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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE ENGENHARIA

Departamento de Contabilidade e Auditoria & Economia e Gestão

Curso de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria

Cadeira de Gestão Financeira II

3º Ano

GESTÃO DE PASSIVOS CIRCULANTES

Chimoio, Outubro de 2022


Trabalho de Gestão Financeira II, em Grupo

1º Grupo

Estudantes: Docente:
Adunisia Ernesto António Piedade Nogueira
Aurora Geraldo
Aznar Novais Quitengue
Eliseu Albenaz Manuel
Farai Chadi Bento
Fernanda Josefa Moisés

Chimoio, Outubro de 2022


Índice
1.0. INTRODUÇÃO......................................................................................................4
1.1. Objectivos...........................................................................................................4
1.1.1. Objectivo geral............................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................4
2.0. GESTÃO DE PASSIVOS CIRCULANTES..........................................................5
2.1. Noções gerais......................................................................................................5
2.2. Diferença entre passivos circulantes e não circulantes.......................................5
2.3. Fontes de financiamento de capital de giro........................................................6
2.4. Passivos espontâneos..........................................................................................6
2.4.1. Gestão de contas a pagar.............................................................................6
2.4.2. Analise de prazos de crédito........................................................................7
2.4.3. Despesas a pagar..........................................................................................8
2.5. Fontes de financiamento de curto prazo sem garantia........................................8
2.5.1. Empréstimos bancários................................................................................8
2.5.2. Linha de crédito...........................................................................................9
2.5.3. Acordos de crédito rotativo (ACR).............................................................9
2.5.4. Empréstimos internacionais.......................................................................10
2.6. Fontes de empréstimos com garantia................................................................10
3.0. CONCLUSÃO......................................................................................................12
4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................13
1.0. INTRODUÇÃO

Como os passivos originam-se com o andamento normal das operações da empresa, o


presente trabalho busca rever os principais componentes do prazo de crédito de uma
empresa, procurando mencionar os procedimentos adotados para analisa-los, para
posterior compreender os efeitos da demora no pagamento de contas sobre o seu custo e
o uso de despesas a pagar.

Também o presente trabalho busca descrever os tipos básicos de empréstimos bancários


de curto prazo sem e com garantia, procurando explicar as características destes
empréstimos e o uso das contas a receber como garantia juntamente com as diversas
maneiras de como os estoques podem também ser usados como garantia para estes
empréstimos.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral

O principal objectivo do presente trabalho é de fazer uma síntese, identificando como é


feita a gestão de passivos circulantes dentro de uma empresa e como estes podem ser
elementos importantes como sendo fontes de financiamento de curto prazo.

1.1.2. Objectivos específicos


 Identificar passivos;
 Diferencias passivos circulantes de passivos não circulantes;
 Descrever como é feita a gestão de contas e pagar e como pode ser feita a analise
de prazos de crédito, junto das despesas a pagar
 Apontar e caracterizar as fontes de financiamento com e sem garantia.

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2.0. GESTÃO DE PASSIVOS CIRCULANTES
2.1. Noções gerais

Numa empresa no que diz respeito a sua contabilidade normalmente encontramos


activos e passivos, dois componentes que influenciam no desenvolvimento e
desempenho das actividades em que aquela empresa esta envolvida. Pois, de acordo
com Sanches (2020), passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de
acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num fluxo de recursos
da entidade que incorporem benefícios económicos. Sendo assim, os valores dos
passivos têm origem nas despesas, como contas a pagar aos fornecedores ou ao
governo, por exemplo, sendo demonstrados através do balanço patrimonial.

A diferença entre os activos e passivos resulta no património líquido da empresa,


também conhecido como passivo não exigível (SANCHES, 2020). É de salientar que
nos passivos é possível encontrar passivos circulantes e passivos não circulantes.

2.2. Diferença entre passivos circulantes e não circulantes

De principio, pode se constatar que no que diz respeito a diferenca entre passivo
circulante e não circulante, é que o passivo circulante é aquele exigível a curto prazo,
enquanto que o passivo não circulante é aquele a ser liquidado depois do exercício
social seguinte ou no caso do ciclo de operações ser maior do que um ano, ou seja, são
aquelas obrigações que a empresa possui a longo prazo (FERNANDES, 2019).

