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INTRODUÇÃO

A integração regional é um veículo fundamental para ajudar África a


aumentar a sua competitividade, diversificar a sua economia de base e criar emprego
suficiente para uma população jovem e em urbanização acelerada.

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DESENVOLVIMENTO

União Áfricana e as integrações Regionais

União Africana (UA) é a organização internacional que promove a integração entre


os países do continente africano nos mais diferentes aspectos. Fundada em 2002 e
sucessora da Organização da Unidade Africana, criada em 1963, é baseada no modelo da
União Europeia (mas atualmente com atuação mais próxima a da Comunidade das
Nações), ajuda na promoção da democracia, direitos humanos e desenvolvimento
econômico na África, especialmente no aumento dos investimentos estrangeiros por meio
do programa Nova Parceria para o Desenvolvimento da África. Seu primeiro presidente
foi o sul-africano Thabo Mbeki.

A integração regional é considerada pelos formuladores de políticas e tomadores de


decisões e parceiros internacionais da África, uma boa estratégia para cooperação e
promoção do desenvolvimento no continente africano. O presente trabalho se objetiva
apontar as consequências de integração econômica de bloco de CEDEAO para Guiné-
Bissau, a partir de 1990.

Os blocos econômicos regionais estão sendo na atualidade instrumentos importantes


na luta contra a pobreza, subdesenvolvimento e inserção na economia global e a África
Ocidental (AO) apresenta como uma das regiões mais interessadas. Consciente desta
realidade, o artigo trabalha com a hipótese de a integração ser a condição sine qua non
mesmo que insuficiente para o desenvolvimento da região. O objetivo é demonstrar as
diversas iniciativas integracionistas na AO, os logros obtidos apesar da especificidade da
região, assim como as adversidades e obstáculos encontrados. Conclui-se que apesar dos
problemas e mesmo que essa integração não siga os padrões ocidentais, o estabelecimento
de uma união monetária numa zona sem condições mínimas por si só, é um êxito, opondo
desta forma as críticas da literatura ocidental que quase sempre catalogam de fracassadas
as integrações africanas.

O relatório, sob o tema Conectando os Mercados Africanos de uma Forma


Sustentável, é elaborado conjuntamente pelo Banco Africano de Desenvolvimento, o
Banco Mundial e o Fórum Económico Mundial. A integração regional é um veículo
fundamental para ajudar África a aumentar a sua competitividade, diversificar a sua
economia de base e criar emprego suficiente para uma população jovem e em urbanização

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acelerada. O relatório apresenta os principais desafios políticos para o estabelecimento de
uma maior integração regional:

• Diminuir as diferenças de competitividade: A competitividade de África como


um todo fica atrás de outras regiões emergentes – em especial na qualidade das suas
instituições, infraestruturas, políticas macroeconómicas, educação e adoção tecnológica
– ao mesmo tempo que persistem enormes diferenças entre as economias africanas mais
e menos importantes. O relatório avalia o sucesso de África na criação dos fatores
ambientais e sociais necessários para lidar ou mediar estes desequilíbrios.

• Facilitar as trocas comerciais: As exportações africanas continuam


demasiadamente concentradas nas mercadorias e a sua quota do comércio mundial é ainda
reduzida, apesar das numerosas comunidades económicas regionais e da liberalização dos
mercados nacionais. O comércio intra-africano é particularmente reduzido. O relatório
identifica uma administração fronteiriça complexa e não transparente, em particular
quanto a procedimentos importação-exportação, a fraca utilização de tecnologias de
informação e comunicação (TIC) um défice de infraestruturas persistente, como
constituindo as maiores barreiras a níveis mais elevados de integração regional. Mostra
igualmente que estes desafios são mais pronunciados nas economias africanas do interior.

