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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

A Análise Financeira é o processo baseado num conjunto de técnicas que têm por
finalidade a emissão de uma opinião sobre o desempenho (demonstração de
resultados) e a evolução da situação financeira (balanço) de uma organização, com
base nas demonstrações financeiras e informações complementares.

Alguns elementos importantes da análise financeira são:

• Subjetividade

O analista procura emitir uma opinião sobre um determinado objetivo. Esta análise é
subjetiva, dado que não existem processos mecânicos para a conduzir, daí que esteja
associada ao conhecimento, à experiência e à posição de cada analista.

• Natureza Prospetiva

A opinião emitida baseia-se no desempenho e evolução da situação financeira da


empresa, num passado recente. É através dessa análise que se consegue retirar as
tendências da evolução futura e, assim, reforçar os pontos fortes e os pontos fracos.

• Outputs da Contabilidade

Parte-se sempre dos outputs da contabilidade financeira, tanto os finais como os


intermédios, para se efetuar uma análise. Os elementos da contabilidade são
essenciais, mas não suficientes, para o diagnóstico financeiro, uma vez que registam
apenas as consequências das ações e não as suas causas.

Os princípios base para emitir opiniões válidas, em análise financeira, são:

• Princípio da Comparação

Como a análise financeira não se resume a um só exercício, é necessário analisar um


conjunto de exercícios sequenciais, permitindo verificar a evolução da empresa ao
longo dos anos e, sendo ainda possível, compará-la com outras empresas do meio.

• Princípio da Finalidade

A análise é feita por algum motivo, tendo por isso uma determinada finalidade.

• Princípio da Especificidade

A análise financeira não tem normas, cada caso é um caso. Assim, não podemos
generalizar uma determinada situação, visto que “os mesmos sintomas podem
originar problemas diferentes”. Além disso, a análise financeira não tem padrões, uma
vez que não analisamos os valores medidos face a valores teóricos.

Fases do diagnóstico:

1. Início: O diagnóstico pode começar por uma situação de crise ou uma situação da
monotorização.

2. Observação: Observam-se e analisam-se vários elementos informativos de três


áreas:

a) Financeira

1. Análise da Solvabilidade
m

Envolve a avaliação do grau de ajustamento temporal e de valor entre fluxos


financeiros de entrada e fluxos financeiros de saída. De uma maneira mais
concreta, representa a relação existente entre os capitais próprios e os capitais
alheios de uma determinada sociedade, ou seja, a capacidade de uma empresa
pagar as suas dívidas. Quanto maior for o resultado da operação ou do rácio,
maior será a solvabilidade, isto é, a capacidade financeira da empresa para
desenvolver as suas atividades → Maior capital próprio e Menor capital alheio
→ Maior Rácio. Esta análise recorre ao balanço, dado que nele os ativos estão
organizados por ordem de liquidez e os passivos por ordem de exigibilidade.

b) Económica

2. Análise da Rendibilidade

Avalia a capacidade da empresa de remunerar adequadamente os capitais


investidos. Para esta análise usamos a demonstração de resultados, visto que
é aí que estão representados os rendimentos e os gastos, e o balanço, pois é
lá que se encontram inscritos os capitais empregues para a obtenção desses
resultados.

c) Risco

3. Análise da Variabilidade

Capacidade da empresa de se submeter a variações ou mudanças. Se a


estrutura da empresa contribuir, trata-se de uma alavanca financeira e
económica, pois quanto maior a variabilidade, maior o risco. Para esta análise
consideram-se duas fontes de risco, as alavancas operacionais e alavancas
financeiras.
3. Diagnóstico: Sugerem-se formas de corrigir a situação; embora várias empresas
tenham o mesmo problema, cada uma terá diferentes “receitas” e soluções. O
diagnóstico poderá ser motivado por agentes internos da empresa ou por agentes
externos à empresa.

Pode ser útil para emitir opinião sobre:

1. O clima social da empresa;

2. O risco de crédito/rating;

3. Novas decisões de investimentos ou financiamento;

4. Bancos e análise de créditos e controlo sistemático.

Exemplos:

Decisão: Alterar o prazo de recebimento

Implicações:

• Financeira – Recebemos o € mais tarde, ou seja, menos cashing.

• Económica – Provavelmente, temos mais vendas e aumentamos, assim, os


nossos resultados.

• Risco – Risco de não cobrança.

Decisão: Compra de uma nova máquina

Implicações:

• Financeira – A empresa tem recursos suficientes para investir e os benefícios


económicos são obtidos no prazo de vida da máquina.
M

• Económica – Uma máquina nova reduz os custos de produção e,


consequentemente, aumenta a produção e a eficiência.

• Risco – Aumenta o risco operacional.


As principais preocupações do analista na organização da Demonstração de
Resultados são:

1. Distinção entre gastos operacionais fixos e variáveis

• Gastos Operacionais Variáveis: Variam linearmente com o nível de atividade.


Incluem-se nesta categoria o custo das mercadorias vendidas e matérias
consumidas (CMVMC) e os fornecimentos e serviços externos (FSE).

• Gastos Operacionais Fixos: Restantes gastos.

2. Identificação de eventuais resultados não correntes (RNC)

• RNC – Correspondem a situações de ocorrência não frequentes e não usuais,


logo não sistemáticas ou recorrentes, e que, por isso, não devem ser
considerados como resultantes da atividade normal de uma empresa em
continuidade.

ELEMENTOS BASE DA ANÁLISE FINANCEIRA

INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA

Relativamente aos elementos base da análise, constatamos uma distinção entre os


que são contabilísticos e os que são extra contabilísticos.

Elementos Contabilísticos são os que se consideram indispensáveis à análise


financeira, ainda que a disponibilidade destes seja uma condição necessária, mas não
suficiente.

Necessária porquê?

• A contabilidade é metódica → Regista as consequências de todos os factos


patrimoniais.

• A contabilidade é normalizada → Há um conjunto de princípios e regras de


registo que são respeitadas pelas entidades financeiras.

• A contabilidade é uma imagem global da empresa → Produz informação sobre


o conjunto da empresa e não apenas de alguns segmentos da mesma.

Não suficiente porquê?

• A contabilidade regista as consequências, mas não as causas dos factos


patrimoniais → Aquilo a que temos acesso por parte da contabilidade financeira
é um simples mapa que resume os acontecimentos de um ano traduzindo,
apenas em termos numéricos, as consequências das decisões e não as suas
causas.

• Utilização de diferentes critérios volumétricos na mensuração dos elementos.

• Influência de normas fiscais sobre a informação contabilística produzida.

• Alguns elementos podem não constar nas contas do ano anterior, mesmo que
o método esteja bem aplicado. Assim, a contabilidade pode não registar
informação que o analista teria em conta para situações de análise financeira.

• Embora procure a objetividade, a contabilidade continua a depender muito do


julgamento do contabilista.

Elementos Extra Contabilísticos são aqueles onde vamos encontrar as explicações


dos factos matrimoniais, referidos no primeiro ponto das limitações da contabilidade.
Entre estes temos as competências de gestão, o potencial de mercado, as
capacidades tecnológicas e a macroeconomia.

NOTA: Os restantes problemas resolvem-se com um conjunto de ajustes às contas:


ajustes de apresentação e ajustes de mensuração.