Sendo assim, de acordo com Sanches (2020), um passivo circulante é um passivo que
satisfaça qualquer dos seguintes critérios:

 Como já mencionada anteriormente, espera-se que seja liquidado durante o ciclo


operacional normal da entidade;
 Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
 Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou
 A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo
durante pelo menos doze meses após a data do balanço.

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2.3. Fontes de financiamento de capital de giro

De acordo com De Oliveira (s.d) as fontes de financiamento de capital de giro são:

1. Crédito comercial: são decorrentes das negociações entre a empresa e seus


fornecedores:
a) Crédito de fornecedores;
b) Crédito de impostos e obrigações sociais; e
c) Outros créditos operacionais.
2. Crédito bancário: neste tipo de fonte envolve operações de empréstimo.

2.4. Passivos espontâneos

Passivos espontâneos, são normalmente passivos que resultam do andamento normal


das operações da empresa (GITMAN, 2006). As duas principais fontes de passivos
espontâneos, segundo o autor citado anteriormente são:

 Contas a pagar (fornecedores) e


 Despesas a pagar.

Pois, com o crescimento das vendas da empresa, contas e despesas a pagar aumentam
em decorrência de maiores compras, pagamento de mais salários e impostos, e
normalmente, não há custo explícito associado a qualquer um desses passivos
circulantes (GITMAN, 2006).

2.4.1. Gestão de contas a pagar

De acordo com Gitman (2006) as contas a pagar representam a principal fonte de


financiamento de curto prazo não garantido para as empresas. Pois, o prazo médio de
pagamento é o componente final do ciclo de conversão de caixa (CCC).

Sendo assim, segundo o mesmo autor citado anteriormente, o prazo médio de


pagamento possui duas partes:

 O tempo entre a compra de matérias-primas até o envio do pagamento pela


empresa;

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 O float de pagamento, ou seja, o tempo entre o envio do pagamento e o
momento em que o fornecedor pode dispor dos fundos em sua conta.

É de salientar que segundo o pensamento do autor citado anteriormente, o objectivo da


empresa deve ser de pagar o mais lento possível sem prejudicar seu rating em termos de
crédito, para pode fazer o reinvestimento do valor das contas a pagar como sendo a
fonte de curto prazo.

2.4.2. Analise de prazos de crédito

Segundo Gitman (2006), os prazos de crédito oferecidos pelos fornecedores permitem


que a empresa adie o pagamento de suas compras se estes forem muito extensos, pois o
fornecedor também inclui o custo dos termos oferecidos em seu preço de venda.

Portanto, segundo o pensamento do autor citado anteriormente a empresa deve analisar


os prazos de crédito antes de determinar a melhor estratégia de obtenção de crédito,
pois, se for oferecido um desconto por pagamento rápido, a empresa poderá aproveitar o
desconto ou não.

Sendo assim, se a empresa irá ou não aproveitar o desconto, de acordo com De Oliveira
(s.d), a empresa deve tomar as suas decisões indo de acordo com os seguintes aspectos:

 Aproveitamento do desconto: se uma empresa pretende aproveitar um desconto


por pagamento rápido, deve pagar no último dia do prazo do desconto, pois não
há custo associado a esse aproveitamento;
 Não-aproveitamento do desconto: se uma empresa optar por renunciar ao
desconto, deverá pagar no último dia do prazo de crédito, pois o custo da
renúncia ao desconto é a taxa implícita de juros paga para adiar o pagamento de
uma conta por certo número de dias.

De acordo com o pensamento de De Oliveira (s.d) mencionado anteriormente, esticar o


prazo de pagamento de contas simplesmente envolve o pagamento de conta o mais tarde
possível, sem prejudicar o crédito da empresa e isso pode reduzir o custo de renúncia a
um desconto.

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2.4.3. Despesas a pagar

De acordo com Gitman (2006), despesas a pagar são passivos gerados pela utilização de
serviços que ainda não foram pagos, ou seja, é o gasto necessário para a obtenção de
receita, pois as despesas são gastas que não se identificam com o processo de
transformação ou produção dos bens e produtos.

Segundo o mesmo autor citado anteriormente, os itens mais comuns nessa categoria são
salários e impostos. E embora o prazo de pagamentos ao governo não possa ser
manipulado, o prazo de pagamentos aos funcionários pode ser controlado até certo
ponto, isso é feito adiando ou esticando o prazo de pagamento de salários para poder
reinvestir o valor, desde que isso não prejudique os funcionários e a empresa.

