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CURSO DE

CONTABILIDADE FINANCEIRA
CEIRA
E FINANCEIRA

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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO III

17 INTRODUÇÃO - ÍNDICES FINANCEIROS E ECONÔMICOS

Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas; facilitam


sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas relações
ou percentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes, por
si só.
Índice é a relação entre contas ou grupos de contas das Demonstrações
Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou
financeira de uma empresa. Assim como um médico usa certos indicadores, como
pressão e temperatura, para elaborar o quadro clínico do paciente, os índices
financeiros permitem construir um quadro de avaliação da empresa. Há, porém, uma
diferença: enquanto o médico pode ter certeza de que há algo errado com o
paciente que apresenta pressão muito alta (talvez a iminência de um derrame), na
empresa, um endividamento elevado não significa que esteja à beira da insolvência.
Os fatores, como prestígio da empresa junto ao governo, relacionamento com o
mercado financeiro e etc., podem fazê-la operar definitivamente, mesmo que
mantenha sempre elevado o endividamento. O índice financeiro é um alerta.
Neste módulo são apresentados os principais índices que constituem o
instrumento básico da Análise de Balanços. A função de cada índice, sua fórmula,
seu significado e sua interpretação, são necessários para um diagnóstico preciso da
situação econômico-financeira da empresa. Segue abaixo os principais índices:
 Índice de Liquidez.
 Índice de Endividamento.
 Índice de Rentabilidade.
 Índice de Lucratividade.
 Capital de Giro.
 Análise Vertical e Horizontal

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Portanto, a quantidade de índices que devem ser utilizados na análise
depende exclusivamente da profundidade que se deseja da análise.

18 ÍNDICE DE LIQUIDEZ

É utilizado para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto


constitui uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus
compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada num longo prazo,
num curto prazo ou em prazo imediato.
Os índices de liquidez não são extraídos do fluxo de caixa que compara as
entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos
Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira
da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez tem condições de ter boa
capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente, pagando
dívidas pontualmente em função de outras variáveis como prazo, renovação de
dívidas e etc.

a) Índice de Liquidez Corrente (ou liquidez comum) – mostra a


capacidade de pagamento da empresa em Curto Prazo, por meio da fórmula:

Ativo Circulante
Passivo Circulante

b) Índice de Liquidez Seca - serve para que se possa apreciar a Situação


Financeira da empresa, por meio da fórmula:

Ativo Circulante - Estoques


Passivo Circulante

c) Índice de Liquidez Geral (LG) – mostra a capacidade de pagamento da


empresa em Longo Prazo, considerando tudo o que a empresa converterá em

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dinheiro (a Curto Prazo), e relacionando com tudo o que a empresa já assumiu como
dívida (a Curto e Longo Prazo), ou seja:

Ativo Circulante + Realizável em Longo Prazo


Passivo Circulante + Exigível em Longo Prazo

As divergências em datas de recebimento e de pagamento tendem a


acentuar-se, quando analisamos períodos longos, ou seja, o recebimento do Ativo
pode divergir consideravelmente do pagamento do Passivo; isto, sem dúvida,
empobrece o indicador.
Todavia, se apreciamos uma série de vários anos, a análise será
enriquecida. Se uma empresa apresentar numa série de anos o índice de Liquidez
Geral decrescente, mesmo considerando aquelas divergências, o indicador se
tornará útil, pois poderemos depreender a perda do poder de pagamento geral da
empresa.
Como os demais, a LG não deve ser vista isoladamente, pode ser que, num
ano em que a empresa adquira um vultoso financiamento, investindo-o totalmente
em seu Ativo Permanente, reduza sensivelmente sua LG, o que aumentará
consideravelmente o Exigível a Longo Prazo, mas não aumentará o AC e o RPL.
Porém, com o tempo, o seu Permanente deverá gerar Receita (e consequentemente
Lucro), aumentando o AC e melhorando a capacidade de pagamento em Curto e
Longo Prazo.

