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ANÁLISE FINANCEIRA - 2

Sílvio Silva
OS MÉTODOS DA ANÁLISE FINANCEIRA
A recordar

O equilíbrio financeiro consegue-se com uma correta harmonização entre os tempos de transformação dos ativos
em dinheiro e o ritmo de transformação das dívidas em passivo corrente.

Seguindo o raciocínio da regra do equilíbrio financeiro mínimo que estabelece que "os capitais utilizados por uma
empresa para financiar uma imobilização, uma existência, ou outro ativo, devem permanecer à sua disposição
durante um tempo que corresponda pelo menos à duração dessa imobilização, existência, ou outro ativo".
O MÉTODO DOS RÁCIOS

Este método baseia-se na utilização de um conjunto de rácios ou indicadores – informações sintéticas cuja
interpretação permite seguir a evolução da situação da empresa e extrair conclusões sobre a sua gestão.

O rácio consiste:

 Numa relação significativa entre dois elementos (extraídos do balanço, demonstração de resultados ou outros
dados relacionados com atividade) característicos da situação, potencial, atividade, ou rendimento da empresa.

 Pode ser expresso quer sob a forma de quociente, quer sob a forma de percentagem.
O MÉTODO DOS RÁCIOS

O conceito de indicador é geralmente aceite como mais extenso do que o de rácio, abrangendo não só as
relações sob a forma de quociente ou percentagem, mas também outras, não expressas da mesma forma, em que se
confrontem elementos significativos que à organização digam respeito, como por exemplo diversos tipos de
margens significativas obtidas por diferença (fundo de maneio líquido, margem bruta, liquidez geral, reduzida e
imediata, etc.).

Com a utilização do métodos dos rácios ou indicadores, pretende-se a partir dos elementos que se
confrontam, obter uma nova informação (sintética) ou um instrumento de medida que permita quantificar ou
explicar factos ou fenómenos com relevância.

Não basta, por isso, relacionar dois números quaisquer, que digam respeito à vida da empresa, para se obter uma
informação com interesse para a gestão. As grandezas a comparar terão que ser escolhidas convenientemente, de
entre as que tenham uma ligação lógica entre si…
O MÉTODO DOS RÁCIOS

Na construção dos indicadores ou rácios, haverá que ter em conta os seguintes princípios, relativamente aos
valores utilizados como termos de relação:

 Não conterem elementos estranhos ao fenómeno a observar (se estamos a determinar, por exemplo, o prazo
médio de pagamentos a fornecedores de matéria-prima, há que expurgar, dos saldos de fornecedores de
compras, as verbas que se refiram a outros tipos de fornecimentos – equipamentos, matérias subsidiária, etc.);

 Ordenação por forma a que, quanto maior o valor apurado, melhor a situação do facto em estudos;

 Pertencerem a períodos idênticos os elementos confrontados.


RÁCIOS

Os rácios são bastante úteis principalmente por três motivos:

 Facilitam a comparação relativa entre empresas e setores;


 São em geral quocientes simples de fatores;
 A articulação de rácios simples possibilita a análise interativa de fatores de rendibilidade e outros.
RÁCIOS

Os rácios têm limitações a considerar:

 São mais interessantes para a análise de contas de períodos sucessivos;


 São essencialmente válidos na análise de ‘tendências e têm reduzido interesse para explicar ‘valores exatos’;
 Não são de aplicação generalizada e não têm significado universal.
RÁCIOS

A escolha do conjunto de rácios ou indicadores que possibilite a análise deve atender à necessidade de informação
sentida (cada caso é um caso). Daqui a existência de inúmeros rácios suscetíveis de serem calculados.

Interessa-nos sobretudo, os rácios ou indicadores ligados á função financeira.

