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Universidade Púnguè

Ana José Traquino

Teresa José Ferraz

Lencastro Pindo Ponha

Júlio Miguel Alfinete

Curso: Licenciatura em Direito

Universidade Púngué

Chimoio

2023

Universidade Púnguè
Ana José Traquino

Teresa José Ferraz

Lencastro Pindo Ponha

Júlio Miguel Alfinete

Curso: Licenciatura em Direito


4º Ano – Período Pós-laboral

Cadeira:
Direito Internacional Económico

3º Grupo

Tema:
Fontes do Direito Internacional Económico

Docente:
Dr. Massamba Jeque

Universidade Púngué
Chimoio
2023
Índice
1.0. INTRODUÇÃO......................................................................................................4
1.1. Objectivos...........................................................................................................4
1.1.1. Objectivo geral............................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................4
2.0. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL ECONÓMICO..............................5
2.1. Noções gerais......................................................................................................5
2.2. Tipos de fontes....................................................................................................6
2.2.1. As convenções internacionais......................................................................7
2.2.2. O costume internacional..............................................................................8
2.2.3. Os princípios gerais do direito.....................................................................8
2.2.4. As decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das
diferentes nações......................................................................................................10
2.2.5. Soft law......................................................................................................10
2.3. Princípios gerais do Direito Internacional Económico.....................................12
2.4. O papel das fontes do Direito Internacional Económico..................................13
3.0. CONCLUSÃO......................................................................................................14
4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................15
1.0. INTRODUÇÃO

O Direito Internacional Económico compreende as regras de Direito Internacional


Público que têm por objecto a criação, protecção, circulação e redistribuição de riqueza
a nível internacional. Desta forma, é pode se constatar que a matéria das fontes do
Direito Internacional Económico pode se beneficiar, de uma breve recapitulação do
tratamento dado no âmbito do Direito Internacional Público.

Sendo assim, no presente trabalho iremos apontar algumas questões particulares do


Direito Internacional Económico em relação as fontes do mesmo, em especial quanto a
certas características que lhe são próprias e outras que, sendo comuns a outros ramos do
Direito Internacional, ainda assim têm merecido particular atenção da doutrina a
respeito deste Direito.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral

Identificar e descrever as fontes do Direito Internacional Económico.

1.1.2. Objectivos específicos


 Identificar os princípios e as fontes do Direito Internacional Económico;
 Descrever as fontes do Direito Internacional Económico;
 Falar do papel das fontes Direito Internacional Económico;

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2.0. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL ECONÓMICO
2.1. Noções gerais

Como já é sabido por todos, as fontes do Direito são geralmente designadas como sendo
a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria fonte material e como se
aplica fonte formal, ou seja, é o processo de produção das normas.

Sendo assim, não obstante, o estudo das fontes do Direito Internacional Económico
inicia-se, tradicionalmente, pelo artigo 38.º do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justiça estabelecido pela Carta das Nações Unidas como o principal órgão judicial das
Nações Unidas, o qual prescreve o seguinte:

1. O Tribunal, cuja função é decidir em conformidade com o direito internacional


as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam
regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) O costume internacional, como prova de uma prática geral aceite como
direito;
c) Os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) Com ressalva das disposições do artigo 59.º, as decisões judiciais e a
doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações, como meio
auxiliar para a determinação das regras de direito”
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade do Tribunal de decidir uma
questão ex aequo et bono, se as partes assim convierem.

Porém, o Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça não determina a hierarquia das


fontes de Direito Internacional, e a mera ordem em que essas fontes aparecem no texto
do artigo 38.º não define a primazia entre elas. Com isso, a definição da hierarquia das
fontes de Direito Internacional Económico é tarefa à qual a doutrina vem se dedicando,
em debates marcados pela falta de consenso. Parte da doutrina confere preferência aos
tratados, por ser uma fonte escrita, cujas normas podem, por isso, se revestir de maior
clareza e precisão (MIRANDA, 2002).

