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BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
ARTIGO 2
Resolução n.° 30/2006:
Os artigos 168,185,1143,1232 e 1239 do Código Civil, aprovado
Ratifica o Acordo de Crédito celebrado entre o Governo pelo Decreto-Lei n.° 47344, de 25 de Novembro de 1966 ê posto em
da República de Moçambique e o Banco Islâmico
vigor em Moçambique pela Portaria n.° 22869, de 4 de Setembro,
de Desenvolvimento.
passam a ter a seguinte redacção:
"ARTIGO 1 6 8 "
CONSELHO DE MINISTROS Forma e Publicidade
1. O acto de constituição da associação, os estatutos e suas
Decreto-Lei n.° 3/2006
alterações, em que entrem coisas imóveis devem constar
de 23 de Agosto de escritura pública.
A dinâmica da vida económica impõe o estabelecimento 2. O acto de constituição da associação* os estatutos e suas
de procedimentos mais céleres e menos burocráticos na alterações, para produzirem efeitos,em relação a terceiros,
constituição de pessoas colectivas e na celebração de contratos. necessitam de ser publicados no jornal oficial.
ARTIGO 185 Na área do notariado mostra-se igualmente necessário adoptar
Instituição e sua revogação um instrumento legal consentâneo com o processo de
simplificação de procedimentos e, consequentemente, proceder à
1 revisão da orgânica funcional dos respectivos serviços, tornándo-
2 os mais adequados para a eficiente implementação dos novos
3. A instituição por acto entre vivos em que entrem coisas procedimentos.
imóveis dève constar de escritura pública e torna-se irrevogável Nestes termos, e ao abrigo do disposto,na alínèa d) do n,° 1 do
logo que seja requerido o reconhecimento ou principie o artigo 204 da Constituição e no artigo 1 da Lei n.° 4 /2006, de 10 de
respectivo processo oficioso. Maio, o Conselho de Ministros détermina:
4
ARTIGO 1
5. Ao acto de instituição da fundação, quando conste de
escritura pública, bem como, em qualquer caso, aos estatutos e (Aprovação das alterações ao Código do Notariado)
suas alterações, e aplicável o disposto na partefinaldo número 1 São aprovadas as alterações ao Código do Notáriado, em anexo
e no número 2 do artigo 168. ao presente diploma e que dele fazem parte integrante.
ARTIGO 1143
ARTIGO 2
Forma
(Entrada em vigor)
O contrato de mútuo é valido se for celebrado por documento
assinado pelo mutuário, com assinatura reconhecida O presente Decreto-Lei entra em vigor 30 dias após a sua
presencialmente. publicação.
Aprovado pelo Conselho dè Ministros, aos 30 de Maio
ARTIGO 1232
de 2006.
Forma
Publique-se.
Semprejuízodas regras especiais de forma quanto à alienação O Presidente da República, ARMANDO EM
da coisa ou direito, a renda perpétua é válida se for constituída
por documento assinado pelas partes com assinatura reconhecida
TÍTULO I
presencialmente.
Organização dos Serviços Notariais
ARTIGO 1239
Forma CAPÍTULO I
(Casos de impedimento)
C A P Í T U L O II
Competência Funcional 1. O notário não pode realizar actos em que sejam partes
ou beneficiários, directos ou indirectos, quer ele próprio, quer o
SECÇÃO1 seu cônjuge ou qualquer parente ou afim, na linha recta ou em
Atribuição dos notários segundo grau da linha colateral.
2. O impedimento é extensivo aos actos cujas partes ou
ARTIGO 5
beneficiários tenham como procurador ou representante legal
(Competência dos notários) alguma das pessoas compreendidas no número anterior.
1. Compete, em especial ao notário: 3. O notário pode, contudo, intervir nos actos em que seja
parte ou interessada uma sociedade por acções, de que ele ou as
a) Lavrar testamentos públicos, instrumentos de aprovação,
pessoas indicadas no número 1 sejam sócios, e bem assim nos
depósito e abertura de testamentos cerrados;
actos em que seja parte, ou interessada alguma pessoa colectiva
b) Lavrar outros instrumentos públicos nos livros de notas
de utilidade pública a cuja administração ele pertença.
e fora deles;
c) Exarar termos de autenticação em documentos ARTIGO 8
particulares, ou de reconhecimento das assinaturas (Extensão dos impedimentos aos técnicos)
neles apostas;
1. O impedimento do notário é extensivo aos técnicos
d) Passar certificados de vida e identidade, e bem assim do da repartição notarial a que pertença o notário impedido.
desempenho de cargos públicos, de gerência ou de
2. Exceptuam-se as procurações e substabelecimentos com
administração de pessoas colectivas;
simples poderes forenses e os reconhecimentos da letra e
e) Passar certificados de outros factos que haja devidamente assinatura apostas em documentos que não titulem actos de
Verificado; natureza contratual, nos quais o técnico pode intervir, ainda que
f ) Certificar, ou fazer e certificar, traduções de documentos. o representado, representante ou signatário seja o próprio notário.
g) Passar certidões de instrumentos públicos e de outros
C A P Í T U L O III
documentos arquivados, ou passar públicas-formas
de documentos que, para essefim,lhe sejam presentes Livros, Indices e Arquivos
pelos interessados;
SECÇÃO I
h) Expedir fotocópias de instrumentos e de outros
documentos, ou conferir com os respectivos originais Livros
as fotocópias extraídas pelos interessados;
ARTIGO 9
(Encadernação de livros)
No livro de notas para escrituras diversas são lavradas todas
as escrituras públicas, com excepção das previstas no artigo 1. Os livros de notas para escrituras diversas, e bem assim
anterior, e ós averbamentos respectivos. o livro a que se refere a alínea f) do artigo 10°, podem ser formados
por fascículos ou folhas soltas ou com recurso a meios
ARTIGO 16 informáticos.
g) Com os duplicados de guias, folhas, mapas e notas de 2. As informações referentes aos registos lavrados no livro
emolumentos. de protestos de títulos de crédito, quando solicitadas por
estabelecimentos de crédito ou seus agentes, podem ser fornecidas
3. Os maços, com excepção dos correspondentes aos
sob forma sumária, por escrito, em papel comum.
documentos referidos na alínea a) do número antecedente, são
anuais.
ARTIGO 3 8
4. Os documentos complementares de outros actos serão (Saída dos livros e documentos)
arquivadps segunda a ordem por que são mencionados no
respectivo instrumento. Os livros e documentos só podem sair das repartições notariais
mediante autorização do notário,
5. Quando o número de documentos arquivados o justifique,
poderá o maço ser desdobrado em tantos quantos o notário julgue ARTIGO 3 9
convenientes à boa organização do serviço.
(Transferência de livros e documentos para outros arquivos)
6. Os maços serão organizados de forma a evitar a deterioração
1. Os livros e documentos das repartições notai iais não podem
ou extravio dos documentos.
ser transferidos para outros arquivos antes de decorridos quinze
ANTIGO 3 4 anos, a contar da sua conclusão ou inventariação.
1. São válidos e fazem prova plena, os documentos transmitidos 1. Os actos notariais são escritos com os dizeres por extenso,
por via electrónica, fax ou telex entre os serviços dos registos e salvo no que respeita às palavras usadas como fórmulas de
do notariado ou arquivos recebidos de qualquer repartição ou tratamento ou cortesia nos instrumentos de protesto, nas certidões
representação consultar moçambicana. de teor, nas públicas-formas e traduções, a transcrição dos títulos
e dos originais é feita com as abreviaturas e algarismos que neles
2. Estes documentos têm valor de certidões dos respectivos
existirem
originais, desde que estes se encontrem arquivados no serviço
emitente e venham datados e assinados pela entidade competente. 2. E permitido o uso de algarismos e abreviaturas,
reconhecimentos, averbamentos, extractos, registos e contas, na
3.O documento recebido deve ser assinado e autenticado com
numeração das folhas dos livros ou dos documentos, nas cotas
selo branco do funcionário competente do serviço receptor.
de referência nestes apostas e, em quaisquer actos, para a
4. Pela emissão destes documentos, além dos encargos próprios referenciação dos documentos para eles apresentados ou exigidos
das certidões, serão cobrados emolumentos complementares e da residência dos respectivos intervenientes, e nas palavras
afixarpor Diploma ministérial do Ministro da Justiça. usadas para designar títulos académicos ou honoríficos..
3. São exarados em instrumentos fora das notas os actos que 1. As palavras emendadas, escritas sobre rasura ou
devam constar de documento autêntico, mas para os quais a lei entrelinhadas devem ser expressamente ressalvadas.
não exija, ou as partes não pretendam, a redução a escritura 2. A eliminação de palavras escritas deve ser feita por meio de
pública. traços que as cortem e de forma que as palavras traçadas
4. Os termos de autenticação e os reconhecimentos são permaneçam legíveis; à sua ressalva é aplicável o disposto no
lavrados no próprio documento a que respeitam ou em folha anexa. número anterior.
3. As ressalvas são feitas antes da assinatura dos actos de
ARTIGO 4 3 cujo texto constem e, tratando-se de actos lavrados em livros de
(Numeração) notas, ou de instrumentos de procuração, devem ser manuscritas
pelo funcionário que os assina.
