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ANÁLISE FINANCEIRA

Índice

conceitos introdutórios___________________________________________________________________3
elementos base da análise financeira________________________________________________________5
TÉCNICAS DE ANÁLISE PARA A ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS_________________________________________6
ANÁLISE DA QUALIDADE DOS RESULTADOS_________________________________________________________7
elaboração do relatório de análise__________________________________________________________7
MOTIVAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO RELATÓRIO___________________________________________________7
ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE ANÁLISE___________________________________________________________7
IMPLICAÇÕES DO AUMENTO DO PESO DO FINANCIAMENTO EM CAPITAIS ALHEIOS________________________8
análise da área financeira_________________________________________________________________9
ANÁLISE DA ESTRUTURA DO BALANÇO____________________________________________________________9
EQUILIBRIO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO_________________________________________________________9
ABORDAGEM TRADICIONAL_____________________________________________________________________________9
ABORDAGEM FUNCIONAL_____________________________________________________________________________10
BALANÇO FUNCIONAL_________________________________________________________________________11
RÁCIOS DE ATIVIDADE DE CURTO PRAZO__________________________________________________________12
PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO___________________________________________________13
ESTRATÉGIA ORTODOXA_______________________________________________________________________________14
ESTRATÉGIA DEFENSIVA_______________________________________________________________________________14
ESTRATÉGIA AGRESSIVA_______________________________________________________________________________14

análise da área económica_______________________________________________________________15


RENDIBILIDADE______________________________________________________________________________15
PERSPETIVA ECONÓMICA______________________________________________________________________________15
PERSPETIVA FINANCEIRA______________________________________________________________________________17
Modelo multiplicativo (De Dupont)____________________________________________________________________17
Modelo Aditivo (Efeito Levier)________________________________________________________________________18
ÍNDICE DE ALAVANCA FINANCEIRA______________________________________________________________________18
CRIAÇÃO DE VALOR___________________________________________________________________________19
análise do risco_________________________________________________________________________19
RISCO DE NEGÓCIO___________________________________________________________________________19
RISCO ECONÓMICO__________________________________________________________________________________19
Ponto crítico das vendas____________________________________________________________________________20
Margem de segurança operacional____________________________________________________________________20
RISCO OPERACIONAL_________________________________________________________________________________20
RISCO FINANCEIRO____________________________________________________________________________20
RISCO GLOBAL_______________________________________________________________________________21
RISCO DE CRÉDITO____________________________________________________________________________21
análise de projetos de investimentos_______________________________________________________21
CONCEITOS BASE_____________________________________________________________________________21
TIPOS DE PROJETOS___________________________________________________________________________22
AVALIAÇÃO DE PROJETOS______________________________________________________________________22
PRIMEIRO CRITÉRIO: PAYBACK OU PERÍODO DE RECUPERAÇÃO________________________________________________22
SEGUNDO CRITÉRIO: VALOR ATUALIZADO LÍQUIDO_________________________________________________________23
TERCEIRO CRITÉRIO: CÁLCULO DA TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE___________________________________________23
QUARTO CRITÉRIO: ÍNDICE DE RENDIBILIDADE_____________________________________________________________23
ALTERAÇÃO DO PLANO DE FINANCIAMENTO_______________________________________________________24
AVALIAÇÃO DO RISCO GLOBAL__________________________________________________________________24
ANÁLISE DE CENÁRIOS________________________________________________________________________________24
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE____________________________________________________________________________24
conceitos introdutórios

Análise Financeira: Processo baseado num conjunto de técnicas que tem por finalidade a
emissão de uma opinião sobre o desempenho (demonstração de resultados) e a evolução
da situação financeira (balanco) de uma organização, com base nas demonstrações
financeiras e em informações complementares. Alguns elementos importantes da análise
financeira são:

> Subietividade - O analista procura emitir uma opinião sobre um determinado objetivo.
Esta análise é subjetiva, dado que não existem processos mecânicos para a conduzir,
daí que esteja associada ao conhecimento, à experiência e à posição de cada analista

> Natureza Prospetiva - A opinião emitida baseia-se no desempenho e evolução da


situação financeira da empresa, num passado recente. É através dessa análise que se
consegue retirar as tendências da evolução futura e, assim, reforçar os pontos fortes e
os pontos fracos.

> Outputs da Contabilidade - Parte-se sempre dos outputs da contabilidade financeira,


tanto os finais como os intermédios, para se efetuar uma análise. Os elementos da
contabilidade são essenciais, mas não suficientes, para o diagnóstico financeiro, uma
vez que registam apenas as consequências das ações e não as suas causas.

Os princípios base para emitir opiniões válidas, em análise financeira, são:

> Princípio da Comparação - Como a análise financeira não se resume a um só exercício,


é necessário analisar um conjunto de exercícios sequenciais, permitindo verificar a
evolução da empresa ao longo dos anos e, sendo ainda possível, compará-la com
outras empresas do meio.

> Princípio da Finalidade - A análise é feita por algum motivo, tendo por isso uma
determinada finalidade.

> Princípio da Especificidade - A análise financeira não tem normas, cada caso é um
caso. Assim, não podemos generalizar uma determinada situação, visto que "os
mesmos sintomas podem originar problemas diferentes". Além disso, a análise
financeira não tem padrões, uma vez que não analisamos os valores medidos face a
valores teóricos.

Fases do diagnóstico:

Início: O diagnóstico pode começar por uma situação de crise ou uma situação da
monotorização

Observação: Observam-se e analisam-se vários elementos informativos de três áreas:

(1) Financeira

> Análise da Solvabilidade - Envolve a avaliação do grau de ajustamento temporal e de


valor entre fluxos financeiros de entrada e fluxos financeiros de saída. De uma maneira
mais concreta, representa a relação existente entre os capitais próprios e os capitais
alheios de uma determinada sociedade, ou seja, a capacidade de uma empresa pagar
as suas dívidas.Quanto maior for o resultado da operação ou do rácio, maior será a
solvabilidade, isto é, a capacidade financeira da empresa para desenvolver as suas
atividades -> Maior capital próprio e Menor capital alheio - Maior Rácio, Esta análise
recorre ao balanço, dado que nele os ativos estão organizados por ordem de liquidez e
os passivos por ordem de exigibilidade.

(2) Económica

> Análise da Rendibilidade - Avalia a capacidade da empresa de remunerar


adequadamente os capitais investidos. Para esta análise usamos a demonstração de
resultados, visto que é aí que estão representados os rendimentos e os gastos, e o
balanço, pois é lá que se encontram inscritos os capitais empregues para a obtenção
desses resultados.

(3) Risco

> Análise da Variabilidade - Capacidade da empresa de se submeter a variações ou


mudanças, Se a estrutura da empresa contribuir, trata-se de uma alavanca financeira e
económica, pois quanto maior a variabilidade, maior o risco, Para esta análise
consideram-se duas fontes de risco, as alavancas operacionais e alavancas financeiras

Diagnóstico: Sugerem-se formas de corrigir a situação; embora várias empresas tenham o


mesmo problema, cada uma terá diferentes "receitas" e soluções. O diagnóstico poderá
ser motivado por agentes internos da empresa ou por agentes externos à empresa. Pode
ser útil para emitir opinião sobre: o clima social da empresa (1); o risco de crédito/rating
(2); para novas decisões de investimentos ou financiamento (3); bancos e análise de
créditos e controlo sistemático (4).

Diagnóstico para a Diagnóstico para a decisão


Informação
Interno 1 3
Externo 2 4

Exemplos:

(1) Decisão: Alterar o prazo de recebimento


Implicações:

> Financeira - Recebemos o € mais tarde, ou seja, menos cashing


> Económica - Provavelmente, temos mais vendas e aumentamos, assim, os nossos
resultados.
> Risco - Risco de não cobrança.

