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DIREITO DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: Uso Exclusivo para Estudantes do 2º Ano de Direito-UnIA.

Professor: Francisco Isaac Jacob e Prof. Assist. Nilton do Amaral Capalo

INTRODUÇÃO
A natureza e o papel do processo da integração regional, constitui um elemento
relevante no debate internacional subsequente ao fim do sistema bipolar. Confluem no
debate muitos problemas não resolvidos do sistema internacional, principalmente
aqueles inerentes à mudanças estruturais, aqueles que aconteceram no curso do Século
XX, a começar pelo desmoronar dos impérios europeus, afirmação dos EUA como
potência mundial e o surgimento das nações post- colonial.

O regionalismo nasce da necessidade de dar resposta aos desequilíbrios produzidos


pelas mudanças epocais. O século XX, foi aquele que criou a antiga ordem mundial e
dos poderes que as potências europeias exercitavam em cada continente. Verificou-se
portanto, a incapacidade por parte dos governos hegemónicos expressos por grandes
potências (Reino Unido, URSS, USA) quer por parte do governo global que era a
Sociedade das Nações, mais tarde, Organização das Nações Unidas ONU), para garantir
um equilíbrio aceitável no sistema mundial. Entre democracia americana e nazismo ou
comunismo, estes esquemas que asseguravam o sistema internacional tradicional,
começaram a demonstrar uma intrínseca dificuldade de evitar as crises epocais, a nível
dos subsistemas regionais, despertando assim a necessidade de se regular eventuais
conflitos versus soluções estáveis

Dimensão global caracterizada por interdependência que marcou a história do convívio


das nações, se manifesta através de uma crescente atenção aos factos internacionais,
entre os interesses de quantos a diferentes títulos e responsabilidade se querem reflectir
em torno da família humana.

Trata-se das situações que vêm envolvidas as estruturas estatais, as formas de integração
entre os Estados, os actores não – estatais, as pessoas, as diferentes expressões e formas
de associações da sociedade civil, as grandes religiões, o mundo das empresas e da
finança.
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Esta realidade vai decerto criar uma imagem que realça a comunidade internacional
sendo uma realidade composta por uma ampla participação directa de ser dos
protagonistas para além das fronteiras dos Estados.

A política entendida como momento de relação, não pode ser estranha a relações
internacionais, enquanto arte de governar em função da autoridade, pois a
governabilidade e autoridade no seu operar versus uma comunidade dos Estados,
pressupõe momentos de decisões, e um perfil institucional enquanto estrutura de um
aparato governativo, dotado de um poder decisório.
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OBJECTIVOS DO CURSO

A disciplina tem como objectivo geral contribuir para um debate construtivo na


perspectiva do fenómeno do Direito da Integração regional a partir das matérias de
Economia, Direito e da própria Ciência Política. Trata-se de um contributo no
fortalecimento do funcionamento das Relações entre Estados enquanto sistema
interconexo, a partir do estudo de princípios, regras e institutos jurídicos. Introduzir as
diversas abordagens teóricas para analisar os principais processos de integração em
curso, nos diversos pontos do bloco terrestre, constituindo assim os chamados espaços
geopolíticos. Têm relevâncias os temas como experiências de integração da UE; o
histórico da integração nas Américas, Ásia e África; a introdução ao Direito da
integração, bem como os temas de governante regional; aspectos teóricos da integração
económica modelos micro e macroeconómico e o Direito Comunitário.

Na sua especificidade, o prisma da cadeira de Integração, visa dotar o estudante, de


competências e bom domínio dos argumentos a serem tratados na sua complexidade e
adquirir uma percepção clara do funcionamento do mecanismo do processo do
regionalismo, reforçando o conhecimento, de modo a desenvolver habilidades críticas
que favorecem a construção de modelos de análises, aplicáveis à realidade a que se
pretende construir.
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I CAPÍTULO: ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO DE


INTEGRAÇÃO

Os processos de integração regional sofreram grande proliferação no Século XX, a


partir da experiencia europeia. Caracterizada inicialmente por uma cooperação
económica, hoje, o mecanismo procura criar regras próprias que regem o inteiro
processo de integração, quando essa está subordina à supranacionalidade e ao efeito
direito, dão origem ao chamado Direito Comunitário, diferente do Direito Internacional
Público Clássico.

O processo de integração tem velocidade e características próprias, em função das suas


normas. Alem disso, ausência de uniformidade do tratamento da questão pelos
legisladores nacionais e os diferentes posicionamentos da doutrina nos diversos países
interessados tornam complexa a classificação de seu ordenamento jurídico comum.

Suas origens dimanam do próprio Direito Internacional, que subjazem do nosso passado
remoto. Já na Idade Antiga podem ser encontradas manifestações de Direito, como as
regras sobre a guerra da Grécia Antiga e o ius gentium romano. O tratado de Weatphalia
(1648), que pôs fim à guerra dos Trinta Anos, que estabelece os elementos e determina
as regras para as relações entre os Estados, criando assim conceito de sociedade
internacional. É Com o surgimento do Estado moderno na Europa séc. XIV, que
centralizou o uso da força, tornando-a seu monopólio, e criou a forma militar
permanente e a burocracia eficiente, que podemos identificar as verdadeiras raízes da
relações organizadas entre nações, visando firmar um diálogo pacífico e amigável,
estabelecendo-se regras que formaram o Direito Internacional. Neste novo convívio,
cada Estado tem a soberania para conduzir a vida dentro das suas próprias fronteiras,
através de normas a que ele mesmo dá origem; deve conduzir suas relações com os
demais sujeitos jurídicos do Direito Internacional Público, através do principio da não –
intervenção e buscar soluções pacificas para os conflitos, assumindo e respeitando as
obrigações derivadas dos tratados assumidos. Dai o princípio sagrado que tutela a
garantia dos conflitos em geral: (Pacta sunt servanda). Todavia, as regras que tratavam
das relações entre os Estados e as que diziam sobre os particulares (o antigo ius
gentium,) que na verdade, são regras, ambas denominadas Direito Internacional, foram
separadas em dois campos: Direito Internacional Público e o Direito Internacional
Privado. O primeiro, é um conjunto de regras e de instituições jurídicas que regem a
sociedade internacional e que visam estabelecer a paz e a justiça e promover o
desenvolvimento dos povos.
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1.2. AS FONTES DO DIREITO DA INTEGRAÇÃO

