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1. CÁLCULO E ANÁLISE DOS INDICADORES (ÍNDICES)


Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Contábeis, que
visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira da empresa.

Os índices constituem a técnica de análise mais empregada. Muitas vezes, na prática,


ou mesmo em alguns livros, confunde-se Análise de balanços com extração de índices.
A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica
ou financeira da empresa.

Os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das


empresas. Assim como um médico usa certos indicadores, como pressão e
temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os índices permitem construir
um quadro de avaliação da empresa. Há, porém, uma diferença: enquanto o médico
pode ter certeza de que há algo errado com o paciente que apresenta pressão muito
alta - talvez a iminência de um derrame - , na empresa, um endividamento elevado não
significa que esteja à beira da insolvência. Outros fatores, como prestígio da empresa
junto à sociedade, relacionamento com o mercado financeiro, etc., podem fazê-la
operar indefinidamente, mesmo que mantenha sempre elevado o endividamento. O
índice é um alerta.

Os índices também nos permitem que numa mesma empresa possamos compará-lo
ano a ano para observarmos sua tendência, ou seu comportamento. Adicionalmente, é
possível compararmos, em determinado momento ou período, o índice de uma empresa
com o mesmo índice relativo a outras empresas de mesma atividade, para sabermos
como está a empresa em relação a concorrência ou mesmo em relação aos padrões de
seu segmento de atuação.

Na análise dos índices, o analista precisa considerar os seguintes fatores adicionais:

✓ No passivo, poderá haver ausência ou constituição de provisões a menor. A não


constituição de provisões de férias, por exemplo, afetará tanto os resultados (para
mais) quanto as exigibilidades (para menos), além de elevar artificialmente o índice
de liquidez, mostrando uma situação falsa da empresa. O não aprovisionamento dos
impostos e dos demais encargos sociais acarreta efeitos da mesma natureza.

✓ Os compromissos relativos aos contratos de leasing não são registrados. Portanto,


são obrigações líquidas e certas que só aparecem nas notas explicativas (isto
quando aparecem).

✓ Os valores a pagar a acionistas, controladora ou matriz, podem apresentar


flexibilidade e nível de prazos. Aos adiantamentos recebidos para futuro aumento de
capital são consideradas exigibilidades, pois podem ser exigidas a qualquer
momento.

✓ Quanto ao passivo circulante, é necessário saber se há compromissos vencidos,


inclusive impostos atrasados.

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A questão sobre a quantidade de índices a serem utilizados na análise de uma empresa
é outro ponto importante. Uma grande quantidade de índices pode chegar a confundir
um analista, especialmente o iniciante. Por outro lado, uma quantidade muito pequena
de índices pode não ser suficiente para tirarmos conclusões acerca da saúde financeira
de uma empresa. Acredito que os índices aqui apresentados, são suficientes, para,
juntamente com as outras informações pesquisadas, analisar uma empresa.

1.1 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL


Os índices de estrutura são aqueles que relacionam a composição de capitais (próprios
e de terceiros), que medem os níveis de imobilização de recursos e que buscam
diversas relações na estrutura da dívida da empresa. De certa forma, estes índices
estão ligados às decisões financeiras de financiamentos e investimentos.

Consideremos as seguintes Demonstrações Contábeis para estudo dos índices:

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO = Aplicação PASSIVO = Origem

CIRCULANTE..................... 560.600 CIRCULANTE..................... 246.400


Financeiro........................... 33.200 Financeiro........................... 91.200
Cíclico................................ 527.400 Cíclico................................. 155.200
Estoques.......................... 360.000 Fornecedores .................. 82.000
Clientes............................ 150.000

NÃO CIRCULANTE............ 127.400 NÃO CIRCULANTE............ 19.200


Realizável a Longo Prazo... 6.200 Exigível a longo prazo......... 19.200
Permanente......................... 121.200

Patrimônio Líquido........... 422.400

Total Ativo.......................... 688.000 Total Passivo..................... 688.000

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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA (ROB)................................ 1.780.000


Impostos sobre faturamento............. ......................................... 213.600
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (ROL) ............................. 1.566.400
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ................................... 1.120.000
LUCRO OPERACIONAL BRUTO (LOB) .................................. 446.400
Despesas Administrativas........................................................... 56.000
Despesas Comerciais................................................................. 78.000
Despesas Financeiras Líquidas.................................................. 54.720
LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO (LOL) ................................ 257.680
Receitas Não Operacionais........................................................ 20.000
LUCRO LÍQUIDO ANTES IR/CSSL........................................... 277.680
Provisão para IR.......................................................................... 55.536
Provisão para CSSL.................................................................... 27.768
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO............................................ 194.376

MONTANTE DE COMPRAS (MC) = 520.000

1.1.1 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS (PCT):

Fórmula: PCT = __________________


C. TERCEIROS x 100
PL

Indica: A relação entre os capitais de terceiros para cada $ 1,00 de capital próprio
investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

No exemplo temos:

PCTF = 246.400+19.200 x 100 = 62,88%


422.400

O resultado revela que os capitais de terceiros correspondem a 62% dos recursos


próprios, ou seja, para cada $ 1,00 de capital próprio e empresa recorre a $ 0,62 de
recursos de terceiros.

Este índice relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos da empresa, ou


seja, capitais próprios e capitais de terceiros. Do ponto de vista econômico é um
indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte da empresa.

Do ponto de vista financeiro, quanto maior a relação capitais de terceiros/próprios


menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses

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terceiros. Sob o aspecto financeiro é desse ângulo que se interpreta o índice de
Participação de Capitais de Terceiros.

