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Contabilidade financeira
Sumário
CAPÍTULO 4 – Análise das Demonstrações Contábeis.........................................................05
Introdução.....................................................................................................................05
Síntese...........................................................................................................................24
Referências Bibliográficas.................................................................................................25
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Capítulo 4 Análise das
Demonstrações Contábeis
Introdução
Como você pode saber se uma empresa merece crédito? Como verificar as tendências de uma
empresa em termos de sua evolução patrimonial?
A análise das demonstrações contábeis é a arte de transformar os dados obtidos das demonstra-
ções em informações úteis para a tomada de decisões. Além de conhecer as técnicas contábeis,
é preciso entender sobre o negócio da empresa, seu ramo de atividade, o ambiente econômico
em que está inserida e qual é o objetivo da análise que está sendo feita.
Se o objetivo da análise for a concessão de crédito, o analista deve focar na liquidez e no endi-
vidamento da empresa, mas não desprezando também sua rentabilidade, pois uma empresa que
não consegue aplicar seus recursos eficientemente talvez não seja merecedora de crédito.
Mediante a análise das demonstrações contábeis, é possível fazer comparações de seus números
ao longo do tempo, utilizando as demonstrações anteriores e traçando algumas tendências bas-
tante objetivas sobre seu desempenho futuro.
Um primeiro cuidado que o analista deve ter é verificar se as demonstrações contábeis estão as-
sinadas por um profissional de contabilidade, se foram auditadas por uma empresa de auditoria
independente, fazendo uma leitura de seu parecer. No parecer, deve constar que as demonstra-
ções contábeis refletem a situação econômica e financeira da empresa na data de encerramento
e que sua elaboração seguiu os princípios contábeis.
Você começará estudando a técnica de análise vertical e horizontal, em que os números de cada
item serão transformados em percentuais, realçando, assim, sua importância relativa dentro da
estrutura patrimonial. Na análise horizontal, esses percentuais indicarão a evolução de cada item
ao longo do tempo.
A seção seguinte tratará dos quocientes de liquidez, que significa a capacidade da empresa de
transformar seus ativos em dinheiro e pagar suas dívidas.
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Contabilidade financeira
A seção final será dedicada aos quocientes de rentabilidade, por meio dos quais se podem ex-
trair informações sobre a viabilidade do negócio, que são úteis para vários tipos de usuários da
contabilidade.
Esta introdução foi apresentada à análise das demonstrações contábeis em temas separados,
para efeitos didáticos; no entanto, qualquer boa análise deve ser feita de forma holística, ou seja,
utilizando-se de todas as técnicas juntamente com o contexto econômico e empresarial.
• Credores – Qualquer pessoa que tenha emprestado recursos para uma empresa está
interessada em receber o pagamento da dívida e, assim, vai se concentrar em várias
análises do fluxo de caixa.
Existem dois métodos principais para a análise de demonstrações contábeis. O primeiro méto-
do é o uso de análise horizontal e vertical. Análise horizontal é a comparação de informações
contábeis da empresa em vários períodos, enquanto a análise vertical é a análise percentual de
um demonstrativo, em que cada item de linha em uma demonstração contábil é listado como
uma porcentagem de outro item. Normalmente, isso significa que, para cada linha em uma de-
monstração do resultado, é calculada uma percentagem das vendas brutas, enquanto que, para
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Contabilidade financeira
Valores em R$ Percentual
As informações fornecidas por esse formato de demonstração do resultado são úteis não só para
detectar picos de despesas, mas também para determinar quais despesas são tão pequenas que
não necessitam de muita atenção da administração.
As informações fornecidas nesse formato de balanço são úteis para notar mudanças no investi-
mento de uma empresa no capital de giro e ativo imobilizado ao longo do tempo, o que pode
indicar um modelo de negócios alterado que requer uma quantidade diferente de financiamento.
Um problema comum com a análise horizontal é que as demonstrações contábeis podem ter
mudado ao longo do tempo, devido a mudanças no plano de contas, de modo que as receitas,
as despesas, os ativos ou os passivos podem alternar entre contas diferentes e, portanto, causam
variações quando se comparam os saldos das contas de um período para o outro.