• Construir melhores infraestruturas: O défice africano de infraestruturas


representa um enorme obstáculo à integração regional, um problema tornado mais patente
pelo crescimento dos mercados de consumo e pela urbanização. O desenvolvimento de
infraestruturas adequadas e eficientes irá ajudar as economias africanas a aumentar a
produtividade na indústria transformadora e no fornecimento de serviços, contribuir para
melhorias na saúde e na educação e ajudar a uma distribuição mais equitativa das riquezas
nacionais. O relatório examina como desenvolvimentos na energia, transportes e TIC
podem ser realizados para maximizar os benefícios da integração regional.

• Investir em polos de crescimento: Definidos como investimentos geralmente


público-privados plurianuais, destinados a acelerar as indústrias exportadoras e respetiva
infraestrutura de apoio, os polos de crescimento representam formas importantes de
construir capacidade produtiva e de impulsionar a integração regional através da atração
de investimento. Dado que o Banco Mundial vem investindo em polos de crescimento há
já alguns anos,

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Economia

Tal como a sua antecessora, a Organização da Unidade Africana, a UA promove a


integração regional como forma de desenvolvimento económico. O objetivo final é a
completa integração das economias de todos os países da África, numa Comunidade
Económica Africana.

Neste momento, funcionam as seguintes organizações de integração regional:

 A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO);


 A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC);
 A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC);
 A Comunidade da África Oriental (EAC);
 O Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA); e
 A União Árabe do Magrebe (UMA).

Como cada bloco é autônomo, uma crise inicial em um pilar não afetará diretamente
os outros que sustentam o programa de integração continental.

Em 10 de junho de 2015, foi ratificado, em encontro da UA no Cairo, a união dos


países que formam a COMESA, EAC e SADC para a formação de uma zona de livre
comércio única, buscando um Mercado comum. Essa comunidade deve entrar em vigor
em 2017, a chamada.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO);

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (em inglês: Economic


Community of West African States, ECOWAS; em francês: Comunauté Économique des
États de l’Afrique de l’Ouest, CEDEAO), cujo acrónimo é CEDEAO, é a organização de
integração regional que engloba quinze países da África Ocidental.

Qual é o objetivo e Importáncia do CEDEAO?

A CEDEAO (ou também ECOWAS) é uma organização de integração regional que


engloba quinze países da África Ocidental e cujos principais objetivos são a integração
económica, o comércio regional e a cooperação política. CEDEAO é o acrónimo de
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

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A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC)

A Comunidade Econômica dos Estados da África Central/Comunidade Económica


dos Estados da África Central (CEEAC) é uma comunidade econômica da África Central
criada em Libreville, Gabão, em dezembro de 1981.

Objectivo e a Importáncia da CEEAC

A CEEAC tornou-se operacional em 1985 e seus objetivos são promover a


cooperação e o desenvolvimento auto-sustentável, com particular ênfase na estabilidade
econômica e melhoria da qualidade de vida. Os onze países membros são Burundi,
Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Gabão, São
Tomé e Príncipe, República Democrática do Congo e Angola.

A política da CEEAC inclui um plano de doze anos para eliminar impostos de


alfândegas entre os Estados membros e estabelecer uma pauta externa comum; consolidar
o livre movimento de bens, serviços e pessoas; melhorar a indústria, o transporte e as
comunicações; a união dos bancos comerciais e a criação de um fundo de
desenvolvimento. A sede da CEEAC está em Libreville, Gabão.

COMUNIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DA ÁFRICA AUSTRAL


(SADC)

Foi criada em 1992, para incentivar as relações comerciais entre seus 14 países
membros. Tem o objetivo de criar um mercado comum, a médio prazo, seguindo o
modelo básico da União Européia e alguns aspectos do Mercosul. Tem também o
propósito de promover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada região
meridional africana.

O que o SADC tem feito

Dentre os principais objetivos do SADC temos o desenvolvimento da região,


estabelecer a paz entre os países membros e a criação de um mercado comum
incentivando as relações comerciais. Além do caráter econômico, o político e o social tem
sido também o foco de desenvolvimento.