d) Liquidez Imediata – mostra o quanto dispomos imediatamente para


saldar nossas dívidas de Curto Prazo, ou seja:

Disponibilidades (Caixa + Bancos)


Passivo Circulante

Para efeito de análise, é um índice sem muito realce, pois relacionamos


dinheiro com valores, que vencerão em datas as mais variadas possíveis, embora
em Curto Prazo. Assim, temos contas que vencerão daqui a 360 dias, e que nada
têm a ver com a disponibilidade imediata. Sem dúvida, a empresa deverá manter

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certos limites de segurança, não desejando obter índices altos, pois o Caixa e
Bancos, em épocas inflacionárias, perdem o poder aquisitivo.

19 ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO

É por meio deste indicador que apreciamos o nível de endividamento da


empresa. E sabemos que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais
de Terceiros (Passivo Circulante + Exigível em Longo Prazo) e por Capitais Próprios
(Patrimônio Líquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes
(origens) de recursos.
Também são os indicadores de endividamento que nos informam se a
empresa utiliza mais de recursos de terceiros ou dos proprietários. Saberemos se a
maior parte dos recursos de terceiros têm seus vencimentos em Curto Prazo
(Circulante) ou em Longo Prazo (Exigível em Longo Prazo).
A tendência de trabalhar com Capital de Terceiros é acentuada em épocas
inflacionárias, quando a maior parte do capital é composta de exigíveis não
onerosos, que não geram encargos financeiros explicitamente para a empresa (não
há juros e nem correção monetária: fornecedores, impostos, encargos sociais a
pagar e etc.)
Por outro lado, uma participação exagerada de Capital de Terceiros em
relação ao Capital de Próprio, torna a empresa vulnerável, e normalmente, as
instituições financeiras não estão dispostas a conceder financiamento para as
empresas que apresentam esta situação desfavorável. Em média, as empresas que
vão à falência apresentam endividamento elevado em relação ao Patrimônio
Líquido.
Na análise do endividamento há necessidade de detectar as características
do seguinte indicador:
a) Empresas que recorrem a dívidas como um complemento dos Capitais
Próprios para realizar aplicações produtivas no seu Ativo (ampliação, expansão,
modernização e etc.). Este endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado,

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pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso
assumido.

b) Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras que estão


vencendo por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos viciosos,
elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a
empresa será uma séria candidata à insolvência; consequentemente, à falência.

A análise da composição do endividamento também é bastante significativa,


ou seja, o endividamento em Curto Prazo é normalmente utilizado para financiar o
Ativo Circulante. E em Longo Prazo é utilizado para financiar o Ativo Permanente.
A proporção favorável seria de maior participação de dívida a Longo Prazo,
propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os
compromissos. Expansão e modernização devem ser financiadas com recursos em
Longo Prazo e não pelo Passivo Circulante, pois os recursos a serem gerados pela
expansão e modernização virão em longo prazo.
Se a composição do endividamento apresentar uma significativa
concentração no Passivo Circulante (Curto Prazo), a empresa poderá ter reais
dificuldades num momento de reversão de mercado (o que não acontecerá se as
dívidas estiverem concentradas no Longo Prazo). E na crise, ela terá poucas
alternativas, como: vender seus estoques na base de uma liquidação forçada (a
qualquer preço); assumir novas dívidas em Curto Prazo que, certamente, terão juros
altos, o que aumentará as despesas financeiras.
Se a concentração fosse em Longo Prazo, a empresa, num momento de
reversão, teria mais tempo para replanejar a sua situação, sem necessidade de
desfazer-se dos Estoques a qualquer preço.

• Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais

Exigível Total = PC + ELP


Exigível Total + PL PC + ELP + PL

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• Composição de Endividamento

PC = PC
Exigível Total PC + ELP

20 ÍNDICES DE ATIVIDADE

Este grupo analisa quantos dias a empresa demora, em média para receber
suas vendas, para pagar suas compras e para renovar o seu estoque. Para fins de
análise, quanto maior for a velocidade de recebimento de vendas e de renovação de
estoque, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o pagamento das compras,
desde que não corresponda a atrasos, melhor.
O ideal seria que a empresa atingisse uma posição em que a soma do Prazo
Médio de Renovação de Estoques (PMRE) com Prazo Médio de Recebimento de
Vendas (PMRV) fosse igual ou inferior ao Prazo Médio de Pagamento de Compras
(PMPC).

