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Universidade Púngué
Chimoio
2023
Universidade Púnguè
Cadeira:
Direito de Integração Regional da SADC
Tema:
Arquitetura formal do Direito da SADC
Docente:
MSc. João Luís Araújo
Universidade Púngué
Chimoio
2023
Índice
1.0. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
1.1. Objectivos .......................................................................................................... 4
1.1.1. Objectivo geral............................................................................................ 4
1.1.2. Objectivos específicos ................................................................................ 4
2.0. ARQUITETURA FORMAL DO DIREITO DA SADC ....................................... 5
2.1. Noções gerais sobre a SADC ............................................................................. 5
2.2. Os tratados e acordos legais da SADC .............................................................. 5
2.3. As instituições da SADC e o seu papel na arquitectura legal na organização ... 8
2.3.1. Fórum Parlamentar da SADC ..................................................................... 8
2.3.2. Comité de Embaixadores e Altos Comissários da SADC .......................... 9
2.3.3. Comités Nacionais da SADC.................................................................... 10
2.3.4. Secretariado da SADC .............................................................................. 10
2.3.5. Comité Permanente de Altos Funcionários .............................................. 11
2.3.6. Comités Ministeriais Sectoriais e de Grupos ............................................ 11
2.3.8. Tribunal Administrativo da SADC (SADCAT) ....................................... 12
2.3.9. Cimeira da Troika do Órgão ..................................................................... 13
2.3.10. Cimeira dos Chefes de Estado ou de Governo ......................................... 13
2.4. As leis e políticas da SADC ............................................................................. 14
2.5. Desafios arquitetura formal do Direito da SADC ............................................ 15
4.0. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 19
1.0.INTRODUÇÃO
Sendo assim, como Moçambique enfrenta uma série de problemas, desde dificuldades
naturais como secas prolongadas e cheias, a grande prevalência do SIDA e a pobreza, a
tensão militar, a SADC tem como enfoque a erradicação destes problemas. Todavia, é
preciso olhar para ao redor e identificar os meios e os instrumentos jurídicos, bem como
as estratégias susceptíveis de serem movimentadas para caminhar com uma determinada
certeza e segurança, rumo a arquitetura formal do Direito da SADC e para fazer com que
esta organização regional de África Austral seja uma Comunidade no pleno sentido da
palavra.
1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
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2.0.ARQUITETURA FORMAL DO DIREITO DA SADC
2.1.Noções gerais sobre a SADC
Sendo assim, como o SADC é uma comunidade regional que busca garantir para sua
população o bem-estar econômico, melhorias da qualidade de vida, liberdade, justiça
social, paz e segurança. De acordo com Jamine (2009), isso só será possível com a
cooperação entre os países membros.
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Existem diversos tratados que já foram assinados ao longo do tempo. E consciente das
desigualdades económicas, a partir de 1994, a SADC promoveu novas iniciativas
políticas, desenvolveu programas e adoptou vários protocolos e tratados, com vista ao
aprofundamento da integração regional. Dessas iniciativas, de acordo com Jamine (2009)
destaca-se o início do concerto regional para a liberalização comercial, cujo culminar foi
a adopção do Protocolo Comercial em 1996, tido como o motor da integração no que diz
respeito a arquitetura formal do Direito da SADC envolvendo a economia dos países
membros.
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• Aumento das oportunidades de emprego.
Para além deste protocolo, em busca da criação de um mercado comum, de acordo com
Francisco (s.d) a SADC desenvolveu projectos como:
De acordo com SADC (s.d) o Órgão opera num sistema de Troika em que três Chefes de
Estado e de Governo são eleitos anualmente para tratar de questões de paz e segurança na
Região. A Troika convoca reuniões sempre que há desafios de paz e segurança na região
e informa o Presidente da SADC. O Protocolo sobre Cooperação em Política, Defesa e
Segurança foi adoptado em 2001 para especificar a estrutura do Órgão, incluindo a forma
como o sistema da Troika funciona, bem como para definir as funções e responsabilidades
de vários comités que seriam criados para apoiar o Órgão.
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operacionalizado através do Plano Indicativo Estratégico revisto do Órgão (SIPOII), cujo
objectivo principal é criar um ambiente político e de segurança pacífico e estável através
do qual a região devia realizar os seus objectivos de desenvolvimento socioeconómico,
erradicação da pobreza e integração regional. Este projecto, que expirou em 2021, e os
principais imperativos estratégicos sobre a paz e segurança foram integrados no RISDP
2020-2030 como um pilar fundamental (SADC, s.d.).
