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FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Docente:
Msc. Fonseca Aguilar

Universidade Licungo
Beira
2021

Índice
1. CAPITULO I: NOTAS INTRODUTÓRIAS.............................................................3

1.1. Introdução...........................................................................................................3

1.2. Objectivos...........................................................................................................3

1.2.1. Metodologia....................................................................................................3

2. CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO...................................................................4

2.1. AS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO...............................4

2.1.2. Rol ou lista das fontes de Direito Internacional Publico....................................5

2.1.3. Fontes formais e fontes materiais de direito internacional Público....................6

2.1.4. Tratados Internacionais ou convenções..............................................................7

2.1.5. Costume Internacional........................................................................................7

3. Actos unilaterais internacionais.................................................................................8

3.1. Princípios gerais de Direito....................................................................................9

3.2. Princípios Gerais do Direito Internacional Público..............................................10

3.3. Jurisprudência.......................................................................................................11

3.3.1. Doutrina.................................................................................................................12

3.3.2. Equidade...........................................................................................................12

4. CAPITULO III: NOTAS CONCLUSIVAS.............................................................13

4.1. Conclusão..........................................................................................................13

5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.....................................................................14

5.1. Bibliografia...........................................................................................................14
1. CAPITULO I: NOTAS INTRODUTÓRIAS
1.1. Introdução
Neste presente trabalho abordar-se-á sobre as fontes do Direito Internacional Público,
pretende-se de forma crucial e esgotante fazer-se a exploração dos pressupostos
inerentes as fontes do Direito Internacional Público. Com efeito, para melhor
entendimento ou compreensão, falar-se-á no primeiro momento da noção daquilo que
viriam a ser as fontes do Direito Internacional Público, de seguida no segundo momento
dar-se-á a sequência das restantes fontes do Direito Internacional Público.
O trabalho encontra-se dividido em três fases ou capítulos, cuja primeira é encabeçada
por notas introdutórias que da os alicerces e uma antevisão do que vai se abordar
durante o trabalho.
Na segunda fase ou capitulo II encontra-se a parte do desenvolvimento, ou seja o corpo
do trabalho que relata de forma objectiva e crucial as fontes do Direito Internacional
Público. E na terceira e última denominada por fase ou capítulo final, esta abarca os
pressupostos conclusivos do aludido trabalho.
1.2. Objectivos
- Conhecer as fontes do Direito Internacional Público;

- Compreender a classificação das fontes do Direito Internacional Público;


Objectivos específicos
- Estudar nitidamente as fontes do Direito Internacional Público;
- Fazer uma analise de como se manifestam as fontes do Direito Internacional
Público;
1.2.1. Metodologia
Segundo Hengerberg, citado por Lakatos (1991), método é o caminho pelo qual se
chega a um determinado resultado, ainda que este tenha sido fixado de modo reflectido
e deliberado, sendo assim, o presente trabalho baseou-se na pesquisa Bibliográfica.
2. CAPITULO II: DESENVOLVIMENTO
2.1. AS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Segundo GOUVEIA (2004)1, diz que o direito internacional público, enquanto sector
jurídico sistemático, conhece mecanismos que dão origem às respectivas normas e
princípios, assim podendo ser observado, para começar, pelas respectivas fontes
normativas, entendidas em sentido material e em sentido formal, aquelas como as razoes
de aparecimento das normas, estas como os esquemas de onde elas provem.
A tipologia tradicional das fontes do direito faz incluir no respectivo elenco, embora
lhe dando diferentes relevâncias, a lei, o costume e a jurisprudência. A doutrina, outrora
importante fonte de direito, deixou de o ser, para alguns podendo ser repescada, a nosso
ver, na fórmula equívoca de fonte material de Direito.
A lei ocupa, de a bastante tempo a esta parte, sobretudo com a Idade Contemporânea,
um lugar privilegiado, ao traduzir uma vontade ordenadora de disciplina social,
democraticamente legitimada e formalmente proclamada.
O costume, pelo contrário, reflecte um comportamento espontâneo, se bem que em
perda de terreno, face a capacidade de especialização material oferecida pela lei, e nele
dá-se um íntimo entrelaçamento entre a dimensão ordenadora e o respectivo acatamento
social.
MAZZUOLI (2007)2, entende que a jurisprudência, nalguns casos, posiciona-se como
fonte normativa, porque a partir da aplicação de Direito, podem emergir orientações
normativas de carácter permanente, genericamente aplicáveis aos diversos operadores
jurídicos.
SOARES (2002)3, diz que o direito internacional em matéria de tipificação das fontes
normas para que o mesmo se afigurem pertinentes, suscita uma dificuldade suplementar:
é que, mercê do seu carácter fragmentário e policêntrico, não oferece nenhuma estrutura
centralizada que determine a relevância das respectivas fontes normativas, faltando
deste prisma qualquer poder constitucional paralelo ao que vigora nos Estados.