1. Os averbamentos lavrados nos instrumentos avulsos e nos
livros previstos nas alíneas a) e b) do artigo 9o, e os actos ou 4. As palavras emendadas, escritas sobre rasuras ou entrelinhas,
termos lavrados nos livros a que se refere a alínea g) do mesmo que não forem ressalvadas, consideram-se não escritas, sem
artigo, sao numerados segundo a ordem por que forem exarados. prejuízo do disposto no número 2 do artigo 371° do Código Civil.
2. A numeração dos averbamentos é seguida, e é privativa do 5. As palavras traçadas, mas legíveis, que não forem ressalvadas
acto correspondente. consideram-se não eliminadas.
3. A enumeração dos restantes actos é anual, podendo, no
ARTIGO 4 8
entanto, ser adoptada a numeração mensal ou diária para os
(Redacção)
reconhecimentos e registos.
1. Os actos notariais são escritos em língua oficial, devendo
ARTIGO 4 4 ser redigidos com a necessária correcção, em termos claros e
(Composição) precisos.
1. Os testamentos, as escrituras de revogação de testamentos 2. A terminologia dos actos será aquela que, em linguagem
e os instrumentos de aprovação de testamentos cerrados devem jurídica, melhor traduza a vontade das partes, expressa nas suas
ser manuscritos a preto e com grafia de fácil leitura. instruções, devendo, porém, evitar-se a inserção nos documentos
de tudo o que seja supérfluo.
2. Para a composição dos restantes actos notariais é permitido
o uso de qualquer processo gráfico ou informático, devendo, ARTIGO 4 9
porém, os* respectivos caracteres ser bem nítidos. (Minutas)
ARTIGO 4 5 1. As partes podem apresentar ao notário minuta do acto.
(Materiais utilizáveis) 2.O notário deve reproduzir a minuta, salvo naquilo em que ela
1. Os materiais utilizados na composição dos actos notariais infringir leis de interesse e ordem pública; desde que se mostre
devem ser de boa qualidade e capazes de dar à escrita as redigida em conformidade com o disposto no artigo anterior.
necessárias garantias de inalterabilidade e duração. 3. Se a redacção da minuta for imperfeita, o notário advertirá os
2. A Direcção Nacional dos Registos e do Notariado pode interessados da imperfeição verificada e adoptará a redacção que,
ordenar a utilização de impressos, dos modelos que vier a aprovar, em juízo, mais fielmente exprima a vontade dos outorgantes.
para a expedição de actos avulsos, bem comò ordenar ou proibir 4. A minuta apresentada, depois de rubricada pelo notário, será
o uso, para a escrita dos actos, de determinados materiais ou restituída-ao-apresentante, salvo se este solicitar que fique
processos. gráficos ou informáticos. arquivada.
5. A minuta, quando arquivada, deve ser rubricada, em todas f ) O nome completo, estado e residência habitual das pessoas
as suas folhas, pelos outorgantes que saibam e possam fazê-lo. que devam intervir como abonadores, intérpretes,
ARTIGO 5 0 peritos-médicos, testemunhas e leitores;
4. No instrumento de constituição de sociedade comercial, de 1. Os outorgantes que não saibam ou não possam assinar,
mudança defirmaou denominação e de mudança de sede de devem apor à margem do instrumento, segundo a ordem por que
sociedade comfirmapara local diferente deve ser mencionada a nele foram mencionados, a impressão digital do indicador da mão
apresentação do documento, passado com antecedência não direita.
superior a dês meses, comprovativo de que a firma ou denominação 2. Os outorgantes que não puderem apor a impressão do
adoptada não é susceptível de confusão com outra já registada. indicador da mão direita, por motivo de doença ou de defeito
5.. O testamento público, o instrumento de aprovação de físico, aporão a do dedo que o nótário determinar; junto à
testamento cerrado e a escritura de revogação de testamento impressão digital far-se-á menção do dedo a que corresponde.
devem conter, como menção especial, os nomes completos dos 3. Quando algum outorgante não puder apor nenhuma
pais do testador. impressão digital, referir-se-á no instrumento à existência e à causa
da impossibilidade.
ARTIGO 5 4
1. A verificação de identidade dos outorgantes pode ser feita (Continuação dos actos noutro livro)
por alguma das seguintes formas: Os instrumentos que não puderem ser concluídos no livro em
a) Pelo conhecimento pessoal do notário; que foram iniciados continuarão no livro imediato, segundo a
b) Pela exibição do bilhete de identidade, cartão de trabalho, ordem numérica, fazendo-se menção do facto nofimdo texto e
ou quanto aos estrangeiros e aos nacionais com antes das assinaturas.
residência habitual no estrangeiro, do respectivo ARTIGO 5 9
passaporte; (Rubrica das folhas não assinadas)
c) Pela declaração de dois abonadores que o notário As folhas dos instrumentos lavrados fora dos livros, com
considere dignos de crédito. excepção das que contiverem as assinaturas, serão rubricadas
2. Não deve ser aceite, para verificação da identidade, pelos outorgantes que saibam e possam assinar, pelos demais
documento cujos dados não coincidam com os elementos de intervenientes e pelo notário.
identificação fornecidos pelo interessado ou cujo prazo de
validade tenha expirado. ARTIGO 6 0
(Continuidade dos actos)
3. Deve ser também recusado o documento que não contenha
todos os elementos de identificação necessários, à excepção da 1. A leitura, explicação, outorga e assinatura dos instrumentos
residência, quando se trate de passaporte. devem realizar-se em acto continuado.
4. Nos actos notariais devem ser mencionados o número e data 2. Se a leitura, explicação e outorga se não concluírem no dia
dos documentos exibidos para a identificação de cada outorgante, em que tiverem início, consignar-se-á no instrumento, antes das
bem como a repartição que os emitiu. assinaturas, o dia e a hora da sua conclusão.
5. As testemunhas instrumentárias podem servir de abonadores. SUBSECÇÃO II
1. Nos instrumentos em que se descrevem prédios rústicos, (Prédios sob regime de propriedade horizontal)
urbanos oú mistos deve indicar-se o número da respectiva 1. Nenhum instrumento pelo qual se transmitam direitos ou
inscrição na matriz ou, no caso de nela estarem omissos, contraiam encargos sobre fracções autónomas de prédios em
consignar-se a declaração de haver sido apresentada na repartição regime de propriedade horizontal pode ser lavrado sem que se
definançasa participação para a inscrição, quando devida nos exiba documento comprovativo da inscrição no registo predial do
termos do Código da Contribuição Predial. respectivo título constitutivo.
2. Os prédios não podem ser identificados em termos 2. O disposto no número anterior não se aplica sempre que os
contraditorios com os elementos constantes da matriz, salvo se actos de transmissão de direitos ou-de constituiçao de encargos
for exibido documento que mostre ter sido requerida a alteração sejam lavrados no mesmo dia e com o conhecimento pessoal do
notário de que foi lavrada a escritura de constituição da
matricial conveniente.
propriedade horizontal, circunstância que deve ser expressamente
ARTIGO 6 3
mencionada.
ARTIGO 6 5
(Identificação dos bens por documento complementar)
(Constituição de propriedade horizontal) 1. Os bens que constituam objecto do acto titulado pelo
instrumento notarial podem ser descritos em docun lento separado,
1. Os instrumentos de constituição da propriedade horizontal
com observância do disposto nos números 1 e 4 do artigo 56°.
só podem ser lavrados se for junto documento, passado pelo
Conselho Municipal ou, não existindo este, por entidade 2. Sempre que a extensão do clausulado o justifique, os
equiparada, comprovativo de que as fracções autónomas estatutos das associações, fundações e sociedade s, as cláusulas
satisfazem os requisitos legais. contratuais dos actos em que sejam interessados instituições de
crédito e todos outros actos notariais, como alteracões aos pactos
2. Tratando-se de prédio construído para transmissão em sociais, hipotecas, contratos e contratos promessa, podem sér
fracções autónomas, o documento a que se refere o número lavrados em documento separado, observando-se igualmente
anterior pode ser substituído pela exibição do respectivo projecto o disposto nos números 1 e 4 do artigo 46.
de construção e, sendo caso disso, dos posteriores projectos de
3. Os documentos a que se referem os númèros anteriores
alteração devidamente aprovados. devem ser lidos juntamente com o instrumento e rubricado e
3. O documento autêntico que se destine a completar assinado pelos outorgantes que possam e saiba n fazê-lo, por
o título constitutivo da propriedade horizontal, quanto todos os outros intervenientes e pelo notário.,
à especificação das partes do edifício correspondentes ás fracções 4. A leitura do documento a que se referem os números anteriores
autónoma ou ao seu valor relativo, expresso em percentagem, é dispensada se os outorgantes declararem que já os leram ou
não podesérlavrado sem a observância do disposto nos números que conhecem perfeitamente o seu conteúdo, o que será
anteriores. consignado no texto do instrumento.
5. Os outorgantes que hão saibam ou não possam assinar, 3. As testemunhas instrumentárias, quando haja lugar à sua
devem apor em todas as folhas do documento a sua impressão intervenção, são em número de duas e a sua identidade deve ser
digital, verificada por uma, das formas previstas nas alíneas a), b) e c) do
6. O disposto nos números anteriores é igualmente aplicável número 1 do artigo 54, consignando-se no instrumento o processo
aos cadernos de encargos ou à descrição da obra a que respeitem de identificação utilizado.
os instrumentos, excepto quanto ao disposto nos números 1 e 4 4. Podem ainda intervir nos actos peritos médicos para
do artigo 46. abonarem a sanidade mental dos outorgantes, a pedido destes ou
do notário.