Ao realizar uma análise horizontal, é prudente conduzir uma análise de todas as demonstrações
contábeis ao mesmo tempo, para que você possa ver o impacto completo dos resultados opera-
cionais, da condição financeira da empresa ao longo do período em análise. Nos dois exemplos
apresentados nos itens seguintes, a análise dos resultados mostra uma sociedade com um ex-
celente segundo ano, mas a análise do balanço patrimonial relacionado mostra que está tendo
problemas com o crescimento do endividamento.
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Contabilidade financeira
2011 2012 %
A análise horizontal pode ser mal utilizada relatando resultados enviesados, o que pode aconte-
cer quando o analista modifica o número de períodos usados para comparação com o objetivo
de fazer os resultados aparecerem extraordinariamente bons ou ruins. Por exemplo, os lucros do
período corrente podem parecer excelentes quando apenas comparados aos do mês anterior,
mas são realmente muito pobres quando comparados aos resultados para o mesmo mês no ano
anterior. O uso consistente de períodos de comparação pode atenuar esse problema.
Esta pequena introdução à análise das demonstrações contábeis pretende dar uma ideia a você,
estudante de contabilidade, da utilidade prática das informações que são produzidas pela con-
tabilidade a seus usuários.
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Contabilidade financeira
Existem várias categorias de índices, cada uma projetada para examinar um aspecto diferente
do desempenho de uma empresa. Esta seção abordará os quocientes de liquidez corrente, que
medem a capacidade de uma empresa permanecer no negócio. A seguir, veja quais são os gru-
pos de quocientes.
• Quociente de liquidez seca – A mesma que a relação da liquidez corrente, mas excluindo
os estoques.
Para calcular o quociente, ou índice de liquidez corrente, divida o total de bens e direitos de curto
prazo pelo total de todas as obrigações de curto prazo. A fórmula é:
Ativos circulantes
Passivos circulantes
Por exemplo, um fornecedor quer saber sobre a condição financeira da Lavanderia Lava Bem. O
fornecedor calcula o quociente de liquidez corrente para os últimos três anos, conforme Tabela 5:
O aumento repentino no ativo circulante ao longo dos últimos dois anos indica que a Lavanderia
Lava Bem sofreu uma rápida expansão de suas operações, seus ativos circulantes quase tripli-
caram, mas, por outro lado, seus passivos circulantes mais do que quadruplicaram em relação
ao ano 1, o que pode indicar uma capacidade rápida de deterioração de sua capacidade de
pagamento, pois a expansão de suas dívidas foi bem superior à expansão de suas operações.
Com base nessa informação, o fornecedor pode optar por restringir a concessão de crédito para
a Lavanderia Lava Bem.
Como o quociente é ativo circulante dividido pelo passivo circulante, a relação implica que o
ativo circulante é mais que suficiente para liquidar todo o passivo circulante. A relação do ano 1
de R$ 2 de ativo circulante para R$ 1 de dívida é preferível à proporção mais baixa, indicando
uma redução da capacidade para pagar em tempo hábil.
Entretanto, quando se trata de componentes de estoque, esse quociente pode produzir resultados
enganosos, ou seja, quando o ativo circulante possui uma grande proporção de estoques, pode-
-se ter um problema, se for considerado que a empresa pode ter dificuldade para vender esses
estoques. A situação fica ainda pior se a gestão utilizar técnicas contábeis agressivas para aplicar
uma quantidade grande de despesas gerais para o estoque.
Para calcular o quociente de liquidez seca, caixa e equivalentes de caixa são somados às contas
a receber e divididos pelo passivo circulante. Não devem ser incluídos no numerador quaisquer
recebíveis que sejam de recebimento duvidoso. A fórmula é:
Passivo circulante
Apesar da ausência do estoque no cálculo, o quociente de liquidez seca ainda não pode render
uma boa visão da liquidez se os passivos circulantes tiverem prazos muito mais curtos que as
contas a receber.
Esse quociente é mais útil na indústria, no varejo e nos canais de distribuição onde os estoques
podem compreender uma grande parte do ativo circulante. É particularmente útil para um po-
tencial credor que quer analisar se o requerente de crédito será capaz de pagar em tempo hábil.
