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Já a corrente maioritária afirma que este nasceu na Idade Moderna, tendo como marco inicial a
Paz de Westfalia. Ademais, é inegável que, de seu início até os dias atuais, o direito dos povos se
modificou para acompanhar a evolução da sociedade. Diante disso, questiona-se: como ocorreu
esse processo de modificação do Direito Internacional Público e qual a importância dessa
evolução dentro da sociedade atual, globalizada, com relações cada vez mais complexas entre
nações?
O presente estudo tem como objetivo analisar a evolução histórica do Direito Internacional
Publico, observando o início desse processo, sua modernização para acompanhar o aumento da
complexidade das relações entre Estados autônomos e independentes, além de sua composição
atual, tendo a Organização das Nações Unidas como sua principal instituição.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e documental, tendo como base livros e
artigos científicos referentes ao tema. Em princípio, este trabalho foi norteado em cinco tópicos:
o primeiro abrange o processo de formação e crescimento do Direito Internacional, considerando
desde as primeiras relações entre coletividades organizadas. No tópico seguinte, é discutido
Princípios estruturantes do tribunal penal internacional (TPI). O terceiro tópico o caso da Ex
república da Jugoslávia. No quarto tópico o Caso do Rwanda. No quinto tópico comentários
sobre a recente emissão do mandato de captura internacional emitido contra o Presidente da
Rússia.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA JUSTIÇA INTERNACIONAL
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A origem do direito internacional remonta ao século XVII, com a Paz de Westfália (1648), uma
série de tratados de paz entre diferentes países europeus. O processo encerrou a Guerra dos 30
anos e consagrou os principais preceitos dos estados-nação modernos, como a soberania, a
igualdade e a não intervenção.
Oito anos depois, em 1907, Haia recebeu novamente uma conferência internacional, com o
objetivo de aprimorar as resoluções da anterior. Dentre os tópicos estabelecidos pelas 13
convenções do evento estão a solução pacífica de conflitos internacionais e a limitação do
emprego da força para a cobrança de dívidas. Além disso, a 2ª Conferência da Paz de Haia
propôs a criação do que seria o primeiro tribunal internacional permanente, voltado para decidir
sobre a apreensão de navios, especialmente em tempos de guerra. Por falta de ratificações,
porém, a Corte Internacional de Presas Marítimas nunca chegou a se estabelecer.
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https://reubrasil.jor.br/justica-e-tribunais-internacionais/ consultado á 06 de Junho de 2023
Contando com 44 países, incluindo 19 nações latino-americanas, a 2ª Conferência teve atuação
destacada do jurista Rui Barbosa, representante brasileiro na reunião. O diplomata defendeu,
com notável sucesso, o princípio da igualdade jurídica e da soberania dos estados, ajudando a
evitar que as potências militares fossem hierarquicamente superiores na formação de tribunais
internacionais.
As conferências de Haia, assim como outros encontros multilaterais para a promoção da ideia da
paz entre o final do século XVIII e o início do XIX não foram suficientes para evitar a eclosão da
Primeira Guerra Mundial (1914-18). O conflito, que gerou de 15 a 20 milhões de mortes, entre
militares e civis, foi encerrado definitivamente com o Tratado de Versalhes [em inglês], assinado
pela Alemanha em junho de 1919. Formulado no âmbito da Conferência de Paz de Paris, que se
iniciou em janeiro de 1919, o tratado de paz foi ratificado em janeiro do ano seguinte.
Em seus 26 primeiros artigos, o Tratado de Versalhes definiu o estatuto da Liga das Nações, a
primeira organização internacional global de caráter permanente, que objetivava garantir a
manutenção da paz no pós-guerra. A criação da entidade é preconizada no último dos “Catorze
Pontos” [em inglês] do presidente americano Woodrow Wilson, que propunha resoluções para
alcançar a paz. No texto, apresentado pelo mandatário e rejeitado pelo Congresso dos Estados
Unidos, Wilson sugere a criação de “uma associação geral sob pactos específicos para o
propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial dos
grandes e pequenos Estados”. Apesar de seu país nunca ter ratificado o Tratado de Versalhes, a
proposta do presidente americano vingou.