Várias classificações têm sido propostas para o enquadramento destes rácios, das quais as seguintes:

 Rácios estáticos – os que caracterizam uma situação num dado momento (ex: relação entre capitais próprios
e capitais alheios)

 Rácios dinâmicos – os que caracterizam uma série de factos ocorridos no decurso de um determinado
período (ex: relação entre vendas e stock médio de produtos fabricados).
RÁCIOS

 Rácios de situação e estrutura – os que evidenciam as proporções existentes entre as principais rubricas do
balanço;

 Rácios de gestão, funcionamento ou atividade – os que permitem medir a eficácia da gestão, relacionando
designadamente elementos relativos à atividade (contas de resultados) com rubricas do balanço;

 Rácios de resultados – os que facilitam a apreciação do nível da rentabilidade e perspetivas de crescimento.

 Rácios económicos – os que dizem respeito à rentabilidade;

 Rácios financeiros – os que se relacionam com o equilíbrio das diversas massas patrimoniais;

 Rácios de funcionamento – os que traduzem a rotação dos capitais e atividade da empresa;


RÁCIOS

 Rácios de produtividade – relativos à produtividade;

 Outros – outras relações a quantificar, não abrangidas nas classificações anteriores.

 Rácios de situação – calculados através dos elementos do ativo e do passivo do balanço, com o objetivo de
caracterizar a estrutura financeira e estudar o equilíbrio financeiro;

 Rácios de gestão – permitem, com um refinamento maior, designadamente através da introdução de


elementos das contas de resultados, a procura do equilíbrio financeiro, numa perspetiva de curto prazo;

 Rácios de rentabilidade e produtividade – permitem apreciar a atividade e os resultados.


RÁCIOS

Com os rácios pretende-mos responder ás 5 questões institucionais:

 Estrutura: A questão da sobrevivência (primeira condição da estratégia).

 Equilíbrio : A questão da aceitação social (tema fundamental da ética empresarial).

 Rendibilidade : A questão da motivação do investidor (confiança e energia para assegurar retorno).

 Viabilidade : A questão da continuidade (pressuposto básico da gestão empresarial).

 Risco: A questão central da empresa e da sociedade (quantificar e decidir o nível de aceitação).


RÁCIOS

Diremos que a escolha de rácios e indicadores de análise obedece, regra geral, a pressuposto lógicos.

Os indicadores fundamentais serão:

 Os de estrutura financeira;
 Os de equilíbrio financeiro;
 Os da rendibilidade;
 Os do funcionamento ou atividade ;
 Os da viabilidade;
 Os do risco (na exploração).
RÁCIOS

Indicadores de estrutura financeira, são os que reportam à capacidade financeira para assegurar a autonomia
da empresa, a solvência de compromissos (a curto e médio/longo prazo) e mobilizar novos fluxos de capitais. São
obtidos exclusivamente dos fluxos de balanço.

Indicadores de equilíbrio financeiro, são os que se reportam à relação entre exigibilidade das origens e a
liquidez das aplicações de fundos, na dupla perspetiva do cumprimento da estratégia e da otimização do
funcionamento. São obtidos pela articulação dos fluxos de balanço com as políticas de gestão corrente.

Indicadores de rendibilidade, são os que se reportam á eficiência dos desempenhos na exploração e


funcionamento e ao nível dos resultados em relação ao volume dos ativos e aos capitais próprios. São obtidos pela
síntese dos fluxos da demonstração de resultados e do balanço.
INDICADORES SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA

Indicadores de estrutura financeira, (solvabilidade, autonomia, endividamento e liquidez):

Autonomia Financeira reflete a solidez financeira e a capacidade das empresas para cumprirem as suas obrigações
não correntes. Por outras palavras, representa a percentagem dos ativos totais da empresa financiados pelos
capitais próprios. Quanto maior for o seu valor, menor é o peso dos capitais alheios no financiamento dos ativos.

Autonomia Financeira = Capital Próprio / Ativo Total

Solvabilidade permite avaliar a capacidade de uma empresa garantir a liquidação do seu passivo com recurso aos
seus capitais próprios. Se isto não acontecer, a empresa está insolvente, ou seja, falida.