O sistema jurídico Internacional apresenta características semelhantes do Direito


Interno de cada Estado membro, sendo uma ordem normativa dotada de sanções, e que
identifica o acto ilícito como violação de uma norma. Ele difere dos sistemas nacionais,
pois não há uma autoridade suprema dotada de poderes, ou seja, um poder superior aos
Estados, que lhes possa impor as regras internacionais. Trata-se de um sistema legal
horizontal. Os estados negociam e assinam tratados de acordos com seus interesses ou
bens jurídicos, que nem sempre são consonantes uns com os outros. Dai que as negras
internacionais têm um carácter neutral e politicamente desorientado, ao contrário das
normas internas que seguem os preceitos ditados pela lei maior do país, a lei
Fundamental (Constituição). Trata-se no entanto de um sistema baseado na cooperação
e auto-ajuda entre os Estados em que o peso da política é decisivo na definição das
regras e imposição das sanções ao seu não cumprimento. E esse Direito frágil que
regula essas relações entre Estado, tem como fonte: o Costume, os Tratados
Internacionais, os Princípios gerais de Direito, as decisões de Cortes internacionais
ou jurisprudência Internacional e a Doutrina, para além da analogia e equidade, para
suprir lacunas no Direito positivo. Muitos autores afirmam que toda relação jurídica
deve ser concebida sob dois aspectos que são: o fundamental (racional ou objectivo),
que configuraria a fonte real da relação, e o positivo, que origina as fontes formais ou
positivas. Desta perspectiva, os princípios gerais do Direito constituiriam a fonte
fundamental do Direito internacional público, enquanto o costume e os tratados seriam
as fontes positivas. A classificação tradicional ou clássica, divide as fontes
convencionais (os tratados), as extra convencionais (costumes, princípios gerais de
direito, actos das organizações internacionais e actos unilaterais dos Estados) e
complementares (doutrina, jurisprudência, analogia).

1.2.2. PRESSUPOSTOS PARA UMA INTEGRAÇÃO EFECTIVA

Na segunda metade do século XX toda e qualquer ordem jurídica devia ser interpretada
à luz do Direito Constitucional, mais especialmente a partir dos direitos fundamentais,
ainda que se cuidasse de relações jurídicas entre particulares. De facto, os direitos
fundamentais como primeira linha de direitos de defesa do cidadão contra o Estado,
como fundamento da irradiação da eficácia jurídica dos direitos fundamentais no âmbito
do Direito.
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No entanto, sendo a integração um processo que visa fundamentalmente a eliminação


das descriminações entre diferentes unidades económicas pertencendo a diferentes
Estados nacionais, este facto se consuma com a transferência de competências estaduais
de um Estado para uma organização internacional dotada de poderes de decisões e de
competências supranacionais. Isto tem como implicância, a limitação de soberania dos
Estados membros, instituindo nas suas relações mútuas autênticos elementos de
federalismo económico, no qual a criação de um mercado comum entre estados
membros. Exige uma verdadeira harmonização do conjunto das condições de produção
e de circulação das pessoas, de bens e serviços.

Dito desta maneira, isto pressupõe a ideia de supranacionalidade que se consubstancia


na criação de um quadro jurídico capaz de harmonizar e unificar o Direito dos estados
membros. Quando a integração é política, o domínio material da organização deve ser
verdadeiramente universal. Este processo deve ser distinguido de acordos entre estados,
que tem o prisma de cooperação, que pode ser unilateral, bilateral ou multilateral, numa
determinada área de interesses económico identificado entre os estados envolvente, com
resultados equilibrados entre as partes.

A característica do processo da integração pode se supor de um momento político que


depende de factores imediatos como por exemplo as personalidades dos líderes
políticos. Um outro momento a destacar pretende-se com questões conjunturais de
natureza geográfica e pela historia comum a ser partilhada, cuja mutabilidade é mínima,
e que tem de ser considerado factor para minorar as crises. Entre esses factores a
proximidade geográfica entre os países que iniciam um processo de integração regional,
coincidências históricas que lhes permitem ter culturas aparentadas. Ressentimentos
históricos que dificultam a integração, podem derivar de guerras ou das aquisições
duvidosas de fronteiras, o deficit democrático e a incerteza da situação económica,
ameaças de nacionalizações impulsionadas pelo populismo, intimidações baseadas em
acordos de livre comércio, crises criadas pelo imobilismo das lideranças, instabilidade
institucional. Mudanças entre as personalidades envolvidas, e mesmo o estilo pessoal de
resolver crises com vizinhos, pode ter efeitos desproporcionalmente deletérios para a
institucionalização do bloco económico que se pretende integrar.
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A este pressuposto político, se agrega a persistência de problemas jurídicos inconclusos


como por exemplo a tardia ratificação das regras regionais, seja o descompromisso com
a sua eficácia no plano interno, seja a imperícia em alocar recursos humanos e esforços
intelectuais em modelos jurídicos que enfrentem os novos desafios de uma integração
regional que deve ser compatível com uma profusão de regras multilaterais.