Após a formação da Liga das Nações, nasceu também o primeiro tribunal permanente de âmbito
global, não vinculado ao órgão, mas previsto no 14º artigo da convenção da entidade. A Corte
Permanente de Justiça Internacional (CPJI) teve seu estatuto criado em julho de 1920 por uma
comissão de juristas majoritariamente europeia, mas que incluía o diplomata e político brasileiro
Raul Fernandes. Aprovado em dezembro do mesmo ano, a CPJI iniciou suas atividades em 1922,
com sede na cidade de Haia, após atingir um número suficiente de ratificações.
Ao longo de seu período ativo, a Corte julgou controvérsias de caráter internacional entre os
estados que a ratificaram e também emitiu pareceres consultivos, funcionando como um órgão de
assessoramento jurídico da Assembleia e do Conselho da Liga das Nações. Diferentemente da
Corte Centro-Americana de Justiça, porém, a CPJI não admitiu a possibilidade de indivíduos
acionarem diretamente contra os estados.
Ao longo de 18 anos de atividade, o tribunal decidiu sobre 29 casos contenciosos entre países,
incluindo dois envolvendo o Brasil, além de emitir 27 pareceres consultivos. Dois também é o
número de brasileiros que figuraram entre os juízes eleitos para o tribunal: o destaque da
Conferência de Haia, Rui Barbosa, que faleceu antes de assumir o cargo, e o ex-presidente da
República (1919-22), Epitácio Pessoa.
Após perder força ao longo da década de 1930, com o aumento das tensões militares entre os
países, o tribunal fez sua última sessão pública em dezembro de 1939, logo após a eclosão da
Segunda Guerra Mundial. Em 1946, a Corte Permanente de Justiça Internacional foi oficialmente
dissolvida.
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A Comissão de Direito Internacional foi criada pela Assembleia Geral em 1947 para promover o
desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação. A Comissão é
composta por 34 membros que representam coletivamente os principais sistemas jurídicos do
mundo e atuam como especialistas na sua capacidade individual, não como representantes dos
seus governos. Eles abordam uma ampla gama de questões relevantes para a regulamentação das
relações entre os Estados e frequentemente consultam o “Comité Internacional da Cruz
Vermelha”, o “Tribunal Internacional de Justiça” e as agências especializadas da ONU,
dependendo do assunto em análise. A maior parte do trabalho da Comissão envolve a preparação
de projetos sobre aspetos do direito internacional.
Alguns tópicos são escolhidos pela Comissão, outros são encaminhados pela Assembleia Geral.
Quando a Comissão completa o trabalho sobre um determinado assunto, a Assembleia Geral
convoca uma conferência internacional de plenipotenciários para incorporar o projeto numa
convenção. A convenção é então aberta aos Estados para se tornarem integrantes – isto significa
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https://unric.org/pt/direito-internacional-e-justica/ consultado á 03 de Junho de 2023
que os países formalmente concordam e ficam vinculados às suas disposições. Algumas destas
convenções formam o próprio alicerce da lei que rege as relações entre os Estados. Veja-se os
seguintes exemplos:
O principal órgão das Nações Unidas para a resolução de conflitos é o Tribunal Internacional de
Justiça. Fundado em 1946, o Tribunal analisou mais de 170 casos, emitiu inúmeras sentenças
sobre disputas trazidas pelos Estados e emitiu opiniões consultivas em resposta a solicitações de
organizações da ONU. A maioria dos casos foi tratada pelo Tribunal, mas desde 1981 seis casos
foram encaminhados para câmaras especiais a pedido das partes envolvidas.
