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SUMÁRIO

Equipamentos......................................................................................................3
Zíper ..................................................................................................................28
Botões................................................................................................................31
Tipos de tecidos e sua classificação..................................................................43
Tipos de maquinas de costura...........................................................................60
Componentes da maquina.................................................................................64
A compra do tecido............................................................................................68
Costurando passo a passo................................................................................80
Modelagem........................................................................................................82
Corte de tecidos.................................................................................................94
Franzido...........................................................................................................112
Pregando um zíper..........................................................................................114
Costurando um botão......................................................................................126
Bainha invisível................................................................................................127
Customização de roupas.................................................................................128
Referências......................................................................................................146

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EQUIPAMENTOS

Fita Métrica

A fita métrica é indispensável


para tirar as medidas do corpo
e estabelecer as medidas no
molde. As fitas de borracha
sintética, utilizadas atualmente,
vieram substituir as antigas
fitas de tecido revestido. As
fitas métricas medem 1,5 m de
comprimento e têm
extremidades de metal para evitar o desgaste.

Tipos de Tesoura
A tesoura é uma das
ferramentas fundamentais
para a costureira ou aspirante.
E, no mercado, existem vários
tipos delas, cada uma com
uma função diferente. Mas no
meio de tantas opções, qual é
a melhor para cada tipo de
trabalho? Você sabe?
Aqui vão algumas dicas para
comprar a tesoura adequada
e sair por aí fazendo moda. Mas, antes, não se esqueça: um profissional ou
pessoa que faça um trabalho com costura (mesmo caseira) precisa de,
ao menos, duas tesouras, uma para papéis e outra para tecidos. E cuidado
para não misturar os usos: as tesouras perdem a afiação ao cortarem papel e
tecido alternados.

As tesouras de aço inoxidável possuem maior resistência à corrosão e tem


maior durabilidade do fio. São ótimos investimentos a longo prazo. Já as
tesouras com parafusos permitem compensar as eventuais folgas entre as
lâminas que poderão ocorrer com o uso. As tesouras com rebites não permitem
que sejam feitos apertos.

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Tesoura multiuso:
É uma tesoura comum, de metal,
com cabo de plástico ou
emborrachado. Apesar de
ser chamada tesoura multiuso, não
deve ser usada pra cortar nada além
de tecido.
Uso: Cortar tecido.

Tesoura de arremate

Pequena e não muito afiada, tem


somente um anel para colocar o
dedo e uma mola, que mantém as
lâminas separadas.

Uso: Cortar restos de linha durante a


costura. Como não há necessidade
de encaixe dos dedos pra cortar
(somente apertar e a mola abre a
tesoura de novo), tudo fica mais
rápido. Cortar os restos de linha que
sobram da costura é de
grande importância.

Desmanchador ou Abridor de
casas

É uma garra com duas pontas, uma é


maior e pontuda e a outra, menor e
com uma bolinha na ponta, pra evitar
que o tecido rasgue. A lâmina em
si fica na curva entre as duas pontas.

Uso: desmanchar costuras (coloca-se


a ponta entre a linha e o tecido,
deixando a linha na direção
da lâmina. Ao puxar pra cima, a linha
se parte, e daí em diante,

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sucessivamente “ganchando” os pontos seguintes, desmancha-se a costura
toda) e abrir casas (para isso, espeta-se o gancho maior na casa, empurrando
até o tecido tocar a lâmina. Depois, escorrega-se o desmanchador para frente,
até o final da casa).

Tesoura de costura

Essa tesoura tem o pegador um


pouco mais levantado em relação às
lâminas.
Uso: Com ela, não é
necessário levantar o tecido para
cortar. De grande ajuda ao cortar
seguindo um molde, por exemplo. A
tesoura consegue escorregar ao
redor do molde, sem ter que levantá-
lo. Esse tipo de tesoura é muito
usada por alfaiate e costureiras
profissionais.

Tesoura de bordado

Essa tesoura é muito pequena, com a


ponta extremamente fina. Tem forma
de pássaro ou a lâmina curvada,
como as tesouras de cortar
unhas de bebês.
Uso: Usada para cortar fios bem
próximos ao tecido, especialmente
em bordados e acabamentos.

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Cortador circular
O cortador circular é uma espécie de
estilete, com uma lâmina redonda.

Uso: Muito conhecido pela turma do


Quilt e do Patchwork, é ótimo pra fazer
cortes bem precisos. Sua vantagem é
que se pode dobrar ou empilhar mais de
uma peça de tecido e efetuar o corte de
uma vez só. Pra isso, precisará de uma
lâmina mais grossa,como as de 45 ou
60mm. Alguns cortadores circulares
vem com uma guia, que é atarraxada no
cortador, para cortar moldes que não
tem sobra de costura marcada. Você acompanha o molde com a guia, que
afasta a lâmina o suficiente para deixar espaço para a costura. Para
uso do cortador circular, é necessário também ter uma base para corte
(também conhecido como borrachão).

Tesoura micro-serrilhada
É como uma tesoura de costura
normal, mas possui micro
serrilhado nas lâminas.

Uso: O serrilhado ajuda no corte de


tecidos muito finos e leves, como a
seda, por exemplo. A função dele é
não deixar o tecido escorregar
enquanto é cortado.

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Tesoura cortador ou alfaiate
Essa tesoura tem uma lâmina
arredondada e outra mais fina.

Uso: A lâmina pontuda serve


para abrir uma peça, como um
bolso, forro, etc. A outra é mais
arredondada na parte inferior,
para quando se cortar uma peça
como tem duas camadas, por
exemplo. Com isso, pode-se
cortar a superior sem machucar
a inferior, porque a parte
arredondada da lâmina passará
acima dela.

Tesoura de picotar
A tesoura possui lâminas
serrilhadas, com serra maior que a
micro-serrilhada.

Uso: Normalmente usada para


forros ou acabamentos em que o
corte vai ficar exposto. Só pode ser
usada em tecidos que não desfiam,
como o feltro, lã etc.

Réguas para molde

Veja abaixo algumas réguas frequentemente utilizadas:

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Régua comum: régua
graduada em centímetros e
milímetros utilizada para
traçar linhas, verificar e
inserir medidas.

Régua curva: régua que apresenta 2 modelos


de curvas grandes utilizados para desenhar
linhas curvas no molde, como linhas que
definem cintura e quadril.

Régua cava: régua que apresenta 2 modelos de


curvas pequenas utilizados para desenhar linhas
curvas no molde, como cavas e decotes.

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Régua 3 em 1: este modelo de
régua possui o esquadro, a régua
curva e a régua de cava, todas
juntas, por isso o nome 3 em 1.
Como esta régua substitui todas as
outras, ela se torna muito mais
prática, pois ocupa menos espaço
na mesa de trabalho e agiliza a
produção do molde, uma vez que
não é necessário alternar as
réguas.

Linhas de Costura

A menor falha na performance da


linha resulta em perda de
investimento em material,
equipamento, tecido e retrabalho.
Por isso é importante conhecer sua
linha completamente. Melhorar o
conhecimento sobre a linha, analisar
os seus parâmetros e escolher
corretamente são papéis
importantes no alcance de uma boa
performance da costura com a
qualidade desejada.

O que é uma linha de costura?


As linhas de costura são fios especiais projetados e desenvolvidos para
utilização em máquinas de costura. Elas formam os pontos com eficiência e
sem rupturas. Não se deterioram durante a vida útil do produto. A função
básica da linha é proporcionar aparência e desempenho nos pontos e
costuras.
Quais são os fatores que afetam as funções da linha de costura?

Fatores que afetam a estética:


Cor, brilho e finura/espessura devem ser considerados quando for escolher
uma linha para propostas decorativas como costuras aparentes e bordado.
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Outras considerações incluem:

• Tonalidade e combinação de cor


• Solidez da cor
• Seleção de ponto
• Uniformidade na formação de
ponto
Fatores que afetam a performance:

As linhas usadas em roupas devem ser


duráveis o bastante para suportar a
abrasão e o calor da agulha que
ocorrem durante a costura, acabamento
da peça, alongamento e durante a
vestimenta.

A performance da linha nas roupas pode ser avaliada da seguinte forma:

• Resistência da costura
• Resistência à abrasão
• Elasticidade
• Resistência química
• Flamabilidade
• Solidez de cor

O que é costurabilidade?
'Costurabilidade' da linha é o termo
usado para descrever a
performance da linha de costura. A
linha com boa costurabilidade é
uniforme em diâmetro com um bom
acabamento de superfície. A
uniformidade longitudinal da linha
contribui para uma resistência
uniforme e reduz a fricção, quando
passa pelos mecanismos de
formação de ponto. Isto também
minimiza as quebras de linhas, os
custos que incorrem na repassagem da linha na máquina, reparo de pontos e
produção de produtos com qualidade inferior.

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Parâmetros de costurabilidade
Os parâmetros que definem a costurabilidade superior da linha são:

• Sem quebras em costuras de alta velocidade


• Formação consistente de ponto
• Sem pontos falhos
• Nivelamento, para evitar diferenças de tensão durante a costura
• Um alto nível de resistência à abrasão
• Superfície suficientemente suave, para passar facilmente através dos
guias da máquina.

Classificação da linha
As linhas podem ser classificadas de diferentes formas. Algumas classificações
comuns são aquelas baseadas em:

• Substrato
• Construção
• Acabamento

1. Classificação baseada no substrato


Natural
O uso de linhas feitas de substratos
naturais hoje é mínimo em aplicações
industriais. No entanto, a linha natural
mais comum utilizada é a de algodão.

Sintético
Devido às
limitações das fibras naturais, as linha passaram
a ser feitas a partir de fibras sintéticas, uma vez
que tem propriedades desejáveis de alta
tenacidade, alta resistência à abrasão e boa
resistência química. Elas também não são
significantemente afetadas por umidade,
apodrecimento, mofo, insetos ou bactéria.

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2. Classificação baseada na
estrutura de construção da linha
Linhas de fibra fiada são fabricadas
usando-se fibras naturais ou sintéticas.
A linha de poliéster fibra fiada é a mais
amplamente utilizada. É mais forte que
as linhas de algodão, comparando-se
à mesma espessura e disponíveis em
uma ampla variedade de espessuras e
cores.

A linha corespun é uma combinação de


fibras fiadas e filamentos. A linha corespun
mais comum utilizada tem construção multi-
cabos, cabo consistindo de um núcleo de
filamentos de poliéster recobertos com
fibras de algodão ou poliéster.

Esta linha combina a resistência do


filamento de poliéster com a costurabilidade
do algodão ou fibras cortadas de poliéster.
A linha corespun geralmente é utilizada em
costuras de alta velocidade em muitos tipos
de roupas, especialmente naqueles que requerem alta resistência da costura.
As linhas de filamentos são mais fortes do que as linhas de fibra fiada da
mesma fibra e espessura. Três tipos de
filamentos são normalmente usados:

A linha de monofilamento é feita de


uma fibra contínua com uma espessura
definida. Mesmo sendo forte, uniforme
e barato para fazer, falta flexibidade e é
dura e áspera no toque. Como
resultado, o seu uso é restrito a
bainhas, cortinas e móveis estofados.

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A linha de monofilamento
liso normalmente é feito de nylon ou
poliéster e utilizado onde alta resistência
é exigência primária. Ela consiste de dois
ou mais filamentos contínuos torcidos
juntos. É normalmente utilizado para
costura de sapatos, roupas de couro e
produtos industriais.

Linha de filamento texturizado é


normalmente feito de poliéster e
usado primariamente como linha do
looper em pontos de cobertura.
Filamentos texturizados dão ao fio
maior cobertura e alto alongamento,
mas o deixa mais sujeito a
enroscamento.

Princípios básicos da construção da linha


Todas as linhas de costura convencionais começam seus ciclos de produção
como fios singelos. Estes fios são produzidos pela torção de fibras curtas ou
filamentos contínuos.
Alguns termos usados no contexto de construção da linha são:

Torção: O termo torção de uma linha refere-se ao número de voltas por


unidade de comprimento solicitados para juntar as fibras/cabos para dar ao
fio/linha resistência e flexibilidade. Uma linha com torção excessiva é também
suscetível a problemas enquanto costura devido à "vivacidade", que pode
causar snarling, laços, nós e possíveis derramamentos que proíbem a
formação do ponto.
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Direção da torção – A
direção da torção é
identificada como "S"
para torção direita e "Z"
para torção esquerda. A
maioria da máquinas de
ponto fixo e outras
máquinas foram
desenhadas para linhas
com torção "Z". Linhas
com torção "S"
distorcem durante a formação do ponto.
A direção da torção não afeta a resistência da linha, mas pode seriamente
prejudicar sua performance quando for usada em uma máquina que não seja
adequada.
Cabo e cordonel – Fios
com muitos
componentes são
torcidos juntos para
formar a linha. As
formações mais
comuns são 2, 3, 4
cabos. As linhas são
torcidas juntas para
formar um cordonel. As
formações mais comuns são 4, 6 ou 9 cabos.
Espessura – A espessura final da linha é denominada "Grist", "Etiqueta", "Tex"
ou "Título". A linha deve ser a mais fina possível dependendo da solicitação de
resistência da costura. Geralmente as linhas mais grossas tem maior
resistência, dado o mesmo teor de fibras e estrutura dos fios. Linhas mais finas
tendem a misturar-se na superfície do tecido e são menos sujeitas à abrasão
do que costuras com linhas mais grossas. Linhas mais finas tem uma melhor
performance com agulhas finas e produzem menos distorção nos tecidos do
que agulhas grossas.

3. Classificação baseada no acabamento da linha


Acabamentos são dados à linha por dois motivos:

1. Para melhorar a costurabilidade

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Alguns acabamentos envolvem melhoria da resistência, resistência à abrasão e
lubrificação da linha.
2. Para conseguir um requisito funcional específico

Alguns acabamentos incluem bonderização, anti-umidade, anti-fungo,


resistente a chamas, repelente de água e
acabamentos anti-estáticos.
Pacote de apoio

As linhas de costura são colocadas em


diferentes tipos de embalagens, de
acordo com os tipos, máquinas e
necessidades da costura. A embalagem
é importante para que não apresente
problemas durante o transporte nem
durante o uso em máquinas. Os pacotes
podem ser identificados por cores, de
acordo com a espessura e tipo de linha
para fácil identificação.

Terminologia da linha

Com uma grande variedade de linhas


para escolher, é importante conhecer
um pouco da terminologia associada
com as propriedades das linhas para
julgar a diferença entre seus tipos.
A resistência à tração e a tensão a qual
a linha quebra, são expressas em
gramas ou kilogramas (força).
Tenacidade é a resistência relativa
obtida dividindo a resistência à tração
pela espessura da linha.
Resistência à laçada é a carga
necessária para quebrar um
comprimento de linha que é laçado
através de outro comprimento da
mesma linha.
Resistência mínima da laçada é a resistência da sua parte mais fraca(testado
em linha com comprimento contínuo).
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Alongamento à ruptura é a quantidade pela qual a linha é esticada até o seu
ponto de quebra, expresso em porcentagem do seu comprimento original.
Módulo é um termo usado para designar um valor numérico que indica a
maneira na qual o tecido se comporta quando uma força de tração é aplicada.

A elasticidade é a propriedade da linha em recuperar seu comprimento original


após ser esticado por um determinado período.
Encolhimento é o montante pela qual a linha se contrai sob a ação de lavagem
ou aquecimento.

Regain é a quantidade de umidade absorvida por uma linha expressa em


percentagem de peso do material completamente seco.
Requisitos de uma linha de costura de boa qualidade

Boa resistência à tração,


escondendo os pontos
seguramente durante a lavagem
e vestimenta.

Superfície lisa garante a


ausência de falhas e menos
atrito entre a agulha e o tecido
durante costuras de alta
velocidade. A linha deve ser
bem lubrificada para melhorar a
costurabilidade e resistência à abrasão.

Espessura/Diâmetro uniformes resultam em uma linha de costura que se move


de forma suave e rápida através do olho da agulha e tecido. Isto também afeta
a resistência à tração da linha, resistência à abrasão e a sua torção. Uma linha
irregular pode formar pequenos nós e enroscar no olho da agulha.