De acordo com o mesmo autor, o objectivo deste Fórum é proporcionar uma plataforma
para apoiar e melhorar a integração regional através da participação parlamentar e
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promover as melhores práticas a nível do papel dos parlamentos na integração e
cooperação regional.
O Fórum Parlamentar da SADC não tem uma relação hierárquica com a Cimeira e outras
instituições da SADC, mas trabalha em conjunto com as mesmas em questões de interesse
comum (SADC, s.d.).
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• Analisar questões relacionadas com a implementação do Plano Indicativo de
Desenvolvimento Estratégico Regional (RISDP) e do Plano Estratégico do Orgão
(SIPO) e fazer recomendações adequadas aos Comités Nacionais da SADC;
De acordo com Schutz (204) os Comités são compostos por principais intervenientes do
governo, do sector privado e da sociedade civil de cada Estado-Membro e uma disposição
relativa à sua criação está reflectida no Tratado da SADC. Um desses comités é o Comité
de Embaixadores e Alto Comissários da SADC.
a) Secretária Executiva
• Órgão de Política, Defesa e Segurança;
• Auditoria Interna e Gestão de Riscos;
• Comunicação e Relações Públicas;
• Gênero;
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• Supervisão Macroeconômica;
b) Secretário Executivo Adjunto: Integração Regional
• Comércio, Indústria, Finanças e Investimento;
• Infraestrutura e Serviços;
• Alimentação, Agricultura e Recursos Naturais;
• Desenvolvimento Social e Humano e Programas Especiais;
• Planeamento de Políticas e Mobilização de Recursos;
c) Secretário Executivo Adjunto: Assuntos Corporativos
• Orçamento e Finanças;
• Recursos Humanos e Administração;
• Serviços de Conferência;
• Aquisição;
• Assuntos Jurídicos;
• Tecnologia da Informação e Comunicação.
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• Ministros responsáveis pelo Comércio, Indústria, Finanças e Investimento;
• Ministros responsáveis pelas Infra-estruturas e Serviços;
• Ministros responsáveis pela Alimentação, Agricultura, Recursos Naturais e
Ambiente;
• Ministros responsáveis pelo Desenvolvimento Social e Humano e pelos
Programas Especiais (HIV e SIDA; educação, trabalho; emprego e género);
• Ministros responsáveis pela Política, Defesa e Segurança;
• Ministros responsáveis pelos Assuntos Jurídicos e Questões Judiciais.
É de salientar que estes reúnem-se duas vezes por ano em Janeiro ou Fevereiro e
imediatamente antes da Cimeira em Agosto ou Setembro.
2.3.8.1.Composição do SADCAT
O Tribunal é uma instituição independente da SADC. Sendo assim, de acordo com Meira
e De Carvalho (2016) ela dispõe de um conjunto de sete juízes dos Estados-Membros da
SADC nomeados pelo Conselho de Ministros sob recomendação do Comité de Ministros
da Justiça/Procuradores-Gerais. O Tribunal tem dois níveis de administração da justiça:
Como foi destacado anteriormente, este é o Órgão da SADC de Cooperação nas áreas de
Defesa, Política e Segurança é gerido com base na Troika e é responsável pela promoção
da paz e segurança na região da SADC. Tem mandato para dirigir e orientar os Estados-
Membros em assuntos que ameacem a paz, a segurança e a estabilidade na região.
Geralmente, como é destacado pelo Schutz (2014), este órgão é coordenado ao nível da
Cimeira, composta por um Presidente, um Presidente Eleito e um Presidente Cessante, e
responde perante o Presidente da Cimeira da SADC. A Cimeira da SADC e a Cimeira da
Troika do Órgão não ocorrem simultaneamente; e o Presidente do Órgão não assume
simultaneamente a Presidência da Cimeira. O mesmo autor argumenta ainda que a
estrutura, as operações e as funções do Órgão são reguladas pelo Protocolo relativo à
Cooperação nas áreas de Política, Defesa e Segurança. À semelhança da presidência da
Cimeira, a presidência do Órgão é rotativa.
A Cimeira da SADC é responsável pela orientação política global e pelo controlo das
funções da comunidade, tornando-a, em última análise, o órgão decisório da SADC. É
composta por todos os Chefes de Estado ou de Governo da SADC e é gerida num sistema
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de Troika que inclui o Presidente em exercício da Cimeira da SADC, o Presidente eleito
(o Vice-presidente em exercício) e o anterior Presidente imediato (SCHUTZ, 2014).