Quando não se trate de bens jurídico-penais ou, ainda que tratando-se, não haja necessidade de
uma pena na sua tutela, porque os custos axiológicos dessa intervenção seriam maiores do que os
benefícios, o direito penal não deve intervir.
Por isso, costuma dizer-se que o direito penal é ultima ratio do sistema normativo na tutela de
bens jurídicos. Logo, deve intervir o mínimo possível. Isto é assim porque é seguro que a função
do direito penal é a da proteção subsidiária de bens jurídicos. Subsidiária porque ela só deve
existir se outros instrumentos de proteção se mostrarem insuficientes ou desadequados. Por isso,
pode afirmar-se com segurança que preside neste âmbito o princípio da intervenção penal
mínima.
Ne bis in idem
O princípio ne bis in idem impede que uma pessoa seja julgada duas vezes pelos mesmos factos.
No ETPI deve ser visto, em primeiro lugar, como um aprofundamento do princípio da
complementaridade, no sentido de delimitar negativamente a jurisdição do TPI face à
competência concorrencial das jurisdições estaduais. Internamente, o princípio, tal como está
previsto no artigo 20.º do ETPI, delimita os poderes do Tribunal no sentido de este não julgar
uma pessoa duas vezes pelos mesmos actos constitutivos do crime. Quer no direito internacional,
quer nos direitos estaduais, o ne bis in idem é um princípio geral de direito. Nisto se manifesta a
sua dimensão objetiva de garantia do bom funcionamento do sistema judiciário. Mas, na sua
dimensão subjetiva, consagra um direito fundamental a não ser duplamente punido ou julgado
pelo mesmo facto.
Duas questões costumam ser colocadas. Uma, a de saber sobre o que incide a proibição de duplo
julgamento: o mesmo tipo legal de crime? A mesma natureza da infração? O mesmo facto?
Outra, a de saber o que será considerado duplo julgamento: a responsabilidade penal ou esta
combinada com outro tipo de responsabilidade (disciplinar, contraordenacional)?
Humanidade
O princípio da humanidade, tanto no que respeita à aplicação e interpretação das normas como à
prova ou ainda às penas, não vem expressamente mencionado no ETPI mas a ele podemos
chegar a partir de alguns preceitos (v.g., artigos 21.º, em especial, n.º 3, 36.º, n.º 3, al. b), 69.º e
77.º). Quanto às normas, há claramente uma alusão expressa ao princípio da humanidade na
interpretação e aplicação do direito. As regras previstas no artigo 21.º ficam condicionadas por
uma imposição muito relevante que está no n.º 3 daquele artigo: “A aplicação e interpretação do
direito, nos termos do presente artigo, deverá ser compatível com os direitos humanos
internacionalmente reconhecidos, sem discriminação alguma baseada em motivos tais como o
sexo, tal como definido no n.º 3 do artigo 7.º, a idade, a raça, a cor, a religião ou o credo, a
opinião política ou outra, a origem nacional, étnica ou social, a situação económica, o
nascimento ou outra condição”. A alusão aos direitos humanos internacionalmente reconhecidos,
em matéria penal, é sem dúvida a afirmação do princípio da humanidade em toda a aplicação do
ETPI que não pode deixar de ter implicações práticas. Não pode passar despercebida, neste
contexto, a subalínea ii) da alínea b) do n.º 3 do artigo 36.º Ao exigir que os candidatos a juízes
devem ter reconhecida competência em matérias relevantes de direito internacional, “tais como o
direito internacional humanitário e os direitos humanos”, o ETPI pressupõe que os juízes façam
uma aplicação humanista do direito.
Legalidade criminal
O princípio da legalidade criminal (nullum crimen sine lege scripta, praevia, certa, stricta)
significa que ninguém poderá ser punido por um facto que não esteja como tal previsto na lei no
momento em que o pratica, nem com uma pena que não esteja igualmente prevista na lei ao
momento da prática do facto. Tem, por isso, duas dimensões: a da tipicidade do crime (Nullum
crimen sine lege) e a da previsão da pena (Nula poena sine lege).