1.2.2. PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DO DIREITO INTEGRAÇÃO.

Podemos constatar, pela materialidade da história do direito internacional que o


desenvolvimento de suas instituições jurídicas possibilitou o surgimento do direito
comunitário, consequência de um processo de adequação de suas instituições ao sistema
mundial de mercados, reflectindo, nesse processo os interesses e contradições daí
decorrentes. O direito de integração é baseado em princípios especiais em relação ao
sistema geral do direito internacional sendo:

a) Princípio da igualdade jurídica entre os estados. (art.2º e 18º, CNU)


b) Princípio da autonomia plena da vontade soberana

A responsabilidade internacional legitimada pela incorporação voluntária de obrigações


internacionais continuam a reger as relações entre pessoas jurídicas de direito
internacional. Porém, o direito de integração vem alterando esta tradição ao estabelecer,
por vias de tratados e da actuação dos tribunais internacionais, novos princípios
possibilitando um outro padrão de relações jurídicas entre os estados membros de um
bloco económico regional.

A integração regional é definida como a união de 2 ou mais Estados da mesma região


geográfica ou não, que tenham os mesmos interesses comuns que sejam políticos,
económicos, financeiros ou cultural. E desta, dispõem dos seus princípios gerias, que
derivam de um certo modo, dos princípios do próprio direito internacional público.

a) A supranacionalidade: é o cúmulo de um processo de integração. As funções de


integração pressupõem que uma entidade não estatal assegure coerentemente e
paralelamente aos Estados membros actividades de que estes últimos têm
tradicionalmente o monopólio (funções quais – legislativas, executivas e
jurisdicionais.
Os poderes supranacionais são atribuídos à organização internacional pelo seu
próprio estatuto ou Constituição que confere aos órgãos competentes, com
efeitos absolutos de tomar decisões com carácter obrigatório com
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transversalidade nos estados membros da organização e os sujeitos de direito


interno directamente sem o consentimento dos estados membros.

b) A Integração jurídica: implica atingir, fundamentalmente os objectivos de


segurança jurídica e judiciária, isto, necessita o uso de técnicas apropriadas para
concretizar tais objectivos. Esses objectivos concretizam através das técnicas
jurídicas e judiciárias. O imperativo da justiça, surge ao nível de uma justiça
credível, equitativa, capaz de dizer o direito com competências e de assegurar os
justiçáveis. A criação de uma justiça supranacional contribui para a promoção da
segurança jurídica. Essas técnicas traduzem-se em harmonização das normas
jurídicas, a uniformização das mesmas e a técnica convencional. A harmonização
jurídica: consiste em eliminar as diferentes legislações dos países membros de uma
organização. Uniformização jurídica, implica a redacção e aplicação dos textos nos
mesmos termos e condições de um país para o outro. Visa produzir uma identidade
jurídica comum.

a) Diferença entre Direito da integração e Cooperação económica.

Tendo em conta a natureza complexa dos objectivos e das metas de um processo de


integração, é possível afirmar que, rigorosamente, apenas a União Europeia atingiu esse
estágio da integração na sua plenitude. Dai, poder-se qualificar a União Europa como
um processo de integração stricto sensu,

Neste entretanto, para certos autores clássicos, a cooperação incluiria várias medidas
destinadas a harmonizar políticas económicas e diminuir a discriminação entre os
países. Já o processo de integração económica encerraria medidas que obrigam
efectivamente a supressão de algumas formas de discriminação. Assim, os acordos
internacionais de políticas de comércio pertenceriam à área da cooperação internacional,
ao passo que a abolição de restrições de intercâmbio, seria um acto de integração
económica. Acordos de política comercial, firmados no âmbito do Fundo Monetário
Internacional (FMI), seriam de cooperação económico internacional e não estariam
incluídos no conceito de integração. Já a integração económica, por sua maior
abrangência constituiria um aprimoramento da cooperação económica.

Um processo de integração lato sensu, como o do MESRCOSUL, é composto de


medidas que obrigam efectivamente a ab-rogação de algumas formas de discriminação.
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Os acordos de cooperação económica, no caso da OMC (organização Mundial do


Comércio), não se incluem no conceito de integração, isso não significa que não possam
ter um quadro institucional mais sofisticado. Algumas vezes, mecanismos de
cooperação, funcionam como um importante complemento do processo de integração.

O mecanismo de cooperação reforçada permite a acomodação de posições divergentes


dentro de comunidade que se integrou. Em termos de velocidade da integração é o caso
por exemplo da Dinamarca e o Reino Unido. Apesar da oposição de tais países à
adopção da moeda única, o euro encontrou em circulação nos outros países membros da
EU favoráveis à integração monetária. Com o alargamento da UE, a tendência é que
esses mecanismos possam se constituir em um importante factor de equilíbrio do
processo de integração.