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Contabilidade financeira
Por exemplo, uma empresa de produtos químicos parece ter um bom quociente de liquidez cor-
rente de 4:1. Veja na Tabela 6:
Conta Quantidade
Caixa R$ 100,000
Títulos e valores mobiliários R$ 50.000
Contas a receber R$ 420.000
Estoques R$ 3.430.000
Passivo circulante R$ 1.000.000
Quociente de liquides corrente 4000/1000 = 4:1
Quociente de liquidez seca 570/1000 = 0,57: 1
Esses componentes revelam que quase todo o valor dos ativos circulantes da empresa está nos
estoques, o que torna questionável a liquidez de curto prazo. Esse problema só é mais visível
quando o quociente de liquidez corrente é substituído pelo de liquidez seca.
Pelo quociente de liquidez corrente, a empresa teria quatro reais para cada real de dívida (R$ 4
: R$ 1), porém, subtraindo os estoques do ativo circulante, chega-se a um quociente de liquidez
seca de apenas cinquenta e sete centavos de real para cada real de dívida (R$ 0,57 : R$ 1).
• some os dois primeiros itens e divida pela somatória do contas a receber e estoques.
A fórmula é:
Recebíveis + Estoques
R$ 400.000 + R$ 650,000
Isso significa que a empresa tem longo período para converter vários ativos circulantes em di-
nheiro, o que pode afetar sua capacidade de pagar as contas no curto prazo, dependendo do
prazo de pagamento de suas dívidas.
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Contabilidade financeira
Muitas das empresas mais bem-sucedidas do mundo baseiam sua estrutura de capital em uma
conta simples: o custo de capital. Se você conseguir dinheiro emprestado a 7% ao ano, por 30
anos, com inflação de 3% ao ano e reinvesti-lo em operações da empresa a 15% ao ano, seria
sensato considerar, pelo menos, 40% a 50% de capital de terceiros em sua estrutura de capital.
A dívida em relação ao patrimônio líquido mede o grau de risco da estrutura financeira de uma
empresa. A relação revela as proporções entre dívida e capital próprio que uma empresa empre-
ga em seu financiamento. Ela é acompanhada de perto pelos credores, pois pode fornecer aviso
antecipado de que uma organização está tão oprimida por uma dívida que não é capaz de cum-
prir com o pagamento de suas obrigações. Essa é também uma questão de financiamento, por
exemplo, os proprietários de uma empresa não podem querer aumentar o capital da empresa,
assim, assumem mais dívidas para resolver a falta de liquidez. Uma organização também pode
usar dívida para comprar suas ações de volta, aumentando, assim, o retorno sobre o investimen-
to para os demais acionistas.
Seja qual for a razão para o uso de dívida, o resultado pode ser catastrófico se os fluxos de
caixa das empresas não forem suficientes para fazer os pagamentos da dívida em curso. Esta é
uma preocupação para os credores, cujos empréstimos podem não ser pagos. Os fornecedores
também estão preocupados com a relação, pela mesma razão. Um credor pode proteger os seus
interesses por meio da imposição de garantias ou cláusulas restritivas; fornecedores costumam
oferecer crédito com condições menos restritivas e, assim, podem sofrer mais se uma empresa
não for capaz de cumprir as suas obrigações.
A partir do que estudou até aqui, você saberia como calcular a estrutura de capital? Veja no item
a seguir.
Patrimônio líquido
Veja um exemplo no caso prático a seguir: a Cia. Universal acumulou uma quantidade significa-
tiva de dívida, adquirindo diversos concorrentes. Algumas cláusulas restritivas da Cia. Universal
estipulam que não pode ir além de uma relação de dívida com um patrimônio líquido de 2:1. O
planejamento de sua mais recente aquisição vai custar R$ 10 milhões. O nível atual de capital
próprio da Cia. Universal é de R$ 50 milhões, e seu atual nível de dívida é de R$ 91 milhões. Com
essa informação, a proposta de aquisição vai resultar nos seguintes índices de endividamento:
A relação ultrapassa o limite existente, de modo que a Cia. Universal não pode usar essa forma
de financiamento para concluir a aquisição proposta.
Outra questão é que a dívida por si só não indica a iminência de reembolso, pode acontecer em
um futuro próximo ou em um prazo tão longo que não mereça consideração. Neste último caso,
um alto índice de endividamento pode ser uma preocupação menor.