PMRE + PMRV
PMPC

Dessa forma, a empresa poderia vender e receber a mercadoria adquirida


para, depois, liquidá-la junto ao seu fornecedor. Assim, se o PMRE for de 30 dias, o
PMRV for de 54 dias e o PMPC for de 90 dias, a empresa terá ainda, em média,
uma folga de seis dias. O seu posicionamento de:

30 + 54 = 0,93 (favorável)
90
Nem sempre trazer esse índice em situação favorável (inferior a 1) é tarefa
fácil. No entanto, não resta dúvida de que melhorar esse índice deve ser uma meta
que a empresa estará sempre perseguindo.

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Segue alguns aspectos para o cálculo dos Índices de Atividades:

• Quando falamos em Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV)


não estamos considerando apenas as vendas a prazo, mas o total de vendas. Se
uma empresa vende 50% a prazo (o restante a vista), com prazo de faturamento em
torno de 60 dias, o PMRV deverá girar em torno de 30 dias (50% x 60 dias).

• O total de vendas a ser utilizado para o cálculo do PMRV é a Receita


Bruta, por um lado (incluindo IPI, ICMS e etc.), e o total de Duplicatas a Receber, por
outro (sem excluir Provisão para Devedores Duvidosos e Duplicatas Descontadas).
Assim, seremos consistentes na mesma base de cálculo.

• Um problema que sempre surge para o cálculo do Prazo Médio de


Pagamento de Compras (PMPC) é o valor de Compras, já que a Demonstração do
Resultado do Exercício não a destaca, mas apenas os Custos das Vendas.

Os índices de atividade, portanto, são calculados com a utilização das


variáveis necessárias (Vendas e Duplicatas a Receber), em bases mais compatíveis.

Prazo Médio de Recebimento de Vendas – indica, em média, quantos dias a


empresa espera para receber suas vendas.

PMRV = 360 dias x Duplicatas a Receber Médias


Vendas
Prazo Médio de Pagamento de Compras – indica, em média, quantos dias a
empresa demora pagar suas compras.

PMPC = 360 dias x Fornecedores Médios


Compras

Prazo Médio de Renovação de Estoques – indica, em média, quantos dias a


empresa leva para vender o seu estoque.

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PMRE = 360 x Estoques Médios
Custo das Vendas

Posicionamento de Atividade

PA = PMRE + PMRV
PMPC

21 ÍNDICE DE RENTABILIDADE

Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos,


isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito
econômico da empresa.

Giro do Ativo – indica quanto à empresa vendeu para cada R$ 1,00 de


investimento total. Quanto maior, melhor.

Vendas Líquidas
Ativo

Margem Líquida – indica quanto à empresa obtém de lucro para cada R$


100,00 vendidos. Quanto maior, melhor.

Lucro Líquido x 100


Vendas Líquidas

Rentabilidade do Ativo – indica o quanto à empresa obtém de lucro para


cada R$ 100,00 de investimento total. Quanto maior, melhor. É uma medida do
potencial de geração de lucro da parte da empresa.

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Lucro Líquido x 100
Ativo

Rentabilidade do Patrimônio Líquido – indica quanto à empresa obteve de


lucro para cada R$ 100 de Capital Próprio investido. Quanto maior, melhor. O papel
deste índice é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode
ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como
Caderneta de Poupança, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de
Investimentos, etc.

Lucro Líquido x 100


Patrimônio Líquido

Uma vez calculados os índices e comparado com padrões, pode-se fazer


primeiro uma avaliação individual de cada índice, depois uma avaliação conjunta e,
assim, avaliar a empresa e sua administração.
Essa forma de avaliação não é descoberta da Análise de balanços, pelo
contrário, trata-se de uma técnica científica seguida largamente por outras ciências
(muito antes de sua aplicação na Análise de Balanços) e que, basicamente, tem a
seguinte ordem:

• Descoberta de indicadores: são índices financeiros de Participações


de Capitais de Terceiros, Liquidez e etc.