O valor do princípio da legalidade criminal está no facto de que só é crime e só é pena aquilo que
a lei determinar. Por isso, estarão excluídas incriminações pessoais, casuísticas, de tipo judicial.
Tem, por isso, uma feição garantística, que encontra na lei, e só na lei, a sua expressão. Não pode
um facto ser considerado crime por vontade particular de um juiz nem uma sanção ser
determinada casuisticamente, fora dos limites legalmente impostos.
Na primeira acepção (n.º 1), não se refere claramente que não será crime o que não estiver como
tal previsto no Estatuto; diz-se, antes, que não haverá responsabilidade penal nos termos do
Estatuto se no momento da prática do facto o mesmo não constituir um crime da competência do
Tribunal. Esta redação, quase capciosa, tem razões que a justificam: o ETPI salvaguarda deste
modo a possibilidade de um facto poder não ser crime à luz do Estatuto, mas nem por isso deixar
de o ser à luz do direito internacional (n.º 3) e dos ordenamentos jurídicos dos Estados,
reforçando, deste modo, o princípio da complementaridade que preside à atuação do TPI.
Na segunda acepção (n.º 2), proíbe-se o recurso à analogia incriminadora, ficando, por isso,
salvaguardada a interpretação extensiva incriminadora, mas com um limite: nunca em sentido
prejudicial à pessoa visada. Aqui se enuncia, portanto, um princípio de interpretação favorável ao
arguido, claramente emergente do princípio da presunção de inocência. Não se trata do princípio
in dubio pro reo, porque, como é consabido, este princípio aplica-se ao julgamento da matéria de
facto. Neste caso, o que está em causa é a interpretação das normas incriminadoras. É uma
questão de direito O ETPI o que quis deixar claro é que a analogia é proibida e que qualquer
outro tipo de interpretação (extensiva, restritiva, etc.) é sempre possível, desde que não
prejudique o arguido.
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Este princípio também inspira o direito penal estadual moderno, na medida em que o princípio
da culpa impõe sempre que se afira a responsabilidade individual. Mas no direito penal
internacional ele atinge uma relevância transcendental pelo tipo de condutas que normalmente
estão em jogo e pelas implicações que tem. Não podemos esquecer que falamos dos crimes mais
graves que afetam a comunidade internacional no seu conjunto. Estes crimes, como estão
descritos nos artigos 6.º, 7.º e 8.º, envolvem, na maior parte dos casos, uma complexa e
duradoura teia de agentes e factos, com uma diversidade de momentos e espaços, com
implicações plúrimas. E, quando se chega ao momento de apurar a responsabilidade, topa-se uma
certa dificuldade em individualizar, porque às vezes estão envolvidas várias pessoas, instituições,
organizações, redes, etc., que tornam o apuramento da responsabilidade muito difícil.
Mas o direito penal assenta no princípio da culpa. E a culpa é sempre individual. Por isso, não
pode haver julgamentos de massas. Não pode haver julgamentos coletivos. Por exemplo,
sabendo que um grupo étnico pratica o genocídio de outro grupo, mesmo que se conseguisse
identificar todos os membros daquele primeiro grupo, não se poderia julgar o “grupo” pelos
crimes cometidos, a menos que estivesse tipificado um crime de organização ou associação
criminosa – e mesmo aqui, cada um responderia individualmente pela sua quota parte na
realização desse crime. Não há, por regra, lugar à responsabilidade penal coletiva, institucional.
Como também não pode pretender-se uma responsabilidade do Estado que sempre implicaria
uma certa impunidade dos protagonistas que, sob a veste estadual, terão praticado as condutas
criminosas. A responsabilidade penal é individual porque a culpa também é individual. E aqui,
pode suceder que o grau de envolvimento de cada uma das pessoas tenha sido diferente.
