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1. O estudante:
Nome: Francisco Manuel Zeca
Curso: Direito Código do Estudante: 51190270
Ano de Frequência: 2º /2020
2. O trabalho
Trabalho de Direito Comunitário Código da Disciplina:
Nº de Páginas: (22)
Tutores:
3. A correcção:
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Direito Comunitário Outubro 2020.
Instituto Superior de Ciências de Educação à Distância
Chimoio
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Direito Comunitário Outubro 2020.
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
TEMA ...................................................................................................................................... 6
JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 6
OBJETIVOS ............................................................................................................................. 6
METODOLOGIA ..................................................................................................................... 7
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ............................................................................... 8
ETAPAS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA ......................................................................... 14
Zona de Preferências Tarifárias ............................................................................................... 15
Zona de Livre Comércio ......................................................................................................... 15
União Aduaneira ..................................................................................................................... 16
Mercado Comum .................................................................................................................... 16
União Econômica e Monetária ................................................................................................ 17
VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO ECONÓMICA ............................................................... 17
CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 20
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 22
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Direito Comunitário Outubro 2020.
INTRODUÇÃO
A trajetória do processo de integração em África tem sido marcada por reformas para
adaptação às alterações sempre dinâmicas na política mundial e no sistema
internacional. Com efeito, as suas origens radicam no pan-africanismo, fundamento
ideológico que votou a unidade como instrumento essencial para a descolonização do
continente. Aliás, o Sistema colonial também se serviu da integração como meio de
facilitar a administração das regiões ocupadas próximas umas das outras. Cita-se, como
exemplo, o caso da SACU (Southern Africa Customs Union), a mais antiga União
Aduaneira existente, criada em 1910 e integrando a África do Sul, o Botswana, a
Namíbia e o Lesotho. O pan-africanismo, salvo resquícios, tem na criação
da Organização da Unidade Africana (OUA) e na descolonização a coroa das suas
realizações. A OUA, fundada em 25 de Maio de 1963, (re)tomou a integração como
estratégia no domínio das relações económicas africanas para o desenvolvimento
económico e argumento protetor das indústrias nascentes (?) e para alcançar a
autossuficiência, pela via da substituição das importações. O Plano de Ação de Lagos
(1980) e o Tratado de Abuja (1991) constituem dois documentos de referência no
processo de integração económica Africana, tendo os líderes na altura optados pelo
paradigma endógeno, autêntico e autónomo.
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Direito Comunitário Outubro 2020.
Entretanto, pouco se avançou pela via endógena dada à falta de meios financeiros e
técnicos, não obstante os Programas de Ajustamento Estrutural (PAE) do FMI que,
na opinião de muitos, dificultaram o sucesso desta visão.
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TEMA
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
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METODOLOGIA
Para podermos avançar com a definição dos métodos a serem adotados no presente
trabalho de campo (pesquisa), quero antes fazer uma breve distinção entre método e
metodologia.
Segundo Richardson (2007, p.22) “Método, vem do grego méthodos (meta = além de,
após de + ódos = caminho). Portanto, seguindo a sua origem, método é o caminho ou
maneira para chegar a determinado fim ou objectivo, distinguindo-se assim, do conceito
de metodologia, que deriva do grego methodos (caminho para chegar a um objectivo) +
logos (conhecimento). Assim, a metodologia são os procedimentos e regras utilizadas
por determinado método.” Richardson (2007, p.22).
Etapas
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DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
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continente rico em recursos naturais, com um mosaico étnico-cultural diversificado,
embora ofuscado pelo subdesenvolvimento, pobreza, endemias, conflitos e corrupção.
A trajetória do processo de integração em África tem sido marcada por reformas para
adaptação às alterações sempre dinâmicas na política mundial e no sistema
internacional. Com efeito, as suas origens radicam no pan-africanismo, fundamento
ideológico que votou a unidade como instrumento essencial para a descolonização do
continente. Aliás, o Sistema colonial também se serviu da integração como meio de
facilitar a administração das regiões ocupadas próximas umas das outras. Cita-se, como
exemplo, o caso da SACU (Southern Africa Customs Union), a mais antiga União
Aduaneira existente, criada em 1910 e integrando a África do Sul, o Botswana, a
Namíbia e o Lesotho.