Entretanto, esse entendimento não é unânime, como revela Novo (2017), que defende
que não pode haver hierarquia entre as fontes de Direito Internacional Económico, por

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conta da estreita relação que estas mantêm entre si, mormente no momento da aplicação
de uma norma, quando a regra de um tratado pode ser interpretada à luz do costume e da
doutrina, por exemplo. É nesse sentido que Celso de Albuquerque Mello, em
entendimento muito difundido, afirma que não há hierarquia entre tratado e costume,
não prevalecendo nenhum deles sobre o outro. Com isso, Novo (2017) argumenta que
um tratado mais recente pode derrogar ou modificar um costume, e vice-versa.

De nossa parte, porém, entendemos que, no actual estágio da ciência jurídica, as normas
só podem ser aplicadas à luz dos princípios que norteiam o ordenamento a que
pertencem. Por isso, defendemos que os princípios gerais do Direito e os princípios
gerais do Direito Internacional Económico deveriam ter precedência sobre as demais
fontes do Direito do Internacional Económico, por conterem os preceitos que consagram
os principais valores que a ordem jurídica internacional económica pretende resguardar
e que, destarte, orientam a construção, interpretação e aplicação de todo o arcabouço
normativo do Direito Internacional.

Em todo caso, é inegável a importância prática dos tratados dentro do rol das fontes de
Direito Internacional Económico, evidenciada pela grande quantidade de instrumentos
do tipo nas relações internacionais, por sua maior notoriedade e por seu papel na
regulamentação da maior parte das matérias mais importantes do Direito Internacional
Económico.

Desta forma, é preciso clarificar que não se deve confundir hierarquia de fontes com
hierarquia de normas. Com efeito, as fontes referem-se às formas de manifestação das
disposições do Direito, ao passo que as normas consagram os próprios modelos de
conduta esperados dentro de uma sociedade.

2.2. Tipos de fontes

De acordo com o que foi exposto no artigo 38.º do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justiça mencionado acima, pode se dizer que as fontes do direito internacional
económico são três:

 As convenções internacionais;
 O costume internacional;

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 Os princípios gerais do direito.

De acordo com Dos Santos (s.d) cada uma delas é única, não existindo uma hierarquia
que define uma superioridade de uma frente a outra. Além disso, vale mencionar
também que estamos diante de um rol exemplificativo, sendo possível inclusive a
utilização de outras fontes.

2.2.1. As convenções internacionais

Neste contexto, de acordo com o que vem destacado acima, podemos identificar
primeiro como fontes do Direito Internacional Económico as convenções ou tratados
internacionais, cobrindo tanto os tratados como os acordos internacionais, cuja tipologia
deriva mais da arrumação interna dos poderes de vinculação dos Estados. É importante
relembrar desde já que de acordo com Jorge (1997) as fontes convencionais tendem a
criar obrigações entre os Estados que a elas se vinculem e não normas jurídicas
oponíveis a todos os Estados e outros sujeitos de Direito Internacional.

Desta forma, pode se entender que tratados ou convenções internacionais, são


denominações para uma das fontes mais importantes do direito internacional
económico. Trata-se de acordos formais que são celebrados de forma escrita por
Estados ou organizações internacionais. E por se tratar de um acordo celebrado entre
partes, Miranda (2002) argumenta que esse documento não possui validade para obrigar
toda a sociedade internacional, apenas aqueles signatários, ou sejam, os que assinaram e
concordaram com as regras ali estabelecidas.

Dentre os factores que levam a que os tratados sejam a fonte mais empregada no Direito
Internacional Económico na actualidade indicamos:

 O seu caráter mais democrático, decorrente do facto de que os Estados


participam directamente em sua elaboração, por meio de um processo de
elaboração que conta, em muitos casos, com o envolvimento dos parlamentos
nacionais, e;
 A forma escrita, que confere maior precisão aos compromissos assumidos,
credenciando os tratados como uma fonte que pode melhor contribuir para a
regulamentação do complexo e sensível âmbito das relações internacionais
económicas.

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2.2.2. O costume internacional

Seguidamente, na análise do conteúdo exposto acima, encontramos as regras


consuetudinárias, correspondendo a um uso ou prática geral e constante, com maior ou
menor duração, mas sempre acompanhado da respectiva convicção jurídica de
obrigatoriedade ou opinio iuris. Apesar do carácter espontâneo da sua formação, é aceite
a possibilidade de um Estado não ficar vinculado por tais regras, desde que ele
apresente uma objecção persistente à formação das mesmas. De acordo com Pereira e
Quadro (2002) quer isto dizer que um Estado não se pode desvincular unilateralmente
de uma regra consuetudinária em existência (ainda que esta possa ser modificada ou
substituída por uma nova norma consuetudinária ou convencional, excepção feita às que
tenham natureza de ius cogens. Mas já pode obstar à sua formação de modo a obrigá-lo,
manifestando-se aqui um elemento voluntarista do costume.