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A cobertura de juros é o equivalente a uma pessoa tomar a despesa de juros combinada de to-
das as suas dívidas: cartões de crédito, financiamento de automóveis e empréstimos pessoais, e
calcular o número de vezes que pode pagá-lo com sua renda antes do Imposto de Renda.
Para calcular o índice de cobertura de juros, deve-se dividir Lajir (lucro antes de juros e Imposto
de Renda) pelo total da despesa de juros. Veja a seguir:
Despesa de juros
Uma situação em que o quociente de cobertura de juros pode deteriorar-se de repente é quando
as taxas de juros sobem rapidamente, e uma empresa tem dívidas vencendo com taxa pré-fixada
de baixo custo, tendo que refinanciar com taxas de juros maiores. Com as despesas adicionais
com juros, o quociente de cobertura vai diminuir, mesmo que nada mais tenha mudado no ne-
gócio.
Outra situação comum é quando uma empresa tem um alto grau de alavancagem operacional.
Isso não se refere à dívida em si, mas, sim, ao nível de despesas fixas em relação ao total de
vendas. Se uma empresa tem alta alavancagem operacional e suas vendas caem, pode ter um
efeito dramaticamente desproporcional sobre o seu lucro líquido, o que resultaria em uma súbi-
ta, e igualmente dramática, diminuição do quociente de cobertura de juros, que deve dar uma
sinalização negativa para qualquer investidor conservador.
A rentabilidade é uma métrica associada à aplicação de recursos na empresa, sejam eles pró-
prios ou de terceiros.
A margem bruta pode ser medida de duas maneiras: a primeira é combinando os custos de ma-
terial direto, mão de obra direta, subtraindo das vendas, e dividindo o resultado por vendas. Esta
é a abordagem mais abrangente. A fórmula é:
Vendas
“Infelizmente a contabilidade não distingue entre custo fixo e custo variável quando está elabo-
rando a demonstração do resultado. Mas normalmente é seguro admitir que a maior parte das
despesas do curso das mercadorias vendidas é variável e que a maior parte dos custos operacio-
nais é fixa.” (HIGGINS, 2014, p. 41).
VOCÊ O CONHECE?
Robert Higgins é professor Emérito das Finanças Marguerite Reimers Endowed Faculty
Fellow. Especializou-se na área da educação pelas universidades de Stanford e Har-
vard. Tem expertise acadêmica em gerenciamento de riscos e, atualmente, dedica-se
à pesquisa Exposição cambial corporativa. Atua, ainda, como consultor financeiro no
Seafirst Bank, Wells Fargo Bank e Bank of America, entre outras empresas.
Veja um exemplo do quociente de lucro bruto no caso prático a seguir: a Engrena S.A., uma
fábrica de engrenagens, apresenta um lucro bruto de R$ 451.800 e vendas de R$ 1.328.200.
A sua margem bruta será de 34%, o que significa que a empresa tem R$ 0,34 de cada real de
vendas para cobrir as despesas operacionais e aumentar o lucro líquido antes dos impostos.
A margem de lucro varia de acordo com o ramo de atividade da empresa. Geralmente, as em-
presas que agregam mais valor ao produto devem apresentar margens maiores; já as empresas
comerciais, que simplesmente compram e vendem mercadorias, apresentam margens menores.
O lucro líquido não é um indicador de fluxo de caixa, pois incorpora uma série de despesas que
não importam em saída de caixa, tais como amortização e depreciação.
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Contabilidade financeira
A fórmula para a relação entre o lucro líquido é a divisão do lucro líquido pelas vendas líquidas,
multiplicada por 100. A fórmula é:
Vendas líquidas
Veja um exemplo da margem de lucro líquido no caso prático a seguir: a Cia. Telha Leste tem R$
1.000.000 de vendas em seu mês mais recente, bem como devoluções de vendas de R$ 40.000,
um custo de produtos vendidos de R$ 550.000, e as despesas administrativas de R$ 360,000. A
alíquota de Imposto de Renda é de 35%. O cálculo da sua margem de lucro líquido é:
R$ 960.000
Outro problema com a margem de lucro líquido é que uma empresa pode intencionalmente
mantê-la baixa, de acordo com uma estratégia de preços baixos que visa a conquistar participa-
ção de mercado em troca de baixa rentabilidade. Nesses casos, pode ser um erro supor que uma
empresa está indo mal, quando, na verdade, ela pode possuir a maior parte do mercado devido
às suas margens baixas. Por outro lado, a estratégia inversa pode resultar em uma proporção
de resultado líquido muito elevado, mas à custa da captura de apenas um pequeno nicho de
mercado.