Existem alguns procedimentos a adotar na preparação das Demonstrações


Financeiras quanto a:

Inventários Estratégicos - Massa patrimonial dos ativos fixos, e que não é parte das
necessidades cíclicas; nas NC devem permanecer apenas os montantes de
inventários normais afetos à exploração.

Dívidas a Fornecedores em mora - Se a previsão de pagamento é a longo prazo,


então trata-se de recursos alheios estáveis (ERA); se é a curto prazo, então trata-se
de elementos passivos de tesouraria (EPT).

NOTA: O atraso no pagamento a um fornecedor não é considerado uma situação


normal de exploração, daí não entrar nos recursos cíclicos (RC). O mesmo acontece
com atrasos atípicos no recebimento de clientes, entrando nos elementos ativos de
tesouraria (EAT) e não nas NC.

Relações Financeiras com as Sociedades Dominantes

• Dívida da empresa à sociedade:


Com contrato de Crédito: Longo Prazo: RE (empresa); AFL (sociedade) - -
- Curto Prazo: EPT (empresa); EAT (sociedade)
Sem contrato de Crédito: EPT (empresa); EAT (sociedade)

• Dívida da sociedade à empresa:

Com contrato de crédito: Longo Prazo: AFL (empresa); EPT (sociedade)


- Curto Prazo: EAT (empresa); EPT (sociedade).

Sem contrato de crédito: AFL (empresa); RE (sociedade).

Dividendos a distribuir: Para que os capitais próprios, os RE, representem à data


do balanço, os fundos colocados à disposição da empresa, os dividendos são
reclassificados como EPT – dívidas de curto prazo.

TÉCNICAS DE ANÁLISE PARA A ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS

• Comparação de demonstrações financeiras sucessivas, expressas em


percentagem

Assenta na leitura de valores das diversas contas, calculados como uma percentagem
de uma dada grandeza, normalmente o volume de negócios, na demonstração de
resultados, e o ativo, no balanço. Esta técnica permite relativizar a informação contida
nas demonstrações financeiras, permitindo comparações mais fiáveis com outras
realidades, estudar a estrutura de gastos, estrutura do ativo e a estrutura de capital.

• Técnicas dos Rácios

São instrumentos de medida versáteis e comparáveis que consistem num quociente


entre duas grandezas, cujo significado resulta das mesmas em confronto. Como são
calculados com base na contabilidade, são permeáveis às insuficiências do método
contabilístico, ou seja, um mesmo rácio pode ter várias designações e é apenas uma
medida, devendo ser acompanhado pela sua interpretação.

Para se conseguir aproveitar as vantagens dos rácios é necessário:

I. Ser parcimónia – Criar e utilizar um quadro base de indicadores com poucos


rácios para cada fenómeno;

II. Coerência Interna – Tem de se descrever uma relação entre o numerador e o


denominador e não pode conter elementos estranhos ao fenómeno que
estamos a medir;

III. Coerência Temporal – As partes do rácio devem pertencer ao mesmo horizonte


temporal.
Podemos organizar os rácios quanto à natureza dos fenómenos:

I. Financeira – Calculados usando as rubricas do balanço.

II. Económica – Calculados usando dados da Demonstração de Resultados,


pretendendo demonstrar a situação económica da empresa.

III. Financeira e Económica – Calculados utilizando informações da Demonstração


de Resultados e Balanço

IV. Funcionamento - Analisam o grau de eficiência da gestão dos ativos detidos


pela empresa.

V. Técnica - Relacionada com aspetos ligados à produção e atividade da


empresa.

VI. Mercado - Analisa e compara o desempenho das empresas no mercado de


capitais.
No entanto, os rácios também têm limitações, tais como:

• Inexistência de normalização;

• Inexistência de um padrão para a construção dos rácios;

• Diferenças em parâmetros, como a sazonalidade ou a inflação;

• Síntese de informação, ou seja, não explicam, medem.

Análise desdobrada de rácios: Desdobrar um rácio noutros, de forma a ficar a


conhecer os fenómenos e a intensidade com que estes estão a condicionar a evolução
do primeiro.

ANÁLISE DA QUALIDADE DOS RESULTADOS

É uma técnica introdutória da análise financeira na qual o analista tenta perceber,


através de sinais, a confiança que pode depositar nas previsões que efetua, com base
nos documentos à sua disposição.

Os sinais de perigo merecem uma explicação e indicam que os resultados futuros


podem vir a ser diferentes dos resultados passados. São exemplo destes a reserva
na opinião dos auditores, mudança dos mesmos ou a diminuição dos gastos
“geríveis”.

O analista será influenciado por fatores de qualidade: Aplicação consistente das


regras contabilísticas, enquadramento fiscal normal, disponibilidade para fornecer
informação, tempestividade dos fluxos financeiros, inexistência de ativos fixos ociosos
e a origem de resultados, principalmente na atividade principal.

ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE ANÁLISE

MOTIVAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO RELATÓRIO

Motivação Interna:

• Aferência das necessidades de fundos;

• Preparação de previsões financeiras de suporte ao planeamento financeiro;

• Quadros de monotorização interna, regularmente preparados para controlar a


evolução dos negócios.
Motivação Externa:

• Desenvolvimento dos métodos e técnicas de análise financeira;

• Avaliação da qualidade dos créditos a conceder;

• Preparação dos elementos para as operações de reestruturação empresarial


ou de dispersão de capital.

Objetivo Informativo:

• Melhoria do clima social – Apoio na interpretação da informação financeira


periodicamente disponibilizada.

• Diferentes diagnósticos – Num processo de recuperação de empresas, os


vários stakeholders estão interessados em diferentes avaliações económicas:

1) Aos investidores, interessa a lucratividade futura e o risco das


empresas para a tomada de decisão.

2) Os fornecedores, pretendem informação que lhes permita avaliar os


riscos dos créditos comerciais que concedem.

3) Os clientes, interessam-se pela saúde financeira da empresa como


forma de salvaguardarem o cumprimento dos contratos e de eventuais
garantias de que beneficiam.

NOTA: O aumento do capital social por incorporação de reservas de reavaliação não


se traduz por qualquer fluxo financeiro, logo não constitui uma fonte de obtenção de
novos meios financeiros. No entanto, esta operação permite o reforço da rubrica
capital sem alteração do montante do capital próprio, o que pode fazer melhorar a
imagem da organização perante terceiros.

ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE ANÁLISE

Introdução – Deve começar por elaborar uma introdução para contextualizar e


explicar o propósito da análise.

Análise da empresa – É feita sobre três perspetivas:

a. Síntese da situação económica;

b. Síntese da situação financeira;

c. Síntese da análise de risco.


Conclusão – Deve recair sobre três aspetos:

a. Síntese da perspetiva histórica;

b. Síntese das perspetivas de evolução;

c. Recomendações.

IMPLICAÇÕES DO AUMENTO DO PESO DO FINANCIAMENTO EM


CAPITAIS ALHEIOS

Para o equilíbrio financeiro:

1. No curto prazo

Aumento do peso dos capitais alheios de curto prazo – situação grave para o equilíbrio
(liquidez), traduz provavelmente uma situação de dependência perante a banca e o
risco de financiamento acrescido.