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São Países-Membros da SADC: África do Sul, Angola, Botsuana, Lesoto, Malavi,
Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Seicheles,
Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

Como surgiu a SADC

A SADC surge das tensões entre dominação colonial e conflitos da África do Sul.
Os países unem-se em bloco para reduzir a dependência econômica da África do Sul e
isolar o apartheid. Palavras-chave: Integração regional. África Austral.

A Comunidade da África Oriental (EAC)

A Comunidade da África Oriental (EAC) é uma organização intergovernamental


regional de 6 Estados Parceiros: as Repúblicas do Burundi, Quénia, Ruanda, Sudão do
Sul, República Unida da Tanzânia e República do Uganda, com sede em Arusha,
Tanzânia.

Os objetivos desta Estratégia são proporcionar um quadro de colaboração e parceria


para os Estados parceiros da EAC (em inglês) em redução e gestão de riscos de desastres
e facilitar e reforçar as atividades de redução e gestão de riscos de desastre obtidos dos
Estados parceiros do EAC, em conformidade com o Quadro de Ação do Hyogo.

O Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA)

Mercado Comum da África Oriental e Austral) é uma organização de integração


econômica entre países da África que tem como objetivo promover a prosperidade
econômica dos estados membros, através do estabelecimento de uma área de livre
comércio.

A COMESA tem 19 estados membros, não só das duas sub-regiões indicadas no seu
nome, África oriental e África austral, mas também do norte de África (Líbia e Egito).

O tratado que fundou a COMESA foi assinado em 5 de Novembro de 1993, em


Kampala, Uganda, e foi ratificado a 8 de Dezembro de 1994 em Lilongwe, Malawi. Esta
organização substituiu a “Área de Comércio Preferencial” (Preferential Trade Area, ou
PTA) que existia desde 1981.

O objetivo do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) é alcançar


a integração económica dos países-membros:
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 Área de livre comércio COMESA
 União Aduaneira da África Oriental e Austral
 Mercado Comum COMESA
 Comunidade económica COMESA

Todos os países do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA) são


membros do Acordo de Livre Comércio Tripartido COMESA-EAC-SADC.

O Sudão do Sul solicitou o acesso ao mercado Comum da África Oriental e Austral


(COMESA).

Os antigos membros do COMESA são Angola, o Lesoto, a Namíbia, Moçambique


e a Tanzânia.

A União Árabe do Magrebe (UMA)

A União do Magrebe Árabe foi criada em 17 de fevereiro de 1989, através do


Tratado de Marraquexe, assinado em Marraquexe (Marrocos). Os Estados-membros são:
Argélia, Tunísia, Líbia, Marrocos e Mauritânia.

A União tem como metas principais:

Livre-circulação de pessoas, serviços, mercadorias e capitais entre os Estados-


membros; Adoção de políticas comuns. Em matéria econômica, a política comum visa
assegurar o desenvolvimento industrial, agrícola, comercial e social dos Estados-
membros.

Para esses objetivos serem alcançados, devem ser seguidas as seguintes etapas:

 Instituição de uma zona de livre-comércio com o desmantelamento dos


obstáculos tarifários e não tarifários ao comércio entre os países membros;
 Uma união aduaneira, com o objetivo de adotar uma tarifa exterior comum
frente ao resto do mundo;
 Um mercado comum, que deve integrar as economias do Magrebe com o
fim das restrições à circulação de fatores de produção através das fronteiras
nacionais dos países membros.

INTEGRAÇÕES ECONÔMICAS DE ÁFRICA

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O processo de integração económica regional em Africa tem mais de quarenta anos,
remontando aos primeiros anos dos anos 60, para não referir os casos desenvolvidos em
alguns países, ao tempo ainda colónias. Pode surpreender esta simples referência his
tórica quando se analisa o desempenho económico das múltiplas organizações regionais
neste continente. E um facto que, desde cedo, o discurso institucional, nomeadamente da
OUA, ou nacional, através dos seus líderes políticos, apontou a cooperação e a integração
regionais como um factor, para uns decisivo, para outros supletivo mas de enorme
importância, impulsionador do desenvolvimento económico nacional e um meio de
quebrar a forte dependência comercial externa. Mas a realidade tem mostrado quase o
oposto. Inoperância, inactividade, mas sempre uma catadupa de declarações de fé no
papel da integração económica regional. Quando o processo de globalização segue
imparável e, curiosamente, associa (ou concilia) o aprofundamento do regionalismo
económico num contexto de liberalização e multilateralismo de acordo com as
imposições da OMC, África não tem conseguido dinamizar e aproveitar o movimento de
regionalização económico no seu interior.