(2) Decisão: Compra de uma nova máquina


Implicações:

> Financeira - A empresa tem recursos suficientes para investir e os benefícios


económicos são obtidos no prazo de vida da máquina.
> Económica - Uma máquina nova reduz os custos de produção e, consequentemente,
aumenta a produção e a eficiência.
> Risco - Aumenta o risco operacional.
As principais preocupações do analista na organização da Demonstração de Resultados
são:

> Distinção entre gastos operacionais fixos e variáveis


 Gastos Operacionais Variáveis: Variam linearmente com o nível de atividade.
Incluem-se nesta categoria o custo das mercadorias vendidas e matérias
consumidas (CMVMC) e os fornecimentos e serviços externos (FSE).
 Gastos Operacionais Fixos: Restantes gastos

> Identificação de eventuais resultados não correntes (RNC)


 RNC - Correspondem a situações de ocorrência não frequentes e não usuais, logo
não sistemáticas ou recorrentes, e que, por isso, não devem ser considerados como
resultantes da atividade normal de uma empresa em continuidade

elementos base da análise financeira

INFORMAÇÃO CONTABILÍSTICA

Relativamente aos elementos base da análise, constatamos uma distinção entre os que
são contabilísticos e os que são extra contabilísticos.

Elementos Contabilísticos são os que se consideram indispensáveis à análise financeira,


ainda que a disponibilidade destes seja uma condição necessária, mas não suficiente.
> Necessária porquê?
 A contabilidade é metódica - Regista as consequências de todos os factos
patrimoniais.
 A contabilidade é normalizada - Há um conjunto de princípios e regras de registo que
são respeitadas pelas entidades financeiras.
 A contabilidade é uma imagem global da empresa > Produz informação sobre o
conjunto da empresa e não apenas de alguns segmentos da mesma.

> Não suficiente porquê?


 A contabilidade regista as consequências, mas não as causas dos factos
patrimoniais - Aquilo a que temos acesso por parte da contabilidade financeira é um
simples mapa que resume os acontecimentos de um ano traduzindo, apenas em
termos numéricos, as consequências das decisões e não as suas causas.
 Utilização de diferentes critérios volumétricos na mensuração dos elementos.
 Influência de normas fiscais sobre a informação contabilística produzida
 Alguns elementos podem não constar nas contas do ano anterior, mesmo que o
método esteja bem aplicado. Assim, a contabilidade pode não registar informação
que o analista teria em conta para situações de análise financeira.
 Embora procure a objetividade, a contabilidade continua a depender muito do
julgamento do contabilista

Elementos Extra Contabilísticos são aqueles onde vamos encontrar as explicações dos
factos matrimoniais, referidos no primeiro ponto das limitações da contabilidade. Entre
estes temos as competências de gestão, o potencial de mercado, as capacidades
tecnológicas e a macroeconomia.
Nota: Os restantes problemas resolvem-se com um conjunto de ajustes às contas:
ajustes de apresentação e ajustes de mensuração.

Existem alguns procedimentos a adotar na preparação das Demonstrações Financeiras


quanto a:

> Inventários Estratégicos - Massa patrimonial dos ativos fixos, e que não é parte das
necessidades cíclicas; nas NC devem permanecer apenas os montantes de inventários
normais afetos à exploração.
> Dívidas a Fornecedores em mora - Se a previsão de pagamento é a longo prazo, então
trata-se de recursos alheios estáveis (ERA); se é a curto prazo, então trata-se de
elementos passivos de tesouraria (EPT).

Nota: O atraso no pagamento a um fornecedor não é considerado uma situacão


normal de exploração, daí não entrar nos recursos cíclicos (RC). O mesmo acontece com
atrasos atípicos no recebimento de clientes, entrando nos elementos ativos de
tesouraria(EAT) e não nas NC

> Relações Financeiras com as Sociedades Dominantes


 Dívida da empresa à sociedade:
o Com contrato de Crédito: Longo Prazo: RE (empresa), AFL (sociedade); Curto
Prazo: EPT (empresa), EAT (sociedade)
o Sem contrato de Crédito: EPT (empresa), EAT (sociedade)
 Dívida da sociedade à empresa:
o Com contrato de crédito: Longo Prazo: AFL (empresa), EPT (sociedade); Curto
Prazo: EAT (empresa), EPT (sociedade)
o Sem contrato de crédito:AFL (empresa), RE (sociedade)
> Dividendos a distribuir: Para que os capitais próprios, os RE, representem à data do
balanço, os fundos colocados à disposição da empresa, os dividendos são
reclassificados como EPT - dívidas de curto prazo.

TÉCNICAS DE ANÁLISE PARA A ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS

> Comparação de demonstrações financeiras sucessivas, expressas em percentagem:


Assenta na leitura de valores das diversas contas, calculados como uma percentagem de
uma dada grandeza, normalmente o volume de negócios, na demonstração de resultados,
e o ativo, no balanço. Esta técnica permite relativizar a informação contida nas
demonstrações financeiras, permitindo comparações mais fiáveis com outras realidades,
estudar a estrutura de gastos, estrutura do ativo e a estrutura de capital.

> Técnicas dos Rácios: São instrumentos de medida versáteis e comparáveis que
consistem num quociente entre duas grandezas, cujo significado resulta das mesmas em
confronto. Como são calculados com base na contabilidade, são permeáveis as
insuficiências do método contabilístico, ou seja, um mesmo rácio pode ter várias
designações e é apenas uma medida, devendo ser acompanhado pela sua interpretação.

> Para se conseguir aproveitar as vantagens dos rácios é necessário:


 Ser parcimónia - Criar e utilizar um quadro base de indicadores com poucos rácios
para cada fenómeno;
 Coerência Interna - Tem de se descrever uma relação entre o numerador e o
denominador e não pode conter elementos estranhos ao fenómeno que estamos a
medir;
 Coerência Temporal - As partes do rácio devem pertencer ao mesmo horizonte
temporal.

> Podemos organizar os rácios quanto à natureza dos fenómenos:


 Financeira - Calculados usando as rubricas do balanço.

CP CP
Racio da solvabilidade total= ; Autonomia Financeira=
P A

 Económica – Calculados usando dados da Demonstração de Resultados, pretendendo


demonstrar a situação económica da empresa.

RO
Margem de lucro=
Vn

 Financeira e Económica – Calculados utilizando informações da Demonstração de


Resultados e Balanço

Vn
Rotacao do ativo=
A

 Funcionamento – Analisam o grau de eficiência da gestão dos ativos detidos pela


empresa.

Clientes Inventario
Prazo medio de recebimentos= ×365 ; Duracao de inventario= × 365
Vn CMVMC

 Técnica – Relacionada com aspetos ligados à produção e atividade da empresa

Valor acrescentado bruto


Produtividade=
N de trabalhadores

 Mercado – Analisa e compara o desempenho das empresas no mercado de capitais

Dividendos( D) P
Dividendo= ; PER=
Preco(P) Resultadoliquido por acao(EPS)

> No entanto, os rácios também têm limitações, tais como:


 Inexistência de normalização;
 Inexistência de um padrão para a construção dos rácios
 Diferenças em parâmetros, como a sazonalidade ou a inflação;
 Síntese de informação, ou seja, não explicam, medem.
> Análise desdobrada de rácios Desdobrar um rácio noutros, de forma a ficar a
conhecer os fenómenos e a intensidade com que estes estão a condicionar a
evolução do primeiro.

ANÁLISE DA QUALIDADE DOS RESULTADOS


É uma técnica introdutória da análise financeira na qual o analista tenta perceber, através
de sinais, a confiança que pode depositar nas previsões que efetua, com base nos
documentos à sua disposição.

Os sinais de perigo merecem uma explicação e indicam que os resultados futuros podem
vir a ser diferentes dos resultados passados. São exemplo destes a reserva na opinião dos
auditores, mudança dos mesmos ou a diminuição dos gastos "geríveis".

O analista será influenciado por fatores de qualidade: Aplicação consistente das regras
contabilísticas, enquadramento fiscal normal, disponibilidade para fornecer informação,
tempestividade dos fluxos financeiros, inexistência de ativos fixos ociosos e a origem de
resultados, principalmente na atividade principal.

elaboração do relatório de análise

MOTIVAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DO RELATÓRIO

(1) Motivação Interna:


> Aferência das necessidades de fundos;
> Preparação de previsões financeiras de suporte ao planeamento financeiro;
> Quadros de monotorização interna, regularmente preparados para controlar a
evolução dos negócios.