Com isto, pode se constatar que o costume é uma prática que determinado povo realiza
em um local específico, tornando-se assim uma forma de direito, não escrito, mas que
costuma ser respeitado pelos demais daquele mesmo ambiente.

Sendo assim na visão mencionada anteriormente de Pereira e Quadros (2002), pode se


dizer que no direito internacional económico, para que um determinado comportamento
seja considerado um costume internacional, é necessário que atenda a dois requisitos:

 O primeiro, um elemento objectivo, ou material: o elemento material ou


objectivo, é aquela prática geral e constante pelos sujeitos do direito das gentes
(sinônimo de direito internacional económico) e’
 O segundo, um elemento subjectivo: este é um elemento considerado
psicológico, geralmente faz referência aquilo que é aceito por todos como sendo
um direito.

Vale mencionar aqui, que a falta do elemento subjectivo faz desaparecer o status
daquele acto como um costume, sendo considerado, portanto como mero uso.

2.2.3. Os princípios gerais do direito

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Em terceiro lugar surgem os princípios gerais de direito, mais correctamente
reconduzíveis a normas originadas por processos convencionais ou consuetudinários,
mas que se destacam pela sua função estruturante da ordem jurídica internacional
(MIRANDA, 2002). O mesmo autor argumenta ainda que o peso destes princípios
depende, em grande medida, do grau de judicialização dessa ordem e dos subsistemas
que a compõem, já que é sobretudo na actividade judicial que se põe em evidência a
necessidade de recorrer ao processo de fundamentação de decisões concretas em
princípios normativos inscritos geneticamente na matriz de ordem internacional onde se
desenrolam as relações internacionais. Aliás, um dos aspectos mais controversos do
regime dos investimentos internacionais diz precisamente respeito à remissão operada
em alguns contratos de investimento para os princípios gerais de Direito e para os
princípios gerais de direito internacional enquanto lei aplicável a título subsidiário ou
mesmo principal, questões que serão analisadas adiante, a propósito da teoria da
internacionalização dos contratos de investimento.

Sendo assim, de acordo com a análise mencionada anteriormente, pode se observar que
os princípios são normas dotadas de generalidade e abstração. Os princípios gerais do
direito, portanto, são valores que vão nortear a criação e interpretação de determinada
norma jurídica.

Podemos afirmar, portanto, que os princípios gerais do direito são aqueles que dão norte
e fundamento ao direito. São exemplos, o do contraditório, da ampla defesa, do devido
processo legal, da irredutibilidade salarial, dentre outros.

Quando falamos de direito internacional económico, entretanto, devemos observar o que


diz o artigo 38.º do Estatuto anteriormente mencionado e ele faz referência aos
princípios gerais de direito que são aqueles reconhecidos pelos diversos sistemas
jurídicos nacionais, tais como o da boa fé, do contraditório, dentre outros.

A este elenco é necessário acrescentar sobretudo a figura dos actos unilaterais das
organizações internacionais, ainda que estes tenham essencialmente uma eficácia
interna, limitada aos seus membros quer nas relações destes entre si, quer entre eles e a
própria organização, bem como a esta última, e ainda os actos unilaterais dos Estados
(JORGE, 1997).

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2.2.4. As decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais
qualificados das diferentes nações

O artigo 38.º do Estatuto do Tribunal de Justiça refere ainda, enquanto meios auxiliares
para a determinação de regras de direito, pode se destacar aas decisões judiciais e a
doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações. Se quanto à doutrina
dos publicistas diversos factores tendem a remetê-la para as margens do sistema de
fontes, o mesmo não se pode dizer das decisões judiciais (NOVO, 2017). Pois, quanto
ao próprio Tribunal Internacional de Justiça, poucas têm sido as decisões com particular
relevância para o Direito Internacional Económico. Mais importantes têm sido as
decisões de tribunais arbitrais, em particular no domínio da protecção de investimentos,
destacando-se o recurso à chamada arbitragem mista; esta última constitui uma
categoria intermédia entre a arbitragem comercial internacional e a arbitragem entre
Estados, sendo o exemplo mais claro o sistema do Centro Internacional para a
Resolução de Diferendos sobre Investimentos, criado pela Convenção de Washington
de 1965, sob a orientação do Banco Mundial.