A integração económica regional em Africa

A integração económica africana assumiu, nos primeiros anos após o início da vaga de
independências no continente, características bem mais próximas da cooperação
económica do que de uma verdadeira integração *tradicional' dos seus mercados, de
acordo com o estipulado na teoria económica da integração. As recomendações saídas
das duas primeiras reuniões de dirigentes africanos, em 1958 e em 1960, são a este
respeito muito claras: promover a cooperação económica entre os novos Estados
independentes como estratégia de transformação económica. Poucos anos mais tarde, em
1963, aquando da constituição da Organização de Unidade Africana (OUA), aquela ideia
passa a estar incluída nos seus princípios e objectivos.

Obstáculos à integração económica regional em Africa

Embora o movimento de cooperação e integração económica regionais em Africa seja


uma realidade de algumas décadas 12, as dificuldades sentidas pelos seus membros em
aprofundar as suas relações económicas, antes do mais comerciais, evidenciam a
existência de inúmeros factores que condicionam a prossecução desses objectivos.

Uma visão crítica da abordagem ocidental sobre a integração africana

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A África foi forçada durante muitos anos a ser fornecedor de combustível
necessário para a industrialização ocidental, enquanto se condenava a pobreza e ao
subdesenvolvimento (ZOCTIZOUM, 2006). Contudo, esses fatores que provocaram
atraso no ordenamento das economias e finanças públicas africanas, parecem ser
ignorados pelos acadêmicos e cientistas ocidentais (excetuando os de esquerda), na hora
de analisar as verdadeiras causas do seu subdesenvolvimento (FERNANDES, 2008).

Segundo Badi (2002), muitos estudos relacionam a situação enfrentada pelos países
africanos à ausência da democracia, falta de instituições sólidas e políticas em diversos
setores, ausência de infraestruturas e problemas étnicos etc. Estas afirmações não estão
longe de serem verdadeiras, devido a um conjunto de fatores adversos encontrados na
região. Entretanto, a maior parte da literatura passa por alto alguns fatores que talvez
fossem mais importantes e relevantes que todos os outros normalmente atribuídos ao não
desenvolvimento da África. Entre eles, se destacam a dominação que durante séculos foi
submetido o continente, o processo de colonização que veio posteriormente e o trato
desigual dos países africanos no comércio internacional (KI-ZERBO, 1972).

Primórdios do processo da integração regional africana

O termo integração econômica que adquiriu maior precisão depois de 1950,


significa um processo voluntário de crescente interdependência de economias separadas
no sentido de pressupor medidas que conduzem a supressão de algumas formas de
dominação (BELASSA, 1961). A integração regional é um processo prolongado e
complicado, que requer harmonização de diversos aspetos em diferentes momentos, fases
e etapas. Tomando como referência a União Européia, constata-se que foi um processo
bem elaborado e articulado que demorou meio século para se consolidar (FERNANDES,
2007). Na África, onde a maioria dos países conseguiu a independência na década de
1960 e o processo de integração regional só começou a ser visto com mais seriedade na
década de 1990, resulta evidente que ainda falta muito caminho por recorrer e tempo para
se consolidar.