(2) Motivação Externa:


> Desenvolvimento dos métodos e técnicas de análise financeira;
> Avaliação da qualidade dos créditos a conceder;
> Preparação dos elementos para as operações de reestruturação empresarial ou de
dispersão de capital.

(3) Objetivo Informativo:


> Melhoria do clima social - Apoio na interpretação da informação financeira
periodicamente disponibilizada.
> Diferentes diagnósticos - Num processo de recuperação de empresas, os vários
stakeholders estão interessados em diferentes avaliações económicas:
 Aos investidores, interessa a lucratividade futura e o risco das empresas para a
tomada de decisão.
 Os fornecedores, pretendem informação que lhes permita avaliar os riscos dos
créditos comerciais que concedem.
 Os clientes, interessam-se pela saúde financeira da empresa como forma de
salvaguardarem o cumprimento dos contratos e de eventuais garantias de que
beneficiam

Nota: O aumento do capital social por incorporação de reservas de reavaliação não se


traduz por qualquer fluxo financeiro, logo não constitui uma fonte de obtenção de novos
meios financeiros. No entanto, esta operação permite o reforço da rubrica capital sem
alteração do montante do capital próprio, o que pode fazer melhorar a imagem da
organização perante terceiros.

ESTRUTURA DO RELATÓRIO DE ANÁLISE

(1) Introdução - Deve começar por elaborar uma introdução para contextualizar e explicar
o propósito da análise.

(2) Análise da empresa - É feita sobre três perspetivas:


> Síntese da situação económica
> Síntese da situação financeira
> Síntese da análise de risco

(3) Conclusão - Deve recair sobre três aspetos:


> Síntese da perspetiva histórica
> Síntese das perspetivas de evolução
> Recomendações

IMPLICAÇÕES DO AUMENTO DO PESO DO FINANCIAMENTO EM CAPITAIS ALHEIOS

Para o equilíbrio financeiro:


> No curto prazo:
 Aumento do peso dos capitais alheios de curto prazo - situação grave para o
equilíbrio (liquidez), traduz provavelmente uma situação de dependência perante a
banca e o risco de financiamento acrescido.
 Aumento do peso dos capitais alheios de longo prazo - medida favorável ao
equilíbrio financeiro a curto prazo (liquidez), que coloca à disposição da empresa
capitais fora da exigência imediata dos credores, no próximo ano.

> No longo prazo:


 Aumento do peso dos capitais alheios -› aumento do endividamento de longo prazo -
prejuízo para o equilíbrio (solvabilidade), pois aumenta as obrigações
contratualizadas com os credores em detrimento das obrigações de natureza
residual (recurso a capitais próprios perante os proprietários da empresa, e
aumenta a dependência perante financiadores, reduzindo a capacidade negocial da
empresa. A situação é mais grave se o financiamento em capitais alheios for de
curto prazo.

Para a rendibilidade dos capitais próprios:

> Enquanto existirem alternativas de aplicação de fundos mais rentáveis do que o custo
médio do financiamento em capitais alheios, o aumento do peso do financiamento
nestes alavanca favoravelmente a rendibilidade do investido, na perspetiva dos
capitais próprios. Quando estes deixarem de existir ou deixarem de compensar o
aumento dos custos de financiamento, o efeito produzido é de alavanca desfavorável,
devido ao aumento do peso do financiamento em capitais alheios.

Na perspetiva do risco:
> Risco Operacional
 Aumento do peso dos capitais alheios associado a um aumento dos ativos fixos
depreciáveis leva a um aumento do risco operacional.
 Aumento do peso dos capitais alheios relacionado com o funcionamento da atividade,
sem alteração da estrutura de gastos operacionais, não tendo impacto significativo
no risco operacional.

> Risco Financeiro


 Normalmente, um maior peso dos capitais alheios leva a encargos financeiros, logo o
risco financeiro é maior.
 No entanto, uma eventual variação favorável do risco operacional, pode acomodar o
aumento nos encargos financeiros minimizando o risco financeiro.
 Pode ainda acontecer que um maior peso de capitais alheios possa estar associado a
menores encargos financeiros totais. Neste caso, mantendo-se o nível da
rendibilidade operacional, o risco financeiro é menor.
> Risco de Crédito
 Aumento do peso dos capitais alheios faz aumentar o risco de incumprimento
tempestivo das dívidas assumidas, o que poderá pôr em causa a solvabilidade
futura (equilíbrio financeiro a longo prazo) da organização.

análise da área financeira

Preocupação: Perceber se a empresa reúne condições para solver as dividas à medida que
estas se vencem.

> Se os meios financeiros existentes, acrescidos das entradas de fundos futuras, são
suficientes para satisfazer as saídas de fundos previstas, acrescidas do saldo no fim de
um determinado período, a solvabilidade está assegurada para esse período.

A solvabilidade é uma condicionante permanente, uma vez que a empresa tem de ser
capaz de vencer as suas dividas a todo o instante, e universal, visto que todas as
empresas a enfrentam,

A deterioração da solvabilidade acarreta uma consequente deterioração da imagem da


empresa, das condições de crédito e até das condições de funcionamento que, no limite,
pode conduzir à liquidação da empresa.

Importa, assim, conhecer diferentes técnicas que permitam controlar e preservar uma
situação financeira equilibrada, destacadas nos pontos seguintes.

ANÁLISE DA ESTRUTURA DO BALANÇO

Na ausência de uma análise com base em documentos previsionais que discriminem, para
um dado período futuro, os recebimentos e pagamentos a realizar, recorre-se à
comparação de massas do balanço, ou seja, verificar se existe concordância entre os
diferentes horizontes temporais das origens e aplicações financeiras.

EQUILIBRIO FINANCEIRO DE CURTO PRAZO

ABORDAGEM TRADICIONAL

Segundo a perspetiva tradicional, deve existir um equilíbrio temporal entre as origens e


aplicações de fundos, de modo a verificar-se a regra do equilíbrio financeiro mínimo "os
capitais utilizados pela empresa no financiamento dos seus ativos devem ter uma
maturidade, período em que estão ao seu dispor, igual ou superior à vida económica
destes, o período de permanência na empresa". Levado ao limite, os ativos não correntes
são financiados com capital permanentes, ou seja, capitais próprios e passivos não
correntes, e os ativos correntes são financiados pelo passivo corrente.

No entanto, esta regra é insuficiente pois, em média, o grau de liquidez dos ativos
correntes é inferior ao grau de exigibilidade dos débitos de curto prazo, existindo ativos
de curto prazo com caráter de permanência como, por exemplo, os inventários de
segurança.

Deste modo, esta análise assenta no conceito de fundo de maneio - montante dos
recursos estáveis que não se encontra comprometido no financiamento de ativos fixos e
que, portanto, se encontra disponível para financiar o ciclo de exploração.

O equilíbrio financeiro ( FM > 0) existe quando está disponível uma margem de segurança
constituída por capitais de exigibilidade reduzida, que se traduz no excesso de AC face a
PC, de forma a salvaguardar eventuais problemas no ritmo de transformação dos ativos e
a disponibilidade com a qual são satisfeitas as responsabilidades a curto prazo.

Indicadores usuais:

> Fundo de Maneio: FM =CP− ANC ou FM = AC−PC


AC
> Indicador de Liquidez Geral: LG=
PC
 Assume valor ¿ 1 quando FM > 0 ;
 Tem a vantagem de facilitar a comparação entre empresas e, ao longo do tempo,
para a mesma empresa

Ainda assim, a análise tradicional não é condição necessária nem suficiente para o
equilíbrio a curto prazo, pois só considera os ANC, e não podemos usar só o FM.
> Ao ignorar a rotação de ativos e passivos correntes, as conclusões baseadas nos
indicadores tradicionais de equilíbrio ignoram as necessidades de financiamento
permanente de exploração.
> Assim, FM > 0 não é necessário quando a exploração gera em permanência recursos
de financiamento e pode não ser suficiente se, pelo contrário, a exploração
necessitar de ser financiada em permanência em montante superior ao FM
disponível.