SUBSECÇÃO III
1. A intervenção de testemunhas instrumentárias apenas tem Nulidades e revalidação dos actos notariais
lugar nos casos seguintes:
SUBSECÇÃO I
a) Nos testamentos públicos, nos instrumentos de aprovação
ou de abertura de testamentos cerrados e nas escrituras Nulidades
de revogação de testamentos;
ARTIGO 7 5
b) Nos instrumentos a que se refere o número 7 do
(Casos de nulidade por vício de forma e sua sanação)
artigo 52°;
1. O acto notarial é nulo, por vício de forma, apenas quando
c) Nos outros instrumentos, com excepção dos protestos
falte algum dos seguintes requisitos:
de títulos de crédito, quando o notário ou alguma das
partes reclame essa intervenção. a) A menção do dia, mês e o ano ou do lugar em que foi
lavrado;
2. A intervenção de testemunhas nos actos a que se refere
a alínea a) do número anterior pode ser dispensada pelo notário, b) A declaração do cumprimento das formalidades previstas
no caso de haver urgência e de haver também dificuldade em as nos artigos 70° e 71°;
conseguir, devendo fazer-se menção, expressa desta circunstância c) A observância do disposto na primeira parte do número 2
no texto. do artigo 47°;
d ) A assinatura de qualquer interprete, abonador, perito ou ARTIGO 7 9
testemunha; (Tribunal competente e partes legitimas para a acção)
e) A assinatura de qualquer dos outorgantes que saiba e 1. E, competente para a acção de revalidação o tribunal
possa assinar; provincial, ou equiparado, do local a que pertença a repartição
f ) A assinatura do notário. notarial onde o acto foi lavrado.
2. A nulidade prevista na alínea a) do número 1 considera-se 2. A acção será proposta por qualquer dos interessados contra
sanada, pelo texto do instrumento ou pelos elementos todos os demais e contra o respectivo notário.
existentes na repartição, for possível determinar a data ou lugar
do acto e proceder ao respectivo averbamento. ARTIGO 8 0
(Petição)
ARTIGO 7 6
A petição é dirigida ao juiz e deve especificar o pedido, a causa
(Outros casos de nulidade) de pedir e a identidade das pessoas nele interessadas;
1. É nulo o acto lavrado por funcionário incompetente,emrazão
ARTIGO 81
da matéria ou do lugar, ou por funcionário legalmente impedido,
(Citação)
sem prejuízo do disposto no número 2 do artigo 369° do Código
Civil. 1. O juiz ordena a citação dos interessados para deduzirem .
oposição num prazo de oito dias.
2. Determina também a nulidade do acto a incapacidade ou
a inabilidade de algum dos intervenientes acidentais. 2, Se for deduzida oposição, seguem-se os termos do processo
sumário, devendo o juiz ordenar, cm caso contrário, as diligências
ARTIGO 7 7 que entender convenientes e decidir sobre o mérito do pedido.
(Limitação de efeitos de algumas nulidades)
ARTIGO 8 2
Nos actos com disposições a favor de alguma das pessoas (Execução da sentença)
mencionadas no número 1 do artigo 7° ou dos respectivos
Após o trânsito em julgado, o tribunal remete ao cartório
intervenientes acidentais, incluindo os que figurem nos
certidão de teor da sentença, que é averbada ao acto revalidado.
instrumentos de aprovação de testamentos cerrados, a nulidade
é restrita ia essas disposições. ARTIGO 8 3
(Recurso)
SUBSECCAO II
1. Da sentença cabe recurso, com efeito suspensivo e nos
Revalidação termos gerais das leis de processo para o Tribunal Supremo.
ARTIGO 7 8 2. Têm legitimidade para interpor recurso às partes, o notário
e o Ministério Público.
(Casos de revalidação)
3. O recurso é processado e julgado como o| de agravo em
1.O acto nulo por violação das regras de competência territorial matéria cível,
ou por falta de qualquer dos requisitos previstos nas alíneas b)
a e) do número 1 do artigo 75° pode ser judicialmente revalidado ARTIGO 8 4
nos casos seguintes: (Isenções)
a) Quando se prove a ausência do notário competente e a.
Os processos dc revalidação judicial estão isentos de custas
j natureza urgente do acto;
e selo, quando o pedido for julgado procedente.
b) Quando se mostre que foram cumpridas as formalidades
devidas; C A P Í T U L O II
c) Quando se mostre que as palavras eliminadas, quaisquer Actos Notariais em Especial
que elas fossem, não podiam alterar os elementos
essenciais ou o conteúdo substancial do acto; SECCAO I
Habilitação notarial
ARTIGO 9 2
2. Compete ao notário decidir, em cada caso, se as circunstâncias 2. As certidões devem ser passadas com antecedência não
alegadas impossibilitam, de facto, o justificante de comprovar a superior a três meses.
causa da aquisição do direito pelos meios extrajudioiais normais. 3. A escritura de justificação para fins do registo comercial
e instruída com certidão de teor da matrícula da sociedade e das
ARTIGO 9 6 respectivas inscrições, em vigor, devendo, ainda ser exibidos os
(Justificação para reatamento do trato sucessivo documentos referenciados no número 1.
em registo predial)
ARTIGO 101
1. Ajustificação notarial, para os efeitos do artigo 218o do Código (Documentos para a justificação destinadaáoreatamento
do Registo Predial, tem por objecto ã dedução do trato sucessivo, do trato sucessivo)
a partir do titular da última inscrição de transmissão, domínio ou
Quando a justificação se destine ao reatamento ou
mera posse, por meio de declarações prestadas pelo justificante
estabelecimento de novo trato sucessivo são ainda exibidos os
Na escritura de justificação especificar-se-ão as sucessivas
documentos comprovativos das transmissões an enteriores e subse-
transmissões intermédias operadas, indicando as suas causas e quentes ao facto justificado, se não se afirmar a impossibilidade
as circunstâncias que impossibilitam o justificante de as comprovar de os obter.
pelos meios normais e identificando os respectivos sujeitos.
2. No texto da escritura serão consignadas as declarações feitas ARTIGO 102
pelo justificante, quanto às transmissões intermédias a respeito (Advertênciaaosoutorgantes)
das quais afirme desconhecer a existência de título ou não ter
Os outorgantes serão sempre advertidos de qúe incorrem nas
possibilidade de o obter. penas aplicáveis ao crime de falsidade, se, do osamente e em
3. É aplicável à justificação prevista nos números antecedentes, prejuízo de outrem, tiverem prestado ou confirmado declarações
o disposto no número 2 do artigo 95°. falsas, devendo a advertência constar da própria escritura.
ARTIGO 1 0 3 2. Exceptuam-se os instrumentos de abertura de testamentos
(Publicação das justificações) cerrados e dos dê actas de reuniões de organismos sociais, que
ficam sempre arquivados,
1. A escritura de justificação será publicada, a expensas dos
3. Dos instrumentos de depósito de testamentos cerrados, um
interessados, por meio de extracto do seu conteúdo, no prazo de
dos exemplares, considerado o originalficaráarquivado, sendo o
quinze dias, a contar da data em que tiver sido outorgada.
restante entregue ao depositante.
2. A publicação é feita, mediante e preparo devido, por iniciativa
do notário, num dos jornais mais lidos do local da situação do ARTIGO 1 0 8
prédio ou de sede da sociedade, conforme os casos, ou se, aí não
(Documentos complementares)
houver jornal, num dos jornais mais lidos na região.
Os documentos necessários para integrar ou instruir o açto
ARTIGO 104 têm o mesmo destino do original do instrumento.
(Impugnação do direito justificado)
SUBSECÇÃO II
1. Se algum interessado impugnar em juízo o direito ou facto
justificado, comunicará simultaneamente ao notário, devendo este Aprovação de testamentos cerrados
suspender imediatamente a justificação, desde que lhe seja
ARTIGO 1 0 9
apresentado documento elucidativo do direito que se reclama.
(Formalidades)
2. É aplicável à passagem de certidões da escritura de
justificação, o disposto no número 2 do artigo 98°. 1. Apresentado pelo testador o seu testamento cerrado, para
3. Em caso de impugnação, as certidões só podem ser passadas fins de aprovação, o notário deve lavrar o respectivo instrumento,
depois de averbada a decisão definitiva transitada em julgado da que principiará logo em seguida à assinatura aposta no testamento.
acção. 2. O instrumento de aprovação deve conter, em especial, as
4. No caso de justificação simultânea, nos termos do artigo 98 seguintes declarações, prestadas pelo testador:
não podem ser extraídas quaisquer certidões da escritura sem a) Que o escrito apresentado contém as suas disposições
observância do prazo e das condições referidas nos números de última vontade;
anteriores.
b) Que está escrito e assinado por ele, ou escrito por outrem,
a seu rogo, e somente assinado por si, ou que está
SUBSECÇÃO III
escrito e assinado por outrem, a seu rogo, visto ele
Escrituras diversas não poder ou não saber assinar;
Disposições gerais
ARTIGO 110
(Ressalvas)
ARTIGO 1 0 6
1. A ressalva de emendas, rasuras, traços, entrelinhas, borrões
(Número de exemplares a lavrar)
ou notas marginais, no testamento cerrado, será feita
1. Os instrumentos avulsos são lavrados em um só exemplar. exclusivamente por quem o tiver escrito ou pelo notário testador.