1
Jorge Bacelar Gouveia, Manual de Direito Internacional Público, Almedina, Coimbra, 2004.
2
Valério de Oliveira Mazzuoli, Direito Internacional Público: São Paulo, Revista dos Tribunais, 2007.
3
Guido Fernando Silva Soares. Curso de Direito Internacional Público, Vol, I, 2ª Edição, Atlas Editora,
2002.
2.1.2. Rol ou lista das fontes de Direito Internacional Publico
O conceito de fonte é fundamental no Direito, pois indica donde vem as regras
aplicáveis. Igualmente, devemos entender qual é a origem das normas que regulam as
relações entre os sujeitos que compõem a sociedade internacional.

FONTES FORMAIS DO DIREITO INTERNACIONAL

FONTES DO ARTIGO 38 DO OUTRAS FONTES


ESTATUTO DA CIJ
(FONTES EXTRA-ESTATUTÁRIAS)
(FONTES ESTATUTÁRIAS)
Tratados Actos unilaterais de Estados
Costume Actos unilaterais de organizações
internacionais/decisões de organizações
internacionais
Princípios gerais do Direito e princípios Soft law
gerais do Direito Internacional Público
Jurisprudência
Doutrina

FONTES PRINCIPAIS E FONTES ACESSÓRIAS


FONTES PRINCIPAIS FONTES ACESSÓRIAS OU
AUXILIARES
Revelam o Direito aplicável directamente Contribuem para elucidar o conteúdo de
a uma relação jurídica uma norma e aplicá-la
Todas as fontes formais, excepto a Jurisprudência e doutrina
jurisprudência e a doutrina

FONTES CONVENCIONAIS E FONTES NÃO CONVENCIONAIS


FONTES CONVENCIONAIS FONTES NÃO CONVENCIONAIS
Fruto de acordo de vontades Fruto da evolução da realidade
internacional
Tratados e, para parte da doutrina, o Todas as demais, inclusive, para outra
costume parte da doutrina, o costume

2.1.3. Fontes formais e fontes materiais de direito internacional Público.


Chamam-se fontes formais do Direito Internacional Publico as técnicas do
desenvolvimento do direito, técnicas que permitem produzir o direito positivo, modos
pelos quais se estabelece ou constata uma regra jurídica aplicável a um caso concreto.
Situam-se nesta classificação:
 O costume;
 Os tratados;
 Os acordos;
 Os actos unilaterais.
Para AMARAL JUNIOR (2008)4, as fontes materiais do Direito Internacional Publico,
são as causas de formação das regras jurídicas. Resultam de elementos políticos,
sociológicos, morais etc. o seu estudo pode ser decisivo para determinar a emergência
do direito positivo, mesmo quando não criam, directamente, normas obrigatórias. Nesse
conjunto de fontes, temos as resoluções não obrigatórias da Assembleia Geral da ONU,
que serão tomadas em consideração no processo contemporâneo de estabelecimento de
regras convencionais ou costumeiras. Ressalta-se a indicação jurisprudencial da
referência a um “direito de formação”, ou ainda em soft law, como no caso da
Plataforma Continental entre a Tunísia e a Líbia.
Esta não vem a ser uma dificuldade inultrapassável, uma vez que a doutrina que vai
estudando esta questão tem socorrido o artigo 38º do TIJ, diploma que vem organizando
o sistema judicial da ONU, que é o TIJ.
Dada a sua importância, vale a pena transcreve-lo, exactamente se situando no contexto
das fontes que devem inspirar este alto tribunal nas respectivas decisões.
O tribunal, cuja função é decidir em conformidade com o Direito Internacional Publico
as controvérsias que forem submetidas, aplicara:
 As convenções internacionais ou tratados internacionais, quer gerais, quer
especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados
litigantes;
 O costume internacional, como prova de uma prática geral aceite como Direito;
 Os princípios gerais de Direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
4
Alberto do Amaral Júnior. Manual do candidato: Direito Internacional, [S,I: s,n], 2008.
 Com ressalva, das disposições do artigo 59º, as decisões judiciais e a doutrina
dos publicistas mais qualificadas das diferentes nações, como meio auxiliar para
determinação de regras de Direito;
 Equidade: ex aequo et bono.
2.1.4. Tratados Internacionais ou convenções
GOUVEIA (2004)5, diz que os Tratados Internacionais são a mais relevante das fontes
de DIP. A sua definição encontra-se no artigo 2º/1/a da Convenção de Viena sobre o
Direito dos Tratados. Os tratados são acordos escritos, concluídos por Estados e
organizações internacionais com vistas a regular o tratamento de temas de interesse
comum.
Acordos Políticos (não está provido de efeitos jurídicos, tem efeitos políticos), Acordos
Unilaterais não autónomos, contratos internacionais (ex. Estado Moçambicano celebra
um contrato com uma empresa ou fundação - sem capacidade para reger tratados, sendo
regido por direito internacional privado), declarações ou actos finais (valor
fundamentalmente político histórico).
2.1.5. Costume Internacional
SOARES (2002)6, diz que apesar de os tratados serem a fonte mais relevante, o costume
é a fonte principal, uma vez que a fonte escrita (ao contrário do que acontece no plano
interno) não é tão dominante e porque a sociedade internacional é uma sociedade
inorgânica.
O costume é uma prática que se eleva a norma jurídico internacional porque nasce
espontaneamente da convivência internacional. Assim, ao contrário do Tratado que tem
uma competência fixa, um costume pode ser revogado com outra prática costumeira, há
um processo evolutivo.
Tal como com o costume em geral, existem dois elementos:
 corpus: existência de uma prática reiterada (elemento material);
 animus: existência de uma convicção de obrigatoriedade (elemento psicológico)