A boa elasticidade permite à linha recuperar imediatamente o seu comprimento


original, depois que a tensão for
liberada. A elasticidade da linha
de costura afeta a resistência e a
qualidade do acabamento da
costura.

A boa solidez da cor fornece


imunidade à linha contra
diferentes agentes a qual ela será
exposta durante a fabricação ou
lavagem. A linha, então, deve ser
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uniformemente tingida.
Linhas de baixo encolhimento sendo usadas em tecidos com alto encolhimento
reduzem as chances de franzimento.

Boa resistência ao ataque químico é uma propriedade desejável da linha


utilizada em roupas que sofrerão lavagens, alvejamento ou lavagem a seco.
Boa resistência à abrasão garante uma boa performance da costura e torna a
linha mais durável.

Tipos de linhas para costura e crochê


A primeira coisa que você deve fazer, até mesmo antes de conhecer os vários
modelos de linhas, é definir a
sua necessidade. Estabeleça
qual tipo de costura e peça você
deseja confeccionar. É uma
camisa de algodão? Um gorro
de crochê? Um pano de prato?
Definir isso é um passo
imprescindível para acertar na
escolha da linha para costura.

Depois de feita a escolha do


tipo de costura ou crochê, vamos aos tipos de linhas.
Linhas de algodão

As linhas de costura feitas de


algodão são os tipos mais
usados para fazer uma imensa
variedade de peças (camisetas,
blusas, fraldas, etc). Elas só
não são indicadas para fazer
roupas e demais formas de
peças elásticas, uma vez que
acabam rompendo. Já para
peças de tule, como, por
exemplo, lingeries, o algodão é
essencial.

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Linhas de seda
As linhas de seda também têm
características mais delicadas.
Fora isso, elas garantem um brilho
único para as roupas, acessórios,
etc. Elas também são excelentes
para algumas formas de
acabamento, por exemplo,
bordados.

Linhas de nylon
Sua intenção é fazer roupas fortes
e, ao mesmo tempo, delicadas? As
linhas de nylon são perfeitas para
isso. Elas são muito indicadas para
a confecção de peças sintéticas.

Linhas de crochê

As linhas para crochê e demais


formas de bordados podem ser de lã,
algodão, poliamida, polipropileno,
entre outras. Elas servem para fazer
mantas, colchas e bordados mais
delicados. Dentro dessa variedade,
as linhas de crochê são divididas
entre finas e grossas.
Se você deseja fazer bordados,
prefira linhas mais finas. Agora se a
intenção é confeccionar peças
inteiras de roupas, por exemplo, opte
pelas linhas grossas. O bacana é que
dá pra encontrar uma infinita variedade de cores, algumas linhas têm até duas
ou mais colorações. Todos os pontos essenciais para você fazer peças e
bordados bem criativos.

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Linhas metálicas
Sabe aquelas costuras ou detalhes
brilhantes para roupas e
principalmente acessórios? As linhas
metálicas são feitas para isso. Elas
garantem qualidade e brilho para
variadas costuras. Pode encontrar
linhas para costura metálica: verde,
vermelha, roxa, prata, dourada e
muitas outras.

Linhas de Poliéster

Assim como as linhas de algodão, as de


poliéster também são muito comuns.
Elas podem ser utilizadas nas
confecções de malha e nas peças
elásticas. As principais características
das linhas de poliéster é que elas
esticam bem, por isso, são tão
resistentes. Além disso, garantem brilho
e, geralmente, têm acabamento de
silicone ou de cera.

Tipos de Agulha

A característica principal de
qualquer máquina de costura é a
agulha, ou várias delas. Muitos
tipos de agulhas (sistemas) foram
desenvolvidos ao longo do tempo
para assegurar que cada máquina
de costura que a use, tenha a
melhor performance.
Os sistemas de agulhas podem ser
adotados por diversas razões,
como o uso de tecidos específicos,
novo maquinário de costura ou até

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mesmo, aumento da velocidade da máquina.
Cada sistema de agulha (tipo de agulha) possui tipicamente de 6 a 8 tamanhos
disponíveis. Nos sistemas mais utilizados, podem haver até 15 tamanhos, com
cada um desses sistemas e tamanhos, disponíveis também em diferentes tipos
de pontas.

O guia a seguir foi feito para te ajudar a entender e obter o melhor sobre
agulhas de máquinas de costura.
As funções básicas de uma agulha

Criar uma passagem para a linha no material a ser costurado.


Levar a linha através do material e formar um laço que pode ser preso por uma
lançadeira ou looper.

Para passar a linha de cima através do laço formado pelo looper em máquinas
que não sejam de ponto fixo.
Partes da Agulha: características físicas

Uma agulha tem várias


partes que executam
funções diferentes durante
o ato da costura como:

Base do cabo
É a extremidade superior
que facilita a inserção na
barra de agulha

Cabo
É a parte mais grossa da
agulha que se prende à
braçadeira ou ao parafuso.
Ela suporta a agulha e
prorciona maior resistência
de forma geral.
Junção cônica
É a seção intermediária
entre o cabo e a haste.

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Haste (ou Tronco)
Parte da gulha que vai do cabo até o olho. Esta parte está sujeita a muita
fricção e um consequente aquecimento quando passa através do material
costurado.

Canaleta(s)
Presente em um lado da haste, proporciona um perfeito direcionamento da
linha de cima na formação da laçada e um canal de proteção para esta mesma
linha durante a penetração no material costurado.
Ranhura curta

Oposta a canaleta longa, auxilia na formação da laçada da linha da agulha


Olho

O olho da agulha está na parte inferior da haste. A linha de cima passa através
dele e é levada para parte inferior do material.
Cava
É um corte preciso na haste da agulha, logo acima do olho, para permitir a
passagem da lançadeira ou looper entre a linha e a agulha na formação da
laçada.
Ponta
A ponta da agulha tem o formato adequado para conduzir a linha no material
que está sendo costurado de acordo com o seu tipo e efeito desejado.

Extremidade da ponta
É a extremidade total da agulha, determinado de acordo com as definições de
performance necessárias.

Outros
A maioria das agulhas são
fabricadas usando essas
características, mas existem
várias exceções. Algumas delas
foram desenvolvidas para
superar problemas de costura
específicas ou simplesmente
projetadas para atender os
requisitos da máquina.

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Identificação da agulha
Uma agulha de máquina de costura é identificada com três parâmetros, que
são: Sistema, Ponta e Tamanho.

Sistema
O sistema de agulhas define as dimensões da agulha a ser usada na máquina.
Dependendo da máquina e de tipo de ponto, a agulha é desenvolvida com
variações de comprimento da haste, finura do cabo, tipo do olho, etc... É
aconselhável verificar junto ao fabricante, qual a agulha adequada para sua
máquina.

Ponta
A ponta da agulha é classificada em geral, em dois tipos:

• Ponta redonda
• Ponta lança

Agulhas de Ponta Redonda

Acredita-se que existam cerca de vinte diferentes pontas redondas disponíveis,


sendo que destes, seis são de maior uso comum.
Agulhas de Ponta Redonda - Aplicações:

Conjunto de Ponta Fina também conhecido como Ponta Aguda (SPI)


Esta ponta é usada para tecidos densos, uma vez que causa menos danos,
ajuda a definir um
ponto reto e minimiza
o franzimento de
costura.
Muito usado para
costura de microfibra e
tecidos de alta
densidade, materiais
revestidos, pesponto
de colarinhos e
punhos de camisa.
Ponta comum também
conhecida como Ponta
Redonda Normal
Essa ponta é usada
em tecidos normais
com costura padrão,
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pois desloca o fio para o lado.
Ponta Bola Fina (SES)
Essa ponta é usada na costura de tecidos de malha leve e fina. É usado
também para DENIM fino e leve, tecidos de alta densidade para evitar danos
ao material.
Ponta Bola Média (SUK)

Este ponta é usado para costurar tecidos de malha média. É usado para o
DENIM médio a grosso, que irá sofrer processo de lavagem com pedras e jato
de areia.
Ponta Bola Grossa (SKF)

Essa ponta é usada para costurar malha grossa e tecidos grossos com
elasticidade (não danifica o fio elástico).
Ponta Bola Especial (SKL)

Utilizado para costurar materiais elásticos médios a grossos e malhas muito


grossas.
Agulhas Ponta Lança

Agulhas de Ponta Lança tem pontas afiadas como lâminas. Essas pontas estão
disponíveis em uma grande variedade de cortes transversais, tais como
arredondada, triangular e quadrada. Elas podem ser usadas em materiais
pesados, que não sejam tecidos. Elas perfuram o material mais facilmente do
que os tipos de pontas redondas gerando assim menos calor na agulha. Há um
grande número de pontas dos quais cerca de 11 estão em uso regular
atualmente.

Visão Geral das Pontas Lanças

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Pontas cortantes retas;
Pontas cortantes arredondadas;

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Tamanhos de Agulha/Finuras
Os tamanhos de agulha são geralmente
representados de duas formas (embora
existem várias). Uma delas é através do
Número Métrico (Nm) que representa o
diâmetro da haste da agulha em
centésimos de milímetro medidos logo
acima da cava, mas não em qualquer
parte reforçada da haste. Por exemplo,
uma agulha de Nm 110 mede 1.1
milímetro de diâmetro, enquanto uma
agulha Nm 50 tem meio milímetro de
diâmetro.

A finura da haste na figura à direita é de


1.1 mm de largura, e corresponde ao
Nm 110.
O outro padrão de tamanho de agulha é o sistema de numeração Singer,
também conhecido como sistema americano, que usa um número
representando seu tamanho.
Veja na tabela abaixo as comparações entre Nm e Singer e também outras
referências de tamanho.

Determinando a Agulha certa para a linha


Veja uma maneira rápida de determinar se a linha e a agulha da máquina de
costura são compatíveis:

• Use meio metro de linha a ser utilizado na máquina de costura, e passe


no furo da agulha que deve estar solta.
• Segure a linha verticalmente, com a agulha na parte de cima.
• Se a agulha for muito grande, ela vai cair para a parte inferior da linha.
• Se a agulha for muito pequena, ela vai ficar presa no topo da linha
• Se a agulha estiver no tamanho certo, ela vai descer vagarosamente em
espiral para o meio da linha

De qualquer forma, uma agulha maior do que o normal deve ser utilizada para
penetrar em tecidos mais grossos, ou passar o ponto por cima de materiais
volumosos.

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Problemas Comuns e Soluções
Agulhas de máquina de costura podem quebrar e os motivos mais frequentes
de quebra estão listados abaixo, junto às possíveis soluções:

Motivo Solução

Uso de agulha de baixa qualidade Usar agulhas de boa qualidade

Puxar o tecido enquanto costura Isso coloca pressão sobre a agulha


e a deixa fora do lugar; assim, deve-
se tomar cuidado para garantir que o
tecido não seja puxado

A agulha não trabalha corretamente Verifique o manual do equipamento


e tenha certeza que a agulha está
corretamente instalada

A agulha é muito delicada para o tecido Use agulhas de maior numeração


para costurar tecidos mais pesados,
como denim

O calcador está solto Isso faz com que a agulha entorte


sobre o calcador, por isso deve
haver um parafuso que você deve
ajustar

Verificando a Agulha
Instalando uma nova agulha

• Sempre certifique-se de que a


agulha é apropriada para a
máquina de costura
• Tenha certeza de que o
tamanho/olho é adequado ao
tamanho da linha a ser utilizada
• Tenha certeza de que a agulha
está totalmente inserida
• Certifique-se de que o ângulo da agulha está correto
Após inserir a agulha na máquina de costura, gire o volante da máquina
manualmente para certificar-se de que a agulha não estará em contato com
todas as partes
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Agulha ideal para cada tipo de tecido
Mesmo sabendo que cada
agulha tem sua particularidade
e cada tamanho é recomendado
para um tipo específico de
tecido.

Normalmente, os tamanhos das agulhas são classificados como Europeu e


Americano e vêm escritos na haste da agulha (ex.: 90/14, conforme tabela
abaixo é indicada para tecidos pesados como o veludo cotelê)

A tabela abaixo mostra exatamente o tamanho ideal de agulha para cada tipo
de tecido:

EURPOEU AMERICANO TIPO DE TECIDO EXEMPLO

60 8 Leve Seda fina

65 9 Leve Renda

70 10 Leve / médio Crepe fino

75 11 Médio Cambraia

80 12 Médio / pesado Algodão

90 14 Pesado Veludo-cotelê

100 16/18 Pesado / Muito pesado Brim grosso / Jeans

120 19 Muito pesado Lona

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ZÍPER
Embora seja classificada
dentro da mesma categoria,
uma grande diferença define
cada um.

O aviamento é tudo que for


necessário em uma peça de
roupa para finalizá-la, por
exemplo, materiais de
fechamento como zíperes e
botões. A escolha do tecido

sempre determina a qualidade e o tipo de aviamento.

Zíper ou Feche Clair: tipo de fecho


aplicado em algumas aberturas de
uma peça de roupa, é composto de
dois tipos de materiais, tecido com
metal ou tecido com nylon e
fabricado em vários tamanhos e
larguras. Sua aplicação na costura
pode ser como aviamento de
complemento ou decoração.

Zíper Centrado: Aplicação


utilizada em peças com
abertura no meio, da frente ou
das cotas de saias, vestidos e
blusas.

28
Zíper com carcela, com vista
ou com braguilha: Aplicação
tradicional em casacos, calças
masculinas ou femininas.

Zíper com transpasse:


Utilizado em peças com
abertura lateral ou traseira,
como saias, vestidos e
calças.

Zíper com Cursor Destacável: Aplicado


para separar partes, como manga e
pernas. E na frente da peça como
jaquetas, com a finalidade de abertura
total.

29
Zíper duplo: Com dois cursores para
abertura em ambas as extremidades,
muito usados em mochilas.

Zíper Invisível:
Aplicado inteiramente entre o tecido e
o forro, possibilitando um visual limpo,
sem costura aparente, aparecimento
apenas do cursor.

30
Zíper Trator: Com dentes grossos, para efeito decorativo em jaquetas e
laterais de calças. Usado
geralmente em short wear e surf
wear e em alguns modelos de
sapato.

BOTÕES

Botões Costuráveis: a sua principal característica é que tem furos para passar
a linha e podem ser pregados à mão ou à máquina. O sistema de fechamento é
através de casas feitas no tecido. Abaixo alguns tipos desses botões. A medida
desse tipo de botão é em polegadas (“) ou milímetros (mm).

Botão bombê ou forrado: é um botão


composto de duas partes, sendo uma
base ou pé com furos para passar a
linha e a parte superior, feita
geralmente em alumínio, que é forrada
com o próprio tecido da roupa e
prensado em uma máquina. Para esse
processo utilizam-se matrizes, que
variam conforme o tamanho do botão.

Botão de massa: botões feitos de


materiais sintéticos, podem ter os
mais diversos formatos e cores.

31
Botão de acrílico: geralmente são um
pouco transparentes, podendo ser
perolados. São botões muito resistentes.

Botão de metal: são fabricados em


ferro, latão ou ligas metálicas
mistas, pois estas barateiam o
produto e alguns metais misturados
ao ferro evitam a oxidação, um
problema muito inconveniente.

Botão de madeira: podem ser artesanais


ou industrializados. Em geral necessitam
de um tratamento para evitar fungos e
manchas no tecido.

32
Botão de poliéster: esses botões
são muito comuns na camisaria.
Entre eles estão os famosos botões
rajados na clássica camisa pólo.

Botão de material reciclado: já são


feitos botões partir de papel reciclado,
sêmola de batata, milho, marfim-
vegetal, algodão, restos de madeira,
plantas e frutos. Estes botões
ecológicos biodegradáveis são
fabricados em Portugal pela Louropel,
empresa portuguesa que detêm uma
“tecnologia patenteada única no
mundo” e é a maior fabricante mundial

de botões.