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https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/79654/1/estatuto_de_roma_tpi_comentarios_web.pdf
Umas podem ter assumido um papel mais relevante que outras, umas podem ter atuado como
autores e outras como comparticipantes. E mesmo dentro da autoria, os níveis de autoria podem
ser diferentes. Logo, a responsabilidade tem de ser aferida individualmente. O princípio não
oferece, portanto, dúvidas. Dúvidas podem existir na sua aplicação concreta a situações diversas.
E estas resultam fundamentalmente da imputação de elementos típicos. O que vamos fazer, pois,
é o estudo da responsabilidade individual, enquanto princípio do direito penal internacional, a
partir do ETPI, tendo presente que com ele se resolvem essencialmente problemas de imputação,
ainda que se não possa fazer essa imputação sem passar pela verificação de elementos objetivos
(actus reus) e subjetivos (mens rea).
A guerra civil que seguiu a secessão terminou com grande parte da antiga Iugoslávia reduzida à
pobreza, enormes perturbações económicas e persistente instabilidade em todo o território onde
ocorreram os piores combates. Hoje existem seis frágeis repúblicas, a maioria delas empobrecida
pelas perdas materiais e pela fuga da população, quando não entregues ao crime organizado, sem
contar com um permanente clima de frustração, misturado ao ódio étnico sempre pronto para dar
seu sinal de retorno. As guerras foram os conflitos mais sangrentos em solo europeu desde o final
da Segunda Guerra Mundial. Foram também os primeiros conflitos desde a Segunda Guerra
Mundial onde foram formalmente julgados genocídios de carácter fundamental e muitos
participantes individuais foram posteriormente acusados de crimes. O Tribunal Penal
Internacional para a ex-Iugoslávia (TPIJ) foi criado pela ONU para julgar esses crimes.
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Vinte e quatro anos depois de ter sido criado, o Tribunal Penal Internacional para a ex-
Jugoslávia encerrou no dia 22 de Dezembro de 2022 formalmente as suas portas, na presença do
Rei Guilherme-Alexandre e do Secretário-geral da ONU, António Guterres. O TPIJ foi criado em
1993 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, tendo desempenhado um papel
fundamental na prevenção e punição do crime de genocídio e concomitante condenação de
vários dos implicados em crimes dessa natureza, em atrocidades e outros crimes contra a
humanidade na ex-Jugoslávia. 161 indivíduos foram acusados, 90 deles condenados.
A cerimónia de encerramento teve lugar na Ridderzaal (Sala dos Cavaleiros), local onde foi
prestada homenagem às vítimas e aos juízes do Tribunal.
O Caso de Rwanda
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https://haia.embaixadaportugal.mne.gov.pt/pt/a-embaixada/noticias/cerim%C3%B3nia-de-encerramento-do-
tribunal-penal-internacional-para-a-ex-jugosl%C3%A1via consultado á 31 de Maio de 2023
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Na época em que os Julgamentos de Nuremberg foram realizado o conceito de “genocídio” não
existia legalmente. Mais de 50 anos após, no dia 2 de setembro de 1998, a Corte Criminal
Internacional para a Ruanda--um tribunal especialmente criado pelas Nações Unidas para julgar
crimes de guerra e crimes contra a humanidade naquele país—proferiu uma sentença de
condenação por crime de genocídio, a primeira em toda a história humana. Aquele tribunal
internacional condenou, após cuidadoso julgamento, um homem de nome Jean-Paul Akayesu por
considerá-lo culpado de genocídio e crimes contra a humanidade, pois o mesmo havia
participado e supervisionado tais episódios sangrentos enquanto era prefeito da cidade ruandense
de Taba.
Nascido em 1953, na cidade de Taba, Akayesu quando jovem foi um jogador ativo do time de
futebol local. Posteriormente teve cinco filhos e passou a trabalhar como professor. Ele era um
líder respeitado em sua comunidade, considerado por muitos como um homem de princípios,
inteligência, e integridade.
