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INTRODUÇÃO
A natureza e o papel do processo da integração regional, constitui um elemento
relevante no debate internacional subsequente ao fim do sistema bipolar. Confluem no
debate muitos problemas não resolvidos do sistema internacional, principalmente
aqueles inerentes à mudanças estruturais, aqueles que aconteceram no curso do Século
XX, a começar pelo desmoronar dos impérios europeus, afirmação dos EUA como
potência mundial e o surgimento das nações post- colonial.
Trata-se das situações que vêm envolvidas as estruturas estatais, as formas de integração
entre os Estados, os actores não – estatais, as pessoas, as diferentes expressões e formas
de associações da sociedade civil, as grandes religiões, o mundo das empresas e da
finança.
DIREITO DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Uso Exclusivo para Estudantes do 2º Ano de Direito-UnIA.
Professor: Francisco Isaac Jacob e Prof. Assist. Nilton do Amaral Capalo
Esta realidade vai decerto criar uma imagem que realça a comunidade internacional
sendo uma realidade composta por uma ampla participação directa de ser dos
protagonistas para além das fronteiras dos Estados.
A política entendida como momento de relação, não pode ser estranha a relações
internacionais, enquanto arte de governar em função da autoridade, pois a
governabilidade e autoridade no seu operar versus uma comunidade dos Estados,
pressupõe momentos de decisões, e um perfil institucional enquanto estrutura de um
aparato governativo, dotado de um poder decisório.
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OBJECTIVOS DO CURSO
Suas origens dimanam do próprio Direito Internacional, que subjazem do nosso passado
remoto. Já na Idade Antiga podem ser encontradas manifestações de Direito, como as
regras sobre a guerra da Grécia Antiga e o ius gentium romano. O tratado de Weatphalia
(1648), que pôs fim à guerra dos Trinta Anos, que estabelece os elementos e determina
as regras para as relações entre os Estados, criando assim conceito de sociedade
internacional. É Com o surgimento do Estado moderno na Europa séc. XIV, que
centralizou o uso da força, tornando-a seu monopólio, e criou a forma militar
permanente e a burocracia eficiente, que podemos identificar as verdadeiras raízes da
relações organizadas entre nações, visando firmar um diálogo pacífico e amigável,
estabelecendo-se regras que formaram o Direito Internacional. Neste novo convívio,
cada Estado tem a soberania para conduzir a vida dentro das suas próprias fronteiras,
através de normas a que ele mesmo dá origem; deve conduzir suas relações com os
demais sujeitos jurídicos do Direito Internacional Público, através do principio da não –
intervenção e buscar soluções pacificas para os conflitos, assumindo e respeitando as
obrigações derivadas dos tratados assumidos. Dai o princípio sagrado que tutela a
garantia dos conflitos em geral: (Pacta sunt servanda). Todavia, as regras que tratavam
das relações entre os Estados e as que diziam sobre os particulares (o antigo ius
gentium,) que na verdade, são regras, ambas denominadas Direito Internacional, foram
separadas em dois campos: Direito Internacional Público e o Direito Internacional
Privado. O primeiro, é um conjunto de regras e de instituições jurídicas que regem a
sociedade internacional e que visam estabelecer a paz e a justiça e promover o
desenvolvimento dos povos.
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Na segunda metade do século XX toda e qualquer ordem jurídica devia ser interpretada
à luz do Direito Constitucional, mais especialmente a partir dos direitos fundamentais,
ainda que se cuidasse de relações jurídicas entre particulares. De facto, os direitos
fundamentais como primeira linha de direitos de defesa do cidadão contra o Estado,
como fundamento da irradiação da eficácia jurídica dos direitos fundamentais no âmbito
do Direito.
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Neste entretanto, para certos autores clássicos, a cooperação incluiria várias medidas
destinadas a harmonizar políticas económicas e diminuir a discriminação entre os
países. Já o processo de integração económica encerraria medidas que obrigam
efectivamente a supressão de algumas formas de discriminação. Assim, os acordos
internacionais de políticas de comércio pertenceriam à área da cooperação internacional,
ao passo que a abolição de restrições de intercâmbio, seria um acto de integração
económica. Acordos de política comercial, firmados no âmbito do Fundo Monetário
Internacional (FMI), seriam de cooperação económico internacional e não estariam
incluídos no conceito de integração. Já a integração económica, por sua maior
abrangência constituiria um aprimoramento da cooperação económica.
b) Categorias de Integração
No seu art. 24º do GATT (General Agreement on Tatiffd and Trade)1, que prevê as
excepções de aplicação do princípio da não-discriminação e à cláusula de nação-
mais-favorecida, define a zona de livre – comércio como um grupo de dois ou mais
territórios aduaneiros entre os quais são eliminados os direitos alfandegários e as
demais regulamentações comerciais restritivas, relativamente ao essencial dos
intercâmbios comerciais dos produtos originários dos territórios constitutivos dessa
zona de livre – comércio. A zona de livre – comércio2 é um acordo jurídico
comercial que deve abranger o essencial do comércio. Os Estados participantes
obrigam-se a, gradual e progressivamente, suprimir os impedimentos aduaneiros e
outras restrições quantitativas existentes, empregando, para tanto, o mecanismo de
desagravamento negociado ou de desagravamentos automático, segundo um
1
Acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio. Aplicação territorial: tráfico fronteiriço-
uniões aduaneiras e zonas de livre troca.
2 Zona de livre comércio, quando caem por terra as tarifas aduaneiras entre os países do bloco,
estabelecendo-se a livre circulação de bens, mas permanecem as regras nacionais para tratar
o comércio com terceiros países.
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Caracteriza-se pela formação de uma área entre diversos Estados, dentro da qual vão
sendo suprimidos aos poucos os direitos alfandegários e os entraves aduaneiros. É
uma categoria mais sofisticada de integração do que a zona de livre – comércio, à
medida que os Estados adoptam uma política comercial uniforme em relação aos
territórios exteriores a ela, isto é, passa a existir uma tarifa externa única para
terceiros países.
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Definição comunitária das políticas macroeconómicas. E união política, momento em que as
competências politicas e administrativas também seriam transferidas à esfera comunitária e
haveria a formação de um novo Estado. A teoria defende que q tendência é que os blocos
sempre procurem avançar na integração, buscando um nível mas completo do que o anterior.
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Sendo a soberania um elemento decisivo dos atributos do poder de Estado, sua teoria
sustenta que a essência do Estado é a unidade do poder, a qual transforma uma simples
associação de seres humanos em entidade estatal e implica o poder discricionário que o
soberano exerce sobre o conjunto de instrumentos normativos que coordenam o
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Desde a Paz da Westfália, soberania possui uma origem e finalidade política tanto no
âmbito interno quanto externo. Externamente, a soberania confere aos Estados, um
poder que não admite subordinação a nenhum outro poder, mas que é compartido por
outros Estados soberanos, actores das relações internacionais e sujeitos de Direito
Internacional. Internamente, confere à autoridade na qual está fundamentada (um
governo, uma assembleia, o povo ou nação) um poder absoluto, supremo, o qual
subordina as demais vontades e exclui a competência de qualquer outro poder similar
(art.2. n.º 7 da CNU)
Superada a fase da identificação entre o soberano e o Estado (l'état c'est moi), a teoria
democrática situa no povo o detentor da soberania do Estado, cuja maior expressão
jurídica é o Poder Constituinte. Esta tese remonta, sob o ponto de vista histórico, às
doutrinas contratualistas de cunho liberal, segundo as quais a origem da sociedade e o
fundamento do poder político, estariam em um contracto que fosse a expressão do
consenso da maioria dos indivíduos. Assim, a fonte final do poder legiferante do Estado
é o povo, motivo pelo qual é o único detentor legítimo do Poder Constituinte.
As respostas que o Direito Constitucional fornece ao convívio entre Estados, vêm sendo
elaboradas desde o início do Direito Internacional. Em especial os três aspectos
seguintes são relevantes na articulação de ambas as ordens jurídicas, e que se
manifestarão também nos processos de integração regional.
b) Qual sua posição hierárquica dentro do ordenamento jurídico nacional. Ou seja, caso
haja conflito entre uma norma internacional e outra nacional, a quem caberá a primazia;
Efectivamente países vizinhos são por natureza interdependentes entre ele, e é, mais
provável que partilhe problemas transnacionais. Neste caso qualquer policy que
demonstre eficácia para resolver estes tipos de problemas, deverá ser necessariamente
regional.