Solvabilidade geral = Capital Próprio / Passivo Total


INDICADORES SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA

Indicadores de estrutura financeira, (solvabilidade, autonomia, endividamento e liquidez):

Endividamento – é o grau das responsabilidades assumidas para com terceiros, relativamente ao montante dos
capitais próprios;

Endividamento = Passivo Total / Capital Próprio

Liquidez – é a capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no curto prazo, é, portanto, a
capacidade que a empresa possui para face às responsabilidades de curto prazo com disponibilidades, sendo
caracterizada pelo saldo positivo da tesouraria líquida e pela capacidade de transformar mais ou menos
rapidamente os seus ativos em tesouraria líquida.
Trata-se de um conceito que mede o risco de falência da empresa.
INDICADORES SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA

Indicadores de estrutura financeira, (solvabilidade, autonomia, endividamento e liquidez):

A liquidez avalia-se a três níveis – geral, reduzida e imediata – e sempre em relação ao passivo corrente

Liquidez Geral = Ativo Corrente / Passivo Corrente

Liquidez Reduzida = Ativo Corrente - Existências / Passivo Corrente

Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo Corrente


INDICADORES SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA

Fatores que influenciam a liquidez

Liquidez

Prazo de crédito a Prazo de crédito de


Rotação dos Stocks
clientes fornecedores
INDICADORES SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA

Como melhorar a liquidez sem investir mais fundos:

Rotação dos Stocks

Prazo de crédito de
fornecedores

Prazo de crédito a
clientes
INDICADORES EQUILÍBRIO FINANCEIRO

Fundo de Maneio: Um elemento estrutural que pode ser analisado por duas perspetivas:

 Perspetiva Estratégica: Fundo de Maneio = Capitais Permanentes – Ativo Não Corrente

 Perspetiva Operacional: Fundo de Maneio = Ativo Corrente – Passivo Corrente


INDICADORES DA RENDIBILIDADE

Rendibilidade: é a aptidão (de uma empresa, negócio ou atividade) para gerar lucros. Os indicadores de
rendibilidade em valor absoluto, são ‘excedentes’ (isto é, obtidos por diferença).

Resultados: são indicadores de rendibilidade para cuja formação se verifica a intervenção de ‘políticas’.

Indicadores de rendibilidade mais comuns em valor absoluto: margem bruta, resultado operacional,
resultados financeiros, resultado corrente, resultados extraordinários, resultados antes de impostos, resultado
líquido.

Rácios de rendibilidade simples mais utilizados: margem bruta das vendas, rendibilidade operacional das
vendas, rendibilidade líquida das vendas, rendibilidade operacional do ativo, rendibilidade líquida do ativo,
rendibilidade dos capitais próprios.
INDICADORES DA RENDIBILIDADE

A rendibilidade dos capitais próprios: é o mais importante dos rácios de análise financeira, uma vez que
exprime a remuneração que é disponibilizada para os detentores de capital, no final de cada exercício.

A análise de rendibilidade dos capitais próprios: é geralmente feita por rácios compostos, para que se
possam estudar as contribuições fatoriais (positivas, negativas ou neutras) para a sua formação.

A rendibilidade operacional do ativo (ROI): é um rácio-chave para a análise da rendibilidade dos capitais
próprios.
INDICADORES DA RENDIBILIDADE

Rendibilidade das Vendas (%) = Resultado da Exploração / Vendas + Serviços Prestados * 100

EBIDTA % do Volume de Negócios = EBIDTA / Volume de Negócios * 100

Rendibilidade do Ativo (%) = EBITDA / Ativo Total * 100

Rendibilidade dos Capitais Próprios (%) = Resultado Líquido do Período / Capital Próprio * 100

Nota: Resultados de exploração = Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) (EBIT) – rendimentos e ganhos em
investimentos financeiros e meios financeiros líquidos + gastos e perdas em investimentos e outros gastos e perdas de financiamento. Por
simplificação, muitas vezes utiliza-se o EBIT em vez do resultado de exploração.
EBITDA (Earnings Before Interests, Taxes, Depreciations and Amortizations) corresponde aos resultados antes de depreciações, gastos de
financiamento e impostos.
INDICADORES FUNCIONAMENTO (ATIVIDADE)

Os rácios de funcionamento ajudam a analisar as relações causa-efeito entre a atividade da empresa e as suas
necessidades de financiamento.

