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Universidade Púngué
Chimoio
2023
Universidade Púnguè
Ana José Traquino
Cadeira:
Direito Internacional Económico
3º Grupo
Tema:
Fontes do Direito Internacional Económico
Docente:
Dr. Massamba Jeque
Universidade Púngué
Chimoio
2023
Índice
1.0. INTRODUÇÃO......................................................................................................4
1.1. Objectivos...........................................................................................................4
1.1.1. Objectivo geral............................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos.................................................................................4
2.0. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL ECONÓMICO..............................5
2.1. Noções gerais......................................................................................................5
2.2. Tipos de fontes....................................................................................................6
2.2.1. As convenções internacionais......................................................................7
2.2.2. O costume internacional..............................................................................8
2.2.3. Os princípios gerais do direito.....................................................................8
2.2.4. As decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das
diferentes nações......................................................................................................10
2.2.5. Soft law......................................................................................................10
2.3. Princípios gerais do Direito Internacional Económico.....................................12
2.4. O papel das fontes do Direito Internacional Económico..................................13
3.0. CONCLUSÃO......................................................................................................14
4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................15
1.0. INTRODUÇÃO
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
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2.0. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL ECONÓMICO
2.1. Noções gerais
Como já é sabido por todos, as fontes do Direito são geralmente designadas como sendo
a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria fonte material e como se
aplica fonte formal, ou seja, é o processo de produção das normas.
Sendo assim, não obstante, o estudo das fontes do Direito Internacional Económico
inicia-se, tradicionalmente, pelo artigo 38.º do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justiça estabelecido pela Carta das Nações Unidas como o principal órgão judicial das
Nações Unidas, o qual prescreve o seguinte:
Entretanto, esse entendimento não é unânime, como revela Novo (2017), que defende
que não pode haver hierarquia entre as fontes de Direito Internacional Económico, por
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conta da estreita relação que estas mantêm entre si, mormente no momento da aplicação
de uma norma, quando a regra de um tratado pode ser interpretada à luz do costume e da
doutrina, por exemplo. É nesse sentido que Celso de Albuquerque Mello, em
entendimento muito difundido, afirma que não há hierarquia entre tratado e costume,
não prevalecendo nenhum deles sobre o outro. Com isso, Novo (2017) argumenta que
um tratado mais recente pode derrogar ou modificar um costume, e vice-versa.
De nossa parte, porém, entendemos que, no actual estágio da ciência jurídica, as normas
só podem ser aplicadas à luz dos princípios que norteiam o ordenamento a que
pertencem. Por isso, defendemos que os princípios gerais do Direito e os princípios
gerais do Direito Internacional Económico deveriam ter precedência sobre as demais
fontes do Direito do Internacional Económico, por conterem os preceitos que consagram
os principais valores que a ordem jurídica internacional económica pretende resguardar
e que, destarte, orientam a construção, interpretação e aplicação de todo o arcabouço
normativo do Direito Internacional.
Em todo caso, é inegável a importância prática dos tratados dentro do rol das fontes de
Direito Internacional Económico, evidenciada pela grande quantidade de instrumentos
do tipo nas relações internacionais, por sua maior notoriedade e por seu papel na
regulamentação da maior parte das matérias mais importantes do Direito Internacional
Económico.
Desta forma, é preciso clarificar que não se deve confundir hierarquia de fontes com
hierarquia de normas. Com efeito, as fontes referem-se às formas de manifestação das
disposições do Direito, ao passo que as normas consagram os próprios modelos de
conduta esperados dentro de uma sociedade.
De acordo com o que foi exposto no artigo 38.º do Estatuto do Tribunal Internacional de
Justiça mencionado acima, pode se dizer que as fontes do direito internacional
económico são três:
As convenções internacionais;
O costume internacional;
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Os princípios gerais do direito.