2. Exceptuam-se ós instrumentos de depósito de testamentos 2. A ressalva faz-se antes da assinatura, ou em aditamento
cerrados, que devem ser lavrados em duplicado, fazendo-se no seguido e novamente assinado.
texto menção desta circunstância.
ARTIGO 111
ARTIGO 1 0 7 (Composição do testamento)
(Destino dos exemplares)
O testamento cerrado deve ser manuscrito e pode, a pedido do
1, Os instrumentos lavrados são entregues aos outorgantes testador, ser escrito pelo notário que vier a lavrar o instrumento
ou interessados. de aprovação.
ARTIGO 112 b) A verificação do estado em que o testameihto se encontra,
(Leitura do testamento) nomeadamente da existência de alguma viciação ou
emenda, rasura, entrelinha, borrão ou nota marginal
1. Só a pedido do testador o testamento cerrado pode ser lido não ressalvadas;
pelo notário que lavrar o instrumento de aprovação.
c) A leitura do testamento pelo notário, em voz alta e na
2. A leitura pode ser feita em voz alta, na presença de algum dos presença simultânea do representante ou interessado
intervenientes, além do próprio testador, se este o autorizar. e das testemunhas.
2.O testamento, depois de aberto, será rubricado, em todas as
SUBSECÇÃO III
folhas, pelo apresentante ou interessado, pelas testemunhas e
Depósito de testamentos e sua restituição pelo notário, sendo arquivado em seguida.
1. Se o testador quiser depositar na repartição notarial o seu Da abertura é lavrado um instrumento, no qualseconsignarão,
em especial, o cumprimento das formalidades previstas no artigo
testamento cerrado, entregá-lo-á ao notário, para que seja lavrado
anterior e a data do óbito do testador ou a data dadecisãojudiçial
o instruménto de depósito.
que mandou proceder à abertura.
2. O testamento entregue para depósito será sempre cosido
e lacrado pelo notário, caso ainda o não esteja. ARTIGO 119
(Abertura oficiosa)
ARTIGO 114
1. Quando tiver conhecimento do falecimentodealguma pessoa
(Restituição do testamento)
cujo testamento cerrado esteja depositado no respectivo cartório
1. O testador pode retirar, quando lhe aprouver, o testamento potarial, desde que nenhum interessado se apresente, dentro do
que haja depositado. prazo legal, a solicitar a sua abertura, o notário deve requisitar à
2. A restituição só pode ser feita ao testador ou a procurador conservatória do registo civil certidão de óbito do testador, a qual
com poderes especiais. será passada, com urgência, sem dependência do pagamento do
emolumento devido.
mento não estiver depositado, a abertura será feita em qualquer Procurações, substabelecimentos e consentimento conjugal
repartiçãò notarial do local onde estiver pendente a respectiva
ARTIGO 120
acção.
(Procurações e substabelecimentos)
ARTIGO 116 1. As procurações que exijam intervenção-notàrial podem ser
(Documentos necessários) lavradas por instrumento público, por documento escrito e
assinado pelo representado, com reconhecimento presencial e
1. O instrumento de abertura do testamento cerrado deve ser assinatura, ou por documento autenticado.
lavrado mediante a exibição da certidão de narrativa completa do
2. As procurações com poderes gerais de administração civil
registodeóbito, no caso de falecimento do testador, ou da certidão.
ou de gerência comercial, para contrair obrigações cambiais, para
da decisão judicial que tenha ordenado a abertura, no caso de
fins que envolvam confissão, desistência ou transacção em pleitos
esta ser consequência de justificação de ausência do testador.
judiciais, ou a representação em actos que devam realizar-se por
2. O documento comprovativo do falecimento pode ser escritura pública ou outro modo autêntico, ou para cuja prova
dispensado, se o facto for do conhecimento pessoal do notário; seja exigido documento autêntico, devem ser conferidas por uma
porém, mesmo neste caso, só depois de exibida a certidão de das duas primeiras formas previstas no número antecedente.
óbito do testador podem ser extraidas certidões do testamento.
3. Os substabelecimentos revestirão a forma exigida para a
ARTIGO 117 procuração.
(Formalidades do acto) ARTIGO 121
1. A abertura compreende os seguintes actos: (Consentimento conjugal)
a) A abertura material do testamento, se estiver cosido São aplicáveis à forma do consentimento conjugal as regras
é lacrado ou encerrado em qualquer invólucro; estabelecidas para as procurações.
ARTIGO 122 2. Os protestos produzem efeitos desde a datada apresentação.
(Procurações telegráficas) 3. A apresentação depois da hora a que se refere o número 1
1. E permitida a representação por meio de procurações e de deste artigo dá lugar ao agravamento émolumentar previsto
substabelecimentos que, obedecendo a alguma das formas na respectiva tabela, devendo o apresentante ser advertido desse
prescritas no artigo 120°, sejam transmitidos, por via telegráfica ou facto.
por telecópia, nos termos legais.
ARTIGO 126
2. As procurações ou substabelecimentos devem estar
(Diferimento do prazo)
devidamente selados, presumindo-se que o estejam os
transmitidos por qualquer estação nacional. 1. Nos casos previstos na primeira alínea do artigo 24° e na
parte final da terceira alínea do artigo 44° da Lei Uniforme, se a
SUBSECÇÃO VI apresentação da letra para aceite ou pagamento tiver sido feita no
Protestos último dia do prazo, a apresentação a protesto pode fazer-se ainda
no dia imediato.
ARTIGO 123 2.O fim do prazo para apresentação a protesto será transferido
(Letras não admitidas a protesto) para o dia útil imediato, sempre que coincida com dia em que
1. Não são admitidas a protesto: estejam encerrados os cartórios notariais.
a) As letras a que falte algum dos requisitos do artigo1oda ARTIGO 127
Lei Uniforme sobre Letras, quando a falta não possa (Expiração do prazo)
ser suprida nos termos do artigo 2° do mesmo diploma;
A apresentação de letras depois de expirado o prazo legal não
b) As letras escritas em língua que o notário não domine,
é fundamento de recusa do protesto.
quando o apresentante não as fizer acompanhar de
tradução. ARTIGO 128
2. À tradução das letras, que será devolvida, não é aplicável o (Apresentação das letras)
disposto no número 3 do artigo 60. 1.O apresentante deve entregar a letra acompanhada das cartas-
ARTIGO 124
-aviso necessárias às notificações a efectuar, devidamente
preenchidas e seladas.
(Lugar do protesto)
2. As cartas-aviso a que se refere o número anterior obedecerão
1. A letra deve ser protestada na repartição notarial da área do
ao modelo aprovado.
domicílio nela indicado para o aceite ou pagamento; na falta de
indicação, a letra será protestada na repartição do domicílio da 3. A apresentação das letras é registada no livro próprio,
pessoa que a deva aceitar ou pagar, incluindo a que for indicada segundo a ordem da sua entrega na repartição notarial.
para aceitar em caso de necessidade. 4. Apresentada a letra, nela serão anotados, o número e a data
2. Se for desconhecido o sacado ou o seu domicílio, a letra da apresentação e aposta a rubrica do notário.
deve ser protestada na repartição a cuja área pertença o lugar ARTIGO 129
onde se encontre o apresentante ou portador no momento em
(Notificações)
que devia ser efectuado o aceite ou o pagamento.
1. No dia da apresentação ou no primeiro dia útil imediato,
3. Nos casos previstos nos artigos 66° e 68° da Lei Uniforme, a
o notário notificará o facto a quem deva aceitar ou pagar a letra,
letra deve ser protestada na repartição do domicílio da pessoa
incluindo todos ôs responsáveis perante o portador.
que for indicada como detentora do original.
2. As notificações são feitas mediante a expedição, sob registo
ARTIGO 125 do correio. das cartas-aviso quetiveremsido entregues juntamente
(Prazo) com a letra, sendo os talões ou recibos do registo colados no
1. A apresentação para protesto deve ser feita até uma hora livro de protestos, ou arquivados.
antes do termo do último período regulamentar dê serviço, nos ARTIGO 130
prazos seguintes:
(Prazo e ordem dos protestos)
a) Por falta de aceite de letras pagáveis em dia fixo ou a certo
1. Decorridos cinco dias sobre a expedição da carta para
termo da data, ou de letras sacadas a certo termo de
vista, até ao dia em que podem ser apresentadas ao notificação e até ao décimo dia a contar da apresentação, serão
aceite; lavrados, pela ordem da apresentação, os instrumentos de
protesto das letras que não tenham sido retiradas pelos
b) Por falta de data no aceite de letras pagáveis a certo
apresentantes.
termo de vista, ou que, por estipulação especial, devam
ser apresentadas ao aceite no prazo determinado, até 2. O notário deve lavrar o protesto contra todos os obrigados
ao fim do prazo para a apresentação a protesto por cambiários.