Por fim refira-se a importância de que se revestem as decisões proferidas no âmbito do


mecanismo de resolução de litígios elaborado no âmbito do Acordo Geral de Tarifas e
Comercio, e que adquiriu um carácter quasi-judicial com a entrada em vigor do Acordo
Organização Mundial do Comércio (OMC). Esta recente evolução no seio da OMC
levou mesmo a que se tornasse expresso um limite inerente à natureza dos mecanismos
de resolução de litígios, afirmando-se que as recomendações e decisões do Órgão de
Resolução de Litígios não podem aumentar ou diminuir os direitos e obrigações
previstos nos acordos abrangidos, isto, a luz do número 2 do artigo 3.º do Memorando
de Entendimento sobre Resolução de Litígios.

2.2.5. Soft law

O desenvolvimento das relações internacionais económicas vem levando ao


aparecimento de uma nova modalidade normativa, de caráter mais flexível, chamada
soft law, expressão em língua inglesa, cuja tradução aproximada seria direito mole,
maleável (NOVO, 2017).

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Este reflecte na grande importância de que se revestem os actos unilaterais das
principais organizações internacionais, mesmo quando desprovidos de força obrigatória
(a par dos actos unilaterais dos Estados, com particular relevância no Direito
Internacional Económico). Foi precisamente a propósito do Direito Internacional
Económico, mas não só, pense-se, por exemplo no Direito Internacional do Ambiente)
que a doutrina adoptou a terminologia de soft law ou direito proclamatório ou
exortatório para designar o conjunto de normas incertas em função quer do seu
conteúdo, quer da sua inclusão numa fonte insusceptível de criar obrigações jurídicas
que envolvem actos concertados não convencionais e recomendações das organizações
internacionais (DOS SANTOS, s.d). Esta noção indica-nos a existência de dois tipos
diferentes de situações designadas em termos gerais como soft law.

Em primeiro lugar, temos as normas que, sendo formalmente aptas a criar obrigações
para os Estados por constarem de um tratado, por exemplo, não se prestam à regulação
directa da conduta dos Estados, seja porque se configuram essencialmente como normas
programáticas, seja porque estão privadas de um mecanismo eficaz que garanta o seu
cumprimento. O seu carácter programático não lhes retira, ainda assim, a qualidade
formal de normas jurídicas, se bem que reduza substancialmente a sua eficácia numa
ordem jurídica como a que é constituída pelo Direito Internacional. Um exemplo
clássico deste tipo de normas é-nos dado pela Parte IV do Acordo Geral de Tarifas e
Comercio, a qual contém, em parte, um conjunto de regras de carácter essencialmente
programático, sem que seja possível delas inferir regras susceptíveis de aferir a
legalidade do comportamento dos membros da Organização Mundial do Comercio.

Seguidamente temos o caso de regras contidas em textos insusceptíveis, por si próprios,


de constituir fonte de obrigações para os Estados. Nesta categoria encontramos quer
actos que se assemelham a convenções internacionais devido ao seu carácter consensual
e que alguns autores designam de “actos concertados não convencionais” para enfatizar
o seu carácter não vinculativo (NOVO, 2017), quer, por outro lado, resoluções de
órgãos de organizações internacionais, também por natureza não obrigatórios (DOS
SANTOS, s.d).

É nesta última situação, a de actos insusceptíveis de produzir efeitos obrigatórios, que a


realidade designada de soft law se torna mais controversa. Independentemente do debate
doutrinal quanto à correcção de chamarmos a estas regras de cumprimento voluntário