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Direito comunitário com o fim da segunda guerra mundial, operou-se uma sensível
mudança de paradigmas no direito. Para o Direito Internacional Público, constitui o
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A criação do direito comunitário- UEO (União da Europa Ocidental, surge pelo tratado
de Bruxelas de 17 de Março de 1948): Benelux, França, Reino Unido, República
Federal da Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e Grécia. AUEA está destinada à defesa
Europeia e às questões militares depois do colapso da CED (Comunidade Europeia de
defesa) era um projecto de união militar da Europa, que fracassou em30 de Agosto
1954, quando parlamento Francês se recusou a ratifica o documento.
É extremamente importante salientar que não existe uma teoria jurídica que
conceptualize o conjunto das relações entre o direito dos processos de integração e os
ordenamentos jurídicos nacionais. Se de um lado, existe as diferenças entre o sistema
supranacional e o intergovernamental dificultam a elaboração de uma tipologia única de
conceitos. Por outro lado, porque o fenómeno da integração regional é relativamente
recente, e desta forma, ao contrário do Direito Internacional tradicional, a formação das
categorias destinadas a coordenar este novo tipo de interpenetração de distintas ordens
jurídicas, ainda encontra-se em elaboração. De modo geral, o Direito emanado dos
processos de integração regional, é dividido em Direito Primário e Direito Secundário.
Por Direito Primário, entendem-se os Tratados Constitutivos e suas alterações. Por
Direito Secundário, as normas editadas pelos órgãos de integração, no exercício de suas
competências executiva, legislativa e judiciária. Em relação aos três aspectos
anteriormente citados, as soluções tradicionais tornaram-se insuficientes e
desenvolveram-se mecanismos diferenciados para conciliar o ordenamento jurídico
nacional com a nova realidade da integração. Em relação à aplicabilidade da norma
comunitária nos sistemas jurídicos nacionais, existem as seguintes possibilidades:
efeito na ordem jurídica nacional. Neste caso, não existe diferença quanto à norma
comunitária e a internacional.
Por sua vez, a posição hierárquica do direito emanado dos órgãos de integração regional
dentro dos sistemas jurídicos nacionais pode ser a seguinte:
Com o fim do sistema bipolar, que teve seu início com a queda do Murro de Berlim,
muda completamente o ambiente no qual as experiências do regionalismo económico
começam a ganhar forças de afirmação. O novo quadro criado oferece ao processo das
integrações ferramentas adequadas, e confirma que o fenómeno é dotado de uma
potencialidade de respostas a demanda de sistema internacional amplo e flexível.
O Direito Comunitário tem por seu lado princípios que norteiam a sua criação e
aplicação. São axiomas próprios do sistema jurídico comunitário, pois são sentidas as
regras comunitárias, e sua aplicação é inevitável no caso de lacuna legal, da mesma
forma que os princípios gerais de direito.
OS TRATADOS COMUNITÁRIOS
b) Estrutura dos tratados: os três tratados institutivos têm uma estrutura semelhante,
que assenta em quatro tipos de cláusulas:
O tratado CECA esteve na origem das actuais instituições da UE. Criada em 1951, após
a Segunda Guerra Mundial, a CECA representou o primeiro passo para uma integração
europeia.
O objetivo deste tratado era contribuir, graças ao mercado comum do carvão e do aço,
para a expansão económica, o emprego e um melhor nível de vida, tal como referido no
seu artigo 2o. Por conseguinte, as instituições deviam assegurar o abastecimento regular
de carvão e aço ao mercado comum, garantindo a igualdade de acesso às fontes de
produção, o estabelecimento dos preços mais baixos e a melhoria das condições dos
trabalhadores. Simultaneamente, dever-se-ia promover o comércio internacional e a
modernização da produção.
Ao criar um mercado comum, o tratado instaurou a livre circulação dos produtos, sem
direitos aduaneiros nem encargos. Proibiu igualmente as medidas ou práticas
discriminatórias, as subvenções, os auxílios estatais ou encargos especiais impostos pelo
Estado e as práticas restritivas.
Estrutura
O Tratado era composto por quatro títulos:
2. As instituições da Comunidade;
4. As disposições gerais.
Instituições
Para assegurar o respeito pela livre concorrência, a Alta Autoridade devia ser informada
de todas as acções dos países da CECA suscetíveis de a falsear. Além disso, o tratado
ocupava-se especificamente dos três casos que podiam falsear a concorrência:
Os acordos; as concentrações; e os abusos de posição dominante.
Os acordos ou associações de empresas podiam ser anulados pela Alta Autoridade se
impedissem, restringissem ou falseassem, directa ou indirectamente, o funcionamento
normal da concorrência.
Embora os salários tivessem continuado a ser da competência dos países da CECA, a
Alta Autoridade, em certas condições, podia intervir em caso de salários anormalmente
baixos e de reduções de salários.
A Alta Autoridade podia atribuir ajudas financeiras a programas destinados a atenuar as
consequências negativas que o progresso técnico da indústria podia ter na mão-de-obra
(indemnizações, subsídios e reconversão profissional).
No que toca à mobilidade da mão-de-obra qualificada, o tratado previa que os países da
CECA deviam suprimir as restrições ao emprego em razão da nacionalidade. Em
relação às outras categorias de trabalhadores, em caso de escassez desse tipo de mão-de-
obra, os países deviam proceder às adaptações necessárias em matéria de imigração para
facilitar a contratação de trabalhadores estrangeiros.
O Tratado abordava igualmente a política comercial da CECA em relação a países
terceiros. Embora mantendo a competência nacional, a CECA dispunha de algumas
prerrogativas, como a fixação das taxas máximas e mínimas dos direitos aduaneiros, e o
controlo da concessão de licenças de exportação e de importação. A CECA tinha
também o direito de ser informada sobre os acordos comerciais respeitantes ao carvão e
ao aço.
A Alta Autoridade podia ainda intervir em casos de dumping, ou seja, a utilização pelas
empresas do carvão e do aço fora da jurisdição da CECA de meios de concorrência
contrários às disposições do tratado e nos casos de um aumento importante das
importações que pudesse causar grave prejuízo à produção da CECA.
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O Tratado de Roma era visto como um tratado base6, onde estavam estabelecidos os
fundamentos da unificação económica. Os seis estados membros, ao assinarem o tratado
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De 25 de Março de 1957
6 “Determinados a estabelecer os fundamentos de uma união cada vez mais estreita entre os povos
europeus, decididos a assegurar, mediante uma acção comum, o progresso económico e social dos seus
países, eliminando as barreiras que dividem a Europa, fixando como objectivo essencial dos seus
esforços a melhoria constante das condições de vida e de trabalho dos seus povos, reconhecendo que a
eliminação dos obstáculos existentes requer uma acção concertada tendo em vista garantir a
estabilidade na expansão económica, o equilíbrio nas trocas comerciais e a lealdade na concorrência,
preocupados em reforçar a unidade das suas economias e assegurar o seu desenvolvimento harmonioso
pela redução das desigualdades entre as diversas regiões e do atraso das menos favorecidas, desejosos
de contribuir, mercê de uma política comercial comum, para a supressão progressiva das restrições ao
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incluída no tratado). Esta cláusula previa uma redução mais rápida dos direitos
aduaneiros, de um Estado relativamente aos outros membros, sempre que as condições
económicas o permitissem. Desta forma, em 1968 chegava-se ao objectivo que se tinha
estabelecido (total desarmamento pautal intracomunitário), com 18 meses de
antecedência relativamente ao prazo que estava estipulado no tratado de Roma.