Para a formação do costume, é necessária uma prática generalizada por um número de


sujeitos internacionais, podendo este número ser restrito, não se excluindo a
possibilidade de formação de costume local ou regional. Quanto ao tempo necessário

5
Jorge Bacelar Gouveia, Manual de Direito Internacional Público, Almedina, Coimbra, 2004.
6
Guido Fernando Silva Soares. Curso de Direito Internacional Público, Vol, I, 2ª Edição, Atlas Editora,
2002.
em que esta prática deve vigorar, não há uma definição: por força da velocidade a que
ocorrem mudanças na sociedade internacional, um costume pode formar-se
instantaneamente. A prática pode consumar-se por acção ou omissão e deve ser
uniforme, significando que deve ser uma prática constante ou estável, não havendo
desvios. Contudo, é possível aceitar-se que violações pontuais do costume não
signifiquem derrogabilidade ou inexistência deste.

A comprovação dos costumes não é fácil, podendo ser feita através de:
 Prova documental: é resultante da actividade dos sujeitos internacionais,
englobando os tratados, actos de organizações e actos estaduais internos, etc. É o
tipo de prova mais significativo;
 Decisões jurisprudenciais;
 Doutrina (consistindo nas obras dos jurisconsultos).
3. Actos unilaterais internacionais
Os actos unilaterais dos Estados consistem em 5 tipos:
I. Notificação: comunicação de qualquer situação, à qual se associam efeitos
jurídico internacionais, de cujo conhecimento depende a produção de tais efeitos
na esfera jurídica do sujeito internacional;
II. Reconhecimento: aceitação da qualidade de certa entidade como sujeito de
Direito Internacional;
III. Promessa: expressão de vontade de concessão de uma vantagem,
independentemente de qualquer retribuição (ex. Estado perdoar a dívida de outro
Estado);
IV. Renúncia: vontade de extinção, por parte do seu autor, de um direito que
pertença à sua respectiva esfera jurídica;
V. Protesto: manifestação de uma discordância, factual ou jurídica, quanto a um
acontecimento ou situação. É bastante relevante para evitar produção de
consentimento do lesado sem intenção de o fazer.
Os actos unilaterais das Organizações Internacionais podem ser divididos em 4 pares:
I. Actos vinculativos (produzem efeitos obrigatórios) e actos consultivos
(contêm apenas recomendações ou pareceres);
II. Actos internos (destinam-se ao funcionamento interno da Organização) e
actos externos (projectam-se nas relações jurídicas com outras entidades);
III. Actos normativos (incorporam normas jurídicas) e actos não normativos
(contêm apenas efeitos individuais e concretos);
IV. Actos auto-exequíveis (actos que se aplicam por si mesmos) e actos hetero
exequíveis (carecem de outro acto para que possam tornar-se operativos).
3.1. Princípios gerais de Direito
Apesar de serem elencados como tal pelo artigo 38º do ETIJ, há opiniões divergentes
quanto à sua utilidade enquanto fonte de DIPU.

Estes princípios consistem em orientações gerais que indicam aos aplicadores de Direito
uma determinada direcção, sendo concretizados a maior parte das vezes mediante outras
normas.

