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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACUDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADE

CURSO DE DIREITO

VI - GRUPO

Direito Internacional e Direito Interno

Beira, Março, 2024


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACUDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADE

CURSO DE DIREITO

Cadeira:

Direito Internacional Público

1.º Ano – Pós Laboral

VI - GRUPO

Direito Internacional e Direito Interno

Discentes:

 Admilton David Madige;


 Deutério Domingos da Silva.

Docente: Dra. Esperança Xavier

Beira, Março, 2024


Índice
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
1. Introdução .................................................................................................................................... 1
1.2. Objectivos ................................................................................................................................. 1
1.2.1. Objectivo Geral...................................................................................................................... 1
1.2.2. Objectivos Específicos .......................................................................................................... 1
1.3. Metodologia de Pesquisa .......................................................................................................... 1
CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 2
I - DIREITO INTERNACIONAL ................................................................................................... 2
2.1. Contextualização ...................................................................................................................... 2
2.2. Conceito de Direito Internacional............................................................................................. 2
2.2.1. A divisão do direito internacional (público e privado) .......................................................... 3
2.2.1.1. Direito Internacional Público ............................................................................................. 3
2.2.1.2. Direito Internacional Privado ............................................................................................. 4
II – DIREITO INTERNO ................................................................................................................ 4
2.3. Noção ........................................................................................................................................ 4
2.4. Relações entre o direito interno e o direito internacional ......................................................... 5
2.4.1. Teoria monista ....................................................................................................................... 5
2.4.1.1. Teoria do Monismo Nacionalista ....................................................................................... 5
2.4.1.2. Teoria do Monismo Nacionalista ....................................................................................... 5
2.4.2. Teoria dualista ....................................................................................................................... 6
2.4.2.1. Características do dualismo ................................................................................................ 6
CAPÍTULO III: CONCLUSÃO ...................................................................................................... 7
3.1. Conclusão ................................................................................................................................. 7
3.2. Referencias bibliográficas ........................................................................................................ 8
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1. Introdução

O presente trabalho é desenvolvido em sede da disciplina jurídica de “Direito


Internacional Público”, e aborda a matéria inerente ao Direito Internacional e o Direito Interno.
No trabalho é concretamente abordado o conceito do direito interacional e o direito interno; a
divisão do direito internacional em público e privado; bem como as relações que o direito
internacional estabelece com o direito interno. É ainda objecto de estudo deste trabalho a matéria
inerente as teorias da primazia do direito internacional ou interno

Em termos estruturais, o trabalho está dividido em três capítulos, correspondendo cada


um deles, respectivamente, à introdução - faz a apresentação geral do trabalho e aponto os
objectivos e a metodologia de pesquisa utilizada nele, revisão de literatura - apresenta o marco
teórico do trabalho; e a conclusão - apresenta os resultados obtidos da pesquisa.

1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral

 Este trabalho possui como objetivo geral, estudar o Direito Internacional e o Direito
Interno.

1.2.2. Objectivos Específicos

 Conceituar Direito Internacional e Direto Interno;


 Falar da divisão do Direito Internacional;
 Abordar as relações do direito internacional e direito interno.

1.3. Metodologia de Pesquisa

A metodologia de pesquisa utilizada na elaboração deste trabalho é quanto à abordagem:


qualitativa - pois recorrendo a fontes bibliográficas como manuais, artigos científicos, legislação
e outras referências teóricas já publicadas, desenvolve o trabalho de forma dedutiva. Quanto à
natureza é uma básica, destinada a gerar novo conhecimento sem aplicação prática prevista,
quanto aos objectivos é uma pesquisa exploratória.

1
CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA

I - DIREITO INTERNACIONAL

2.1. Contextualização

A vida em sociedade é permeada de conflitos interpessoais, e na sociedade internacional


igualmente há tensões entre os actores, tendo em vista as inúmeras disputas entre os sujeitos, uma
vez que há diferenças e interesses variados entre os mesmos.

Paulo Henrique Portela enfatiza que “os conflitos que ocorrem na seara internacional não
podem, via de regra ser solucionados da mesma maneira, o que se deve, fundamentalmente, à
forma pela qual a sociedade internacional está organizada do ponto de vista jurídico”.1 Referido
autor aponta que as relações internacionais são caracterizadas por:

 Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito internacional


que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações;
 Igualdade jurídica entre os Estados;
 Soberania dos Estados;
 Princípio da não-intervenção.

2.2. Conceito de Direito Internacional

Direito Internacional é o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores
que compõem a sociedade internacional.2 Estes actores, chamados sujeitos de direito
internacional, são, principalmente, os Estados nacionais, embora a prática e a doutrina
reconheçam também outros atores, como as organizações internacionais. Na definição dada por
GUTIER (2011, p. 5), Direito Internacional é o conjunto de princípios e normas, sejam
positivados ou costumeiros, que representam direito e deveres aplicáveis no âmbito internacional
(perante a sociedade internacional). O Direito Internacional se caracteriza pelo conjunto de
normas que regulam as diversas relações existentes entre os múltiplos atores que compõem a
sociedade internacional.