• Definição do comportamento do indicador: existem três


possibilidades:

 Quanto maior, melhor.


 Quanto menor, melhor.
 Ponto ótimo em torno de um parâmetro.

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• Tabulação de padrões: é a construção de tabelas baseadas em
elementos do mesmo conjunto, no caso presente, índices de empresas do mesmo
ramo, de maneira que permita a comparação dos índices de uma empresa com os
das demais empresas.

O objetivo dos índices de rentabilidade é calcular a taxa de lucro, isto é,


comparar o lucro em valores absolutos com valores que guardam alguma relação
com o mesmo.
A combinação de itens do Ativo é que gera Receita para a empresa, na
verdade, o Ativo significa investimentos realizados pela empresa no sentido de obter
Receita e, por conseguinte, Lucro. Assim, podemos obter a Taxa de Retorno sobre
Investimentos. Isto significa o poder de ganho da empresa: quanto à empresa
ganhou por real investido.
Segue algumas taxas de avaliação do retorno sobre o investimento.

Taxa de Retorno sobre Investimento – indica o poder de ganho da empresa.

TRI = Lucro Líquido


Ativo Total Médio

Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido - indica o poder de ganho dos


proprietários.

TRPL = Lucro Líquido


Patrimônio Líquido Médio

Na verdade, há uma infinidade de índices extraídos para a análise das


Demonstrações Financeiras. De acordo com a necessidade da empresa, podem-se
criar índices os mais variados possíveis. De acordo com o objetivo da análise.

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22 ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE

A idéia desse índice é muito simples: a empresa possui um patrimônio


líquido que pertence a seus acionistas segundo a quantidade de ações possuídas.
Daí calcula-se quanto do patrimônio líquida cabe a cada ação. Entretanto, o valor de
uma ação no mercado pouco tem a ver com o valor do patrimônio líquido da ação,
mas muito mais com a capacidade de geração de lucros e dividendos.
Os índices de avaliação econômica procuram mostrar, sob diversos ângulos,
qual o lucro do acionista.
Ocorre, porém, que, enquanto em qualquer rendimento de aplicação de
capital o investidor realiza o seu lucro em dinheiro, nos investimentos em ações o
lucro fica retido na empresa em sua maior parte.
Assim, o investidor só consegue realizar monetariamente uma parte dos
lucros que a empresa auferiu. Por isso, são muito importantes os índices de
lucratividade.
A atividade de qualquer empresa envolve a incerteza do lucro e pode ser
que em determinadas épocas até ocorram prejuízos. Em longo prazo, espera-se que
os lucros empresariais cubram os eventuais prejuízos e suplante a taxa de
remuneração dos investimentos em países de renda fixa.
Para minimizar os riscos de investir em ações de empresas deficitárias, o
investidor tem a possibilidade de fazer uma carteira de ações, ou seja, um conjunto
de ações de diferentes empresas, de tal sorte que o prejuízo eventual de alguma
delas seja compensado com o lucro de outras. O normal é que uma empresa tome
empréstimos e financiamentos para investir em seus negócios e pague por eles
menos do que o lucro gerado com a sua aplicação, pois do contrário não tomaria
recursos.

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22.1 PRINCIPAIS ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE

Valor Patrimonial da Ação - é um índice para comparação com o valor de


mercado da ação.

VPA = Patrimônio Líquido


Nº de Ações do Capital Social

Lucro Líquido por Ação

LLA = Lucro Líquido


Nº de Ações do Capital Social

Índice Preço/Lucro

P/L =Valor de Mercado da Ação


Lucro Líquido por Ação

Dividendos por Ação do Capital Social

DA = Dividendos
Nº de Ações do Capital Social

Como poderemos avaliar se os índices são bons? Como estão as nossas


concorrentes? O nosso endividamento é maior que o das outras empresas do
mesmo ramo de atividade? A rotação dos estoques é rápida ou lenta em relação às
empresas que operam com o mesmo produto?
Sem dúvida, só poderemos avaliar bem os nossos índices se os
compararmos com os índices de empresas do mesmo ramo de atividade.

