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RESUMO P1 DE DIREITO INTERNACIONAL:

Conceito de DIP: pode ser definido como a disciplina jurídica da sociedade


internacional. Três critérios são utilizados para conceituar do DIP:

1. Critério dos sujeitos intervenientes: o DIP disciplina a conduta e atuação


da comunidade internacional que é formada pelos estados, organizações
internacionais e pelos indivíduos.

2. Critério das matérias reguladas: o DIP visa alcançar as metas comuns da


humanidade, sendo estas a paz, segurança, estabilidade nas relações
internacionais, etc.

3. Critério das fontes normativas: o DIP é um conjunto de regras e


princípios, costumes e convenções. É o conceito clássico de direito
internacional, sendo que aqui somente o estado pode ser detentor de
direitos e obrigações contraídos pela ordem jurídica internacional.

Porem atualmente os estados deixaram de ser os únicos detentores de


direitos e obrigações perante a comunidade internacional, passando a
compartilha-los com as organizações internacionais e com os próprios
indivíduos, mesmo que a atuação desse ultimo seja limitada perante a
comunidade internacional.

Nascimento/gênese do DIP: não se pode determinar uma data precisa


para seu nascimento, sabendo-se somente que o DIP é fruto de inúmeros
fatores sociais, políticos, econômicos e religiosos da idade média.

Na antiguidade clássica, por exemplo, não existia ainda o direito


internacional como conhecemos hoje e sim um direito que se aplicava as
relações com as cidades vizinhas, de língua comum, mesma raça, mesma
religião, podendo em alguns casos, como na Grécia, evitar as guerras.

O DIP evoluiu através dos anos de forma desordenada, suas primeiras


manifestações apareceram quando começaram a ocorrer os primeiros
intercâmbios entre os feudos e das alianças celebradas entre os mesmos
sendo muitas relacionadas a segurança externa.

Em 1585-1645 o holandês Hugo Grotius deu importante ênfase ao direito


das gentes como ciência, fazendo que despertasse o interesse dos principais
cultos europeus com suas obras, por exemplo, De Jure Belli ac Pacis, que foi
inspirada na guerra dos 30 anos. Sua contribuição se tornou de tal
importância que hoje ele é conhecido internacionalmente como o pai do
direito internacional, mesmo que os primeiros passos do direito
internacional tenham sido dados por terceiros como o espanhol Francisco de
Vitoria (1486-1546) e o jesuíta Francisco Suarez (1548-1617).

Porem somente ao final do século XVI e início do século XVII que o DIP
aparece como ciência autônoma e sistematizada, o que surgiu
principalmente através dos tratados de Westlalia concluídos em 1648, onde
foi colocado um fim na guerra dos 30 anos que foi um conflito religioso
entre católicos e protestantes, tendo por vencedores estes últimos
fortalecidos pela França.

Com esses dois tratados de Westlalia (de Munster que foi assinado pelos
estados católicos e tratado de Osnabuch que foi assinado pelos
protestantes). Aqui foi demarcada a nova era do DIP onde fica conhecida
como ramo autônomo do direito moderno pelo simples fato de ter sido
reconhecido no plano internacional através do principio da igualdade formal
dos estados.

A realidade é que antes destes tratados não existia uma comunidade


internacional com poder politico para obrigar os estados a cumprir as regras
de condutas. Portanto esse tratado de paz pode ser reconhecido como um
verdadeiro divisor de águas, pois foi o momento em que se desprenderam
as regras fundamentais e passaram a existir relações entre os estados
europeus, sendo então reconhecido o principio da igualdade absoluta dos
estados.

A partir desse momento o estado moderno, como conhecemos hoje, passou


a ser o sujeito mais importante do direito internacional. O mesmo deu
origem a doutrina da soberania, onde se previa que a força para juntar
seres humanos em um determinado território advinha de uma unidade de
poder, que nesse caso seria o estado.

Em 1815 ocorreu o congresso de Viena que foi o segundo grande marco das
relações internacionais. O congresso marcou o fim das guerras napoleônicas
e estabeleceu um novo sistema de cooperação política e econômica na
Europa, acrescentando novos princípios ao direito internacional, como a
proibição do trafico de negros, liberdade irrestrita de navegação nos rios
internacionais da região e trouxe também as primeiras regras do protocolo
diplomático.

O direito internacional contemporâneo é fruto de 8 tendências que podem


ser chamadas de evolutivas, sendo elas:

1. universalização: significa que o DIP não é mais um direito europeu e sim


um direito universal.

2. regionalização: com a universalização do DIP começaram a ser criados


espaços regionais por razoes econômicas, politicas ou culturais, onde várias
comunidades políticas e estados encontraram solidariedade e cooperação
bem qualificadas.

3. institucionalização: o DIP deixa de ser um direito bilateral ou multilateral


entre os estados e passa a ser muito mais presente nos organismos
internacionais regulando as relações entre os estados (países), através de
agências especializadas ou órgãos internacionais com poderes decisórios
como, por exemplo, a União Europeia.
4. funcionalização: é ligada a institucionalização em um duplo sentido.
Primeiro porque o direito internacional passa a extravasar cada vez mais
nas relações externas entre os estados e segundo que cada vez mais trata
de matérias relativas ao direito interno ligado ao contexto das relações
internacionais.

5. humanização: ganhou essa vertente por conta do nascimento do direito


internacional dos direitos humanos que nasceu com a proteção de direitos
humanos que se apresenta em três vertentes: nascida no pós-Segunda
Guerra, desde a carta das nações unidas de 1945, com a declaração dos
direitos humanos em 1948 e com os inúmeros tratados internacionais de
proteção aos direitos humanos.

6. codificação do direito internacional: aqui merece destaque a carta das


nações unidas de 1945, onde a ONU tem alguns principais objetivos e para
que os mesmos sejam realizados a ONU vem incentivando trabalhos de
suas comissões de direito internacional e de direitos humanos. Foram vários
os textos contemporâneos finalizados por esses órgãos, como as grandes
convenções de direito internacional público, o que veio ocorrendo com mais
intensidade após a segunda metade do século XX.

7. jurisdicionalização: decorre do desenvolvimento progressivo do direito


internacional público fato que veio ocorrer com maior ênfase principalmente
depois da metade do século XX.

O que atualmente se tem procurado, principalmente na seara da proteção


internacional dos direitos humanos é superar o regime das clausulas
facultativas rumo a imposição e concretização da jurisdição internacional
obrigatória.

Distinções entre do direito internacional e o direito interno:

Defende a teoria dualista que o Direito Internacional e o Direito Interno são


dois sistemas jurídicos distintos e independentes, regulando o último as
relações entre os Estados e, por conseguinte, não originando obrigações
para os indivíduos.

Já a teoria monista determina que o Direito é único tanto nas relações do


Estado para com a sociedade, quanto nas relações entre Estados. Esta
teoria ainda se divide em duas correntes. A denominada Monismo
internacionalista prevê que, existindo dúvida entre a aplicação de normas
do Direito Internacional face o Direito Interno a norma internacional
prevalecerá sobre a interna. A outra, chamada de Monismo nacionalista
defende que nesta mesma situação, a primazia será do direito Interno sobre
o Direito Internacional.