falta de aceite; ARTIGO 131
c) Por falta de pagamento de letras nas condições da alínea (Instrumento do protesto)
a), num dos dois dias úteis seguintes àquele ou ao
1. O instrumento de protesto deve conter os seguintes
último daqueles em que a letra é pagável;
elementos:
d) Por falta de pagamento de letras pagáveis à vista, dentro
do prazo em que podem ser apresentadas a pagamento; a) Cópia literal da letra ou da tradução, compreendendo
aceites, endossos, avales, indicações e anotações,
e) Nos casos dos artigos 66° e 68° da Lei Uniforme, quando
exceptuados os carimbos que não respeitem ao
o portador o quiser,
contexto da letra e à sua circulação;
ti) Al anotação das notificações a que se refere o artigo 129° d) As escrituras de habilitação ou de parti ha, relativas à
ou a menção das que não foram efectuadas, por falta mesma herança, quando feitas em seprado;
de cumprimento do disposto no n.° 1 do artigo 128; é) As escrituras de partilha, ou de simples habilitação em
c) Menção da presença ou da falta das pessoas notificadas, caso de sucessão fundada èm testamento;
e bem assim das razões que houverem dado para não f) Os instrumentos de revogação e de renúncia de procuração;
aceitar ou não pagar; g) As publicações e comunicações previstas nos artigos
d) Declaração do notário, relativamente ao fundamento do 92° e 103°;
protesto, e indicação das pessoas a requerimento de h) As decisões judiciais de declaração de nulidade e de
quem e contra quem ele é feito; revalidação de actos notariais e as decisões proferidas
é) Dáta da apresentação da letra; nas acções a que se referem os artigos93°e 104°;
f ) Assinatura das pessoas notificadas que tenham i) A restituição de testamento depositado;
comparecido, ou declaração de que não assinam por
j) Em geral, os actos notariais que envolvam aceitação,
não saberem, não poderem ou não quererem fazê-lo. modificação, ratificação ou extinção d|o conteúdo ou
2. As razões da falta de aceite ou de pagamento podem ser efeitos de acto anterior.
indicadas em declaração escrita, feita em papel selado e com a 2. O averbamento do falecimento do doadorsose realiza no
assinatura reconhecida, que os notificados remetem ao notário; a caso de a doação haver sido feita com encargos a favor da alma
declaração ficará arquivada. ou de interesse público, que devam ser cumpridos após a morte
3. A copia literal da letra pode ser dispensada e substituída do doador.
pela respectiva fotocópia, a qual será extraída oficiosamente e
mencionada no instrumento. ARTIGO 136
4. O instrumento do protesto pode ser expedido mediante (Suprimento e rectificação de omissões e inexactidões)
fotocópia de impresso do modelo aprovado, devidamente 1. As omissões e inexactidões verificadas emfactoslavrados
preenchido que englobe a própria letra. nos livros de notas, devidas a erro comprovado documentalmente,
ARTIGO 132 podem ser supridas ou rectificadas, a todo tempo, por meio de
averbamento, desde que da rectificação não resultem dúvidas
(Letras retiradas) sobre o objecto a que se reporta ou sobre a identidade dos
Se a letra for retirada pelo apresentante antes de protestada, intervenientes.
far-se-á menoção do levantamento e da respectiva data, ao lado do 2.O averbamento a que se refere o número anterior só pode ser
registo da apresentação. lavrado quando as omissões ou inexactidões respeitem:
Artigo 133 a) À menção de documentos anteriores;
(Recibodaentrega e devolução de letras) b) À indicação dos númerós das descrições e inscrições
1. Da èntregà das letras apresentadas a protesto será prediais e matriculas de entidades sujeitas a registo
obrigatoriamente cobrado recibo pêlo apresentante, em impresso comercial, bem como das conservatórias a que se
de modelo áprovado, por ele preenchido. refiram;
2. A restituição das letras é feita contra a devolução do recibo c) À menção do local, ruaenúmero de policia da situação
de entrega, que será inutilizado. dos prédios;
3. No caso de extravio do recibo entregue, a devolução da letra d) À menção das inscrições matriciais evalorespatrimoniais;
far-tse-á contra recibo do apresentante, queficaráarquivado. é) À identificação e regime matrimonial de bens dos
ARTIGO 134 intervenientes nos actos;
(Protesto de outros títulos) f) Aos simples erros de cálculo ou de escrita revelados pelo
Ao protèsto de livranças, cheques, extractos de factura, ou de contexto do acto,
outros títulos que a lei sujeite a protesto, é aplicável o disposto 3. Os interessados devem comprovar que foi paga a diferença
nos artigos antecedentes, em tudo que não seja contrário à do imposto de SISA, se este for devido e, tratando-se de
natureza dessestítulose à disciplina especial a que estão sujeitos, rectificação que envolva aumento de valor do acto, é feita nova
SECCAO IV conta, para pagamento dos emolumentos e do selo correspondente
Averbamentos ao acréscimo verificado.
4. Os averbamentos a que se refere o número 2, tratando-se de
ARTIGO 135 actos exarados em livros transferidos parao Arquivo Histórico e
(Factos a averbar) para as bibliotecas do Estado podem ser exarados eemcertidão de
teor da escritura arquivada, a pedido dos interessados.
V, Serão averbados no instrumento a que respeitem:
5. As omissões ou inexactidões verificadas ém actos lavrados
a) O falecimento do testador e do doador;
em livros de notas, relativas ao cumprimento de normas fiscais
è) A exibição da certidão de óbito do testador, no caso a que cuja verificação caiba ao notário,fàceao conteúdodoacto, podem
se refere a segunda parte do número 2 do artigo 116°; por este ser corrigidas oficiosamente mediante averbamento.
c) Os actos notariais de transmissão de direitos de crédito e
6. Nos actos lavrados em livros de notas em que tenha sido
de direitos sociais, de dissolução ou liquidação de
omitida a menção de documentos arquivados pode a falta ser
sociedades; oficiosamente suprida pela referida menção, feita por averbamento.
7. A omissão do dia, mês e ano ou do lugaremque o acto foi 4. O disposto neste artigo é aplicável, com as necessárias
lavrado ou a inexactidão da sua data podem ser oficiosamente adaptações ao averbamento do falecimento do doador.
supridas ou rectificadas por averbamento se, pelo texto do
instrumento ou pelos elementos existentes no cartório, for possível ARTIGO 141
8. Os averbamentos previstos neste artigo devem ser rubricados No averbamento de restituição de testamento cerrado, que se
pelo próprio notário. encontre depositado, deve ser aposta a assinatura ou a impressão
digital da pessoa a quem a restituição foi feita.
ARTIGO 137
ARTIGO 142
(Forma) (Prazos)
1. O averbamento é a anotação sucinta do último acto ao O prazo para o cumprimento, pela repartição notarial, dos
primeiro, nela se compreendendo a menção do acto averbado e a deveresfixadosnos artigos anteriores é de três dias.
identificação do respectivo título.
2. O averbamento, datado e rubricado pelo notário, é aposto à ARTIGO 1 4 3
margem do acto ou no alto das páginas por ele ocupadas. (Arquivamento dos documentos)
3. Esgotado o, espaço reservado aos averbamentos, o A certidão de óbito do testador ou do doador, requisitada
averbamento seguinte será lavrado na primeira página disponível oficiosamente, e as certidões das decisões a que se refere a alínea
de um dos livros de notas, fazendo-se as necessárias remissões. h) do artigo 135°, bem como os ofícios recebidos de outras
repartições para a realização de averbamentos oficiosos, ficam
ARTIGO 138
sempreSECCAO
arquivados.
V
(Averbamentos oficiosos)
1.Oaverbamento é feito oficiosamente, quando o acto a averbar
identifique devidamente o anterior. Registos
2. Quando não seja oficiosamente efectuado, o averbamento ARTIGO 144
pode realizar-se a requerimento de qualquer interessado, depois (Seu objecto)
de se verificar que os dois actos estão nas condições previstas
nos artigos 135°e 136. 1. Estão sujeitos a registo, nos livros a essefimdestinados:
3. Para fins do disposto no número antecedente, os interessados a) Os, instrumentos lavrados nos livros indicados no
devem exibir, sempre que seja necessário, duplicado ou certidão artigo 9o;
do acto que vai ser averbado. b) Os instrumentos de aprovação, depósito e de abertura de
testamentos cerrados;
c) A apresentação de títulos a protesto e os respectivos
ARTIGO 1 3 9
mas em diferentes cartórios, o notário que lavrou o segundo porá (Registo de testamentos públicos e escrituras)
à disposição do notário do cartório onde o primeiro foi lavrado, 1. O registo de testamentos públicos e de escrituras de
parafinsde averbamento, o livro ou maço que contiver o acto a revogação de testamentos deve conter os seguintes elementos:
averbar. a) O número do livro e da primeira folha onde o acto foi
ARTIGO 140 lavrado;
(Falecimento de testadores e doadores) b) A denominação do acto e sua data;
c) O nome completo do testador ou outorgante.
1. O averbamento do falecimento do testador, quer ao
2. O registo de escrituras diversas, além dos elementos a que
testamento, quer à escritura de revogação deste, pode ser lavrado,
se referem as alíneas a) e b) do número anterior, deve conter os
a requerimento de qualquer pessoa, mediante exibição da certidão
seguintes:
da narrativa completa do registo de óbito.
a) O objecto do acto e o seu valor;
2. Se o notário receber de alguma repartição pública a
comunicação oficial de falecimento ainda não averbado, requererá b) Afirmaou denominação da sociedade a que o acto respeite
a certidão de óbito do testador à conservatória competente, a e sua sede;
qual deve passá-la gratuitamente; recebida a certidão, o c) O nome completo dos primeiros sujeitos, activos e
averbamento é lavrado oficiosamente. passivos, seguido das palavras "e outro", ou "e
3.O averbamento conterá a menção da data do falecimento do outros", conforme ao caso couber;.
testador, do número do respectivo registo de óbito e da d) As indicações necessárias àfiscalizaçãodo pagamento
conservatória onde este foi lavrado. de contribuições ou impostos devidos pelo acto.