Prazo Médio de Recebimentos:

PMR= Saldo da Conta Clientes / Volume de Negócios + Estimativa do Iva Recebido sobre Vendas * 365

Prazo Médio de Pagamentos:

PMP= Saldo da Conta Fornecedores / FSE + Compras + Estimativa do Iva Pago sobre FSE e Compras * 365

Nota: As rubricas de vendas, FSE e compras são contabilizadas sem IVA, enquanto os saldos de clientes e fornecedores incluem IVA. Assim, por
questões de consistência do numerador e denominador, no cálculo do PMR e do PMP devem ser consideradas as estimativas do IVA recebido de
clientes e do IVA pago a fornecedores de compras e FSE.

FSE – Fornecimentos e Serviços Externos.


INDICADORES FUNCIONAMENTO (ATIVIDADE)

A avaliação do comportamento dos fatores de liquidez são os seguintes:

Prazo Médio de Rotação dos Inventários

PMRI = Inventários + Ativos Biológicos Consumíveis / Compras * 365


INDICADORES DE VIABILIDADE
Os Meios libertos são compostos por:

 Resultados gerados na empresa

 Custos suportados no exercício, mas que não originarão pagamentos (amortizações e imparidades)

Indicadores de viabilidade associados à exploração:

 MLB - Meios Libertos Brutos: servem para pagar juros, impostos, dividendos, reembolsar o capital alheio e
poderá ainda servir de autofinanciamento.

MLB = EBIT+ Amortizações + Imparidades

 MLL - Meios Libertos Líquidos: indica-nos a capacidade da empresa em gerar dinheiro para pagar dividendos,
reembolsar capital alheio e permitir o auto-financiamento.

MLL = Resultado Líquido do Período + Amortizações + Imparidades


INDICADORES DE RISCO

Indicadores de risco na exploração:

Ao nível do risco do negócio, é particularmente relevante a determinação e análise do ponto crítico e da margem
de segurança. Esta análise é baseada na teoria do Custo-Volume-Resultado (CVR),

Pressupostos:
 O preço de venda é constante.
 O custo variável unitário mantém-se constante, originando custos variáveis globais proporcionais ao nível de
atividade.
 Os custos fixos não se alteram no curto prazo.
 A produção é toda vendida.
 No caso de existência de mais do que um produto, em cada volume de vendas global, mantém-se
INDICADORES DE RISCO

Indicadores de risco na exploração:

Ponto Crítico , ou ‘breakeven point’ – é o volume de atividade a partir do qual um negócio passa do prejuízo ao
lucro. Em valores absolutos, o ponto crítico observa a condição: Vendas = Custos totais (EBIT = 0)

Ponto crítico = Custos Fixos Totais/ Contribuição por Unidade

Vendas – Custo Variável = Contribuição

Margem de Segurança das Vendas – é um indicador percentual do afastamento (positivo ou negativo) da


faturação, em relação ao seu ponto crítico.

MS= (Volume Atual de Vendas – Vendas Ponto Crítico)/ Volume Atual de Vendas.
INDICADORES DE RISCO

Indicadores de risco na exploração:

GAO - Grau de Alavancagem Operacional, o qual exprime em que medida uma variação percentual dos
resultados de exploração é motivada por uma variação percentual do volume de atividade.
A existência de gastos fixos determina que a variação do nível de atividade provoque uma variação não
proporcional do resultado de exploração.
Nessas circunstâncias, se o volume de negócios aumenta, como os gastos fixos se mantêm inalterados e se diluem
por um maior número de produtos vendidos, o custo médio diminui.