A Constituição Federal é silente quanto à teoria adotada pelo Brasil.


Contudo, o Supremo Tribunal Federal se posicionou no sentido da aplicação
da Teoria Dualista moderada, recebendo o Tratado Internacional status de
Lei Ordinária, por disposição constitucional, salvo os casos de Tratados
sobre Direitos Humanos, cujo 2º do artigo 5º da CF lhes atribui eficácia de
norma supralegal.

Sociedade internacional e comunidade internacional:

A comunidade se baseia em um vínculo subjetivo (amizade, religiosidade,


vizinhança), que propicia uma relação espontânea, harmoniosa e de
confiança entre os que a integram, e possui mais fatores de agregação do
que de separação. “Em uma comunidade, a convergência de valores e de
interesses entre os seus membros é superior à divergência” (BRAGA, 2010,
p.4). Murillo Sapia Gutier, ao tratar do assunto, acrescenta: “a comunidade
internacional (...) é marcada pela união natural (laço espontâneo), marcado
por afinidades de cunho social, cultural, familiar, religioso. (...) ao se falar
em comunidade internacional, não há que se pensar em dominação de uns
perante outros” (GUTIER, 2015, p.1).

Já a sociedade não é baseada em laços subjetivos e espontâneos, mas,


antes, na vontade dos que dela participam, independentemente das
questões de identidade eventualmente existentes. “Na sociedade podem
existir e normalmente existem elementos de agregação, mas os fatores de
separação se sobrepõem aos primeiros” (BRAGA, 2010, p.4). Nota-se,
portanto, uma divergência de valores e de interesses mais marcante que as
possíveis convergências.

Quadro comparativo[1]

Sociedade Internacional Comunidade Internacional

União de Estados, Organizações É um vínculo entre pessoas que se


Internacionais e indivíduos unem por um laço moral e não-jurídico

Prevalência de divergências Convergência de valores e


interesses

Expressão utilizada pela doutrina Expressão utilizada por parte da


majoritária, considerada a mais apropriada doutrina, pela jurisprudência e em alguns
para o cenário internacional complexo atual tratados internacionais[2]

Fontes do DIP: PRINCIPIOS GERAIS DO DIP:

As fontes do direito são:

“Na concepção gramatical, fonte é origem, gênese, de onde provém (água).


As chamadas “fontes do direito” nada mais são, portanto, do que os meios
pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. Trata-se, em
outras palavras, de instâncias de manifestação normativa.” (STOLZE e
PAMPLONA 2012, p.63.
As fontes do direito internacional universalmente aceitas foram as
elencadas pelo Conselho internacional de justiça, em seu artigo 38. As
fontes primárias elencadas foram os tratados internacionais, os costumes
internacionais, e os princípios gerais do direito internacional.

Os tratados são considerados a fonte principal do direito internacional


público, eles são a positivação formal de uma obrigação reciprocamente
construída tendo em vista direitos e deveres mútuos. Os costumes têm
estrita relação com os tratados, pois eles são o desempenho repetidas
vezes de fatos e conjunturas internacionais, que tem propensão para serem
incorporadas pelo direito internacional, e essa incorporação é feita por
tratados, então vemos que os costumes são antecedentes dos tratados.

Os princípios do direito internacional, junto com as demais fontes do direto


internacional foram estabelecidas no Estatuto da Corte internacional de
justiça, em seu artigo 38, que tem a seguinte redação:

“Artigo 38.º

1 - O Tribunal, cuja função é decidir em conformidade com o direito


internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:

a) As convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que


estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;

b) O costume internacional como prova de uma prática geral aceite como


direito;

c) Os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas;

d) Com ressalva das disposições do artigo 59 as decisões judiciais e a


doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações como meio
auxiliar para a determinação das regras de direito.

Ao falar dos princípios gerais do direito internacional o art. 38


utiliza a expressão nações civilizadas, essa expressão causou críticas por
que foi acusada de segundo Mazzuoli (2004) revelar uma potencial
discriminação dos então redatores do estatuto da CIJ, em relação aos
Estados não pertencentes ao eixo Europeu”. Mas conforme Rezek (1996,
p.137).

Classificações dos Princípios gerais

Os princípios gerais principais do direito internacional em que se


refere o art. 38 são:

Igualdade soberana: Esse princípio presume que todos os Estados são


iguais em face da lei. “Ele certifica o respeito entre os países, seja qual for
seu porte, cultura, números de habitantes ou regime de governo”.
(VARELLA, 2012 p.26)
Autonomia: Princípio que estabelece que o Estado tenha autonomia para se
governar de acordo com seu próprio interesse.

Não ingerência nos assuntos dos outros Estados: Princípio estritamente


ligado com o princípio da Autonomia, neste princípio é estabelecido a não
intervenção de um Estado em outro.

Respeito aos direitos humanos: Princípio que significa que todos os estados
devem proteger os direitos humanos. Esse princípio tem grande importância
pois é um pressuposto do direito internacional para o reconhecimento de
Estados.

Cooperação internacional: Esse princípio estabelece que os Estados devem


atuar concomitantes na busca de propósitos comuns.

Tratados:

Tratado é todo acordo formal e escrito, celebrado entre Estados e/ou


organizações internacionais, que busca produzir efeitos numa ordem
jurídica de direito internacional.

Sendo acordo, pressupõe manifestação de vontade bilateral ou multilateral.

Da Celebração dos Tratados

Atualmente, não se admitem acordos orais, o que há trinta anos era


admissível. Por exemplo: as declarações conjuntas (diplomatas e
presidentes) poderiam, eventualmente, ser consideradas como tratados,
pois quando se faz uma declaração conjunta, ocorre uma manifestação de
vontade dos declarantes, como se de acordo com uma posição.

Todavia, em 1969, foi aprovada a Convenção de Viena sobre Direito dos


Tratados, com o objetivo de ser um código mínimo de elaboração de
tratados, prevendo, expressamente, que só serão válidos os tratados
escritos.

Dentro da definição de tratado, teoricamente falando, podem celebrar


tratados os sujeitos de Direito Internacional (Estados, organizações,
indivíduo e coletividade humana). Mas, atualmente, só se reconhece
legitimidade para dois deles: Estados e organizações, e com relação a essa
última, somente aquelas criadas por tratado.

Quanto à coletividade humana, não seria plausível que toda ela (bilhões de
pessoas) celebrasse um tratado. E, tratando-se do indivíduo/ser humano,
não é considerado legítimo representante para elaboração de tratado. Não
celebram, mas são destinatários/beneficiários de normas.

Havendo o conteúdo de um tratado (acordo formal entre Estados, busca


efeitos jurídicos, há manifestação de vontade), tratado é, possuindo assim,
um caráter obrigatório.
O tratado é efetivamente um acordo que gera a obrigação, o direito, a
vontade efetiva de se assumir um compromisso. A declaração e o protocolo,
historicamente, não são considerados documentos em que se tem vontade
efetiva de se assumir um compromisso, mas eventualmente cumpri-lo. Daí
é que para dirimir as controvérsias que surgiam dessas terminologias nasce
a Convenção de Viena/69, unificando-as.