2.5. Fontes de financiamento de curto prazo sem garantia


2.5.1. Empréstimos bancários

O principal tipo de empréstimo oferecido por bancos a empresas é o empréstimo


autoliquidável de curto prazo, destinado a sustentar as empresas nos picos sazonais das
necessidades de fundos (GITMAN, 2006).

De acordo com o autor citado anteriormente, esses empréstimos são geralmente obtidos
pelas empresas quando acumulam estoques e ocorre crescimento de suas contas a
receber. Pois, a medida que os estoques e as contas a receber se convertem em caixa, os
empréstimos são liquidados.

Sendo assim, segundo Gitman (2006) esses empréstimos possuem três modalidades
básicas:

 Notas promissórias prevendo um único pagamento;


 Linhas de crédito e
 Acordos de crédito rotativo.

Vale salientar que de acordo com Gitman (2006), a maioria dos empréstimos bancários
baseia-se na taxa de juros de clientes preferenciais (prime rate), ou seja, a taxa de juros
mais baixa cobrada pelos principais bancos de seus melhores clientes no segmento de
pessoa jurídica.

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Desta forma, indo no mesmo fio do pensamento do autor citado acima, os bancos
geralmente determinam a taxa a ser cobrada dos vários tomadores adicionando um
prêmio à prime rate para levar em conta o risco do tomador.

De acordo com Gitman (2006), os empréstimos bancários apresentam taxa fixa e taxa
flutuante. Onde em um empréstimo com taxa fixa, a taxa de juros é determinada na
forma de um acréscimo fixo sobre a prime rate e permanece constante até a data de
vencimento.

E em um empréstimo com taxa flutuante, o acréscimo à prime rate é estabelecido


inicialmente e a taxa de juros pode flutuar juntamente com a prime rate até a data de
vencimento (GITMAN, 2006). Geralmente, o acréscimo à taxa básica em um
empréstimo com taxa flutuante é menor que em um empréstimo com taxa fixa.

2.5.2. Linha de crédito

A empresa pode também optar por efectuar um financiamento na linha de crédito, onde
segundo Gitman (2006), pode ser identificado como sendo um acordo entre um banco
comercial e uma empresa estipulando o volume de financiamento de curto prazo não
garantido que o banco põe à disposição da empresa por certo período. Geralmente é
concedida por um período de um ano e impõe diversas restrições aos tomadores. E
embora não seja garantida, o valor da LC é o máximo que a empresa pode dever ao
banco a qualquer momento.

Para obter a LC, o tomador pode ser obrigado a apresentar uma série de documentos,
incluindo um orçamento de caixa e demonstrações financeiras recentes (e projetadas). E
a taxa de juros de uma LC normalmente é flutuante e vinculada à taxa básica de juros, e
além disso, os bancos podem impor restrições a alterações operacionais, dando-lhes o
direito de revogar a LC caso a situação financeira da empresa se altere (GITMAN,
2006).

2.5.3. Acordos de crédito rotativo (ACR)

Um Acordo de Crédito Rotativo, segundo Gitman (2006), nada mais é do que uma linha
de crédito garantida. Como o banco garante que os fundos estarão disponíveis, costuma
cobrar uma comissão de compromisso que incide sobre o saldo médio não utilizado da
linha de crédito.
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Embora seja mais caro do que a LC, o ACR oferece menos risco do ponto de vista do
tomador (GITMAN, 2006).

2.5.4. Empréstimos internacionais

A principal diferença entre transações internacionais e domésticas é que os pagamentos


geralmente são feitos em moeda estrangeira (GITMAN, 2006).

Pois, segundo o mesmo autor citado anteriormente, uma empresa norte-americana que
gere contas a receber em moeda estrangeira corre o risco de o dólar se valorizar em
relação à moeda estrangeira. E de maneira semelhante, o risco para um importador
norte-americano com contas a pagar em moeda estrangeira é o de que o dólar se
desvalorize em relação à moeda estrangeira.

2.6. Fontes de empréstimos com garantia

Quando uma empresa tiver esgotado suas fontes de financiamento de curto prazo sem
garantia, segundo Gitman (2006) poderá pedir empréstimos adicionais de curto prazo
com garantia. No financiamento de curto prazo com garantia, são fornecidos alguns
ativos específicos como garantia de dividas. Mas, segundo Gitman (2006) embora possa
reduzir a perda em caso de inadimplência, do ponto de vista dos fornecedores de fundos,
uma garantia não reduz o risco de inadimplência de um empréstimo.

