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Direito Internacional é o conjunto de normas que regula as relações externas dos actores
que compõem a sociedade internacional. Já na segunda metade do século XX,
particularmente com o pós-guerra, introduz-se uma nova perspectiva, fruto da entrada
em vigor de várias convenções ou tratados internacionais multilaterais. Merece destaque
a Carta das Nações Unidas (1945) a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
e seus Protocolos Internacionais relativos aos Direitos Civis e Políticos, assim como aos
Económicos, Sociais e Culturais (1966). O Direito Internacional Público tem como
missão o estabelecimento de uma norma jurídica internacional, ou seja, o respeito à
soberania dos Estados, aos indivíduos e às suas peculiaridades. Por isso, muitos tratados
e convenções são realizados, sempre com o propósito de aproximar os Estados. O
Direito Internacional Privado por sua vez, tem como propósito indicar leis que regulem
contratos firmados entre indivíduos de países diferentes, regular desordens entre
Estados e particulares, indicando qual será a lei a ser utilizada para estabelecer uma
relação, seja na esfera familiar – considerando as questões de alimentação, adopção,
testamento, sucessões e contratual.
INTRODUÇÃO......................................................................................................................6
I. DIREITO INTERNACIONAL......................................................................................7
1. Origens Históricas..........................................................................................................7
2. Conceito e objecto de Direito Internacional.................................................................8
2.1. O que é o Direito Internacional.................................................................................8
2.2. Objecto do Direito Internacional...............................................................................9
2.2.1. Sociedade Internacional versus Comunidade Internacional.............................10
3. Direito internacional público e direito internacional privado...................................11
3.1. Pricípios do Direito Internacional Público e Privado............................................12
4. Sujeitos e Actores de Direito Internacional................................................................12
4.1. O Ser Humano como sujeito do Direito internacional...........................................14
5. Fontes do Direito Internacional...................................................................................17
5.1. Fontes em espécie......................................................................................................17
5.2. Novas fontes..............................................................................................................18
II. DIREITO INTERNO...............................................................................................19
6. Ordenamento jurídico angolano..................................................................................19
III. O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E O DIREITO INTERNO............20
7. Teoria Dualista ou Dualismo (Triepel e Anzillotti)....................................................21
7.1. Teoria da incorporação, transformação ou mediatização (Laband).....................22
7.2. Dualismo moderado..................................................................................................22
8. Teoria monista..............................................................................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................24
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INTRODUÇÃO
A vida em sociedade é permeada de conflitos interpessoais, e na sociedade internacional
igualmente há tensões entre os actores, tendo em vista as inúmeras diferenças e os
interesses variados entre os mesmos. É inegável que mesmo os povos da Antiguidade
mantinham relações exteriores: comerciavam entre si, enviavam embaixadores,
vinculavam-se por meio de tratados e outras formas de obrigação, e assim por diante.
Na verdade, o Direito Internacional permeia boa parte do nosso dia-a-dia e tem vindo a
ganhar um impulso maior socialmente e mundialmente, devido ao processo de
globalização. Sua relevância transcende a regulamentação das relações de Estados e de
Organizações Internacionais e alcança, normalmente de forma silenciosa e invisível, a
todos nós.
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Internacional serem frequentemente violadas pelos Estados, isto não constitui razão
suficiente para negar a juridicidade deste.
I. DIREITO INTERNACIONAL
1. Origens Históricas
O Direito Internacional surgiu a partir do século XVII, quando se formaram os Estados-
Nação com as características que conhecemos hoje. Mais precisamente, no momento da
assinatura do Tratado de Westfalia, em 1648, na Idade Moderna, no qual fora
reconhecida a Independência da Suíça e da Holanda, quando nasce a soberania nacional.
A primeira Missão diplomática de carácter permanente foi estabelecida por Milão junto
ao governo de Florença, no final da Idade Média.
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Jus gentium;
Tratados de Westfália de 1648;
Marcos Históricos: Revolução francesa;
Congresso de Viena (1815);
Doutrina Monroe (1823);
Liga das Nações;
Criação da ONU.
Juntamente com Francisco de Vitória, Hugo Grócio foi um dos principais teóricos do
direito internacional no período, baseando-se na teoria do direito natural. Sua principal
obra jurídica, De Jure Belli ac Pacis ("do direito da guerra e da paz"), em muito
contribuiu para o desenvolvimento da noção de Guerra Justa.
O direito internacional não é dotado da mesma coerção existente no prisma interno dos
Estados, mas estes princípios e normas são aceitos quase que universalmente, incidindo
sobre:
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Paulo Henrique Portela aponta que as relações internacionais são caracterizadas por:
a) Inexistência de um poder central mundial, ou seja, não há um ente de direito
internacional que imponha aos Estados Soberanos as suas deliberações;
b) Igualdade jurídica entre os Estados;
c) Soberania dos Estados;
d) Princípio da não-intervenção.