Exemplo: Mercosul – tratados que o criaram: Tratado de Assunção,


Protocolo de Ouro Preto e Protocolo de Brasília, documentos esses sem
qualquer distinção entre si e sem que justifiquem tratamento jurídico
diferenciado de um ou de outro.

Em suma, atualmente, considera-se o conteúdo.

Manifestação da vontade

Existem alguns meios mais conhecidos de manifestação da vontade,


necessária para a existência de um tratado. Alguns exemplos desses termos
são: aceitação, aprovação, assinatura, ratificação, adesão, reserva e
denúncia.

Aceitação e aprovação são formas positivas de manifestação. Entretanto,


aprovação indica, em geral, que o tratado resultou de uma deliberação ou
votação. Quando se diz que um tratado foi aprovado, provavelmente
deliberou-se ou votou-se favoravelmente à sua adoção.

Como saber que um tratado precisa ser deliberado para obter aprovação?
Ou que precisaria apenas de uma simples assinatura de representantes
para sua aprovação, ou não?

A resposta encontra-se no próprio procedimento de elaboração, nas regras


de procedimento, que determinam as formas pelas quais as partes adotarão
ou estabelecerão as maneiras de aprovar um tratado.

Aprovação: presume deliberação.

Assinatura: a simples assinatura do representante do Estado considera um


tratado aprovado/adotado.

Ratificação: pressupõe, para aprovação de um tratado, uma deliberação


favorável do legislativo.

Adesão: indica manifestação de vontade posterior à celebração. Ex.: três


Estados discutem e elaboram um tratado. Posteriormente, um quarto
Estado pretende fazer parte desse tratado, o que se dará por meio da
adesão (manifestação da vontade em período posterior à celebração, à
manifestação original). Ex.: União Europeia, ONU, Mercosul etc.

Como saber quando cabe, ou não, a adesão a um tratado?


O próprio tratado disporá sobre a questão. Ex.: o Mercosul [1] prevê a
adesão de mais países, além dos quatro originais.

Reserva: é a manifestação da vontade parcial, uma vez que o Estado não se


obriga a todas as disposições, mas apenas por uma parte delas, como, por
exemplo, em um tratado que contivesse vinte regras, um Estado se
dispusesse a aceitar e cumprir apenas dezenove delas.

Como não há uma regra universal, uma lei que disponha sobre a elaboração
de um tratado, muitas das respostas serão encontradas no próprio tratado,
no próprio procedimento de elaboração deste. Assim, num tratado, as
partes convencionarão se cabe, ou não, reserva e quais as cláusulas objeto
de reserva.

Havendo dúvida de aplicação de reserva, haverá uma regra geral que dirá:
a reserva não pode atingir o objeto e a finalidade do tratado. Isso também
é encontrado na Convenção de Viena, já mencionada.

Em tratados bilaterais, em geral, não cabe reserva, pois estaria alterando o


equilíbrio. Reserva, então, cabe para tratados multilaterais.

Denúncia: é a forma pela qual a parte manifesta vontade com o fim de


obter a extinção dos efeitos do tratado sobre a parte requerente. É forma
de cessação dos efeitos jurídicos de um tratado. É arbitrário porque é uma
decisão de vontade.

Também está prevista no tratado, mas, tecnicamente falando, é permitido


denúncia sem que esteja prevista no mesmo, já que é manifestação da
vontade. O que pode um tratado estabelecer de mais específico é uma
denúncia no tempo. Ex.: a denúncia do Estado requerente só produzirá
efeito a partir de um ano da sua manifestação de vontade. Isso sim pode
ser feito, pois um tratado pode envolver temas muito complexos, que
demandam um certo tempo para estabelecer um desprendimento ou para
dar uma garantia para as outras partes. A denúncia pode produzir efeitos
imediatos ou depois de um certo lapso de tempo.

Ratificação (em linhas gerais): um representante de Estado participa de


uma Conferência para elaboração de um tratado. As partes estabelecerão
quando esse tratado entrará em vigor. Isso pode se dar a partir da
assinatura, de uma ratificação etc.

O que geralmente se faz é uma espécie de "operação casada", ou seja, o


representante do executivo assina e tenta obter uma ratificação pelo
legislativo, dentro do Estado, e é a partir desta que o tratado entrará em
vigor para os demais.

São duas manifestações da vontade, casadas: assinatura e ratificação. A


partir da ratificação é que o tratado entrará em vigor para os demais. Ou
seja, é como se o representante fosse para o seu país buscar o certificado,
retornasse à Conferência para manifestar o comprometimento de seu país
para, então, fazer vigorar o tratado para os demais Estados.

São, portanto, dois atos:

ato do executivo, assinando; e

ato do legislativo, ratificando.

Isso não significa simplesmente a ratificação, mediante obtenção de


certificado do Congresso Nacional, por exemplo, declarando que
determinado tratado foi aprovado em determinadas condições. É necessário
o depósito do instrumento de ratificação.

Depósito é sinônimo de comunicado (aos demais países), registro (perante


alguma instituição) do comprovante de que o tratado foi ratificado.

Um tratado ligado ao Mercosul, por exemplo, entrará em vigor para os


quatro países participantes quando for depositado na Secretaria
Administrativa do Mercosul (instituição que cuida das questões
administrativas do Mercosul e estabelecida no Uruguai) o comprovante de
ratificação.

Toda organização internacional tem uma espécie de secretaria


administrativa, uma espécie de sede, onde se registram os certificados de
ratificação, assim como toda Conferência possui um país escolhido para ser
uma espécie de secretaria. Ex.: uma Conferência de vinte Estados não é
uma organização internacional, pois não tem sede. Alguém deverá funcionar
como uma espécie de "cartório". Um Estado seria escolhido como receptor
dos depósitos (das comunicações, dos registros, das notificações).

À medida que os países depositam seus certificados de ratificação, o tratado


passa a vigorar para aquele que efetuou o depósito. Nem sempre será
exigida essa operação casada. As partes podem estabelecer que um tratado
entre em vigor a partir da simples assinatura. A tendência atual é a da
operação casada (assinatura / ratificação).

Um problema: E se não obtiver a ratificação?

Ex.: O Brasil se comprometeu a não emitir poluentes no ar a partir de 2005.


Para que isso seja possível, há que se adotar medidas legais (aprovação de
leis que estabeleçam proibição da emissão de poluentes, que estabeleçam
aplicação de multas, que deem incentivos às empresas para que utilizem
determinado produto e deixem de usar outros etc.). O país precisa adotar
uma série de medidas internas para dar implementação ao Tratado, que
tem regra mais genérica. Se o Congresso não ratificar, nem inserir essa
norma no plano interno e sequer estabelecer medidas para sua
complementação, o Executivo, que se comprometeu com um acordo, não
poderá cumpri-lo.
No Direito, não cumprido um acordo, gera-se a responsabilidade. Os demais
Estados poderão exigir uma sanção contra o Estado que assim se comporta.

Uma saída para um país que não pode cumprir um acordo é a denúncia, já
que não se trata de nulidade. A denúncia não acarreta sanção e deve ser
expressa.

