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2º Ano
Tema
Armando Gota
Quelimane 2020
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Instituto superior de ciências e educação a distância (ISCED)
2º Ano
Tema:
Discente: Tutor:
Quelimane 2020
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Índice
Índice…………………………………………………………………………. 3
Resumo………………………………………………………………………...4
Introdução……………………………………………………………………. .5
Surgimento da união africana……………………………………………….... 6
Integração institucional e coordenação………………………………………...7
Etapas da integração económicas………………………………………….…...8
Objetivos da união africana………………………………………….………....8
As implicações da criação da UA nas relações africanas\ EU………………..10
UA, fragilidade estatal e as contradições do estado………………………….11
Nepad…………………………………………………………………………15
Protocolo de Maputo………………………………………………………….16
Conclusão…………………………………………………………….……….18
Referências bibliográficas…………………………………………………..…19
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Resumo
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Introdução
O presente trabalho da cadeira do direito comunitário tem como seu tema “modelo jurídico e
institucional da UA para a integração económica”, sendo o tem supra pretende duma forma
resumida e clara incutir na mente do cursante de direito os conhecimentos sobre o surgimento da
união africana UA, seus princípios básicos, seus fundadores assim como seus objetivos.
Em poucas palavras a união africana foi criada para substituir a OUA.
O promotor da união africana foi o Muhammad Khadafi que na altura era considerado como
líder Líbio.
A substituição da OUA teve como ponto inicial o desajustamento de alguns dos seus objetivos,
como o da defesa da independência dos países africanos colonizados e o da luta contra toda e
qualquer manifestação de colonialismo ou neocolonialismo, face ao atual contexto histórico-
político dos seus estados-membros.
Indo no contexto mundial a UA era para colocar o continente africano no patamar económico
mundial, alem disso tinha seus objetivos internos que è resolver prolemas sociais, económicos e
políticos dos países africanos.
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1-Desenvolvimento
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igual ou superior a 5% em 2013 (Tabela 1), mostrando que a crise internacional restringiu, mas
não estancou, o crescimento do continente. As economias exportadoras de petróleo, notadamente
Guiné Equatorial, Angola, Nigéria e Sudão, estão entre aquelas que mais cresceram na última
década, refletindo a importância do ciclo de expansão do preço do petróleo para o bom
desempenho econômico do continente.
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primários; no aprimoramento institucional proveniente do aumento das negociações e das
soluções de conflitos e; por fim, na contribuição para a melhoria no bem-estar das populações.
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Realizar maior unidade e solidariedade entre os países e povos de africa;
Respeitar a soberania integridade territorial e independência dos seus estados membros;
Acelerar a integração política e sócio económica do continente;
Promover e defender posições africana comum sobre as questões de interesses para o
continente e os seus povos;
Encorajar a cooperação internacional tendo devidamente em conta a carta das Nações
Unida e a declaração dos Direitos do homem.
Promover a paz a segurança e estabilidade no continente;
Promover os princípios e as instituições democráticas a participação popular e a boa
governa;
Promover e proteger os Direitos do homem e dos povos em conformidade com a carta
africana dos Direitos do homem e dos povos e dos outros instrumentos relativos ao
Direito do homem.
A UA é constituída por uma Assembleia de chefes de Estados e de governo ou Conferencia da
União, o principal órgão, um Conselho Executivo que junta os Ministros dos Negócios
Estrangeiro, o Parlamento pan-africano, o tribunal de Justiça, A comissão, que substitui o cargo
de secretário-geral e um Comité dos Representantes, constituído por Embaixadores (os Comités
técnicos especializados, o Conselho Económico, Social e Cultural e as Instituições financeiras).
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Proibição do uso da força ou da ameaça entre os Estados membros da união;
Não ingerência de qualquer estado membro da união nos assuntos internos de outros;
Direito da união intervir num estado membros em conformidade com uma decisão da
conferência em situações graves.
Segundo Ianni (1996), o término da Guerra Fria simbolizou não apenas o fim do cenário
internacional dividido entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), mas também
inaugurou uma fase de intensa difusão dos valores socioculturais estimados pelo Ocidente.