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Entretanto, pouco se avançou pela via endógena dada à falta de meios financeiros e
técnicos, não obstante os Programas de Ajustamento Estrutural (PAE) do FMI que,
na opinião de muitos, dificultaram o sucesso desta visão.
O fim da Guerra Fria e a globalização que se lhe seguiu mudou a visão dos líderes para
uma integração de paradigma exógeno, havendo necessidade de inserir a África na
economia global e competir com os parceiros internacionais, sob pena de continuar
marginalizada. Com a reforma institucional, a União Africana (UA), substituta da OUA,
recebeu o mandato de acelerar o ritmo da integração através da NEPAD, munindo-se
também de instituições financeiras como o Banco Central Africano, o Fundo
Monetário Africano e o Banco Africano de Investimentos. A UA inspira-se na UE
em quase tudo, exceto no modelo de integração, pois, prefere o modelo
intergovernamental, em detrimento do supranacional em que as decisões emanadas pela
Organização têm vinculação direta na ordem jurídica interna dos Estados membros.
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países africanos debatem-se com problemas de dívida externa, pobreza, corrupção,
endemias, e têm nas receitas aduaneiras também a fonte para os seus orçamentos.
O panorama acima exposto suscita algumas questões para reflexão: A endógena foi
demasiado radical e utópica ou a exógena demasiado altruísta e ingênua? Com o porvir
da “nova ordem mundial” no pós-COVID-19, que mais reformas se impõem, se sim, no
processo de integração em África?
Da História certamente se pode tirar lições importantes que podem ajudar a África a
erguer-se do “berço”. Não será demasiado recordar que a política internacional é regida
pelos interesses dos Estados, “egoístas racionais” na visão dos realistas. Porque a união
faz a força, torna-se necessário e imperioso que a unidade africana se realize nos marcos
da integração que, não sendo necessariamente feita nos moldes da UE, dela pode tirar
lições úteis. Ademais o caminho faz-se caminhando.
É certo que o processo acarreta custos e algumas desvantagens, e que alguns sinais
vindos de blocos económicos mais avançados como a UE sejam pouco animadores. Mas
o sucesso exige focalizar e visualizar benefícios mais do que os receios, criar sinergias e
transpor desafios.
Quando a quarentena passar e chegar o mundo novo pós-COVID-19, a África deverá ser
um player com um novo papel no cenário internacional, unida, dinâmica, motivada,
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inspirada na memória dos clássicos pan-africanistas, Kwame Nkrumah, Sekou Touré,
Julius Nyerere, para citar alguns, e no moderno pan-africanismo encarnado no discurso
profético do Professor Patrick Loch Otieno Lumumba e nos corajosos exemplos de
Paul Kagame e Andry Rajoelina, dentre tantos que se espera.
A análise permite nos perceber que a União Econômica e Monetária da África Ocidental
(UEMAO) possui uma ligeira vantagem sobre o resto do grupo, com exceção da
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que se fortaleceu com a
entrada da África do Sul. De acordo com Perspectivas Econômicas na África (2012), na
África Ocidental foram reforçados os laços entre a CEDEAO e a União Econômica e
Monetária da África Ocidental (UEMOA). As duas instituições têm um programa
comum de liberalização econômica e de convergência de políticas macroeconômicas.