Efeitos jurídicos na ordem internacional:

Um acordo entra em vigor para os sujeitos (de Estado para os demais


Estados ou de Estado para as organizações internacionais) a partir da
manifestação de vontade do Executivo, que pode se dar mediante
assinatura, aceitação, aprovação etc., gerando efeitos para os demais
pactuantes. Esse é o efeito jurídico na ordem internacional, gerando efeitos
entre um Estado e os demais.

Um exemplo, no caso brasileiro, seria: o Brasil assina acordo em que todos


os brasileiros têm direito ao 15º salário. Esse acordo não dá direito ao
trabalhador que reivindique perante a Justiça o pagamento desse benefício,
pois o acordo não foi ratificado.

O tratado só vai produzir efeitos na ordem interna depois de aprovado pelo


Legislativo, ou seja, a simples assinatura do Executivo não gera direitos
para o cidadão, pois aquele tratado não foi inserido no Direito brasileiro.
Essa inserção e seus consequentes efeitos somente ocorrem depois da
aprovação do tratado pelo Parlamento, por meio do decreto legislativo.

A ratificação é a aprovação pelo Congresso Nacional, sendo que o art. 49,


inciso I, da CF prevê que "é da competência exclusiva do Congresso
Nacional: I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional".

Após, haverá a troca ou depósito dos instrumentos de ratificação (ou


adesão, caso não tenha tido prévia celebração) pelo Poder Executivo em
âmbito internacional.

Por fim, visando o ingresso definitivo do tratado ao ordenamento jurídico


interno, o Presidente da República, por meio de decreto, promulga o texto,
publicando-o em português, no Diário Oficial, conferindo a ele relação de
paridade normativa com as leis ordinárias.

Resumindo: o tratado é assinado, aceito ou aprovado pelo representante do


Executivo; é enviado para o Congresso, para ratificação, que o aprovará em
forma de decreto legislativo; depois, é enviado para o Executivo, para que
seja promulgado. Portanto, no Direito brasileiro, um tratado somente entra
em vigor a partir da publicação do seu decreto de promulgação.

Outras fontes do DIP:


Recentemente, alguns especialistas entendem que outras figuras têm
servido como fonte de direito internacional, como por exemplo os atos
unilaterais dos estados, mas prevalece o entendimento de que os
dispositivos contidos no artigo citado acima ainda são predominantes e
suficientes na criação do direito no plano internacional. Importante frisar
que não existe hierarquia entre as fontes, apenas o fato de uma ser mais
utilizada que a outra em determinada época, muito pelo modo como a
comunidade internacional vai se estruturando, dependendo do momento e
das preferências entre estados e organizações internacionais.

Costume internacional - fonte mais utilizada pela comunidade internacional


até a Segunda Guerra Mundial, é resultado de prova de prática geral entre
estados que passa a ser aceita como direito. O costume serve como norma
jurídica para determinar algumas situações, mas atualmente está sendo de
certo modo abandonado em detrimento dos tratados internacionais.

Princípios gerais de direito - são aqueles aceitos por todos os ordenamentos


jurídicos, como por exemplo a boa-fé, respeito à coisa julgada, princípio do
direito adquirido e o do pacta sunt servanda. Consistem em princípios
consagrados nos sistemas jurídicos dos estados, ainda que não tenham
aceitação plena internacional, bastando que um número suficiente de
estados a consagrem para que esta seja passível de gerar lei.

Há ainda fontes que são consideradas secundárias, sendo eventualmente


creditadas pelo mesmo Estatuto como fonte geradora de lei, que são as
decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificadas das
diferentes nações. São meios auxiliares na construção do ordenamento
jurídico internacional, utilizados de forma secundária, acessória, ou seja,
caso não existam tratados, costumes ou princípios gerais de direito para
produzir orientação satisfatória.

A Corte em Haia pode ainda decidir ex aecquo et bono uma questão, com
base na justiça, ou seja, o que se entende justo pela comunidade
internacional, caso as partes concordem em levar o caso à sua jurisdição, e
não se encontre no repertório jurídico internacional dispositivo que resolva
de modo perene a questão.

Sujeitos do DIP:

Sujeitos de Direito Internacional são todos os entes ou entidades às quais


as normas de direito internacional atribuem, direta ou indiretamente,
direitos ou obrigações, e que têm a possibilidade de atuar direta ou
indiretamente no plano internacional.

Assim, no plano internacional, a personalidade jurídica trata da aptidão para


a titularidade de direitos e obrigações atribuídas pelas normas
internacionais. A esse conceito, associa-se a noção de capacidade, que
expressa a possibilidade efetiva de se exercer os direitos e cumprir as
obrigações atribuídas conforme a personalidade.
A evolução recente do direito internacional considera a participação de
outros atores em suas relações. Mais especialmente, a legislação
internacional de direitos humanos define pessoas físicas como sujeitos de
Direito Internacional Público, conferindo-lhes direitos e deveres e
permitindo que ajuízem ações perante Tribunais internacionais ou mesmo
que se façam representar como pessoa perante esses tribunais.

Não é necessário, portanto, que se detenha capacidade plena no plano


internacional (capacidade para participar do processo de formação das
normas jurídicas de direito internacional) para que se considere a
personalidade jurídica dos sujeitos de Direito Internacional Público.

Assim, a situação de sujeito de Direito Internacional Público confere direitos


e deveres sob o direito internacional, capacidade para ajuizar ação perante
tribunal internacional, tutela de interesses pelo Direito Internacional Público
e possibilidade de firmar tratados com outros Estados e organizações
internacionais. Esses quatro fatores, contudo, não são cumulativos: basta
que se apresente alguma destas características para que se configure
sujeito de Direito Internacional Público, admitindo-se diferentes graus (mais
amplos ou mais restritos) de capacidade entre esses sujeitos.

Para serem considerados como tal, os sujeitos de Direito Internacional


Público devem guardar relação direta com a norma internacional que lhes
atribui direitos ou deveres, sem a necessidade de qualquer intermediação
com os Estados para que estas normas se projetem em sua esfera jurídica.

Além dos Estados, que detêm personalidade jurídica originária no plano


internacional, também podem ser sujeitos de Direito Internacional Público
as organizações internacionais (Organização das Nações Unidas,
Organização dos Estados Americanos, União Europeia, Organização do
Tratado Atlântico Norte, etc.), os indivíduos, a Santa Sé e o Vaticano.

Estados:

os Estados surgem de três formas: por separação de parte da população e


do território do estado já existente, subsistindo a personalidade
internacional da mãe-pátria; dissolução total do estado, não se mantendo a
personalidade do antigo estado ou por fusão de dois ou mais estados em
um estado novo, ou seja, com o desaparecimento da personalidade jurídica
de todos os Estados que o compõe.

O modo originário de formação dos estados seria a aglutinação de pessoas


em determinado território com a posterior formação de um centro de poder:
governo. Certamente esse território tem de ser uma região onde não haja
ocupação anterior e que não pertença a nenhum outro Estado ou
organização. Nos dizeres de Accioly: dentre os modos de formação do
estado, cita-se em primeiro lugar o estabelecimento permanente de certa
população num território determinado. Em tese, tratar-se-ia de território
“desocupado” (terra nullius), o que não mais existe em nossos dias"(2012,
p.403).

No entanto, percebe-se que a causa mais expressiva ou o ponto principal


para a formação de novos estados, são as guerras, haja vista que
atualmente não se vislumbra esses territórios desocupados.

