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TEMA III.

A comunidade internacional
1. O Direito internacional
1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Relações internacionais são as que se desenvolvem no seio da


comunidade internacional e podem estabelecer-se quer entre
Estados, quer entre indivíduos nacionais de Estados diferentes.

Comunidade internacional - espaço formado por todos os Estados e


por todas as entidades que participam nas relações internacionais.

Os problemas com a degradação do ambiente, a preservação dos


recursos naturais, do património cultural, da paz, o terrorismo, o
narcotráfico, entre outros, contribuíram para a intensificação das
relações internacionais criando uma interdependência cada vez mais
estreita entre os Estados.

Tema III- Comunidade


1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Organizações
internacionais

Conceito

As organizações internacionais são entidades, constituídas,


nomeadamente, por meio de tratados ou acordos e agrupam um
leque mais ou menos vasto de países com a finalidade de incentivar a
cooperação permanente entre si, de modo a que, em conjunto,
possam atingir os objetivos propostos (de carácter político,
económico, militar, cultural, de segurança, de saúde, judicial…)
respeitando as normas de Direito Internacional.

Tema III- Comunidade


1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As organizações internacionais classificam-se segundo diversos critérios,


sendo um deles o seguinte:

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1.1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Relativamente à classificação das organizações quanto à estrutura, a


grande maioria das organizações internacionais é
intergovernamental e tem por finalidade promover as relações
multilaterais entre os seus membros, facilitando a cooperação e o
diálogo.

Nas organizações intergovernamentais, cada Estado-membro


mantém na integra a sua soberania, não permitindo que a
organização tenha qualquer interferência nas questões internas.

O princípio que vigora é o da igualdade jurídica entre os Estados-


membros.

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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Nas organizações supranacionais, os seus membros delegam parte


da sua soberania numa autoridade supranacional, com vista à
resolução de determinados problemas, em geral de carácter
económico.

As decisões nestas organizações impõem-se aos Estados-membros de


forma vinculativa.

Exemplo: A União Europeia

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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.1 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

As organizações internacionais que tem por objetivo a preservação


da paz assumem grande importância, pois através da sua mediação
tem-se conseguido dirimir muitos conflitos e evitado outros.

Dentre estas organizações, destaca-se a ONU, que tem demonstrado


um papel extremamente importante na resolução de situações de
grande tensão e até de guerra, através de mecanismos de diálogo e de
cooperação internacionais.

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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.2 O DIREITO INTERNACIONAL

O Direito internacional, à semelhança do Direito Interno, pode ser


público e privado:

Direito internacional público Direito internacional privado

Complexo de normas criadas pelos Conjunto de normas jurídicas que se


processos de produção jurídica limitam a indicar qual a lei reguladora
próprios da comunidade internacional das relações que estão em conexão
e que transcendem o âmbito estadual. com mais de um sistema jurídico.

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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.2 O DIREITO INTERNACIONAL

Fontes de Direito
Internacional
São Fontes de Direito Internacional as que se encontram consagradas
no artigo 38.º do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça.

Convenções internacionais

Costume internacional

Princípios gerais de Direito

Sob reserva do art. 59.º E.T.I.J., as


decisões judiciais, ou seja, a
jurisprudência e a doutrina.
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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.2 O DIREITO INTERNACIONAL

O termo convenção pode ser tomado como sinónimo de:

Tratado;
Pacto;
Carta;
Estatuto;
Acordo…

Exemplos:
- Pacto, utilizado no caso da Sociedade das Nações.
- Carta das Nações Unidas (ONU).
- Estatuto, no caso do Tribunal Internacional de Justiça.

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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.2 O DIREITO INTERNACIONAL

O Direito internacional não é recebido pelos diversos Direitos


estaduais nos mesmos termos; estes variam de Estado para Estado.

Na ordem jurídica portuguesa, o Direito internacional geral ou


comum é acolhido no Direito interno nos termos constantes do artigo
Artigo 8.º da C.R.P.
8.º da C.R.P. que se transcreve:
(Direito internacional)

1– As normas e os princípios do Direito internacional geral ou comum


fazem parte integrante do Direito português.
2– As normas constantes de convenções internacionais regularmente
ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua
publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado
Português.
3– As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações
internacionais de que Portugal seja parte vigoram diretamente na
ordem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos respetivos
tratados constitutivos. (…)
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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.2 O DIREITO INTERNACIONAL

O problema da eficácia do Direito


internacional

Embora a eficácia das normas do Direito internacional público


pareça, em regra, inferior à que têm as normas do Direito interno,
porque não há na comunidade internacional um poder supremo com
funções análogas às do Estado, a verdade é que, à medida que as
organizações internacionais têm evoluído e crescido em importância,
também as normas de Direito internacional têm ganho mais eficácia
na aplicação efetiva de sanções como se tem verificado nos últimos
tempos.

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1. O DIREITO INTERNACIONAL
1.2 O DIREITO INTERNACIONAL

O Direito internacional
privado

O Direito internacional privado é constituído por um conjunto de


normas jurídicas que se limitam a indicar qual a lei reguladora das
relações que estão em conexão com diferentes sistemas jurídicos, ou
seja, com mais de uma ordem jurídica estadual.

As normas de Direito internacional privado apenas indicam o


sistema Jurídico onde devemos procurar o regime das relações
privadas de carácter intencional. Estas normas denominam-se
normas de conflitos.

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