ARTIGO 146 ARTIGO 151
(Registo dos instrumentos relativos (Requisitos comuns)
aos testamentos cerrados)
1.O termo de autenticação, além de satisfazer, na parte aplicável
1. O registo dos instrumentos de aprovação de testamentos e com as necessárias adaptações, ao disposto nas alíneas a) e c)
cerrados é feito antes da restituição destes, e dele devem constar a k) do número 1 do artigo 52°, deve conter ainda os seguintes
os seguintes elementos: elementos:
a) A declaração das partes de que já leram o documento oua)
estão perfeitamente inteiradas do seu conteúdo e que
b) O nome completo, estado e naturalidade do testador; este exprime a sua vontade;
c)j A indicação de o testamento haver sido ou não cosido b) A ressalva das emendas, entrelinhas, rasuras ou traços
e lacrado. contidos no documento e que neste não estejam
devidamente ressalvados.
2. O registo de instrumentos de depósito ou de abertura de
2. É aplicável à verificação da identidade das partes, bem como
testamentos cerrados deve conter os elementos exigidos na alínea
à intervenção de abonadores, intérpretes, peritos, leitores ou
a) do numero anterior, o nome completo do testador e o número
testemunhas, o disposto para os instrumentos públicos.
de ordem do instrumento dentro do maço.
ARTIGO 152
ARTIGO 147
(Requisitos especiais)
(Registo relativo ao protesto de títulos)
Se o documento que se pretende autenticar estiver assinado
1. Do registo de apresentação de títulos a protesto devem a rogo, devem constar ainda do termo o nome completo, idade,
constar a data da apresentação, os nomes e a residência ou sede estado e residência do rogado a menção de que o rogante
do apresentante, do aceitante ou sacado e do sacador, e ainda a confirmou o rogo no acto da autenticação e a impressão digital do
espécie ido título e o montante da obrigação nele contida. rogante.
2.O registo dos instrumentos de protesto consiste na anotação,
SECÇÃO VIII
junto ao registo da apresentação, das seguintes indicações:
Reconhecimentos
a) Fundamento e data do protesto;
b) Número do instrumento dentro do respectivo maço. ARTIGO 153
(Espécies)
ARTIGO 148
1. Os reconhecimentos notariais podem ser| simples ou com
(Registo de outros actos) menções especiais.
1. O registo de documentos, ou de instrumentos avulsos 2.O reconhecimento simples respeita à assinatura do signatário
diversos daqueles a que se referem os artigos anteriores, consiste de documento.
na indiçação da data em que foi apresentado o documento ou 3.O reconhecimento.com menções especiais é o que inclui, por
lavrado a instrumento e na sua identificação, mediante a menção exigência da lei ou a pedido dos interessados, a menção de
da sua espécie ou natureza, do nome completo dos interessados qualquer circunstância especial que se refira a estes, aos
e do número de ordem dentro do respectivo maço. signatários ou aos rogantes e que seja conhecida do notário ou
por ele verificada em face de documentos exibidos e referenciados
2. Os documentos registados não podem ser restituídos. no termo.
ARTIGO 149
4. Os reconhecimentos simples são sempre presenciais; os
reconhecimentos com menções especiais podem ser presenciais
(Ordem dós registos)
ou por semelhança.
Os registos são efectuados diariamente, segundo a ordem por 5. Designa-se presencial o reconhecimento da assinatura em
que tenham sido lavrados os instrumentos ou apresentados os documentos escritos e assinados ou apenas assinados, na
documentos. presença do notário, ou o reconhecimento que é realizado estando
o signatário presente ao acto.
SECÇÃO VII 6. Designa-se por semelhança o reconhecimento com a menção
especial relativa à qualidade de representante do signatário feito
Autenticação de documentos particulares
por simples confronto da assinatura deste com assinatura aposta
ARTIGO 150
no bilhete de identidade ou documento equivalente.
(Documentos autenticados)
ARTIGO 154
1. Os documentos particulares adquirem a natureza de (Assinatura a rogo)
documentos autenticados, desde que as partes confirmem o seu
1. A assinatura feita a rogo só pode ser reconhecida como tal
conteúdo perante o notário.
por via de reconhecimento presencial e desde que o rogante não
2. A presentado o documento para fins de autenticação, o sabia ou não possa assinar.
notário deve reduzir esta a termo. 2. O rogo deve ser dado ou confirmado perante o notário, no
3. O termo de autenticação substitui, para todos os efeitos, o próprio acto do reconhecimento da assinatura e depois de lido o
reconhedimento autêntico. documento ao rogante.
ARTIGO 155 ARTIGO 1 5 8
(Requisitos): (Prazos)
1.O reconhecimento deve obedecer aos requisitos constantes 1. Os certificados, certidões e documentos análogos devem
da alínea a) do número 1 do artigo 52°. ser passados dentro do prazo de três dias, a contar da data em
2. Os reconhecimentos simples devem mencionar o nome que forem pedidos ou requisitados.
completo do signatário e referir a fornia por que se verificou a sua 2. Os documentos pedidos ou requisitados com urgência serão
identidade, com indicação de esta ser do conhecimento pessoal passados, com preferência sobre o restante serviço, dentro do
do notário ou do número, data e serviço emitente do documento prazo máximo de vinte e quatro horas.
que lhe serviu de base.
3. No caso de a passagem do acto ser pedida com urgência,
3. Os reconhecimentos com menções especiais devem conter,
advertir-se-á ao interessado de que o emolumento correspondente
além dos requisitos exigidos no número anterior, a menção dos
é elevado ao dobro.
documentos exibidos e referenciados no termo.
ARTIGO 163
1. Na certidão de teor integral é obrigatoriamente transcrito,
alem do conteúdo do instrumento, o texto dos testamentos,
(Quem as pode solicitar) incluindo a aprovação e abertura dos testamentos cerrados, bem
1. A qualquer pessoa é lícito requerer certidões dos registos, como o texto das escrituras de doação por morte os documentos
instrumentos e documentos arquivados nas repartições notariais. complementares referidos no artigo 69°, que hajam integrado ou
instruído o acto.
2. Exceptuam-se os testamentos públicos, as escrituras de
revogação de testamentos, ôs instrumentos de depósito de 2. Na certidão podem ser total ou parcialmente transcritos outros
testamentos cerrados e dos respectivos registos, dos quais só documentos complementares, a pedido dos interessados.
podem ser extraídas certidões, sendo vivos os testadores, quando 3. Da certidão de teor integral devem constar os averbamentos,
estes ou procuradores com poderes especiais as requeiram, e, as cotas de referência e as contas dos instrumentos e documentos
depois de falecidos os testadores, quando esteja averbado o a que respeitem.
falecimento deles.
ARTIGO 168
3. As certidões extraídas nos termos da primeira parte do número
anterior devem ser entregues ao próprio requisitante ou a quem (Certidões de teor parcial)
se mostrar autorizado por este á recebê-las.
1. Quando o instrumento notarial contiver diversos actos
4. Pela celebração de qualquer testamento ou escritura é jurídicos, ou um só acto, mas de que resultem direi tos e obrigações
fornecida, dentro do prazo legal, uma certidão gratuita ao testador respeitantes a diferentes pessoas ou entidades se for apenas
ou, nos restantes casos, ao interessado a quem o notário cobrar requisitada certidão da parte relativa a algum dosActosóu a algum
recibo da conta do acto, nos termos do artigo 201. dos interessados, observar-se-á o disposto nos números
5. Os documentos recebidos por telecópia, nos termos da alínea seguintes.
i) do artigo 5 têm o valor probatório das certidões, desde que 2. A certidão incluirá não só a parte do instrumento que se
obedeçam ao disposto no artigo 159. reporte ao acto ou ao interessado indicado pejo requisitante, mas
tudo quanto se refira ao contexto e requisitos gerais do instrumento
ARTIGO 164 e aos documentos que o instruíam, com omissão apenas do que
(Espécies) respeite a outros actos jurídicos nele contidos ou a outros
interessados.
1. A cèrtidão extraída dos instrumentos e dos documentos
3. A certidão deve, porém, incluir outras referências, feitas por
existentes nas repartições notariais pode ser de teor ou de
forma narrativa, quando necessárias para a boa compreensâo do
narrativa,(integral ou parcial.
seu conteúdo e bem assim todas as estipulações que ampliem,
2. E de teor a certidão que transcreve literalmente o original, restrinjam, modifiquem ou condicionem a parte certificada,
e de narrativâ a que certifica, por extracto, o seu conteúdo.
4. O disposto no artigo anterior é aplicável aos documentos
3. A certidão de teor ou de narrativa é integral ou parcial, que serviram de base à parte certificada do instrumento.
conforme transcreve ou certifica todo o conteúdo do original ou
apenas parte dele. ARTIGO 169
ARTIGO 1 7 4
(Casos de recusa)
SUBSECÇÃO V 1. O notário deve recusar a prática do acto que lhe seja
Fotocópias requisitado» nos casos seguintes:
a) Se o acto for nulo;
ARTIGO 1 7 4
b) Se o acto couber na sua competência ou ele estiver
(Fotocópias de actos notariais) pessoalmente impedido de o praticar;
1. Podem ser extraídas fotocópias de instrumentos c) Se tiver dúvidas sobre a integridade das faculdades
e documentos arquivados nas repartições notariais, nos mesmos mentais dos outorgantes;
casos em que deles se possam extrair certidões. d) Se as partes não fizerem os preparos devidos.