O papel da Organização para a Unidade Africana na integração regional


africana

O processo de descolonização e a independência das nações africanas foram mais


bem tardios, já que só depois das duas Guerras Mundiais é que começou o processo da

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emancipação dos países africanos, por isso, a noção de soberania e identidade nacional
na visão de Badi (2002) é menos madura em relação a outras regiões em desenvolvimento.
Aquele autor, todavia realça que a colonização original também impôs um traçado de
fronteiras que desarticulou a natural disposição cultural de tribos e etnias. Encaminhando
o raciocino desta maneira, poderíamos pensar que os países desenvolvidos atuavam e
ainda atuam de forma a continuar perpetuando as carências e excessiva dependência ao
financiamento dos países africanos. Uma dependência que em última instância atrela
miséria e outros problemas hoje enfrentados pelos países africanos.

África Ocidental e os blocos regionais

A África Ocidental é representada por vários países com diversas características e


culturas, sendo palco de grandes impérios do século passado como, o Império Gana, o
Império Mali e o Império Songai que controlavam, sobretudo o comércio transaariano de
sal, ouro, matérias primas, marfim etc. (ADETULA, 2004). Como aparece na Figura 1,
os países que fazem parte da África Ocidental são: Benin, Burkina Faso, Cabo-Verde,
Costa de Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali,
Mauritânia, Níger, Nigéria, Saara Ocidental, Senegal, Serra Leoa e Togo11.

União Econômica e Monetária dos Estados da África Ocidental (UEMOA)

A UEMOA foi criada por um tratado assinado pelos chefes de Estados e Governos
do Benin, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo no dia 10 de
janeiro de 1994 em Dakar, com a perspectiva de uso da moeda comum: o franco CFA. O
tratado entrou em vigor no dia 1 de Agosto de 1994 após a ratificação pelos Estados
membros e a Guiné-Bissau se converteu no oitavo Estado membro com a sua adesão no
dia 2 de Maio de 1997. A UEMOA é representada por um simbolismo de crescimento,
união, solidariedade e a complementaridade entre os membros (UEMOA, 2006). Os
objetivos da UEMOA são:

1. Reforçar a competitividade das atividades econômicas e financeiras dos Estados


membros no quadro do andamento e abertura concorrencial num ambiente
racional e harmônico;
2. Assegurar a convergência das performances e políticas econômicas dos Estados
membros para o estabelecimento de um procedimento de vigilância multilateral;
3. Criar entre os Estados membros um mercado comum baseado na livre circulação
das pessoas, bens, serviços, capital e o direito de estabelecimento de trabalhadores
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assalariados ou privados, assim como uma política comercial e tarifa exterior
comum;
4. Instituir uma coordenação das políticas setoriais nacionais para a missão de
abertura das ações comuns e eventualmente as políticas comuns, sobretudo dentro
dos seguintes domínios: recursos humanos, controle espacial, agricultura, energia,
industria, minas, transporte, infra-estrutura e telecomunicação;
5. 5armonizar na melhor medida o bom funcionamento do mercado comum, as
legislações dos Estados membros e particularmente o regime de fiscalização
(UEMOA, 2006).

Causas e vantagem da integração regional na África Ocidental

A atual literatura tem debatido enormemente sobre os verdadeiros objetivos e


causas perseguidos pela integração. Duas das principais considerações teóricas que
justificam a formação dos blocos regionais são os efeitos da alocação e os efeitos da
acumulação, resultante da livre troca entre um grupo de países que formam um bloco
(Fernandes, 2007). Desde uma perspectiva econômica, a integração regional deve ser
entendida, como um instrumento de desenvolvimento, competitividade ou
crescimento e, segundo Torrent (2006), esse fim é perseguido através de uma serie de
objetivos intermédios, normalmente analisados desde dois pontos de vista. Em
primeiro lugar, aumenta a competência e provoca economias de escala como resultado
da ampliação do mercado e com estreitamento do contrato entre produtores de
distintos Estados membros. Em segundo lugar, a integração muda os patrões dos
fluxos comerciais assim como a localização da produção.