Há que se ressaltar porém que, visando a obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a
empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais
for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios.

Este índice é também conhecido como Relação entre as fontes de Recursos.

1.1.2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO (CE)

Fórmula: CE = PC x 100
C.TERCEIROS

Indica: quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo, isto é, as
obrigações a curto prazo comparadas com as dívidas totais. É uma medida da
qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos.

Interpretação: quanto maior, PIOR.

No exemplo temos:

CE = 246.400 x 100 = 93 %
246.400 + 19.200

O resultado revela que 93% das dívidas totais da empresa concentra-se no curto prazo.
Ou, ainda, de cada R$ 1,00 de dívidas totais, R$ 0,93 estão no Passivo Circulante.

O CE evidencia que quanto mais dívidas para pagar a curto prazo, maior será a
pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos. De outra
forma, empresas com endividamento concentrado no longo prazo, principalmente
decorrentes de investimentos efetuados, oferecem uma situação mais tranquila no curto
prazo.

1.1.3 ENDIVIDAMENTO GERAL (EG)

Fórmula: EG = PC + PNC x 100


ATIVO TOTAL

Indica: a proporção de capitais alheios financiando o ativo total da empresa, e


complementarmente, a fração do ativo que está sendo financiada pelos recursos
próprios.

Interpretação: quanto maior, PIOR.

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No exemplo temos:

EG = 246.400 + 19.200 x 100 = 39%


688.000

O resultado revela um endividamento geral de 39%, ou seja a empresa deve, a curto e


longo prazo, o correspondente a 39% do seu ativo. Dos recursos financiando o ativo
total, 39% provêm de terceiros e o restante, 61%, são recursos próprios, indicando que
há predominância de capitais próprios na empresa.

Quanto menor for endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecendo aos
capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas empresas
convivem muito bem como o endividamento relativamente elevado, principalmente
quando o endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o Passivo Circulante
não for oneroso, mas fruto de uma adequada administração de prazos de fornecedores.

O endividamento de uma empresa pode apresentar-se as seguintes situações:

a) EG < 50%: O endividamento é menor que o PL. Há predominância de capitais


próprios.

b) EG = 50%: O ativo é financiado em igual proporção por recursos de terceiros e


próprios. O PL será igual as exigibilidades.

c) EG > 50%: Há predominância de capitais de terceiros investidos na empresa.

d) EG = 100%: A empresa não possui capitais próprios. Todo o Ativo é financiado por
recursos de terceiros.

e) EG > 100%: A empresa encontra-se com passivo à descoberto.

A análise desse indicador por diversos exercícios mostrará a política de obtenção de


recursos da empresa. Isto é, se a empresa vem financiando o seu ativo
predominantemente com recursos próprios ou de terceiros e em que proporção.

1.1.4 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÕNIO LÍQUIDO (IPL) OU IMOBILIZAÇÃO DO


CAPITAL PRÓPRIO (ICP)

Fórmula: IPL = AP x 100


PL

Indica: quanto do PL da empresa está aplicado no ativo permanente.

Interpretação: quanto maior, PIOR.

No exemplo temos:

IPL = 121.200 x 100 = 29%


422.400
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O resultado revela que a empresa está imobilizando 29% de seu PL. Sobram, portanto,
71% de recursos próprios para aplicação no ativo circulante/realizável a longo prazo da
empresa.

Este índice exprime o quanto do ativo permanente da empresa é financiado pelo seu
PL, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos
de terceiros para manutenção de seus negócios.

Deve-se atentar para os casos em que a empresa possui financiamentos de longo


prazo para novos investimentos, como por exemplo, expansão, relocalização ou
modernização de seu parque. Nesses casos, o IPL poderá apresentar-se em níveis
muito elevados. A política de obtenção de fontes de longo prazo, porém, revela decisão
administrativa correta dos empresários.

Cabe destacar, portanto, que o IPL envolve importantes decisões estratégicas da


empresa, quanto a expansão, compra, aluguel ou leasing de equipamentos.

1.2 ÍNDICES DE LIQUIDEZ


Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa.

Muitos analistas confundem índices de liquidez com índices de capacidade de


pagamento. Os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que
comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do
confronto dos ativos circulantes com as dívidas, procuram medir quão sólida é a base
financeira da empresa.

Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de
pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em
função de outras variáveis, como descasamento de prazo, inadimplência, renovação de
dívidas, etc...

1.2.1 LIQUIDEZ CORRENTE (LC)

Fórmula: LC = AC
PC

Indica: quanto a empresa poderá dispor em recursos de curto prazo para pagar suas
dívidas circulantes.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

LC = 560.600 = 2,28
246.400
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O resultado revela que a empresa poderá dispor de R$ 2,28 para pagar cada R$ 1,00
de dívida a curto prazo.

1.2.2 LIQUIDEZ SECA (LS)

Fórmula: LS = AC - Estoques
PC

Indica: quanto a empresa poderá dispor de recursos de curto prazo, sem depender da
venda de seus estoques, para fazer frente as suas obrigações de curto prazo.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

LS = 560.600 – 360.000 = 0,81


246.400

O resultado revela que a empresa para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo, sem
necessitar de vender seus estoques, dispõe de R$ 0,81.

Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, conclui-se que a empresa não depende da
venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo. Por outro lado,
quanto mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas para honrar suas
obrigações.

1.2.3 LIQUIDEZ GERAL (LG)

Fórmula: LG = AC + RLP
PC + PNC

Indica: quanto a empresa poderá dispor de recursos de curto e longo prazos para
honrar todos os seus compromissos junto a terceiros.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

LG = 560.600 + 6.200 = 2,13


246.400 + 19.200

O resultado revela que para cada R$ 1,00 de dívida total, a empresa dispõe de R$ 2,13
para pagar as suas obrigações.