Botões de pressão: não são presos à


roupa com linha, mas por prensagem
não precisam de casas, pois fecham
por um sistema de encaixe por pressão.
Para a colocação desse tipo de botão é
necessário ter uma máquina própria e
para cada tipo e tamanho existem
matrizes diferentes. São feitos de
diferentes materiais:

33
Ferro ou latão:são botões destinados a
peças esportivas feitas em tecidos
médios ou pesados. Atualmente a
maioria dos botões metálicos são
fabricados de ligas, ou seja misturas de
diferentes metais.

Plástico: são muito utilizados em


roupas sportwear devido à sua
praticidade.

Botões Fixos e Flexíveis: são os botões


usados nas peças jeans. São botões de pé,
para facilitar o abotoamento. Para tecidos mais
pesados utiliza-se o botão flexível, que tem uma
base móvel, para que o ato de abotoar seja
mais facilitado ainda.

34
Botões Invisíveis: esses botões são
geralmente metálicos e têm um ímã
interno, fazendo com que as duas
partes se unam facilmente. É muito
utilizado em acessórios como bolsas,
pois é prático e não aparece do lado
externo.

Escolha o melhor tipo e arrase na confecção de sua peça!

Botões e outros aviamentos


Elástico: o elástico tem uma estrutura de trançado que pode ter em sua
composição fios de algodão ou sintéticos, juntamente com fios de borracha ou
outras fibras elásticas. A sua medida
é em milímetros(mm). Os elásticos
classificam-se em três tipos
principais:
De embutir: elásticos que ficam
escondidos, embutidos na roupa.
Esses elásticos são achatados e
podem ter várias larguras.

Externos ou aparentes
(decorados): são feitos para
aparecer e por isso são estampados e
coloridos.

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Roliços (lastex,
silicone): os lastex são
utilizados para franzir o
tecido, costurando com
linha e com o próprio
elástico. Há também os
elásticos roliços muito
utilizados no segmento
surfwear.

Cordões: podem ter uso


decorativo ou funcional, no caso
de ajustar a roupa. São oferecidos
em diversos modelos,
composições e espessuras.

Velcros: são utilizados para


fechamentos, oferecendo bastante
praticidade com o seu sistema de
aderência. Disponíveis em várias
cores e larguras.

36
Ponteiras: podem ter a função
de ajuste ou simplesmente de
decorar as pontas de cordões.

Colchetes: são ganchos de metal usados para


fechamentos. Podem ser de gancho ou de pressão.
Colchete de Gancho: são peças simples de metal
em forma de gancho, sendo um lado macho e o outro
fêmea. São usados em peças de atelier e e de
alfaiataria e são costurados à mão, excerto o colchete
de cós de calça, que é preso no tecido por garras. Os
colchetes também podem vir já aplicados em fitas de
tecidos, que são
utilizadas para
fechamento de
peças.

37
Colchete de pressão: são
semelhantes aos botões de
pressão, mas são costurados à
mão. São compostos por duas
peças, macho e fêmea. Por serem
pequenos e delicados são
utilizados em peças de atelier e
infantis.

Rebites: são peças metálicas usadas


para reforçar cantos de peças
esportivas como a calça jeans, mas
também muito utilizados apenas como
decoração.

Ilhós: são pequenos círculos de


metal aplicados aos tecidos por
pressão. São usados para passar
cordões, cadarços e fitas, ou
simplesmente com função
decorativa. Podem ser fabricados
em vários tipo de metais em
variados tamanhos, cores e

modelos. Para a sua aplicação é


necessário o uso de matrizes que
variam de acordo com o tamanho do
ilhós. Os ilhoses também podem vir já
aplicados em tiras de tecido, que são
utilizadas para o fechamento de peças.

Fita com ilhoses

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Fivelas, passadores e argolas:
são peças metálicas funcionais
ou decorativas oferecidas com
grande variedade pelos
fabricantes.

Termo colantes: são


aviamento decorativos
fixados no tecido em prensas
com altas temperaturas.
Extremamente práticos, são
encontrados em variados
motivos e tamanhos.

Patches: são aviamentos


geralmente pintados ou bordados
que são aplicados ao tecido com
costuras ou colados. Oferecem
um alternativa prática de
detalhamento, sem ter que
mandar a peças para o bordado
ou para a serigrafia.

Aviamentos decorativos: este tipo de aviamento tem a única função de


adornar a peça. Encontramos uma infinidade de tipos nas lojas especializadas.
Alguns tipos mias comuns são:

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Passamanarias: vendidas em grande
variedade, para enfeitas as peças de
acordo com a imaginação do estilista.

Galões: tiras bordadas com


variados motivos e larguras.

Franjas: disponíveis em variadas


composições, larguras e espessuras de
fios.

Paetês: tiras com aplicação de


lantejoulas, disponíveis em várias
espessuras e cores.

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Passa-fitas: tira com orifícios para se passar fitas, disponíveis em várias
larguras e modelos.

Bordados: disponíveis em
composição de algodão puro ou misto
com fio sintético, em várias larguras. É
um aviamento muito antigo apreciado
até hoje.

Fitas: disponíveis em várias larguras,


cores e composições.

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Soutache: é tipo de galão fino
decorativo com uma cavidade central
onde é passada a costura que o prende
ao tecido. É muito utilizado em roupas
para esconder costuras externas e
também em uniformes militares.

Vivos: são utilizados entre as


costuras para dar um detalhes
contrastante.

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TIPOS DE TECIDOS E SUA CLASSIFICAÇÃO
Tecidos em fibras naturais:
São tecidos feitos a partir de
matérias-primas presentes
na natureza. Possuem um
valor agregado bem superior
aos sintéticos, mas
demandam também muito
mais cuidado. Estes tecidos
não absorvem o calor, são
bem fresquinhos, mas não
podem, em hipótese alguma,
ser mergulhados em água. A
lavagem precisa ser à seco.
Lavar um tecido com fibra natural é condená-lo à morte. Alguns ficam com
algumas pontas mais curtas e outras mais longas, outros encolhem de 1 a 2
números e outros ficam completamente deformados. Então, não esqueça:
mantenha suas peças confeccionadas com fibras naturais bem longe da
máquina de lavar!
Tecidos em fibras
sintéticas:

São aqueles tecidos cujas


fibras são produzidas a partir
de produtos químicos como o
poliéster. São mais duráveis e
fáceis de cuidar, podendo ser
lavados sem problemas,
porém são menos sofisticados
do que as fibras naturais.
Alfaiataria
O alfaiate talvez tenha uma das profissões mais antigas do mundo. Foi ele
quem deu início ao movimento de moda que vivenciamos hoje. No início da
sociedade, o homem se vestia apenas como uma forma de cobrir o corpo e se
proteger das variações de temperatura. Depois do Renascentismo, no fim do
século XIV e início do século XVII, surgiu uma preocupação estética, e o corte
e o tecido de uma roupa passaram a ser valorizados. Isso proporcionou ao
alfaiate um papel de destaque, e desde então essa arte de produzir peças
exclusivas, com conforto e qualidade vem crescendo e se reinventando.

43
Composição: os tecidos usados
na alfaiataria podem ser em
microfibra, lãs frias como o
gabardine, sarjas, fibra com
elastano e fibra de bambu.
Caimento: costumam ser tecidos
um pouco mais grossos, mais
pesados, com bom caimento
para peças específicas
Utilização: os tecidos de
alfaiataria são excelentes para
confecção de blazers, calças,
coletes e ternos, tanto
masculinos quanto femininos.
Dica de costureira: Os ternos e paletós confeccionados com tecidos de fibras
naturais são indicados para os executivos que precisam estar bem-vestidos o
dia todo e costumam trabalhar em ambientes climatizados. Para estas peças, a
dica é usar sempre um forro de acetato, porque ele possui uma boa qualidade
e absorve bem o calor.
Algodão

Mais antigo que o alfaiate é o


algodoeiro. As fibras
branquinhas obtidas dos frutos
de algumas espécies de
plantas do gênero Gossypium,
família Malvaceae já eram
utilizadas em 4.500 a.C. pelos
Incas, no Peru, e a Índia e a
Etiópia foram as primeiras a
tecer peças de algodão em
3000 a.C. No entanto, o país
que ficou mundialmente
conhecido pelo cultivo do
algodão foi o Egito. Devido ao clima e ao solo extremamente favoráveis, o
algodão egípcio plantado às margens do Rio Nilo é muito mais forte e macio. É
a fibra mais usada no mundo. Hoje, quatro tipos de algodão são utilizados na
indústria têxtil: upland, cultivado na América Central e Caribe; egípcio; sea-
island, das ilhas do sudeste da América do Norte e das Índias Ocidentais; e o
asiático, proveniente da Ásia Meridional.

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Composição: o algodão, em si, já é uma composição de grande parte dos
tecidos. Como exemplo podemos citar o tricoline e o veludo.
Caimento: o caimento de uma peça em algodão depende diretamente da
quantidade de fios que ela possui. Quanto mais fios, melhor é o seu
acabamento e sua durabilidade.

Utilização: a linha de camisarias lidera a utilização do algodão. No entanto, ele


pode ser usado também para fazer calças, bermudas, vestidos e outras peças
mais esportivas, de uso rotineiro. Gravatas também costumam ser feitas de
algodão.

Dica de costureira: Para a confecção de camisas, especialmente quando o


algodão é mais claro, o indicado é sempre utilizar tecidos com mais de 80 fios.
Isso evita que a peça fique transparente demais e, principalmente para os
homens, deixe à mostra o que não precisa ser visto.
Cetim

O cetim surgiu na China e era


usado para descrever um tipo de
seda luxuosa. Era o tecido
utilizado pela nobreza da época e
por membros do alto escalão da
Igreja Católica. Chegou à Itália
durante o século XII e por volta do
século XIV já estava presente em
toda a Europa.
Composição: existe uma grande
variedade de cetins com
composições diferentes. Temos o
cetim leve, cetim com elastano, sem elastano, cetim charmeuse. Todos são
bem parecidos com a seda, apesar de serem mais baratos e mais fáceis de
cuidar. Alguns outros tecidos que possuem aparência acetinada também
entram na gama dos cetins, como os crepes Lorraine e Nuage. O cetim pode
ser liso ou estampado.

Caimento: é um tecido um pouco mais pesado, mas que costuma ter bom
caimento, dependendo da sua composição.
Utilização: alguns cetins de qualidade inferior costumam ser utilizados apenas
como forro. É o caso do cetim Charmeuse e do cetim com elastano. Os
demais, porém, são indicados especialmente para a Moda Noiva, na confecção
de vestidos com saias esvoaçantes, no corte godê, ou no corte sereia.
Também podem ser utilizados para confeccionar camisas.
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Dica de costureira: Na confecção de vestidos de noiva, uma dica é apostar
nos cetins importados porque eles são mais largos (aproximadamente 1,60m)
do que os cetins nacionais (1,40m). Isso faz com que a costureira ganhe na
hora do corte. Quando utilizado para forro, normalmente se escolhe o lado mais
brilhoso do cetim.
Chiffon

Pouco se sabe sobre a origem do


chiffon, mas há registros de que
desde 1700 ele era utilizado na
Europa como sinônimo de status,
riqueza e poder.

Composição: existe o chiffon


sintético (100% poliéster) e o chiffon
toque de seda. Ambos são
levemente transparentes, mas o
sintético é um pouco mais seco.

Caimento: é um tecido leve, fino,


mas que tem um certo peso. Não
chega a dar volume para as peças, mas proporciona um bom caimento.
Utilização: é utilizado, especialmente, em saias bem amplas, esvoaçantes e
godês. É um tecido mais na linha popular, de qualidade inferior ao musseline,
por exemplo.
Dica de costureira: Com o chiffon, é possível fazer saias com godê simples ou
duplo, lembrando sempre que este é um tecido que pede forro e que, por ser
bem maleável, é preciso ter muito
cuidado na hora de costurar.

Crepe
O nome "crepe" deriva do francês e
quer dizer "crespo". É um tecido com
toque mais áspero e aspecto seco,
opaco e granulado.
Composição: é feito com fios altamente
torcidos de seda ou lã (natural ou
sintética) e apresenta uma variedade
imensa de espessuras. Alguns são
mais finos, médios, pesados, com
elastano ou sem elastano (planos).

46
Existem diversos tipos de crepes, como o crepe da China, crepe Georgette,
crepe Marroquino e o crepe Chanel (com um lado brilhante e outro fosco).
Caimento: é bem maleável e possui um bom caimento, que pode variar de
acordo com o tipo de crepe escolhido.

Utilização: é um tecido indicado para a confecção de saias, vestidos e blusas.


Dica de costureira: O crepe, independente da espessura escolhida, sempre
pede um forro. No caso de ser um crepe com elastano, indica-se um forro
também com elastano e vice-versa.

Devorê
O devorê, também conhecido
como 'burnout' é, na verdade,
uma textura criada através de
um processo químico que
destrói uma parte do tecido,
fazendo com que ele ganhe
relevos e transparências. É um
tecido proveniente da França e
seu nome significa “devorar”.

Composição: os desenhos em
relevo do devorê, geralmente
florais, animais prints ou
arabescos, costumam ser aveludados e podem ser aplicados em diferentes
tecidos, como o tule ilusion, o gazar, o musseline, a seda e o veludo.

Caimento: vai depender muito do tecido onde está aplicado.


Utilização: é usado na moda feminina, especialmente em vestidos de festa.
Dica de costureira: Para a confecção de peças de inverno, recomenda-se o
veludo devorê. Para peças de verão,
prefira a seda devorê.

Degradê
Os tecidos degradês são aqueles cujas
estampas apresentam mudanças
gradativas na tonalidade de cores,
passando das mais escuras às mais
suaves. É uma técnica de tingimento

47
bastante utilizada no setor têxtil.
Composição: diversos tecidos podem apresentar a estampa degradê, mas os
mais comuns são musseline, gazar e alguns cetins com elastano.

Caimento: vai depender muito do tecido escolhido.


Utilização: costuma-se usar essa estampa em peças casuais como camisas e
blusinhas, mas também é possível confeccionar vestidos de festa belíssimos
com ela.

Forros
São os tecidos utilizados por baixo
do tecido principal. Ajudam a dar
acabamento e volume às roupas e
garantem também o conforto da
peça.
Composição: os tecidos mais
utilizados como forro são o cetim, o
shantung, o tafetá, o chiffon e o
crepe.

Caimento: vai depender muito do


tecido escolhido.
Utilização: todas as peças da Moda
Festa e Moda Noiva pedem um forro,
além de ternos, blazer e algumas peças de alfaiataria.
Dica de costureira: Para peças que não ficam em contato direto com a pele, é
possível usar forros de tecidos mais sintéticos, como o tafetá. Para dar um bom
acabamento aos vestidos, prefira o chiffon. Já para a primeira saia de um
vestido transparente, os mais indicados são o cetim com elastano, o cetim
toque de seda, o crepe Nuage e Lorraine,
que são acetinados, dão um bom caimento e
não ficam grudando nas pernas.
Gazar

É um tecido bastante antigo. Acredita-se que


o nome seja proveniente de uma cidade
chamada “Gaza”, onde o tecido teria sido
criado.

Composição: é um tecido fino, leve,


transparente e arejado. Pode ser composto
48
por 100% poliéster ou pode ser de seda pura.
Caimento: é um tecido fluido, que fica armado com mais facilidade, mas que
tem movimento.

Utilização: é muito usado para fazer vestidos de noivas, saias esvoaçantes e


também camisas com a gola mais estruturada.
Dica de costureira: Quando colocados lado a lado, o gazar de poliéster e o
gazar de fibra natural são muito parecidos. Por isso, para vestidos de festa,
prefira o gazar sintético. Além de ser mais durável, ele chega a custar 1/3 da
fibra natural.

Jacquard
Uma invenção do mecânico Joseph
Marie Jacquired! O jacquard é fruto
de um sistema de tear automático
desenvolvido pelo francês no final do
século XVIII. Esse sistema cria um
tecido com estampas coloridas,
diferentes, complexas e com relevo,
originárias do entrelaçamento dos
fios. Para que os desenhos sejam
feitos, uma série de cartões
automáticos perfurados programa
cada movimento.
Composição: os desenhos do
jacquard podem ser feitos com fios
metalizados, com fios em seda ou em algodão.

Caimento: é um tecido mais grosso, que não precisa de forro.