Assim, pode-se conceituar Estado como agrupamento humano, estabelecido


permanentemente num território determinado sob um governo
independente e apto a firmar acordos, tratados ou participar de
organizações internacionais.

O sentido de povo deve ser entendido como o determinado número de


indivíduos que habitam determinado território, quer sejam estrangeiros ou
nacionais.

Por outro lado, território é o local onde a população habita e onde o governo
desse território é exercido. Frise-se que a extensão territorial não é motivo
determinante para se considerar um Estado, assim como ocorria antes da
segunda Guerra Mundial.

A personalidade da organização internacional é originaria ou derivado e do


estado? É derivada, pois necessita de um documento de reconhecimento.
Nasce de um tratado, se não houver um não tem organização internacional.
É um sujeito de direito internacional por poder assinar tratados, isso foi
decidido na convenção de Viena II.

Já o estado tem personalidade originaria, pois necessita somente de 3


elementos para existir

O Estado possui três elementos constitutivos, sendo que a falta de qualquer


elemento descaracteriza a formação do Estado. Para o reconhecimento do
Estado perfeito se faz necessário a presença do povo, território e soberania.

Dimensão pessoal do estado:

Por um lado, a população do Estado soberano é o conjunto das pessoas


instaladas em caráter permanente sobre seu território, incluídos os
estrangeiros residentes.

A seu turno, a comunidade nacional é a dimensão pessoal do Estado, ou


seja, o conjunto de seus súditos, incluídos os que tenham se estabelecido
no exterior.

Importante ainda, neste início, relatar que sobre os estrangeiros residentes


o Estado exerce jurisdição territorial, e sobre os súditos distantes jurisdição
pessoal, independente do território onde se encontrem, fundada no vínculo
de nacionalidade, da qual discorreremos agora [1].

Nacionalidade
A título conceitual, a nacionalidade é um vínculo político entre o Estado
soberano e o indivíduo, fazendo deste um membro da comunidade
constitutiva da dimensão pessoal do Estado. Cabe a cada Estado, a
incumbência de legislar sobre sua própria nacionalidade.

Nacionalidade em Direito Internacional

É princípio geral de Direito Internacional a regra expressa no artigo 15 da


Declaração Universal dos Direitos do Homem (ONU - !948) de que o Estado
não pode arbitrariamente privar o indivíduo de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar de nacionalidade. Estas regras, foram “acompanhadas”
pela Convenção Americana sobre Direitos Humanos, celebrada em São José
da Costa Rica (1969), em seu artigo 20, in verbis: “Toda pessoa tem direito
à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver
direito a outra.” [2] Tais regras visam reduzir a incidência dos casos de
apatria.

Neste passo, a nacionalidade originária é aquela atribuída à pessoa quando


nasce, resultado da consideração do lugar do nascimento (jus soli) e/ou da
nacionalidade dos pais (jus sanguinis).

A seu turno, a nacionalidade derivada é a que se obtém através da


naturalização, podendo ter como requisitos, alguns anos de residência no
país, domínio do idioma, entre outros, variando de Estado para Estado.

Neste contexto, vigem segundo (REZEK, 2000), duas normas costumeiras.


Primeiramente, é de prática generalizada a exclusão da atribuição da
nacionalidade jure soli aos filhos de agentes de Estados estrangeiros, verbi
gratia, diplomatas, cônsules, membros de missões especiais.

A presunção de índole social que sustenta essa regra é a de que o filho de


agentes estrangeiros terá por certo outro vínculo patrial, que merece sua
preferência, resultante da nacionalidade dos pais (jus sanguinis) e da
respectiva função pública.

Em prosseguimento, uma segunda regra costumeira (de prática geral,


aceita como sendo o Direito) é a que proíbe o banimento. Dessa forma,
nenhum Estado pode expulsar súdito seu, com destino a território
estrangeiro ou a espaço de uso comum.

Condição Jurídica do Estrangeiro

Ponto importante, neste passo, reveste-se no princípio de Direito


Internacional de que nenhum Estado soberano é obrigado a admitir
estrangeiros em seu território, seja em definitivo, seja a título provisório.
No entanto, admitindo o estrangeiro, passa o Estado a ter deveres
resultantes do Direito Internacional, que variam de acordo com a natureza
do ingresso.

Títulos de Ingresso e Direitos do Estrangeiro


Diversos são os títulos, tanto no Brasil como em outros países, sob os quais
pode ser o estrangeiro admitido.

Primordial é a distinção entre o imigrante, que se instala no país com ânimo


de permanência definitiva, e o forasteiro temporário, que como visitante
recebe a denominação de turista, estudante, entre outros.

Para a Lei brasileira (no. 6.815, de 19.08.1980, artigo 4o.) o estrangeiro


que pretenda entrar no território nacional poderá receber visto, com as
seguintes variantes:

- de trânsito

- de turista

- temporário

- permanente (para os imigrantes)

- de cortesia

- oficial

- diplomático[5]

Sobre este último, é o mesmo concedido a representantes de soberanias


estrangeiras, cuja presença no território nacional é temporária, no entanto,
não tão efêmera quanto às outras classes.

Com efeito, havendo tratados que dispensem a prévia aposição de vistos, o


ingresso do estrangeiro estará condicionado à apresentação de passaporte
válido ou, para alguns espaços regionais, do documento de identidade que
prove sua nacionalidade (Mercosul, União Europeia).

A partir daí, por consequência, está o Estado anfitrião obrigado a


proporcionar a garantia de certos direitos elementares da pessoa humana,
tais como direito à vida, à integridade física, à eventualidade de poder
peticionar em juízo. Através de Tratados, os direitos podem ser ampliados,
na medida do pactuado, como ocorre na União Europeia, verbi gratia.

Princípios da dimensão pessoal do estado:

 nenhum estado pode se privar da dimensão social, não podendo viver


sem seus nacionais. Somente os nacionais fazem parte do povo.

 nenhum estado pode negar, sem justificativa, a nacionalidade a uma


pessoa. E não pode proibir que seu nacional mude de nacionalidade.

 em casos de extradição o Presidente da República dá a última palavra e


se não tiver nacionalidade brasileira, DEVE realizar a extradição, somente
podendo negar com outras justificativas.
 a nacionalidade tem que ser efetiva, não somente um mero subterfugio.
O estado que também tem poder e pode cobrar do seu nacional.

Normas costumeiras:

São atos que servem como uma fonte para o direito internacional.

Art.12, CF- filhos de pessoas que representam o estado em outro território


que nascem nesse território terão a nacionalidade do representante.

São brasileiros natos – nascidos em território brasileiro

Filhos nascidos em território estrangeiro com pai representante neste


território- brasileiro nato pelo ius sanguine.

Nasceu dentro da embaixada em território estrangeiro – brasileiro nato, ius


soli.

Filho de brasileiro nascido no exterior registrado em embaixada ou


repartição no estrangeiro – brasileiro nato.

Filhos de brasileiros nascidos no exterior: ao atingir a maioridade pode vir


ao brasil fixar residência e requerer sua nacionalidade brasileira.