GAO = Volume de Negócios – Consumos – FSE / Resultado da Exploração

Nota: Resultados de exploração = Resultado operacional antes de gastos de financiamento e impostos (EBIT) – rendimentos e ganhos em
investimentos financeiros e meios financeiros líquidos + gastos e perdas em investimentos e outros gastos e perdas de financiamento.
Por simplificação, muitas vezes utiliza-se o EBIT em vez do resultado de exploração.
INDICADORES DE RISCO

Indicadores de risco na exploração:

O risco financeiro traduz a probabilidade da empresa não conseguir resultados operacionais suficientes para cobrir
os juros suportados e outros gastos de financiamento, sendo um indicador desse risco o GAF - Grau de
Alavancagem Financeiro. Este indicador define-se como a variação percentual que ocorre nos resultados antes
de impostos decorrente de uma variação percentual nos resultados operacionais, e quanto maior o GAF maior o
risco financeiro.
Uma empresa com elevado endividamento suporta maiores gastos de financiamento estando, por isso, exposta a um
maior risco financeiro.

GAF = Resultado Operacional (EBIT) / RAI (EBT)

Nota: RAI = Resultado Antes de Impostos (EBT)


INDICADORES DE RISCO

Indicadores de risco na exploração:

O Risco Global combina o risco económico e o risco financeiro de uma empresa, o qual pode ser medido pelo
GAC - Grau de Alavancagem Combinada. O grau de alavancagem combinada (GAC) pode ser definido como
a capacidade da empresa em usar custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de
variação das vendas.

GAC = GAO x GAF

Ou

GAC = Volume de Negócios – Consumos – FSE / RAI (EBT)

Nota: RAI = Resultado Antes de Impostos (EBT)


PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que são indicadores de análise financeira?


Indicadores são valores numéricos extraídos das contas, pela aplicação de conceitos e formulações previamente
elaborados.

Que formas podem assumir os indicadores?


Os indicadores podem apresentar-se em valor absoluto (por exemplo, o volume de vendas é de 500 mil euros, o
valor ativo é de 3 milhões, o resultado líquido é de 325 mil euros, etc.) e em valor relativo (por exemplo, a
autonomia é de 0,55, a margem bruta das vendas é de 65 %, o custo médio do endividamento é de 9 %, etc.).

O que são rácios de análise financeira? Dê exemplos.


Trata-se de extrair informações e elaborar conclusões de natureza económico-financeira fundamentais para a
gestão, a partir de dados relativos às contas de uma organização, criteriosamente selecionados e especificamente
preparados para o efeito.
São exemplos a Autonomia Financeira, a Solvabilidade, o Endividamento.
PERGUNTAS E RESPOSTAS

Como é que se determina o significado de um indicador?


O significado dos indicadores de análise financeira não é universal, varia consoante as condições e o meio (empresa,
sector de atividade, ciclo de produto, ambiente económico, etc.).

Qual o critério usado para escolher indicadores?


As condições e o meio (empresa, sector de atividade, ciclo de produto, ambiente económico, etc.).

Qual a utilidade dos rácios? Refira limitações do uso de rácios.


A comparação relativa entre empresas e sectores torna-se imediata, pela superação do efeito dos valores absolutos.
Os cálculos consistem em quocientes simples de fatores, cujos resultados se apresentam na forma centesimal (isto
é, com duas casas depois da vírgula) ou (quando se trata de taxas de rendibilidade) em percentagem.

A análise fatorial de indicadores (por exemplo, rendibilidade do ativo, do capital próprio, efeito de alavanca e outras)
faz-se pela articulação algébrica de rácios simples.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que são indicadores de estrutura financeira?
São os que se reportam à capacidade financeira para assegurar a autonomia da empresa, a solvência de
compromisso (a curto e médio/longo prazo) e mobilizar novos fluxos de capitais.

Explique os principais indicadores de estrutura financeira, incluindo a proveniência dos dados.

Solvabilidade: Capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no médio/longo prazo;

Autonomia: Grau de cobertura pelos capitais próprios para o investimento global realizado pela empresa,
expresso no volume líquido do seu altivo total;

Endividamento: O conceito é inverso aos de solvabilidade e, portanto, exprime o grau das responsabilidades
assumidas para com terceiros, relativamente ao montante dos capitais próprios;

Estrutura do endividamento: parcela do passivo exigível a curto prazo (1 ano da data) relativamente ao
endividamento total.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Defina Liquidez?