Haffner e Nampzava destacam que o Sistema de Troika confere autoridade a este grupo
para tomar decisões céleres em nome da SADC que são normalmente tomadas em
reuniões políticas agendadas numa periodicidade regular, bem como fornecer orientação
política às instituições da SADC no intervalo entre as Cimeiras regulares da SADC. Este
sistema tem sido eficaz desde que foi estabelecido pela Cimeira na sua reunião anual em
Maputo, Moçambique, em Agosto de 1999. Outros Estados-Membros podem ser
integrados na Troika sempre e quando necessário.
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Fiscalização das Leis (CISTAC, 2008). A Comissão de Fiscalização apresenta-se como
um órgão de alto nível com o mandato claro de exercer a fiscalização da adequação dos
ordenamentos jurídicos nacionais bem como as políticas conexas às leis modelo
elaboradas pelo Fórum, dentro da visão do Fórum de promover a democratização e o
desenvolvimento socioeconómico.
Gastrow (2001) afirma que a questão das redes de crime organizado na região representa
uma das múltiplas barreiras não-tarifárias ao desenvolvimento das trocas comerciais,
visto que aumentam significativamente os custos de transição (riscos humanos, perdas de
investimento, entre outros.
Na visão de Badi (2001), o futuro da SADC passará por uma etapa de coordenação de
políticas nacionais de desenvolvimento, centrados em infra-estruturas, no abandono de
uma regra de unanimidade e de soberanias e na adopção de uma política monetária
Africana, que só será possível mediante o fim da crise económica e financeira interna dos
estados.
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Por sua vez Murapa (2002), argumenta que a condição ideal para a integração regional
seria uma situação em que todos os estados tenham iguais níveis relativos de
desenvolvimento e um grau significativo de diferenças na natureza e composição de seus
recursos, o que forneceria um ambiente condizente para a complementaridade entre os
países membros da SADC, já que os membros se caracterizam por imensas disparidades
no desenvolvimento económico.
De acordo com Rocha (2000), uma vez que as metas definidas pelo RISDP são
irrealizáveis nos prazos indicados, a SADC deve reduzir as suas ambições constantes do
RIDSP, e definir como objectivo a construção do espaço económico da SADC, ist o é,
uma área de livre comércio activa, consolidada, no qual as transacções comerciais sejam
dominadas por exportações para o mercado global de produtos manufacturados dentro do
espaço económico.
Pode-se inferir que a SADC adopta um modelo de integração guiado pelo estado, na qual
alguns estados optam pela construção nacional em detrimento da integração regional.
Apesar de ser uma região rica em matéria-prima, não possui um sector industrial sólido e
transversal, capaz de alavancar as economias dos estados membros. Devido a pertença de
alguns estados a múltiplas organizações, qualquer consideração de implementação de
uma fase, como por exemplo da união aduaneira, a SADC deve tomar em consideração a
evolução de outras organizações, uma vez que possuem incompatibilidades das
estratégias e os estados divididos podem ter complicações na administração das suas
pautas aduaneiras.
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Para se imprimir um novo dinamismo, a SADC deve adoptar um modelo de integração
económica que reflicta as realidades da região e sirva os objectivos de todos os estados
membros, com os mesmos a fazerem um balanço do RISDP na SADC.
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3.0.CONCLUSÃO
Pois, o espaço regional tornou-se uma das escalas de regulação da economia mundial e
constitui uma etapa intermediária para a integração dos países em desenvolvimento à
economia mundial. Por outras palavras, os países em desenvolvimento não têm
verdadeiramente um espaço de escolha; eles devem se integrar nos mercados mundiais.
A arquitetura formal do Direito da SADC no que diz respeito a integração regional pode
facilitar a sua integração na economia mundial. Com efeito, uma integração regional bem
concebida apresenta várias vantagens aos países em desenvolvimento. Pois, a
aproximação das relações comerciais entre países reforçará a sua capacidade em
participar no comércio mundial. E arquitetura do Direito da SADC permite ultrapassar os
obstáculos que representa a relativa exiguidade do seu mercado nacional, permitindo aos
produtores realizar mais economias de escalas e beneficiar mais a implementação de
infra-estruturas ao nível regional.
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4.0.REFERÊNCIAS
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SCHUTZ, N. S. (2014). Integração na África Austral: A Comunidade para o
Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) e os Condicionantes Históricos e
Políticos da Integração. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul.
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