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De modo geral, se no âmbito político a democracia passava a ser o modelo que os países
deveriam adotar, no plano econômico, a vitória do capitalismo sobre o socialismo criava um
cenário propício à disseminação do neoliberalismo e seus condicionantes, tais como o fim de
possíveis barreiras à globalização financeira, a diminuição da participação do Estado na
economia, a intensificação nos processos de privatizações de empresas estatais, e a valorização
do livre mercado e do livre-comércio.
A historiografia africana deteta o século XXI como uma fase em que surgem novas perguntas
para o continente. Ao redor do mundo, na década de 1990, as regiões passavam por
modificações: a Europa assinava o Tratado de Maastricht para inaugurar um novo momento da
história de integração do continente, a Ásia se reorganizava no pós-Guerra Fria com algumas
economias ocidentalizadas e a América Latina via a retomada da integração regional com
organizações como o Mercosul, transformações estas explicadas pela globalização e em parte
pela ideia de superar o Estado-Nação criando espaços diferenciados. Para a África, sobretudo, a
ordem que nasceu apresentou um desafio, ou melhor, resgatou uma luta anterior e reafirmou uma
vontade comum dos povos africanos.
Ainda nos anos 1990, Nyang’oro e Shaw (2000) indicam que no decorrer desta década diversos
países entraram em uma fase de crescimento econômico e em um processo de financiamento da
economia, refletidos através da criação de bolsas de valores. Além destes fatores econômicos, o
continente também passava a ser palco de transformações políticas, como o fim do apartheid na
África do Sul; a diminuição, isolamento ou fim de ditaduras e o surgimento de eleições
democráticas multipartidárias). Portanto, diferentemente dos anos iniciais da década de 1990,
quando o mundo passava por transformações e a África era vista como estática, imbuída nos
desafios anteriormente indicados, e distante da globalização econômica, no final deste período o
que se via era um continente entrando em uma fase de renascimento, mas comumente conhecido
Como Africa Renaissance.
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poderiam ser usados para construir o edifício político continental. Assim, a então OUA, (agora
UA) através de uma resolução da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo em 1964 adotou
as fronteiras coloniais existentes e não impeliu sua renegociação como base para a busca da
unidade continental.
Embora os estados Africanos tenham sido criados para satisfazer os interesses europeus,
nomeadamente a busca de domínio político-económico, o avanço de seus interesses econômicos,
a manutenção da crença psicológica da relevância imperial e a busca pelo poder, os líderes
africanos argumentaram que reajustar as fronteiras coloniais herdadas seria contraproducente,
pois poderia potencialmente levar a conflitos evitáveis. Alguns estudiosos racionalizaram a
posição da UA (então a OUA) sobre as fronteiras coloniais em três bases, a saber:
Razões pragmáticas;
Razões ideológicas; e
A racionalidade política e alegaram que a justificativa para a linha de ação da UA estava
quase na ausência de conflitos interestaduais.
A fragilidade contemporânea associada aos estados africanos originou- se da cristalização
evolutiva das contradições do Estado colonial e, portanto, apela ao questionamento da decisão
histórica da UA em 1964 de preservar as fronteiras coloniais. De fato, essa decisão refletiu uma
contradição séria que é difícil de situar. A então OUA foi um produto de compromisso que
tentou harmonizar as posições extremas dos grupos Brazzaville, Casablanca e Monróvia, que
oscilou entre a criação imediata dos Estados Unidos da África com o Governo Central Africano
(ACG) e o gradualismo baseado no forjamento da unidade continental após a consolidação do
estatal. O surgimento da OUA foi uma renúncia tácita à proposta do ACG. Assim, o caminho
mais natural para a OUA, tendo em vista os seus principais objetivos, especialmente a promoção
da unidade e solidariedade entre os estados Africanos e a erradicação de todas as formas de
colonialismo no continente, teria sido trabalhar no sentido de reexaminar a condição de estado a
partir da perspetiva das fronteiras coloniais como um meio de remover a base para futuras
tensões.