Utilização: pode ser utilizado na Moda Festa e também na Moda Casual. A
diferença está no material. Aqueles com fios metalizados são mais usados para
a confecção de vestidos, já os mistos em algodão servem também para a moda
casual. Você pode fazer calça, macaquinho, colete, tubinho, saia. Até no terno
masculino ele pode ser usado!

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A lã é uma fibra natural derivada
do pelo das ovelhas e dos
carneiros. Já era utilizada na Idade
Antiga pelos povos nômades como
agasalho, mas a Mesopotâmia
(atual Iraque) foi a pioneira na
domesticação destes animais e,
por isso, suas lãs se tornaram
famosas. Não demorou para que
ela se tornasse a principal fibra da
Europa, conquistando as cortes. É
um tecido com bom isolamento
térmico: não aquece muito sob o sol, mantendo a temperatura corporal mais
baixa em comparação com tecidos sintéticos. Também não amassa e é
bastante confortável.
Composição: temos as lãs puras (naturais) e as lãs mistas, também chamadas
de acrílicas. As mistas podem combinar poliéster com elastano, poliéster com
lã pura e podem ser 100% poliéster.

Caimento: a lã pura é mais pesada, já a lã mista costuma ser mais leve e


versátil.
Utilização: para casacos grandes de inverno, utiliza-se a lã pura. Já a lã mista
está presente também em blusas mais finas, de meia-estação. Também é
possível fazer vestidos e
saias de lã.
Lurex

O lurex ganhou destaque


nos anos 80, época em que
o brilho estava em alta. No
Brasil, a novela Dancin'
Days foi quem popularizou
este tecido.

Composição: é um tecido
com fio metalizado ou com
uma aplicação de glitter no estilo dourado, ouro ou bronze. Quando o brilho é
aplicado, a base geralmente é malha. O fio de lurex não oxida, não perde o
brilho e nem a cor, mesmo sob a ação da umidade do ar e do calor do corpo.

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Caimento: possui um bom caimento, semelhante às malharias. É confortável e
versátil e pode ser mais leve ou mais pesado, dependendo do fio utilizado.
Utilização: é muito comum vermos o lurex em vestidos, casacos, blusas e até
mesmo mantas e cortinas.

Malhas
As malharias estão entre os
tecidos mais antigos do
mundo. É difícil definir com
precisão quando elas
surgiram, mas sabe-se que
em 1.000 a.C. já existiam
calções de malha usados
em escavações no Egito.
Até o século XVI, toda a
produção de tecidos de
malha era manual, e isso só
mudou com a invenção de
uma máquina de tricotar
idealizada por Willian Lee, um pastor que queria auxiliar sua esposa na
produção dos tecidos.

Composição: é composta por fios entrelaçados, onde, cada laçada que se


forma passa dentro da laçada formada anteriormente, sem que haja um ponto
fixo de ligação entre elas.
Caimento: é um tecido bem maleável, que estica bastante e não amassa.
Utilização: por ser bem versátil, é um tecido que permite dezenas de
utilizações, especialmente na moda casual. Pode-se fazer roupas íntimas,
pijamas, agasalhos, uniformes, moda praia, calções e várias outras peças com
ele.

Musseline
Este tecido tem sua origem em Dhaka,
Bangladesh, mas recebeu este nome
pois era na cidade de “Mossul”, no
Iraque, que ele era encontrado pelos
comerciantes.

Composição: é um tecido muito leve,


transparente, com toque macio e
delicado. Pode possuir fios de seda,
51
acetato, viscose, algodão, poliéster ou poliamida com torções elevadas.
Caimento: é fluido, fica soltinho no corpo e não enruga.
Utilização: saias esvoaçantes sociais, geralmente, são feitas com musselini.

Organza
O nome se origina do francês,
mas é um tecido originário da
Rússia, da região do antigo
Turquistão, lugar famoso pelo
comércio de seda na
antiguidade.
Composição: é um tecido leve,
rígido e transparente, feito de
seda ou fibras sintéticas. Pode
ser customizado com cores,
bordados e texturas.
Caimento: é usado para fazer
peças que necessitam de volume, já que é um tecido extremamente armado.

Utilização: a organza é bastante utilizada para fazer babados, caracóis e


godês. Também é usada na confecção de vestidos de daminhas e debutantes
e ainda pode aparecer na decoração de ambientes, por ser um tecido de custo
baixo e com leve brilho.

Dica de costureira: Este tecido é indicado para fazer uma saia por baixo de
saias de tule.

Paetês
O paetê, nada mais é, do que o tecido
coberto com lantejoulas. E essa é
exatamente a tradução do termo
francês pailleté que originou o nome.
Há registros de que a lantejoula já era
utilizada no ano 2.000 a.C. e, naquela
época, adornava as roupas de reis e
rainhas para demonstrar poder e
riqueza. Nos anos 1900, Algy
Lieberman começou a produzir as
lantejoulas de plástico nos Estados

52
Unidos, e a partir daí elas se popularizaram. Na moda, a primeira aparição do
paetê aconteceu em 1940 nas peças de Coco Chanel e Paul Poiret.
Composição: as lantejoulas que compõem o paetê são feitas de vinil, mas a
base onde elas são aplicadas pode variar bastante, mas normalmente é tule ou
malha.

Caimento: as peças com lantejoulas aplicadas de maneira mais espaçada


costumam ser mais leves. Já aquelas com paetês cobrindo toda a base do
tecido tendem a ficar um pouco mais pesadas.
Utilização: os paetês com lantejoulas costuradas são bastante usados na Moda
Festa. Já as peças com lantejoulas coladas costumam aparecer em fantasias.
Poá
Existem diferentes versões
para a história do poá. Alguns
dizem que imigrantes do leste
europeu o teriam inventado,
inspirados por um ritmo
musical chamado Polka, cuja
coreografia era carregada de
movimentos circulares.
Outros dizem que foi Walt
Disney quem criou a
estampa, em 1928, para ser
utilizada pela personagem Minnie Mouse. O fato é que foram nos anos 1950
que as ‘bolinhas’ fizeram sucesso e se consagraram como uma das estampas
clássicas e atemporais da moda.
Composição: é possível encontrar a estampa póa em tecidos de algodão e
também diversos tecidos sintéticos.
Caimento: vai depender muito do tecido escolhido.

Utilização: costuma aparecer no vestuário feminino em blusas, casacos, saias,


calças, vestidos e até na moda praia.
Rendas

As rendas surgiram no fim da Idade Média, sobretudo na França, Itália,


Inglaterra e Alemanha. Chegaram ao Brasil no século XVIII, através das
famílias portuguesas colonizadoras. Existem dois principais tipos de rendas: a
de agulha, que é confeccionada dando-se laçadas com o fio, em pontos
simples ou complexos, o que resulta em desenhos mais padronizados; e a de
Bilros, que é formada pelo cruzamento sucessivo ou entremeado dos fios, feito
53
sobre o pique - um cartão
onde está o decalque do
desenhos – com a ajuda
dos bilros, um artefato de
madeira onde são
enrolados os fios.

Composição: não importa


o tipo de tecido. Se existe
um fio bordando este
tecido, ele é uma renda.
As mais comuns são as
rendas de algodão e
poliéster que são bordadas sobre tules e telas e ainda podem ser rebordadas
com pedrarias.
Caimento: as rendas podem ser aplicadas em diversos tecidos e a escolha
desses tecidos vai determinar seu caimento.
Utilização: é a principal escolha para a Moda Festa e a Moda Noiva, apesar de
ser bastante utilizada também na moda casual. Para as noivas, as rendas
costumam ser de duas cores: branco natural, também chamado de off-white e
o branco ótico, que é aquele bem branco.
Dica de costureira: Quando uma noiva, formanda ou convidada deseja
confeccionar um vestido onde será preciso recortar a renda para depois aplicá-
la, é preciso observar se a renda escolhida combina com o modelo do vestido.
Para quem prefere as rendas mais delicadas e finas, sem muito relevo, a dica é
apostar nas rendas francesas. Essa é mais difícil de aplicar e requer muita
habilidade por parte da costureira para evitar que rebite. Já a aplicação da
renda em relevo é mais
simples.

Seda
É a fibra natural obtida a partir
do bicho-da-seda. Este inseto
produz um filamento contínuo
de proteína que dá origem a
um tecido resiste e muito
macio. É uma das matérias-
primas mais caras do mundo.
Acredita-se que tenha sido
descoberta por uma imperatriz
chinesa por volta do ano 2.700 a.C..
54
Composição: é a fibra natural usada na composição de diversos tecidos como
musseline e gazar.
Caimento: possui um excelente caimento e costuma ser utilizado em peças
mais soltinhas e que não ficam muito justas ao corpo.

Utilização: é o mais nobre dos tecidos. É utilizado na moda festa, mas por ser
uma fibra natural, as peças em seda 100% não costumam ser usadas repetidas
vezes.
Tafetá

É um tecido que originou-se


na Pérsia (Irã) no século XVI.
Seu nome é uma derivação
da palavra persa “Taftah”.
Antigamente, era utilizado
pelas mulheres ricas por ser
um tecido de luxo, mas hoje já
é mais popular e acessível a
todas as pessoas.
Composição: ele pode ser
100% poliéster, misto com
seda e 100% seda. Também existem tafetás com e sem elastano.

Caimento: é um tecido mais sequinho, que arma um pouco, mas ainda assim
possui um bom caimento. Pode ser mais leve ou mais volumoso, dependendo
da composição.

Utilização: é bastante utilizado na Moda Festa, tanto para homens quanto para
mulheres.
Dica de costureira: As mulheres que gostam dos vestidos no corte sereia
podem optar por um tafetá com elastano, que vai modelar muito bem as curvas
do corpo. E os homens também podem ousar e escolher o tafetá para blazers e
calças.
Tecidos estampados
As estampas foram produzidas,
primeiramente, pelos fenícios, uma
civilização da Antiguidade que se localizava
onde hoje estão Líbano, Síria e o pedaço
norte de Israel. Porém, os tecidos
estampados só começaram a ser utilizados
na Europa depois do século XVII. Existem
55
diferentes métodos e técnicas de estamparia, sendo que o uso de blocos de
madeiras é o mais antigo.
Composição: está presente em quase todos os tipos de tecidos: algodão,
musseline, crepe, devore, chiffon.

Caimento: vai depender muito do tecido escolhido.


Utilização: é possível utilizar tecidos estampados em quase todas as peças,
sejam elas mais sociais, esportivas ou casuais.

Dica de costureira: Para roupas sociais, a dica é apostar em estampas mais


localizadas e discretas. Já para peças esportivas, as estampas coloridas estão
liberadas.
Tricoline

É um tecido de construção
em tela, produzido com finos
fios de algodão penteado
mercerizado. É fácil de cuidar
e amassa pouco.

Composição: é um tecido
100% algodão com elastano.
Caimento: possui ótimo
caimento, além de oferecer
conforto térmico, com
absorção do suor e também conforto nos movimentos, devido à presença de
elastano.
Utilização: é usado, basicamente, na linha de camisaria, tanto masculina
quanto feminina; e também é bastante indicado para a confecção de uniformes.

Tules e telas bordadas


O tule surgiu por volta dos anos 1700 em
uma cidade francesa chamada Tulle e
desde os anos 1800 já era utilizado nos
figurinos de ballet.
Composição: o tule é um tecido construído
com fios entrelaçados que criam uma rede
transparente, mas bastante firme e estável.
Pode ser de malha, ilusion e de armação. A
tela é bem parecida, mas seus fios se
entrelaçam de maneira mais espaçada, o
56
que torna as tramas do tecido mais abertas.
Caimento: o tule de malha acaba sendo mais flexível e molinho do que os
demais, e o de armação confere bastante volume às peças.

Utilização: os tules e as telas bordadas estão presentes, sobretudo, na Moda


Festa. Podem compor apenas algumas partes de um vestido, como as
mangas, ou podem estar por todo ele.

Veludo
É um tecido bastante antigo. Sua
origem remonta aos séculos X e
XV e há registros de que tenha
sido criado na Índia, apesar de ter
sido fabricado exclusivamente na
Itália durante um longo período.
Composição: qualquer tecido que
apresenta pelos curtos e tem o
aspecto aveludado pode ser
considerado um veludo.
Normalmente, esse veludo é
aplicado sobre uma trama de
algodão. Existem vários tipos de
veludos: liso, cotelê, alemão.
Caimento: é um tecido quentinho e um pouco mais pesado, mas com ótimo
caimento para diversas peças.
Utilização: pode ser usado para confeccionar vestidos, calças, paletós, saias,
coletes, macaquinhos e até mesmo na alfaiataria masculina, como estampa no
tecido no jacquard.
Dica de costureira: Independentemente do tipo de veludo escolhido, lembre-
se de mantê-lo bem longe do ferro de passar! Isso é muito importante na hora
da confecção. Se o ferro quente encostar no veludo, ele deixa uma marca
irreversível.

57
Viscose
É a primeira fibra têxtil artificial. A
viscose é produzida a partir de um
elemento natural que é o linter da
semente do algodão e teve sua
produção iniciada em 1905.

Composição: é fibra artificial e


costuma dar origem à tecidos lisos e
estampados.

Caimento: é um tecido leve e fresco,


que apresenta bastante caimento.
Utilização: este é um tecido mais
usado para a confecção daquelas roupas do dia a dia. É altamente indicado
para o verão e para roupas esportivas, mas também aparece sempre em saias
longas, vestidos, blusinhas, regatas e camisetes.
Xadrez
Lá na Idade do Ferro (50 a.C.) o
xadrez já existia, porém há quem
diga que essa estampa foi
inventada por proprietários de
terras na Escócia, durante o
século XIX, para identificar os
clãs.

Composição: pode estar presente


em tecidos como o algodão,
tafetá e chiffon.
Caimento: vai depender muito do
tecido escolhido.

Utilização: é usado mais na Moda Casual e nos trajes Esporte Fino masculinos,
mas é uma estampa clássica e que nunca sai totalmente de moda.

58
Shantung
É um tecido originário da província chinesa
Chantung.

Composição: é produzido com fio de seda ou de


poliéster e apresenta sempre pequenas
saliências, como se fossem pequenos
arranhões. Pode apresentar elastano.
Caimento: é um tecido leve e mole, apesar de
ser um pouco mais grosso.

Utilização: é bastante utilizado na Moda Festa


para confeccionar saias e vestidos. Homens não
utilizam este tecido.

Zibeline

O nome tem origem francesa,


apesar de não se ter notícia de sua
real origem.
Composição: pode ser feito a partir
da seda pura ou pode ser artificial.
Tem leve brilho acetinado.

Caimento: é um pouco mais


grosso, firme e estruturado do que
tecidos como o crepe, mas possui
bom caimento.

Utilização: é indicado para a Moda


Festa e Moda Noiva,
especialmente nos tons brancos e
off-white. Serve tanto para saias amplas no godê como para o modelo sereia.
Também é possível confeccionar calças e vestidos tubinhos com ele.

Dica de costureira: Quando usado para modelos de vestido sereia, é indicado


que o zibeline seja, todo ele, entretelado, ainda antes do corte, com uma
entretela bem adesiva. Isso valoriza a peça. As costuras ficam mais lisas e com
um acabamento melhor.

59
TIPOS DE MAQUINAS DE COSTURA
Máquina caseira: Útil
para iniciantes, pois
possui vários recursos,
como caseado, zigzag,
pontos decorativos,
acabamentos, etc. De
fácil manuseio, com
muitos acessórios que
hoje em dia, no mercado,
facilitam a vida de quem
a usa, como calcadores
para zíper invisível,
nervura, para patch work, franzido, entre outros.
Portátil, pode ser carregada com facilidade. Muitas delas têm o braço livre que
facilita a colocação de mangas e acabamentos como punho e barras de calça.
E ainda tem um custo benefício mais em conta.

Máquina reta industrial:


Mais robusta, para grandes
quantidades de peças e por
isso exige um espaço
maior. Por ser mais rápida,
pode ser utilizada para
materiais mais pesados
como o couro, jeans, lona.
Também com uma grande
variedade de aparelhos e
acessórios desde
calcadores à aparelhos de
viés, vivo, colocadores de
elástico, etc.