Casos de naturalização:

Art.12, alínea “a”, CF- quem pode se naturalizar brasileiro:

 Aquele que já reside a um ano, tem bons antecedentes e fala a língua


brasileira.

 Aquele estrangeiro que mora no brasil a mais de 15 anos pode pedir sua
naturalização. “b”

 na justiça federal tem a naturalização final, é no momento da finalização


onde se entrega o decreto, os juízes devem pedir para aquele naturalizado
jurar bandeira cantando o hino nacional.

 cada um desses naturalizado vai ler um texto dizendo que aceita a


naturalidade brasileira e renunciando a naturalidade original. Em outros
países isso não é necessário.
 §1° - aos portugueses em havendo reciprocidade atribui-se a eles
direitos iguais dos brasileiros. Os portugueses recebem alguns direitos a
mais que os estrangeiros de outros países:

- Situação deles no Brasil: podem estar no país como estrangeiro (não vota,
não pode ser votado, não pode adquirir terra em área de fronteira, não
pode adquirir empresas na área de comunicação, etc). deve ter o visto de
estrangeiro.

- Português naturalizado: só não pode participar de cargos de presidente da


república, senado, etc. é quase como um brasileiro, pode prestar serviço
militar e comprar terras em áreas de fronteira.

- Português com nacionalidade portuguesa sob a égide do estatuto de


igualdade: o português deve requerer ao ministro da justiça, para se
informar quais são seus novos direitos:

Tem duas opções:

1. igualdade ampla: se tem muitos mais requisitos a serem cumpridos e


documentações. Tem direito político podendo votar e ser votado. Não presta
serviço militar no Brasil e sim de Portugal.

2. igualdade restrita: não tem o direito político e não presta serviço militar
no Brasil e sim em Portuga.

 nenhum estado é obrigado a receber estrangeiro e seu tratamento


depende do sistema jurídico.

Qual a função ou cargo que o naturalizado não pode exercer? Presidente da


república, do senado, da câmara, serem funcionários públicos, casos de
decisão do destino do país.

 art.25, CPC- hoje um brasileiro que comete um crime no exterior usa-se


a cooperação internacional, com seus tratados bilaterais ou com promessa
de reciprocidade, é julgado no exterior e cumpre a pena no Brasil.

Nova lei de migração: lei n° 13.445/2017

Nenhum país é obrigado a receber estrangeiro.


Um estrangeiro regular pode se aposentar, estudar em escola pública,
trabalhar, etc.

O ilegal é aquele que entra sem documentação, já aquele que está


irregular é aquele que está com um tipo de visto e praticando atividade
distinta da finalidade dele ou seu visto está vencido.

 Todo estrangeiro deve comunicar a PF todas as vezes que ele trocou de


endereço, pois com ele comunicando tem como o poder de polícia fiscalizar
quem está com o visto vencido. Devendo registrar se o estrangeiro saiu ou
não do país, podendo dar um prazo de regularizar a situação, se não
regularizar é deportado (ilegal ou irregular) ou sair do país.

Porém o Brasil não tem pessoas suficientes para realizar a fiscalização,


devendo ser a deportação de forma humanizada. Diferente de outros países
como os Estados Unidos.

 Repatriação: quando a pessoa chega no país e ao descer do seu meio de


transporte tem a polícia de imigração ou federal que verifica os
documentos. Se estiver ilegal já fica detido e a transportadora recebe uma
multa por ter transportado um ilegal.

REFUGIO:

É tido como um direito natural, de modo que todos tenham obrigação dar
refúgio.

ACILUR- a ONU criou para se fazer uma ação em favor dos refugiados: de
guerra, vítimas de terrorismo, de casos de calamidade.

Pode ser individual ou coletivo.

Em 57, foi realizada uma convenção em Genebra com a finalidade de se


realizar as regras do refúgio: quem é passível de refúgio, que o país que
recebeu o refugiado deve oferecer: moradia, emprego, educação, saúde,
segurança e laser.

O Brasil tem o CONARI para receber os refugiados, sendo formado por


diversos ministérios, como o das relações exteriores, de segurança, das
relações de trabalho, etc.
As entidades civis, como as ONG’s trabalham em prol dos refugiados para
dar dignidade aos mesmos no país.

Ao chegar aqui no Brasil a lei determina que eles recebam uma identidade
própria de refugiado e permanece no país, porem cada país tem sua lei
própria.

O Brasil deu asilo para o chefe de família dos Haitianos, para não dar toda
garantia que se tem com o Refúgio, já os parentes entraram com um visto
especial para informar que era asilado.

Com o asilo não tem assistência do Governo, assim, eles tiveram que
começar a trabalhar e se virar para conseguir se sustentar.

O asilo é individual, dando também por perseguição política, religião, por


fome, guerra, etc. não transmite para a família. Tem dois tipos:

O diplomático: quando tem embaixada de um país, por exemplo a


Venezuela, no outro, como a França, e a pessoa vai lá e pede asilo. Ele teria
um prazo máximo para ficar, porem isso não acontece, assim se da um
salvo conduto pelo governo da Venezuela para que seja possível sair da
embaixada.

Territorial: o estrangeiro entra no país de modo ilegal, pois está fugindo de


uma guerra ou perseguição e não tinha como pedir o visto. Assim, a
primeira coisa que procura é a embaixada ou policia federal e pede asilo.
Seu caso é verificado e recebe o asilo, recebendo um documento de asilado,
que permite que ele viva normalmente (trabalho, casamento, ensino
gratuito, SUS, etc), vivendo por contra própria, por tempo indeterminado.

Se o asilado deixar o país sem autorização perde o direito de asilo.

Repatriação: o estrangeiro está chegando no país de modo ilegal, sem


visto (de avião, ônibus, etc), na sua chegada já tem a federal esperando e
como não tem é detido, assim, o condutor que trouxe o ilegal vai levar de
volta as suas custas.

Deportação: o estrangeiro está no país irregular (aquele que entra


regularmente e se torna irregular por algum motivo. Ex: venceu o visto) e
os ilegais, são aqueles que entram sem documentação no País. São
PASSIVEIS de deportação. O deportado pode voltar, desde que ele faça o
ressarcimento aos cofres públicos, pois o Brasil paga para o mesmo ser
deportado.

Expulsão: quando o estrangeiro é persona não grata no Brasil, os


requisitos estão na lei. São aqueles que cometem crimes. É o próprio
ministro da justiça através de uma portaria que vai determinar a expulsão,
podendo ainda dar o direito de regressar. Alguns não podem ser expulsos
como: os estrangeiros adotados por brasileiros, outras pessoas que vivam
sobre suas despesas, que são casados com Brasileiros, quem tem filhos
brasileiros, etc.

Extradição: é um ato de cooperação entre estados por intermédio de um


tratado bilateral ou promessa de reciprocidade (quando não tem tratado
entre os estados e o mesmo se compromete, ao pedir um favor, a cumprir
algumas condições).

Um brasileiro nato nunca pode ser extraditado, já o naturalizado pode ser


extraditado. O fato que ensejou a extradição tem que ser crime tanto aqui
no Brasil quanto no outro país, se não for crime aqui e for crime em outro
país não ocorre a extradição.

O STF da a palavra final de extraditar, o P.R da um decreto de extradição,


podendo também negar.