Outras limitações:

> Não imunidade à sazonalidade ou às políticas contabilísticas adotadas;


> Natureza estática própria de um indicador calculado com os dados de um balanço em
particular;
> Inexistência de um montante ideal para o FM;
> O facto de FM < 0 não significa que haja desequilíbrio, desde que se verifique um prazo
de realização dos ativos menor do que o período de exigibilidade das dividas.

ABORDAGEM FUNCIONAL

Segundo a perspetiva funcional, os recursos estáveis devem ser suficientes para financiar
as aplicações em ativos fixos e as necessidades permanentes de financiamento do ciclo
de exploração.

O equilíbrio existe quando o FM excede as necessidades em fundo de maneio, que


correspondem a necessidades de financiamento permanente do ciclo de exploração.
Estas resultam do confronto entre necessidades cíclicas, aplicações a curto prazo com
renovação assegurada pelo ciclo de exploração, e os recursos cíclicos, origens de fundos
a curto prazo, mas também com renovação assegurada pelo ciclo de exploração.

Tal como as NFM, o FM também pode ser negativo, sem que se coloque em causa o
regular funcionamento da organização.
> NFM =NC −RC :
 Se o NFM >0 , há uma necessidade de financiar o ciclo de exploração;
 Se o NFM <0 , o ciclo financia-se a ele próprio.

No caso de o FM ser suficiente para cobrir as FM, o indicador tesouraria líquida, montante
de meios financeiros líquidos e demais valores realizáveis a curto prazo e não renováveis,
será positivo e estaremos em equilíbrio de tesouraria.

> TL=FM −NFM ou TL=EAT −EPT :


 Se a TL>0, a margem de segurança não irá estar comprometida com as necessidades
permanentes de financiamento à exploração;
 Se a TL<0 , reflete a necessidade de financiar parte das necessidades cíclicas com
operações de tesouraria passiva, ou seja, os elementos ativos de tesouraria não são
suficientes para fazer face às dívidas de curto prazo extraexploração.

É, assim, muito importante fazer uma análise conjunta dos três indicadores:

 Situação 1: FM > 0 ; NFM >0 ; TL> 0 : A empresa está em equilíbrio de curto-prazo,


exibindo uma margem de segurança suficiente para cobrir os NFM.

 Situação 2: FM > 0 ; NFM >0 ; TL< 0: As necessidades de financiamento são muito


elevadas e a margem de segurança insuficiente, o que leva ao desequilíbrio. A
empresa suporta grande parte das suas necessidades cíclicas de exploração com
operações de tesouraria, tendo insuficiência de recursos estáveis.

 Situação 3: FM < 0 ; NFM >O; TL< 0: É das situações mais graves, dado que o FM é
negativo, ou seja, a empresa não tem recursos estáveis capazes de financiar a
totalidade das aplicações fixas, e as necessidades cíclicas são financiadas por
operações de tesouraria.

 Situação 4: FM > 0 :NFM <0 :TL>O: A empresa está em equilíbrio, não existem
problemas de cumprimento de compromissos dado que o FM é positivo e, assim, o
ciclo de exploração não apresenta necessidades de financiamento.

 Situação 5: FM < 0 ; NFM <0 ; TL< 0: A empresa continuará em equilíbrio se se manterem


as condições de exploração. O único risco é se o FM negativo for compensado pela
existência de recursos cíclicos superiores às necessidades cíclicas.

 Situação 6: FM < 0 ; NFM <0 ; TL< 0: A empresa está em desequilibro financeiro com um
risco elevado, pois não existe de margem de segurança nem folga de tesouraria.

BALANÇO FUNCIONAL

A abordagem funcional tem como ponto de partida o balanço funcional. Este apresenta os
ativos, passivos e capitais próprios reclassificados e corrigidos, de acordo com os ciclos
de atividade fundamentais: ciclo de exploração, de investimentos e de operações
financeiras.

> Ciclo de Exploração: Conjunto de atividades que constituem o objeto de negócio da


organização (aprovisionar-transformar-vender). [NC;RC]
> Ciclo de Investimento: Atividades e decisões relacionadas com a aquisição e alienação
dos ativos de longo prazo (meios de produção e aplicação de capital). [AF]
> Ciclo de Operações Financeiras: Atividades relacionadas com a obtenção dos meios
financeiros necessários ao financiamento da atividade e ao investimento e gestão de
caixa e seus equivalentes. Este ciclo divide-se em dois:
 Ciclo de operações de capital (financiamento a longo prazo) [RE]
 Ciclo das operações de tesouraria (financiamento a curto prazo e gestão de
caixa e seus equivalentes). [EPT;EAT]

BALANÇO BALANÇO
Estrutura das Estrutura das ANC CP
aplicações de origens de AC PNC
fundos fundos PC

BALANÇO FUNCIONAL
AF RP
NC RAE
EAT RC
EPT

o Ativos Financeiros: Conjunto de aplicações de fundos em ativos que permanecem na


empresa no médio/longo prazo, quer servindo de meios de produção, quer como
aplicações de rendimentos (exemplos: máquinas, edifícios, patentes e/ou
investimentos financeiros)

o Necessidades Cíclicas: Ativos de curto prazo relacionados com o ciclo de exploração


(exemplos: inventários, dívidas de clientes e os adiantamentos a fornecedores). Este
conjunto de ativos tem uma caraterística importante: a renovação constante
assegurada pela dinâmica da atividade. Individualmente, são elementos a curto prazo,
mas a renovação faz com que o conjunto assuma caraterísticas de permanência.

o Elementos Ativos de Tesouraria: Ativos de curto prazo alheios ao ciclo de exploração


e, portanto, não renováveis (exemplos: valores em caixa, depósitos bancários, ativos
financeiros detidos para negociação e as dívidas a receber a curto prazo, não
renováveis).

o Recursos Estáveis: Financiamentos a longo prazo, sejam próprios (recursos próprios)


ou alheios (recursos alheios estáveis). O prazo de maturidade dos financiamentos
superior a um ano é o critério preponderante.

o Recursos Cíclicos: Montante de dívidas, relacionadas com o ciclo de exploração. Neste


caso, a renovação assegurada pelas operações e a respetiva sobreposição de
elementos a curto prazo implica a existência de um montante estável de financiamento
(exemplos: dívidas a fornecedores, adiantamentos de clientes, dívidas ao estado em
impostos retidos ou sobre o consumo, dívidas à Segurança Social). As dívidas em mora
devem ser consideradas alheias à exploração e, portanto, consideradas elementos
passivos de tesouraria.

o Elementos Passivos de Tesouraria: Financiamentos a curto prazo alheios ao ciclo de


exploração e, portanto, sem renovação assegurada pelo mesmo (exemplos:
financiamentos bancários a curto prazo).
RÁCIOS DE ATIVIDADE DE CURTO PRAZO

Um conjunto de indicadores simples que parametrizam a gestão do curto prazo podem ser
usados para perceber como tem sido gerida a atividade operacional da empresa. Estes
podem ser de rotação (velocidade de transformação de um dado elemento em meios
líquidos) ou de duração (tempo necessário à ocorrência de uma rotação do ativo).

> Duração média de inventários: Mede o tempo médio de permanência dos inventários
em armazém, em dias de consumo.

Inventarios
Dinv= ×360
Consumo

> Prazo médio de Recebimento: Mede a eficiência da política de crédito concedido, pois
indica o tempo médio que os clientes demoram a pagar as faturas emitidas, em dias de
venda.

Clientes
PMR= × 360
Vendas

> Prazo Médio de Pagamento: Mede o tempo que a empresa demora a liquidar as suas
dívidas, em dias de aquisições.

Fornecedores
PMP= × 360
Compras+ FSE

A liquidez está relacionada com a capacidade de um determinado ativo ser transformado


em meios líquidos. Um ativo é tanto mais líquido quanto mais rápido e com menos custos
ocorrer esta transformação, libertando meios para suprir compromissos.

> Liquidez Geral: Aprecia o equilíbrio entre recursos e obrigações de curto prazo,
avaliando a aptidão da empresa para fazer face aos seus compromissos num curto
espaço de tempo.