Aumento do peso dos capitais alheios de longo prazo – medida favorável ao equilíbrio
financeiro a curto prazo (liquidez), que coloca à disposição da empresa capitais fora
da exigência imediata dos credores, no próximo ano.

2. No longo prazo

Aumento do peso dos capitais alheios → aumento do endividamento de longo prazo


– prejuízo para o equilíbrio (solvabilidade), pois aumenta as obrigações
contratualizadas com os credores em detrimento das obrigações de natureza residual
(recurso a capitais próprios) perante os proprietários da empresa, e aumenta a
dependência perante financiadores, reduzindo a capacidade negocial da empresa. A
situação é mais grave se o financiamento em capitais alheios for de curto prazo.

Para a rendibilidade dos capitais próprios:

Enquanto existirem alternativas de aplicação de fundos mais rentáveis do que o custo


médio do financiamento em capitais alheios, o aumento do peso do financiamento
nesta alavanca favoravelmente a rendibilidade do investido, na perspetiva dos capitais
próprios. Quando estes deixarem de existir ou deixarem de compensar o aumento dos
custos de financiamento, o efeito produzido é de alavanca desfavorável, devido ao
aumento do peso do financiamento em capitais alheios.
Na perspetiva do risco:

• Risco Operacional

Aumento do peso dos capitais alheios associado a um aumento dos ativos fixos
depreciáveis leva a um aumento do risco operacional.

Aumento do peso dos capitais alheios relacionado com o funcionamento da atividade,


sem alteração da estrutura de gastos operacionais, não tendo impacto significativo no
risco operacional.

• Risco Financeiro

Normalmente, um maior peso dos capitais alheios leva a encargos financeiros, logo o
risco financeiro é maior.

No entanto, uma eventual variação favorável do risco operacional, pode acomodar o


aumento nos encargos financeiros, minimizando o risco financeiro.

Pode ainda acontecer que um maior peso de capitais alheios possa estar associado
a menores encargos financeiros totais. Neste caso, mantendo-se o nível da
rendibilidade operacional, o risco financeiro é menor.

• Risco de Crédito

Aumento do peso dos capitais alheios faz aumentar o risco de incumprimento


tempestivo das dívidas assumidas, o que poderá pôr em causa a solvabilidade futura
(equilíbrio financeiro a longo prazo) da organização.

ANÁLISE DA ÁREA FINANCEIRA


Preocupação: Perceber se a empresa reúne condições para solver as dívidas à
medida que estas se vencem.

→ Se os meios financeiros existentes, acrescidos das entradas de fundos futuras, são


suficientes para satisfazer as saídas de fundos previstas, acrescidas do saldo no fim
de um determinado período, a solvabilidade está assegurada para esse período.

A solvabilidade é uma condicionante permanente, uma vez que a empresa tem de


ser capaz de vencer as suas dívidas a todo o instante, e universal, visto que todas as
empresas a enfrentam.
A deterioração da solvabilidade acarreta uma consequente deterioração da imagem
da empresa, das condições de crédito e até das condições de funcionamento que, no
limite, pode conduzir à liquidação da empresa.

Importa, assim, conhecer diferentes técnicas que permitam controlar e preservar uma
situação financeira equilibrada, destacadas nos pontos seguintes.

ANÁLISE DA ESTRUTURA DO BALANÇO

Na ausência de uma análise com base em documentos previsionais que discriminem,


para um dado período futuro, os recebimentos e pagamentos a realizar, recorre-se à
comparação de massas do balanço, ou seja, verificar se existe concordância entre os
diferentes horizontes temporais das origens e aplicações financeiras.

EQUILÍBRIO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO

ABORDAGEM TRADICIONAL

Segundo a perspetiva tradicional, deve existir um equilíbrio temporal entre as origens


e aplicações de fundos, de modo a verificar-se a regra do equilíbrio financeiro
mínimo: “os capitais utilizados pela empresa no financiamento dos seus ativos devem
ter uma maturidade, período em que estão ao seu dispor, igual ou superior à vida
económica destes, o período de permanência na empresa”. Levado ao limite, os ativos
não correntes são financiados com capital permanentes, ou seja, capitais próprios e
passivos não correntes, e os ativos correntes são financiados pelo passivo corrente.

No entanto, esta regra é insuficiente pois, em média, o grau de liquidez dos ativos
correntes é inferior ao grau de exigibilidade dos débitos de curto prazo, existindo ativos
de curto prazo com caráter de permanência como, por exemplo, os inventários de
segurança.

Deste modo, esta análise assenta no conceito de fundo de maneio – montante dos
recursos estáveis que não se encontra comprometido no financiamento de ativos fixos
e que, portanto, se encontra disponível para financiar o ciclo de exploração.

O equilíbrio financeiro (FM>0) existe quando está disponível uma margem de


segurança constituída por capitais de exigibilidade reduzida, que se traduz no excesso
de AC face a PC, de forma a salvaguardar eventuais problemas no ritmo de
transformação dos ativos e a disponibilidade com a qual são satisfeitas as
responsabilidades a curto prazo.
Indicadores usuais:

Fundo de Maneio: FM = CP – ANC ou FM = AC – PC

Indicador de Liquidez Geral: LG = AC/PC

NOTA: A liquidez geral assume valor >1 quando FM>0 e tem a vantagem de facilitar
a comparação entre empresas e, ao longo do tempo, para a mesma empresa.

Ainda assim, a análise tradicional não é condição necessária nem suficiente para o
equilíbrio a curto prazo, pois só considera os ANC, e não podemos usar só o FM.

➔ Ao ignorar a rotação de ativos e passivos correntes, as conclusões baseadas nos


indicadores tradicionais de equilíbrio ignoram as necessidades de financiamento
permanente de exploração.

➔ Assim, FM>0 não é necessário quando a exploração gera em permanência


recursos de financiamento e pode não ser suficiente se, pelo contrário, a exploração
necessitar de ser financiada em permanência em montante superior ao FM disponível.

Outras limitações:

• Não imunidade à sazonalidade ou às políticas contabilísticas adotadas;

• Natureza estática própria de um indicador calculado com os dados de um


balanço em particular;

• Inexistência de um montante ideal para o FM;

• O facto de FM <0 não significa que haja desequilíbrio, desde que se verifique
um prazo de realização dos ativos menor do que o período de exigibilidade das
dívidas.

ABORDAGEM FUNCIONAL

Segundo a perspetiva funcional, os recursos estáveis devem ser suficientes para


financiar as aplicações em ativos fixos e as necessidades permanentes de
financiamento do ciclo de exploração.

O equilíbrio existe quando o FM excede as necessidades em fundo de maneio, que


correspondem a necessidades de financiamento permanente do ciclo de exploração.
Estas resultam do confronto entre necessidades cíclicas, aplicações a curto prazo
com renovação assegurada pelo ciclo de exploração, e os recursos cíclicos, origens
de fundos a curto prazo, mas também com renovação assegurada pelo ciclo de
exploração.

Tal como as NFM, o FM também pode ser negativo, sem que se coloque em causa o
regular funcionamento da organização.

NFM = NC – RC

Se o NFM>0, há uma necessidade de financiar o ciclo de exploração.