O outro estado para receber deve assinar um documento para cumprir


algumas condições: comutação de pena, o tempo que cumpriu em outro
país deve ser descontado, não pode ser julgado por crime político. Ele deve
cumprir.

Asilo territorial e diplomático:

Segundo a definição de Hildenbrando Accioly que conceitua asilo territorial


como uma proteção dada pelo Estado, em seu próprio território, a um
estrangeiro que esteja com sua vida ou liberdade ameaçada pelas
autoridades de seu país e tenha por objetivo se livrar dessa perseguição por
ter cometido algum crime político.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 reza em seu artigo


XVI que:
“Todo homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar
asilo em outros países”.

O parágrafo segundo acrescenta:

“Não pode ser invocado em caso de perseguição motivada legitimamente


por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e
princípios das Nações Unidas”.

Isto é, a pessoa tem direito de requerer asilo em outro país caso esteja
sendo perseguida por cometimento de crimes políticos, porém a pessoa
perde esse direito quando o crime for comum (terrorismo, assassinato,
genocídio e etc..) ou contrário a preceitos das Nações Unidas.

A concessão do asilo é feita pelo chefe de Estado do país.

No caso do Brasil é delegado ao ministro da justiça.

O asilo no Brasil é regido pela lei de número 6.815/80 no Estatuto do


Estrangeiro.

O diplomático: Modalidade provisória do asilo territorial.

Estado concessor do asilo o defere, ao perseguido, fora do seu território,


isto é, no território do próprio Estado em que o indivíduo é perseguido. Os
espaços, dentro do próprio território onde é concedido a asilo diplomático,
abarcam aqueles que estão isentos da jurisdição desse Estado. Não são
apenas as embaixadas, mas também se podem englobar as representações
diplomáticas, navios de guerra, acampamentos ou aeronaves militares. Por
isso o asilo diplomático não garante o asilo territorial.

Imunidade diplomática e consular:

A imunidade diplomática é uma forma de imunidade legal e uma política


entre governos que assegura às Missões diplomáticas inviolabilidade, e aos
diplomatas salvo-conduto, isenção fiscal e de outras prestações públicas
(como serviço militar obrigatório), bem como de jurisdição civil e penal e de
execução.

Atualmente, a extraterritorialidade foi abandonada em favor da teoria do


interesse da função, segundo a qual a finalidade dos privilégios e
imunidades não é beneficiar indivíduos, mas sim garantir o eficaz
desempenho das funções das Missões diplomáticas em sua tarefa de
representação dos Estados acreditantes.

Os privilégios e imunidades podem ser classificados em inviolabilidade,


imunidade de jurisdição civil e penal e isenção fiscal, além de outros direitos
como liberdade de culto e isenção de prestações pessoais.
Da mesma forma que os privilégios e imunidades diplomáticos, os
privilégios e imunidades consulares não têm por finalidade beneficiar
indivíduos, mas sim assegurar o eficaz desempenho das funções das
repartições consulares, em nome de seus respectivos Estados.

Regulados pela Convenção de Viena sobre Relações Consulares, os


privilégios e imunidades consulares são distintos e menos amplos do que os
concedidos aos funcionários no exercício de funções diplomáticas. Os
funcionários consulares gozam de inviolabilidade física e imunidade
processual penal ou cível apenas no que se refere aos atos de ofício, isto é,
os praticados no exercício das funções consulares.

Somente podem ser detidos em caso de crime grave e com ordem judicial
da autoridade competente.

Já os locais consulares - isto é, os edifícios e terrenos anexos que sejam


utilizados exclusivamente para as finalidades da repartição consular - são
invioláveis e gozam de imunidade tributária. As autoridades locais não
podem ingressar na parte dos locais consulares que a repartição consular
utilize exclusivamente para as necessidades de seu trabalho, a não ser com
o consentimento do chefe da repartição consular.

Os arquivos e documentos consulares gozam de inviolabilidade absoluta,


onde quer que estejam.

Território:

Um dos elementos caracterizadores do Estado é a porção da superfície do


solo, de modo, a abranger terras, subsolo e a coluna do ar, como o espaço
aéreo.

A extensão do domínio terrestre do Estado demarca-se por linhas


imaginárias e seus limites, podendo estes ser naturais ou artificiais (aqueles
que seguem os traços físicos do solo, artificiais, intelectuais os criados pelo
ser humano).

Os limites de extensão de domínio do Estado provem de acontecimentos


históricos ou de acordos, não tendo por existir regras internacionais
estabelecidas.

Domínio fluvial: São os rios e os cursos d’água que cortam determinado


território. Podem ser:

a) Nacional: quando correm de forma integra no território de um único


Estado;

b) Internacional: quando separam os territórios de um ou mais Estados.


Dentre o domínio fluvial internacional, pode-se dizer a existência dos
chamados contíguos, quando correm entre territórios de dois ou mais
Estados; ou, sucessivos, quando atravessam mais de um Estado.
Em relação à liberdade de navegação, é importante distinguir os rios
nacionais dos internacionais, pois, enquanto que o primeiro existe uma
soberania do Estado, de modo a regular a atividade de navegação; já o
segundo, deve-se observar os acordos entre Estados Internacionais e seus
Tratados vigentes. Aos Tratados Internacionais, nesta seara é fundamental,
por que atualmente a circulação de riquezas, com o aproveitamento
industrial e agrícola das águas, faz consolidar esta relação internacional,
pois aqueles indivíduos de determinado Estado que capta lucros com a
atividade empresarial beneficiarão com a circulação de riquezas (contração
de empregados, pagamento de impostos, etc.).

Na atividade pesqueira, pertence à nação ao domínio, na porção do rio, seja


contiguo ou sucessivo, desde que estejam conforme aos acordos vigentes
entre os Estados.

Domínio marítimo: Classificam-se como águas internas, o mar territorial, a


zona contigua entre o mar territorial e o alto-mar, zona econômica
exclusiva, plataforma continental, solo marítimo, estreitos e canais.

Mar territorial: É a faixa marítima ao entorno da costa de um território,


fazendo parte das águas territoriais, compreendendo o mar territorial e as
águas internas. Alias, as águas internas, são partes do território do Estado,
onde provém de soberania por completo.

Ao mar, existem direitos ribeirinhos ao Estado, como:

a) Direito exclusivo de pesca;

b) Direito de exploração e extração do seu leito e subsolo;

c) Direito de cabotagem, que é transporte de pessoas e mercadorias de um


porto nacional a outro;

d) Direito de polícia, estabelecendo regulamentos sobre sinais e manobras,


instalação de boias, serviço de pilotagem, sob jurisdição civil e penal.]

Ao direito de jurisdição, há limitações e isenções:

1) Limitações: sofre pela passagem de inocente ou inofensiva. A Convenção


de Genébra, nos arts. 14-17, define como aquela que não seja prejudicial à
boa ordem e segurança do Estado, justificando para os navios que não
sejam de guerra, mesmo que ordinário, não se proíba a passagem, podendo
ser regulamentadas as suas condições;

2) Isenções: São isentos de jurisdição local os navios de guerra, desde que


se sigam em conformidade as regras do Estado. Apesar de confrontos entre
tratados (Código Bustamante, Tratado de Direito Penal e a Convenção de
Genébra), quanto a jurisdição penal do Estado ribeirinho, de qualquer
forma, cumpre ao Estado tomar medidas para efetuar prisões ou praticar
atos de instrução a bordo de navios estrangeiros em passagem, vindo de
águas interiores.
Zona Contígua: É uma faixa de alto-mar, adjacente ao mar territorial,
especificando que não podendo ultrapassar de 12 (doze) milhas a partir da
linha base, que serve de ponto de partida para medir aquele mar, conforme
o art. 24, da Convenção de Genebra sobre o Direito do Mar.