Ativo corrente
LG=
PassivoCorrente

A liquidez geral está diretamente relacionada com o fundo de maneio:

 LG >1 ⟺ FM >O , a empresa possui um conjunto de ativos correntes que, uma vez
transformados em meios monetários, permitem solver os seus compromissos de
curto prazo, existindo ainda uma margem que pode ser usada sempre que
necessário.
 LG <1 ⟺ FM <O , o valor monetário que os ativos geram não é suficiente para solver
todos os compromissos no curto prazo.
 LG=1 ⟺ FM =0, é regra de ouro do equilíbrio financeiro no curto prazo.

> Liquidez Real: Permite verificar se uma empresa tem capacidade para solver os seus
compromissos de curto prazo, através da transformação dos ativos correntes em meios
monetários. O ativo corrente é ajustado pelo valor dos inventários, que pertencem à
conta com menor grau de liquidez dentro do ciclo de exploração.
Ativo corrente−Inventarios
LR=
Passivo corrente

> Liquidez Imediata: Reflete apenas o valor imediatamente disponível para fazer face ao
passivo
corrente, pelo que representa o grau de cobertura dos passivos de curto prazo por meios
financeiros líquidos. Quanto maior a proximidade da LI com a LG maior a importância dos
AC mais líquidos, caixa e equivalentes de caixa, para a liquidez. À primeira vista, trata-se
de uma situação muito favorável dado que, à data do balanço, a maior parte das dívidas
que se vencem no próximo ano estão cobertas por reservas de caixa. No entanto, pode
revelar uma situação de excessiva prudência, mantendo ociosos na organização meios
financeiros que poderiam ter uma utilização alternativa mais interessante.

Meios Financeiros Liquidos


LI =
Passivo corrente

PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO

Este princípio implica o ajustamento entre o prazo de exigibilidade dos financiamentos e o


prazo de liquidez das aplicações, ou seja, deve-se financiar um capital de maturidade
compatível com a vida económica desse investimento. Deste, resulta uma nova condição
de equilíbrio:TL<O .

Recorrendo a este princípio, os capitais permanentes, tanto os próprios com os alheios,


devem ser suficientes para financiar as aplicações permanentes. Por outro lado, as NFM
temporárias devem ser financiadas por dívidas financeiras de curto prazo.
Assim sendo, a tesouraria liquida pode e deve assumir valores negativos. Se a TL<0 , os
EAT < EPT .
o que evidencia a tal divida de curto prazo.

EQUILÍBRIO FINANCEIRO DE MÉDIO E LONGO PRAZO

São utilizados rácios de estrutura de capital e de solvabilidade com o objetivo de


conhecer a combinação das diferentes origens de capitais a que a empresa recorre para
financiar os seus ativos e, também, avaliar a sua capacidade de solver os seus
compromissos de médio e longo prazo.

> Autonomia Financeira: Determina a independência da empresa face ao capital alheio e


representa a proporção do ativo total que é financiada com capital próprio. É essencial
encontrar um nível de endividamento adequado a cada empresa, de modo a maximizar
a rendibilidade, mas sem comprometer o equilíbrio estrutural a médio e longo prazo.
Quanto maior a autonomia, maior a independência.

CP
Autonomia Financeira=
A

> Solvabilidade: Determina o grau de cobertura do passivo por capital próprio, avaliando
a capacidade da empresa para fazer face aos seus compromissos de longo prazo, o que
acaba por refletir o risco que os credores correm. Quanto maior a solvabilidade, maior
a segurança que é garantida
CP
Racio da solvabilidade total= ;
P

> Cobertura dos ativos não correntes: Mede a capacidade de as origens de fundos
estáveis financiarem as aplicações de fundos a longo prazo. A empresa deverá adequar
o prazo de exigibilidade das dívidas ao prazo de liquidez das aplicações, para que as
últimas consigam cobrir o que há a pagar. Estamos em equilíbrio quando este rácio é
superior a 1, ou seja, existe uma margem de segurança para eventuais atrasos na
geração de liquidez dos ANC, estando a regra de ouro a ser cumprida. No entanto,
valores muito superiores à unidade podem ser exagerados, dado que a empresa
deixará de beneficiar, em termos de rendibilidade de capital próprio, do efeito de
alavanca financeira.

CP
Cobertura dos ativos nao correntes=
ANC

> Dívida Líquida de EBITDA: Mede a extensão, em anos, na qual existem resultados
disponíveis para suportar os encargos de financiamento.

DE
Dividaliquida de EBITDA=
EBITDA

ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO E ALTERNATIVAS AO ENDIVIDAMENTO

O decisor pode optar por diferentes estratégias no que respeita o equilíbrio financeiro que
dependerão dos objetivos globais da empresa, da aversão do decisor ao risco, etc.

ESTRATÉGIA ORTODOXA

Segundo a regra de ouro, os RE devem ser suficientes para financiar as aplicações


permanentes.

ℜ=AF + NFM Permanentes

ESTRATÉGIA DEFENSIVA

Esta estratégia consiste em ter tesourarias líquidas sempre positivas. Assim, a empresa
está munida de um nível de RE que permite acomodar as necessidades, não só no pico da
sua atividade, mas também no resto do ano. Esta estratégia terá como consequência
recursos ociosos dado que, à custa de menor rendibilidade, estar-se-á a exigir um enorme
financiamento.

ℜ> AF+ NFM Permanentes

ESTRATÉGIA AGRESSIVA

A estratégia agressiva privilegia o rendimento e, por isso, o financiamento de curto prazo


é privilegiado para que se aproveitem as oportunidades de mercado. A tesouraria líquida é
negativa, logo as necessidades de fundo maneio não estão acomodadas, o que pode levar
ao risco de refinanciamento, também consequência do baixo nível de RE. A empresa
estará permanentemente em desequilíbrio.

ℜ< AF+ NFM Permanentes

FINANCIAMENTO DO CRESCIMENTO

O crescimento é desejável, mas origina necessidades de financiamento muito


significativas, que poderão levar a empresa à falência. No entanto, com o não
crescimento, a empresa terá o mesmo desfecho.

Admitindo que o crescimento do volume de negócios implica um aumento proporcional do


ativo económico a médio e longo prazo, a estrutura de capitais se mantém constante, e
¿
que não existem aumentos de capital por parte dos sócios, g é, então, a taxa de
crescimento sustentável.

RL
(1− ¿ )
¿
g =ROE BOY ∗( 1−d % )= '
C P0 RL

¿
A taxa de crescimento sustentável ( g ) corresponde à taxa de crescimento possível,
recorrendo apenas à retenção de resultados e mantendo as atuais condições operacionais
(rendibilidade) e financeiras (endividamento).

O crescimento acima da taxa de crescimento sustentável vai exigir recursos financeiros,


que resultam de novas contribuições, ou do aumento do rácio de endividamento, a não ser
que se verifique uma maior rendibilidade. Pelo contrário, crescimento inferior ao
crescimento sustentável, contribui para a acumulação de recursos ociosos, favorecendo o
aumento da distribuição de resultados quando estamos perante a ausência de alternativas
de investimento lucrativas.

Que políticas adotar se a empresa quiser crescer mais do que a taxa de crescimento
sustentável permite?

> Temporariamente: Se a empresa, esporadicamente, quiser crescer mais do que a taxa


de crescimento sustentável, ela deverá utilizar financiamento temporário.
> Estruturalmente: Se a empresa quiser, sistematicamente, crescer a um nível superior
ao sustentável, ela terá de:
 Alterar a política financeira e o rendimento líquido a longo prazo;
 Fazer ajustamentos operacionais;
 Diminuir o montante de dividendos a distribuir, ou seja, a taxa de payout (d%);
 Focar em determinados setores e reduzir gastos para aumentar os resultados;
 Fundir com outras empresas.

E se a empresa quiser crescer menos que o sustentável?

> Temporariamente: A empresa irá acumular recursos, para que depois possa fazer um
grande investimento.
> Estruturalmente: A empresa acumula dinheiro e torna-se apetecível para os
investidores o que pode ser perigoso, visto que não saberemos se o que atrai os
investidores é o negócio ou o dinheiro.

análise da área económica


Preocupação - Rendibilidade: Corresponde à capacidade de remunerar adequadamente os
capitais utilizados. Esta revela-se um imperativo de longo prazo para assegurar a
renovação dos meios de produção, financiar o crescimento e manter a solvabilidade. Caso
a empresa não consiga gerar rendimentos para cobrir os gastos que incorre, terá de
encontrar fontes de financiamento fora da exploração o que, a longo prazo, pode tornar-se
incomportável.