Em 1991, ele se tornou politicamente ativo e foi eleito presidente do Movimento Democrático
Republicano (MDR), um partido de oposição. Inicialmente relutante em concorrer a cargos
públicos, ele foi eleito prefeito de Taba, e permaneceu no cargo de abril de 1993 a junho de 1994.
Como prefeito, era o líder da cidade, e fez um bom trabalho supervisionando a economia local,
controlando a polícia, administrando a justiça, e incentivando a vida social da comunidade, razão
pela qual era muito respeitado.
No início do genocídio em Ruanda, no dia 7 de abril de 1994, Akayesu conseguiu manter sua
cidade em paz, sem qualquer tipo de violência, e recusou autorização para que as
milícias Janjaweed lá operassem, assim protegendo a população da etnia Tútsi. No entanto, após
o dia 18 de abril, quando houve uma reunião de prefeitos com os líderes do governo ruandense
interino (os mesmos que planejaram e orquestraram o genocídio), uma mudança fundamental
ocorreu naquela cidade e também em Akayesu. Ele trocou seu terno por uma jaqueta militar e
adotou, literalmente, a violência como seu modus operandi: testemunhas afirmam que ele
incitava a população local a participar de homicídios e a transformar o lugar, outrora pacífico, em
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https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/rwanda-the-first-conviction-for-genocide consultado á 29
de Maio de 2023
um palco de torturas, estupros e homicídio contra os tutsi. Provavelmente, ele acreditava que seu
futuro político e social dependia da sua integração com as forças governamentais.
Com a mudança de rumo daquela guerra, Akayesu fugiu para o Zaire, atual República
Democrática do Congo, e depois para Zâmbia, onde foi preso em outubro de 1995. No
julgamento da Corte Criminal Internacional para a Ruanda, ele foi julgado e condenado por
genocídio, a primeira condenação em um tribunal internacional e a primeira vez que o estupro foi
considerado parte de técnicas de genocídio. Akayesu cumpre pena de prisão perpétua em uma
prisão em Mali.
Este mando foi emitido pelo TPI, é alegadamente responsável pelo crime de guerra de
deportação ilegal de população (crianças) e de transferência ilegal de população
(crianças) de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa. Desde o início da guerra não
restam dúvidas de que tratasse de um acto deliberado pelo presidente da Rússia, alias segundo o
próprio presidente, são jovens órfãos que são encaminhados para Rússia, e a pergunta que paira é
a seguinte: com que legitimidade é que a Rússia leva esses jovens e crianças, sendo que a guerra
continua, a terras que alega serem parte integrante da Rússia ainda não foram oficialmente assim
reconhecidas. Olhando para os critérios estabelecidos pelo ETPI estão reunidos todos requisitos
se afirmar que houve aqui crimes de Guerra, praticados pelo presidente da Rússia.
Conclusão
Sua principal função é resolver conflitos jurídicos a ele submetidos por Estados e emitir
pareceres sobre questões jurídicas apresentadas ordinariamente pela Assembleia Geral das
Nações Unidas ou pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Extraordinariamente,
poderão solicitar parecer consultivo órgãos e agências especializadas autorizados pela
Assembleia Geral da ONU, desde que as questões submetidas estejam dentro de sua esfera de
atividade (artigo 96, inciso II do Estatuto da Corte Internacional de Justiça).Foi fundado
em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, em substituição à Corte Permanente de Justiça
Internacional, instaurada pela Liga das Nações.
Os princípios estruturantes do TPI são vários, contudo foi possível destacar os seguintes: o
princípio da complementaridade, princípio da universalidade, princípio da responsabilidade
penal individual, princípio da irrelevância da função oficial, princípio da responsabilidade de
comandantes e outros superiores e princípio da imprescritibilidade.
Bibliografia
Legislação