Na África Central, a CEEAC e a Comunidade Econômica e Monetária da África Central
(CEMAC) estão reforçando os laços mútuos, com o objetivo de harmonizarem os seus
programas. A CAO e a COMESA assinaram um memorando de entendimento para
impulsionar a harmonização de políticas e programas. A COMESA e a SADC
lançaram, igualmente, atividades conjuntas. Estes aspectos demonstram um esforço
conjunto dos lideres da União Africana em acelerar os esforços para remover os
obstáculos que ainda criam barreiras à criação de uma área de comércio livre no
continente. A Comissão da União Africana e outras organizações têm emitido
recomendações para o crescimento do comércio intra-africano e para acelerar a área de
livre comércio, objetivos apoiados pela União Africana. De igual modo, a União
Africana, juntamente com estas entidades regionais por ela reconhecidas, está
trabalhando a fim de enfrentar os problemas através da eliminação de barreiras
comerciais, do reforço da integração econômica, da promoção da livre circulação de
pessoas. Além disso, a própria UA, os agrupamentos regionais e os governos nacionais
estão tentando melhorar e reforçar os mercados financeiros na escala continental, a
União Africana está trabalhando na criação do Banco Africano de Investimento (BAI),
do Banco Central (BCA) e do Fundo Monetário Africano (FMA). Ainda de acordo com
Perspectivas Econômicas na África (2012), a União Africana lançou o Programa
Mínimo de Integração (PMI), onde são definidas áreas prioritárias em relação às quais
as comunidades econômicas regionais podem reforçar a cooperação e beneficiar das
vantagens comparativas da integração. De acordo com Fernandes (2011), quando se fala
da marginalização e em especial, no caso da África, no comércio internacional,
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geralmente tal referência diz respeito ao tratamento desigual que o continente recebe no
comércio mundial. Neste aspecto, o autor salienta que os países africanos ocupam uma
posição de extrema marginalização. Conforme o autor, não se trata, no entanto, de
ignorar o beneficio que a participação no comércio global acarreta no desenvolvimento
dos países. Nesta ótica, não podemos ignorar o fato de que a África consome o que não
produz e produz o que não consome. Assiste-se, desse modo, uma desregulamentação
das trocas comerciais e além das restrições ao comércio existe também grandes
debilidades nas questões de cunho ambiental. Não obstante as dificuldades acima
mencionadas, segundo Mourão (1997) não há como negar a existência de potenciais a
serem explorados com a expansão do comércio no continente. É o caso da possível
triangulação envolvendo os espaços regionais do MERCOSUL, da SADC e da EU,
centrada em torno de interesses que sejam reais e complementares dos três potenciais
parceiros regionais. Feitas as reformas políticas e econômicas e criadas as condições
que garantam a paz e assegurem a estabilidade necessárias ao investimento, o World
Bank prevê que o nível de crescimento para o continente poderá ser duplicado. De
acordo com a mesma fonte, economias da África Subsaariana continuarão crescendo a
uma média superior a 5% em 2011, com a expectativa de chegar a quase 6% em 2012,
devido às intervenções pontuais para estimular a produção em vários países.
Atualmente, a África constitui uma nova fronteira de oportunidades, além de abrigar
algumas das economias que mais crescem no mundo. Nas palavras de Ribeiro: “ao
voltar suas economias para fora, os países africanos têm como explorar e se
beneficiarem do crescimento e da elevada demanda produzida pelas economias
emergentes, particularmente pela China, pela Índia e mesmo pelo Brasil, que oferecem
grandes oportunidades para o aumento de suas exportações” (RIBEIRO, 2007 P.10). A
partir desta perspectiva, é interessante analisarmos alguns dados, especialmente em
relação ao engajamento da África com os BRICS. Segundo a ICTSD (2012), a taxa de
crescimento do comércio dos BRICS com a África ultrapassou aquela do agrupamento
com o restante do mundo, bem como a média de crescimento do comércio global.
Particularmente no que se refere ao caso de Índia e China, o intercâmbio com a África
responde por 2,6% e 2,3% de seu produto interno bruto (PIB), respectivamente. Quanto
ao Brasil, esse percentual corresponde a 1,7% e, no que diz respeito à Rússia, a 0,5%.
Nesses termos, a África do Sul é o integrante do agrupamento que apresenta o comércio
mais intenso com o continente, tendo registrado, em 2010, fluxo comercial superior a
3% de seu PIB (INTERNATIONAL CENTRE FOR TRADE AND SUSTENAIBLE
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DEVELOPMENT – ICTSD, 2012). O intercâmbio do continente com a África do sul
merece um destaque especial pelas características especiais desse país e pelo seu
poderio frente aos vizinhos africanos. De acordo com ICTSD (2012), durante a crise
financeira, no período 2008- 2009, o comércio total entre a África do Sul e a África
decresceu 24%, passando de US$ 21,2 bilhões em 2008 para aproximadamente US$ 16
bilhões em finais de 2009. Contudo, no ano seguinte, verifica-se uma recuperação de
17% no comércio sul africano com o continente, que atingiu US$ 18,8 bilhões.