Se o NFM<0, o ciclo financia-se a ele próprio.

No caso de o FM ser suficiente para cobrir as NFM, o indicador de tesouraria líquida,


montante de meios financeiros líquidos e demais valores realizáveis a curto prazo e
não renováveis, será positivo e estaremos em equilíbrio de tesouraria.

TL = FM – NFM ou TL = EAT – EPT

Se a TL>0, a margem de segurança não irá estar comprometida com as necessidades


permanentes de financiamento à exploração.

Se a TL<0, reflete a necessidade de financiar parte das necessidades cíclicas com


operações de tesouraria passiva, ou seja, os elementos ativos de tesouraria não são
suficientes para fazer face às dívidas de curto prazo extraexploração.

É, assim, muito importante fazer uma análise conjunta dos três indicadores:

• Situação 1: FM>0; NFM>0; TL>0

A empresa está em equilíbrio de curto-prazo, exibindo uma margem de segurança


suficiente para cobrir os NFM.

• Situação 2: FM>0; NFM>0; TL<0

As necessidades de financiamento são muito elevadas e a margem de segurança


insuficiente, o que leva ao desequilíbrio. A empresa suporta grande parte das suas
necessidades cíclicas de exploração com operações de tesouraria, tendo insuficiência
de recursos estáveis.

• Situação 3: FM<0; NFM>0; TL<0

É das situações mais graves, dado que o FM é negativo, ou seja, a empresa não tem
recursos estáveis capazes de financiar a totalidade das aplicações fixas, e as
necessidades cíclicas são financiadas por operações de tesouraria.
• Situação 4: FM>0; NFM<0; TL>0

A empresa está em equilíbrio, não existem problemas de cumprimento de


compromissos dado que o FM é positivo e, assim, o ciclo de exploração não apresenta
necessidades de financiamento.

• Situação 5: FM<0; NFM<0; TL>0

A empresa continuará em equilíbrio se se manterem as condições de exploração. O


único risco é se o FM negativo for compensado pela existência de recursos cíclicos
superiores às necessidades cíclicas.

• Situação 6: FM<0; NFM<0; TL<0

A empresa está em desequilibro financeiro com um risco elevado, pois não existe de
margem de segurança nem folga de tesouraria.

BALANÇO FUNCIONAL

A abordagem funcional tem como ponto de partida o balanço funcional. Este


apresenta os ativos, passivos e capitais próprios reclassificados e corrigidos, de
acordo com os ciclos de atividade fundamentais: ciclo de exploração, de investimentos
e de operações financeiras.

Ciclo de Exploração: Conjunto de atividades que constituem o objeto de negócio da


organização (aprovisionar-transformar-vender).

Ciclo de Investimento: Atividades e decisões relacionadas com a aquisição e


alienação dos ativos de longo prazo (meios de produção e aplicação de capital).

Ciclo de Operações Financeiras: Atividades relacionadas com a obtenção dos


meios financeiros necessários ao financiamento da atividade e ao investimento e
gestão de caixa e seus equivalentes. Este ciclo divide-se em dois: o ciclo de operações
de capital (financiamento a longo prazo) e o ciclo das operações de tesouraria
(financiamento a curto prazo e gestão de caixa e seus equivalentes).
Ativos Financeiros: Conjunto de aplicações de fundos em ativos que permanecem
na empresa no médio/longo prazo, quer servindo de meios de produção, quer como
aplicações de rendimentos (exemplos: máquinas, edifícios, patentes e/ou
investimentos financeiros).

Necessidades Cíclicas: Ativos de curto prazo relacionados com o ciclo de exploração


(exemplos: inventários, dívidas de clientes e os adiantamentos a fornecedores). Este
conjunto de ativos tem uma caraterística importante: a renovação constante
assegurada pela dinâmica da atividade. Individualmente, são elementos a curto prazo,
mas a renovação faz com que o conjunto assuma caraterísticas de permanência.

Elementos Ativos de Tesouraria: Ativos de curto prazo alheios ao ciclo de


exploração e, portanto, não renováveis (exemplos: valores em caixa, depósitos
bancários, ativos financeiros detidos para negociação e as dívidas a receber a curto
prazo, não renováveis).

Recursos Estáveis: Financiamentos a longo prazo, sejam próprios (recursos


próprios) ou alheios (recursos alheios estáveis). O prazo de maturidade dos
financiamentos superior a um ano é o critério preponderante.

Recursos Cíclicos: Montante de dívidas, relacionadas com o ciclo de exploração.


Neste caso, a renovação assegurada pelas operações e a respetiva sobreposição de
elementos a curto prazo implica a existência de um montante estável de financiamento
(exemplos: dívidas a fornecedores, adiantamentos de clientes, dívidas ao estado em
impostos retidos ou sobre o consumo, dívidas à Segurança Social). As dívidas em
mora devem ser consideradas alheias à exploração e, portanto, consideradas
elementos passivos de tesouraria.

Elementos Passivos de Tesouraria: Financiamentos a curto prazo alheios ao ciclo


de exploração e, portanto, sem renovação assegurada pelo mesmo (exemplos:
financiamentos bancários a curto prazo).

RÁCIOS DE ATIVIDADE DE CURTO PRAZO

Um conjunto de indicadores simples que parametrizam a gestão do curto prazo podem


ser usados para perceber como tem sido gerida a atividade operacional da empresa.
Estes podem ser de rotação (velocidade de transformação de um dado elemento em
meios líquidos) ou de duração (tempo necessário à ocorrência de uma rotação do
ativo).

• DInv: Mede o tempo médio de permanência dos inventários em armazém, em


dias de consumo.
• PMR: Mede a eficiência da política de crédito concedido, pois indica o tempo
médio que os clientes demoram a pagar as faturas emitidas, em dias de venda.

• PMP: Mede o tempo que a empresa demora a liquidar as suas dívidas, em dias
de aquisições.

A liquidez está relacionada com a capacidade de um determinado ativo ser


transformado em meios líquidos. Um ativo é tanto mais líquido quanto mais rápido e
com menos custos ocorrer esta transformação, libertando meios para suprir
compromissos.

• LG: Aprecia o equilíbrio entre recursos e obrigações de curto prazo, avaliando


a aptidão da empresa para fazer face aos seus compromissos num curto
espaço de tempo.

A liquidez geral está diretamente relacionada com o fundo de maneio:

LG>1 → FM>0, a empresa possui um conjunto de ativos correntes que, uma vez
transformados em meios monetários, permitem solver os seus compromissos de curto
prazo, existindo ainda uma margem que pode ser usada sempre que necessário.

LG<1 → FM<0, o valor monetário que os ativos geram não é suficiente para solver
todos os compromissos no curto prazo.

LG=1 → FM=0, é regra de ouro do equilíbrio financeiro no curto prazo.