Trocas comerciais e obstáculos da integração na África Ocidental

Como corrobora CODERSIA (2009), durante os primeiros intentos de integração,


os países desta região ainda estavam sob a direção da ditadura colonial, entretanto,
estes fatores por si só, não são suficientes para justificar o lento avanço nas questões
integracionista na AO. Dito de outro modo, outras questões têm que ser adicionadas
a essa problemática e entre elas, estão às medidas aplicadas sem rigor científico,
motivada em parte pela carência de conhecimento e implementação e arranjos
defeituosos de Políticas Nacionais de Desenvolvimento. Egoscozábal (2007)
comenta que a maior parte de iniciativas de integração regional que surgiram no
contexto da descolonização teve um escasso desenvolvimento e entre as causas estão:

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(i) o estabelecimento como prioridade da construção de Estadonação acima de
estabelecimentos de laços de cooperação com outros países; (ii) a vontade política de
não cessão de soberania em temas considerados fundamentais como
desenvolvimento, segurança nacional, prestígio etc.;

“O crescimento de África precisa de ser visto no contexto internacional alargado,


em que ganhos de crescimento económico encorajadores escondem uma fraqueza
subjacente na sua competitividade de longo prazo. A integração regional é
fundamental para resolver esta fraqueza mediante a prestação de benefícios sociais e
económicos mais alargados e deverá ser uma prioridade dos líderes africanos ao
procurarem garantir que África cumpre a sua promessa,” afirmou Jennifer Blanke,
Economista-Chefe do Fórum Económico Mundial.

“Um elevado crescimento económico sustentado acontece frequentemente num


ambiente em que existe um desenvolvimento significativo da infraestrutura.

A integração regional na África Ocidental caracteriza-se pela associação formal


de países geograficamente próximos e uma forte tendência a aproveitar o legado
deixado pela era colonial. Todos os países da AO com a exceção da Mauritânia fazem
parte da CEDEAO. Atualmente, os governos locais ao contrário do passado, apostam
fortemente no fenômeno da integração e o mesmo é visto como uma das vias para o
desenvolvimento. Até poucos anos atrás, muitos países da região não dispunham de
bancos e os sistemas financeiros de forma isolados eram muito precários. Atualmente,
as reformas econômicas regionais no seu conjunto se complementaram com
mudanças especificamente orientadas a melhorar o funcionamento do sistema
financeiro e econômico permitindo sua modernização que trouxe como conseqüências
um incremento da circulação de quase dinheiro no sentido amplo. O estabelecimento
da moeda única (Franco CFA) e um Banco Central (BCEAO) nos países da UEMOA
que permite a coordenação conjunta das políticas monetárias, fiscais e cambias da
união, constitui um aspecto muito importante a ter em conta. Igualmente, para os
países da ZMAO, já existe um banco central único muito embora ainda não iniciasse
seu funcionamento.

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Considerações finais

A União Africana (UA) é um órgão continental constituído pelos 55 estados


membros que compõem os países do continente africano. Foi lançado oficialmente
em 2002 como sucessor da Organização da Unidade Africana (OUA, 1963-1999)

A integração regional é um veículo fundamental para ajudar África a aumentar a


sua competitividade, diversificar a sua economia de base e criar emprego suficiente
para uma população jovem e em urbanização acelerada. CEDEAO,CEEAC,SADC,EAC,
COMESA, UMA.

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Referências Bibliográficas
ADETULA, Victor A. regional integration in Africa: prospect for closer
cooperation between West, East and Southern Africa. IDASA/FREDSKORPSET
Research Exchange Program Governance and Democracy. Johannesburg; May,
2004.
ARYEETEY, Ernest. Regional Integration in West Africa. Research programme
on: Integration and Co-operation in Sub-Saharan Africa. OECD Development
Center. Working Paper No. 170, March, 2001.
BADI, Mbuyi K. Ideologías y Experiencias de Integración Regional en África:
problemas e perspectivas. Tesis Doctoral. Facultad de Ciencias Políticas,
Departamento de Derecho Internacional Público y Relaciones Internacionales de
la Universidad Complutense. Madrid, 1992.
__________. Neoliberalismo, África. Setembro, 2002.
BANCO MUNDIAL. Integração Regional em África. Notas de antecedentes para
reunião de consultas sobre integração regional. Banco Mundial, 2007.

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