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Organismos internacionais são pessoas ou colectividades criadas pelos próprios
sujeitos de direito internacional, reconhecendo-os como pessoas internacionais, com
capacidade de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional. São exemplos a
ONU e OEA (Organização dos Estados Americanos). Podem ainda ser criados por
particulares, como a Cruz Vermelha Internacional, a Ordem de Malta, por exemplo.
São expressões que não se confundem, apesar de serem utilizados como sinônimos. A
sociedade internacional é formada pelos sujeitos de direito internacional: Estados,
Organizações Internacionais, Empresas e Indivíduos. A comunidade internacional,
por seu turno, é marcada pela união natural (laço espontâneo), marcados por
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afinidades de cunho social, cultural, familiar e religioso. Ao se falar em comunidade
internacional, não há que se pensar em dominação de uns perante os outros.
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são permissivas, ou seja, não cogentes. Uma segunda corrente, que é a predominante,
privilegia a natureza da pessoa envolvida na relação jurídica, ou seja, baseia-se nas
partes que compõem a relação jurídica, construindo um Direito Público como aquele
que regula situações jurídicas figurando em uma parte o Estado, tornando o Direito
Privado aquele que regulamenta situações jurídicas onde o Estado não seja parte ou
então equiparado a um particular.
O Direito Internacional Privado tem como propósito indicar leis que regulem contratos
firmados entre indivíduos de países diferentes, como também adopções ocorridas entre
pais e crianças de nacionalidades diferentes, sequestros internacionais, e outras relações
da área trabalhista, familiar, contratual ou comercial que necessitem do poder jurídico.
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Os Estados e as organizações internacionais são os únicos capazes de celebrar tratados e
formam os Sujeitos Clássicos do Direito Internacional.
Além dos sujeitos do direito internacional há os actores, que são todos aqueles que
participam de alguma forma, das relações jurídicas e políticas internacionais, quais
sejam:
(...)
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Actores internacionais são todos aqueles que participam de alguma forma das relações
jurídicas e políticas internacionais. A expressão compreende os Estados, as
Organizações Internacionais, as organizações não governamentais, as empresas, os
indivíduos e outros. A expressão actores internacionais é, portanto, mais ampla que
sujeitos de direito internacional e, então, mais adequada para compreender estas
outras categorias.
“Todas as pessoas que estão nos países, não havendo distinção entre naturais ou
naturalizados, ou seja, o abinitio para que exista um estado”. De tão complexo expressar
em palavras o que significa ser humano, espera-se que este simples conceito possa
esclarecer o que seja ser humano.
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O indivíduo também deve ser reconhecido como sujeito de Direito Internacional, com
capacidade de possuir e exercer direitos e obrigações de cunho internacional.
Há que se considerar que o homem é hoje munícipe, nacional e cidadão do mundo; tem
direitos e deveres internacionais.
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É interessante também reflectir sobre o facto que a transição de uma sociedade
internacional para uma comunidade internacional, ou seja, a ocorrência de uma maior
subordinação, hierarquia, convergência de interesses comuns e centralização no Direito
Internacional Público propiciariam um ambiente mais fértil para que o indivíduo seja
tido como um sujeito pleno do Direito Internacional. Quanto mais o mundo se
aproximar de uma comunidade internacional tanto mais será possível observar a
internacionalização do homem.
Dizer que o indivíduo tem qualidade de pessoa internacional significa que ele é titular
de direitos e deveres internacionais e que tem capacidade de fazer prevalecer os seus
direitos através de reclamação internacional.
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Internacional) está a afirmar a subjectividade dos particulares que, verdadeiramente, são
os grandes infractores do Direito Internacional.
Toda esta evolução, permitiu ao indivíduo ser considerado como sujeito de Direito
Internacional, porém, este será sempre um sujeito secundário, não preenchendo os
requisitos para uma personalidade jurídica internacional plena.
Esta evolução poderá representar um regresso aos valores que fizeram surgir o Direito
Internacional, de unidade do gênero humano e fraternidade universal, ou mesmo ao
fundamento jusnaturalista presente na sistematização do Direito Internacional, iniciada
na formação dos Estados Modernos. A evolução do Direito Internacional, poderá levar-
nos a um verdadeiro Direito das Gentes, afastando-se de um simples Direito entre
Estados.
Convenções internacionais;
Costumes internacionais;
Princípios gerais do Direito.
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Trata-se de um rol exemplificativo, ainda não encerrado, visto que há outras fontes e em
regra, não há hierarquia, realçando que, o art. 38.º não traz uma ordem sucessória ou
hierárquica. Dessa forma, um costume internacional pode derrogar um tratado, bem
como um tratado pode derrogar um costume.
Caso configure regra aceita como sendo o direito, é uma fonte jurídica, cujo
descumprimento é passível de sanção internacional. Resta cristalino que sua
conceituação faz emergir a ideia de uma prática constante, geral, uniforme e vinculativa.
Dica importante: quem alega um costume tem o ônus de prová-lo.
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o Analogia: é a aplicação a determinada situação de facto de uma norma jurídica
feita para ser aplicada a um caso parecido ou semelhante.
o Equidade: ocorre nos casos em que a norma não existe ou nos casos em que ela
existe, mas não é eficaz para solucionar coerentemente o caso "sub judice".