• LR: Permite verificar se uma empresa tem capacidade para solver os seus
compromissos de curto prazo, através da transformação dos ativos correntes
em meios monetários. O ativo corrente é ajustado pelo valor dos inventários,
que pertencem à conta com menor grau de liquidez dentro do ciclo de
exploração.
• LI: Reflete apenas o valor imediatamente disponível para fazer face ao passivo
corrente, pelo que representa o grau de cobertura dos passivos de curto prazo
por meios financeiros líquidos. Quanto maior a proximidade da LI com a LG,
maior a importância dos AC mais líquidos, caixa e equivalentes de caixa, para
a liquidez. À primeira vista, trata-se de uma situação muito favorável dado que,
à data do balanço, a maior parte das dívidas que se vencem no próximo ano
estão cobertas por reservas de caixa. No entanto, pode revelar uma situação
de excessiva prudência, mantendo ociosos na organização meios financeiros
que poderiam ter uma utilização alternativa mais interessante.

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO

Este princípio implica o ajustamento entre o prazo de exigibilidade dos financiamentos


e o prazo de liquidez das aplicações, ou seja, deve-se financiar um capital de
maturidade compatível com a vida económica desse investimento. Deste, resulta uma
nova condição de equilíbrio: TL< 0.

Recorrendo a este princípio, os capitais permanentes, tanto os próprios com os


alheios, devem ser suficientes para financiar as aplicações permanentes. Por outro
lado, as NFM temporárias devem ser financiadas por dívidas financeiras de curto
prazo. Assim sendo, a tesouraria líquida pode e deve assumir valores negativos. Se a
𝑇𝐿 < 0, os 𝐸𝐴𝑇 < 𝐸𝑃𝑇, o que evidencia a tal divida de curto prazo.

EQUILÍBRIO FINANCEIRO DE MÉDIO E LONGO PRAZO

São utilizados rácios de estrutura de capital e de solvabilidade com o objetivo de


conhecer a combinação das diferentes origens de capitais a que a empresa recorre
para financiar os seus ativos e, também, avaliar a sua capacidade de solver os seus
compromissos de médio e longo prazo.

• Autonomia Financeira: Determina a independência da empresa face ao


capital alheio e representa a proporção do ativo total que é financiada com
capital próprio. É essencial encontrar um nível de endividamento adequado a
cada empresa, de modo a maximizar a rendibilidade, mas sem comprometer o
equilíbrio estrutural a médio e longo prazo. Quanto maior a autonomia, maior a
independência.
• Solvabilidade: Determina o grau de cobertura do passivo por capital próprio,
avaliando a capacidade da empresa para fazer face aos seus compromissos
de longo prazo, o que acaba por refletir o risco que os credores correm. Quanto
maior a solvabilidade, maior a segurança que é garantida.

• Cobertura dos ativos não correntes: Mede a capacidade de as origens de


fundos estáveis financiarem as aplicações de fundos a longo prazo. A empresa
deverá adequar o prazo de exigibilidade das dívidas ao prazo de liquidez das
aplicações, para que as últimas consigam cobrir o que há a pagar. Estamos em
equilíbrio quando este rácio é superior a 1, ou seja, existe uma margem de
segurança para eventuais atrasos na geração de liquidez dos ANC, estando a
regra de ouro a ser cumprida. No entanto, valores muito superiores à unidade
podem ser exagerados, dado que a empresa deixará de beneficiar, em termos
de rendibilidade de capital próprio, do efeito de alavanca financeira.

• Dívida Líquida de EBITDA: Mede a extensão, em anos, na qual existem


resultados disponíveis para suportar os encargos de financiamento.

ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO E ALTERNATIVAS AO ENDIVIDAMENTO

O decisor pode optar por diferentes estratégias no que respeita o equilíbrio financeiro
que dependerão dos objetivos globais da empresa, da aversão do decisor ao risco,
etc.

ESTRATÉGIA ORTODOXA

Segundo a regra de ouro, os RE devem ser suficientes para financiar as aplicações


permanentes.

RE = AF + NFM permanentes
ESTRATÉGIA DEFENSIVA

Esta estratégia consiste em ter tesourarias líquidas sempre positivas. Assim, a


empresa está munida de um nível de RE que permite acomodar as necessidades, não
só no pico da sua atividade, mas também no resto do ano. Esta estratégia terá como
consequência recursos ociosos dado que, à custa de menor rendibilidade, estar-se-á
a exigir um enorme financiamento.

RE > AF + NFM permanentes

ESTRATÉGIA AGRESSIVA

A estratégia agressiva privilegia o rendimento e, por isso, o financiamento de curto


prazo é privilegiado para que se aproveitem as oportunidades de mercado. A
tesouraria líquida é negativa, logo as necessidades de financiamento não estão
acomodadas, o que pode levar ao risco de refinamento, também consequência do
baixo nível de RE. A empresa estará permanentemente em desequilíbrio.

RE < AF + NFM permanentes

FINANCIAMENTO DO CRESCIMENTO

O crescimento é desejável, mas origina necessidades de financiamento muito


significativas, que poderão levar a empresa à falência. No entanto, com o não
crescimento, a empresa terá o mesmo desfecho.

Admitindo que o crescimento do volume de negócios implica um aumento proporcional


do ativo económico a médio e longo prazo, a estrutura de capitais se mantém
constante, e que não existem aumentos de capital por parte dos sócios, g* é, então, a
taxa de crescimento sustentável.

A taxa de crescimento sustentável (g*) corresponde à taxa de crescimento possível,


recorrendo apenas à retenção de resultados e mantendo as atuais condições
operacionais (rendibilidade) e financeiras (endividamento).

O crescimento acima da taxa de crescimento sustentável vai exigir recursos


financeiros, que resultam de novas contribuições, ou do aumento do rácio de
endividamento, a não ser que se verifique uma maior rendibilidade. Pelo contrário,
crescimento inferior ao crescimento sustentável, contribui para a acumulação de
recursos ociosos, favorecendo o aumento da distribuição de resultados quando
estamos perante a ausência de alternativas de investimento lucrativas.

Que políticas adotar se a empresa quiser crescer mais do que a taxa de crescimento
sustentável permite?

Temporariamente: Se a empresa, esporadicamente, quiser crescer mais do que a


taxa de crescimento sustentável, ela deverá utilizar financiamento temporário.

Estruturalmente: Se a empresa quiser, sistematicamente, crescer a um nível superior


ao sustentável, ela terá de:

• Alterar a política financeira e o rendimento líquido a longo prazo; o Fazer


ajustamentos operacionais;

• Diminuir o montante de dividendos a distribuir, ou seja, a taxa de payout (d%);

• Focar em determinados setores e reduzir gastos para aumentar os resultados;

• Fundir com outras empresas.

E se a empresa quiser crescer menos que o sustentável?

Temporariamente: A empresa irá acumular recursos, para que depois possa fazer
um grande investimento.

Estruturalmente: A empresa acumula dinheiro e torna-se apetecível para os


investidores o que pode ser perigoso, visto que não saberemos se o que atrai os
investidores é o negócio ou o dinheiro.

ANÁLISE DA ÁREA ECONÓMICA


Preocupação

→ Rendibilidade: Corresponde à capacidade de remunerar adequadamente os


capitais utilizados. Esta revela-se um imperativo de longo prazo para assegurar a
renovação dos meios de produção, financiar o crescimento e manter a solvabilidade.
Caso a empresa não consiga gerar rendimentos para cobrir os gastos que incorre,
terá de encontrar fontes de financiamento fora da exploração o que, a longo prazo,
pode tornar-se incomportável.
RENDIBILIDADE

É comum ser utilizado o rácio da rendibilidade dos capitais empregues para esta
análise, ainda que a mesma possa ser abordada através da análise do contributo dos
diferentes resultados para a formação do resultado líquido.