De acordo com Dos Santos (s.d) cada uma delas é única, não existindo uma hierarquia
que define uma superioridade de uma frente a outra. Além disso, vale mencionar
também que estamos diante de um rol exemplificativo, sendo possível inclusive a
utilização de outras fontes.
Neste contexto, de acordo com o que vem destacado acima, podemos identificar
primeiro como fontes do Direito Internacional Económico as convenções ou tratados
internacionais, cobrindo tanto os tratados como os acordos internacionais, cuja tipologia
deriva mais da arrumação interna dos poderes de vinculação dos Estados. É importante
relembrar desde já que de acordo com Jorge (1997) as fontes convencionais tendem a
criar obrigações entre os Estados que a elas se vinculem e não normas jurídicas
oponíveis a todos os Estados e outros sujeitos de Direito Internacional.
Dentre os factores que levam a que os tratados sejam a fonte mais empregada no Direito
Internacional Económico na actualidade indicamos:
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2.2.2. O costume internacional
Com isto, pode se constatar que o costume é uma prática que determinado povo realiza
em um local específico, tornando-se assim uma forma de direito, não escrito, mas que
costuma ser respeitado pelos demais daquele mesmo ambiente.
Vale mencionar aqui, que a falta do elemento subjectivo faz desaparecer o status
daquele acto como um costume, sendo considerado, portanto como mero uso.
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Em terceiro lugar surgem os princípios gerais de direito, mais correctamente
reconduzíveis a normas originadas por processos convencionais ou consuetudinários,
mas que se destacam pela sua função estruturante da ordem jurídica internacional
(MIRANDA, 2002). O mesmo autor argumenta ainda que o peso destes princípios
depende, em grande medida, do grau de judicialização dessa ordem e dos subsistemas
que a compõem, já que é sobretudo na actividade judicial que se põe em evidência a
necessidade de recorrer ao processo de fundamentação de decisões concretas em
princípios normativos inscritos geneticamente na matriz de ordem internacional onde se
desenrolam as relações internacionais. Aliás, um dos aspectos mais controversos do
regime dos investimentos internacionais diz precisamente respeito à remissão operada
em alguns contratos de investimento para os princípios gerais de Direito e para os
princípios gerais de direito internacional enquanto lei aplicável a título subsidiário ou
mesmo principal, questões que serão analisadas adiante, a propósito da teoria da
internacionalização dos contratos de investimento.
Sendo assim, de acordo com a análise mencionada anteriormente, pode se observar que
os princípios são normas dotadas de generalidade e abstração. Os princípios gerais do
direito, portanto, são valores que vão nortear a criação e interpretação de determinada
norma jurídica.
Podemos afirmar, portanto, que os princípios gerais do direito são aqueles que dão norte
e fundamento ao direito. São exemplos, o do contraditório, da ampla defesa, do devido
processo legal, da irredutibilidade salarial, dentre outros.
A este elenco é necessário acrescentar sobretudo a figura dos actos unilaterais das
organizações internacionais, ainda que estes tenham essencialmente uma eficácia
interna, limitada aos seus membros quer nas relações destes entre si, quer entre eles e a
própria organização, bem como a esta última, e ainda os actos unilaterais dos Estados
(JORGE, 1997).
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2.2.4. As decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais
qualificados das diferentes nações
O artigo 38.º do Estatuto do Tribunal de Justiça refere ainda, enquanto meios auxiliares
para a determinação de regras de direito, pode se destacar aas decisões judiciais e a
doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações. Se quanto à doutrina
dos publicistas diversos factores tendem a remetê-la para as margens do sistema de
fontes, o mesmo não se pode dizer das decisões judiciais (NOVO, 2017). Pois, quanto
ao próprio Tribunal Internacional de Justiça, poucas têm sido as decisões com particular
relevância para o Direito Internacional Económico. Mais importantes têm sido as
decisões de tribunais arbitrais, em particular no domínio da protecção de investimentos,
destacando-se o recurso à chamada arbitragem mista; esta última constitui uma
categoria intermédia entre a arbitragem comercial internacional e a arbitragem entre
Estados, sendo o exemplo mais claro o sistema do Centro Internacional para a
Resolução de Diferendos sobre Investimentos, criado pela Convenção de Washington
de 1965, sob a orientação do Banco Mundial.