Um bloco regional de integração é distinto da cooperação económica, pela natureza


jurídica dessas duas realidades, em virtude dos objectivos a que os protagonistas
pretendem atingir, em tutela dos interesses em jogos a serem evidenciados nesse tipo de
relação. Enquanto um bloco de integração, possui objectivos ambiciosos, que implicam
a unificação, a uniformização e a harmonização de políticas comerciais, económicas e
monetárias com delegação de parcelas significativas de soberania para instituições de
carácter supranacional, um bloco regional de cooperação tem metas mais modestas, cuja
implementação não requer abdicação por parte dos Estados de grandes parcelas de suas
soberanias.

Os diferentes estágios ou tipos de integração são, assim explicados a partir dos


objectivos comerciais e económicos dos blocos regionais.

b) Categorias de Integração

O equilíbrio numa economia e as variáveis económicas relevantes, tais como preços


e produtos, podem ser explicados apenas por si mesmos. Nesta perspectiva, o
desenvolvimento económico e a inserção competitiva internacional de um
determinado país ou região têm sido habitualmente vistos sob a óptica das condições
macro económica. Factores como crescimento do mercado, disponibilidade do
factor trabalho e seus custos, níveis de inflação e de endividamento externo e a
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situação da balança de pagamentos, foram sempre considerados os principais


indicadores de desenvolvimento económico e do grau de atractividade para
projectos de investimento internacional e comércio.

O pacto Andiano, actualmente Comunidade Andina de Nações, contem elementos


típicos de um mercado comum, sem necessariamente ter passado ou cumprido as
etapas referentes à zona de livre – comércio e à união aduaneira. O acordo de livre
comércio da América do Norte (NAFTA), em vigor desde 1994, criou uma zona de
livre – comércio e não possui nem remotamente dentre seus objectivos a previsão de
uma evolução para o estágio de uma união aduaneira ou um mercado comum. Seu
tratado constitutivo dispõe sobre temas, investimentos, propriedade intelectual, e
concorrência.

A própria comunidade Europeia, tal como concebida no Tratado de Roma 1957,


teria compromissos que são típicos de uma zona de livre – comércio, de uma união
aduaneira, de um mercado comum e de uma comunidade económica.

i) Zona de livre – comércio

No seu art. 24º do GATT (General Agreement on Tatiffd and Trade)1, que prevê as
excepções de aplicação do princípio da não-discriminação e à cláusula de nação-
mais-favorecida, define a zona de livre – comércio como um grupo de dois ou mais
territórios aduaneiros entre os quais são eliminados os direitos alfandegários e as
demais regulamentações comerciais restritivas, relativamente ao essencial dos
intercâmbios comerciais dos produtos originários dos territórios constitutivos dessa
zona de livre – comércio. A zona de livre – comércio2 é um acordo jurídico
comercial que deve abranger o essencial do comércio. Os Estados participantes
obrigam-se a, gradual e progressivamente, suprimir os impedimentos aduaneiros e
outras restrições quantitativas existentes, empregando, para tanto, o mecanismo de
desagravamento negociado ou de desagravamentos automático, segundo um
1
Acordo geral sobre tarifas aduaneiras e comércio. Aplicação territorial: tráfico fronteiriço-
uniões aduaneiras e zonas de livre troca.
2 Zona de livre comércio, quando caem por terra as tarifas aduaneiras entre os países do bloco,

estabelecendo-se a livre circulação de bens, mas permanecem as regras nacionais para tratar
o comércio com terceiros países.
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calendário predeterminado, isto é, estabelece condições, prazos e os mecanismos do


processo de liberação comercial, sua estrutura institucional composta de órgãos
intergovernamentais bem como um sistema de solução de controvérsias.

Na América Latina, a associação latina-americana de livre – comércio (ALALC)


constituiu uma primeira tentativa de se criar uma zona de livre – comércio em
âmbito regional. Embora tenha observado o esquema de uma típica zona de livre-
comércio, a ausência de um mecanismo de controlo jurisdicional e um órgão de
solução de controvérsias, foi uma das razões do seu pouco sucesso. O NAFTA,
contém em seu tratado constitutivo, temas que, a rigor, não se enquadrariam nas
características de uma zona de livre – comércio stricto sensu, razão pela qual, pode
ser classificado como uma zona de livre-comércio ampliada. Além de dispor de um
sistema arbitral de solução de controvérsias para conflitos em geral, prevê regras
específicas de solução de litígios relativamente a investimentos.

A zona de livre – comércio se privilegia mais nos aspectos comerciais, do que


propriamente eventuais vantagens ou benefícios que possam ser extraídos de uma
aproximação motivada por localização geográfica ou razões de natureza geopolítica.

ii) União Aduaneira3

Caracteriza-se pela formação de uma área entre diversos Estados, dentro da qual vão
sendo suprimidos aos poucos os direitos alfandegários e os entraves aduaneiros. É
uma categoria mais sofisticada de integração do que a zona de livre – comércio, à
medida que os Estados adoptam uma política comercial uniforme em relação aos
territórios exteriores a ela, isto é, passa a existir uma tarifa externa única para
terceiros países.

A união aduaneira conduz à abdicação de certas prerrogativas de soberania, para


facilitar ou viabilizar tal política comum, e à adopção de instrumentos comerciais
mais aperfeiçoados que, em certos casos, limitam a independência dos Estados a
este seu domínio.

3Momentos em que além da eliminação de tarifas intrablocos, há também o estabelecimento


de uma tarifa comum do bloco para o comércio com terceiros países.
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A liberdade de comércio gerada por essa categoria de integração provoca a


necessidade de actuação em outros campos paralelos, como o monetário, o fiscal e o
de transportes. É imprescindível que ocorra certa harmonização de políticas
nacionais, de contrário, o processo de formação da união aduaneira poderá estagnar-
se em decorrência da diversidade dos regimes nacionais.