A grande complexidade das políticas dos Países membros e a celeridade com que foi
constituída a CEE, não permitiu que houvesse regulamentação suficiente (no Tratado de
Roma) relativamente ao Mercado Comum Agrícola. No Tratado de Roma apenas se
definiram alguns fins de carácter pragmático: aumentar a produtividade, tornar possível
um nível de vida equitativo à população rural, estabilizar os mercados, garantir os
abastecimentos e assegurar preços razoáveis para os consumidores. Também foi fixado
no Tratado de Roma o processo de desenvolver a Política Comum. Foi convocada e
realizada a Conferência de Stressa (1958), da qual surgiu o Plano Marshall. Plano este
que se viria a mostrar como base da política agrícola, apareceu em 1962 apresentando as
seguintes disposições: decisões sobre regras de competição; regulamentos financeiros;
decisões sobre preços mínimos; primeiros regulamentos sobre produtos concretos.
Graças à adopção da primeira e segunda série de acordos sobre outros sectores básicos
da economia agrícola da comunidade, existiu em Abril de 1963 uma efectiva
consolidação da política comum. Em 1975, a política comum aplicava-se já a 90% da
produção agrícola da comunidade. A política visava os seguintes objectivos: possibilitar
que a circulação de produtos na CEE fosse idêntica à de um Mercado Comum;
instituição de uma preferência comunitária (que garanta aos produtores europeus
receberem um preço acima do preço mundial, através do pagamento de gravames por
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Ainda não se podia falar de um verdadeiro mercado comum nesta fase, porque ainda
existia um controlo fronteiriço, o que diferenciava as trocas dentro da CEE das
trocas internas. Das fronteiras que se opunham à livre circulação de mercadorias,
poderíamos destacar: fronteiras fiscais; obrigações derivadas do direito de patentes;
monopólios nacionais; diferenças existentes nas legislações aduaneiras.
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“221. The free movement of goods is an important, valuable and possibly indispensable step which has
to be taken before economic integration can be achieved. But it is not the ultimate goal; at best it is the
indispensable precursor. This philosophy is clearly reflected in the Treaties themselves. The Customs
Union was the first objective of the Treaty of Rome. But that it was by no means intended as the last is
clearly demonstrated by the fact that what the Treaty established was the European Economic
Community.” – in the White Paper on the completion of the internal market
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Quanto à primeira categoria correspondia ao trabalho na sua forma mais pura, isto é,
sem acompanhamento de capital. A quarta categoria referida correspondia a capital
puro. As outras duas categorias resultavam de uma combinação de capital e de trabalho.
A nível da integração dos transportes, já existia o útil precedente da CECA (que se tinha
ocupado deste problema no sector concreto do carvão-siderurgia). Tal como aconteceu
para os serviços, houve um programa (regras, condições e outras disposições úteis), se
bem que tenham havido grandes dificuldades.
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“17. This White Paper is not intended to cover every possible issue which affects the integration of the
economies of the Member States of the Community. It focusses on the Internal Market and the measures
which are directly necessary to achieve a single integrated market embracing the 320m people of the
enlarged Community. There are many other matters - all of them important in their own way - which bear
upon economic integration, indirectly affect the achievement of the Internal Market and are the subject of
other Community policies.” – in the White Paper on the completion of the internal market - o que
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demonstra a importância dada, o enfoque concedido ao Mercado Interno como medida de estabilização
desta união de estados europeus.
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Vice-presidente da Comissão da CEE em 1964
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A 5 de Abril de 1970, a CEE deu a conhecer o “Plano Barre”, que visava responder aos
desejos expressos pelos países membros na conferência de Haia (1969), tendo em vista
a criação de uma união económica e monetária. O “Plano Barre” encontrava-se dividido
em três etapas: Fase preliminar (1970-1971); Fase preparatória (1972-1975); Pôr em
prática a união económica monetária.
Relativamente à terceira etapa (a partir de 1976), a comissão concluiu que não era
possível prever o plano de trabalho desta fase, que conduzia à união económica
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União económica é o grau de integração que se distingue do mercado comum por também existir uma
certa harmonização das políticas económicas com vista a um espaço de maior coesão.
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por parte dos países membros; instabilidade cambial (causada pelo fim do sistema de
Bretton-Woods).
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“White Paper on the completion of the internal market” (14 June 1985)
12 Animados da vontade de prosseguir a obra empreendida com base nos Tratados que instituem as
Comunidades Europeias e de transformar o conjunto das relações entre os seus Estados numa União
Europeia, em conformidade com a Declaração Solene de Estugarda, de 19 de Junho de 1983, resolvidos a
pôr em prática essa União Europeia com base, por um lado, nas Comunidades, funcionando segundo as
suas regras próprias e, por outro lado, na cooperação europeia entre os Estados signatários em matéria de
política estrangeira e a dotar essa União dos meios de acção necessários, decididos a promover
conjuntamente a democracia, com base nos direitos fundamentais reconhecidos nas constituições e
legislações dos Estados-membros, na Convenção de Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades
Fundamentais e na Carta Social Europeia, nomeadamente a liberdade, a igualdade e a justiça social,
convencidos de que a ideia europeia, os resultados adquiridos nos domínios da integração económica e da
cooperação política, bem como a necessidade de novos desenvolvimentos, correspondem aos anseios dos
povos democráticos europeus, para quem o Parlamento Europeu, eleito por sufrágio universal, é um meio
de expressão indispensável, conscientes da responsabilidade que cabe à Europa de procurar falar cada vez
mais em uníssono e agir com coesão e solidariedade, para defender com maior eficácia os seus interesses
comuns e a sua independência e fazer valer muito especialmente os princípios da democracia e do
respeito pelo Direito e pelos Direitos do Homem, aos quais estão ligados, para dar em conjunto o seu
próprio contributo à manutenção da paz e da segurança internacionais, de acordo com o compromisso que
assumiram no âmbito da Carta das Nações Unidas, determinados a melhorar a situação económica e
social, pelo aprofundamento das políticas comuns e pela prossecução de novos objectivos, e a garantir um
melhor funcionamento das Comunidades, dando às instituições a possibilidade de exercerem os seus
poderes nas condições mais conformes ao interesse comunitário, e notando que, nos termos dessa
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mercado interno, trouxe também alguns avanços em áreas como: política social,
ambiente, investigação e desenvolvimento, capacidade monetária e coesão económica e
social, alteração das regras de votação (no conselho deixou-se de usar a regra da
unanimidade para passar a uma regra de maioria qualificada). O Acto Único foi bem
aceite, porque se sentia a necessidade de criar um mercado que rivaliza-se com os EUA
e Japão, porque a Europa não estava a conseguir explorar na totalidade o seu mercado
interno (cerca de 320 milhões de pessoas).
- A segunda fase, que se poderia denominar por fase de transição, ficou marcada (no
domínio monetário) pela criação do Sistema Europeu de Bancos Centrais. A principal
função deste sistema era atenuar os efeitos da passagem para uma política monetária
comum, tornando-se necessário para isso a harmonização de certas disposições (caso
das reservas obrigatórias ou acordos de pagamento).
- A última etapa começou com a passagem às paridades fixas. Durante esta etapa as
moedas seriam substituídas por uma moeda comunitária única. No decurso desta etapa o
sistema ficou com o poder de: formular e aplicar a política monetária; tomar decisões
Uma primeira fase transitória, que se prolongou até 31 de Dezembro de 1993. Durante
esta fase verificou-se a coordenação da política económica. Assistiu-se a uma
liberalização dos movimentos de capitais dentro do SME e um reforço da convergência
das políticas dos estados membros. No decorrer desta fase também foi implementada a
vigilância multilateral, isto foi conseguido devido aos programas de convergência de
médio prazo e à supervisão dos principais agregados económicos.
Actualmente (e para terminar) podemos dizer que: O mercado interno é uma das
maiores realizações da União Europeia. Gradualmente, as restrições ao comércio e à
livre concorrência foram sendo eliminadas entre os Estados-Membros, o que teve como
consequência a melhoria dos níveis de vida.
O mercado interno ainda não se tornou um espaço económico único. Alguns sectores de
actividade (serviços públicos) continuam a estar sujeitos às leis nacionais.
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É constituído pelos actos unilaterais das instituições tomados em aplicação das regras
dos tratados. Direito comunitário derivado é um autêntico direito de legislar porque é
produzido de forma autónoma por parte das instituições.