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A transformação da OUA em UA em Julho de 2001 foi uma resposta direta às deficiências da
OUA e à necessidade de fortalecê-la para enfrentar os desafios da globalização. A UA difere
significativamente da OUA de várias maneiras:
Primeiro, declara respeito pelos princípios democráticos e denuncia métodos não
democráticos de mudança de governo;
Segundo, reduz a barreira à não ingerência nos assuntos internos de todos os Estados
membros;
Terceiro, atribui à si a responsabilidade de proteger, estabelecendo medidas para a ação
coletiva em circunstâncias graves, como guerras, genocídio e crimes contra a
humanidade;
Em quarto lugar, governos legítimos podem solicitar intervenção se estiverem sob
ameaça de um golpe militar;
E por fim, estabelece instituições de boa governança, como o parlamento comum, o
Banco Central e uma corte de justiça modelada com base na União Europeia.
Como na época em que a UA surgiu, quase todas as partes da África estavam envolvidas em
variados graus de desafios políticos, econômicos e de segurança. Os conjuntos de fragilidade do
Estado não compreendem apenas a incapacidade do Estado de providenciar o ambiente propício
ao desenvolvimento, mas se estende à natureza do sistema econômico global, especialmente o
status periférico dos estados Africanos.
O maior problema enfrentado pela UA é como quebrar a armadilha da fragilidade na África.
O caso do Mali também forneceu uma reviravolta sobre a facilidade com que um país poderia
passar da estabilidade para a fragilidade (OECD 2012). Antes do golpe militar que mergulhou o
Mali na crise, o país foi apresentado como um epítome da consolidação democrática, tendo
realizado repetidas eleições (Kim 2013). A fragilidade do Estado na África é um produto de
fatores internos e externos.
Fatores internos incluem:
Crises étnicas-religiosas,
Terrorismo,
Pobreza,
Corrupção,
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Intolerância política,
Inoperatividade,
Ou fraca aplicação do estado de direito e
Instabilidade política gerada pela desesperança política, entre outros.
No nível externo, há fatores como o sistema capitalista global desfavorável, a proliferação de
armas leves, o domínio férreo das antigas potências imperiais em suas antigas colônias, como
exemplificado pelo padrão de regionalização econômica e por guerras por procuração.
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forma de sanção à Líbia, por mais simbólica que fosse, ao longo dos nove meses do conflito na
Líbia (Kasaija 2013). De fato, a UA estava fortemente dividida, com alguns países reconhecendo
os rebeldes e outros em cima do muro.
o NEPAD
A UA baseada no modelo da união europeia (mais atualmente com atuação mais próxima a
Commonwealth) ajuda na promoção da democracia Direitos humanos e desenvolvimento em
África, especialmente no aumento de investimento estrangeiro por meio de um programa
denominado NEPAD.
NEPAD é a sigla de New Partnership for África's Development ou, em português, Nova Parceria
para o Desenvolvimento da África.
NEPAD é um programa da União Africana que materializa a visão holística desenvolvida pelos
líderes Africanos numa moldura de parceria entre os países Africanos com o objetivo de
promover o desenvolvimento sustentável de África.
Filosofia Política A NEPAD quer estancar a marginalização da África no processo de
globalização e promover o papel das mulheres em todas as atividades.
Objetivo Geral da NEPAD è Promover uma nova dinâmica ao desenvolvimento de África,
reduzir o fosso existente entre o continente Africano e os países desenvolvidos.
Objetivo de Longo Prazo de NEPAD
Promover a paz, a estabilidade política e a democracia;
o Protocolo de Maputo
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Protocolo de Maputo é um diploma aprovado em Julho de 2003, pela Assembleia da União
Africana, em Maputo. O protocolo garante, por exemplo, a todas as africanas cujos governos
serão signatários, a idade mínima do casamento com 18 anos. Estipula igualmente em matéria de
casamento, que nenhuma união poderá ser concluída sem o pleno consentimento das duas partes.