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direito (NOVO, 2017), o que é particularmente importante é ter presente que a
necessidade de assegurar estabilidade e previsibilidade ao enquadramento em que se
processam as relações internacionais, em particular as de carácter económico, já que
estas dependem hoje em dia de um processo descentralizado de decisão pelos
mecanismos do mercado, pode ser satisfeita por outras vias que não as do direito
internacional clássico. Assim, a figura destes acordos de facto, que geram expectativas,
mas não as protegem juridicamente ainda que as possam fazer acompanhar de
mecanismos de supervisão de natureza igualmente voluntária desempenha um papel
fundamental em diversas áreas do Direito Internacional Económico (DOS SANTOS,
s.d). De acordo ainda com o mesmo autor, preenchendo estas regras parte da tarefa
reguladora fulcral da Ordem Económica Internacional, só uma visão extremamente
redutora e formalista as poderia excluir do estudo do Direito Internacional Económico.
Claro está que a sua peculiar natureza tem evidentes repercussões no tipo de funções
que a chamada soft law pode desempenhar no conjunto de regras da Ordem Económica
Internacional.

2.3. Princípios gerais do Direito Internacional Económico

Os princípios gerais do Direito Internacional Económico são as normas de caráter mais


genérico e abstrato que alicerçam e conferem coerência ao ordenamento jurídico
internacional, orientando a elaboração e a aplicação das normas internacionais e a ação
de todos os sujeitos de Direito Internacional Económico (JORGE, 1997).

Dentre os princípios gerais do Direito Internacional Económico, na visão de Miranda


(2002) indicamos:

a) O Estado não pode introduzir restrições comerciais discriminatórias;


b) O Estado não pode impedir o pagamento de lucros de investimentos estrangeiros
realizados no seu território (este princípio pode sofrer restrições);
c) Os Estados devem cooperar na estabilização dos preços das mercadorias;
d) Os Estados devem evitar o vender os produtos por um preço que geralmente se
considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador e a
criação de estoques que interfiram no desenvolvimento de países
subdesenvolvidos;

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e) Há uma tendência para se eliminar as restrições quantitativas de importações e
exportações;
f) Os Estados subdesenvolvidos têm direito a uma assistência econômica.

2.4. O papel das fontes do Direito Internacional Económico

De uma generalizada, a análise da norma à aplicação ao caso concreto gera, para o


intérprete, um processo metodológico que lhe permite encontrar lacunas e,
consequentemente, supri-las. Assim, o uso das fontes do direito internacional
económico constitui a garantia da solução do processo internacional, ainda que algumas
fontes sejam omissas, evitando a suspensão por respaldo legal.

Nestes termos, é dada a importância ao estudo das fontes do direito internacional


económico, porque, como exposto no correr do trabalho, essas fontes contribuem ao
intérprete à solução do processo internacional com o suprimento das lacunas
encontradas a partir da análise e interpretação da norma para o caso concreto que
envolve as actividades económicas internacionais.

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3.0. CONCLUSÃO

Assim, pode se concluir que com a globalização da economia tem por consequência o
imperativo da constituição de um direito econômico internacional que responda ao
desafio da harmonização mundial do regime jurídico constituinte para as relações
econômicas internacionais.

A intervenção do direito faz-se pela constituição e formação de um novo ramo de


direito, que é o Direito Internacional Econômico, que geralmente a sua principal fonte
consiste nos tratados bilaterais ou multilaterais, o que torna a regra de reciprocidade o
seu principal embasamento.

Sendo assim, olhando para suas fontes, pode se destacar que o Direito Internacional
Econômico, deve ser tomado como um subsistema normativo, autónomo, que visa reger
a actividade econômica, sob os princípios da liberdade e lealdade, garantidos pela
limitação dos poderes públicos e privados, através da organização da economia global,
visando o desenvolvimento da humanidade e a criação de bem-estar geral.

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4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOS SANTOS, J. C. (s.d). Direito Internancional Económico.

Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça. (s.d.).

JORGE, M. (1997). Manual de Direito Internacional Público (3ª ed.). Coimbra:


Almedina.

Memorando de Entendimento sobre Resolução de Litígios. (s.d.).

MIRANDA, J. (2002). Curso de Direito Internacional Público. Cascais: Principia,


Publicações Universitárias e Científicas.

NOVO, B. N. (2017). Direito Internacional Económico. Obtido em 24 de Março de 24,


de Jus: https://www.jus.com.br

PEREIRA, A. G., & QUADROS, F. (2002). Manual de Direito Internacional Público


(3 ed.). Coimbra, reimpressão: Almedina.

QUADROS, F. (1998). A Protecção da Propriedade Privada pelo Direito


Internacional Público. Coimbra: Almedina.

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