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1.3 ÍNDICES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE

Estes índices constituem-se em categoria de elevada importância para o analista. O


balanço da empresa representa sua situação patrimonial em determinado momento,
isto é, como se fosse uma fotografia que mostra algo de forma estática, sem refletir sua
mobilidade, seu dinamismo. A empresa, em suas operações, compra, fabrica, estoca,
vende, e recebe num processo dinâmico e contínuo.

Os índices de rotação também constituem instrumento para conhecer a política de


compra e venda adotada pela empresa. A partir dela pode-se constatar a eficiência com
que os recursos estão sendo administrados (Clientes, fornecedores e estoques).

1.3.1 PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DAS COMPRAS (PMC)

Fórmula: PMC = Fornecedores x 360


Montante de Compras

Indica: o prazo que a empresa vem obtendo vem obtendo de seus fornecedores para
pagamento das compras de matérias primas e/ou mercadorias.

Interpretação: quanto maior, MELHOR, desde que o aumento do prazo não implique
no aumento do preço do produto.

No exemplo temos:

PMPC = 82.000 x 360 = 57 dias


520.000

O resultado revela um PMC de 57 dias, ou seja, em média, a empresa está pagando


seus fornecedores com 57 dias de prazo.

Assim podemos dizer que o PMC é o número de dias que decorre, em média, entre a
compra e o respectivo pagamento. Quanto maior for o PMC melhor será a situação da
empresa, pois estará financiando o seu giro com recursos não onerosos.

Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos deve-se utilizar a


média da conta Fornecedores para comparar com o montante de Compras (MC).
Caso não fornecido o MC esse valor poderá ser obtido da seguinte forma:

MC = CMV + Estoque Final – Estoque inicial

1.3.2 PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES (PME)

Fórmula: PME = Estoques x 360


CMV
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Indica: o número de dias, em média, em que os estoques são renovados (vendidos).

Interpretação: quanto menor, melhor.

No exemplo temos:

PME = 360.000 X 360 = 116 dias


1.120.000

O resultado revela um PME de 116 dias, ou seja, a empresa, em média, mantém a


mercadoria em estoque por 116 dias até a venda.

Portanto, o PME é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e a venda
ou, também, o número de dias, em média, em que os estoques ficam parados na
empresa. O ideal é que os estoques girem o mais rápido possível.

Sempre que houver dados de dois balanços consecutivos deve-se utilizar a média da
conta Estoques para comparar com o custo das mercadorias vendidas.

1.3.3 PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO (PMR)

Fórmula: PMR = Clientes x 360


ROB

Indica: o prazo médio de recebimento das vendas totais da empresa, indicando o


tempo decorrido entre as vendas de seus produtos e o efetivo ingresso de recursos.

Interpretação: quanto menor, melhor.

No exemplo temos:

PMR = 150.000 X 360 = 30 dias


1.780.000

O resultado revela um PMR de 30 dias, ou seja, a empresa vende para receber, em


média, após 30 dias.

Para uma maior aproximação da realidade da empresa, sempre que houver dados de
dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média da conta Clientes para
comparar com o Faturamento Bruto Anual. Se houver devoluções no período, devem
ser descontadas do Faturamento Bruto.

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1.3.4 CICLO OPERACIONAL (CO)

Fórmula: CO = PME + PMR

Indica: o tempo decorrido entre o momento em que a empresa adquire as matérias


primas/mercadorias e o momento em que recebe o dinheiro relativo às vendas.

Interpretação: quanto menor, melhor.

No exemplo temos:

CO = 116 + 30 = 146 dias

O resultado revela que a empresa possui um ciclo operacional médio de 146 dias, ou
seja, entre a aquisição da mercadoria e o recebimento da sua venda há um intervalo de
146 dias.

O ciclo operacional deve estar adequado de acordo com a atividade da empresa.

1.3.5 CICLO FINANCEIRO (CF)

Fórmula: CF = CO - PMC

Indica: o tempo decorrido entre o instante do pagamento aos fornecedores pelas


matérias primas/mercadorias adquiridas e o recebimento pelas vendas realizadas.

Interpretação: quanto menor, melhor.

No exemplo temos:

CF = 146 – 57 = 89 dias

O resultado revela um Ciclo Financeiro de 89 dias. Este é o período de tempo que a


empresa necessitará de financiamento complementar para bancar o restante do ciclo
operacional.

O financiamento complementar poderá ser obtido com capitais próprios ou então


onerosos. A boa gestão empresarial revela-se muito pela competência na
administração dos prazos médios, em função do ciclo financeiro.

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1.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE OU RETORNO

Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é,
quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da
empresa. Também são conhecidos por índices de lucratividade ou rentabilidade.

1.4.1 GIRO DO ATIVO (GA)

Fórmula: GA = ROL
AT

Indica: quanta vezes girou, durante o período, a ativo total da empresa, ou seja,
comparando com o faturamento líquido do período com o investimento total, indica
quantas vezes a empresa conseguiu vender o seu Ativo.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

GA = 1.566.400 = 2,28
688.000

O resultado revela que a empresa vendeu durante o período o equivalente a 2,28


vezes o valor do seu ativo.

Embora não seja um índice de rentabilidade, o GA é importante para a compreensão da


rentabilidade do investimento, como veremos no estudo do Retorno dos Investimentos
(RI) adiante.

Sempre que houver dados de dois demonstrativos consecutivos deve-se utilizar a


média do Ativo total para comparar com a ROL.

