos naturais.
2. Princípio do poluidor pagador: de acordo com a lei, a empresa culpada pode
ser obrigada a restaurar a área impactada e/ou pagar indenizações pelos
danos provocados.
3. Princípio da prevenção:em vez de só corrigir os danos, as autoridades
passaram a colocar em prática ações preventivas.
4. Princípio da participação: a construção da política ambiental brasileira deve
contar com a participação da sociedade civil.
5. Princípio da ubiquidade: Ubiquidade é o mesmo que onipresença, ou seja, a
capacidade de estar em todo lugar ao mesmo tempo.
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Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981
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Constituição de 1988
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Legislação posterior à CF de 1988
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Impacto ambiental
De acordo com o Artigo 1º da Resolução no 1 do CONAMA, impacto ambiental é:
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, que afetam:
I.a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II.as atividades sociais e econômicas;
III.a biota;
IV.as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e
V.a qualidade dos recursos ambientais.
Mas não foi o poder público o único a se preocupara com a definição de impacto
ambiental. De acordo com a norma ISO 14000, o impacto ambiental compreende
todas as mudanças no meio ambiente — adversas ou benéficas — que resultem da
realização de atividades econômicas.
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Estudo do Impacto ambiental
O EIA é um dos instrumentos mais importantes de um SGA. Além de revelar os efeitos
do empreendimento, ele mostra ao gestor que aspectos devem ser aperfeiçoados, o
que evita o desgaste da imagem da organização perante o público ou mesmo
problemas com as autoridades.
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Para entender a função do EIA é preciso entender as etapas que compõem um
projeto:
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Estudo de impacto ambiental (EIA)
Em geral, o EIA constitui uma etapa anterior à execução do projeto, quando são
estimadas as possíveis implicações de empreendimentos com elevado potencial
de degradação ambiental.
O sucesso do EIA não é à toa: a realização do estudo é importante não apenas
para o poder público — responsável pelo monitoramento da qualidade ambiental
—, mas também para a própria iniciativa privada, que precisa avaliar
continuamente a eficácia e o impacto dos seus produtos e serviços sobre o meio
ambiente.
Há, no entanto, uma certa confusão em relação à nomenclatura de Estudo de
Impacto Ambiental (EIA, Constituição 1988 artigo 225) e Análise do Impacto
Ambiental (AIA, Lei 6938/1981). Segundo Barbieri (2007), a AIA é apenas um
componente do estudo. Ela corresponde à etapa em que os impactos são
identificados e mensurados. O EIA, por sua vez, não fica restrito à avaliação; ele
abrange também o estudo de tecnologias alternativas e outras medidas para o
controle e prevenção dos efeitos negativos sobre o meio ambiente.
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Estudo de impacto ambiental (EIA)
Componentes indispensáveis de um EIA, conforme Resolução 237 do CONAMA,
artigo 1º. Inciso III:
• relatório ambiental;
• plano e projeto de controle ambiental;
• relatório ambiental preliminar;
• diagnóstico ambiental;
• plano de manejo;
• plano de recuperação de área degradada; e
• análise preliminar de risco.
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Para padronizar o conteúdo do estudo do impacto ambiental, o artigo 6º da
Resolução no 1/1986 do Conama estabelece quatro atividades técnicas
indispensáveis: i) o diagnóstico ambiental; ii) análise dos impactos ambientais do
projeto; iii) discriminar as ações mitigadoras dos impactos negativos; e plano de
monitoramento.
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Relatório de impacto ambiental (Rima)
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Outros estudos e relatórios ambientais
Para ganhar licença no território paulista não basta apresentar o EIA/Rima.
Antes de elaborar esses documentos, é necessário apresentar o Relatório
Ambiental Preliminar (RAP).
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Licenciamento ambiental
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo pelo qual os órgãos
ambientais, em sua área de competência, autorizam (OU NÃO): a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental (Resolução CONAMA 237/97).
Para o empreendedor, essa etapa favorece o aperfeiçoamento do negócio, pois leva-o a
planejar de antemão ações de mitigação e programas de monitoramento ambiental.
É preciso lembrar que só as atividades com potencial poluidor elevado precisam se
submeter ao processo de licenciamento.
Dependendo da natureza do empreendimento, as autoridades podem solicitar a
substituição do EIA/Rima por estudos mais compatíveis com o licenciamento das
atividades em questão. Aliás, até a escolha do órgão competente varia de acordo com o
empreendimento.
Antes de conceder a licença ambiental, o Ibama consulta o parecer técnico de órgãos
ambientais dos estados e municípios onde o empreendimento será desenvolvido.
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Etapas do licenciamento ambiental
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Nos casos em que o licenciamento está bem encaminhado, o órgão ambiental
pode conceder a licença prévia (LP), documento que aprova a localização e a
concepção do planejamento ainda em sua fase preliminar.
Se tudo correr bem, o empreendedor receberá a licença de instalação (LI).
Após verificar o cumprimento das exigências, o órgão ambiental pode deferir o
pedido, liberando a licença de operação (LO).
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Se julgar necessário, o órgão público pode fazer novas exigências no ato de
renovação, cobrando outros ajustes por parte dos proponentes. Aliás, de acordo
com o artigo 19 da Resolução do Conama no 237/1997, a licença pode ser
suspensa ou até cancelada quando forem identificados os seguintes cenários:
violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;
omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a
expedição da licença;
superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
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Produção mais limpa
Pressionada pelas reivindicações ambientalistas, a Onudi criou o conceito de
Desenvolvimento Industrial Ecologicamente Sustentável (Dies). Seu objetivo era
estabelecer um padrão de industrialização que equilibrasse os interesses do mundo
dos negócios com as necessidades das gerações de hoje e do futuro. O Dies buscou
incentivar a criação de práticas industriais que mantivessem a lucratividade do
empreendimento sem perder de vista os cuidados com a sociedade e o meio
ambiente.
Em 1990, foi o Pnuma que trouxe uma importante contribuição para o debate
ambiental ao definir o conceito de Produção mais Limpa (PmaisL). De acordo com o
braço da ONU para o meio ambiente, as empresas precisam levar em conta todas as
etapas da cadeia produtiva e do ciclo de vida do produto na hora de avaliar seu
desempenho.
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Ecoeficiência
A gestão ecoeficiente aproveita ao máximo o potencial dos recursos e aposta no
seu reaproveitamento, por meio, principalmente, do reuso e da reciclagem.
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