RENDIBILIDADE

É comum ser utilizado o rácio da rendibilidade dos capitais empregues para esta análise,
ainda que a mesma possa ser abordada através da análise do contributo dos diferentes
resultados para a formação do resultado líquido.

EBITDA: Indicador do contributo potencial da exploração para a tesouraria da empresa, ou


seja, dos meios libertos brutos de exploração. Possui, no entanto, algumas limitações
dado que, à luz do SNC, embora calculado antes da consideração dos gastos e
depreciações, considera outros gastos e rendimentos que não traduzem embolsos ou
desembolsos potenciais ou que podem ser alheios à atividade potencial. A sua outra
limitação é que, por ser calculado na base do acréscimo, não representa tempestivamente
os fluxos de tesouraria. (Resultado antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações).

EBIT: Indicador do contributo da atividade principal para o resultado global. (Resultado


antes de juros e impostos)

PERSPETIVA ECONÓMICA

Nesta ótica, interessa avaliar a aptidão da organização para remunerar os capitais totais
aplicados, independentemente da sua origem.

Assim, calcula-se um indicador que confronta o resultado antes da função financeira, o


resultado operacional (RO), com uma grandeza que representa o investimento total (IT),
calculando um indicador da rendibilidade operacional do investimento (ROI).

Ro
ROI=
E+ D

Tão importante como analisar o indicador síntese ROl, é perceber as causas


determinantes da sua evolução.
Para isso, é normalmente sugerida uma decomposição simples:

Ro Ro Ro
ROI= = ×
I Vn I

Isto é, estamos a decompor o indicador do ROl numa multiplicação entre a margem de


lucro e a rotação do investimento. Uma dada rendibilidade do investimento consegue-se
alterando a capacidade da empresa de transformar vendas em resultados operacionais, ou
alterando a capacidade da empresa em obter rendimentos com o investimento total.

O investimento total pode ser definido de diferentes formas, e daí resultaram diferentes
indicadores:

 Hipótese 1
O ativo, ou seja, as aplicações da empresa, representam a totalidade do investimento e
estuda- se a rendibilidade operacional do
ativo, utilizando o indicador ROA.

RO
ROA=
A

(E = Próprios; D = Alheios)

 Hipótese 2 – Capital Investido

Como parte do ativo inclui aplicações permanentes financiadas pela exploração, agora,
subtrai-se ao montante de aplicações totais os recursos gerados automaticamente pela
exploração, definimos assim o indicador que estuda a rendibilidade dos capitais
investidos - ROCI.

RO
ROCI =
Capitais investidos

 Hipótese 3 – Ativo Economico

O indicador anterior é recalculado, subtraindo os elementos ativos de tesouraria aos


elementos passivos, pois se existem elementos passivos de tesouraria é porque a
empresa mantém ainda dividas por pagar, para as quais serão empenhados os elementos
ativos de tesouraria. Obtemos
assim um indicador que mostra a
rendibilidade do ativo económico.

RO
ROAE=
AE

Em suma, a rendibilidade económica de uma empresa é função do lucro, realizado por


cada unidade monetária vendida e o número de unidades vendidas por cada unidade
monetária investida. Assim, ela aumenta se a empresa:
> Vender mais, mantendo a margem de lucro;
> Vender mais, podendo a margem de lucro diminuir ainda que as vendas tenham de a
compensar;
> Vender o mesmo, com uma maior margem de lucro;Vender menos, a uma margem de
lucro superior e que seja, por isso, capaz de superar o decréscimo das vendas
PERSPETIVA FINANCEIRA

Nesta perspetiva, é assumida uma dada estrutura de financiamento e estuda-se a


rendibilidade dos capitais próprios. Para isso, utiliza-se o indicador da rendibilidade do
capital próprio (ROE), que mede o grau de remuneração dos sócios das empresas, ou seja,
o retorno do investimento proporcionado aos detentores do capital próprio.

RL RL I RL 1
ROE= = × = ×
E I E I E
I

A estrutura de financiamento adotada tem um papel determinante nesta questão.


Mantendo-se o resultado líquido, o peso do capital próprio no conjunto do financiamento
condiciona a rendibilidade dos capitais próprios observada.

Naturalmente, o aumento do peso do financiamento pode acarretar maiores encargos


financeiros, pelo que a condição de se manter tudo semelhante aplicada ao resultado
líquido é de difícil ocorrência nestas circunstâncias.

Por outro lado, para a formação do resultado líquido, para além dos encargos financeiros,
contribuíram outros efeitos que importa medir: resultados operacionais, resultados não
correntes e impostos.

Modelo multiplicativo (De Dupont)

Este modelo visa decompor um rácio noutros rácios, de forma a evidenciar os fenómenos
que explicam quais os contributos e qual a intensidade da contribuição de cada um.

Ro RL I
A rendibilidade dos capitais próprios pode também ser expressa por ROE= × ×
I Ro E

Então, este indicador é influenciado pela rendibilidade do investimento, pela estrutura


financeira e pelas diferença entre o resultado líquido e o resultado operacional, que são os
encargos financeiros, os impostos e o efeito não corrente.

ROE=
Ro
I
× (
ResC RAI
Ro
× ×
RL
ResC RAI
I
× = ×
E Vn I )
Ro Vn
×
Ro (
ResC I
× ×
E
RAI
× )(
RL
ResC RAI )( )
Ou seja,

¿ ROI × IAF × EfNC × EfFiscal

¿ Rendibilidade do investimento × Indice de Alavanca Fiscal × Ef . nao corrente × Ef . fiscal

O modelo multiplicativo é representado pela expressão anterior, de onde resulta que o


comportamento da rendibilidade dos capitais próprios tem na sua base fatores
operacionais, como a rendibilidade das vendas e a rotação do ativo, fatores financeiros,
como o índice de alavanca financeira, e efeitos fiscais.

RL
1. ROE
E
Ro
2. Margem
Vn
Vn
3. Rotação do Investimento
I
4. ROI 2 ×3
ResC
5. Peso EFL
Ro
I
6. Ef . Endividamento
E
7. IAF 5 ×6
RAI
8. Ef . NC
ResC
RL
9. Ef . Fiscal
RAI
10. Controlo 4 ×7 × 8× 9
Modelo Aditivo (Efeito Levier)

A identificação das condições em que a politica financeira à rendibilidade dos capitais


próprios pode também ser feita a partir de um modelo de analise desagregada de tipo
aditivo.

Recordando que RL=RAI−t × RAI =RAI (1−t ), tem-se que:

ResC RAI RAI


 RL=RAI × ( 1−t ) × =ResC × × (1−t )=( RO−EFL ) × (1−t)
ResC ResC ResC

EFL
Usando a definição de CmD=i= ,
D

RAI RL
 RL=(ROI × I −i × D)× ×
ResC RAI

 ROE=
RL
E [
= ROI + ( ROI−i ) ×
D
E
×
]RAI
×
RL
ResC RAI

Fica evidente que o aumento do peso do endividamento é favorável ao aumento da


rendabilidade dos capitais próprios, enquanto a rendibilidade do investimento exceder o
custo medio de divida. Nesta situação, o excesso de rendibilidade de investimento em
relação aos encargos com o endividamento contribuir para os capitais próprios,
permitindo uma rendibilidade destes superior à que aconteceria se apenas fossem
utilizados no financiamento do investimento.

Esta decomposição aditiva também evidencia as alternativas-base para aumentar a


rendibilidade dos capitais próprios: ou por aumento de ROI, atuando sobre a margem de
lucro ou rotação, ou por redução de i , isto é, reduzindo o custo dos financiamentos obtidos
para o financiamento, ou aumentando o endividamento enquanto ROI >i .