Por ser uma máquina reta e industrial só faz um tipo de ponto: o reto, que exige
a utilização de outras máquinas para acabamentos em geral, como a overloque
ou a galoneira.

60
Overloque Industrial:
Máquina para acabamento
em tecidos planos e
fechamento de tecidos de
malha. Máquina diferente da
reta industrial, que exige o
uso de três a quatro linhas
para a formação da corrente.
Exige um espaço maior e por

ser industrial precisa de um local


fixo.

Overloque caseira: Tem a mesma


função, mas por ser caseira torna-se
portátil podendo ser transportada
com maior facilidade.

Para melhorar o desempenho da


máquina use fios e linhas siliconizados, a venda no mercado.
Galoneira Industrial/ Caseira:

Máquina utilizada para fazer


acabamento em malha (barras
simples, galão e trançador). Utilizada
também na fabricação de lingerie
para rebater elásticos, colocar viés,
vivo e etc. São utilizadas duas linhas
e um fio, e de uma a três agulhas,
dependendo do acabamento que se
quer ter.

61
Pespontadeira: Máquina
industrial com a finalidade de fazer
o pesponto de jeans e outros
tecidos pesados. Possui de duas a
três agulhas. Esse tipo de
máquina é utilizada para acelerar
o processo de produção em
grandes empresas, principalmente
na fabricação de jeans. E no setor
automotivo, em bancos de carros,
por exemplo.

Fechadeira: Finalidade de fechar


cós, laterais de roupas, ombros.
Automaticamente faz a dobra do cós
e da lateral diminuindo a necessidade
do uso da overloque.

Interloque: Um tipo de overloque


com três agulhas que faz a costura
reta e overloque ao mesmo tempo,
diminuindo a necessidade do uso da
overloque, acelerando o processo de
produção.
Muito usada no fechamento de calça
jeans, camisaria e algumas
produções de malharia.

62
Travete: Máquina robusta que tem
como finalidade fazer travas em
pontos específicos onde há maior
tensão como bolsos, passantes,
laterais, zíper.

Caseadeira: Máquina industrial


que faz casas de várias
espessuras e tamanhos.

Bordadeira Caseira/ Industrial: Máquina


computadorizada com variados programas
para produzir bordados em alto ou em baixo
relevo. Geralmente utiliza-se várias cores de
linhas dependendo do estilo do bordado.

COMPONENTES DA MAQUINA
As máquinas são diferentes em alguns aspectos, todavia seus itens básicos,
que a maioria possui, são praticamente os mesmos. Vamos conhecer seus
acessórios para facilitar o manuseio dessa peça fundamental para a costura.

63
É necessário entender que a disposição e formato podem alterar, mas as
funções permanecem imutáveis. No desenho, há exemplos desses itens. É
fundamental ler o manual de instruções referente à máquina utilizada para se
familiarizar com o material de trabalho, saber utilizar, limpar, passar a linha e
colocar a bobina.

Com tudo isso em ordem, o


trabalho fica mais fácil e
produtivo.

Botão liga-desliga: o botão de ligar


e desligar da máquina controla o seu funcionamento. Geralmente, uma luz
acende para indicar que a máquina de costura está ligada e pode ser utilizada.
Como medida de segurança, realize os procedimentos internos da máquina
como ‘passar a linha’, ‘trocar agulha’ e ‘colocar óleo’ com o aparelho desligado
para evitar qualquer tipo de acidente.
Volante: o volante realiza o controle da costura, assim como o pedal. Com o
volante é possível laçar a linha da bobina, fazer costuras com precisão e retirar
o tecido quando o trabalho estiver finalizado. No momento em que houver
linhas emboladas entre tecido e máquina – geralmente isso acontece quando
a linha não está passada corretamente pelo seu caminho – com o manejo
cuidadoso do volante, é possível retirar o tecido e recomeçar a costura.
Pedal: o pedal é um item da máquina que controla a agulha e realiza a costura.
Ele é ligado à ela e funciona com a utilização do pé.

Enchedor de bobina ou bobinador: realiza o enchimento da bobina. É


necessário verificar, no manual da máquina que será utilizada, o caminho da
linha para efetuar esse processo. É um caminho diferente do caminho da linha
da agulha principal.
64
Limitador do enchimento de bobina: as máquinas atuais, geralmente,
possuem o limitador. Ele evita que a bobina fique com mais linha que o
necessário.
Bobina: a bobina é uma espécie de pequeno carretel que armazena uma das
linhas indispensáveis à costura. Fica na parte de baixo, dentro da máquina de
costura. Com a linha do
carretel (ou cone) e a linha
da bobina, é possível fazer o
ponto da costura.
Caixa de bobina: a caixa
de bobina é o local onde se
encaixa a bobina.

Lançadeira: peça da
máquina de costura que
contém a caixa de bobina e
a bobina. O sistema, em
conjunto com a linha inferior,
cria os loops que formam os
pontos da máquina de costura.
Sistema vertical da máquina: a bobina fica na vertical, em uma caixa de
bobina removível. Remove-se puxando a trava (lingueta) da caixa de bobina e,
assim, a bobina é retirada.

Existe um parafuso, na caixa de bobina, que tem como função regular sua
tensão. Puxe a linha com a bobina dentro da caixa de bobina. Caso ela corra
facilmente, o parafuso deve ser apertado, mas caso ela esteja muito firme e
corra menos que 2cm, é preciso afrouxar a tensão.

Sistema horizontal da máquina: a bobina fica logo abaixo do pé calcador, em


plano horizontal. Se a tampa for transparente, ela fica visível e, portanto é
possível visualizar a quantidade de linha disponível. Pode-se remover apenas a
bobina na hora de enchê-la.
Braço livre: Algumas máquinas contém o braço livre, ou extensão livre, que é
uma parte da estrutura da máquina removível, possibilitando que se faça
costuras tubulares – barras de calça, por exemplo – com mais facilidade.
Regulador de tensão do ponto: É muito importante ajustar a tensão do ponto
para que ele fique igual, em cima e embaixo. A tensão varia de acordo com o
tecido utilizado. À medida que o número aumenta no regulador, a tensão
aumenta e quando diminui, ela fica mais frouxa. A linha da bobina não deve

65
aparecer na costura superior e a linha de cima não deve aparecer na parte de
baixo.
Seletor de comprimento do ponto: O comprimento do ponto é o tamanho da
linha entre um furo da agulha e outro. Esse comprimento é definido em
milímetros, e pode variar de acordo com o tipo de costura e/ou tecido utilizado.

Seletor de largura do ponto: A largura do ponto é utilizada geralmente com


pontos decorativos. No zigue-zague, por exemplo, quanto mais largo, mais em
forma de “V” ele fica. Quanto menos largo mais reto estabelece-se o ponto.
Tipos de pontos disponíveis: Os pontos decorativos e elásticos disponíveis
dependem do modelo e da
finalidade da máquina. Os pontos
mais importantes para costuras em
geral são: ponto reto, ponto zigue-
zague, ponto multizigue-zague
(para colocação de elástico) e
casinha de botão.

Alavanca de retrocesso: O
retrocesso faz a costura para trás,
ou seja, é importante no começo e
no final, para arrematar e evitar que
a costura desfaça. Outra opção ao
retrocesso, quando se utiliza
tecidos finos, é passar com uma
agulha as duas linhas para o
avesso da roupa e dar um nó, à mão.
Pé calcador: Esse item pode ser chamado também de ‘sapatilha’ e é utilizado
para segurar o tecido contra a máquina. Existem inúmeros tipos de sapatilhas
para diferentes utilizações, como colocação de zíper, colocação de viés, para
franzidos, para fazer casa de botão, dentre outras. O pé calcador ilustrado é o
de costuras gerais.
Alavanca para levantar o pé calcador: Essa alavanca tem a função de
levantar o pé calcador para liberar o tecido da máquina e, também, para
posicionar a sapatilha contra o tecido.

Porta carretel/retrós: Local para colocação da linha no carretel. Ao encaixar o


carretel, coloca-se um pino para prendê-lo. Quando um cone é utilizado no
lugar do carretel, recomenda-se deixá-lo no chão dentro de um recipiente ou na
parede, em um pino. O porta carretel pode ser um pino vertical ou horizontal
na máquina.

66
Preparando o Tecido
O conhecimento do tecido é importante quando vamos montar uma peça.
Esse conhecimento ajuda a escolher o melhor tecido para nossos trabalhos.
Não importa se vamos fazer uma peça para comercializar ou para uso pessoal,
é indispensável verificar a composição do tecido no ato da compra. O
conhecimento da composição é que vai definir o tipo de lavagem, se a
secagem será em secadora ou em varal comum, a temperatura do ferro de
passar, etc.

Sentidos do tecido
Urdume
É o fio vertical, paralelo á
ourela, possui menos
elasticidade. A roupa cortada
no sentido do urdume é dita
“cortada no fio”. Este sentido
dá à roupa um aspecto
menos volumoso.

Trama

É o sentido horizontal, perpendicular à ourela, possui mais elasticidade.


Raramente se corta uma roupa na trama, com exceção dos tecidos que
possuem barra neste sentido.
Viés

É o sentido diagonal em
relação à ourela, possui
mais elasticidade que a
trama. Uma peça
cortada no sentido do
viés tem o caimento
mais suave.

Ourela
É o arremate nas
laterais do tecido, feitos
pelo tear, para que não
desfie nas bordas.
67
A COMPRA DO TECIDO
Ao comprar um tecido verifique
os critérios abaixo:
Estrutura: deve ser firme, sem
fios soltos ou rompidos, de uma
espessura uniforme.

Fios: os fios da trama devem ser


perpendiculares às ourelas. Caso
contrário, o tecido está
desalinhado.
Cor: deve ser uniforme e firme.
No caso de tecido estampado,
verifique se há falhas na estampa.
Sempre ao comprar um tecido, verifique a sua composição para saber como
manuseá-lo durante a confecção da peça e como passar e lavar a peça já
pronta. De preferência, anote a composição do mesmo na hora da compra.

Como reconhecer o avesso e o direito do tecido


Sempre devemos identificar o direito do tecido antes de cortar uma peça, pois o
risco deve ser feito sempre pelo avesso. Nos tecidos que são enrolados em
peça ou tubos, o direito está sempre para dentro e você deve observar isso
quando estiver comprando. Outras formas de identificação são:

• Os tecidos macios são mais brilhantes do lado direito;


• Nos tecidos com textura, esta apresenta mais definição do lado direito e
no lado avesso pode-
se observar
irregularidades como
bolinhas ou linhas
soltas;
• Tecidos com textura no
estilo brocado são
mais macios do lado
direito e tem fios
levantados do lado
avesso;
• Nos tecidos
estampados as cores são mais vivas do lado direito;

68
• Geralmente a ourela dos tecidos é mais macia do lado direito;
• Muitas malhas quando esticadas, enrolam as suas bordas para o lado
direito;

Existem tecidos que o lado direito e o avesso são muito semelhantes, neste
caso, escolha um dos lados para ser o direito e marque o avesso com giz, para
não confundir.

Preparação do tecido
Quando compramos um
tecido geralmente os
vendedores rasgam o
mesmo puxando por uma
das pontas e isso faz com
que as beiradas fiquem
desiguais, sendo preciso
acertá-las.

• Corte a ourela com a


tesoura;
• Puxe um fio do tecido;
• Corte cuidadosamente ao longo do fio puxado até atingir a outra ourela.

O tecido também pode ter sofrido alguma distorção na fábrica, de modo que a
trama e o urdume não estejam perfeitamente perpendiculares. Neste caso, é
preciso fazer o alinhamento dos fios.

• Coloque o tecido sobre


uma superfície plana e
dobre, juntando as
ourelas. Se o tecido
ficar enrugado, precisa
ser acertado seguindo
os passos seguintes.
• Puxe o tecido no viés
em todo o seu
comprimento, até que
fique alinhado;
• Passe a ferro o tecido
antes de cortar.
É muito importante tomar
todos estes cuidados para corrigir as distorções do tecido antes de cortá-lo,
porém, devemos ter conhecimento de que nem sempre é possível fazer tais
69
correções. Alguns tecidos como os que possuem acabamento à prova d’água,
vinco permanente ou forro colado, não permitem que seja feito este
realinhamento da trama.
No caso de tecidos que têm a tendência para encolher ou quando se tem a
intenção de fazer uma peça com dois ou mais tecidos diferentes, é
aconselhável molhar estes tecidos e deixá-los secar à sombra antes de cortar.
Quando o tecido estiver muito enrugado é importante passar a ferro, para que
não ocorra qualquer alteração do
molde.
Ourela

Quando começamos a estudar


corte e costura, vemos em várias
fontes o termo ourela, mas
dificilmente explicam claramente o
que é.
Ourela é o acabamento do tecido,
que arremata as laterais no sentido
do comprimento e impede que os
fios desfiem.
O tecido é formado pelo entrelaçamento
de dois fios que se cruzam
perpendicularmente:

• Urdume (ou teia), é o fio


longitudinal, no sentido do
comprimento;
• Trama é o fio transversal, no
sentido da largura.
• O arremate lateral, no sentido do
comprimento, é chamado ourela.
Podemos visualizar melhor, se pensarmos
num tear manual, que consiste numa
armação de madeira em que prendemos
vários fios, lado a lado (urdume ou teia),
bem esticados. Depois passamos outro fio
por entre os fios já esticados (fio de
trama). Este fio vai passando um por
cima, e outro por baixo, sucessivamente e
criando um tecido.

70
Os fios que correm na horizontal são os fios de urdume, e os fios que passam
entre os fios de urdume na
vertical são a trama.

O fio do tecido, é o sentido em


que corre o fio de urdume.
Como o urdume e a trama,
assumem funções diferentes no
momento da tecelagem, acabam
por ter caraterísticas diferentes,
que vão influenciar o “cair” da
roupa.
O fio de urdume, fica com bastante tensão, ao ser esticado, sendo a base da
trama do tecido. Os fios de urdume, geralmente são mais finos, mais torcidos e
mais resistentes.
Os fios de trama, passam entre
os fios de urdume, sem serem
demasiado puxados, tendo
pouca tensão. Ficam ondulados
no tecido porque seguem um
caminho em zigzag em redor
dos fios de urdume. Os fios
utilizados podem ser menos
resistentes e menos torcidos.

Peça de tecido
Quando o fio de urdume cai perpendicular ao chão, a roupa tem um melhor
“cair”.

O corte em viés é feito a 45˚ do fio de urdume. Neste sentido não passa
nenhum fio do tecido, por isso o caimento é mais leve e o tecido estica mais.

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Queda do fio reto
A ourela cai perpendicular ao chão.
Caimento firme, mas não muito rígido.

Queda do fio atravessado

A ourela cai paralela ao chão.


O caimento é armado.

Queda do fio enviesado

Os fios de trama e urdume caiem em diagonal em


relação ao chão.
O caimento é mole e flexível.

72
Como descobrir qual o fio do tecido, mesmo sem ourela?
Temos de investigar o tecido segundo alguns critérios: elasticidade; listras; fios
fantasia; ondulação e
resistência.

O tecido tem uma certa


elasticidade natural no
sentido da trama. Se
puxarmos o tecido, no
sentido do urdume
sentimos que ele não
cede, não estica nada,
enquanto no sentido da
trama ele estica. Em
tecidos com elastano, este
encontra-se no sentido da trama.
Existem tecidos listrados de dois tipos: estampados, e tramados. Nos
tramados, ou seja, os que foram feitos com fios coloridos, as listras aparecem
iguais no avesso e direito do tecido. As listras tramadas ajudam a identificar o
fio porque normalmente os tecidos listrados têm as listras na vertical, ou seja,
no urdume.
O fio fantasia é qualquer fio irregular, ou trabalhado, como fios chenille, fios
rústicos que têm partes mais grossas que outras, fios metálicos, etc. Quando o
tecido tem esse tipo de fio, normalmente ele vai na trama do tecido, pois não
são resistentes ou regulares o suficiente para serem urdume.
Outra diferença possível entre os fios de urdume e de trama é a ondulação. Ao
desfiar um pouco o tecido, podemos encontrar uma diferença entre a
ondulação dos fios de trama e de urdume. Geralmente os fios de urdume são
menos ondulados que os fios de trama, ou os ondulados são mais espaçados.