2. A extracção de fotocópias será feita nas repartições notariais, 2. As dúvidas sobre a integridade das faculdades mentais dos
quando devidamente apetrechadas. outorgantes deixam de constituir fundamento de recusa, se no
3. É aplicável às fotocópias, o disposto no artigo 169°. acto intervierem dois peritos médicos que garantam a sanidade
mental daqueles.-
ARTIGO 1 7 5 3. Quando se trate de testamento público ou de instrumento de
(Fotocópias de documentos dos interessados) aprovação de testamento cerrado, a falta de preparo não constitui
fundamento de recusa.
1.O notário pode conferir fotocópias que tenham sido extraídas
de documentos estranhos ao seú arquivo, desde que tanto ARTIGO 1 7 9
a fotocópia como o documento lhe sejam apresentados para (Actos anuláveis e ineficazes)
esse fim.
1. A intervenção dos notários não pode ser recusada Com
2. A fotocópia dos documentos a que se refere o número anterior
o simples fundamento de o acto ser anulável ou ineficaz.
pode também ser extraída pela repartição notarial a pedido dos
interessados. 2. Quando, porém, o acto for anulável, o notário deve advertir
as partes da existência da causa e dos efeitos da anulabilidade
3. A conferência de fotocópias para fins escolares pode ser
e consignar no instrumento a advertência que haja feito.
feita gratuitamente nas repartições escolares onde devam ser
entregues, desde que seja exibido simultaneamente o original do C A P Í T U L O II
documento.
Recursos
ARTIGO 1 7 6
ARTIGO 1 8 0
(Legalização de fotocópias)
(Admissibilidade de recuso)
1. As fotocópias a que se refere o artigo 175, devem conter,
Quando o notário se recusar a praticar o acto, pode o
como requisitos especiais, os elementos previstos no artigo 166°: interessado interpor recurso para o tribunal distrital a que pertença
2. É aplicável às fotocópias de documentos não arquivados, a sede da repartição notarial, sem prejuízo da reclamação
o disposto na alínea c) do artigo 166° e nos artigos 169° e 173°. hierárquica prevista na lei
ARTIGO 181 TÍTULO IV
(Especificação dos motivos da recusa) Disposições Diversas
Se o interessado declarar, verbalmente ou por escrito, que
CAPÍTULO I
pretendei recorrer, ser-lhe-á entregue pelo notário, dentro de
quarenta e oito horas, uma exposição datada na qual se Responsabilidade dos Funcionários Notariais
especifiquem os motivos da recusa.
ARTIGO 189
ARTIGO 182 (Responsabilidade em casos de revalidação)
(Petição de recurso)
A revalidação judicial dos actos notariais não exime os
1. Dentro dos quinze dias subsequentes à entrega da exposição funcionários notariais da responsabilidade pelos danos que hajam
deve o recorrente apresentar na repartição notarial a petição de causado.
recurso,dirigidaao juiz de direito e acompanhada da exposição
do notário e dos documentos que o interessado pretende oferecer. CAPÍTULO II
2. Na petição, o recorrente procurará demonstrar a Estatística
improcedência dos motivos da recusa, concluindo por pedir que
seja determinada a realização do acto. ARTIGO 190
(Preenchimento de verbetes)
ARTIGO 183
(Sustentação da recusa e remessa do processo a juízo) 1. Os notários e os demais funcionários com atribuições
notariais preencherão e assinarão diariamente os verbetes que
1. Autuada a petição e os respectivos documentos o notário
devam ser remetidos ao Instituto Nacional de Estatística, de
recorrido lavrará despacho, dentro de quarenta e oito horas, a harmonia coma lei e comas instruções de ordem tecnica emanadas
sustentar ou a reparar a recusa. deste organismo.
2. Se o notário mantiver a recusa, remeterá o processo o juízo,
2. Em seguida à assinatura de cada instrumento, do qual deva
completando a sua instrução com os documentos que julgue
ser extraído verbete estatístico, far-se-á, mesmoporalgarismos, a
necessários.
indicação do verbete ou dos verbetes que lhe correspondam e
ARTIGO 184 rubricar-se-á a respectiva nota,
(Decisão do recurso)
ARTIGO 191
Independentemente de despacho, o processo irá, logo que (Remessa dos. verbetes)
seja recebido em juízo, com vista ao Ministério Público, a fim de
este emitir parecer; em seguida, será julgado por sentença, no 1. Os verbetes são separados por espécies e remetidos
prazo de,oito dias, a contar da conclusão, semanalmente ao Instituto Nacional de Estatística, com um mapa
indicativo dos números de verbetes de cada espcle e respectivos
ARTIGO 185 totais.
(Recorribilidade da decisão) 2. A remessa é feita nos três primeiros dias uteis da semana
1. Da sentença podem sempre interpor recurso para o tribunal seguinte àquela a que os verbetes se reportam.
imediatamente superior, com efeito suspensivo, a parte prejudicada
ARTIGO 192
pela decisão, o notário ou o Ministério Público, sendo o recurso
processado e julgado como agravo em matéria cível. (Participação de actos)
2. Do acórdão que decidir o recurso cabe agravo, nos termos Os notários devem enviar até o dia 15 decadamês:
gerais da lei de processo. .
a) À direcção de finanças da área do cartorio, em suporte
ARTIGO 186 informático ou por cópia, uma relação dos registos de
escrituras diversas e dos instrumentos lavrados nos
(Termos posteriores à decisão do recurso)
termos do número 3 do artigo 120, celebrados no mês
1. Julgado procedente o recurso por decisão definitiva, deve anterior, documentos estes que substituem, para todos
o chefe da secretaria judicial remeter oficiosamente ao notário efeitos, as relações e participações dou actos exarados
recorrido a certidão da decisão proferida. que, por lei, devam ser enviadas ás repartições de
2. Da decisão será enviada cópia à Direcção. Nacional dos finanças competentes;
Registos e do Notariado. b) As conservatórias competentes, relações de todos os
instrumentos lavradosnomês anterior, para prova dos
ARTIGO 187
factos sujeitos a registo obrigatório.
(Cumprimento do Julgado)
O acto recusado, cuja realização for determinada no julgamento ARTIGO 193
do recurso, será efectuado pelo notário recorrido, logo que as (Requisição do registo)
partes o solicitem, com referência à decisão transitada.
1. Incumbe ao notário, a pedido dos interessados, preencher a
ARTIGO 188 requisição do registo em impresso de modelo aprovado e remetê-
(Isenção de custas) lo à competente conservatória do registo predial ou comercial
acompanhada dos respectivos documentos de preparo
O notario recorrido é isento de custas, ainda que o recurso
haja sido Julgado procedente, salvo quando se prove que agiu 2. A requisição é preenchida imediatamente após a outorga da
com dolo ou contra disposição expressa da lei, escritura pública e assinada pelos interessados e pelo notárió.
3. A fotocópia da requisição é devolvida ao notário, após ser 2. As contas sao elaboradas logo após a realização do acto,
nela lançada a nota de recebimento na conservatória. salvo no caso previsto no artigo 119°, em que são feitas apenas
quando devam ser pagas nos termos do número 3 do mesmo
ARTIGO 1 9 4
artigo.
(Requisição de publicações)
ARTIGO 2 0 0
O notário pode, a pedido e expensas dos interessados, solicitar
as publicações legais dos actos por ele praticados. (Onde se lançam as contas)
1. As contas são feitas e m impressos do modelo aprovado,
CAPÍTULO III anotando-se o livro e o número das folhas com que o acto fica
Encargos dos Actos Notariais exarado.
2. A conta dos actos lavrados em instrumentos avulsos e em
ARTIGO 1 9 5
outros documentos entregues às partes é lançada nesses
(Emolumentos, taxas e despesas) instrumentos ou documentos, bem como nos seus duplicados,
1. Pelos actos praticados nas repartições notariais são cobrados quando os houver, devendo incluir-se neles os elementos e o
os emolumentos e as taxas constantes da respectiva tabela, salvos papel do duplicado.
os casòs de gratuitidade ou de isenção previstos na lei. 3. A conta relativa à apresentação dé títulos a protesto e
2. Aos encargos previstos no número anterior acrescem as respectivas notificações é feita e lançada nestes títulos, quando
despesas de correio e, quanto aos actos realizados fora das retirados sem protestos, ou englobada na conta do instrumento
repartições notariais, as despesas efectuadas com o transporte de protesto e no seu duplicado, quando o protesto se realize.
dos funcionários. 4. Nos documentos transmitidos por telecópia à solicitação
dos interessados, a conta é efectuada pelo cartório receptor e
ARTIGO 196
lançada nos termos do número 4.
(Imposto do selo e sisa)
1. Além dos encargos referidos no artigo anterior, o notário ARTIGO 2 0 1
cobrará dos interessados o imposto de selo previsto na respectiva (Conferência das contas, conservação do original e entrega
tabela, correspondente aos diversos actos notariais e às folhas do duplicado às partes)
dos livros de notas, salvos os casos de forma especial
1. Todas as contas serão conferidas é rubricadas pelo notário
de pagamento ou de isenção.
ou pelo ajudante.