1
PORTELA, P. H. G. (2009). Direito internacional Público e Privado. Salvador: JusPodivm.
2
MELLO, C. D. de. A. Curso de Direito Internacional Público. (15.ª Ed – revista e ampliada). Brasil, São Paulo:
Renovar
2
O direito internacional não é doptado da mesma coerção existente no prisma interno dos
Estados, mas estes princípios e normas são aceitos quase que universalmente, incidindo sobre:

 Entre Estados diferentes;


 Entre Estados e nacionais de outros Estados;
 Entre Nacionais de Estados diferentes;
 Entre Estados e organismos internacionais.

O Direito Internacional tem profunda relação com a área das Relações Internacionais, de
que constitui um instrumento. É por meio do Direito Internacional que as relações internacionais
entre os Estados acontecem com maior segurança, e as relações privadas de caráter internacional
são facilitadas. A expressão direito internacional (international law) surge com Jeremias
Bentham, em 1780, utilizada em oposição a national law ou a municipal law. Ela foi traduzida
para o francês e demais línguas latinas como direito internacional. (ACCIOLY, 2009, apud Silva,
2012, p. 10).

2.2.1. A divisão do direito internacional (público e privado)

O Direito Internacional divide-se em duas áreas de estudo, a saber: a pública e a privada.


O Direito Internacional Público (DIP) trata dos interesses internacionais públicos, regulando os
direitos e deveres internacionais dos Estados, dos organismos internacionais e dos indivíduos
perante os Estados. O objetivo do Direito Internacional Público é o de regular os interesses dos
países, objetivando a diminuição dos conflitos e o alcance da paz mundial.3

2.2.1.1. Direito Internacional Público

O direito internacional trata destas relações e deste âmbito normativo, que pode ser
positivado ou costumeiro (costumes). Denomina-se Direito internacional público quando tratar
das relações jurídicas (direitos e deveres) entre Estados, ao passo que o Direito internacional
privado trata da aplicação de leis civis, comerciais ou penais de um Estado sobre particulares
(pessoas físicas ou jurídicas) de outro Estado.

3
SILVA, J. B. (2013). Direito Internacional Público. Brasil, Santa Catarina: Palhoça. P.11
3
Quanto às características do DIP, é importante salientar que, no plano internacional, não
existe autoridade superior nem milícia (força militar) permanente. Os Estados se organizam
horizontalmente e se dispõem a proceder de acordo com as normas jurídicas, na exata medida em
que essas tenham constituído objeto de seu consentimento. Os Estados possuem direitos
formalmente iguais (igualdade soberana) e devem fazer suas próprias leis.

2.2.1.2. Direito Internacional Privado

O Direito Internacional Privado (DIPr) pode ser conceituado como o conjunto de normas
reguladoras das relações de ordem privada da sociedade internacional, conjugando leis de
ordenamentos jurídicos distintos e indicando a lei competente a ser aplicada. O objectivo do
Direito Internacional Privado é decidir qual lei será aplicada quando houver divergências entre as
leis internas de dois países em questões de interesse privado. (SILVA, 2013, p. 11)

O Direito Internacional Público auxilia, por meio de tratados, a formação do Direito


Internacional Privado. Assim, um tratado de comércio assinado entre dois ou mais países (DIP)
pode assegurar que, com base nesse tratado, as empresas dos países envolvidos assinem contratos
e realizem negócios no plano internacional (DIPr). Guido Fernando Silva Soares, ao se referir ao
termo internacional, destaca que, se for aplicado exclusivamente a fenômenos referidos ao
Estado, torna-se inadequado para exprimir fatos acontecidos antes do século XVI, quando
emergiu na história essa forma de organização societária, que é o Estado. (SOARES, 2004, p. 22)

II – DIREITO INTERNO

2.3. Noção

O Direito de cada país regula a vida interna do seu Estado, enquanto o Direito
Internacional regula as relações internacionais dos actores já considerados linhas atrás: os
Estados, os organismos internacionais, as empresas transnacionais e o Homem.

Ambos, o Direito Internacional e o Direito Interno têm campos de actuação distintos,


sendo, no entanto, difícil, às vezes, demarcar quando começa um e quando o outro termina.
Algumas matérias, como a que discorre sobre a nacionalidade ou a que se preocupa com os
direitos humanos, têm um campo quase comum.

4
2.4. Relações entre o direito interno e o direito internacional

2.4.1. Teoria monista

A teoria monista admite a existência de apenas uma ordem jurídica coordenada no contexto de
uma unidade normativa, logo, o Direito Internacional aplica-se diretamente na ordem jurídica dos
Estados, independentemente de qualquer transformação. De acordo com essa teoria, as normas
internacionais podem ter eficácia condicionada a harmonia de seu teor com o direito interno. Da
mesma forma, a aplicação das normas nacionais não podem contrariar os preceitos do Direito
Internacional aos quais o Estado encontra-se vinculado.