DIRECTIVA COMUNITÁRIA
A directiva obriga à transposição por parte dos Estados, impõe um fim, mas como
atingir esse fim, fica à discricionariedade dos Estados. O órgão competente para emanar
directivas, regra geral é o Conselho.
A directiva é um método de legislação por etapas. Vincula o Estado-membro quanto ao
resultado, deixando os destinatários escolherem a forma e os meios para alcançar aquele
fim. Vincula quanto ao fim, estabelece um resultado que no interesse comunitário deve
ser alcançado, mas permite que cada Estado escolha os meios e formas mais adequados
para alcançar aquele fim, aquele resultado.
O que caracteriza a directiva comunitária?
Em princípio não possui carácter geral (ao contrario do regulamento), porque a directiva
vincula um ou mais Estados-membros. A directiva possui a característica da
generalidade de forma indirecta depois de transposta para o direito nacional, passa a ser
aplicado a um número indeterminado de pessoas.
a) Obrigatoriedade de resultado e liberdade de escolha de forma e meios: a
directiva é um instrumento privilegiado de harmonização das legislações, tendo como
objectivo um fim comum. A directiva consagra um fim que os Estados têm de cumprir.
Esta obrigação decorre dos arts. 249º e 10º TCE.
Quanto à escolha da forma os Estados são livres para escolher o acto jurídico da
transposição da directiva. As directivas comunitárias são transpostas obrigatoriamente
para lei ou decreto-lei. Quanto à escolha dos meios, tem a ver com a escolha das
medidas concretas susceptíveis de conduzir ao resultado imposto pela directiva.
Como características essências da directiva:
A directiva só pode impor uma obrigação de resultado, nunca pode impor uma
obrigação de meios;
As directivas são cada vez mais minuciosas e parecidas com os regulamentos
comunitários, privando os Estado das escolhas dos meios.
b) Aplicabilidade imediata das directivas comunitárias – consequências:
A Prof. Sardinha entende que as directivas gozam de aplicabilidade imediata porque a
transposição da directiva é um mero acto de execução.
É possível a um particular invocar as disposições da directiva em três casos:
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1) No caso do Estado não cumprir com a sua obrigação, com a não transposição o
Estado está a prejudicar os cidadãos;
2) Se a directiva lhe atribuir um direito que ele possa fazer valer em juízo;
3) Para verificar se existiu uma correcta escolha da forma e dos meios para a execução
daquela directiva.
Os particulares podem invocar em juízo o disposto na directiva, desde que ela tenha o
direito que eles possam fazer valer em juízo.
DECISÕES COMUNITÁRIAS
Nos termos do art.º 249º TCE a decisão é obrigatória em todos os seus elementos para
os destinatários a designar.
O objectivo da decisão é o de dar aplicação prática das regras dos tratados aos casos
individuais.
RECOMENDAÇÕES E PARECERES
Não têm carácter obrigatório, a sua influência é na maior parte dos casos indirecta, uma
vez que contribui para orientar as legislações dos Estados-membros.
Têm uma função de integração de lacunas de outros actos comunitários com carácter
obrigatório, não são vinculativos, não impõem obrigações para os seus destinatários
(art.º. 249º in fine, 253º e 254º TCE).
Conselho Europeu
Foi criado no congresso de Haia em 5 de Maio de 1949 (44 Países). Nesta organização
há uma espécie de integração do tipo da EU, porque os Estados-Membros são alvo de
crítica quando violem os direitos Humanos, e, porque o tribunal Europeu dos Direitos
do Homem condena qualquer Estado-Membro, mesmo os mais poderosos; a sua função
é a defesa dos direitos do homem.
Com a fusão de 1965, dando origem a órgãos únicos para aquelas comunidades que
passaram a ser: um Conselho único, uma Comissão única das Comunidades Europeias,
conhecido como tratado de fusão, passado a existir um Conselho, uma Comissão, um
Tribunal e uma Assembleia únicos para três Comunidades. Isto deu origem à União
Aduaneira em 1 de Julho de 1968, abolindo todas barreiras aduaneiras nacionais, para a
existência aduaneira comum.
O tratado de Roma teve implicações, como resultado da integração, exigiu que os actos
ou formas jurídicas fossem uniforme, afim de garantir a coesão jurídica dos interesses
almejados. Exigindo a coerência e uniformidade ou aquilo que veio a chamar-se de
primazia ou aplicabilidade do Direito Comunitário.
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Órgãos Comunitários
São aqueles que manifestam a vontade ou sendo entes que executam os fins
fundamentais ou primários da Comunidade, Parlamento Europeu, Conselho, Comissão,
Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas. Vide nº1 artigo 7º do Tratado de Roma.
Estes são órgãos primários para garantir os fins ou atribuições da Comunidade, órgãos
de natureza política e fiscalizadora (Parlamento), Órgãos Legislativo e Executivo
(Conselho e Comissão), Órgãos Judicias (Tribunais de Justiça e de Contas).
Existem órgãos coadjutores com fins consultivos como comité económico e social e o
comité das Regiões vide nº2 do artigo 7º já referido.
Parlamento Europeu
Os estados são livres de escolher o seu sistema eleitoral. O Parlamento Europeu (PE),
eleito a cada cinco anos pelos cidadãos da UE nas eleições parlamentares europeias, é a
única assembleia parlamentar multinacional eleita por sufrágio universal no mundo.
Embora fundada somente como uma assembleia consultiva, as competências
legislativas do Parlamento Europeu aumentaram significativamente a partir do Tratado
de Maastricht (1993). Hoje, juntamente com o Conselho, é um órgão legislador da
União Europeia. A organização do PE, assemelha-se bastante à de um parlamento
nacional. Escolhe a sua mesa e elege o seu Presidente por dois anos e meio, e os
deputados constituem-se em grupos políticos. O número mínimo para constituir um
grupo é de 29 se pertencem a um único estado, 23 (dois Estados), 18 (três Estados), 14
(quatro e mais).
Comissão Europeia (CE) representa o poder executivo da UE, mas também está
envolvida na legislação. É uma instituição politicamente independente que representa e
defende os interesses da União como um todo, propõe legislação, políticas e programas
de ação e é responsável pela execução das decisões do Parlamento e do CUE. A
Comissão tem o direito exclusivo de iniciativa no processo legislativo, ou seja, propõe a
nova legislação da UE, mas são o Parlamento Europeu e o Conselho que a adoptam.
Tribunal de Justiça
Os juízes e advogados gerais são escolhidos de comum acordo, pelos governos dos
Estado-Membros, entre personalidades independentes susceptíveis de ocuparem no seu
país as mais altas funções jurisdicionais, os particulares têm um acesso limitado ao
tribunal contra as decisões individuais de seu destinatário. Os outros órgãos
comunitários ou estados podem recorrer ao tribunal para lhe solicitar que sancione uma
violação do Direito Comunitário. As jurisdições estatais também podem recorrer ao
Tribunal para o interrogar sobre uma interpretação do direito. Pela sua acção, o Tribunal
participa na construção europeia. Por decisão do Conselho de 24 de Outubro de 1988,
foi criado um Tribunal de primeira instância das comunidades Europeias, que fará parte
integrante do Tribunal de Justiça no plano institucional e cujo papel é reduzir a carga de
trabalho deste (art.º220 à 245 TCE).
Tribunal de Contas
O Tribunal de Contas Europeu, é uma instituição, que apesar do nome, não tem poder
judicial. Em vez disso, ele garante que os fundos dos contribuintes do orçamento da
União Europeia, foram corretamente gastos. O órgão faz um relatório de auditoria para
cada exercício, ao Conselho e ao Parlamento. O Parlamento usa isso para decidir se
aprova o Orçamento. O Tribunal também dá opiniões e propostas sobre legislação
financeira e acções anti-fraude. É a única instituição que não é mencionada nos tratados
originais, tendo sido criado em 1975. Ela foi criada como uma instituição independente,
devido à sensibilidade da questão da fraude na União Europeia. É composto por um
membro de cada Estado designado pelo Conselho de seis em seis anos. A cada três
anos, um deles é eleito para ser o presidente do tribunal.
O Banco Central Europeu tem ainda o direito exclusivo de autorizar a emissão de notas
de bancos na Comunidade, bem como autorizar bancos nacionais quando tenham moeda
própria vide artigo 106 do TCE.