EBITDA: Indicador do contributo potencial da exploração para a tesouraria da


empresa, ou seja, dos meios libertos brutos de exploração. Possui, no entanto,
algumas limitações, dado que, à luz do SNC, embora calculado antes da consideração
dos gastos e depreciações, considera outros gastos e rendimentos que não traduzem
embolsos ou desembolsos potenciais ou que podem ser alheios à atividade potencial.
A sua outra limitação é que, por ser calculado na base do acréscimo, não representa
tempestivamente os fluxos de tesouraria. (Resultado antes de juros, impostos,
depreciações e amortizações)

EBIT: Indicador do contributo da atividade principal para o resultado global.


(Resultado antes de juros e impostos)

PERSPETIVA ECONÓMICA

Nesta ótica, interessa avaliar a aptidão da organização para remunerar os capitais


totais aplicados, independentemente da sua origem.

Assim, calcula-se um indicador que confronta o resultado antes da função financeira,


o resultado operacional (RO), com uma grandeza que representa o investimento total
(IT), calculando um indicador da rendibilidade operacional do investimento (ROI).

Tão importante como analisar o indicador síntese ROI, é perceber as causas


determinantes da sua evolução. Para isso, é normalmente sugerida uma
decomposição simples:

Isto é, estamos a decompor o indicador do ROI numa multiplicação entre a margem


de lucro e a rotação do investimento. Uma dada rendibilidade do investimento
consegue-se alterando a capacidade da empresa de transformar vendas em
resultados operacionais, ou alterando a capacidade da empresa em obter rendimentos
com o investimento total.
O investimento total pode ser definido de diferentes formas, e daí resultaram
diferentes indicadores:

ROA = RO/A, que serve para estudar a rendibilidade operacional do ativo, ou seja, o
contributo da política de investimento

ROCI = RO/Capitais Investidos, que serve para estudar a rendibilidade dos capitais
investidos, sendo estes CI = AF + (NC – RC) + EAT

ROAE = RO/AE, que serve para estudar a rendibilidade do ativo económico, sendo
este AE = AF + (NC – RC)

Em suma, a rendibilidade económica de uma empresa é função do lucro, realizado


por cada unidade monetária vendida e o número de unidades vendidas por cada
unidade monetária investida. Assim, ela aumenta se a empresa:

• Vender mais, mantendo a margem de lucro;

• Vender mais, podendo a margem de lucro diminuir ainda que as vendas tenham
de a compensar;

• Vender o mesmo, com uma maior margem de lucro;

• Vender menos, a uma margem de lucro superior e que seja, por isso, capaz de
superar o decréscimo das vendas.

PERSPETIVA FINANCEIRA

Nesta perspetiva, é assumida uma dada estrutura de financiamento e estuda-se a


rendibilidade dos capitais próprios. Para isso, utiliza-se o indicador da rendibilidade do
capital próprio (ROE), que mede o grau de remuneração dos sócios das empresas,
ou seja, o retorno do investimento proporcionado aos detentores do capital próprio.

A estrutura de financiamento adotada tem um papel determinante nesta questão.


Mantendo-se o resultado líquido, o peso do capital próprio no conjunto do
financiamento condiciona a rendibilidade dos capitais próprios observada.

Naturalmente, o aumento do peso do financiamento pode acarretar maiores encargos


financeiros, pelo que a condição de se manter tudo semelhante aplicada ao resultado
líquido é de difícil ocorrência nestas circunstâncias.
Por outro lado, para a formação do resultado líquido, para além dos encargos
financeiros, contribuíram outros efeitos que importa medir: resultados operacionais,
resultados não correntes e impostos.

MODELO MULTIPLICATIVO (DE DUPONT)

Este modelo visa decompor um rácio noutros rácios, de forma a evidenciar os


fenómenos que explicam quais os contributos e qual a intensidade da contribuição de
cada um.

A rendibilidade dos capitais próprios pode também ser expressa por ROE = RO/I x
RL/RO x I/E. Então, este indicador é influenciado pela rendibilidade do investimento,
pela estrutura financeira e pela diferença entre o resultado líquido e o resultado
operacional, que são os encargos financeiros, os impostos e o efeito não corrente.

Ou seja, = ROI x IAF x EfNC x EfFiscal

O modelo multiplicativo é representado pela expressão anterior, de onde resulta que


o comportamento da rendibilidade dos capitais próprios tem na sua base fatores
operacionais, como a rendibilidade das vendas e a rotação do ativo, fatores
financeiros, como o índice de alavanca financeira, e efeitos fiscais.

MODELO MULTIPLICATIVO

1. Rendibilidade Operacional do Capital Próprio (ROE): RI/E

2. Margem: RO/VN

3. Rotação: VN/I

4. Rendibilidade Operacional do Ativo (ROI): 2 x 3

5. Peso dos Encargos Financeiros Líquidos (Peso EFL): Resc/RO

6. Endividamento (Ef. Financeiro): I/E

7. Índice de Alavanca Financeira (IAF): 5 x 6

8. Efeito NC (EfNC): RAI/ResC

9. Efeito Fiscal (EfFiscal): RI/RAI

10. Controlo: 4 × 7 × 8 × 9
MODELO ADITIVO (DE EFEITO LEVIER)

A identificação das condições em que a política financeira é favorável à rendibilidade


dos capitais próprios pode também ser feita a partir de um modelo de análise
desagregada de tipo aditivo.

Fica então evidente que o aumento do peso do endividamento é favorável ao aumento


da rendibilidade dos capitais próprios, enquanto a rendibilidade do investimento
exceder o custo médio de dívida. Nesta situação, o excesso de rendibilidade de
investimento em relação aos encargos com o endividamento contribui para os capitais
próprios, permitindo uma rendibilidade destes superior à que aconteceria se apenas
fossem utilizados no financiamento do investimento.

Esta decomposição aditiva também evidencia as alternativas-base para aumentar a


rendibilidade dos capitais próprios: ou por aumento de ROI, atuando sobre a margem
de lucro ou rotação, ou por redução de i, isto é, reduzindo o custo dos financiamentos
obtidos para o financiado, ou aumentando o endividamento enquanto ROI>i.

MODELO ADITIVO

1. Rendibilidade Operacional do Capital Próprio (ROE): RI/E

2. Margem: RO/VN

3. Rotação: VN/I

4. Rendibilidade Operacional do Ativo (ROI): 2 x 3

5. CmD: EFL/D

6. Endividamento (Ef. Financeiro): D/E

7. Efeito Levier: (4 – 5) x 6

8. Efeito NC (EfNC): RAI/ResC

9. Efeito Fiscal (EfFiscal): RI/RAI

10. Controlo: (4 + 7) × 8 × 9
ÍNDICE DE ALAVANCA FINANCEIRA

É importante perceber este índice, já que ele decorre da desagregação do rácio da


rendibilidade dos capitais próprios e, por isso, podemos analisar a contribuição do
endividamento por aumento do índice de alavanca financeira.