RL
1. ROE
E
Ro
2. Margem
Vn
Vn
3. Rotação do Investimento
I
4. ROI 2 ×3
EFL
5. CmD
D
D
6. Ef . Financeiro
E

7. I E
[( Vn I )
Ro Vn EFL D
× −
D] ×
E
RAI
8. Ef . NC
ResC
RL
9. Ef . Fiscal
RAI
10. Controlo (4+7)×8 × 9

ÍNDICE DE ALAVANCA FINANCEIRA

É importante perceber este índice, já que ele decorre da desagregação do rácio da


rendibilidade dos capitais próprios e, por isso, podemos analisar a contribuição do
endividamento por aumento do índice de alavanca financeira.

O IAF é a diferença entre a rendibilidade operacional do ativo e o custo da remuneração


da divida de capitais alheios. Este índice permite, assim, avaliar a capacidade de
valorização do capital próprio, através do recurso à divida.

> Se ROI >CmD , o recurso ao endividamento permite aumentar a rendibilidade do capital


próprio, pois o custo de capital alheio é superado pela rendibilidade do ativo. Assim, o
efeito de alavanca é positivo.

> Se ROI <CmD , o recurso ao endividamento diminui a rendibilidade do capital próprio,


pois o custo do capital alheio é superior à rendibilidade do ativo. Assim, o efeito de
alavanca é negativo.

> Se ROI=CmD , estamos perante uma situação de indiferença, pois o custo do capital
alheio e a rendibilidade do ativo se igualam. Assim, o efeito de alavanca é nulo.

CRIAÇÃO DE VALOR

Existe criação de valor económico quando a remuneração conseguida com uma aplicação
excede o custo de oportunidade do capital aplicado, ou seja, o que o investidor deixou de
ganhar na melhor aplicação alternativa, para o mesmo nível de risco. Isto é, se o resultado
líquido do período tiver sido suficiente para remunerar os proprietários à taxa que os
mesmos pretendem e, ainda, gerar um excedente.

Esta é uma análise complementar à da rendibilidade e coloca em confronto qual o nível de


output (VAB) para o nível de inputs (trabalho e máquinas) empregues.

> Resultado Residual - Resultado global da empresa depois de imputado o custo


referente à utilização de capitais próprios, que não é considerado na DR.

Se pretendemos aumentar o Resultado Residual podemos:


 Aumentar o EBIT, mexendo na margem de lucro ou rotação, e fazer aumentar a
rendibilidade;
 Reduzir o financiamento;
 Reduzir o custo médio, reduzindo o risco operacional da empresa.

análise do risco

A análise do risco é muito importante para a gestão e para a determinação do valor


criado, avaliando o impacto da estrutura de gastos na volatilidade do resultado líquido.
Existem três fontes de risco, sendo estas o risco de negócio (1), o risco financeiro (2) e o
risco não corrente (3).

RISCO DE NEGÓCIO

O risco de negócio é afetado por fatores como a volatilidade da procura, a variabilidade


dos custos dos fatores de produção e capacidade da empresa para compensar as
variações do custo, com semelhante variação nos preços de venda, e a estrutura dos
gastos operacionais.

Está associado à gestão da exploração da empresa, sem considerar o endividamento


Pode ser entendido como a incerteza relativamente à projeção do resultado operacional,
sendo influenciado por duas dimensões do risco: risco económico e risco operacional.

RISCO ECONÓMICO

O risco económico traduz a probabilidade de o resultado operacional variar, ou seja, a


probabilidade de os rendimentos operacionais não serem suficientes para cobrir os gastos
operacionais. Este risco pode resultar da instabilidade da procura, dos preços, do custo
dos fatores de produção, que influenciam as vendas e rendimentos da empresa, e do peso
dos gastos fixos operacionais, sendo que quanto maior o peso, maior o risco.

Para que a empresa consiga reduzir o risco de negócio, através da redução do risco
económico, pode utilizar o marketing, desenvolvendo campanhas para atenuar os efeitos
da instabilidade da procura e utilizar o poder negocial com clientes e fornecedores
procurando melhorar a questão dos preços e fatores de produção.

Ponto crítico das vendas

Este indicador representa o valor das vendas para o qual o a empresa exibe um
CF
resultado operacional nulo. Assim, a quantidade crítica será Q= .
Punitario−CVunitario
GOF
PCV =
Mcontribuicao
¿
∏¿
Quanto maior o PCV, maior será o risco económico, uma vez que a empresa terá de vender
mais para garantir a cobertura dos gastos operacionais.

Margem de segurança operacional

A margem de segurança indica a queda percentual no nível de produção que conduz ao


limiar do ponto crítico.

Vendas−PCV GOF 1
MSO= =1− =
Vendas Mcontribuicao GAO

RISCO OPERACIONAL

Este resulta da existência de uma estrutura produtiva que acarreta custos operacionais
fixos. É um indicador que procura medir a variabilidade do resultado operacional as
variações ocorridas nas vendas.

Mcontribuicao
GAO=
RO

Se o GAO for zero, o risco económico é nulo, pois qualquer variação das vendas não altera
o resultado operacional. Quanto maior o valor do GAO, maior o risco económico pois o
resultado operacional é mais sensível a variações do nível de vendas.

A empresa deve diminuir os custos fixos e reduzir o peso dos encargos operacionais fixos
para aumentar a sua flexibilidade, se quiser diminuir o risco de negócio através da
redução do risco operacional.

Se houver uma previsão de aumento de atividade, não se deve alienar ativos fixos pois,
mais tarde, seria preciso dotar a empresa de uma estrutura operacional mais adequada.
Por outro lado, se a previsão for de uma redução da atividade, deve-se diminuir o peso dos
encargos operacionais.

RISCO FINANCEIRO

O risco financeiro estuda a variabilidade do resultado líquido, resultante do impacto dos


encargos financeiros, analisando o peso da estrutura de capitais alheios na estrutura de
capital da empresa. Quanto maior o peso dos capitais alheios, maior será o risco
financeiro.

O grau de alavanca financeira (GAF) é um indicador que mede a sensibilidade dos


resultados líquidos do período face a variações do resultado operacional.

Ro
GAF=
ResC

Quanto maior o impacto das alterações do resultado operacional no resultado líquido do


período, maior o risco financeiro da empresa. Da mesma forma, se o GAF for igual a 4 e se
o RO sofrer uma variação de 1%, o ResC variará 4%.
RISCO GLOBAL

A conjugação da análise do risco operacional e o risco financeiro permite fazer uma


avaliação do risco global da empresa.

Mcontribuicao RO
GAC= × =GAO ×GAF
RO ResC

O grau de alavanca combinada é um indicador do risco global da empresa que procura


medir o efeito combinado do risco operacional e financeiro. Assim, ele mede a
sensibilidade do RLC às variações da atividade. Quanto maior o impacto das variações da
atividade no resultado líquido corrente, maior o risco global da empresa.

RISCO DE CRÉDITO

É o risco que uma das partes não cumpra com o contrato de empréstimo. Existem duas
técnicas para a análise do risco de crédito:

> O scoring é uma técnica mecânica de pontuação de risco, baseada em dados


históricos de natureza quantitativa. Tem aplicação sobretudo em situações de crédito
padronizadas em que a uniformidade de avaliação é fundamental. E um elemento
informativo.

> O rating é uma avaliação da capacidade do devedor em cumprir tempestivamente com


o serviço de dívida futuro, baseada na perceção que o analista tem sobre a evolução da
empresa. É um elemento qualitativo de avaliação subjetiva, em que o conhecimento da
empresa e dos stakeholders é fundamental.

análise de projetos de investimentos

CONCEITOS BASE

O investimento é a aplicação de recursos financeiros no presente, tendo em vista a


obtenção de benefícios no futuro que recuperem o investimento feito e remunerem
adequadamente os capitais adequados. Importa averiguar em que medida o desembolso
presente é compensado pelos benefícios que se espera vir a obter no futuro. Há que
considerar dois elementos importantes:

> Tempo - O dinheiro tem valor no tempo e, por isso, procede-se à homogeneização
temporal dos cash flows ( VA 0 =¿)

> Risco - Está presente na taxa (k) que usamos na homogeneização. Esta taxa
simboliza o custo do capital, ou seja, a rendibilidade mínima exigida pelos detentores do
capital.