A monogamia é nele encorajada como forma preferível de casamento" e o protocolo garante aos
dois cônjuges a escolha, de comum acordo, do seu regime matrimonial e do seu local de
residência. Confere igualmente à mulher, durante o casamento, o Direito de adquirir bens
próprios, administrar e geri-los livremente.
No que concerne ao divórcio, estabelece que os homens e as mulheres gozam dos mesmos
Direitos em caso de separação de corpos, divórcio e anulação do casamento e garante que estes
casos de rutura devem ser decididos por via judicial.
O protocolo de Maputo garante, por outro lado, que o homem e a mulher têm o mesmo Direito
de pedirem a separação de corpos, divórcio ou anulação do casamento. Logo que seja concedido
pelo juiz, a mulher e o homem têm o Direito à partilha equitativa dos bens comuns adquiridos
durante o casamento. Em caso de viuvez, o protocolo de Maputo proíbe que a viúva seja
submetida a algum tratamento desumano, humilhante ou degradante. Garante que após o
falecimento, a viúva torna-se de imediato o responsável pelos seus filhos, salvo se isto for
contrário aos interesses e ao bem-estar destes filhos. Está também garantido à viúva o Direito de
se casar novamente com o homem da sua escolha.
Em matéria de Direito de sucessão, o protocolo de Maputo estabelece que como os homens, as
mulheres têm o Direito de herdar os bens dos seus parentes, em partes equitativas.
A viúva também tem Direito a uma parte equitativa na herança dos bens do seu cônjuge. Tem o
Direito, independentemente do regime matrimonial, de continuar a viver no teto conjugal.
Em caso de um novo casamento, conserva este Direito caso a casa lhe pertença ou lhe fosse
atribuída como herança.
O protocolo de Maputo insta os Estados membros a proibirem, com medidas legislativas
acompanhadas por sanções, a escarificação e todas as formas de mutilações genitais femininas,
incluindo a sua medicação e atividades paramédicas afins, bem como todas as outras práticas
nefastas. Em caso de conflitos, o protocolo insta os Estados a protegerem as mulheres pedintes
de asilo, refugiadas, repatriadas ou deslocadas, contra todas as formas de violência, o estupro e
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outras formas de exploração sexual, bem como certificarem de que tais violências são
consideradas como crimes de guerra, genocídio e ou crimes contra a humanidade e que os seus
autores são processados judicialmente.
No plano social, o protocolo de Maputo recomenda aos seus Estados membros a promoverem a
igualdade em matéria de emprego e o Direito a uma remuneração igual entre os homens e
mulheres para empregos de valor igual.
Recomenda finalmente aos Estados para tomarem medidas para combaterem a exploração e a
utilização de mulheres para fins de publicidade de carácter pornográfico ou degradante para a sua
dignidade.
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o Conclusão
A União Africana foi criada a 11 de Julho de 2000 para substituir a Organização da Unidade
Africana OUA, fundada a 25 de Maio de 1963. O projeto foi lançado, em 1999, em Sirte, pelo
líder líbio Muhammar Khadaffi que convidou os participantes a criar a instituição, com base no
modelo da União Europeia e do Nafta (Acordo de Comércio Livre da América do.
A integração económica é uma prioridade dos líderes africanos conforme proposta da UA. O
diagnóstico principal é que a integração é um importante motor para o crescimento econômico,
para a redução da pobreza e para o desenvolvimento da África em geral.
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Referências bibliográficas.
CAMPOS, J. M., (1997) - Direito Comunitário, O Direito Institucional Vol. I, 8ª ed., Lisboa.
DÖPCKE, W. (2002), Há salvação para a África, Thabo Mbeki e seu New Partnership for
African Development.
FERNANDES, J. A. (2009), Integração para o desenvolvimento da África: a fusão de blocos
Economicos Ijuí: Editora Unijuí.
RIBEIRO, C. O. (2008), “União Africana: possibilidades e desafios”. IN: Conferência Nacional
de Política Externa e Política Internacional .
Manual de direito comunitário da ISCED.
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