A SADC, costuma ser classificada como uma União Aduaneira imperfeita.


Encontra-se estagnada, já que não se obteve sucesso na harmonização de políticas
nacionais; regista-se um deficit de incorporação de suas normas (resoluções e
decisões) ao ordenamento jurídico de seus Estados – Membros. A ausência de
recursos também tem impossibilitado a integração física (construção de estradas,
ferrovias, desenvolvimento de transportes em geral), que é fundamental para o
escoamento das exportações.

iii) Mercado Comum

Categoria bem mais ambiciosa de integração, os Estados – Membros não somente


acorda em suprir as restrições tarifárias, não-tarifárias e quantitativas ao comércio
recíproco, como também os obstáculos que dificultam o livre movimento dos
factores de produção, capital e trabalho, o que deverá resultar na liberdade de
estabelecimento e na livre prestação de serviços. Caracteriza-se o mercado comum
pela livre circulação de bens ou mercadorias (eliminação de restrições tarifárias,
não-tarifárias e quantitativas e estabelecimento de tarifas exterior comum e politica
comercial comum); de pessoas e qualquer cidadão de um Estado – Membro poderá
circular nos demais Estados membros, com direito de investir, de residir e de
exercer uma profissão); de serviços (liberdade de estabelecimento e livre prestação
de serviços); e capitais (eliminação de restrições aos movimentos de capitais entre
Estados-Membros).

A formação de mercado comum requer por outra a harmonização e a unificação de


políticas, notavelmente de políticas económicas e comerciais, e suscita a
constituição de órgãos de carácter supranacional encarregues de orientar o processo
de integração.
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iv) União Económica e Monetária

A união económica4 constitui um mercado comum caracterizado pelo


aprofundamento da harmonização e da unificação legislativa dos Estados –
Membros. A união monetária, que implica a criação de uma moeda única, seria uma
consequência lógica e inevitável do aprofundamento da integração nos domínios
comercial, produtivo e financeiro, assim como será um potente mecanismo de
convergência das políticas económicas e de aproximação de comportamentos sociais
nos vários Estados – Membros, originando, a prazo uma maior integração política.

1.4. FUNDAMENTOS DO DIREITO DE INTEGRAÇÃO

O Estudo dos fundamentos do DIP buscam explicar sua obrigatoriedade e legitimação.


Destacam-se duas correntes para tal efeito: o voluntarista e a objectivista. A primeira
entende que a obrigatoriedade decorre da vontade dos Estados (art.2º CNU, n.º2), e a
segunda pressupõe a existência de uma norma de princípio superior aos Estados.

A corrente voluntarista se subdivide nas teorias:

a) AUTOLIMITAÇÃO (GEOGE JELLINEK): A teoria da autolimitação aponta


como fundamento o poder de autolimitação do Estado, em função de sua soberania.

b) VONTADE COLECTIVA (HENRICH TRIPEL): A teoria da vontade colectiva


diz que a vontade colectiva das nações é o fundamento do DIP.

c) DO CONSENTIMENTO MÚTUO (HALL): A teoria do consentimento das nações


baseia-se na vontade da maioria.

d) DA DELEGAÇÃO DO DIREITO INTERNO (OPENHEIM): A teoria da


delegação do direito interno defende que o DI se fundamenta no direito interno, estatal,
em sua Constituição. Ocorre que o Estado, assim como pode se delimitar pode alterar
sua Constituição.

Dentre as teorias objectivistas destacam-se as teorias:

4
Definição comunitária das políticas macroeconómicas. E união política, momento em que as
competências politicas e administrativas também seriam transferidas à esfera comunitária e
haveria a formação de um novo Estado. A teoria defende que q tendência é que os blocos
sempre procurem avançar na integração, buscando um nível mas completo do que o anterior.
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a) DA NORMA-BASE: Para a teoria da norma-base a validade de uma norma depende


da que lhe é imediatamente superior.

b) A DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO ESTADO: A teoria dos Direitos


Fundamentais pressupõe que os Estados possuem direitos naturais ou fundamentais pelo
simples facto de existirem.

c) A DO “PACTA SUNT SERVANDA: Para a teoria do “Pacta Sunt Servanda”, o que


foi pactuado deve ser cumprido. Preceitua que, ao celebrarem tratados, os Estados criam
normas.

d) A TEORIA SOCIOLÓGICA: A teoria sociológica diz que o fundamento do DIP


está na solidariedade internacional. Todavia, cada Estado, como se sabe, tem seus
interesses próprios e, a glória de um pode ser a tragédia do outro;

e) A TEORIA DO DIREITO NATURAL: Por fim, a teoria do Direito Natural


entende que há um direito superior ao direito interno estatal ou positivo, que emana da
razão divina. Resulta da natureza racional e social humana e na existência do bem
comum, cuja busca é algo superior a vontade dos Estados.

1.5. DIREITO DE INTEGRAÇÃO E O DIREITO


COMUNITÁRIO

O Direito da integração distingue-se do direito comunitário pelo facto deste último


reflectir a realidade Europeia, ou seja uma realidade de países, fundados em espaço de
soberania integrados e fortalecidos pela competitividade do conjunto em contraposição
a diversos desafios internacionais.

Integração resulta da expressão latina “Integratio”, significando renovação,


restabelecimento, implica uma cedência de parte da soberania dos estados interessados
por atender ao bem comum e ao facto de necessitar-se de órgãos comuns que defendam
os interesses comunitários ou integrados.

