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Os índices também nos permitem que numa mesma empresa possamos compará-lo
ano a ano para observarmos sua tendência, ou seu comportamento. Adicionalmente, é
possível compararmos, em determinado momento ou período, o índice de uma empresa
com o mesmo índice relativo a outras empresas de mesma atividade, para sabermos
como está a empresa em relação a concorrência ou mesmo em relação aos padrões de
seu segmento de atuação.
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A questão sobre a quantidade de índices a serem utilizados na análise de uma empresa
é outro ponto importante. Uma grande quantidade de índices pode chegar a confundir
um analista, especialmente o iniciante. Por outro lado, uma quantidade muito pequena
de índices pode não ser suficiente para tirarmos conclusões acerca da saúde financeira
de uma empresa. Acredito que os índices aqui apresentados, são suficientes, para,
juntamente com as outras informações pesquisadas, analisar uma empresa.
BALANÇO PATRIMONIAL
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Indica: A relação entre os capitais de terceiros para cada $ 1,00 de capital próprio
investido.
No exemplo temos:
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terceiros. Sob o aspecto financeiro é desse ângulo que se interpreta o índice de
Participação de Capitais de Terceiros.
Há que se ressaltar porém que, visando a obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a
empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais
for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios.
Fórmula: CE = PC x 100
C.TERCEIROS
Indica: quanto da dívida total da empresa deverá ser pago a curto prazo, isto é, as
obrigações a curto prazo comparadas com as dívidas totais. É uma medida da
qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos.
No exemplo temos:
CE = 246.400 x 100 = 93 %
246.400 + 19.200
O resultado revela que 93% das dívidas totais da empresa concentra-se no curto prazo.
Ou, ainda, de cada R$ 1,00 de dívidas totais, R$ 0,93 estão no Passivo Circulante.
O CE evidencia que quanto mais dívidas para pagar a curto prazo, maior será a
pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos. De outra
forma, empresas com endividamento concentrado no longo prazo, principalmente
decorrentes de investimentos efetuados, oferecem uma situação mais tranquila no curto
prazo.
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No exemplo temos:
Quanto menor for endividamento, menor o risco que a empresa estará oferecendo aos
capitais de terceiros. Entretanto, deve-se considerar que determinadas empresas
convivem muito bem como o endividamento relativamente elevado, principalmente
quando o endividamento tiver um perfil de longo prazo, ou quando o Passivo Circulante
não for oneroso, mas fruto de uma adequada administração de prazos de fornecedores.
d) EG = 100%: A empresa não possui capitais próprios. Todo o Ativo é financiado por
recursos de terceiros.
No exemplo temos:
Este índice exprime o quanto do ativo permanente da empresa é financiado pelo seu
PL, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos
de terceiros para manutenção de seus negócios.
Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa capacidade de
pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em
função de outras variáveis, como descasamento de prazo, inadimplência, renovação de
dívidas, etc...
Fórmula: LC = AC
PC
Indica: quanto a empresa poderá dispor em recursos de curto prazo para pagar suas
dívidas circulantes.
No exemplo temos:
LC = 560.600 = 2,28
246.400
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O resultado revela que a empresa poderá dispor de R$ 2,28 para pagar cada R$ 1,00
de dívida a curto prazo.
Fórmula: LS = AC - Estoques
PC
Indica: quanto a empresa poderá dispor de recursos de curto prazo, sem depender da
venda de seus estoques, para fazer frente as suas obrigações de curto prazo.
No exemplo temos:
O resultado revela que a empresa para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo, sem
necessitar de vender seus estoques, dispõe de R$ 0,81.
Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, conclui-se que a empresa não depende da
venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo. Por outro lado,
quanto mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas para honrar suas
obrigações.
Fórmula: LG = AC + RLP
PC + PNC
Indica: quanto a empresa poderá dispor de recursos de curto e longo prazos para
honrar todos os seus compromissos junto a terceiros.
No exemplo temos:
O resultado revela que para cada R$ 1,00 de dívida total, a empresa dispõe de R$ 2,13
para pagar as suas obrigações.
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1.3 ÍNDICES DE ROTAÇÃO OU ATIVIDADE
Indica: o prazo que a empresa vem obtendo vem obtendo de seus fornecedores para
pagamento das compras de matérias primas e/ou mercadorias.
Interpretação: quanto maior, MELHOR, desde que o aumento do prazo não implique
no aumento do preço do produto.
No exemplo temos:
Assim podemos dizer que o PMC é o número de dias que decorre, em média, entre a
compra e o respectivo pagamento. Quanto maior for o PMC melhor será a situação da
empresa, pois estará financiando o seu giro com recursos não onerosos.
No exemplo temos:
Portanto, o PME é o número de dias que decorre, em média, entre a compra e a venda
ou, também, o número de dias, em média, em que os estoques ficam parados na
empresa. O ideal é que os estoques girem o mais rápido possível.