1.4.2 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RPL)

Fórmula: RPL = LL x 100


PL-LL

Indica: a rentabilidade dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi
acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

RPL = 194.376 x 100 = 85,24%


422.400 – 194.376
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O resultado revela que os sócios obtiveram uma remuneração de 85,24% no ano, sobre
o capital investido na empresa.

Este índice permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse
rendimento é compatível com outras alternativas de aplicação. Um investidor, por
exemplo, avaliando a RPL poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em
vez de aplicar numa empresa que está oferecendo baixa rentabilidade.

Caso haja dados dos dois últimos demonstrativos, deve-se utilizar a média do PL para
comparar com o Lucro Líquido, de forma a melhor traduzir a rentabilidade do período,
tendo em vista que o PL pode sofre alterações durante o exercício, tais como aumento
de capital, reavaliação de ativos, saída dos sócios.

1.4.3 MARGEM DE LUCRO LÍQUIDA (ML)

Fórmula: ML = LL x 100
ROL

Indica: o ganho líquido da empresa em cada unidade vendida.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

ML = 194.376 x 100 = 12,41%


1.566.400

O resultado revela que a empresa apresentou um margem de lucro líquida de 12,41%


sobre as vendas.

Caso quiséssemos saber qual a margem operacional de Lucro (MOL) bastaríamos


aplicar a seguinte fórmula:

MOL = LOL x 100


ROL

No exemplo teremos uma Margem Operacional de Lucro de 16,45%.

1.4.4 RENTABILIDADE DO ATIVO (RA)

Fórmula: RA = LL x 100
AT

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Indica: quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos seus
investimentos totais.

Interpretação: quanto maior, melhor.

No exemplo temos:

RI = 194.376 x 100 = 28,25%


688.000

O resultado revela que a taxa de retorno de investimentos está em 28,25% no ano.

Este índice também é conhecido como Taxa de Retorno dos Investimentos (TRI) ou
Poder de Ganho da Empresa (PGE).

Caso haja dados de dois demonstrativos, deve-se utilizar o Ativo Total médio para
comparar como o lucro Operacional Líquido.

A rentabilidade dos investimos também pode ser obtida pela conjugação da Margem
Operacional de Lucro (MOL) ou Margem de Lucro Líquida (ML) e do Giro do Ativo (GA)
que podem causar, isoladamente ou em conjunto, variações na rentabilidade.

Conjugando os dois indicadores teremos:

ML x GA = RI

12,41 x 2,28 = 28,2%

1.5 ANÁLISE DO CAPITAL DE GIRO


O estudo do capital de giro é fundamental para o administrador financeiro e
profissionais ligados a área de controladoria, economia e gerência contábil. Para o
analista/consultor, os conceitos relativos à administração do capital de giro servem
também como facilitadores no entendimento das estruturas básicas de análise das
demonstrações contábeis. Neste item pretendemos fornecer alguns conceitos de capital
de giro que fazem parte do dia a dia de trabalho do analista.

1.5.1) CAPITAL DE GIRO (CDG)

O capital de giro (CDG) é a diferença entre o Passivo Não Circulante (PNC) e o Ativo
Não Circulante (ANC):

CDG = PNC – ANC

No exemplo temos:

CDG = 441.600 – 127.400 = 314.200


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O resultado revela que a empresa possui R$ 314.200 de capital de giro.

Esses grupos compreendem contas de longo prazo que parecem estacionárias, quando
comparadas com as cíclicas. Numa situação de normalidade o CDG constitui fonte de
recursos, razão por que em termos de natureza, difere do CCL, este apurado pela
diferença do Ativo Circulante menos o Passivo Circulante:

CCL = AC – PC

No exemplo temos:

CCL = 560.600 – 246.400 = 314.200

O resultado da fórmula acima, mesmo semelhante ao CDG, representa aplicação de


recursos.
Veja o gráfico abaixo:

AC PC
CCL CDG

ANC = PNC =
RLP+I+Inv. ELP+PL
+ Intangivel

1.5.2) NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)

A análise da Necessidade de Capital de Giro (NCG), também conhecido como


Investimento Operacional em Giro (IOG), enfoca o ciclo operacional da empresa, tendo
como referencial os dados extraídos das demonstrações contábeis. A ênfase é dada
sobre as aplicações e fontes cíclicas.

Quando se fala em origem e aplicação de recursos, nada na empresa é literalmente


espontâneo e não oneroso. A concessão e a obtenção de certos recursos e/ou regalias
decorrem, basicamente, do mero custo/benefício /oportunidade da presença da
empresa no mercado.

Feito esta introdução, podemos definir a NCG como a diferença entre as aplicações
cíclicas (Ativo Circulante Cíclico-ACC) e as fontes cíclicas (Passivo Circulante Cíclico-
PCC), que se renovam automaticamente no dia a dia e estão intimamente ligadas às
atividades da empresa e que ocorrem de forma espontânea e não onerosa:

NCG = ACC - PCC

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O resultado pode ser positivo ou negativo:

APLICAÇÕES CÍCLICAS > FONTES CÍCLICAS = NCG POSITIVA

Quando é positivo, significa que a empresa tem necessidade de capital de giro, que
deverá ser obtido junto a seus acionistas/sócios ou a terceiros.

APLICAÇÕES CÍCLICAS < FONTES CÍCLICAS = NCG NEGATIVA

Quando o resultado é negativo, significa que a empresa dispõe de sobras de recursos


para o giro, que poderá ser destinada à aplicação no mercado financeiro ou financiar
itens do ativo permanente.
No exemplo temos:

NCG = 527.400 – 155.200 = 372.200

O resultado revela que a empresa necessita de R$ 372.200 de capital de giro, devendo


buscar recursos próprios ou de terceiros (onerosos) para complementar seu capital de
giro.