Direito da integração é um sistema de normas jurídicas que regulam uma organização


de integração regional, com órgãos autónomas face aos estados institucional (intra-
regional ou extra-regional). O direito comunitário atende a realidade da integração
Europeia, é o direito da União Europeia.

Sendo a soberania um elemento decisivo dos atributos do poder de Estado, sua teoria
sustenta que a essência do Estado é a unidade do poder, a qual transforma uma simples
associação de seres humanos em entidade estatal e implica o poder discricionário que o
soberano exerce sobre o conjunto de instrumentos normativos que coordenam o
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convívio social em direcção a uma sociedade juridicamente organizada. Deste modo, o


conceito de soberania que originalmente possui um conteúdo fáctico vinculado às suas
origens políticas e internacionais, é posteriormente recepcionado como atributo jurídico
nacional, onde significará a supremacia do poder interno e a fonte de legitimidade do
poder político, expressas no primado absoluto da Constituição. Juridicamente, portanto,
a soberania interna, significa que no território do Estado a Constituição é suprema e
apenas as normas elaboradas pelo legislador nacional, ou as que por ele reconhecidas
como tal, são válidas.

Desde a Paz da Westfália, soberania possui uma origem e finalidade política tanto no
âmbito interno quanto externo. Externamente, a soberania confere aos Estados, um
poder que não admite subordinação a nenhum outro poder, mas que é compartido por
outros Estados soberanos, actores das relações internacionais e sujeitos de Direito
Internacional. Internamente, confere à autoridade na qual está fundamentada (um
governo, uma assembleia, o povo ou nação) um poder absoluto, supremo, o qual
subordina as demais vontades e exclui a competência de qualquer outro poder similar
(art.2. n.º 7 da CNU)

Superada a fase da identificação entre o soberano e o Estado (l'état c'est moi), a teoria
democrática situa no povo o detentor da soberania do Estado, cuja maior expressão
jurídica é o Poder Constituinte. Esta tese remonta, sob o ponto de vista histórico, às
doutrinas contratualistas de cunho liberal, segundo as quais a origem da sociedade e o
fundamento do poder político, estariam em um contracto que fosse a expressão do
consenso da maioria dos indivíduos. Assim, a fonte final do poder legiferante do Estado
é o povo, motivo pelo qual é o único detentor legítimo do Poder Constituinte.

As respostas que o Direito Constitucional fornece ao convívio entre Estados, vêm sendo
elaboradas desde o início do Direito Internacional. Em especial os três aspectos
seguintes são relevantes na articulação de ambas as ordens jurídicas, e que se
manifestarão também nos processos de integração regional.

a) Se as normas de Direito Internacional são de aplicação imediata no âmbito interno


dos Estados, ou se é necessária alguma norma nacional que integre a norma
internacional ao sistema jurídico nacional;
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b) Qual sua posição hierárquica dentro do ordenamento jurídico nacional. Ou seja, caso
haja conflito entre uma norma internacional e outra nacional, a quem caberá a primazia;

c) O controlo da constitucionalidade da norma internacional perante as Constituições


Nacionais. No primeiro aspecto, uma das principais diferenças entre o Direito
Internacional e a ordem jurídica interna, repousa no seu fundamento de validade. O
Direito interno é válido em virtude da vontade do legislador nacional como expressão
jurídica da soberania interna, enquanto o Direito Internacional possui sua validade
decorrente do consenso entre Estados soberanos e Organizações Internacionais.

O conceito da integração sempre foi dinâmico e relacionado a um determinado


contexto, politico, económico e social. Sua complexidade deriva do facto de que não
pode ser visto exclusivamente sob o prisma económico ou jurídico. A integração é
também fenómeno político, porque o seu nível de aprofundamento depende da vontade
política dos Estados que resolvem se aproximar.

Deste pressuposto, a tendência para a formação de espaços regionais integrados tem


alterado o eixo da discussão jurídica. As categorias tradicionais utilizadas tanto pelo
Direito Internacional Público quanto pelo Direito Constitucional, tornaram-se
insuficientes para explicar e, sobretudo, organizar as relações entre Estados surgidos no
interior de um processo de integração regional. O aparato constitucional
tradicionalmente utilizado pelos Estados para regulamentar sua actuação no sistema
internacional, apresentou limites de ordem conceptual e procedimental para ordenar as
relações intra-regionais. Neste sentido, torna-se imperioso debater a extensão de
conceitos fundamentais da Teoria Geral do Estado e da Teoria Constitucional, tais como
soberania e supremacia constitucional, com o objectivo de permitir a abertura dos
sistemas jurídicos nacionais às normas externas.

A integração regional como já ficou referenciado, enfatiza a proximidade geográfica


entre os países, inteiração recíproca, as raízes comuns (étnicas, linguísticas culturais,
sociais e históricas) e sentido de identidade que as vezes, é acentuado das atitudes dos
estados externos à mesma região. A integração regional é então um conjunto de espaço
afrontado pelos estados vizinhos para gerirem questões de interesses comuns. Dai,
podemos delinear dois tipos de integração. 1) Integração regional onde se entende todo
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aquele espaço de intervenção do qual o objecto é a eliminação das barreiras políticas,


movimentos e circulação de bens e serviços e os factores de produção. 2) a cooperação
regional definida das acções finalizadas a reduzir outros tipos de obstáculos entre países
diferentes como as estruturas de transportes e comunicação, e a desenvolver a
interdependência das economias no melhoramento da gestão dos recursos comuns.