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23 CAPITAL DE GIRO

É um investimento que decorre automaticamente das atividades das


atividades de compra, produção, estocagem e venda. Enquanto o Passivo Circulante
Operacional é o financiamento, também automático, que decorre dessas atividades.
A diferença entre esses investimentos e financiamentos é quanto à empresa
necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a necessidade de capital de giro.

NCG = ACO – PCO


Onde:
NCG – Necessidade de Capital de Giro
ACO – Ativo Circulante Operacional
PCO – Passivo Circulante Operacional

As situações básicas que ocorrem numa empresa, com relação ao


ACO/PCO podem ser resumidas:

ACO>PCO

É a situação normal na maioria das empresas, onde há uma necessidade de


capital de giro para o qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de
financiamentos.

ACO=PCO

Nesse caso a necessidade de capital de giro é igual a zero e, portanto a


empresa não tem necessidade de financiamento para o giro.

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ACO<PCO

A empresa tem mais financiamentos operacionais do que investimentos


operacionais. Sobram recursos das atividades operacionais, os quais poderão ser
usados para aplicação no mercado financeiro ou para expansão da planta fixa.

23.1 FONTES DE FINANCIAMENTOS DA NCG

Para financiar as necessidades de capital de giro, a empresa pode contar


normalmente com três tipos de financiamentos:

 Capital Próprio;
 Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo;
 Empréstimos Bancários de Curto Prazo e Duplicatas Descontadas;

A necessidade de capital de giro é uma função do ciclo de caixa e das


vendas de uma empresa. Isto significa que para cada volume de vendas existirá
uma NCG, supondo-se que o ciclo de caixa permanece constante.
Essa suposição de ciclo de caixa constante (mas não fixa) é absolutamente
factível, dentro de certa estabilidade econômica. Assim, a análise básica a que se irá
proceder é das variações da NCG em função de vendas.
Além da NCG das vendas, entram na análise o Capital Circulante Próprio, o
Ativo Permanente, o Patrimônio Líquido e os Empréstimos Bancários.

Índices:

• Endividamento Bancário = EB/PL


• Imobilização do Patrimônio Líquido = AP/PL
• Financiamento Próprio da NCG = CCP/NCG

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Durante um ano as vendas da empresa se mantêm estáveis, com isso a
NCG não se modifica. Entretanto, com a capitalização do lucro, o capital circulante
próprio cresce, diminuindo os empréstimos bancários.
Permanecendo constantes as vendas, a NCG também permanecerá fixa, e a
capitalização do lucro faz aumentar o patrimônio líquido, bem como o capital
circulante próprio.
Todos os índices melhoram: cai o endividamento e a imobilização do
patrimônio líquido (quanto menores os índices, melhor) e sobe a porcentagem de
financiamento próprio da NCG.
O crescimento autossustentado da empresa é aquele em que com a
capitalização dos lucros a empresa mantém os índices de financiamentos próprio da
NCG e de endividamento bancário em níveis satisfatórios.

24 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

Por intermédio desse tipo de análise pode-se conhecer pormenores das


demonstrações financeiras que escapam à análise genérica de índices. Essas
análises apontam qual o principal credor e como se alterou a participação de cada
credor nos últimos dois exercícios. Ou, então, os índices indicam que a empresa
teve reduzida sua margem de lucro; a Análise Vertical/Horizontal apontará, por
exemplo, que isso se deveu ao crescimento desproporcional das despesas
administrativas.

24.1. ANÁLISE VERTICAL

Baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso


se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-base, ou seja, na
análise vertical do Balanço calcula-se o percentual de cada conta em relação ao
total do Ativo.