O que caracteriza como fonte onerosa é o custo financeiro dos recursos alocados no
giro. Geralmente a empresa recorre a Bancos para financiar essa parcela de IOG.

Já fonte operacional são os recursos gerados com os lucros obtidos, acrescidos das
despesas e custos não monetários (depreciação, amortização, etc...) que vão sendo
incorporados a conta caixa, quando do recebimento das vendas e, consequentemente,
agregando-se ao giro dos negócios da empresa.

Numa empresa a NCG ou IOG pode apresentar-se de duas formas:

✓ Permanente: própria de empresas cujo nível de atividade de produção e vendas é


distribuído com certa homogeneidade ao longo do ano.

✓ Sazonal: característico das empresas com forte concentração de atividades em


certas épocas do ano. É o caso de empresas que produzem brinquedos, artigos
natalinos, vestuário, etc...

1.5.3) SALDO DE TESOURARIA (ST)

O saldo de Tesouraria é um indicador importante na análise do capital de giro. É obtido


pela diferença entre as contas do Ativo Circulante e do Passivo Circulante que não
guardam relação com a atividade operacional da empresa:

ST = ACF – PCF ou ST = CDG - NCG

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No exemplos temos:

ST = 33.200 – 91.200 = - 58.000

O resultado revela que a empresa possui saldo de tesouraria negativo, demonstrando


dependência de financiamentos onerosos de curto prazo.

Quando o ST for positivo, significa que a empresa dispõe de recursos, que poderão ser
utilizados na aquisição de imobilizado ou no mercado financeiro. Se negativo,
demonstra dependência de fontes onerosas de recursos de curto prazo.

Se o ST se revelar crescentemente negativo, período após período, é forte sinal da


ocorrência do chamado “efeito tesoura” (indicador que evidencia o descontrole no
crescimento da dependência de fontes onerosas de recursos de curto prazo),
demonstrando que a empresa caminha para a insolvência. Há que se ressaltar que o
fato isolado de o ST ser negativo não é preocupante. Grave é a tendência.

Portanto, o “efeito tesoura” é consequência de saldo de tesouraria crescentemente


negativo, variando em proporção superior à Necessidade de Capital de Giro (NCG). A
tendência para efeito tesoura é dada pela relação ST/NCG, observada ao longo de,
pelo menos, 3 exercícios sociais.

1.6 INDICES PADRÃO


É um referencial de comparação. A comparação de determinado índice de uma
empresa em particular com o índice padrão indica, por exemplo, se a empresa que
estamos analisando está enquadrada no padrão ou se está melhor ou pior do que
aquele referencial.

Existem dois padrões básicos:

• PADRÃO INTERNO - Definido pela direção da empresa como sendo uma meta a ser
atingida. Por exemplo, em termos de rentabilidade, a direção estabelece uma
rentabilidade das vendas de 5%. Este tipo de padrão funciona como uma meta a ser
perseguida e mantida.

• PADRÃO EXTERNO - Definido como sendo um referencial constituído a partir de um


conjunto de empresas que sejam representativas das características que julgamos
relevantes para constituição do padrão. Para calcular estes indices, tomam-se por
base os indicadores produzidos para uma quantidade expressiva de empresas,
classificadas de acordo com o ramo de atividade, porte e região geográfica.

Para obtenção desses dos referidos índices, recorreremos a publicações


especializadas, como por exemplo, a edição da Revista Exame, com as maiores e
melhores empresas.

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2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL

2.1 ANÁLISE HORIZONTAL

Ao confrontarmos vários exercícios sociais, através de suas contas/grupamentos de


contas ou de seus índices, estamos verificando a evolução destes elementos e, por
conseguinte, efetuando a análise horizontal da empresa. É na análise horizontal que
podemos observar o comportamento dos diversos itens do patrimônio e, principalmente
dos índices, permitindo a análise de tendência.

A análise horizontal dos índices possui a vantagem de dispensar a preocupação do


analista quanto aos patamares de inflação no período sob análise, uma vez que os
índices são resultados de comparações de grandezas de uma mesma data.

2.2 ANÁLISE VERTICAL

É uma forma de análise das demonstrações contábeis que mostra a participação


percentual de cada um dos itens em relação a determinado total tomado como base.
Com esse instrumento podemos visualizar de modo objetivo e direto a
representatividade de cada componente das demonstrações, identificando aqueles que
mais contribuem para a formação do conjunto objeto de interesse da análise.

Quando aplicada a Demonstração do Resultado do Exercício permite detectar a


composição do percentual de receitas e despesas, evidenciando aquelas que mais
influenciaram na formação do lucro ou prejuízo do exercício.

Exemplo de análise horizontal e vertical:

18
19
3 ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA
No meio empresarial, utiliza-se muito os termos “econômico” e “financeiro”. Só que em
análise das demonstrações contábeis precisamos saber corretamente a definição
desses termos para não chegarmos a conclusões equivocadas, pois é muito comum
uma empresa apresentar resultado positivo mas não ter dinheiro para saldar seus
compromissos, ou então ocorrer a situação inversa.

Portanto, pode haver casos em que uma empresa se encontra em boa situação
econômica, com um valorizado imobilizado, mas sem disponibilidades para pagar os
compromissos junto a terceiros, visto que o lucro, ainda que possa aumentar o seu PL,
não necessariamente aumenta a capacidade de pagamento a curto prazo.

Com isso, resumidamente, podemos concluir que:

A. Análise econômica: é o estudo do patrimônio líquido, num enfoque estático; e do


lucro ou prejuízo, num processo dinâmico.