O Direito de Integração Regional se consolidou com o surgimento dos blocos


económicos, tem como grande objectivo a integração entre países para protecção e
consolidação de objectivos comuns. Ele se estabeleceu diante das necessidades advindas
das relações económicas entre os Estados, com o intuito de fortalecê-los e proporcioná-
los desenvolvendo, estes objectivos, concretizado nos diferentes blocos económicos,
fortalecendo os Estados.

Os sistemas de integração regionais se diferenciam conforme aplicabilidade de suas


normas e sua organização institucional, em conformidade com os princípios
considerados mais ou menos evoluídos em relação à efectividade de suas normas e da
concretização dos objectivos. Progressivamente chegou-se a conclusão de que, os
problemas do sistema global não regível e que podem ser resolvidos somente com
políticas estatais, e que necessitam de politicas multinacionais ou de macro nível.
Questões como poluição do meio ambiente, a emigração e os crimes transnacionais, o
terrorismo internacional, obrigam os governos a perseguirem soluções concordantes.
Assim sendo, os blocos económicos regidos pelos princípios do Direito Internacional
clássico carecem de mecanismos e institutos jurídicos próprios capazes de assegurar a
primazia e a aplicabilidade direita das normas produzidas por suas instituições, pois os
Estados que se integram não consentem, em decorrência do conceito de soberania,
delegar poderes a entidade de natureza supranacional. É o típico caso da SADC. Desde
modo, a aplicabilidade de normas comuns aos Estados – partes fica condicionada aos
mecanismos internos de recepção previstos na constituição de cada país.

Efectivamente países vizinhos são por natureza interdependentes entre ele, e é, mais
provável que partilhe problemas transnacionais. Neste caso qualquer policy que
demonstre eficácia para resolver estes tipos de problemas, deverá ser necessariamente
regional.
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No processo do direito da integração regional, a cooperação política e militar não se


impõe, mas ela deveria resolver o problema da conservação da soberania política e
segurança territorial. As instituições internacionais criadas depois da 2º Guerra, isto é, a
ONU o GATT que privilegiavam o universalismo em vez do regionalismo, reflectindo
as preferências dos USA. Com o fim da Guerra Fria criou-se um clima favorável a uma
nova onda das integrações regionais, não alimentados com políticas dependentes das
potências, mas influenciados em função duma escolha elaborada das mesmas
instituições locais.

O mecanismo da integração enquanto processo sempre foi dinâmico e relacionado a um


determinado contexto do seu nível de aprofundamento, que depende substancialmente
da vontade política expressa pelos Estados – membros.

A globalização e a desregulamentação de mercados, descrevem um desgaste do controlo


económico nacional que os Estados procuram de compensar através dos esquemas de
integração regional. O regionalismo portanto, não é só uma tentativa de desenvolver um
crescimento económico ou alcançar outros objectivos, é também um esforço de
recuperar algumas medidas de controlo político sobre processos da globalização
económica que cortaram os instrumentos políticos nacionais. O regionalismo é uma
forma de fragmentação respeito ao mercado global, mas é ainda uma forma de
agregação respeito ao mercado nacional, apresentando-se essencialmente racional, do
ponto de vista económico, pelas vantagens ofertes da proximidade, graças as economias
de escala para o comércio, pela alocação dos investimentos externos, pela redução dos
custos de transporte e a corrida as novas tecnologias e por melhor posição contratuais
respeito ao resto do mundo.

A globalização portanto, acresce as semelhanças dos países de uma região e aprofunda


as diferenças entre os grupos regionais. O efeito geral da globalização sobre as relações
internacionais dentro de uma região é sobretudo um estímulo a cooperação inter
governativa para encontrar soluções concordantes são provavelmente mais eficaz das
soluções individuais.

As organizações regionais tendem a envolver também actores sócio – políticos internos,


espaços públicos nacionais, memórias comuns e identidade, para projectar modelos de
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organizações culturais, desejando o alcance de uma coesão territorial e da satisfação de


expectativas sociais internais.

Já no Direito Comunitário, como veremos, as normas têm aplicabilidade directa nos


sistemas jurídicos dos Estados Membros, sendo que seus órgãos têm hierarquia superior
aos seus membros. Esta aplicabilidade directa possibilita que as normas ditadas pelos
órgãos comunitários estabeleçam uniformidade nas legislações dos Estados Membros de
forma homogénea e imediata, possibilitando uma efectividade dos seus objectivos, uma
vez transferida a soberania aos órgãos supranacionais, os Estados Membros ficam
obrigados a cumprir suas normas; e também pelo facto delas se aplicarem
uniformemente não possibilitam divergências de aplicabilidade nas legislações internas
dos países membros.

No entanto, o Direito de integração é aquele elaborado a partir de trados internacionais


de conteúdo económico ou pelos órgãos comunitários aos quais esses mesmos tratados
atribuem tal competência. O Direito comunitário pela sua natureza normativa, é direito
internacional, enquanto seus objectos são as relações económicas que desenvolvem no
âmbito de um bloco de integração. A forma e a consolidação do direito Comunitário
articulam novas redes de exercício do poder público, integrando os órgãos estatais dos
entes que formam o bloco de integração e instituindo órgãos regionais com
competências próprios, com tradicional territorialidade e jurisdicional do Estado.

O Direito Comunitário é, na sua origem e formação, ponto de intercessão entre normas


de direito nacional, normas fundadas do Direito Internacional Público e normas de
Direito Internacional Privado comuns, não estatais, convencionais.