OBS.: art. 38, 2º, do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça – a aplicação
da equidade (ex aequo et bono) pelo Tribunal Internacional de Justiça depende
de anuência expressa dos Estados envolvidos em um litígio.
“Jus cogens”: é norma rígida, o oposto de "soft law". Estão previstas na Convenção de
Viena sobre Direito dos Tratados, de 1969, em seus arts. 53 e 64. São imperativas e
inderrogáveis, opondo-se ao "jus dispositivm". Ainda que não haja hierarquia entre as
fontes até aqui estudadas, há que se reconhecer que "jus cogens" é a exceção, estando
acima de todas as outras. Versam normalmente sobre matérias atinentes à proteção aos
direitos humanos, como a própria Declaração Universal de 1948.
“Soft law”: direito flexível ou direito plástico, oposto de "jus cogens". Para alguns,
ainda é cedo para considerá-lo fonte. Surgiu no século XX com o Direito Internacional
do Meio Ambiente. Preveem um programa de acção para os Estados relativamente à
determinada conduta em matéria ambiental ou econômica.
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Poder estadual. De facto, o Poder Tradicional, através das Autoridades Tradicionais,
desde os tempos idos, dada a insuficiência da acção administrativa Estadual nas zonas
periféricas das cidades, especialmente naquelas rurais, desempenhou funções
materialmente administrativas, o que apoiou consideravelmente os órgãos do Estado
Angolano a estender o seu poder e soberania em todos os recônditos do território.
Tal Administração impõe o seu poder com base na autoridade dos direitos costumeiros,
logo a soberania do Poder Tradicional se justifica pelo uso dos direitos costumeiros que
lhe garantem “substância” e “força”, o que revela que há coabitação do Poder Estadual
com o Poder Tradicional, que trabalham em sintonia, porém, devendo este (poder
tradicional) submeter-se e estar sempre em conformidade com o Poder estadual. Esta
coabitação dentro das comunidades é uma exigência imperativa para a sã convivência
dos indivíduos entre si e entre os indivíduos com os seus bens.
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Angolano se inspirou na Tradição Africana como pilar da unidade nacional e da
estabilidade política do País.
Para tanto, há duas teorias explicativas do impasse entre o conflito entre direito
internacional público e direito interno, quais sejam, as teorias monista e dualista.
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do Estado. Tendo em vista esta perspectiva, não há que se falar, para esta teoria, em
conflito de normas de direito interno e internacional, uma vez que a ordem internacional
não pode regular questões internas. Os tratados internacionais representam apenas
compromissos exteriores, assumidos por Governos na sua representação, sem que isso
possa influir no ordenamento interno desse Estado, gerando conflitos insolúveis dentro
dele.
8. Teoria monista
Doutrina completamente oposta à anterior, uma vez que trata da questão da unidade do
ordenamento internacional e interno. Para os monistas não há uma distinção entre
direito interno e direito internacional, ou seja, ambos fazem parte da mesma estrutura
normativa, existindo, assim apenas uma ordem jurídica. Há duas correntes:
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Direito Internacional nas quatro últimas décadas teve um grande desenvolvimento em
termos de produção normativa, doutrinal e jurisprudencial. O marco referencial está na
criação do Tribunal Permanente de Justiça Internacional1(1921), do Tribunal
Internacional de Justiça (1945), do Tribunal Penal Internacional (1998) e dos Tribunais
Ad-hoc (Nuremberg , Tokio, Ruanda e Ex-Iugoslavia) e, posteriormente dos vários
Tribunais Regionais, e Tribunais Especiais destacadamente o Tribunal de Justiça da
União Europeia (1950) e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH-1957), a
Corte Interamericana dos Direitos Humanos (CIADH-1969), o Tribunal Africano do
Direitos Humanos (TADH-2004), o Tribunal da SADC (2000), Tribunal de Justiça
Andino (1979). Estes órgãos jurisdicionais têm realizado um labor enorme na
efectivação e aplicação do Direito Internacional ou das normas internacionais na
sociedade contemporânea.
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evoluções significativas. Com a proliferação de organizações Internacionais,
principalmente após a 2ª Guerra Mundial, e o crescimento das suas competências, veio
criar uma certa limitação à soberania dos Estados. Estes passaram a estar sujeitos a
normas internacionais, mesmo sobre normas sobre as quais não manifestou a sua
aprovação, como as relativas ao jus cogens.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, Wladimir. Direito internacional público. 2ª ed. Coimbra: Coimbra Editora,
2014.
Website:
https://jus.com.br/artigos/70769/o-direito-internacional
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-163/a-importancia-do-direito-
internacional-na-atualidade/
https://www.institutoformula.com.br/direito-internacional-sujeitos-e-atores-do-direito-
internacional/
https://direito.legal/direito-publico/direito-internacional/resumo-de-direito-
internacional-publico-e-direito-interno/
https://www.inesul.edu.br/professor/arquivos_alunos/doc_1558818854.pdf
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https://repositorio.ul.pt/handle/10451/38357?locale=en
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