O fio que parte mais facilmente, normalmente, é a trama.


Retirando Medidas

Como tirar medida


As medidas devem ser tiradas rentes ao corpo sem apertar nem afrouxar a fita
métrica. Coloque um cadarço ao redor da cintura para marcá-la e para que as
medidas que partem da cintura saiam todas do mesmo lugar.

73
Seja muito criteriosa ao tirar as medidas, pois o perfeito resultado da
modelagem depende desse critério.
Tórax

Contorne o tronco logo abaixo das axilas.


Observe que a fita passa acima dos
mamilos e não sobre estes. Tenha
cuidado para não deixar a fita escorregar
nas costas.

Busto
Contorne o tronco na altura do busto, passando
por cima dos mamilos.

Tenha cuidado para não deixar a fita métrica


escorregar nas costas, em direção a cintura.

Cintura

Contorne a fita métrica na cintura, sobre


a fita amarrada.

Medida da separação do busto


Meça a distância entre os mamilos.

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Altura do busto

Meça no encontro do ombro com o


pescoço até a ponta do mamilo.

Comprimento da blusa na frente

Meça no encontro do ombro com o pescoço,


passando por cima do mamilo e terminando
na cintura.

Largura do braço
Com a mão apoiada no quadril, contorne o braço onde ele é
mais largo.

Largura das costas


Meça entre o ombro e a dobra da axila nas costas.
Essa medida é muito importante. Crie uma cava
imaginária da ponta do ombro até a dobra da axila.

75
Comprimento da blusa nas costas

Meça no encontro do ombro com o pescoço, no


mesmo ponto que foi tirado na frente e desça
pelas costas até alcançar a cintura.

Quadril

Contorne o quadril na parte mais larga.

Altura do gancho
Com a pessoa sentada, com a postura elegante, meça a distância entre a
cintura e o assento da cadeira pela lateral do corpo.

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Comprimento da calça

Meça pela lateral do corpo, da cintura até o


comprimento desejado para a calça.

Altura do joelho
Meça pela lateral do corpo, da cintura até o joelho.

Altura do quadril

Meça pela lateral do corpo, da cintura até onde o quadril


é mais largo, em média dá 20cm.

Largura do joelho

Contorne o joelho.

77
Medida do tornozelo

Contorne o tornozelo.

Medidas Masculinas
1 - Largura do Tórax
Contorne onde o tronco é mais largo. Cuidado para que a fita métrica não
escorregue nas costas.
2 - Comprimento da Blusa na Frente até a Cintura
Coloque a fita métrica no ombro, na base do pescoço, até a cintura.

3 – Cintura
Contorne a fita métrica na cintura.

4 - Largura do Braço
Contorne o braço na altura em que é
mais grosso.

5 - Largura do pescoço
Contorne o pescoço na base sem
apertar.

6 - Largura do Quadril
Contorne o Quadril sem apertar.

7 - Comprimento da Calça
Meça da Cintura até a altura desejada
para a Calça.

8 - Largura do Joelho
Contorne o Joelho

78
9 - Largura do Punho

Contorne o punho sem apertar.


10 - Largura das Costas

Meça ombro a ombro.

11 – Gancho

Meça da Cintura na Frente passando entre as


pernas até a Cintura nas Costas sem forçar a fita
métrica.

COSTURANDO PASSO A PASSO


Costura reta

1. Ligue a máquina na
tomada e no botão
liga/desliga.
2. Encha a bobina (verifique
como passar a linha para
encher a bobina na sua
máquina).

3. Encaixe a bobina na caixa


de bobina.

79
4. Passe a linha pelo ‘caminho da linha’ e pela agulha. Coloque o volante de
modo que a agulha fique no
seu ponto mais alto.
5.Levante a alavanca do pé
calcador.

6. Lace a linha da bobina


utilizando o volante. Traga
as duas linhas para a parte
superior da máquina.
Coloque-as para trás,
passando pela abertura do
pé calcador.

7. Coloque o tecido sobre a máquina, embaixo do pé calcador e desça a


alavanca do mesmo, fixando o tecido.

8. Comece a costurar usando o pedal, mas use o volante quando houver


alguma área de difícil acesso ou que necessite de mais cuidado.
Exercícios para controle do pedal da máquina:

Com alguns pedaços de algodão cru


risque linhas que serão como guias,
para seguir costurando à máquina.
Faça a costura reta seguindo a linha.
Depois, faça a costura reta com
retrocesso no início e no final.

Com o ponto reto, siga o zigue-zague.


Primeiro faça um mais largo e depois
um mais estreito, que necessite de
maior controle. Nos ângulos, chegue
com o volante para não passar do ponto. Para fazer o ângulo, deixe a agulha
prendendo o tecido, suba o pé calcador e gire o tecido até alcançar a diagonal.
Faça círculos e desenhos, com misturas entre retas, curvas e ângulos. Use o
pedal e, quando necessário, o volante.

Sempre treine em um retalho para começar a costurar com mais segurança e


controle da sua máquina.

80
Costura overloque
O overloque é uma máquina
própria para chulear o tecido,
isto é, fazer o acabamento e
evitar que as bordas desfiem.

O ponto pode variar de


acordo com as especificações
da máquina e pode ser feito
com:

• 1 linha reta, 2 fios de


overloque e uma agulha: é o ponto mais comum para malhas e tecidos
planos (3 linhas).
• 2 linhas retas, 2 fios de overloque e duas agulhas: malhas grossas e
tecidos elásticos que necessitem de reforço na costura
Pode-se fazer o overloque com as margens abertas antes de começar a
costurar na máquina reta. Feita a costura, deve-se manter as margens abertas
e passá-las ao ferro.

Para uma maneira mais industrial e mais rápida é possível fazer o overloque
fechando as margens após a costura na máquina reta.

Para passar as linhas na máquina overloque, consulte o manual de instruções


específico da sua máquina.

MODELAGEM
A importância da
modelagem e da costura
para a criação de moda:
para o estilista e/ou
empreendedor é preciso
entender as possibilidades
que a modelagem e a
costura trazem para a
criação.

A criatividade nos faz


desenhar inúmeras peças
de roupa, seguir
tendências, procurar
antevê-las. A inspiração
81
pode vir de uma obra de arte, de uma música e até de lugares inusitados. Mas
como transformar o desenho em roupa? O papel aceita tudo, já o corpo
humano, cheio de curvas, tridimensional, não aceita tão facilmente. O tecido
possui fios e sentidos que mudam o caimento.
Para o estilista, o criador e o empreendedor na moda, é muito importante
entender as possibilidades que a modelagem traz para a criação. É possível
fazer pala, pences assimétricas, pregas, franzidos, dentre muitas outras
combinações. Se o estilista tiver o repertório da costura e da modelagem, ele
tem uma gama de variedades, ideias diversificadas e consegue resolver algum
problema na prova de roupa, que pode eventualmente surgir, quando a peça
não “cair bem”.
Aprender a modelagem padrão é imprescindível, mas entender a anatomia do
corpo e suas possibilidades transforma o conhecimento de quem modela.
Precisa-se também entender o processo para ser um estilista, um
empreendedor, ter sua própria marca, para dominar o assunto e transitar por
diversas áreas.

Moldes (Importante)

Inicialmente antes de produzir seus próprios moldes você irá


iniciar o processo de costura com base em moldes já prontos,
na internet em vários locais é possível encontrar inúmeros
moldes, aonde necessitará apenas imprimir e em seguida fazer
o corte do tecido, alguns moldes você encontra de graça e
alguns pagos. Você pode buscar moldes que já estão em
algum tamanho exato, exemplo, 36,38,40 etc. No entanto alguns
moldes já vem com medidas e marcas de cortes diferentes
basta apenas selecionar qual a medida que deseja.

82
Sege abaixo vários sites que possuem inúmeros moldes:

http://moldesdicasmoda.com/modelos/

https://claudineiaantunes.com.br/moldes-gratis/
http://escoladecosturar.com.br/category/molde-gratis/

http://www.marlenemukai.com.br/
https://blog.costurebem.net/material-gratuito-para-costura/

No entanto pode encontrar um molde mas que não esteja na medida que
necessita desta forma poderá ampliar proporcionalmente de acordo com
as dicas abaixo:

A alteração é melhor aplicada


quando se têm acesso às medidas
de corpo sobre as quais foram feitos
os moldes. Estes apresentam as
medidas do corpo adicionadas de
folgas de movimento ou de modelo,
ou seja, medindo o molde não
obtemos a medida exata do corpo.
Para manter o mesmo estilo e
aparência da roupa original, vale
muito saber de antemão para que
medidas de corpo aquele molde foi
feito. Nas revistas de moldes de
costura, a tabela de medidas
apresenta essa informação.
Verifique também se o molde já tem
margens de costura adicionadas ou
não. O método serve para ambos os casos.

83
É interessante, para compreender o método, entender um pouco de
modelagem ou costura, para saber a proporção em que devem ser aplicadas
as medidas. Sabemos que, na modelagem e costura, trabalhamos
frequentemente com metade da frente e metade das costas, cada um
representando 1/4 do corpo. As medidas de busto, cintura e quadril, nesse
caso, estão divididas por 4. Outras medidas que encontraremos no molde
podem aparecer divididas por 2, por 8, por 1, etc. Veremos esses exemplos
depois. A diferença entre as medidas do molde e as medidas da pessoa deve,
então, ser dividida de acordo antes de ser aplicada ao molde. Vamos começar!

Alterações em molde de vestido simples


Com os moldes em
mãos, monte uma tabela
com as medidas do
molde original. Aqui
usaremos as medidas de
busto, cintura, quadril,
costas, comprimento do
corpo (a distância entre a
lateral do pescoço e a
cintura) e comprimento
total da peça. Em
seguida, as medidas para que deseja alterar o molde. Na tabela do exemplo,
todas as medidas aparecem em centímetros.
Depois disso, continue a tabela inserindo a diferença entre essas medidas na
próxima coluna. Coloque junto ao número um sinal “+” se a medida irá
aumentar, e um “–” se ela vai diminuir. Em seguida, efetue as divisões
necessárias:

• Busto, cintura e quadril são divididos por 4.


• O busto também é dividido por 8 para localizar a pence.
• Costas por 2 para aumentar as costas e por 6 para aumentar a largura
do decote.
• O comprimento do
corpo não é dividido
no molde, mas
distribuímos essa
diferença entre a
parte de cima e a
parte de baixo, então
podemos dividir por 2.
• O comprimento total continua sem divisão.
84
Agora a tabela está pronta para começarmos a alterar o molde. Pegue um
pedaço de papel um pouco maior que o molde a ser alterado e posicione o
molde sobre o papel, com o centro da frente/costas em uma das beiradas
laterais do papel (imagem abaixo, à esquerda). Fixe-o com fita adesiva ou
alfinetes. Estude agora, observando o molde, onde serão aplicadas as
alterações. Na imagem abaixo, à direita, está às localizações da maioria das
medidas no molde, e como elas são obtidas.

85
Começaremos as alterações pelas larguras. A diferença entre a medida de
busto do molde e a medida de busto da pessoa para quem vamos fazer a
alteração, exemplo, é de 12cm. (92 – 80 = 12cm) Como a medida de busto, no
molde, está dividida em 4 partes, dividimos a diferença da mesma maneira. (12
/ 4 = 3cm) Aumentamos então, sobre a linha do busto, a partir da lateral do
molde, 3cm.

Como no desenho (abaixo, à esquerda), prolongue a linha de busto a partir da


lateral do vestido. Meça, a partir da lateral, a medida obtida, no meu caso 3cm.
Marque um pequeno traço vertical onde mediu 3cm. Em seguida, repita o
mesmo procedimento para a medida da cintura. A divisão se repete. (74 – 68 =
8. Depois 8 / 4 = 2)

Repita para o quadril, também dividindo por 4. (98 – 96 = 2. Depois 2 / 4


= 0,5cm) Aqui a diferença é bem menor, mas não deve ser esquecida. No caso
de a diferença ser negativa (a medida do molde é maior do que a que se
deseja alterar), a marcação vem em direção ao centro do molde, para dentro e
não para fora deste.
Depois do quadril, aproveitamos para deslocar a pence. Esta será deslocada
dividindo a diferença do busto por 8, pois é a medida que se usa para localizar
o ponto O (ápice do busto = busto dividido por 8, menos 1,5cm). (92 – 80 = 12.
Depois 12 / 8 = 1,5) Transfira a pence inteira para a lateral. Depois de
86
desenhar o novo contorno, passe a carretilha sobre a pence para que o traçado
seja transferido para o papel de baixo.

A próxima largura é a das costas. Aplicaremos a alteração em 2 pontos: na


metade da altura da cava (figura abaixo, à esquerda) e na ponta do ombro
(figura abaixo, à direita). É só dividir a diferença das costas por 2 e marcar da
mesma forma que as outras medidas. (37 – 36 = 1. Depois 1 / 2 = 0,5cm)

87
Agora o comprimento do corpo. Essa
parte exige mais atenção. Como foi
comentado antes, a medida do
comprimento do corpo é apresentada
inteira no molde, mas distribuiremos a
diferença entre a parte de cima e a parte
de baixo para não haver distorção. Isso
aumenta o molde tanto na região da cava
quando na região da cintura, para a
diferença ficar proporcional.
A nossa medida de comprimento do
corpo do molde é 41, e a que desejamos
colocar no molde é 46, logo, a diferença é
de 5cm. Dividindo por 2, temos 2,5cm de
diferença para cima e 2,5cm para baixo.
Aplicamos a diferença da parte de cima
no centro do decote e nas duas pontas do
ombro. Na parte de baixo, isto é, na linha
da cintura do molde, descemos a linha toda em 2,5cm.

Por que na linha da cintura, e não na linha da barra do vestido? Por que a
medida de comprimento do corpo refere-se à distância entre o ombro e a
cintura apenas. O comprimento do vestido será corrigido depois. Como
descemos a linha da cintura (em tracejado na figura abaixo, à esquerda),
descemos a linha do quadril e a linha da barra do vestido da mesma maneira
para compensar.

Em seguida, alteramos a largura do decote aplicando a diferença das costas


dividida por 6 (proporção usada na modelagem). A alteração deve ser feita nas
pontas interna e externa do ombro, sobre a altura nova. (em vermelho na figura
abaixo)

88
Nossa próxima e última alteração na frente do vestido é o comprimento total. O
comprimento total é alterado da seguinte maneira:
Diminui-se o comprimento total do molde pelo da medida a que queremos
chegar (95 – 100 = -5);

Diminui-se o comprimento do corpo do molde pelo da medida a que queremos


chegar (41 – 46 = -5);
Em seguida calcula-se o primeiro resultado menos o segundo. Esta é a medida
que devemos adicionar (ou subtrair, no caso de medida negativa), do
comprimento do vestido. (-5 -(-5) = 0)

No caso do exemplo, a diferença entre o comprimento do corpo original e o da


alteração é de 5cm, mas a diferença do comprimento total também é 5, então
nenhuma alteração será feita no comprimento.

E pronto! Agora só falta ligar os pontos e traçar o novo contorno do molde.


Quando for traçar a pence, não esqueça de deslocá-la para baixo junto com a
nova linha da cintura.
Confira também a medida de ombros. Mudamos o ombro de acordo com a
medida de costas, mas como nem todo mundo segue a mesma proporção,
meça o ombro para garantir, e altere se for necessário.

89
Para alterar o molde das costas, siga o
mesmo processo. Veja ao lado resultado da
alteração.

Traçados do molde antigo e do molde novo


sobrepostos
Alterações em vestido com recorte princesa

Para moldes mais complexos, como por


exemplo o recorte princesa, devemos
primeiro pensar no total do molde antes de
pensar em suas partes. Usarei como
exemplo o vestido com recorte princesa que
parte do ombro e vai reto até a barra.

Por onde passa esse recorte? A principal


função do recorte princesa é modelar a
roupa passando pelas pences, certo? Isso
quer dizer que a localização desse recorte depende da localização da pence.
Quando ele parte do ombro, ele também esconde ali uma pence do ombro.
Esta pence se localiza na metade do ombro, e depende da medida das costas.