O comité das regiões foi criado pelo Tratado de Maastricht, composto por
representativo das colectividades locais, dispõe apenas de um poder consultivo, vide
artigo 263 TCE.
As agências são filiais de outras instituições, mas com autonomia funcional, geralmente
qualificadas em áreas especializadas da gestão delegada.
Órgãos de garantia
Órgãos interinstitucionais
Política Monetária;
Política Económica;
Política Social;
Política Regional;
Política Ambiental;
Política Fiscal;
Política de Concorrência.
Politica Económica: Esta visa essencialmente a coordenação das políticas dos Estados
Membros a curto prazo, a sua orientação a médio prazo e a solidariedade financeira
comunitária tanto a curto prazo. A política económica segue o destino da maior parte
das políticas comunitárias, Estas apesar de que vagamente são prevista no tratado de
Roma, mas esta por sua vez é indispensável à realização desta união mais do que outras
políticas comunitária, porque ela é um dos seus dois aspectos.
Para que o mercado comum se pareça em tudo com um mercado interno, é preciso que
as políticas económicas seguidas pelos estados membros, entre outras, sejam coerentes.
A coordenação obrigatória das políticas económicas implica concessão no plano da
soberania nacional. Mas as concessões são, cedências mútuas, quando um estado
renuncia ao direito de tomar isoladamente certas medidas de política económica que
pode prejudicar os interesses dos seus parceiros, obtém em contrapartida o direito de
exigir deles que lhe façam o mesmo no que respeita aos seus próprios interesses, e tendo
em conta estes procedimentos que a comunidade económica europeia passou a
prosseguir.
Politicas Regionais; A noção de política regional, que tem como fim a criação, a
organização e a gestão das condições de localizado das actividades económicas, data do
após guerra. Deriva da constatação de que, contrariamente aos factores naturais
existentes, tais como o clima, a situação geográfica e os recursos do subsolo, uma
política voluntarista conduzida pelas autoridades públicas pode influenciar as condições
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Do ponto de vista jurídico a política regional encontra o seu respaldo nos tratados que
instituíram a C.E.C.A e a C.E.E, estes por sua vez reconhecem a existência de
disparidade regionais e têm em conta os problemas de algumas regiões da comunidade.
O artigo 56º do tratado de Paris dá à alta autoridade a possibilidade de facilitar o
financiamento dos programas de criação de novas actividade economicamente sãs e
susceptíveis de assegurar o reemprego produtivo da mão-de-obra, tornara disponível
pela introdução de processos técnicos ou de novos equipamentos na indústria do carvão
e do aço. O tratado de Roma declara, no seu preambulo, que os signatários se
preocupam em reforçar a unidade das suas ecomimias e em garantir o seu
desenvolvimento harmonioso mediante a redução das desigualdades entre as diversas
regiões e o atraso das menos favorecidas, e no seu artigo 2º, que CEE, tem por missão,
entre outras, promover um desenvolvimento harmonioso das actividades económicas no
conjunto da comunidade. O artigo 39º assegurava que, na elaboração da política
agrícola comum e dos métodos especiais que ela poderia implicar, se teria em conta a
natureza particular da actividade agrícola, decorrente da estrutura e das disparidades
estruturais entre as diversas regiões agrícolas.
O artigo 75º estipula que em derrogação do processo de decisão por maioria qualificada,
das disposições relativas aos princípios do regime dos transportes e cuja aplicação seja
susceptível de afectar gravemente o nível de vida e o emprego de certas regiões, são
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adoptadas pelo conselho deliberado por unanimidade. Por fim o artigo 80º diz que a
comissão examina os preços e condições dos transportes feitos no interior da
comunidade, tendo particularmente em conta as exigências de uma política económica
regional adequada, as necessidades das regiões subdesenvolvida e os problemas das
regiões gravemente afectada por circunstâncias políticas.
Quase todas as actividades humanas e todos os processos industriais têm uma incidência
sobre o meio natural, seja por poluição do ar e da água, seja por causa dos ruídos, seja
pela destruição dos lugares e das paisagens. Só muito recentemente se teve a percepção
muito avançada. Torna-se difícil fazer o enquadramento jurídico desta política na
medida em que os tratados que criaram a comunidade não previam a competência geral
dos órgãos comunitários no domínio do ambiente, isto é, na época da redacção, os
problemas do ambiente ainda não tinha atingido o primeiro plano das preocupações dos
dirigentes europeus. Todavia o tratado Euratom contem disposições que permitem
organizar a protecção dos trabalhadores e das populações contra o risco nuclear numa
base europeia.
Política Fiscal; Os sistemas fiscais dos países que iriam formar a C.E.E, eram muito
diferentes uns dos outros, tantos nas estruturas como nas taxas dos impostos. O tratado
da C.E.E, era muito prudente em matéria de harmonização fiscal, o que pretendia numa
primeira instância era a restauração e o respeito da regra da neutralidade fiscal igual da
produção interna e das importações provenientes dos países membros.
A política fiscal encontra o seu tratamento jurídico no tratado de Roma, este por sua vez
consagra cinco artigos as disposições fiscal, quatro (art.95.º e 98.º), estabelecem a regra
da neutralidade fiscal nas trocas comerciais comunitárias. O regime aplicável às
importações está previsto no artigo 95º, que proíbe os estados membros de onerar
directa ou indirectamente os produtos dos outros Estados membros com tributos
internos, seja qual for a sua natureza, superiores àqueles que oneram directa ou
indirectamente os produtos nacionais similares. No que respeita aos produtos
exportados para outros estados membros, o artigo 96.º dispõe que não pode beneficiar
de nenhuma restituição de contribuições internas superiores às contribuições que
atingiram directa ou indirectamente. O artigo 97º prevê a possibilidade de se recorrer a
fixação de taxas medidas para o cálculo das medidas de compensação nas fronteiras, em
caso de percepção do imposto de transacções segundo o sistema de imposto cumulativo.
Politica concorrência; Esta política vela pelo comportamento competitivo das empresas
e protege os interesses dos consumidores, permitindo-lhes obter os bens e os serviços
nas melhores condições. Evitando que a divisão dos mercados seja restabelecida por
meio de ententes internacionais. Criar para a indústria europeia o contexto jurídico e as
condições económicas que lhe permitam desenvolver-se e modernizar-se para fazer face
á concorrência internacional.
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Hoje já vigora a nível da União Europeia a união aduaneira, alias a União Europeia
surgiu como resultado do processo saturado de integração. Como pudemos verificar o
cumprimento de certas regras advindas de tratados possibilitam o amadurecimento da
integração regional.
Esta organização tem os seus primórdios nos esforços desenvolvidos por nacionalistas
Africanos dos anos 50 e 60. Estes preconizando a unidade de África, estabeleceram os
seguintes objectivos para organização:
Promover a unidade e a solidariedade dos estados africanos;
Coordenar e intensificar a sua cooperação e esforços;
Conquistar uma vida melhor para os povos de África;
Defender a sua soberania integridade territorial e independência nacional;
Desenvolver a cooperação internacional, dando atenção particular à Carta das
Nações Unida e à Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Estes objectivos constituíam os elementos definidores da futura organização, é neste
sentido que a organização de Unidade a Africana foi fundada a 25 de maio de 1963 na
Etiópia (Adis Abeba que ficou a sede). Para prosseguir os objectivos estabelecidos a
carta da organização de unidade africana tem como princípios da:
Igualdade soberana de todos os países membros;
A resolução pacífica dos conflitos;
Não ingerência nos assuntos internos dos estados;
O não-alinhamento.
Carta Africana também definia os seguintes órgãos da organização
Assembleia dos Chefes de Estados e de Governo: é o órgão supremo da OUA. Os
chefes de Estados ou os seus representantes devidamente acreditados, reúnem
anualmente para discutirem assuntos de interesse comum; interpretar a carta da
organização, podendo inclusivamente emenda-la quando achar necessário. Constitui
quórum suficiente para qualquer reunião da Assembleia dois terços da totalidade dos
seus membros;
O Conselho de Ministros: é o corpo executivo subordinado à assembleia dos
Chefes de Estados e de Governo. É composto pelos Ministro dos Negócios
Estrageiros.