Sempre que houver dados de dois balanços consecutivos deve-se utilizar a média da
conta Estoques para comparar com o custo das mercadorias vendidas.
No exemplo temos:
Para uma maior aproximação da realidade da empresa, sempre que houver dados de
dois demonstrativos consecutivos, deve-se utilizar a média da conta Clientes para
comparar com o Faturamento Bruto Anual. Se houver devoluções no período, devem
ser descontadas do Faturamento Bruto.
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1.3.4 CICLO OPERACIONAL (CO)
No exemplo temos:
O resultado revela que a empresa possui um ciclo operacional médio de 146 dias, ou
seja, entre a aquisição da mercadoria e o recebimento da sua venda há um intervalo de
146 dias.
Fórmula: CF = CO - PMC
No exemplo temos:
CF = 146 – 57 = 89 dias
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1.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE OU RETORNO
Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é,
quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da
empresa. Também são conhecidos por índices de lucratividade ou rentabilidade.
Fórmula: GA = ROL
AT
Indica: quanta vezes girou, durante o período, a ativo total da empresa, ou seja,
comparando com o faturamento líquido do período com o investimento total, indica
quantas vezes a empresa conseguiu vender o seu Ativo.
No exemplo temos:
GA = 1.566.400 = 2,28
688.000
Indica: a rentabilidade dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi
acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios.
No exemplo temos:
Este índice permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse
rendimento é compatível com outras alternativas de aplicação. Um investidor, por
exemplo, avaliando a RPL poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em
vez de aplicar numa empresa que está oferecendo baixa rentabilidade.
Caso haja dados dos dois últimos demonstrativos, deve-se utilizar a média do PL para
comparar com o Lucro Líquido, de forma a melhor traduzir a rentabilidade do período,
tendo em vista que o PL pode sofre alterações durante o exercício, tais como aumento
de capital, reavaliação de ativos, saída dos sócios.
Fórmula: ML = LL x 100
ROL
No exemplo temos:
Fórmula: RA = LL x 100
AT
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Indica: quanto a empresa está obtendo de resultado em relação aos seus
investimentos totais.
No exemplo temos:
Este índice também é conhecido como Taxa de Retorno dos Investimentos (TRI) ou
Poder de Ganho da Empresa (PGE).
Caso haja dados de dois demonstrativos, deve-se utilizar o Ativo Total médio para
comparar como o lucro Operacional Líquido.
A rentabilidade dos investimos também pode ser obtida pela conjugação da Margem
Operacional de Lucro (MOL) ou Margem de Lucro Líquida (ML) e do Giro do Ativo (GA)
que podem causar, isoladamente ou em conjunto, variações na rentabilidade.
ML x GA = RI
O capital de giro (CDG) é a diferença entre o Passivo Não Circulante (PNC) e o Ativo
Não Circulante (ANC):
No exemplo temos:
Esses grupos compreendem contas de longo prazo que parecem estacionárias, quando
comparadas com as cíclicas. Numa situação de normalidade o CDG constitui fonte de
recursos, razão por que em termos de natureza, difere do CCL, este apurado pela
diferença do Ativo Circulante menos o Passivo Circulante:
CCL = AC – PC
No exemplo temos:
AC PC
CCL CDG
ANC = PNC =
RLP+I+Inv. ELP+PL
+ Intangivel
Feito esta introdução, podemos definir a NCG como a diferença entre as aplicações
cíclicas (Ativo Circulante Cíclico-ACC) e as fontes cíclicas (Passivo Circulante Cíclico-
PCC), que se renovam automaticamente no dia a dia e estão intimamente ligadas às
atividades da empresa e que ocorrem de forma espontânea e não onerosa:
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O resultado pode ser positivo ou negativo:
Quando é positivo, significa que a empresa tem necessidade de capital de giro, que
deverá ser obtido junto a seus acionistas/sócios ou a terceiros.
O que caracteriza como fonte onerosa é o custo financeiro dos recursos alocados no
giro. Geralmente a empresa recorre a Bancos para financiar essa parcela de IOG.
Já fonte operacional são os recursos gerados com os lucros obtidos, acrescidos das
despesas e custos não monetários (depreciação, amortização, etc...) que vão sendo
incorporados a conta caixa, quando do recebimento das vendas e, consequentemente,
agregando-se ao giro dos negócios da empresa.
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No exemplos temos:
Quando o ST for positivo, significa que a empresa dispõe de recursos, que poderão ser
utilizados na aquisição de imobilizado ou no mercado financeiro. Se negativo,
demonstra dependência de fontes onerosas de recursos de curto prazo.
• PADRÃO INTERNO - Definido pela direção da empresa como sendo uma meta a ser
atingida. Por exemplo, em termos de rentabilidade, a direção estabelece uma
rentabilidade das vendas de 5%. Este tipo de padrão funciona como uma meta a ser
perseguida e mantida.