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24.2. ANÁLISE HORIZONTAL

Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações


financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma
demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.
A Análise Horizontal pode ser efetuada por meio do cálculo das variações
em relação a um ano-base, quando será denominada Análise Horizontal encadeada
ou em relação ao ano anterior, quando será denominada Análise Horizontal anual.

A Análise por meio de Índices Financeiros é genérica; relaciona grandes


itens das demonstrações financeiras e permite dar uma avaliação à empresa. A
Análise Vertical/Horizontal desce a um nível de detalhes que não permite essa visão
ampla da empresa, mas possibilita localizar pontos específicos de falhas, problemas
e características da empresa e explicar os motivos de a empresa estar em
determinada situação.

24.3 OBJETIVOS DA ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL

Em termos genéricos, os objetivos são os seguintes:

 Análise Vertical: mostrar a importância de cada conta em relação à


demonstração financeira a que pertence e, da comparação com padrões do ramo ou
com percentuais empresa em anos anteriores, permitir inferir se há itens fora das
proporções normais.

 Análise Horizontal: mostrar a evolução de cada conta das


demonstrações financeiras e, pela comparação entre si tirar conclusões sobre a
evolução da empresa.

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Em sentido específico, destacam-se os seguintes objetivos da Análise
Vertical/Horizontal conjuntamente:

 Indicar a estrutura de Ativo e Passivo, bem como suas


modificações.
O balanço evidencia os recursos tomados (financiamento) e as aplicações
desses recursos (investimentos). A análise vertical mostra, de um lado, qual a
composição detalhada dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos
capitais próprios e de terceiros, qual o percentual de capitais de terceiros em curto e
longo prazo, qual a participação de um dos itens de capitais de terceiros
(fornecedores, bancos e etc.). De outro lado, a Análise Vertical mostra o percentual
dos recursos totais destinados ao Ativo Circulante e ao Ativo Permanente. Dentro do
Ativo Circulante, a Análise Vertical mostra que percentagem de investimento foi
destinada a cada um dos itens principais, como Estoque e Duplicatas a Receber. A
comparação dos percentuais da Análise Vertical da empresa com os de
concorrentes permite saber se a alocação dos recursos no Ativo é típica ou não para
aquele ramo de atividade. É sabido, por exemplo, que no comércio é muito maior
investimento em Ativo Circulante do que em Ativo Permanente. Se uma empresa
comercial apresentar maior investimento no Ativo Permanente do que em Ativo
Circulante é aconselhável investigar o porquê disso. A análise do percentual de cada
item do Ativo permite detectar a política de investimento da empresa em relação a
estoques, duplicatas, imobilizado, enquanto no Passivo permite visualizar a política
financeira de obtenção de recursos.

A Análise Horizontal do Balanço mostra quais itens do Ativo a empresa vem


dando ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, de quais recursos
adicionais se vem valendo. Por exemplo, a Análise Horizontal pode mostrar que a
empresa investe prioritariamente em bens do Ativo Permanente, enquanto o
principal incremento de recursos se verifica no Passivo Circulante; daí se conclui
que a empresa tomou financiamentos de curto prazo para investir no Ativo
Permanente. É interessante na Análise Horizontal do balanço observar
comparativamente os seguintes itens:

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• Crescimento dos totais do Ativo Permanente e Circulante e de cada um
dos seus principais componentes;
• Crescimento do Patrimônio Líquido comparativamente ao Exigível
Total;
• Crescimento do Patrimônio Líquido mais Exigível em Longo Prazo
comparativamente ao crescimento do Ativo Permanente;
• Crescimento do Ativo Circulante em comparação com o crescimento do
Passivo Circulante;
• Verificação de quanto cada balanço da série contribui para a variação
final obtida entre o primeiro e o último balanço.