O Secretario Geral: constitui o terceiro órgão da organização e é dirigido por um
Secretário-geral Administrativo que executa as decisões da Assembleia dos Chefes
de Estado e o Conselho de Ministro. Os órgãos anexos são a comissão económica e
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É sobre estes princípios que a União Africana, vai prosseguir os objectivos que
estabeleceu no artigo 3º, sobre este modelo a União dispõe dos seguintes órgãos da
União.
Conferência da união;
O conselho Executivo;
O parlamento Pan-Africano;
O Tribunal de justiça;
A comissão;
O comité de representantes permanentes;
Os comités técnicos especializados;
O conselho Economico, social e cultural
As instituições financeiras, bem como outros órgãos que a conferência da União
decida estabelecer.
As Instituições
Como instituições atende-se aos organismos criados para responderem às atribuições da
SADC, manifestam a vontade através de deliberação ou decisões regulando toda
actividade da SADC.
As instituições previstas no nº 1 e 2 do artigo 9 do tratado consolidado da SADC são:
A cimeira dos chefes de estado ou de governo
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A Troika
O artigo 9º do tratado acima referido fala de troika, sendo um organismo que resulta
num triunvirato (conjunto de três pessoas), responsáveis pelos organismos da SADC
como: Cimeira, Órgão, Conselho, Comité Integrado de Ministros e Comité Permanente
de altos Funcionários vide nº 1 do artigo já referido.
Órgão Principias
A cimeira: é o órgão mais representativo e político da SADC, sendo constituído por
legitimo representantes dos estados – membros que, são chefes de estados ou governo
consoante o sistema de governo constitucional de cada estado. É o que vem consagrado
no nº 1 do artigo 10º do tratado consolidado. Toda dinamização politica e
regulamentação ou efectivação dos objectivos dependem da cimeira. Ela elege um
Presidente e um Vice-Presidente, de entre os seus membros, vide nº 3 e 4 do já referido
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artigo 1º. Reúne pelo menos duas vezes por ano. Elege um secretário executivo da
SADC e um Adjunto, sob recomendação do conselho, vide nº 7 e artigo 14º. As suas
deliberações são tomadas por consenso e são vinculativas vides nº9 do artigo 10º.
Conselho
É um dos órgãos fundamentais por resultar da concertação intergovernamental,
responsável pelos Negócios estrageiros ou ralações exteriores, ela exerce todas acções
necessárias para execução, dinamização das políticas, resoluções, protocolos ou
regulamentos aprovados pela cimeira. Tem um presidente e um vice, nomeados pelos
estados membros com os mandatos, respectivamente, da presidência e da vice-
presidência da SADC, vide nº1,2 e 3 do artigo 11. Ela reúne pelo menos quatro vezes
por ano, subordina-se à cimeira, recomenda a cimeira a admissão de novos membros
vide nºs 4 a 7 do artigo 11º.
Tribunal
Tem funções jurisdicional para interpretar o Tratado e outros diplomas, dirime os
litígios a ele submetido, vide artigo 16º do tratado consolidação da SADC.
São órgãos auxiliares ou coadjutores por serem criados e subordinados aos órgãos
fundamentais cimeira, para o cabal exercício e execução das tarefas atribuídas
(Conselho e Comité Integrado de Ministros).
Secretariado
É o órgão executivo da SADC, cabendo as tarefas técnicas e burocráticas para a
realização das atribuições da SADC. Ela exerce, zela pela efectivação dos objectivos ou
torna-as real, implementa, consulta os governos dos estados Membros, é o verdadeiro
Governo ou executivo da organização, vide artigo 14º do diploma acima referido. É
dirigido por um secretário Executivo, com a função semelhante aos dos Primeiros-
Ministros dos governos dos estados com o sistema de Governo Parlamentar 14º e 15º. O
mandato do secretariado executivo e adjunto é de quatro anos, sendo responsáveis
perante o conselho, nomeado pela cimeira mediante recomendação do conselho, vide
nº7 do artigo 10º.
existe um linguajar que levante equívocos jurídicos por razões de Direito Internacional
e de políticas económicas, existindo um conjunto ou multiplicidade de áreas para
integração, começando com a mera cooperação sem prejuízo de novas áreas deliberados
pelo conselho vide nº1, 2 e 4 do artigo 21º do Tratado Consolidado da SADC. As áreas
vão da segurança alimentar, terra e agricultura, infra-estruturas, serviços, comércio,
indústria, finanças, investimento, minas, desenvolvimento social e humano e programas
especiais, informação, cultura, politica, diplomacia, relações internacionais, paz e
segurança. Há uma cláusula geral aberta por admitir a possibilidade de outras áreas.
Vide nºs 3 e 4 do artigo 21º do Tratado. As políticas da SADC parecem ser excessivas e
podendo descoordenar os objectivos da SADC. Não é possível congregar interesses tão
diversos e políticas numa organização que não tenha clarificado as prioridades a curto,
médio e longo prazo. Só com políticas definidas e meios financeiros disponíveis
podemos ver os projectos e programas da SADC executados, pois o excesso de
burocracia das viagens dos peritos, governantes e outros especialistas levante questões
de racionalidade e eficiência dos objectivos preconizados.
Política comercial está prevista num instrumento específico, este protocolo cria as bases
para garantir o liberalismo comercial intra-regional para os negócios vantajosos e
serviços numa perspectiva de equidade e benefícios mútuo, garantindo uma produção
eficiente numa dinâmica comparativa com vantagens entre os estados membros. Esta
política procura também fomentar o clima de investimento interno e estrageiro,
aumentado o desenvolvimento económico e diversificação e industrialização na Região.
A eliminação das barreiras comercias é uma forma de integração económica, facilitam
deste modo a circulação de mercadorias, liberta os comerciantes ou empresários de
taxas que encarecem a mercadoria, aumenta a oferta dos produtos diminuindo deste
modo o preço final pago pelo consumidor, vide artigos 2º e 3º do Protocolo sobre o
comércio, de 24 de Agosto de 1996. A questão da eliminação das barreiras comerciais
levanta várias questões económicas, exigindo dos estados membros maior
responsabilidade sob pena de domínio do mercado por aqueles que detém mais
tecnologia ou indústria e serviços organizados como África do Sul, dando origem ao
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dumping (oferta de produtos a baixo preço, para meio ou longo prazo, dominar ou
monopolizar o mercado).
Este Protocolo pode ter o condão de procurar criar uma identidade académica e
consequentemente técnica e cultural, mas ela pode enfermar o processo de combate ao
analfabetismo se não for gradual, quanto à adaptação dos curricula em matérias socias,
salvo em questões tecnológicas ou engenharias. A criação de bolsas de estudos para os
desfavorecimentos e a sua protecção especial nas admissões, é uma grande conquista
por tender pela inclusão vide alínea C) nº3 do artigo 7º, do Protocolo, bem como a
criação de Centros de Especialização procurando adequar a ciência às especificadas
regionais vide alínea E) do artigo 7º.
A SADC criou uma política específica para a política Defesa e Segurança desde 14 de
Agosto de 2001; procura-se a garantia da estabilidade política na região, criada por falta
de Estado assente no direito e na democracia, ofensa à soberania dos estados e conflitos
internos, promoção de uma política externa nos fórum internacionais, promoção de
instituições políticas e valores comuns, coordenar a cooperação nas áreas defesa e
segurança, combater a criminalidade transnacional, promoção de uma abordagem para a
segurança interna, promover o respeito pelos tratados e convenções relativo ao controlo
de armas e o desarmamento. Vide artigo 2 do Protocolo em análise.
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Parece que devia haver mais realismos nas questões de segurança, não bastam as armas,
mas também o acesso aos bens, inclusão distribuição equitativa da renda e políticas de
solidariedade.
São questões que tangem com a soberania que existem mais estudos e eficiência,
prudência ou mais maturação por situações de extrema exclusão dos populares de etnias
minoritárias com apoios externos.
Este pacto resulta do Protocolo sobre a Cooperação nas áreas de política, defesa e
segurança, que prevê no seu nº 2, alínea h) do artigo 2º, o estabelecimento de um Pacto
de Defesa Mútua. Este Pacto, foi assinado em Dar Salam, no dia 26 de Agosto de 2003.