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2 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL
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3 ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA
No meio empresarial, utiliza-se muito os termos “econômico” e “financeiro”. Só que em
análise das demonstrações contábeis precisamos saber corretamente a definição
desses termos para não chegarmos a conclusões equivocadas, pois é muito comum
uma empresa apresentar resultado positivo mas não ter dinheiro para saldar seus
compromissos, ou então ocorrer a situação inversa.
Portanto, pode haver casos em que uma empresa se encontra em boa situação
econômica, com um valorizado imobilizado, mas sem disponibilidades para pagar os
compromissos junto a terceiros, visto que o lucro, ainda que possa aumentar o seu PL,
não necessariamente aumenta a capacidade de pagamento a curto prazo.
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3.1.2 RENTABILDADE NA EVOLUÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO:
Pelos mesmos motivos, os bons lucros aumentam a proporção dos capitais próprios na
relação entre as fontes de recursos, ao contrário dos prejuízos que, corroendo o PL,
aumenta a necessidade de recursos de terceiros.
Sob o aspecto econômico, quanto maior for a participação dos capitais próprios nas
origens de recursos da empresa, menor será a sua dependência de capitais de
terceiros. Para análise desse item devemos verificar o índice PCT que mostra a maior
ou menor participação do PL na empresa.
Também deve ser observado o índice de Liquidez Seca, por revelar que eventuais
retrações nas vendas poderão afetar seriamente a capacidade de pagamento da
empresa. É razoável que esse índice encontre-se ligeiramente abaixo da unidade.
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Outro índice a ser observado é o que mostra a Liquidez Geral, que mede a capacidade
de pagamento de todas as dívidas da empresa. A situação é favorável quando o
resultado for superior a unidade.
3.2.2 RENTABILIDADE
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3.3 EXEMPLO DE RELATÓRIO DE ANÁLISE
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
DADOS COMPLEMENTARES
Montante de Compras 4.678.489 38,7 100 5.185.540 37,4 11 6.598.442 49,2 27
Quantidade de ações - 100 - #DIV/0! - #DIV/0!
Preço de mercado da ação - 100 - #DIV/0! - #DIV/0!
Dividendos distribuidos 0,0 100 0,0 #DIV/0! 0,0 #DIV/0!
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ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS
ESTRUTURA
Participação Capitais de Terceiros PCT = (PC + ELP) / PL 16% 20% 14%
Endividamento Geral EG = (PC + ELP) / AT 14% 17% 12%
Composição do Endividamento CE = PC / (PC + ELP) 100% 100% 100%
Endividamento Oneroso POSA = (PCF + ELP) / AT 0% 0% 0%
Imobilização do Capital Próprio IPL = (INV + IMOB + INT) / PL 3% 2% 2%
ATIVIDADE
Prazo Médio de Estocagem PME = (EST / CPV) * 360 561 625 898
Prazo Médio de Recebimento PMR = (CL / RB) * 360 28 33 25
Prazo Médio de Pagto das Compras PMC = (FORN / MC) * 360 128 166 83
Ciclo Operacional CO = PME + PMR 589 658 923
Ciclo Financeiro CF = CO - PMC 461 493 840
RENTABILIDADE
Margem Líquida de Lucro ML = LL / ROL -1,4% 6,6% 9,0%
Margem Operacional de Lucro MOL = LO3 / ROL -1,5% 6,5% 9,0%
Giro do Ativo (rotação do ativo) GA = ROL / AT 0,7 0,7 0,7
Rentabilidade dos Investimentos RI = LO3 / AT -1,0% 4,6% 6,1%
Rentabilidado do Capital Próprio RPL = LL / PL -1,1% 5,6% 7,0%
Em relação à lucratividade, observa-se que a margem de lucro do ano sob análise foi
positiva em 9,0%, evoluindo em relação aos anos anteriores e superior à taxa média
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SELIC, (indicador de referência do mercado para se medir o custo de oportunidade
do capital) que encerrou o ano em 6,5%.
Ainda em relação a análise da DRE nota-se que os itens que mais influenciaram para
que o lucro não fosse maior, foi o aumento das despesas operacionais.
A análise financeira trata do estudo das disponibilidades como forma das empresas
saldarem suas dívidas, ou seja, é a verificação da capacidade de pagamento ao
longo do tempo.
No caso da empresa sob análise, observa-se que ela apresenta ótima liquidez de
curto e longo prazo (dívidas totais), conforme indicadores de Liquidez Corrente e
Liquidez Geral que informa que para cada R$ 1,00 de dívida, ela dispõe de R$ 8,10
para saldar esses compromissos. Outra situação bastante favorável, é que ela
independe da venda de estoques para saldar seus compromissos, conforme
indicador de liquidez seca, que informa que para cada R$ 1,00 de dívida ela dispõe
de R$ 1,70 para quitar esses compromissos, sem necessitar desfazer dos estoques
de forma repentina, o que evita liquidações e concessão de grandes descontos.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, José Pereira. Análise Financeira das Empresas. 13ª ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2016
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