Entretanto, cabe salientar que esse intercâmbio comercial está concentrado em poucos
países: Nigéria (35%), Angola (32%) e Moçambique (8%) compõem 75% das
importações da África do Sul, enquanto Zimbábue (17%), Moçambique (16%) e
Zâmbia (14%) representam aproximadamente 47% das exportações. Outro parceiro
importante para o continente é a China, o maior externo à África. O comércio com os
chineses passou de US$ 3,5 bilhões em 1990 para mais de US$ 120 bilhões em 2010, o
que corresponde a cerca de dois terços do total comercializado pela África com os
BRICS.
A integração regional em África foi sempre o principal objectivo dos Países africanos
desde a criação da então Organização da Unidade Africana (OUA). Grande número de
declarações foi feito pelos Estados Membros para impulsionar o processo de integração
em África. De igual modo, o Tratado de Abuja, o Plano de Acção de Lagos, o Fórum
Africano do Sector Privado, entre ouros, enfatizaram a necessidade de promover a
integração regional em África. O Tratado de Abuja, assinado em 3 de Junho de 1991 e
entrado em vigor em 12 de Maio de 1994 estipula que os Estados Africanos deverão
consentir esforços para fortalecer as Comunidades Económicas Regionais (CERs),
particularmente na coordenação, harmonização e na progressiva integração das suas
actividades de forma a permitir a criação da Comunidade Económica Africana, a qual se
tornará operacional durante um período de transição de 34 anos, subdivididos em seis
etapas distintas. Resumidamente, os objectivos maiores foram, entre outros, os de
promover o desenvolvimento económico, social e cultural e a integração das economias
africanas de força a fortalecer a autoconfiança económica bem como promover um
desenvolvimento endógeno e auto sustentado e coordenar e harmonizar as políticas
entre as existentes e futuras comunidades económicas como forma de encorajar a
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criação da Comunidade. 15. Em 9 de Setembro de 1999, os Chefes de Estado e de
Governos da então OUA aprovaram uma Declaração (Declaração de Syrte) apelando
para a criação da União Africana com o objectivo, inter alia, de acelerar o processo de
integração no continente para permitir-lhe jogar o papel de direito na economia global e
ao mesmo tempo tratar dos multifacetados problemas políticos, económicos e sociais
tais como caracterizados nos certos aspectos da globalização. 16. Durante a Segunda e
Terceira Conferências dos Ministros Africanos da Integração, realizadas em Kigali em
Junho de 2007 e Abidjan 2008, respectivamente, várias recomendações foram
aprovadas.
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O melhor exemplo de uma ZLC em funcionamento é o NAFTA (Acordo de Livre
Comércio da América do Norte), firmado em 1994 entre os Estados Unidos, o Canadá e
o México. A ALCA deverá resultar, uma vez concluídas as negociações para sua
conformação, na maior ZLC do mundo, estendendo-se do Alasca à Patagônia e
somando uma população de cerca de 780 milhões de pessoas e um PIB de 9,7 trilhões
de dólares;
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(investimento) ou saída (remessa de lucros ou dividendos). Além disso, o Mercado
Comum pressupõe a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais.
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b) Oportunidades de emprego As várias opções disponíveis de integração económica
ajuda a liberalizar e encorajar o comércio. Isto provoca expansão no Mercado devido ao
grande capital investido na economia do País. Isto cria mais oportunidades para
emprego de pessoas de toda a parte do mundo. Eles se movimentam assim de uma parte
do mundo a outra a procura de emprego ou na perspectiva de melhor ser pago. Tal como
a integração económica encoraja a liberalização do comércio e conduz a expansão do
Mercado, mais investimento para o país e maior difusão da tecnologia faz criar mais
oportunidades de emprego para as pessoas se deslocarem de um País a outro para
encontrar emprego ou melhores salários. Por exemplo: as indústrias que requerem a
maioria de mão-de-obra não qualificada tendem a transferir a produção para os Países
com salário mais baratos no quadro de uma cooperação regional.
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CONCLUSÃO
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sucedido pelo Moçambicano Joaquim Chissano em cimeira havida em Maputo em
2003. Sendo assim, cada bloco econômico estabelece suas normas, que evidenciam sua
evolução, tornando-os estáveis e com credibilidade quanto a terceiros.
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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Rocha. Blocos Econômicos e Integração da América Latina, África e Ásia. Ed. Juruá,
2006
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