B. Análise financeira: é o estudo das disponibilidades como forma de a empresa


saldar suas dívidas, ou seja, o estudo de sua capacidade de pagamento.

3.1 ANÁLISE ECONÔMICA


Com base na definição apresentada acima, para uma análise econômica, precisamos
observar:

3.1.1 PATRIMÔNIO LÍQUIDO:

O ponto inicial para a análise econômica é a existência ou não de Patrimônio Líquido,


que pode apresentar-se em três situações: Positivo ou superavitário; neutro ou nulo; e
negativo ou deficitário, também conhecido como passivo à descoberto, situação esta,
totalmente desfavorável.

O crescimento do valor absoluto do PL de um ano para o outro é um fator positivo


observável, pois pode mostrar evolução favorável. É favorável quando ocorre uma
evolução real, identificada pelo crescimento do PL com incorporação dos lucros ou
integralização do capital em dinheiro ou outros bens.

Isso permite a empresa elevar o seu nível operacional, e consequentemente,


aumentando a capacidade produtiva da empresa.

No entanto, se o aumento do PL se der por causa de reavaliações, terá ocorrido


apenas uma evolução nominal, ou seja, simples atualização do valor de mercado
desses bens, sem que se tenha aumentado a capacidade produtiva da empresa.

20
3.1.2 RENTABILDADE NA EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO:

A rentabilidade é um aspecto muito importante a ser estudado na análise econômica,


pois é mediante os lucros reinvestidos que se reforça o PL de uma empresa.

Pelos mesmos motivos, os bons lucros aumentam a proporção dos capitais próprios na
relação entre as fontes de recursos, ao contrário dos prejuízos que, corroendo o PL,
aumenta a necessidade de recursos de terceiros.

Há que se ressaltar também, o importante papel das vendas na rentabilidade e,


portanto, na situação econômica. O crescimento das vendas em proporção maior que o
aumento dos custos e despesas melhora a rentabilidade.

3.1.3 PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS

Sob o aspecto econômico, quanto maior for a participação dos capitais próprios nas
origens de recursos da empresa, menor será a sua dependência de capitais de
terceiros. Para análise desse item devemos verificar o índice PCT que mostra a maior
ou menor participação do PL na empresa.

3.1.4 CONCLUSÃO SOBRE A SITUAÇÃO ECONÔMICA:

Em princípio podemos considerar como boa a situação econômica de uma empresa


quando apresentar:

✓ PL positivo e crescente, termos reais;


✓ PCT igual ou inferior à unidade, revelando, portanto, que a empresa possui mais
capitais próprios do que de terceiros;
✓ Lucratividade, fator positivo para o crescimento do PL, e consequente, redução de
capitais de terceiros.

3.2 ANÁLISE FINANCEIRA

Para realizarmos a análise financeira de uma empresa, devemos observar:

3.2.1 CAPACIDADE DE PAGAMENTO

Como já vimos no estudo dos índices de LIQUIDEZ, o índice de Liquidez Corrente


mede a capacidade de pagamento a curto prazo. Resultados superiores a unidade
evidenciam situação financeira favorável, enquanto inferiores à unidade revelam
situação desfavorável.

Também deve ser observado o índice de Liquidez Seca, por revelar que eventuais
retrações nas vendas poderão afetar seriamente a capacidade de pagamento da
empresa. É razoável que esse índice encontre-se ligeiramente abaixo da unidade.

21
Outro índice a ser observado é o que mostra a Liquidez Geral, que mede a capacidade
de pagamento de todas as dívidas da empresa. A situação é favorável quando o
resultado for superior a unidade.

3.2.2 RENTABILIDADE

A rentabilidade, a longo prazo, ajuda melhorar a situação financeira da empresa pela


acumulação de capital de próprio nos negócios, casos os lucros sejam reinvestidos,
evidentemente.

3.2.3 CICLOS OPERACIONAL E FINANCEIRO

O ciclo financeiro (Ciclo Operacional – PMC) indica, em número de dias, a necessidade


que a empresa tem de obtenção de financiamento complementar para o giro de seus
negócios. Se esse financiamento complementar vier de fontes onerosas, poderá
provocar redução da rentabilidade e contribuir para insolvência da empresa.

3.2.4 DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO

Para tanto devemos observar o comportamento dos seguintes indicadores, já estudos


anteriormente:

✓ IPL, que revela a existência de capital de giro de próprio;


✓ NCG, que revela a necessidade de capital de giro;
✓ ST, que revela o impacto desse indicador sobre as vendas da empresa.

3.2.5 CONCLUSÃO SOBRE A SITUAÇÃO FINANCEIRA:

Em princípio, podemos considerar como boa uma situação financeira quando a


empresa apresentar:

✓ Índices de liquidez corrente e geral superiores a unidade;


✓ Índice de liquidez seca ligeiramente abaixo da unidade;
✓ Dinâmica do capital de giro positiva: existência de capital de giro próprio e saldo de
tesouraria positivo.
✓ Boa rentabilidade;
✓ Pequeno ciclo financeiro;
✓ Evolução positiva dos índices ligados a análise financeira;