Já a pence da cintura, como vimos antes, depende da medida do busto, mais


precisamente de sua divisão por 8. Já temos aqui algumas dicas de como
alterar as medidas nesses moldes. Como o recorte princesa cai reto desde o
ápice do busto, alteramos ele todo de acordo com a mesma medida, 1/8 do
busto. Já a lateral da peça deve levar em consideração as medidas de busto,
cintura e quadril.

90
É assim que faremos a alteração: copiamos os moldes lado a lado, com o
recorte fechado, como se fosse um molde só. Para isso é importante que não
tenham margens de costura nessa região. Aumentamos ou diminuímos as
medidas exatamente como feito no exemplo anterior, ignorando o recorte.
Depois disso, deslocamos o recorte deste jeito:

No ombro, o recorte deve ficar exatamente na


sua metade;
No busto, cintura e quadril, o recorte se
movimenta junto com a pence. Altere a pence
de acordo com a diferença de medidas do
busto dividida por 8, como no primeiro
exemplo;
Ligue o novo recorte do ombro à pence, e
continue o traçado até a barra, paralelo ao
centro da frente/costas.

Marque o meio do ombro e desloque a pence

91
Conecte as pences para traçar a nova linha
do recorte princesa
Depois disso é só transferir o novo traçado
para um outro papel, com a carretilha, e
adicionar as margens de costura que
faltarem.

Outras alterações
Alguns outros exemplos de alterações são
as mangas e as calças. Para as mangas,
devemos levar em consideração o quanto
aumentou a lateral do busto e o quanto
subiu o ombro. Essas medidas são
alteradas separadamente para não
deformar a proporção da cabeça da manga.
O comprimento do braço é uma alteração
mais simples.

No caso das calças, alteramos as diferenças de medidas de quadril e cintura


divididas por 8, nos dois lados do molde, como mostra a figura abaixo, à direita.
Subimos na cintura a diferença da altura do gancho. Nas pernas da calça,
dependendo do modelo, alteramos a largura do joelho e da boca da
calça, com as diferenças divididas por 4. Descemos na barra a diferença do
comprimento da calça menos a diferença da altura do gancho, que já foi
marcada anteriormente.

92
CORTE DE TECIDOS

Corte de molde na metade/


simétrico

Para cortar um tecido, verifique a


localização das ourelas. Dobre
ourela com ourela se o molde for
tomar toda a largura do tecido. Se
a peça a ser cortada não utilizar
muito tecido, dobre apenas o
suficiente, mas deixe a ourela
exatamente paralela à dobra do
tecido.
Coloque o molde que deve ficar
inteiro na dobra do tecido. O molde
que tem recorte é colocado no
melhor encaixe do tecido, porém
com o seu fio reto paralelo à ourela.
O molde pode ter ou não margem de costura dependendo do objetivo do corte.
Caso seja um molde para ser produzido em larga escala ou repassado ao
cortador, é preciso adicionar margem de costura e barra.

Um corte em tecido fino também já pode ter margem de costura, mesmo que
esteja sendo feito como peça única.

Para os iniciantes, é didático a colocação da margem de costura no próprio


tecido:
1. Encaixe o molde sobre o tecido seguindo as regras do fio.

2. Prenda o molde ao tecido com pesos ou alfinetes.


3. Marque, com giz, sabonete ou caneta de tecido um pontilhado ao redor do
molde.

4. Alfinete esse pontilhado para segurar o tecido e não perder a marcação.


5.Coloque, a partir daí, a margem de costura. Sugestão: 1 ou 1,5cm.

93
Corte do molde inteiro ou assimétrico
Para cortar um molde que
esteja inteiro no papel, o tecido
também deve estar aberto. Se
nesse molde houver partes
que devem ser cortadas
duplas, copie essas partes
duas vezes. Não deixe de
espelhá-las para que não
saiam voltadas para um
mesmo lado, como, por
exemplo, mangas.
Quando for cortar um tecido
fino, que é muito leve e pode sair do lugar na hora do corte, uma dica é colocar
papel de seda embaixo do tecido. Alisar bem o tecido e prendê-lo com pesos,
em suas bordas, facilita o processo.

Corte tecidos finos com o tecido e moldes abertos e adicione margem de


costura no próprio molde.Na hora do corte, corte papel e tecido de uma só vez.

Como cortar tecidos finos e escorregadios


Como fazer

Usamos papel seda para


estabilizar o tecido – aquele
papel fininho que vem na caixa
de sapato. Compre em folhas ou
em rolo, em papelarias. Não
recomendo usar se estiver
amassado. Prepare uma camada
de papel sobre a mesa. Se
precisar, junte mais de uma folha
para poder cobrir toda a área que
o tecido vai ocupar.

94
O tecido deve estar com as beiradas
rasgadas, e não cortadas, para que
fiquem exatamente no fio. Coloque-o
sobre o papel. É possível colocar
mais de uma camada, então pode
colocar o tecido dobrado se quiser.
Alinhe as beiradas do tecido com as
beiradas do papel. Isso garante que
os fios do tecido estejam alinhados.

Agora coloque uma camada de


papel sobre o tecido.

Distribua os moldes sobre o papel e


alfinete-os com cuidado.

Corte ao redor, levantando o tecido o


mínimo possível

95
O resultado:

E o fio da tesoura?

Sim, cortar papel gasta o fio da tesoura, o que faz com que fique cada vez
menos afiada e não corte o tecido direito. Mas as tesouras de tecido terão que
ser amoladas um dia, mesmo se não cortar papel. Isso só acelera o
processo. Aí é só amolar, e pronto. De qualquer maneira, esse
papel é bem fino e frágil, e não gasta muito a tesoura, portanto
não saia por aí cortando tudo quanto é papel com
sua tesoura de tecido.
Acabamentos Manuais
Alguns conselhos:

Escolha uma agulha que seja adequada ao tecido. Para fazer os


pontos a seguir, prefira agulhas mais finas – curtas para pontos pequenos, e
mais longos para alinhavos.

96
Costure com linha relativamente curta, de 45 a 60 cm para costuras definitivas.
Para os alinhavos, pode ser usada uma linha maior. A linha só deverá ser
dobrada para pregar botões e colchetes.
Para alinhavar e fazer marcações, utiliza-se linhas de cores claras, que façam
um certo contraste no tecido. As linhas muito escuras podem deixar marcas no
tecido. A seguir, estão os mais utilizados pontos à mão.

Alinhavos
Alinhavo Corrente

É utilizado para unir


provisoriamente duas ou
mais camadas de tecido,
sendo o mais comum.

Alinhavo Diagonal

Este tipo segura melhor que o


corrente. È utilizado para prender
forros, entretelas ou enchimentos.

Pontos para construção


Ponto de luva

Ponto pequeno e regular, utilizado para


costurar fitas, rendas e outros aviamentos
delicados.

97
Ponto atrás
Tem grande elasticidade, sendo
por isso muito resistente. É
utilizado para arrematar e reparar
costuras à mão, em lugares onde
ficaria difícil executar uma costura
à máquina.

Pontos de bainha
Para fazer bainhas viradas,
dobre na altura desejada,
marque e pregue os alfinetes
perpendicularmente à
dobra, passando um alinhavo,
não esquecendo de que a
bainha deve ter uma altura
uniforme. Passe a bainha a
ferro e costure com um dos
pontos de bainha.

A seguir, estão os pontos mais utilizados para fazer bainhas à mão. De acordo
com o tecido, deve-se escolher o ponto que mais se aplica ao resultado
desejado para a peça.

Espinha de peixe
Este ponto semelhante ao zig-zag é indicado para bainhas mais pesadas.
Invisível

Este ponto é simples e rápido,


executado por dentro, indicado
para tecidos leves.

98
Clássico ou inclinado

É bastante prático, porém


menos resistente, indicado para
peças delicadas.

Fazendo Casas para Botão


Muitas das máquinas vendidas hoje já têm a regulagem pronta para fazer
casas de botão, algumas até
automática, mas muitas vezes
isso não está disponível.
Além disso, as casas de
botão automáticas de nossas
máquinas caseiras nem
sempre ficam tão bonitas.

Como as casas de botão de


camisas ficam bem à mostra,
é importante que estejam
bonitas. Por isso, vou lhes
passar o meu método de fazê-las, que me facilitou bastante esse trabalho e
acabou com o medo das casas à máquina.

Além de ter feito mais de 10 casas completas até pegar o jeito, treino bastante
antes de começar o trabalho em
qualquer peça, e recomendo que
façam o mesmo. Isso é um bom
aquecimento.

Medida da casa
Meça a casa enrolando uma fita de
cetim bem estreita ao redor do
botão. Corte com uma tesoura bem
onde a fita se junta.

99
A medida da casa é igual à metade desse pedaço de fita, mais 3mm. Anote
essa medida para usar em toda a camisa.

Regulagem do zigzag
Para começar a testar as casas, pegue um retalho do mesmo tecido que usou
na peça. É importante também
usar o mesmo tipo de linha. A
cor pode ser diferente para
melhorar a visibilidade.
As máquinas zigzag mais
simples têm 2 regulagens de
ponto: largura e comprimento. É
só isso que vamos usar para
acertar os pontos da casa, mas
é importante que a tensão dos
pontos já esteja regulada, ou
seja, que a manutenção da máquina esteja em dia.
1.Regule a largura do zigzag para que fique entre 1 e 2mm de largura. Ajuste e
costure para testar, até que fique com essa largura. Quando achar a posição
certa do regulador, marque
com caneta hidrocor ou cole
um pedaço de fita crepe e
risque com lápis exatamente
onde o ponteiro deve ficar para
conseguir essa largura.

Largura do ponto

100
2. Faça uma carreira de zigzag com
essa largura. Pare, volte ao começo
da carreira, e faça uma outra igual,
paralela à primeira, separada por
1mm.
3. Agora encontre a largura ideal de
zigzag para arrematar a casa, que é
aquele ponto largo que fica no
começo e no final. Marque a
regulagem do ponteiro da mesma
maneira que fez antes.

4. Depois disso, escolha o


comprimento dos pontos para cada
uma das larguras escolhidas. Os
pontos mais estreitos, que fazem
as laterais das casas, devem ter
comprimento entre 1mm e zero,
enquanto que os pontos mais
largos devem ter comprimento
mais próximo do zero. Teste os
pontos e marque as regulagens
como antes.

Esse truque de marcar a regulagem do zigzag é importante porque trocaremos


de uma para a outra várias vezes. Se não marcarmos as larguras e
comprimentos corretamente, as casas ficarão diferentes umas das outras.
Marcação das casas

Marque as casas no tecido para não


se perder enquanto costura. Você
pode marcar à lápis, com giz, ou com
linha. r. A marcação fica bem visível
debaixo do calcador da máquina, e é
mais fácil tirar depois. Não corremos o
risco de ficar com marcas de lápis na
camisa branca!

101
Primeiro, risque com um giz (bem afiado) a
posição e o comprimento da casa com o
seguinte desenho:

O comprimento da casa é aquela medida que


fizemos antes. O desenho pode não ficar
muito preciso, mas não tem problema. A
marcação de linha será mais precisa.

A marcação com linha é feita com alinhavos.


Escolha uma linha de cor contrastante e uma
agulha fina e comprida. Alinhave sobre a linha
central da casa com pontos pequenos.

O primeiro alinhavo marca a posição da casa.

Em seguida, alinhave sobre os limites


da casa. Deixe sobras de linha de
pelo menos 2cm de cada lado para
que a marcação não escape
facilmente.
Os outros dois alinhavos delimitam a
altura da casa.

102
Costurando a casa de botão
1.Regule a máquina para o ponto
estreito, com o comprimento que foi
escolhido para ele. Posicione o tecido
com a marcação sob o calcador da
máquina e desça a agulha da
máquina para enfiá-la na parte
superior da marcação, de um dos
lados do traço vertical.

2. Costure uma carreira de pontos


paralela ao traço vertical e pare
quando chegar ao limite da casa e a
agulha estiver espetada no lado mais
afastado do traço. Deixe a agulha
espetada no tecido.

3. Levante o calcador da máquina e


mude as regulagens para as do ponto
mais largo. Desça o calcador
novamente.

103
4. Faça 5 pontos e pare. Deixe a
agulha enfiada onde parou e levante o
calcador.
5. Gire o tecido em 180˚. Mude a
regulagem novamente, desta vez para
a mais estreita.

6. Cuidado nesta parte: A agulha está


na posição esquerda, mas está
espetada na direita da casa. Se
costurarmos assim, a próxima carreira
de pontos vai ficar para fora da casa.
Para arrumar a posição da agulha,
levante o calcador e gire o volante da
máquina para subí-la. Continue girando
na mesma direção e ela vai descer
novamente, desta vez na posição
direita. Reposicione o tecido de
maneira que, ao descer, a agulha o
espete no lugar do último ponto.

7. Desça o calcador e costure até


chegar à outra extremidade da casa.
Pare com a agulha enfiada no tecido, à
direita da casa. As carreiras de pontos
devem ficar paralelas, e separadas por
1mm.

104
8. Levante o calcador e regule o ponto
para o mais largo. Faça o arremate
final com 5 pontos.

9. Levante a agulha e o calcador. Para


puxar o tecido, segure bem firme sobre
o arremate final para que a os pontos
não fiquem enrugados.

Finalizando a casa

1.Puxe as linhas que sobraram para o lado avesso da casa e dê um nó. As


linhas que ficaram presas debaixo do arremate e não puderam ser puxadas
para o avesso podem ser cortadas.

105
2. Usando uma agulha de crochê bem fina, puxe as linhas por baixo do
arremate. Corte o excesso.

3. Puxe as linhas da marcação


para removê-las.

4. Abra a casa com um abridor de


casas (desmanchador de
costura). Para não correr o risco
de cortar demais, enfie a ponta do
abridor no começo da casa e em
seguida no final da casa, como na
foto. Puxe para cortar.

5. Com uma tesoura de


bordado, apare os fiapos que
ficaram no meio da casa. Tome
muito cuidado para não cortar
os pontos.

106
6. Essa foi a primeira tentativa.
Faça várias até ficar satisfeito
com a qualidade. Quando
terminar, faça as casas da peça
pronta.

Ponto Chuleado ou Palito

1- Use a linha de uma cor


que fique bem próxima à cor
do feltro, pois isso disfarça
os pontinhos que ficarem
tortos. Coloque a linha no
buraquinho da agulha e
deixe um lado maior que o
outro. Para dar o nó na
ponta, há uma maneira bem
bacana: segure a pontinha
da linha na frente da agulha
e dê três voltas com a linha,
segure firme e leve essas
voltinhas para o final da
linha. Quando chegar no
final da linha o nó estará
feito.

107
2- Observe a peça.
Opte por começar em
algum lugar que não
ficará muito exposto
quando ela estiver
pronta. Pois no
fechamento da peça,
pode acontecer de ficar
um pouco torto, então
se tiver outra parte
para cobrir no final será
ótimo! Para começar a
costura, separe as
duas partes do feltro e
coloque a agulha pela
parte interna, deixando
o nó dentro da peça. E
puxe. Introduza a
agulha na parte de
trás, um pouco mais à frente de onde ela saiu antes e puxe. Vai ficar o ponto
para o ladinho.
3- Repita o processo.
Para os pontos ficarem
sempre na mesma
distância, você pode
usar uma técnica que
vi na net há um tempo
atrás. Faça marcações
no dedo indicador, com
uma caneta, usando a
régua, geralmente de 3
em 3mm fica bom.
Assim quando for
costurar você usa as
marcações no dedo
para saber onde a
agulha vai ser
introduzida no tecido.
Com o tempo você não
precisará mais disso.