SOARES (2002)7, diz que os princípios gerais do Direito são as normas de carácter mais
genérico e abstracto que incorporam os valores que fundamentam a maioria dos
sistemas jurídicos mundiais, orientando a elaboração, interpretação e aplicação de seus
preceitos e podendo ser aplicadas directamente às relações sociais.
São exemplos de princípios gerais do Direito pertinentes ao Direito Internacional: o
primado da protecção da dignidade da pessoa humana; o pacta sunt servanda; a boa-fé;
o devido processo legal; a res judicata e a obrigação de reparação por parte de quem
cause um dano.

A expressão “nações civilizadas” foi objecto de crítica por seu “carácter etnocêntrico”,
ou seja, pela referência a preceitos formulados no mundo ocidental. Hoje, os princípios
gerais do Direito abrangem aquelas normas estáveis que incorporam valores
reconhecidos na maior parte das ordens jurídicas existentes no mundo.
3.2. Princípios Gerais do Direito Internacional Público
Os princípios gerais do Direito Internacional Público são as normas de carácter mais
genérico e abstracto que alicerçam e conferem coerência ao ordenamento jurídico
internacional, orientando a elaboração e a aplicação das normas internacionais e a acção
de todos os sujeitos de Direito das Gentes.

7
Guido Fernando Silva Soares. Curso de Direito Internacional Público, Vol, I, 2ª Edição, Atlas Editora,
2002.
MAZZUOLI (2007)8, avança que, dentre os princípios gerais do Direito Internacional
indicamos: a soberania nacional; a não intervenção; a igualdade jurídica entre os
Estados; a autodeterminação dos povos; a cooperação internacional; a solução pacífica
das controvérsias internacionais; a proibição da ameaça ou do uso da força; e o
esgotamento dos recursos internos antes do recurso a tribunais internacionais. Outro
princípio, que adquire relevo cada vez maior, a ponto de ser visto por parte da doutrina
como o mais importante dentre todos, é o da prevalência dos direitos humanos nas
relações internacionais.
Um rol importante de princípios gerais do Direito das Gentes é encontrado nos artigos 1
e 2 da Carta das Nações Unidas (Carta da ONU), que incluem valores aos quais
praticamente toda a humanidade atribui importância maior, visto que as Nações Unidas
reúnem quase todos os países do mundo na actualidade.

Os princípios gerais de Direito têm quatro funções no plano do DIPU:

I. Função legitimadora: permitem questionar a legitimidade material de normas


ou outros princípios que com eles sejam desconformes, podendo conduzir à
respectiva invalidade material;
II. Função interpretativa: permitem determinar preferências quanto à
interpretação do DIPU;
III. Função integradora: permitem a integração de lacunas;
IV. Função complementadora: alargam regulativamente a extensão da aplicação
do DIPU.

Princípios de Direito Natural aplicáveis ao DIPU:

 Dignidade da pessoa humana;


 Proporcionalidade;
 Igualdade

Princípios de Direito Internacional Geral

 Não ingerência nos assuntos internos


 Não agressão;

8
Valério de Oliveira Mazzuoli. Direito Internacional Público: São Paulo, Revista dos
Tribunais, 2007.
 Autodeterminação;
 Não reconhecimento de conquistas territoriais pela força.

Princípios oriundos dos diversos sistemas jurídicos internos

 Pacta sunt servanda;