 Analisar em detalhes o desempenho da empresa


A Análise Vertical atinge seu ponto máximo de utilidade quando aplicada à
Demonstração do Resultado. Toda a atividade de uma empresa gira em torno das
vendas. São elas que devem determinar o que a empresa pode consumir em cada
item de despesa. Por isso, na Análise Vertical da Demonstração do Resultado, as
vendas são igualadas a 100, e todos os demais itens têm seu percentual calculado
em relação às Vendas. Com isso, cada item de despesa da Demonstração do
Resultado pode ser controlado em função do seu percentual em relação às vendas.
Esse controle é extremamente importante quando se lembra que o percentual de
lucro líquido em relação às vendas costuma ser muito pequeno. Por isso, o aumento
percentual de qualquer item da Demonstração do Resultado em relação à venda é
indesejável. Há empresas que controlam rigorosamente esses percentuais não
permitindo que ultrapassem metas.

As Análises Verticais e Horizontais preveem a regularidade de


comportamento dos diversos itens das demonstrações financeiras, como sinal de
estabilidade e segurança. A excessiva flutuação representa elevação de risco
empresarial, pois insolvência de uma empresa ocorre pela incapacidade de solver
suas obrigações, ou seja, pela falta de dinheiro no momento de vencimento de uma
dívida.

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Toda empresa está sujeita à falta de dinheiro em determinados momentos
dadas às naturais incertezas e irregularidades da atividade empresarial.
Normalmente, essa carência de moeda é suprida por empréstimos de emergências,
obtidos junto a bancos, e é corrigida em curto prazo pela reformulação de prazos de
Duplicatas a Receber. A falta crônica de dinheiro e a perspectiva em longo prazo de
agravamento da insuficiência de entradas em caixa face as saídas comprometidas
caracterizam a insolvência, cujas soluções só podem ser a concordata ou a falência.
A reação imediata de quem se defronta com demonstrações financeiras e
quer delas tirar alguma informação é fazer comparações. Por exemplo, podem-se
comparar o Lucro com o Patrimônio Líquido, o Imobilizado com o Patrimônio
Líquido, o Ativo Circulante com o Passivo Circulante. Os índices expressam relações
entre partes das demonstrações financeiras e a Análise de Balanço está toda
calcada neles, sejam tradicionais (como os de Liquidez, Rentabilidade, Imobilização,
sejam de composição percentual das demonstrações financeiras, sejam, ainda, de
evolução de cada uma das contas ou grupo de contas dessas demonstrações.
A empresa produz demonstrações financeiras fundamentalmente para
outras entidades (externas), as quais calculam índices que serão comparados com
os de outras empresas. A técnica de índice-padrão permite avaliar os índices de
uma empresa em análise, em relação aos de outras empresas.

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MODELO DE ANÁLISE VERTICAL X HORIZONTAL

ANÁLISE VERTICAL X HORIZONTAL

Exercício findo 31.12.07 31.12.08 31.12.09


em
Valor AV AH Valor AV AH Valor AV AH
Absoluto Absoluto Absoluto

RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100 100 4.425.866 100 92 5.851.586 100 122

Custo dos Produtos 3.621.530 76 100 3.273.530 74 90 4.218.671 72 116


Vendidos

Lucro Bruto 1.171.593 24 100 1.152.336 26 98 1.632.915 28 140

Despesas 495.993 10 100 427.225 9 86 498.025 8 100


Operacionais
Outras 8.394 - - 17.581 - - 27.777 - -
Rec./Desp.Operac.
LUCRO 683.994 14 100 742.692 17 108 1.162.671 20 158
OPERACIONAL
(antes dos
Resultados
Financeiros)

Receitas 10.860 - - 7.562 - - 5.935 - -


Financeiras
Despesas 284.308 6 100 442.816 10 156 863.298 15 304
Financeiras
LUCRO 410.546 8 100 307.438 7 75 305.304 5 75
OPERACIONAL
Resultado não 1.058 - - - - - - - -
Operacional
LUCRO ANTES 411.604 8 100 307.438 7 75 305.304 5 75
DO IR
LUCRO LÍQUIDO 223.741 4,66 100 167.116 3,77 75 165.956 2,83 75

FIM DO MÓDULO III

Documento não controlado - AN03FREV001

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