Outra estratégia que pode aumentar a margem de lucro líquido artificialmente é quando os pro-
prietários de uma empresa querem minimizar os impostos e, assim, acelerar o reconhecimento
do lucro tributável no período em análise. Essa abordagem é mais comum encontrar em uma
empresa de capital fechado, em que não há necessidade de impressionar os investidores externos
com os resultados das operações.
Para calcular o retorno sobre o patrimônio líquido, basta dividir o lucro líquido pelo valor total
do patrimônio líquido. A fórmula é:
Lucro líquido
Patrimônio líquido
O numerador pode ser modificado para incluir apenas o resultado das operações, o que produz
uma imagem melhor do valor gerado pela capacidade operacional de uma empresa, deixando
de lado os encargos de financiamento.
O uso de dívida para comprar ações da própria empresa e, assim, aumentar o retorno sobre
o patrimônio líquido, pode não gerar os resultados esperados. A nova dívida traz consigo uma
nova despesa fixa na forma de pagamentos de juros. Se as vendas caírem, esse custo adicional
de dívida pode provocar um forte declínio nos lucros que, por sua vez, pode resultar em prejuízo.
Quando uma empresa se alavanca muito com o objetivo de aumentar o retorno dos acionistas,
pode encontrar dificuldades financeiras significativas.
Veja um exemplo de retorno sobre o patrimônio líquido no caso prático a seguir: o presidente
da Cia. Barbará estabeleceu um plano de bônus que é desencadeado por um aumento no re-
torno sobre o patrimônio líquido. A Cia. Barbará tem um patrimônio líquido de R$ 2.000.000;
o presidente planeja recomprar ações no valor de R$ 600.000 fazendo um empréstimo que tem
uma taxa de juros de 6% após os impostos. Veja, na Tabela 7, os resultados antes e depois da
recompra de ações:
O modelo indica que essa estratégia vai funcionar. As despesas serão aumentadas com as despe-
sas de juros, mas o patrimônio líquido terá um forte declínio, aumentando-se o retorno de 15%
para 19%. É preciso verificar se os fluxos de caixa da empresa são estáveis o suficiente para su-
portar esse nível adicional de dívida, afinal, a empresa está assumindo uma despesa fixa de juros.
O tipo de engenharia financeira descrita no exemplo para melhorar o retorno sobre o patrimô-
nio líquido deve ser periodicamente reexaminado, levando em conta quaisquer mudanças nos
fundamentos do negócio.
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Contabilidade financeira
A fórmula ROA consiste, portanto, em dividir o lucro líquido depois dos impostos pelo investimen-
to total feito na empresa, ou seja, seu ativo.
Lucro líquido
Ativo total
Por exemplo, um fabricante de armários tem lucro líquido de R$ 2.500.000 para investimentos
em ativos R$ 5.000.000. O cálculo do retorno sobre o ativo é:
R$ 5.000.000,00
As questões descritas a seguir que devem ser levadas em conta quando se utiliza essa relação.
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Síntese Síntese
Neste capítulo, você:
• entendeu que o método dos quocientes para a análise das demonstrações contábeis é a
utilização de vários tipos de relações entre contas, dividindo o valor de uma pelo valor de
outra para calcular o tamanho relativo de um número em relação a outro. E que depois
de calcular essa proporção, você pode, em seguida, compará-lo com a mesma proporção
calculada para o período anterior ou basear-se na média do setor;
• viu que os quocientes de liquidez medem a capacidade de uma empresa para pagar as
suas contas de curto prazo, podendo ser calculado para o curto ou longo prazo, levando-
se em conta todos os ativos recebíveis ou apenas os ativos de maior liquidez;
• percebeu que os métodos de análise a serem utilizados dependem dos objetivos da análise
e os quocientes não devem ser vistos apenas individualmente.
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