 Boa-fé;
 Caso julgado.
3.3. Jurisprudência
A jurisprudência, tecnicamente, não é fonte de Direito Internacional (mas apenas um
meio auxiliar a usar na aplicação deste). Como tal, não se aplica a regra do precedente: a
decisão só é obrigatória para as partes, circunscrevendo-se ao caso sub judice.
Todavia, a jurisprudência acaba por, substancialmente, ser uma fonte de DIPU,
tornando-se importante conhecer as decisões dos tribunais internacionais (decisões
arbitrais – proferidas por Tribunal Arbitral com menor formalismo processual e escolha
de juízes; decisões judiciais – incluem as sentenças e os acordos dos tribunais judiciais),
sobretudo do TIJ, ainda que estas não sejam vinculativas, pois permite conhecer as
tendências e orientações quanto a certos problemas da ordem internacional. Tem havido
uma multiplicação de tribunais internacionais (ex. TPI).
3.3.1. Doutrina
O artigo 38 do Estatuto da CIJ inclui a “doutrina dos juristas mais qualificados
das diferentes nações” como fonte, ainda que auxiliar, do Direito Internacional.
A doutrina é o conjunto dos estudos, ensinamentos, entendimentos, teses e
pareceres dos estudiosos do Direito Internacional, normalmente constantes de obras
académicas e de trabalhos de instituições especializadas, como a Comissão de Direito
Internacional das Nações Unidas.
Esta é constituída pelas opiniões científicas emitidas pelos estudiosos de DIPU. A
doutrina não cria normas de Direito (sendo considerada também um meio auxiliar), mas
é importante para a interpretação destas. Visto que não cria normas de Direito, a
doutrina não pode ser imposta aos sujeitos internacionais, mas pode ser
usada como influência para alcançar determinadas soluções. A sua importância tem
vindo a diminuir.
3.3.2. Equidade
A equidade é a aplicação de considerações de justiça a uma relação jurídica,
quando não exista norma que a regule ou quando o preceito cabível não é eficaz
para solucionar, coerentemente e de maneira equânime, um conflito. É, como
afirma Mazzuoli, “a aplicação dos princípios de justiça a um caso concreto sub
judice”.
O artigo 38, par. 2º, do Estatuto da CIJ consagra a equidade como ferramenta
que pode levar à solução de conflitos internacionais, ao determinar que o rol de
fontes de Direito Internacional existentes “não prejudicará a faculdade da Corte de
decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem”
Parte da doutrina não reconhece a equidade como fonte formal de Direito Internacional,
a exemplo de Celso de Albuquerque Mello, que a qualifica como “fonte
material do Direito Internacional”. Parte importante da doutrina jurídica em geral
percebe a equidade como mero elemento de integração. Em todo caso, a equidade
é também princípio geral do Direito, visto que as normas jurídicas devem ser sempre
aplicadas à luz da necessidade de se fazer justiça.

Na realidade não é fonte de DIPU, estando autonomamente prevista no artigo 38º/2 do


ETIJ. Trata-se da justiça do caso concreto: a resolução do caso através de critérios
criados (pelo aplicador de Direito) especificamente para este. O julgamento segundo a
equidade não é arbitrário, pretendendo-se uma melhor adequação das soluções possíveis
à configuração especial do caso concreto.

Para que se possa recorrer a soluções segundo a equidade é necessário,


cumulativamente:

i. A vontade das Partes para recorrer à equidade pode resultar de tal definição
em convenção celebrada entre aquelas previamente ou ser expressa ad hoc;
ii. É necessário que as normas potencialmente aplicáveis não sejam normas de
Ius Cogens. Caso contrário, não será possível recorrer à equidade.
Não é fonte de direito, mas sim um critério que se constrói ao sabor do caso,
de acordo com o espírito de justiça do julgador.
4. CAPITULO III: NOTAS CONCLUSIVAS

4.1. Conclusão

De tudo que foi descrito no decorrer da pesquisa, é possível afirmar que o Direito
Internacional Público, enquanto sector jurídico sistemático, conhece mecanismos que
dão origem às respectivas normas e princípios, assim podendo ser observado, para
começar, pelas respectivas fontes normativas, entendidas em sentido material e em
sentido formal, aquelas como as razoes de aparecimento das normas, estas como os
esquemas de onde elas provem.

Importa salientar que o direito internacional em matéria de tipificação das fontes normas
para que o mesmo se afigurem pertinentes, suscita uma dificuldade suplementar: é que,
mercê do seu carácter fragmentário e policêntrico, não oferece nenhuma estrutura
centralizada que determine a relevância das respectivas fontes normativas, faltando
deste prisma qualquer poder constitucional paralelo ao que vigora nos Estados
Portanto, as fontes materiais do Direito Internacional Publico, são as causas de
formação das regras jurídicas. Resultam de elementos políticos, sociológicos, morais
etc. o seu estudo pode ser decisivo para determinar a emergência do direito positivo,
mesmo quando não criam, directamente, normas obrigatórias.
Enfim, dentre os princípios gerais do Direito Internacional indicamos: a soberania
nacional; a não intervenção; a igualdade jurídica entre os Estados; a autodeterminação
dos povos; a cooperação internacional; a solução pacífica das controvérsias
internacionais; a proibição da ameaça ou do uso da força; e o esgotamento dos recursos
internos antes do recurso a tribunais internacionais. Outro princípio, que adquire relevo
cada vez maior, a ponto de ser visto por parte da doutrina como o mais importante
dentre todos, é o da prevalência dos direitos humanos nas relações internacionais.
5. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
5.1. Bibliografia
Jorge Bacelar Gouveia, Manual de Direito Internacional Público, Almedina, Coimbra,
2004.
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito Internacional Público: São Paulo, Revista
dos Tribunais, 2007.
SOARES, Guido Fernando Silva. Curso de direito internacional público, Vol, I, 2ª
Edição, Atlas Editora, 2002.
AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Manual do candidato: Direito Internacional, [S,I: s,n],
2008.

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