Segundo HIDELBRANDO ACCIOLY, a doutrina monista não parte do principio da


vontade dos estados, mas sim da norma superior, pois o direito é um só, quer se apresente nas
relações de um estado, quer nas relações internacionais. (ACCIOLY, 2010, p. 231). No caso de
conflito entre normas de direito interno e internacional, duas subespécies dentro do monismo
foram desenvolvidas, para decidir qual norma será aplicada, quais sejam: monismo nacionalista e
monismo internacionalista.

2.4.1.1. Teoria do Monismo Nacionalista

O monismo nacionalista provém da doutrina constitucionalista nacionalista baseada em


Hegel, defensor da soberania absoluta do Estado, que é irrestrita e absoluta. De acordo com essa
teoria, havendo um conflito, deverá prevalecer a ordem jurídica nacional de cada Estado.

2.4.1.2. Teoria do Monismo Nacionalista

Já o monismo internacionalista teve como maior precursor Hans Kelsen, formulando a conhecida
imagem da pirâmide das normas, sendo que no vértice deveria encontrar-se a norma fundamental,
que vem a ser o direito internacional.

Para essa teoria, o direito interno e o direito internacional, embora tratem de assuntos
diferentes, fazem parte de um todo harmônico e, portanto, devem conviver desta maneira, porém,
em caso de conflitos de normas internacionais e as do ordenamento jurídico interno de cada
Estado, aquelas se sobrepõem a estas, surgindo então a superioridade hierárquica do direito
internacional em face do direito interno.

5
2.4.2. Teoria dualista

A denominação de dualista foi dada por Alfred Verdross, em 1914, e aceita por Triepel,
em 1923. (MELLO, 2004, P. 122). O primeiro estudo sistematizado acerca da existência de um
conflito entre normas foi realizado por Heinrich Triepel, em 1899, na obra Volkerrecht und
Landesrecht, Triepel defendia que o direito interno e o direito internacional são duas ordens
jurídicas separadas, autônomas e independentes. Em decorrência dessa completa independência,
não existe possibilidade de um conflito entre elas.

De acordo com essa teoria, para que uma norma internacional seja aplicada na ordem
interna de um Estado, este deve primeiramente transformá-la em norma de direito interno,
incorporando-a ao seu ordenamento jurídico. Essa concepção traduz a chamada Teoria da
Incorporação.

2.4.2.1. Características do dualismo

Os carácteres da teoria dualista podem ser apontados da seguinte forma:

 As fontes do Direito Internacional são diferentes das fontes do Direito Interno, porque as
primeiras resultam da vontade coletiva dos Estados ou de organismos internacionais, por
meio de tratados, e as segundas advêm de um só Estado na produção de normas de seu
Direito Interno.

 A eficácia da norma internacional ocorre na área internacional, ainda que possa também
viger na área interna por aceitação de cada Estado, enquanto a norma interna só tem
eficácia no território do Estado.

 Uma norma internacional pode vir a influenciar o Direito Interno; raramente ocorrerá de
forma contrária. Tal influência far-se-á mediante a "recepção de normas" com a
incorporação da norma pretendida ao Direito Interno.

6
CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

3.1. Conclusão

Este trabalho abordou a matéria inerente ao Direito internacional e Direito Interno. Ao fim
mesmo concluímos que Direito Internacional é o conjunto de normas que regula as relações
externas dos atores que compõem a sociedade internacional. é o conjunto de princípios e normas,
sejam positivados ou costumeiros, que representam direito e deveres aplicáveis no âmbito
internacional (perante a sociedade internacional).

O Direito Internacional divide-se em duas áreas de estudo, a saber: a pública e a privada.


O Direito Internacional Público (DIP) trata dos interesses internacionais públicos, regulando os
direitos e deveres internacionais dos Estados, dos organismos internacionais e dos indivíduos
perante os Estados. Quanto às Relações entre o direito interno e o direito internacional, existe a
teoria monista, que o direito que prevalece é o do foro, e a teoria dualista, que afirma que o
direito prevalecente a norma internacional integrada.

7
3.2. Referencias bibliográficas

ACCIOLY, H. N. (2009). Manual de direito internacional público. (17ª Ed). Brasil, São Paulo:
Saraiva,
GUTIER, M. S. (2011). Introducao ao Direito Internacional Público. Brasil, Urereba – MG.
MELLO, C. D. de. A. Curso de Direito Internacional Público. (15.ª Ed – revista e ampliada).
Brasil, São Paulo: Renovar
PORTELA, P. H. G. (2009). Direito internacional Público e Privado. Salvador: JusPodivm.

SILVA, J. B. (2013). Direito Internacional Público. Brasil, Santa Catarina: Palhoça.

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