108
Quando você tiver que colocar outra parte entre o feltro, introduza a agulha
pela peça até o outro lado.
4- Introduza a agulha
na parte de trás na
parte da borda do feltro
que estava sendo
costurado antes e saia
com a agulha na frente
da peça, na altura dos
outros pontos. Repita o
processo até o final da
parte que está sendo
colocada no meio.
Depois é só costurar
normalmente. Deixe
um espaço de
aproximadamente um
dedo para colocar o
enchimento. Com o
auxilio de um palito de
churrasco, ponta de
pincel ou agulha de
crochê, coloque o
enchimento nos
cantinhos, como braços,
pernas, etc.
5- Aqui é um ponto
crucial. Não pode ser
nem 8.. nem 88. Não
pode ter dó de usar o
enchimento, mas
também não pode usar
muito. Coloque o
enchimento com
delicadeza, primeiro nos
cantos, preenchendo
toda a volta e depois o
meio, até chegar na
borda que não foi
costurada. A peça
precisa estar
109
completamente cheia, mas não pode ter estourando de enchimento. Tem que
ser um cheio macio.. apalpe para saber se já está no ponto certo. Veja se
nenhum cantinho da peça ficou murcho antes de fechar. Empurre o enchimento
um pouco para dentro e continue fazendo os pontinhos até o final. Quando
chegar no último ponto,
não puxe toda a linha.
Deixe uma barriguinha,
passe a agulha por ela e
puxe com firmeza. Esse
vai ser o nó final. Se
preferir pode fazer esse
processo duas vezes.
6- Passe a agulha pelo
último ponto e leve até
algum ponto qualquer da
peça. Retire a agulha e
corte a linha. Essa peça
é o corpo de um elefante

110
FRANZIDO

1. Posicione o pé calcador da máquina no


ponto exato onde você quer começar a
franzir. Vamos usar um ponto reto largo e
a ideia neste caso é fazer uma linha de
costura reta em toda a largura do nosso
retalho.

2. Dar uns pontinhos de retrocesso no


início é fundamental. Como ? Faça uns 3
pontos para frente e depois, com o botão
de retrocesso, volte uns pontos para trás,
passando por cima da costura anterior.
Isso é básico dos básicos e vai ‘travar’ os
pontos no início da costura.
Depois continue costurando em linha reta
até chegar na largura que você quer.

3. Importantíssimo! Terminada a
costura em linha reta, NÃO faça o
retrocesso no final desta vez.

4. Corte a linha deixando um bom


pedaço do fio sobrando – você vai
entender o porquê daqui apouco.

111
5. Hora de costurar a segunda
linha. Repita o processo
costurando uma segunda linha
posicionada bem paralela à
primeira. Neste caso, deixamos
a largura do pé calcador como
distância entre as duas.

6. Enrole nos dedos as duas


pontas dos fios que sobraram de
um dos lados do tecido. Vá
puxando bem devagar. Vale
puxar pelos dois fios da frente ou
pelos dois do verso, isso não faz
diferença no resultado final. O
segredo é sempre puxar os dois
fios juntos e com muita calma
nesta hora. Vá distribuindo o
franzido para que ele fique
uniforme na largura do tecido.

A foto ao lado dá uma ideia do


resultado final. A cor de linha escura
foi escolhida para mostrar aqui mas se
usarem linha na cor do tecido os
pontos ficam bem discretos.

112
PREGANDO UM ZIPER
1º Passo
Você irá precisar de dois
pedaços de tecido cortados
em tamanhos iguais, de
maneira que não sejam
menores que o
comprimento do seu zíper.
E então, você irá posicionar
um em cima do outro,
colocando o direito do
tecido sobre o direito do
outro tecido. (o direito do
tecido é o lado oposto do
avesso).

2º Passo
Faça uma marcação de 3
cm, e risque todo tecido
com esta mesma
marcação.

113
3º Passo
Agora, pegue o seu zíper, e
posicione ele bem rente a
linha desta marcação.

Após você ter posicionado


o zíper rente a linha, você
irá fazer outra marcação,
mas agora com o alfinete,
com medida de 1 dedo
para cima da latinha do
zíper:

Retire o zíper, e alfinete o


seu tecido para que você
tenha mais segurança
para costurar:

114
4º Passo
Agora, na máquina, você irá
costurar em cima desta linha
a partir da marcação do
alfinete, indo pelo sentido da
direita.

E o resultado é este:

5º Passo
Depois de terem costurado, vocês agora
irão virar o tecido para o outro lado
segurando nas duas pontas do tecido.

115
E depois de virar, você irá virar
mais uma vez. Um tecido está
sob o outro certo? e então, você
irá pegar só um deles e trazer
para sua direção, veja ao lado:

E ficará nesta posição:

6º Passo
Note, que irá ficar uma dobra entre
as duas partes dos tecidos:

116
E então você irá puxar esta dobra
para o lado esquerdo, veja:

Lembra daquela primeira marcação


que fizemos de 3 cm? Pois então,
ela será um ponto guia para fazer o
próximo passo.

E agora, bem em cima desta linha,


você deve dobrar o tecido, fazendo
desta linha o seu ponto guia:

117
Detalhe: você deve dobrar de
maneira que ela fique levemente
inclinada, ou seja, deve haver
um espaço no final entre a linha
e a dobra. Ah, e coloque um
alfinetinho para segurar esta
dobra.

7º Passo
E agora vem o nosso zíper. Aqui
está um gif de como você deve
posicioná-lo. Você irá colocar o
zíper debaixo da dobra, de forma
que ele fique bem rente a dobra,
veja:

E então alfinete todo o zíper e


vá ajeitando ele, de forma que
ele fique rente a dobra do
tecido.

118
8º Passo
Se você preferir alinhave antes e
depois passe na máquina, pois assim
a segurança é maior... e nesta foto
abaixo é o pé calcador de zíper que
usei para costurar. Com ele é
possível costurar mais rente ao zíper!

Posicione o pé calcador rente ao


zíper e a dobra. Fixe a agulha e
abaixe o pé calcador.

Vá costurando devagar, sempre


prestando atenção se nada esta
saindo do lugar, se caso algo sair, vá
ajeitando...

119
E para ficar melhor a sua costura,
e ela não sair torta, costure até a
metade, pare, fixe a agulha no
tecido, levante o pé calcador, e
feche o zíper, veja:

Depois, abaixe o pé calcador e


continue a costura até o final, não
esquecendo de fazer o retrocesso!

E ficará assim:

120
9º Passo
Este tipo de zíper não fica exposto,
ele possui uma dobra de tecido que
o esconde. E é agora que iremos
dar as finalizações nesta dobra!

Veja a dobra do tecido que esconde


o nosso zíper:

Coloque um ou vários alfinetes


para que esta dobra fique presa:

Agora deverá prestar muita


atenção! Lembra da latinha do
zíper informado no inicio da
explicação? Pois então, você, com
o seu dedinho, irá SENTI-LA, irá
sentindo com o seu dedo aonde
que ela está, e assim que você
achar a latinha, meça 1 dedo para
baixo e faça uma marcação com
um alfinete, veja ao lado:

121
E ao você fazer esta
marcação, vá a máquina e
posicione o pé calcador bem
em cima desta marcação:

E fixe a agulha em cima do


alfinete, e tire-o com cuidado:

ATENÇÃO! Novamente com o seu


dedo, vá sentindo o zíper até que
você encontre o final da largura do
zíper. A costura deve pegar antes
desta largura terminar, pois é isso
que irá fixar o zíper na dobra que o
esconde!

Neste Zipper deu quase 2 cm, que


seria na verdade a distância
aproximada da largura do zíper.
Portando, a costura irá somente até
estes quase 2 cm.

122
E então, fixe a agulha no
tecido, levante o pé calcador e
gire o tecido:

Abaixe o pé calcador, costure


devagar e vá APALPANDO
COM SEUS DEDOS O
SEGUIMENTO DO ZÍPER até
o final. Para ficar melhor, faça
aquele mesmo procedimento
que disse no começo deste
post: costure até uma parte,
pare, fixe a agulha no tecido,
levante o pé calcador, e abra
o zíper (neste caso abra),
depois abaixe o pé calcador e
continue a costurar até o final
sem esquecer do retrocesso)

Veja que o procedimento que


fizemos acima, deve resultar
na foto abaixo. A costura
deve ''pegar'' no zíper, para
que ele seja fixado na dobra
de tecido que o esconde.

123
E o resultado é este!

*Lembrando que sempre, o zíper, o tecido, e a linha devem ser da mesma


cor!

124
COSTURANDO UM BOTÃO
Costura dos botões
Prepare uma agulha com linha
dupla, e faça um nó na ponta.
Faça o primeiro ponto sobre a
marcação do botão, deixando o
nó sobre o lado externo da gola
mesmo – o botão vai escondê-lo.
Tome cuidado para pegar com a
agulha apenas as camadas
superiores do tecido, assim os
pontos não aparecem do avesso.

Insira a agulha por trás de um


dos furos do botão, e logo
insira em outro, desta vez pela
frente. Faça outro ponto no
tecido, exatamente sobre o
anterior, e puxe a linha.

Não puxe demais, contudo, e


deixe um pequeno espaço entre o
botão e o tecido da camisa.

125
Faça vários pontos repetindo
os anteriores, e depois faça o
mesmo para os dois furos
restantes. Se o seu botão tem
apenas 2 furos, continue do
próximo passo.

Quando tiver terminado os


pontos, enrole a linha ao redor
dos pontos, por baixo do
botão, para reforçar. Quatro ou
cinco voltas bastam. Faça um
pequeno ponto na base dos
pontos anteriores e faça um nó.

O espaço que deixamos


entre o botão e o tecido é o
necessário para acomodar a
casa de botão. Se pregarmos
o botão muito próximo do
tecido, a camisa fica um
pouco enrugada ao redor dos
botões quando abotoada.

BAINHA INVISÍVEL
O ponto invisível pode ser
encontrado em vários
modelos de máquinas de
costura doméstica.

Antes de fazer a bainha


invisível, faça um ziguezague
na borda do tecido para não
desfiar.
Determine o comprimento
desejado e dobre a barra.

126
CUSTOMIZAÇÃO DE ROUPAS
Como transformar suas roupas
em verdadeiras obras de arte,
de forma rápida e prática?

A renda dá um toque de
elegância a peça simples.
Quando compramos uma roupa
ou um vestido, muitas vezes
temos uma preocupação porque
usamos algumas vezes e depois
perde a graça ou não dá para
utilizar em muitos lugares, o que fazer neste momento? Nós separamos aqui
algumas dicas que vão te ajudar a renovar sua roupa, sem precisar se desfazer
dela, dando outra cara para que ela fique mais agradável. A customização de
roupas é um recurso econômico e prático.

A primeira dica é que todas as roupas são customizáveis, ou seja, todas


podem ser transformadas, basta ter criatividade e claro uma orientação básica
para você começar a brincadeira. Hoje existem profissionais que fazem só
customização de roupas, como uma costureira eles refazem sua roupa, mas se
você seguir as dicas abaixo, você mesma poderá testar sua capacidade criativa
e ainda economizar, por que é como se você comprasse uma roupa nova, e
pode usá-la mais tempo.

127
Como transformar peças básicas
Todo mundo tem um vestido
básico, imagine um vestido
preto reto, sem
nenhum adereço, você enjoou
dele e queria que ele fosse mais
chamativo, elegante, quais as
opções para deixá-lo mais
atraente?
Apliques de diversos tipo para
customização e para todos os
gostos

O primeiro recurso é o uso de


apliques específicos para
roupas, eles podem ser imitação
de pérolas, pedrarias, strass,
rendas alguns podem ser autocolantes e outros precisam ser costurados a
roupa, assim, se você não tiver habilidade com costura pode pedir ajuda para
uma costureira ou usar os auto colantes que são fixados através do ferro
elétrico de passar.
Ainda poderá bordar golas,
mangas ou barras e pode
definir a altura e o tipo de
desenho que quer.
Lembrando que sempre
devemos usar o bom senso
e evitar os excessos,
principalmente quando forem
brilhos ou acessórios
extremamente chamativos
para não estragar a peça.

As cores se destacam no
fundo preto e a renda dá um
toque de sofisticação a roupa casual.

128
Composição para customização das roupas
Outra dica é utilizar pedaços de tecidos de outras roupas para compor um novo
look, colocando mais cor e mais vida na peça, pode substituir uma manga, uma
barra, ou até uma gola com
outro tipo de tecido ou
textura. Um recurso
interessante pode ser
cortar as mangas e fazer
um acabamento diferente.
Podemos utilizar
também tintas de tecido e
criar desenhos, como
estrelas, bolas, flores, a
partir de um molde,
recortado, assim você cria
efeito sem precisar ter habilidade para costurar. As tachas são outra carta
curinga, observe abaixo o efeito criado no shorts

A mudança radical em
uma saia preta lisa e uma
gola.

As mantas termocolantes
com strass estão em alta e
podem ser compradas
pela internet.

7 Dicas

1) Separe o material
Antes de pensar em customizar uma peça de roupa alguns materiais para
iniciar os trabalhos precisam estar preparados. Tesoura, linha, agulha,
alfinetes, cola para tecido e cola quente são fundamentais. Para aquelas que
gostam de adesivos, um ferro de passar roupa também será necessário.

129
2) Antes de começar, planeje
Primeiro é importante ter em mente o que se quer fazer. Se ainda não há
experiência com customização o ideal é planejar, procurar referências e fazer
pesquisas. Depois de decidido é hora de escolher o tecido ou os materiais que
serão utilizados e observar suas características, como rigidez, por exemplo,
que não aceita muito bem a cola.

3) Escolha sua peça e dê seu toque pessoal


É possível customizar
qualquer tipo de peça, desde
uma jaqueta jeans até uma
bolsa. Quem está
começando a customizar
roupas, a camiseta básica
de malha é a mais simples
para iniciar. Outra opção é a
calça jeans que pode ser
transformada em shorts.
Além disso, é possível
customizar as peças com
enfeites como tachinhas,
botões diferentes e adesivos.
4) Cortes e Aplicações

Na hora de customizar, os
procedimentos mais simples
e que mudam bastante o
visual da sua peça são os
cortes, tais como mangas,
decotes, barras, laterais, etc.
Para quem gosta de
customizar camisetas, mas
ainda é inexperiente, a dica
é dobrá-la ao meio para não
haver erro no tamanho. Se o
desejo é preservar o corte, a dica é apostar nos acessórios de fácil aplicação,
como lantejoulas, miçangas, apliques e adesivos.

5) Já tem prática? Mude completamente


Se o desejo é transformar uma peça em outra completamente diferente, saiba
que é necessário dominar a máquina de costura, pois modificar uma peça e

130
deixá-la com outra cara é um processo mais difícil e requer habilidade.
Transformar uma calça jeans em saia ou bolsa, por exemplo, exige atenção
aos desníveis para não deixar um lado maior que o outro. Meça onde quer
cortar e marque corretamente para a peça não ficar torta.
6) Novas cores

Antes de iniciar o processo de


tingimento é importante lavar a
peça e deixá-la secar. Existem
diversos produtos para tingir,
como corantes, fixadores e
tintas. Para quem está
começando o fixador é a melhor
pedida, pois basta misturar com
água e deixar ferver junto com a
peça. Outra técnica de
tingimento é o tie-dye, uma
mistura de água, sal grosso e
tinta. A estampa da camiseta é
feita por meio de amarrações
com barbantes e o desenho depende do gosto pessoal e da criatividade de
cada um.
7) Onde procurar?
A dica é visitar armarinhos,
pois estas lojas possuem
uma grande variedade de
produtos para customização
de roupas. Acessórios que
caíram no desuso também
podem ser desmanchados e
reutilizados em outras peças.

131
Ideias de customização

132
Estampa galaxia, faça a sua!

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Dica Final
Deseja criar uma peça em especifico?
A internet está repleta de modelos e tutoriais que irão lhe ajudar a
conseguir aquele resultado que deseja, agora que conseguiu obter um
conhecimento base será mais fácil realizar pesquisas e ampliar seu
conhecimento na área.

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REFERÊNCIAS
Algodão Cru
Almanaque SOS

Audaces
Autriches

Blog Rei do Armarinho


Capricho

Climages
Coats Industrial

Cortando e Costurando
Eu Sem Fronteira
Fátima Miranda

Faz Fácil
Maximus Tecidos

Mundo Chanel 5
Natalia sem H

Programa Orienta
Renata Perito

SigbolFashiom
SuperZiper
Tania Neiva

Universidade Palermo
Zanotti

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