Zona marítima de pesca e zona econômica exclusiva: As zonas exclusivas


de pesca, conforme o costume internacional, o País que faz uso desta, tem
o direito de reclamar, desde que não ultrapasse até 12 (doze) milhas.

A Convenção de 1982 coube por introduzir a “Zona Econômica Exclusiva –


ZEE, em que se situa para além do mar territorial, não podendo estender
das 200 (duzentas) milhas marítimas, iniciadas a partir de sua base. Todo
País, tido como costeiro tem sua soberania, quanto aos recursos
econômicos do mar, do leito e do subsolo.

Plataforma continental: É o leito e o subsolo das áreas submarinas,


entendendo além do mar territorial, toda extensão de seu prolongamento
natural, até o bordo exterior da margem continental ou até uma distância
de 200 (duzentas) milhas das linhas base.

Mares internos: É a porção de água salgada cercadas de terra, podendo ou


não ter ligação ao mar livre.

Lagos: São superfícies maiores ou menores de água doce rodeadas por


terra, tendo as mesmas normas dos mares internos, pois, havendo ligação
com o mar pelo curso da água, situando em território de mais de um
Estado, de acordo com os preceitos do domínio fluvial.

O território pode ser:

a) real ou terrestre – que é a superfície ocupada pela nação e circunscrita


por suas fronteiras;

b) ficto – quando por uma ficção de direito se reputa território o que


material e geograficamente não o é. Por exemplo, tudo aquilo que, de
acordo com o principio da extraterritorialidade, é considerado um
prolongamento da nação cujo pavilhão ostenta, a saber: os navios de
guerra e as aeronaves militares onde quer que se encontrem; os edifícios
ocupados oficialmente por agentes diplomáticos e consulares localizados
noutro país; o mar territorial e o espaço aéreo a ele superposto;

Modos de aquisição do território

Os modos de aquisição podem ser:

a) originários – quando o território não pertencia anteriormente a ninguém,


sendo, pois, “res nullius”, ou seja, coisa de ninguém, ou uma “res
derelicta”, quer dizer, coisa abandonada;

b) derivados – quando o domínio sobre um território é transferido de um a


outro Estado.
Os modos derivados de aquisição de território podem ser:

por acessão – a exemplo do desvio do leito de um rio;

por adjudicação – mudança de soberania;

por cessão – que é a transferência da soberania sobre um território de um


Estado a outro, por meio de troca ou doação;

por usucapião – modo que se dá através de posse publica, notória, mansa e


pacifica de um Estado que se apresenta com o exercício efetivo de
soberania sobre um território, durante um tempo suficientemente longo, de
modo a se presumir o consentimento tácito do antigo soberano;

pela conquista – que é o resultado de um ato de guerra, conseguido através


de forças armadas, pela tomada de posse de território inimigo, e para sua
efetivação é mister sua anexação formal, o que faz desaparecer o Estado
vencido.

Governo:

Governo: é autoridade central que vai reger a sociedade que se encontra no


estado, é a administração do poder.

Soberania: o governo é independente para exercer a soberania sobre seu


estado, não podendo nenhum outro estado contesta-la. É o efeito do
governo, sendo sua qualidade/capacidade. O estado tem o poder de se
autodeterminar, é independente.

Reconhecimento de governo: quando os outros estados passam a fazer


tratados, começando a ter relações comerciais e internacionais com outro
estado.

Teoria do estrada  nenhum estado ou país pode gerir no governo de outro


país, se não o fizer quebra o tratado internacional.

Teoria moderna  nenhum estado pode gerir no governo de outro estado, a


não ser o conselho de segurança da ONU se o governo estiver ingovernável
ou estiver em algum estado de intervenção. É a que prevalece hoje. Aqui se
tem a soberania mitigada.

Teoria do tobar  Nela, ele sustentava o entendimento de que a


vocalização do reconhecimento do Estado seria uma ofensa à soberania dos
Estados.
A doutrina Estrada defende que a declaração expressa do reconhecimento
de uma nova soberania é uma prática afrontosa, uma falta de respeito à
soberania da nação preexistente, pois não é necessário o reconhecimento
para que o Estado inicie suas atividades.

Nisso existe uma comparação com a pessoa natural: uma pessoa nasce,
cresce, e quando chega à idade adolescente surge um médico e emite um
laudo em que reconhece expressamente que se trata de um ser humano;
nisso, feriu-se a dignidade de um ser humano, que não precisaria ser
reconhecido com tal que iniciasse suas atividades como pessoa.

Obs.: O Brasil, por exemplo, adota a Doutrina Estada quando não interfere
no processo políticos de outros Estados.

Reconhecimento de estado:

Para os fins do Direito Internacional o reconhecimento do Estado é um 'ato


livre pelo qual um ou mais Estados reconhecem a existência, em um
território determinado, de uma sociedade humana politicamente
organizada, independentemente de qualquer outro Estado existente e capaz
de observar as prescrições do Direito Internacional.

O reconhecimento constitui a constatação formal - que normalmente se faz


por meio de atos diplomáticos - de que novo ente soberano internacional
passou a ter existência, de forma concreta e independente, e já está apto
para manter relações com os demais componentes da sociedade
internacional.

Os Estados passam a ter existência, com os seus atributos de soberania e


independência, a partir do momento em que aparecem no cenário
internacional, com seus quatro elementos constitutivos próprios. Mas eles
somente têm o seu reconhecimento efetivado a partir do instante em que
começam a participar da vida da sociedade internacional e do momento em
que os demais Estados dela integrantes reconhecem a sua existência. Pelas
regras de direito positivo o reconhecimento do Estado é um direito deste,
quando se apresenta revestido dos caracteres inerentes à sua condição de
ente estatal. Em contrapartida, consiste num dever dos demais
componentes da sociedade internacional reconhecer o novo Estado dotado
de tais características, levando-se em consideração o princípio da
coexistência pacífica e harmônica da sociedade internacional.

O não-reconhecimento apenas terá lugar caso o novo Estado tenha sido


criado em total desacordo com as regras do direito das gentes, resultando
de um ato ilícito internacional.

De acordo com Celso Albuquerque de Mello, temos que o reconhecimento


de um Estado é "o ato pelo qual os Estados já existentes constatam a
existência do novel membro da ordem internacional". Indo além, o autor
cita requisitos fundamentais para que o nascente Estado seja devidamente
aceito pela comunidade internacional:

Necessidade da existência de um governo independente de outro governo


estrangeiro e autônomo na condução de seus negócios exteriores.

O governo local deve ter autoridade efetiva sobre sua população e seu
território, cumprindo ainda com suas obrigações internacionais.

O território deve ser delimitado.

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