O objectivo do protocolo é de dotar a SADC de mecanismos para cooperação mútua de
defesa e segurança, garantindo deste modo a resolução de conflitos por via pacifica,
resultante do Direito Internacional vide artigo 2º e 3º do Pacto. As questões das
fronteiras são o grande dilema da estabilidade social dos Estados africanos por razões
históricas, económicas e políticas, influindo na estabilidade da soberania dos Estados da
Região. O pacto prevê a prontidão militar através da cooperação individual e
colectivamente assistência contínua para a defesa e a manutenção da estabilidade e
segurança, resultante da ameaça que representar um Estado, consultando o Estado
ameaçador, caso não resultar deve o Presidente do Órgão constituir uma missão para
efeito de investigação.
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A ameaça resulta do ataque armado contra ouro Estado Parte da SADC, como uma
ameaça à paz e segurança regional.
As partes, devem guardar sigilo sobre os dados obtidos para efeito de cooperação
quando classificado; vide artigo 12º do Pacto. Os conflitos que resultarem da aplicação
do Pacto serão solucionado por via da negociação, caso contrário cabe ao Tribunal da
SADC; vide artigo 13º do PACTO de Defesa.
Este Protocolo tem natureza judiciária para o combate ao crime organizado, é uma
forma de garantir uma cooperação entre as autoridades judiciárias
Este protocolo não admite efectivar a cooperação em matérias que tenham natureza
política ou que não sejam condenadas como crime no Estado requisitado; vide nº 1 do
artigo 6º.
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Os Direitos Humanos são um dos grandes dilemas da região, facto resultante da cultura
de violência colonial e pós colonial manifestado pelas acções do Apartheid e pelos
regimes de vários estados da região fazem referencia aos referidos Direitos, mas a
prática ou omissão é gritante no tocante a intolerância política, tribalismo, racismo e
consequente exclusão social e politica de todos aqueles que sejam diferentes ao discurso
do status quo, é chocante como os regimes legalizam actos considerados gritantes e
tangendo à barbárie, como o excesso de não ingerência quando as acções de um Estado
membro toca a dignidade da pessoa humana mais básica.
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Como quórum está-se a ter em conta o número de Estados-membros que devem estar
presente para o início das reuniões das instituições. É um requisito formal para
manifestar a importância das suas deliberações que podem afectar Estados soberanos, o
nº para o quórum é de dois terços dos seus membros, sendo as decisões ou deliberações
serem manifestadas por consenso; vide artigos 18 e 19º, bem como o n.º 9 do artigo 10º,
nº 6 do artigo 11º, nº 7 do artigo 12º, nº 7do artigo 13º do Tratado.
Pode ser proprietária de património próprio, imóvel ou móvel, celebra contratos ou pode
ser parte de contratos necessários aos seus fins em cada território do Estado membro,
sendo autónomo das suas instituições, salvo as matérias de cooperação; vide artigos 3º e
17º do Tratado SADC consolidado.
Protocolos e Regulamentos
O tratado prevê a aprovação dos regimentos dos órgãos, são matérias de organização
internas dos órgãos colegiais, prevendo as competências dos órgãos e seus titulares,
direitos e deveres dos membros quanto às matérias ou competências do organismo.
A SADC aprova regulamentos financeiros e outras normas jurídicas para a gestão dos
assuntos correntes da organização, os regulamentos serão submetidos ao Conselho que é
constituído por Ministros para aprovação; vide artigo 30º do Tratado. Os Estatutos têm
haver com normas que regulam a orgânica e os direitos e deveres do pessoal dos
serviços ou órgãos necessários da SADC.
A SADC pode ser dissolvida, fim, “morte da SADC” através de uma Resolução,
aprovada por três quarto de todos membros prevendo o tratamento do passivo e
alienação do activo, sendo a proposta preliminar apresentada por qualquer membro ao
conselho, desde que não seja apresentada à Cimeira, num prazo de doze meses até que
todos Estados sejam notificados.
Definição:
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São associações de países, em geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem
relações comerciais privilegiadas entre si e actuam de forma conjunta no mercado
internacional” O primeiro bloco econômico apareceu na Europa, actual União
Europeia).
Destaques:
1)- Um dos aspectos mais importantes na formação dos blocos económicos é a redução
ou a eliminação de alíquotas de importação, com vistas à criação de livre comércio;
O MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul, formado em 1991 pelo Tratado de Assunção, é composto
por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, visando estabelecer uma zona de livre
comércio. Desde a sua criação até hoje, o MERCOSUL promoveu um enorme
crescimento no comércio entre esses quatro países membros, sendo o mais importante
mercado comum da América Latina e provavelmente de todo o sul do planeta.
Congrega 215,9 milhões de pessoas e um PIB um pouco superior a 1,1 trilhões de
dólares. Hoje está mais para uma união aduaneira. Tem como países associados a
Bolívia e o Chile, os quais deverão logo fazer parte como membro do bloco.
NAFTA (North American Free Trading Agreement ou Acordo de Livre Comércio da
América do Norte).
Fazem O parte do bloco os Estados Unidas, o Canadá e o México, assinado pelos três
países em 1993. Em conjunto, eles somam 370 milhões de habitantes, que,
normalmente, são consumidores de elevado poder de compra. Possui um PNB superior
a 7 trilhões de dólares. Representa uma expressão da denominada Doutrina Monroe
(1823): A América para os Americanos. A tendência é caminhar para o estabelecimento
de uma área de Livre Comércio em toda a América, a ALCA. Prazo para eliminação das
barreiras alfandegárias: 15 anos.
ALCA (Área de Livre Comércio para as Américas). Surgiu em 1994 visando eliminar as
barreiras alfandegárias entre os 34 países da América, excepto Cuba. O prazo mínimo
de sua formação é de sete anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores
blocos comerciais do mundo, com um PIB de 10,8 trilhões de dólares e uma população
de 823,2 milhões de habitantes. Os EUA propõem a implementação imediata de acordos
parciais, com abertura total do mercado em 2.005.O Brasil e o Mercosul prevêem
grandes dificuldades na adaptação de suas economias a essa integração em preferem dar
início ao processo em 2.005. O que se denomina de O.I. supranacional.
A APEC (Associação de Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico)
São quinze membros fundadores da APEC: Japão, Estados Unidos, China, Canadá,
Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Singapura, Brunei, Malásia, Indonésia, Filipinas,
Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul. Também o México e o Chile foram aceites,
mas na condição de futuros membros.
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Ainda cita-se o Peru, Federação Russa e Vietnam. Visa a implantação de uma zona de
livre comércio até 2020. Abertura de mercado entre 20 países. Respondem por metade
do PIB mundial e 40% do Comércio mundial.
A CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Constituída pelos países originários
da ex-União Soviética (com excepção das três nações bálticas), cujos membros
totalizam doze Estados: Rússia, Ucrânia, Arménia, Geórgia, Cazaquistão, Moldávia,
Bielorrússia e outros. Criada em 1991.
Esses países tentam reconstruir suas economias e criar um mercado comum inspirado
no exemplo da Europa, pois a interdependência que possuem é muito grande (estradas,
oleodutos em comum, indústrias que utilizam matérias-primas de países vizinhos,
décadas de comércio prioritário entre si, etc.). Prevê a centralização das forças armada
de uma moeda comum: o rublo.
OEA (Organização dos Estados Americanos). Fundada em 1948, conta com a
participação de 35 nações do continente americano. Tem como objetivos principais a
integração econômica, a segurança (combate ao terrorismo, tráfico de drogas e armas),
combate a corrupção e o fortalecimento da democracia no continente.
ANTECEDENTES
ÓRGÃOS
Assembleia Geral
Composta por todos os membros da Organização, cabendo a cada Estado membro
apenas um voto. (Art.18º, n.º1). É o principal órgão deliberativo da ONU e por isso,
visto como seu órgão central. Originalmente, não era permanente. Em 1997 possuía 185
membros.
Reúne-se uma vez ao ano. Convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de
Segurança ou da maioria dos Estados-membros.