O IAF é a diferença entre a rendibilidade operacional do ativo e o custo da


remuneração da dívida de capitais alheios. Este índice permite, assim, avaliar a
capacidade de valorização do capital próprio, através do recurso à divida.

Se 𝑅𝑂𝐼 > 𝐶𝑚𝑑, o recurso ao endividamento permite aumentar a rendibilidade do


capital próprio, pois o custo de capital alheio é superado pela rendibilidade do ativo.
Assim, o efeito de alavanca é positivo.

Se 𝑅𝑂𝐼 < 𝐶𝑚𝑑, o recurso ao endividamento diminui a rendibilidade do capital próprio,


pois o custo do capital alheio é superior à rendibilidade do ativo. Assim, o efeito de
alavanca é negativo.

Se 𝑅𝑂𝐼 = 𝐶𝑚𝑑, estamos perante uma situação de indiferença, pois o custo do capital
alheio e a rendibilidade do ativo se igualam. Assim, o efeito de alavanca é nulo.

CRIAÇÃO DE VALOR

Existe criação de valor económico quando a remuneração conseguida com uma


aplicação excede o custo de oportunidade do capital aplicado, ou seja, o que o
investidor deixou de ganhar na melhor aplicação alternativa, para o mesmo nível de
risco. Isto é, se o resultado líquido do período tiver sido suficiente para remunerar os
proprietários à taxa que os mesmos pretendem e, ainda, gerar um excedente.

Esta é uma análise complementar à da rendibilidade e coloca em confronto qual o


nível de output (VAB) para o nível de inputs (trabalho e máquinas) empregues.

• Resultado Residual → Resultado global da empresa depois de imputado o


custo referente à utilização de capitais próprios, que não é considerado na DR.

Se pretendemos aumentar o Resultado Residual podemos:

• Aumentar o EBIT, mexendo na margem de lucro ou rotação, e fazer aumentar


a rendibilidade;

• Reduzir o financiamento;

• Reduzir o custo médio, reduzindo o risco operacional da empresa.


ANÁLISE DO RISCO
A análise do risco é muito importante para a gestão e para a determinação do valor
criado, avaliando o impacto da estrutura de gastos na volatilidade do resultado líquido.
Existem três fontes de risco, sendo estas o risco de negócio, o risco financeiro e o
risco não corrente.

RISCO DE NEGÓCIO

O risco de negócio é afetado por fatores como a volatilidade da procura, a variabilidade


dos custos dos fatores de produção e capacidade da empresa para compensar as
variações do custo, com semelhante variação nos preços de venda, e a estrutura dos
gastos operacionais.

Está associado à gestão da exploração da empresa, sem considerar o endividamento.


Pode ser entendido como a incerteza relativamente à projeção do resultado
operacional, sendo influenciado por duas dimensões do risco: risco económico e risco
operacional.

RISCO ECONÓMICO

O risco económico traduz a probabilidade de o resultado operacional variar, ou seja,


a probabilidade de os rendimentos operacionais não serem suficientes para cobrir os
gastos operacionais. Este risco pode resultar da instabilidade da procura, dos preços,
do custo dos fatores de produção, que influenciam as vendas e rendimentos da
empresa, e do peso dos gastos fixos operacionais, sendo que quanto maior o peso,
maior o risco.

Para que a empresa consiga reduzir o risco de negócio, através da redução do risco
económico, pode utilizar o marketing, desenvolvendo campanhas para atenuar os
efeitos da instabilidade da procura e utilizar o poder negocial com clientes e
fornecedores procurando melhorar a questão dos preços e fatores de produção.

PONTO CRÍTICO DAS VENDAS

Este indicador representa o valor das vendas para o qual o a empresa exibe um
resultado operacional nulo.
Assim, a quantidade crítica será: 𝑄 = 𝐶𝐹 / 𝑃𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜−𝐶𝑉𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜.

Quanto maior o PCV, maior será o risco económico, uma vez que a empresa terá de
vender mais para garantir a cobertura dos gastos operacionais.

MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL

A margem de segurança indica a queda percentual no nível de produção que conduz


ao limiar do ponto crítico.

RISCO OPERACIONAL

Este resulta da existência de uma estrutura produtiva que acarreta custos


operacionais fixos. É um indicador que procura medir a variabilidade do resultado
operacional às variações ocorridas nas vendas.

Se o GAO for zero, o risco económico é nulo, pois qualquer variação das vendas não
altera o resultado operacional. Quanto maior o valor do GAO, maior o risco económico,
pois o resultado operacional é mais sensível a variações do nível de vendas.

A empresa deve diminuir os custos fixos e reduzir o peso dos encargos operacionais
fixos para aumentar a sua flexibilidade, se quiser diminuir o risco de negócio através
da redução do risco operacional.

Se houver uma previsão de aumento de atividade, não se deve alienar ativos fixos
pois, mais tarde, seria preciso dotar a empresa de uma estrutura operacional mais
adequada. Por outro lado, se a previsão for de uma redução da atividade, deve-se
diminuir o peso dos encargos operacionais.
RISCO FINANCEIRO

O risco financeiro estuda a variabilidade do resultado líquido, resultante do impacto


dos encargos financeiros, analisando o peso da estrutura de capitais alheios na
estrutura de capital da empresa. Quanto maior o peso dos capitais alheios, maior será
o risco financeiro.

O grau de alavanca financeira (GAF) é um indicador que mede a sensibilidade dos


resultados líquidos do período face a variações do resultado operacional.

Quanto maior o impacto das alterações do resultado operacional no resultado líquido


do período, maior o risco financeiro da empresa. Da mesma forma, se o GAF for igual
a 4 e se o RO sofrer uma variação de 1%, o ResC variará 4%.

RISCO GLOBAL

A conjugação da análise do risco operacional e o risco financeiro permite fazer uma


avaliação do risco global da empresa.

O grau de alavanca combinada é um indicador do risco global da empresa que procura


medir o efeito combinado do risco operacional e financeiro. Assim, ele mede a
sensibilidade do RLC às variações da atividade. Quanto maior o impacto das
variações da atividade no resultado líquido corrente, maior o risco global da empresa.

RISCO DE CRÉDITO

É o risco que uma das partes não cumpra com o contrato de empréstimo. Existem
duas técnicas para a análise do risco de crédito:

• O scoring é uma técnica mecânica de pontuação de risco, baseada em dados


históricos de natureza quantitativa. Tem aplicação sobretudo em situações de
crédito padronizadas em que a uniformidade de avaliação é fundamental. É um
elemento informativo.

• O rating é uma avaliação da capacidade do devedor em cumprir


tempestivamente com o serviço de dívida futuro, baseada na perceção que o
analista tem sobre a evolução da empresa. É um elemento qualitativo de
avaliação subjetiva, em que o conhecimento da empresa e dos stakeholders é
fundamental.

ANÁLISE DE PROJETOS DE INVESTIMENTO

CONCEITOS BASE

O investimento é a aplicação de recursos financeiros no presente, tendo em vista a


obtenção de benefícios no futuro que recuperem o investimento feito e remunerem
adequadamente os capitais adequados. Importa averiguar em que medida o
desembolso presente é compensado pelos benefícios que se espera vir a obter no
futuro.