Quando o valor nominal do somatório dos benefícios futuros excede o montante investido,
o investimento está recuperado (em valor nominal). A capacidade do projeto de remunerar
adequadamente o investimento depende do facto de o mesmo conseguir libertar cash-
flows e assegurar a remuneração mínima exigida pelos promotores.
Plano de negócios: É um documento que descreve o negócio, justifica os objetivos a
atingir e especifica como os mesmos serão alcançados. Ele inclui três planos:

> Plano de investimento - Descreve e quantifica os AF e FM a adquirir;


> Plano de exploração - Quantifica os rendimentos previstos e os gastos que é
necessário incorrer para os obter;
> Plano de financiamento - Identificar quantas e quais as fontes de financiamento a
recorrer e qual o seu custo.

TIPOS DE PROJETOS

> Integrados - Acontecem dentro de uma empresa já existente. Podem ser divididos
quanto ao seu objetivo:
 Extensão - Aqueles que aumentam a capacidade produtiva da empresa;
 Substituição - Existe uma manutenção da capacidade produtiva, apenas se
substituem os processos;
 Inovação - Para outras áreas do negócio;

> De raiz - Projetos totalmente novos;


> Independentes - Aqueles em que a sua concretização não afeta a de outros;
> Dependentes:
 Mutuamente exclusivos - A concretização de um impede a concretização do
outro;
 Complementares - A concretização de um obriga a concretização do outro.

AVALIAÇÃO DE PROJETOS

Para calcular os cash flows do projeto temos de respeitar três princípios-base:

> São calculados na ótica do projeto;


> Incluem-se na ótica da tesouraria, pois são fluxos de caixa (dinheiro que entra e dinheiro que sai) e
não são lucros (excedente financeiro que o projeto liberta);
> Segundo a ótica incremental, apenas os cash flows resultantes da decisão de investir são relevantes
para a avaliação de viabilidade do projeto. Assim, devem ser ignorados os gastos prévios à decisão
de investir, e devem ser considerados custos de oportunidade.

Fase de Exploração 0 (CF0) fase de exploração (CF1) 2 (BF2)

|_ Referencial de Avaliação

A. Investimento em AF - Inclui todas as despesas em AF necessárias ao arranque do projeto (se


ocorrerem em N >1 serão despesas complementares);
B. Investimento em NFM - Aplicações permanentes em AC que não se encontramfinanciadas com PC (
InvNFM =NFMn−NFMn−1);
C. EBIT (1−t) - Como estamos no domínio da exploração, interessa-nos o resultado após impostos;
D. Depreciações e Amortizações - Por serem consideradas no cálculo do EBIT, somamos agora para as
anular, dado que não são despesas em dinheiro;
E. Valor Terminal - Mostra qual o valor do projeto no seu último ano de vida. Pode ser obtido de duas
formas:

> Valor em continuidade - Qual seria o valor do projeto se ele continuasse para o resto da vida?
> Valor de liquidação - Qual seria o valor do projeto se este fosse encerrado?

PRIMEIRO CRITÉRIO: PAYBACK OU PERÍODO DE RECUPERAÇÃO

Este representa o tempo necessário para recuperar o investimento inicial em valor nominal. Quanto
menor o payback, maior o montante líquido libertado para aplicar noutros projetos.

∑ CF n=0
Isto é, somar os cash flows até que o valor do cash flow acumulado seja igual a zero.

Payback sem atualização: Mede o tempo que demora a recuperar o investimento inicial, funciona como
um indicador da liquidez do projeto e auxilia a tomada de decisão. Este tem algumas limitações, tais
como:
 Ignora o valor do dinheiro no tempo;
 Ignora os cash flows após o período de recuperação;
 Funciona como um critério de liquidez do projeto e não como um critério de avaliação do projeto

SEGUNDO CRITÉRIO: VALOR ATUALIZADO LÍQUIDO

Mede a riqueza criada pelo projeto. Em termos financeiros, um projeto gera riqueza
quando a soma dos cash-flows atualizados para o montante inicial é positiva.

K corresponde ao que os investidores deixam de ganhar na melhor aplicação alternativa,


ou seja, é um custo de oportunidade. Depende do risco do projeto que, por sua vez,
depende do risco de negócio, resultante da estrutura de custos fixos, e do risco
financeiro, resultante da estrutura financeira com encargos financeiros líquidos.

Apesar de ser vantajoso, uma vez que considera a totalidade dos CF e o seu valor no
tempo, valor este correspondente à taxa de risco dos investidores, é bastante exigente
em termos de informação utilizada e custo dos capitais.

Se VAL> 0, a empresa recupera o investimento inicial, remunera os investidores às taxas


mínimas exigidas e gera um excedente financeiro no valor do VAL.

CF n
VAL ( @ K )=∑ n
(1+ K )

TERCEIRO CRITÉRIO: CÁLCULO DA TAXA INTERNA DE RENDIBILIDADE

É a rendibilidade do projeto no pressuposto em que os CF intermédios do projeto


encontram oportunidades de reinvestimento à taxa TIR a calcular, ou seja, representa a
taxa máxima de remuneração proporcionada pelo projeto.
Esta taxa apresenta algumas vantagens, uma vez que depende apenas das caraterísticas
do projeto e é facilmente comunicável precisamente por ser uma taxa, ao contrário de
valores absolutos. No entanto, uma das desvantagens seria o facto de não servir para
avaliar projetos mutuamente exclusivos ou o facto de, no uso desta taxa, ser necessário o
conhecimento de diversas informações.

CF
Seja V = ∑ (1+TIR)
n
n e i=TIR ,

> 1° Encontrar dois pares de valores tais que:


 I 1 corresponda v 1> 0
 I 2 corresponda v 2< 0

> 2° A TIR aproximada estará entre i 1e i 2, dado que VTIR=0

i 1−(i 2−i 1)×(0−v 1)


TIRaprox=
(v 2−v 1)
Escolha das taxas (i):

 I 1 deve ser a maior taxa que proporciona VAL> 0


 I 2 de ser a menor taxa que proporciona VAL< 0

Nota: Se TIR for maior que a rendibilidade mínima exigida pelos promotores, o projeto
deve ser implementado, visto que proporciona um retomo maior do que a melhor aplicação
alterativa à disposição dos seus promotores.

QUARTO CRITÉRIO: ÍNDICE DE RENDIBILIDADE

Permite perceber o valor dos cash flows libertados no futuro, gerados pelos projetos, por
cada unidade monetária investida.

CF
∑ (1+ K)n n
IR=
|CF 0|

ALTERAÇÃO DO PLANO DE FINANCIAMENTO

Deixamos de financiar o projeto exclusivamente com capitais próprios e passamos a


recorrer também a capitais alheios, tendo também lucro financeiro.

E D
WACC =We × Ke+Wd × Kd ×(1−t)= Ke+ Kd ×(1−t )
E+ D E+ D
¿ CMC ×(1−t)

Sendo, Ke=¿ Custo dos capitais próprios; Kd = Custo do endividamento

FCF n
VAL ( @WACC )=∑ n
(1+WACC )
Cash Flow Global (CFG) - Apura os CF depois de consideradas as poupanças fiscais que os
EFL proporcionam (apura-se o RL e soma-se a totalidade dos EFL); posteriormente,
atualizam-se a um CMP do capital antes de impostos (CMC).

CFG N =−Inv AF N −Inv NFM N + RL N + EF N + DA N +VT N

CFG N
VAL ( @CMC )=∑ n
(1+ CMC)

AVALIAÇÃO DO RISCO GLOBAL

ANÁLISE DE CENÁRIOS

Constroem-se vários cenários futuros diferentes da nossa avaliação inicial. Cria-se um


cenário pessimista, ou seja, tentamos perceber o comportamento do nosso projeto se
tudo corresse bem, ou se tudo corresse mal. Entre estes dois cenários estará o mais
provável, e para cada um deles constrói-se um VAL: VAL normal, VAL otimista e VAL
pessimista

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Cálculo de diferentes valores de determinadas variáveis críticas, mantendo tudo o resto


constante, o que irá permitir a construção de um gráfico

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