22
3.3 EXEMPLO DE RELATÓRIO DE ANÁLISE

Empresa: Editora e Livraria Acadêmica Ltda


BALANÇO PATRIMONIAL

2016 2017 2018


VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
ATIVO 17.706.562 100,0 100 19.420.885 100,0 10 19.745.960 100,0 2
CIRCULANTE 17.298.098 97,7 100 19.020.662 97,9 10 19.380.355 98,1 2
FINANCEIRO 5.138.645 29,0 100 4.816.341 24,8 -6 2.982.167 15,1 -38
Caixa e bancos 283.706 1,6 100 87.330 0,4 -69 126.665 0,6 45
Aplicações Financeiras 4.854.939 27,4 100 4.729.011 24,4 -3 2.855.502 14,5 -40
Outros Investimentos 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
CÍCLICO 12.159.453 68,7 100 14.204.322 73,1 17 16.398.188 83,0 15
Clientes 1.002.047 5,7 100 1.443.834 7,4 44 1.005.345 5,1 -30
(-) Perdas Estimadas -51.568 -0,3 100 -75.688 -0,4 47 -50.106 -0,3 -34
Estoques 11.201.723 63,3 100 12.829.008 66,1 15 15.417.569 78,1 20
Adiantamentos a fornecedores 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Despesas antecipadas 474 0,0 100 528 0,0 11 0,0 -100
Outros Créditos 6.777 0,0 100 6.640 0,0 -2 25.380 0,1 282
NÃO CIRCULANTE 408.464 2,3 100 400.223 2,1 -2 365.605 1,9 -9
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 0 0,0 100 0 0,0 #DIV/0! 0 0,0 #DIV/0!
Empréstimos a coligadas 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Outros créditos 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
INVESTIMENTOS 0 0,0 100 0 0,0 #DIV/0! 0 0,0 #DIV/0!
Participações Grupo Empresarial 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Outras participações 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
IMOBILIZADO 408.464 2,3 100 400.223 2,1 -2 365.605 1,9 -9
INTANGÍVEL 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!

2016 2017 2018


VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
PASSIVO 17.706.562 100,0 100 19.420.885 100,0 10 19.745.960 100,0 2
CIRCULANTE 2.467.841 13,9 100 3.271.646 16,8 33 2.390.334 12,1 -27
FINANCEIRO 0 0,0 100 0 0,0 #DIV/0! 0 0,0 #DIV/0!
Duplicatas descontadas 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Empréstimos bancários 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Outros passivos onerosos 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
CÍCLICO 2.467.841 13,9 100 3.271.646 16,8 33 2.390.334 12,1 -27
Fornecedores 1.658.876 9,4 100 2.384.669 12,3 44 1.523.065 7,7 -36
Salários a pagar e encargos sociais 296.695 1,7 100 290.779 1,5 -2 325.364 1,6 12
Impostos a recolher 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Adiantamentos de clientes 375.606 2,1 100 401.602 2,1 7 344.963 1,7 -14
Outras obrigações 136.664 0,8 100 194.596 1,0 42 196.942 1,0 1
PASSIVO NÃO CIRCULANTE + PL 15.238.721 86,1 100 16.149.239 83,2 6 17.355.626 87,9 7
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 0 0,0 100 0 0,0 #DIV/0! 0 0,0 #DIV/0!
Financiamentos bancários 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Impostos parcelados 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
Outras obrigações a longo prazo 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.238.721 86,1 100 16.149.239 83,2 6 17.355.626 87,9 7
Capital Social 10.000 0,1 100 10.000 0,1 0 10.000 0,1 0
Reservas 15.403.194 87,0 100 15.228.721 78,4 -1 16.139.239 81,7 6
Lucros/Prejuízos Acumulados -174.473 -1,0 100 910.519 4,7 -622 1.206.387 6,1 32
Ajustes e Outros Valores 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!

23
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

2016 2017 2018


VALOR AV AH VALOR AV AH VALOR AV AH
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 12.963.889 107,2 100 15.545.002112,0 20 14.369.104 107,2 -8
(-) Impostos sobre vendas -443.706 -3,7 100 -730.582 -5,3 65 -676.205 -5,0 -7
(-) Outras deduções -423.134 -3,5 100 -940.110 -6,8 122 -290.738 -2,2 -69
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 12.097.049 100,0 100 13.874.310100,0 15 13.402.161 100,0 -3
(-) Custos dos produtos vendidos -7.188.258 -59,4 100 -7.390.499-53,3 3 -6.180.511 -46,1 -16
LUCRO BRUTO 4.908.791 40,6 100 6.483.811 46,7 32 7.221.650 53,9 11
(-) Despesas administrativas -2.457.463 -20,3 100 -2.526.217-18,2 3 -2.738.493 -20,4 8
(-) Despesas comerciais -2.365.894 -19,6 100 -2.595.819-18,7 10 -3.194.333 -23,8 23
(-) Outras despesas operacionais -724.518 -6,0 100 -715.068 -5,2 -1 -734.894 -5,5 3
LUCRO OPERACIONAL I -639.084 -5,3 100 646.706 4,7 -201 553.930 4,1 -14
(-) Despesas financeiras -184.931 -1,5 100 -207.976 -1,5 12 -277.227 -2,1 33
(+) Receitas financeiras 648.427 5,4 100 457.032 3,3 -30 927.671 6,9 103
(+/-) Variações monetárias líquidas 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
LUCRO OPERACIONAL II -175.588 -1,5 100 895.762 6,5 -610 1.204.374 9,0 34
(+/-) Res equivalência patrimonial 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
LUCRO OPERACIONAL III -175.588 -1,5 100 895.762 6,5 -610 1.204.374 9,0 34
(+/-) Resultado Eventual 1.115 0,0 100 14.756 0,1 1223 2.012 0,0 -86
LUCRO ANTES DO IR -174.473 -1,4 100 910.519 6,6 -622 1.206.386 9,0 32
(-) IR/Contribuição social 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO -174.473 -1,4 100 910.519 6,6 -622 1.206.386 9,0 32

DADOS COMPLEMENTARES
Montante de Compras 4.678.489 38,7 100 5.185.540 37,4 11 6.598.442 49,2 27
Quantidade de ações - 100 - #DIV/0! - #DIV/0!
Preço de mercado da ação - 100 - #DIV/0! - #DIV/0!
Dividendos distribuidos 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!