Capacidade da empresa para satisfazer e assumir compromissos no curto prazo. Indicadores com tendência para
apresentar variabilidade.

A liquidez avalia-se a três níveis – geral, reduzida e imediata – e sempre em relação ao passivo corrente.
Liquidez Geral
Liquidez reduzida
Liquidez imediata
São obtidos exclusivamente a partir dos fluxos de balanço.
PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que são indicadores do equilíbrio financeiro? Explique-os, tendo em atenção a proveniência dos
dados.

São os que se reportam à relação entre exigibilidade das origens e a liquidez das aplicações de fundos, na dupla
perspetiva do cumprimento da estratégia e da otimização do funcionamento. São obtidos pela articulação dos
fluxos de balanço com as políticas de gestão corrente.

Fundo de maneio: exprime a convergência estratégica entre as participações de capital (próprio e alheio de
médio e longo prazo) e as opções traduzidas nos investimentos em ativo fixo (dimensão, localização, tecnologias,
etc.).
Necessidades de fundo de maneio: reflete a convergência do ajustamento entre o nível (estável) do Fundo de
Maneio e o nível das Necessidades de Fundo de Maneio (normalmente de elevada variabilidade).
PERGUNTAS E RESPOSTAS
O que são indicadores de rendibilidade? Quais os mais importantes indicadores de rendibilidade?

São os que se reportam à eficiência dos desempenhos na exploração e funcionamento e ao nível dos resultados em
relação ao volume dos ativos e aos capitais próprios.
São obtidos pela síntese de fluxos da demonstração de resultados (por funções) e do balanço sintético.
Rendibilidade Económica ou Operacional do Ativo (ROI)
Rendibilidade do Ativo Líquido (ROE)

Qual o interesse da análise da rendibilidade dos capitais próprios com rácios compostos?

Para se poder observar e analisar o respetivo efeito/contribuição (positivo, negativo ou neutro) para a formação da
rendibilidade final (depois de impostos) colocada á disposição dos sócios da empresa.

Qual a lógica de se referirem indicadores de funcionamento associados à rendibilidade?

São em geral auxiliares dos indicadores de análise de rendibilidade e reportam-se à eficiência da utilização de
recursos (por exemplo, rotação de ativos) e ao controlo de terceiros (por exemplo, prazos médios de recebimento
de clientes e de pagamento a fornecedores).
PERGUNTAS E RESPOSTAS

Que relação pode haver entre a viabilidade da exploração e a análise da rendibilidade?

São indicativos do limiares e condições de continuidade das atividades da empresa, em termos económicos e em
termos financeiros, logo está-se a estudar a capacidade da empresa em gerar lucros.

O que são resultados?


Resultados, são indicadores de rendibilidade para cuja formação se verifica a intervenção de ‘políticas’.
O pressuposto é de que os resultados se forma a partir de estruturas, em, que a aplicação de conhecimentos tem
uma participação significativa. De resto, as políticas são orientações (mais ou menos formalizadas, dependendo das
circunstâncias e da organização) cuja finalidade é gerar resultados.

O que são políticas de exploração da empresa? Dê exemplos.

O modo como a empresa a respetiva atividade nos mercados.


Exemplos: Prazo Médio de Pagamentos, Duração Média das Existências, entre outros.
PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que é o ponto morto económico (Breakeven Point)? Porque é que o ponto morto económico é um
indicador de risco na exploração?

‘Ponto morto’ ou ‘breakeven point’ é o volume de atividade a partir do qual um negócio passa do prejuízo ao lucro.
Em valores absolutos, o ‘ponto morto’ observa a condição:Vendas = Custos Totais.

Qual o interesse do indicador margem de segurança das vendas?

A margem de segurança das vendas é um indicador percentual do afastamento (positivo ou negativo) da faturação,
em relação ao seu ponto crítico.

FIM

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