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Este reflecte na grande importância de que se revestem os actos unilaterais das
principais organizações internacionais, mesmo quando desprovidos de força obrigatória
(a par dos actos unilaterais dos Estados, com particular relevância no Direito
Internacional Económico). Foi precisamente a propósito do Direito Internacional
Económico, mas não só, pense-se, por exemplo no Direito Internacional do Ambiente)
que a doutrina adoptou a terminologia de soft law ou direito proclamatório ou
exortatório para designar o conjunto de normas incertas em função quer do seu
conteúdo, quer da sua inclusão numa fonte insusceptível de criar obrigações jurídicas
que envolvem actos concertados não convencionais e recomendações das organizações
internacionais (DOS SANTOS, s.d). Esta noção indica-nos a existência de dois tipos
diferentes de situações designadas em termos gerais como soft law.
Em primeiro lugar, temos as normas que, sendo formalmente aptas a criar obrigações
para os Estados por constarem de um tratado, por exemplo, não se prestam à regulação
directa da conduta dos Estados, seja porque se configuram essencialmente como normas
programáticas, seja porque estão privadas de um mecanismo eficaz que garanta o seu
cumprimento. O seu carácter programático não lhes retira, ainda assim, a qualidade
formal de normas jurídicas, se bem que reduza substancialmente a sua eficácia numa
ordem jurídica como a que é constituída pelo Direito Internacional. Um exemplo
clássico deste tipo de normas é-nos dado pela Parte IV do Acordo Geral de Tarifas e
Comercio, a qual contém, em parte, um conjunto de regras de carácter essencialmente
programático, sem que seja possível delas inferir regras susceptíveis de aferir a
legalidade do comportamento dos membros da Organização Mundial do Comercio.
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direito (NOVO, 2017), o que é particularmente importante é ter presente que a
necessidade de assegurar estabilidade e previsibilidade ao enquadramento em que se
processam as relações internacionais, em particular as de carácter económico, já que
estas dependem hoje em dia de um processo descentralizado de decisão pelos
mecanismos do mercado, pode ser satisfeita por outras vias que não as do direito
internacional clássico. Assim, a figura destes acordos de facto, que geram expectativas,
mas não as protegem juridicamente ainda que as possam fazer acompanhar de
mecanismos de supervisão de natureza igualmente voluntária desempenha um papel
fundamental em diversas áreas do Direito Internacional Económico (DOS SANTOS,
s.d). De acordo ainda com o mesmo autor, preenchendo estas regras parte da tarefa
reguladora fulcral da Ordem Económica Internacional, só uma visão extremamente
redutora e formalista as poderia excluir do estudo do Direito Internacional Económico.
Claro está que a sua peculiar natureza tem evidentes repercussões no tipo de funções
que a chamada soft law pode desempenhar no conjunto de regras da Ordem Económica
Internacional.
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e) Há uma tendência para se eliminar as restrições quantitativas de importações e
exportações;
f) Os Estados subdesenvolvidos têm direito a uma assistência econômica.
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3.0. CONCLUSÃO
Assim, pode se concluir que com a globalização da economia tem por consequência o
imperativo da constituição de um direito econômico internacional que responda ao
desafio da harmonização mundial do regime jurídico constituinte para as relações
econômicas internacionais.
Sendo assim, olhando para suas fontes, pode se destacar que o Direito Internacional
Econômico, deve ser tomado como um subsistema normativo, autónomo, que visa reger
a actividade econômica, sob os princípios da liberdade e lealdade, garantidos pela
limitação dos poderes públicos e privados, através da organização da economia global,
visando o desenvolvimento da humanidade e a criação de bem-estar geral.
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4.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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