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ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS

2016 2017 2018


LÍQUIDEZ
Líquidez corrente LC = AC / PC 7,0 5,8 8,1
Líquidez seca LS = (AC - EST) / PC 2,5 1,9 1,7
Líquidez geral LG = (AC + RLP) / (PC + ELP) 7,0 5,8 8,1

ESTRUTURA
Participação Capitais de Terceiros PCT = (PC + ELP) / PL 16% 20% 14%
Endividamento Geral EG = (PC + ELP) / AT 14% 17% 12%
Composição do Endividamento CE = PC / (PC + ELP) 100% 100% 100%
Endividamento Oneroso POSA = (PCF + ELP) / AT 0% 0% 0%
Imobilização do Capital Próprio IPL = (INV + IMOB + INT) / PL 3% 2% 2%

ATIVIDADE
Prazo Médio de Estocagem PME = (EST / CPV) * 360 561 625 898
Prazo Médio de Recebimento PMR = (CL / RB) * 360 28 33 25
Prazo Médio de Pagto das Compras PMC = (FORN / MC) * 360 128 166 83
Ciclo Operacional CO = PME + PMR 589 658 923
Ciclo Financeiro CF = CO - PMC 461 493 840

RENTABILIDADE
Margem Líquida de Lucro ML = LL / ROL -1,4% 6,6% 9,0%
Margem Operacional de Lucro MOL = LO3 / ROL -1,5% 6,5% 9,0%
Giro do Ativo (rotação do ativo) GA = ROL / AT 0,7 0,7 0,7
Rentabilidade dos Investimentos RI = LO3 / AT -1,0% 4,6% 6,1%
Rentabilidado do Capital Próprio RPL = LL / PL -1,1% 5,6% 7,0%

ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO


Necessidade de Capital de Giro 9.691.612 74,759 100 10.932.676 70,329 -5,9248 14.007.854 97,486 39
Capital de Giro 14.830.257 114,4 100 15.749.017 101,31 -11,438 16.990.021 118,24 17
Saldo de Tesouraria 5.138.645 39,638 100 4.816.341 30,983 -21,835 2.982.167 20,754 -33
Receita Operacional Bruta 12.963.889 100 100 15.545.002 100 0 14.369.104 100 0

3.3.1 Análise econômica

Para melhor entendimento da presente análise, cabe esclarecer que análise


econômica é o estudo do patrimônio líquido, num enfoque estático; e do lucro ou
prejuízo, num processo dinâmico.

A Editora possui reduzida participação de capitais de terceiros em sua estrutura de


fontes de recursos, sendo que no final de 2018 o percentual era de 14%, indicador
favorável para a saúde econômica de uma empresa. A imobilização do capital
próprio é de 2%, indicando que 98% dos recursos estão aplicados no giro dos
negócios.

Em relação à lucratividade, observa-se que a margem de lucro do ano sob análise foi
positiva em 9,0%, evoluindo em relação aos anos anteriores e superior à taxa média

25
SELIC, (indicador de referência do mercado para se medir o custo de oportunidade
do capital) que encerrou o ano em 6,5%.

Ao realizarmos a análise horizontal da DRE da Editora verifica-se pequena redução


nas Receitas Brutas e Líquidas, alcançando uma variação negativa de -8% e -3%
respectivamente, que não impactou o resulto final em razão de forte redução no
custo das mercadorias (queda de 16%).

Ainda em relação a análise da DRE nota-se que os itens que mais influenciaram para
que o lucro não fosse maior, foi o aumento das despesas operacionais.

Assim, com base nos números apresentados e indicadores econômicos extraídos e


comparados horizontalmente e verticalmente, concluímos que a empresa encontra-
se em boa situação econômica/patrimonial.

3.3.2 Análise Financeira

A análise financeira trata do estudo das disponibilidades como forma das empresas
saldarem suas dívidas, ou seja, é a verificação da capacidade de pagamento ao
longo do tempo.

No caso da empresa sob análise, observa-se que ela apresenta ótima liquidez de
curto e longo prazo (dívidas totais), conforme indicadores de Liquidez Corrente e
Liquidez Geral que informa que para cada R$ 1,00 de dívida, ela dispõe de R$ 8,10
para saldar esses compromissos. Outra situação bastante favorável, é que ela
independe da venda de estoques para saldar seus compromissos, conforme
indicador de liquidez seca, que informa que para cada R$ 1,00 de dívida ela dispõe
de R$ 1,70 para quitar esses compromissos, sem necessitar desfazer dos estoques
de forma repentina, o que evita liquidações e concessão de grandes descontos.

Verifica-se que o prazo médio dos estoques cresceu novamente, resultando em


grande ciclo operacional para a empresa, demandando capital de giro. Graças a
seguidos superávits e boa gestão do caixa, a demanda de capital de giro tem sido
suprida pela boa quantidade de capital de giro próprio existente.

O endividamento geral representa apenas 12% dos ativos e o endividamento


oneroso é inexistente.

Com base nos números apresentados e indicadores financeiros extraídos e


comparados, concluímos que a empresa apresenta boa situação financeira.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: Um enfoque econômico-financeiro.


11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: Abordagem Gerencial. 7. ed.


São Paulo: Atlas, 2010.

SILVA, José Pereira. Análise Financeira das Empresas. 13ª ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2016

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