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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
PROF. ANDERSON ROSA RIBEIRO
coletividades chamadas de não estatais (como os beligerantes, os insurgentes, os
movimentos de libertação nacional etc.).
Não se poder determinar uma data precisa para o seu nascimento, tem-
se como certo que o Direito Internacional Público é fruto de inúmeros fatores sociais,
políticos, econômicos e religiosos que transformaram a ordem política da Europa na
passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Foi tão somente a partir do final do século XVI e início do século XVII
que o Direito Internacional Público aparece como ciência autônoma e sistematizada,
principalmente a partir dos tratados de Westfália (de cuja elaboração Hugo Grotius
participou na qualidade de Embaixador do Rei da Suécia), concluídos em 24 de
outubro de 1648, que colocaram fim à sanguinária Guerra dos Trinta Anos (1618 -
1648), conflito religioso entre católicos e protestantes que teve como bloco vitorioso
esse último (dos protestantes), fortalecido pela França. Foi a reforma protestante a
motivadora da insurgência que mais tarde acabaria na Guerra dos Trinta Anos,
quando desmontou a unidade católica na Europa medieval, fomentando o início do
conflito. O que a reforma pugnou foi derrotar definitivamente o poder católico, a fim
de atribuir à autoridade civil o poder supremo dentro do território. E sua missão foi
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tão bem sucedida que, como explica Brierly, mesmo naqueles países que rejeitaram o
protestantismo como religião, a Igreja ficou tão profundamente abalada que não
pôde competir mais com o Estado como força política, fato esse responsável por dar
"um golpe mortal à ideia, já moribunda, de que o mundo cristão, apesar de todas as
suas lutas, constituía ainda em certo sentido uma unidade".
4. Problemas de definição
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2. Doutrinas
3. Doutrina voluntarista
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5. Doutrina objetivista
Nascida nos últimos anos do século XIX, como reação dos filósofos,
sociólogos e internacionalistas às ideias voluntaristas, a corrente objetivista apregoa
que a obrigatoriedade do Direito Internacional advém da existência de princípios e
normas superiores aos do ordenamento jurídico estatal, uma vez que a sobrevivência
da sociedade internacional depende de valores superiores que devem ter prevalência
sobre as vontades e os interesses domésticos dos Estados.
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Para a doutrina objetivista, a legitimidade e obrigatoriedade do Direito
Internacional devem ser procuradas fora do âmbito de vontade dos Estados, ou seja,
na realidade da vida internacional e nas normas que disciplinam e regem as relações
internacionais, que são autônomas e independentes de qualquer decisão estatal.
Dentre os autores mais conhecidos, representantes dessa concepção, merecem
destaque Maurice Bourquin, Georges Scelle e H. Lauterpacht, segundo os quais o
Direito não é um produto da vontade humana, mas uma necessidade advinda de
fatores sociais.
Uma terceira corrente, mais moderna (e, a nosso ver, mais coerente) e
consagrada por instrumentos internacionais, acredita que o fundamento mais
concreto da aceitação generalizada do Direito Internacional Público, dentre as
inúmeras doutrinas que procuram explicar a razão de ser desse Direito, emana do
entendimento de que o Direito Internacional se baseia em princípios jurídicos alçados
a um patamar superior ao da vontade dos Estados, mas sem que se deixe totalmente
de lado a vontade desses mesmos Estados. Em verdade, trata-se de uma teoria
objetivista temperada, por também levar em consideração a manifestação de
vontade dos Estados. Afinal de contas, um Estado ratifica um tratado internacional
pela sua própria vontade, mas tem que cumprir o tratado ratificado de boa-fé, sem se
desviar desse propósito, a menos que o denuncie (e então, novamente, aparece a
vontade do Estado, hábil a retirá-lo do compromisso que anteriormente assumira).
1. Colocação do problema
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Ou seja, o Direito Internacional Público pode regular qualquer matéria,
muitas delas semelhantes (ou até idênticas) às do Direito interno.
É claro que a questão pode ser colocada sob dois pontos de vista: o do
Direito Internacional, que enxerga o problema de fora para dentro; e o do Direito
interno, que o visualiza de dentro para fora. Evidentemente que cada Estado, levando
em conta variados fatores (tradição legislativa, cultura jurídica, aspectos econômicos
etc.) , disciplina como melhor lhe parece a questão da aplicação interna do Direito
Internacional. Mas isso não impede o Direito Internacional, que é superior aos
ordenamentos dos Estados, de dar a última palavra relativamente ao tema.
2. Teoria dualista
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processo conhecido como adoção ou transformação. Assim, o primado normativo,
para os dualistas, é da lei interna de cada Estado, e, não, do Direito Internacional.
3. Teoria monista
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4. Monismo nacionalista
5. Monismo internacionalista
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é a possibilidade de um "diálogo" entre as fontes de proteção internacional e interna,
a fim de escolher qual a "melhor norma” a ser aplicada no caso concreto) .46 Essa
"melhor norma” há de ser encontrada à luz da dimensão material ou substancial das
fontes de proteção em jogo, prevalecendo a que maior peso protetivo tiver em
determinado caso concreto.
7. Doutrina conciliatória
1 - Trazem cláusulas de adoção global das regras do Direito Internacional pelo Direito
interno, sem, contudo, dar primazia de uma pela outra;
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