De acordo ainda com Gitman (2006), quando há garantia, os fornecedores de fundos


preferem que o prazo da garantia seja semelhante ao prazo do empréstimo, e em
consequência, no caso de empréstimos de curto prazo, os fornecedores de fundos
preferem que as garantias sejam representadas por contas a receber e estoques.

Sendo assim, segundo o exposto anteriormente, quando as contas a receber são usadas
como garantia de um empréstimo, as contas a receber são descontadas. Pois, após
investigar a qualidade e a liquidez das contas a receber, os bancos normalmente
emprestam entre 50 e 90% do valor de face das contas aceitáveis (GITMAN, 2006).

Além disso, para proteger seus interesses, o credor registra um vínculo sobre a garantia,
e o empréstimo tende a ser feito sem notificação (o cliente que gerou a conta a receber
não é avisado disso) (GITMAN, 2006).

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E no que diz respeito ao uso de contas a receber como garantia, de acordo com Gitman
(2006) a factoring de contas a receber envolve a venda direta de contas a receber com
desconto a um factor. Pois, segundo o mesmo autor, factors são instituições financeiras
que se especializam na compra de contas a receber, podendo ser departamentos de
bancos ou empresas especializadas nessa atividade e as operações de factoring em geral
são feitas com notificação, pois o factor recebe pagamento diretamente do cliente.

Vale salientar que ainda pode se usar o estoque como garantia. Segundo Gitman (2006)
a característica mais importante do uso de estoques como garantia é a facilidade de
venda. E itens perecíveis, como frutas ou verduras, podem ser negociáveis, mas como o
custo de armazenamento e venda é relativamente alto, eles não são considerados boa
forma de garantia, e itens especializados, com poucos compradores, também não são
considerados desejáveis como garantia.

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3.0. CONCLUSÃO

Depois de se fazer uma síntese acerca da gestão de passivos circulantes, pode se dizer
que os passivos circulantes representam uma fonte importante e geralmente barata de
financiamento de uma empresa. O nível de financiamento de curto prazo (passivos
circulantes) afeta a rentabilidade e o risco. As contas a pagar são uma fonte espontânea
barata de financiamento de curto prazo. Elas devem ser pagas com a maior lentidão
possível, sem prejudicar o crédito da empresa. Essa estratégia encurtará o ciclo de
conversão de caixa e reduzirá o investimento exigido em ativos operacionais. Se os
fornecedores oferecerem descontos por pagamento rápido, a empresa deverá fazer uma
análise econômica da possibilidade de renunciar ao desconto, em comparação com seu
aproveitamento.

As despesas a pagar, outro tipo de passivo espontâneo, devem ser maximizadas porque
representam financiamento gratuito. Os pagamentos devidos a instituições financeiras,
os quais representam financiamento de curto prazo negociado resultam de
financiamento sem garantia obtida com bancos. Esse financiamento deve ser
conseguido ao menor custo e com as melhores condições possíveis. Empresas de grande
porte e conhecidas também conseguem financiamento de curto prazo sem garantia,
emitindo notas promissórias comerciais. No que se refere a financiamento com garantia,
possível obter empréstimos com bancos ou financiadoras usando as contas a receber o
os estoques como garantia.

Sendo assim, o gestor financeiro deve obter a quantidade e a forma certa de


financiamento com passivos circulantes para conseguir os fundos de custo mais baixo e
risco mínimo. Tal estratégia deve contribuir positivamente para a consecução do
objectivo de maximização do preço da ação da empresa.

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4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DE OLIVEIRA, A. S. (s.d.). Gestão Financeira II. FAPAS.

FERNANDES, L. (2019). Ativos e passivos circulantes e não circulantes. Obtido em 26


de Outubro de 2022, de Step Consultoria:
https://www.stepconsultoria.com/ativos-e-passivos-financeiros/

GITMAN, L. (2006). Princípios da Administração Financeira (10 ed.). São Paulo:


Pearson.

SANCHES, F. (2020). Portal Soge. Obtido em 26 de Outubro de 2022, de O que é o


Passivo?: https://www.sage.com/pt-pt/blog/dicion%C3%A1rio-termos-
empresariais/passivo/#gate-56228f27-e58f-435b-9b72-a561d684e263

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