Possui 7 (sete comissões). Decisões em geral: maioria simples. Decisões mais
importantes: maioria de 2/3.
Conselho de Segurança
Era originalmente composto por 11 membros, dos quais 5 membros permanentes (EUA,
Reino Unido, França, Rússia e China). A partir de Janeiro de 1966 foi alargado para 15
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membros, sendo cinco permanentes e dez não permanentes, eleitos de dois em dois anos
pela Assembleia Geral, tendo em conta uma repartição geográfica equitativa (5
africanos e asiáticos; 1 da Europa oriental; 2 da América Latina; 2 da Europa ocidental);
A votação é feita por maioria qualificada, ou seja, nove votos afirmativos em quinze.
Nas questões processuais, os votos têm o mesmo peso. Quanto a outras questões, essa
maioria tem que ter incluída os cinco membros permanentes, os quais têm o direito de
veto.
A presidência é assegurada rotativamente pelos seus membros pelo período de um mês.
Competência: sua competência é a manutenção da paz e segurança internacionais,
recomendação prévia no caso de admissão, suspensão ou exclusão de membros e
nomeação do Secretário-geral para, ser submetida à Assembleia Geral. O C.S. também é
assistido por um Comité de Estado-Maior. O Conselho de Segurança é o único Órgão
que tem poderes de tomar decisões que os membros têm obrigação de aplicar.
O Conselho de Tutela
Foi criado para superintender a administração dos territórios sob tutela. Já teve maior
importância quando havia muitos territórios nesta condição, geralmente subordinados à
tutela de uma grande potência, a qual exercia a tutela dum território, transitoriamente,
até a sua independência.
Sobre os assuntos que lhe compete, dirige recomendações à Assembleia Geral, aos
Estados-membros da ONU e às agências especializadas. Está em sua competência
ainda, preparar projectos de Convenções, convocar Conferências Internacionais posto
que não tenha poderes próprios de decisão.
Antecedentes
julgamento. “Os 20.000 (vinte mil) acusados, foram reduzidos para 895, porém, o
procurador-geral Alemão concluiu ser impossível julgar um número tão grande de réus,
e o número foi reduzido para 45. Destes 45, somente 21 foram julgados. Destes 21, 13
foram condenados a pena máxima de 3 anos” (Aragão, Selma Regina, p.69. v. C)- A
impunidade repetiu-se em relação aos turcos. Os militares turcos foram responsáveis
pelo massacre de 600.000 (seiscentos mil) Arménios, segundo a comissão que
investigou as violações das leis e costumes da guerra. Não foram julgados e no Tratado
de Lausanne/1927, os militares turcos foram amnistiados (razões de conveniência
político-estratégicas: os turcos eram necessários para impedir a passagem de navios
soviéticos para o Mar Mediterrâneo).
O Tribunal de Nuremberga (e o Tribunal de Tóquio)
a) Funcionamento: 20 de Novembro de 1945 a 30 de Setembro de 1946.
b) b) Local: cidade alemã de Nuremberg (“cidade das 100 torres”). Foi a “Capital
espiritual do nazismo”. Em 1935 Hitler promulgou ali as leis contra os judeus. Ali
Hitler também previu que o seu reich duraria mil anos.
c)- Delitos colocados em julgamento:
1)-Plano Comum ou Conspiração (Conspiracy, direito anglo-americano).
2)-Crimes contra a Paz. Refere-se à direcção, preparação e ao desenvolvimento de uma
guerra de agressão, bem como ao seu prosseguimento (previsto no Pacto Briand-Kellog
firmado em Paris, 1928, mas sem cominação de sanção).
3)-Crimes de Guerra: Violação às leis e costumes da guerra.
4)-Crimes contra a Humanidade: referiam-se ao homicídio; extermínio; redução à
escravidão; deportação ou qualquer outro acto desumano ou cruel cometido contra
populações civis, antes ou durante a guerra, ou então perseguições por motivos
políticos, raciais ou religioso, quando esses actos tenham sido cometidos em
consequência de qualquer crime que entrasse na competência do Tribunal ou tivesse
conexão com esse crime. Esses crimes, até então, não eram reconhecidos pela
Comunidade Internacional. São a grande inovação do Tribunal de NUREMBERG.
c) Características:
Foi implacável na imposição da pena de morte.
Réus: M.Keitel, Comandante Supremo das Forças Armadas Alemãs;
Franz von Papen, ex-Chanceler; Herman Goering: Marechal do Reich;
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Rudolf Hess, seguidos de Hitler. Joachim von Ribbentrop, ministro das Relações
Exteriores; Ernst Kaltebunnner, Chefe da polícia e da Gestapo.
Alfred Rosenberg, ideólogo do nazismo; Hans Frank, o carrasco da Polônia.
Wilhelm Frick, ministro do Interior e “protetor” da Boêmia e da Morávia.
Julius Streicher, editor da revista Der Sturmer, que pregava o extermínio total da raça
judia. Walter Funk, ministro das Finanças. Hjalmar Schacht, economista. Karl Doenitz,
almirante, Comandante da Marinha, que assinou a rendição alemã. Erich Raeder,
Almirante, Ministro da Marinha até 1943.
Hans Fritszche, ministro da Propaganda. Baldur von Schirach, ex-chefe da juventude
hitlerista; Fritz Saukel, organizar do trabalho escravo. Alfred Jodl, Chefe do Exército
alemão. Arthur Seyss-Inquart, Chefe do território ocupado da Holanda. Albert Speer,
ministro da Produção e do Armamento;
d) Condenações: Sentença de morte para 11 réus (“Tod durch den strang”: morte pela
forca); 20 anos; 15 anos (von Neurath); 10 anos (Almirante Doenitz). Absolvidos: von
Papen, Schacht e Fitzsche. Goering: suicidou-se com cianureto.
e)-Controvérsias:
1)-Uso da pena de morte;
2)- “nulla poena sine lege” (não há pena sem lei);
3)- Composição injusta do Tribunal (deveria ser formado por representantes das nações
neutras e não por representantes das potências vencedoras.
4)-Após a acção dos Tribunais de Nuremberg e Tóquio, surgiram objecções a um
Tribunal Penal Internacional fundado na ideia de soberania.
5)-Os aliados também excederam:
A)-O bombardeio anglo-americano da cidade de Dresden, onde não havia nenhum
aparato militar. Foram lançadas 9.900 bombas explosivas e 670 mil bombas
incendiárias. Mais da metade da cidade foi destruída (património cultural da
humanidade). 250 mil pessoas morreram (foi o maior massacre na história da europa). O
rumo da guerra já estava decidido.
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O Secretariado
É um órgão administrativo e tem sede permanente em Washington. O Secretário-Geral é
eleito pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. Cabe-
lhe nomear diretamente os funcionários segundo as regras fixadas pela A.G. e “são
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b) Autónomos
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OMC
FMI
O FMI é uma organização de 184 países, trabalhando por uma cooperação monetária
global. Assegurar a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover
altos níveis de emprego e desenvolvimento económico sustentável, além de reduzir a
pobreza, constituem algumas metas traçadas pelo Fundo Monetário Internacional.
O FMI foi criado em 1945 e tem como principal objectivo velar pela estabilidade do
sistema monetário internacional, nomeadamente através da promoção da cooperação e
da consulta em assuntos monetários entre os países membros.
Juntamente com BIRD, o FMI emergiu das conferências de Bretton Woods como um
dos pilares da ordem económica internacional do pós-Guerra. O FMI objectiva evitar
que desequilíbrios nas balanças de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países
membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais
internacionais.
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O Fundo favorece a progressiva eliminação das retribuições das restrições cambiais nos
países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar
desequilíbrios de balança de pagamentos. Além disso, o FMI planeia e monitora
programas de ajustes estruturais e oferece assistência técnica e treinamento para os
países membros,
Objectivos:
ORGÃOS
Referência obrigatória
CARNEIRO, Cynthia Soares, Para Entender o Direito da Integração Regional,
Del Rey, Belo Horizonte 2007.
Sites Internet
http://relinter.webs.com/organizaesinternacionais.htm.
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacion.
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-
conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm?cmpid=copiaecola
https://www.suapesquisa.com/geografia/organizacoes_internacionais.htm