Há que considerar dois elementos importantes:

• Tempo – O dinheiro tem valor no tempo e, por isso, procede-se à


homogeneização temporal dos cash flows (𝑉𝐴0 = (𝑉𝐹n × (1 − 𝑘)-n);
m

• Risco – Está presente na taxa (k) que usamos na homogeneização. Esta taxa
simboliza o custo do capital, ou seja, a rendibilidade mínima exigida pelos
detentores do capital.

Quando o valor nominal do somatório dos benefícios futuros excede o montante


investido, o investimento está recuperado (em valor nominal). A capacidade do projeto
de remunerar adequadamente o investimento depende do facto de o mesmo
conseguir libertar cash-flows e assegurar a remuneração mínima exigida pelos
promotores.

Plano de negócios: É um documento que descreve o negócio, justifica os objetivos


a atingir e especifica como os mesmos serão alcançados.

Ele inclui três planos:

• Plano de investimento – Descreve e quantifica os AF e NFM a adquirir;

• Plano de exploração – Quantifica os rendimentos previstos e os gastos que é


necessário incorrer para os obter;

• Plano de financiamento – Identificar quantas e quais as fontes de financiamento


a recorrer e qual o seu custo.
TIPOS DE PROJETOS

Integrados – Acontecem dentro de uma empresa já existente. Podem ser divididos


quanto ao seu objetivo:

• Extensão – Aqueles que aumentam a capacidade produtiva da empresa;

• Substituição – Existe uma manutenção da capacidade produtiva, apenas se


substituem os processos;

• Inovação – Para outras áreas do negócio;

De raiz – Projetos totalmente novos;

Independentes – Aqueles em que a sua concretização não afeta a de outros;

Dependentes:

• Mutuamente exclusivos – A concretização de um impede a concretização do


outro;

• Complementares – A concretização de um obriga a concretização do outro.

AVALIAÇÃO DE PROJETOS

Para calcular os cash flows do projeto temos de respeitar três princípios-base:

• São calculados na ótica do projeto;

• Incluem-se na ótica da tesouraria, pois são fluxos de caixa (dinheiro que entra
e dinheiro que sai) e não são lucros (excedente financeiro que o projeto liberta);

• Segundo a ótica incremental, apenas os cash flows resultantes da decisão de


investir são relevantes para a avaliação de viabilidade do projeto. Assim, devem
ser ignorados os gastos prévios à decisão de investir, e devem ser
considerados custos de oportunidade.
A. Investimento em AF – Inclui todas as despesas em AF necessárias ao arranque
do projeto (se ocorrerem em N > 1 serão despesas complementares);

B. Investimento em NFM – Aplicações permanentes em AC que não se encontram


financiadas com PC (𝐼𝑛𝑣𝑁𝐹𝑀 = 𝑁𝐹𝑀𝑛 − 𝑁𝐹𝑀𝑛−1);

C. EBIT(1-t) – Como estamos no domínio da exploração, interessa-nos o resultado


após impostos;

D. Depreciações e Amortizações – Por serem consideradas no cálculo do EBIT,


somamos agora para as anular, dado que não são despesas em dinheiro;

E. Valor Terminal – Mostra qual o valor do projeto no seu último ano de vida. Pode
ser obtido de duas formas:

i. Valor em continuidade – Qual seria o valor do projeto se ele continuasse para


o resto da vida?

ii. Valor de liquidação – Qual seria o valor do projeto se este fosse encerrado?

PRIMEIRO CRITÉRIO: PAYBACK OU PERÍODO DE RECUPERAÇÃO

Este representa o tempo necessário para recuperar o investimento inicial em valor


nominal. Quanto menor o payback, maior o montante líquido libertado para aplicar
noutros projetos.

Isto é, somar os cash flows até que o valor do cash flow acumulado seja igual a zero.
Payback sem atualização: Mede o tempo que demora a recuperar o investimento
inicial, funciona como um indicador da liquidez do projeto e auxilia a tomada de
decisão.

Este tem algumas limitações, tais como:

✓ Ignora o valor do dinheiro no tempo;

✓ Ignora os cash flows após o período de recuperação;

✓ Funciona como um critério de liquidez do projeto e não como um critério de


avaliação do projeto.

SEGUNDO CRITÉRIO: VALOR ATUALIZADO LÍQUIDO

Mede a riqueza criada pelo projeto. Em termos financeiros, um projeto gera riqueza
quando a soma dos cash-flows atualizados para o montante inicial é positiva.

K corresponde ao que os investidores deixam de ganhar na melhor aplicação


alternativa, ou seja, é um custo de oportunidade. Depende do risco do projeto que,
por sua vez, depende do risco de negócio, resultante da estrutura de custos fixos, e
do risco financeiro, resultante da estrutura financeira com encargos financeiros
líquidos.

Apesar de ser vantajoso, uma vez que considera a totalidade dos CF e o seu valor no
tempo, valor este correspondente à taxa de risco dos investidores, é bastante exigente
em termos de informação utilizada e custo dos capitais.

Se VAL>0, a empresa recupera o investimento inicial, remunera os investidores às


taxas mínimas exigidas e gera um excedente financeiro no valor do VAL.

TERCEIRO CRITÉRIO: CÁLCULO DA TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE

É a rendibilidade do projeto no pressuposto em que os CF intermédios do projeto


encontram oportunidades de reinvestimento à taxa TIR a calcular, ou seja, representa
a taxa máxima de remuneração proporcionada pelo projeto.

Esta taxa apresenta algumas vantagens, uma vez que depende apenas das
caraterísticas do projeto e é facilmente comunicável precisamente por ser uma taxa,
ao contrário de valores absolutos. No entanto, uma das desvantagens seria o facto de
não servir para avaliar projetos mutuamente exclusivos ou o facto de, no uso desta
taxa, ser necessário o conhecimento de diversas informações.

Escolha das taxas (i):

• I1 deve ser a maior taxa que proporciona VAL>0

• I2 deve ser a menor taxa que proporciona VAL<0

QUARTO CRITÉRIO: ÍNDICE DE RENDIBILIDADE

Permite perceber o valor dos cash flows libertados no futuro, gerados pelos projetos,
por cada unidade monetária investida.

ALTERAÇÃO DO PLANO DE FINANCIAMENTO

Deixamos de financiar o projeto exclusivamente com capitais próprios e passamos a


recorrer também a capitais alheios, tendo também lucro financeiro.
Cash Flow Global (CFG) → Apura os CF depois de consideradas as poupanças
fiscais que os EFL proporcionam (apura-se o RL e soma-se a totalidade dos EFL);
posteriormente, atualizam-se a um CMP do capital antes de impostos (CMC).

AVALIAÇÃO DO RISCO GLOBAL

ANÁLISE DE CENÁRIOS

Constroem-se vários cenários futuros diferentes da nossa avaliação inicial. Cria-se um


cenário pessimista, ou seja, tentamos perceber o comportamento do nosso projeto se
tudo corresse bem, ou se tudo corresse mal. Entre estes dois cenários estará o mais
provável, e para cada um deles constrói-se um VAL: VAL normal, VAL otimista e VAL
pessimista.

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Cálculo de diferentes valores de determinadas variáveis críticas, mantendo tudo o


resto constante, o que irá permitir a construção de um gráfico.

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