2. A sisa devida pelas transmissões de bens imóveis operadas
2. Os blocos dos originais das contas ficarão arquivados
em partilha ou decisão extrajudicial e liquidada nos termos
durante o período mínimo de cinco anos, a contar da data da
previstos na legislação fiscal.
última conta neles exarada.
repartições públicas não estão sujeitos a nenhum encargo. (Registo das contas)
2. Quando, porém, se destinem a ser juntos a algum processo, 1. À medida que forem elaboradas, as contas serão
os documentos expedidos levarão aposta a conta, para entrar em imediatamente lançadas no livro de registo de emolumentos
regra de custas, se as houver, e ser oportunamente paga ao notário. e selo.
3. Os encargos dos documentos requisitados por solicitação 2. Quando, por inadvertência, se cometa algum erro na conta
dos interessados são cobrados: de emolumentos ou haja omissão do seu-registo, a correcção do
a) Pelo Cartório Notarial requisitante que, no prazo erro ou registo da conta pode fazer-se posteriormente, mas dentro
de quarenta e oito horas, deve remeter ao serviço do mesmo mês ou no mês imediato.
requisitado, por cheque ou depósito em conta, o valor
respeitante ao seu custo e despesas de expedição; ARTIGO 2 0 3
b) Pelos outros serviços requisitantes que, nos mesmos (Referência ao registo das contas)
termos, devem remeter ao cartório requisitado as 1. Nofinalde cada conta indicar-se-á o número de registo que
quantias respectivas. lhe corresponde.
ARTIGO 1 9 8 2. No final de cada acto lavrado nos livros de notas, depois
(Encargos dos instrumentos avulsos) da referência aos verbetes estatísticos, quando houver lugar a
ela,.far-se-á menção da conta e do seu número de registo.
Nos instrumentos avulsos lavrados em dois exemplares, os
3. Na menção da conta dos reconhecimentos far-se-á referência
emolumentos dos actos só são devidos pelo original,ficandoo
ao seu total.
duplicado sujeito aos encargos devidos pelas certidões, a incluir
na conta do original. 4.O notário ou ajudante aporá a sua rubrica a seguir à menção
do registo da conta.
ARTIGO 1 9 9 5. No final de cada instrumento cuja conta não deva nele.ser
(Organização das contas) lançada, e após as assinaturas, faz-se referência ao seu número
1. Os encargos a que estão sujeitos os actos notariais constarão de registo e, se algum acto beneficiar de isenção ou de redução de
da conta e serão devidamente discriminados pelafôrmaprevista emolumentos e de selo, deve anotar-se, de tòrma sucinta,
na lei. o respectivo fundamento legal.
ARTIGO 2 0 4 2. Os pagamentos são feitos mensalmente atéaodia 10 do mês
(Selo dos livros) imediato ao da cobrança.
2.O imposto do selo dos livros de notas é liquidado e cobrado Disposições Finais
por cada lauda, à medida que os actos neles forem sendo lavrados,
a razão de metade do selo devido por cada folha; o imposto ARTIGO 2 0 8
é devido pelo acto que ocupar a primeira linha de cada lauda e (Comunicações que devem ser feitas aos| notários)
deve ser discriminado na conta dós encargos que são cobrados
Serão obrigatoriamente comunicados às repartições notariais
das partes.
onde tiverem sido lavrados os respectivos actos:
3. Nos outros livros sujeitos a imposto do selo, este deve ser
liquidado e pago pelos notários, antes da legalização, a) O falecimento dos testadores, por par :e da repartição
pública onde seja apresentada certidao de testamento
ARTIGO 2 0 5 público sem o averbamento desse facto;
(Encargos Imputáveis aos serviços) b) O falecimento dos doadores, quando tenham instituído
1. O selo relativo às laudas inutilizadas por motivo não encargos a favor da alma ou de interesse público, que
imputável às partes é da responsabilidade do notário, que o deve devam ser cumpridos depois da morte deles, por parte
anotar mesmo à margem e registar no livro de registo de da repartição pública onde seja apresentada certidão
emolumentos e selo. de escritura de doação sem o averbamento desse
falecimento;
2. Os instrumentos avulsos, incluindo os de protestos de títulos
de créditò certificados, certidões e documentos análogos, podem c) As decisões judiciais transitadas em julgado, que tenham
ser expedidos em papel comum, pagando-se o selo do papel e dos declarado a nulidade ou a revalicação de actos
actos por estampilha oú por selo de verba; o imposto de selo notariais, e as decisões proferidas nas acções a que se
devido será sempre discriminado na.respectiva conta, referem os artigos 93.° e 104°, por parte da respectiva
3. É também da responsabilidade do cartório o selo devido secretaria judicial.
pelas esçrituras de rectificação de actos notariais por erro
imputável aos serviços, bem como o selo das laudas por elas ARTIGO 2 0 9
2. As informações referentes a testamentos só podem, porém, Art. 4. Compete ao Ministro das Finanças aprovar as normas
ser prestadas sobre requerimento acompanhado da certidão de operacionais da Central de Valores Mobiliários, no prazo
óbito do testador, ou a pedido do próprio testador ou do seu de noventa dias após a publicação do presente Decreto.
procurador com poderes especiais. Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 30 de Maio
3. As informações serão prestadas por escrito, no impresso do de 2006.
modelo aprovado, ou por certidão. Publique-se.
A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
1. E obrigatória a inscrição na Central de Valores Mobiliários g) Cópia autenticada das actas das deliberações ou
de quaisquer emissões de valores mobiliários efectuadas em resoluções dos órgãos sociais da entidade emitente
território nacional por entidades de direito Moçambicano. ou dos diplomas e actos administrativos que, nos
termos das disposições legais e estatutárias aplicáveis,
2. O estabelecido no número anterior é aplicável igualmente
aos valores mobiliários já emitidos e em circulação à data da aprovaram a emissão;
publicação do presente Regulamento, devendo as entidades h) Identificação do intermediário financeiro em que se
emitentes requerer a integração desses valores na Central de encontrem registados ou depositados os valores
Valores Mobiliários no prazo de um ano a contar da publicação integrantes da emissão, com indicação da quantidade
das normas operacionais da Central de Valores Mobiliários, de valores afectos a cada um, se forem mais do que um.
dos valores em causa, a forma de representação que assumem (Informação ao Banco de Moçambique)
e as condições e características da emissão. 1. A Bolsa de Valores de Moçambique de disponibilizar ao Banco
de Moçambique toda a informação relacionada com os
ARTIGO 1 7 movimentos realizados na Central de Valores Mobiliários.
(Exercício de direitos) 2. Sempre que sejam detectadas irregularidades nos valores
mobiliários integrados na Central de Valores Mobiliários ou
1. A Central de Valores Mobiliários assegura um serviço
discrepâncias nos saldos das. contas não sanados pelos
adequado para o exercício dos direitos de conteúdo patrimonial
intermediários financeiros ou pelas entidades emitentes desses
inerentes aos valores mobiliários, escriturais ou titulados, nela
valores mobiliários, a Bolsa de Valores de Moçambique deve dar
integradios.
imediato conhecimento do facto ao Banco de Moçambique.
2. Os pagamentos correspondentes ao exercício de direitos 3. A Bolsa de Valores de Moçambique deve, igualmente, dar
a que sé refere o número anterior, bem como qualquer outra conhecimento imediato ao Banco de Moçambique, sobre quaisquer
movimentação financeira conexa, devem verificar-se ocorrências ou circunstâncias que não estejam em conformidade
obrigatoriamente através de intermediário financeiro indicado pela com o disposto no presente Regulamento ou nas disposições
entidade emitente, que procederá aos pagamentos e que venham a constar dás normas operacionais da Central de
movimentações em causa através de intermediários financeiros Valores Mobiliários.
é çom base na- informação prestada péla Central de Valores
Mobiliários.
Resolução n.° 29/2006
ARTIGO 1 8 de 23 de Agosto
(Procedimentos) Havendo necessidade de dar cumprimento às formalidades
Os procedimentos para a prossecução do exercício dos direitos previstas no Acordo de Adesão celebrado entre o Governo
da República de Moçambique e o Banco Islãmico de Desen-
inerente^ aos valores mobiliários integrados na Central de Valores
volvimento e ao abrigo do disposto na alínea g) do n.° 1 do
Mobiliários serão fixados nas normas operacionais da Central artigo 204 da Constituição da República de Moçambique,
de Valoras Mobiliários. o Conselho de Ministros determina:
Único. É ratificado o Acordo de Adesão da República
ARTIGO 1 9
de Moçambique à Coorporação Islâmica do Financiamento
(Dever de colaboração) do Comércio Internacional celebrado entre República de
Moçambique e o Banco Islâmico de Dsenvolvimento, no dia 30
1. Para efeitos do cumprimento do disposto no presente
de Maio de 2006.
diploma), ficam os intermediários financeiros, as entidades
Aprovada pelo Conselho de Ministros, em 27 de Junho
emitentes e as demais entidades participantes na Central de
de 2006.
Valores Mobiliários obrigadas a fornecer à Bolsa de Valores de
Publique-se.
Moçambique todas as informações necessárias ao bom
A Primeira-Ministra, Luisa Dias Diogo,
funcionalmente do sistema.