Define-se o Direito Comunitário como um conjunto de regras nascidas no âmbito de um


processo de integração regional, originando os órgãos comunitários, cuja legitimidade é
dada pela cessão de competências dos Estados-Membros, responsáveis por reger os
temas que, em razão da integração e para que ela seja realmente eficaz, saem da esfera
nacional dos países e ganham um carácter comunitário. Tais regras devem receber a
mesma interpretação e a implementação em todos os Países-membros do bloco.

Direito comunitário com o fim da segunda guerra mundial, operou-se uma sensível
mudança de paradigmas no direito. Para o Direito Internacional Público, constitui o
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desenvolvimento normativo e operacional das suas relações entre estados no sentido de


manter a paz e segurança no âmbito da sociedade Internacional (art.1º n.1, CNU).

A criação do direito comunitário- UEO (União da Europa Ocidental, surge pelo tratado
de Bruxelas de 17 de Março de 1948): Benelux, França, Reino Unido, República
Federal da Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e Grécia. AUEA está destinada à defesa
Europeia e às questões militares depois do colapso da CED (Comunidade Europeia de
defesa) era um projecto de união militar da Europa, que fracassou em30 de Agosto
1954, quando parlamento Francês se recusou a ratifica o documento.

II. CAPÍTULO: ORDENAMENTO JURÍDICO COMUNITÁRIO E SUAS


FONTES

É extremamente importante salientar que não existe uma teoria jurídica que
conceptualize o conjunto das relações entre o direito dos processos de integração e os
ordenamentos jurídicos nacionais. Se de um lado, existe as diferenças entre o sistema
supranacional e o intergovernamental dificultam a elaboração de uma tipologia única de
conceitos. Por outro lado, porque o fenómeno da integração regional é relativamente
recente, e desta forma, ao contrário do Direito Internacional tradicional, a formação das
categorias destinadas a coordenar este novo tipo de interpenetração de distintas ordens
jurídicas, ainda encontra-se em elaboração. De modo geral, o Direito emanado dos
processos de integração regional, é dividido em Direito Primário e Direito Secundário.
Por Direito Primário, entendem-se os Tratados Constitutivos e suas alterações. Por
Direito Secundário, as normas editadas pelos órgãos de integração, no exercício de suas
competências executiva, legislativa e judiciária. Em relação aos três aspectos
anteriormente citados, as soluções tradicionais tornaram-se insuficientes e
desenvolveram-se mecanismos diferenciados para conciliar o ordenamento jurídico
nacional com a nova realidade da integração. Em relação à aplicabilidade da norma
comunitária nos sistemas jurídicos nacionais, existem as seguintes possibilidades:

APLICABILIDADE MEDIATA ABSOLUTA: a norma comunitária necessita


sempre de um acto interno de incorporação para que possa produzir qualquer tipo de
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efeito na ordem jurídica nacional. Neste caso, não existe diferença quanto à norma
comunitária e a internacional.

APLICABILIDADE MEDIATA MODERADA: dependendo do tipo de norma


comunitária, será ou não necessário um acto interno de incorporação. Assim, a norma
comunitária cuja incidência ocorre exclusivamente no âmbito do Poder Executivo,
possui aplicabilidade imediata. Já a norma comunitária, que de alguma forma altere a
ordem jurídica vigente, necessita de um acto Legislativo nacional para sua
incorporação.

APLICABILIDADE IMEDIATA ABSOLUTA: a norma comunitária entra


directamente na ordem jurídica interna dos Estados, sem necessidade de qualquer acto
de incorporação.

APLICABILIDADE IMEDIATA MODERADA: a norma comunitária determina


expressamente que deverá ser incorporada.

Por sua vez, a posição hierárquica do direito emanado dos órgãos de integração regional
dentro dos sistemas jurídicos nacionais pode ser a seguinte:

HIPÓTESE SUPRANACIONAL: a norma comunitária, tanto primária quanto


secundária, é superior à Constituição dos Estados e seus ordenamentos jurídicos. Não
pode ser modificada por nenhuma lei nacional anterior ou posterior.

HIPÓTESE SUPRA LEGAL: quando as normas comunitárias são superiores ao


conjunto das leis do Estado, mas não à Constituição. Neste caso, a norma comunitária
não poderá ser contrária à Constituição, mas uma vez considerada constitucional, não
poderá ser alterada por nenhuma norma nacional posterior, a não ser por uma alteração
constitucional.

HIPÓTESE LEGAL: quando a norma comunitária não possui posição hierárquica


definida, é incorporada mediante procedimento ordinário e pode ser alterada por uma lei
nacional posterior (mesmo que depois o Estado responda pelos prejuízos causados).

E, por fim, o controlo da constitucionalidade da norma comunitária talvez seja o aspecto


mais controverso e de difícil equacionamento nas relações entre ambas as ordens
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jurídicas. A renúncia à verificabilidade da norma comunitária, em especial da norma


derivada, à Constituição nacional, tem exigido prodígios de hermenêutica constitucional
e abertura ao sistema jurídico comunitário. Neste item apresentam-se três
possibilidades:

RENÚNCIA TOTAL: Órgãos jurisdicionais singulares e Cortes Constitucionais,


abdicam do controle da conformidade da norma comunitária, primária e secundária, à
Constituição Nacional.

RENÚNCIA PARCIAL: apenas as Cortes Constitucionais mantém a possibilidade de


efectuar o controlo da constitucionalidade da norma comunitária. Os órgãos
jurisdicionais singulares perdem tal competência.

CONTROLE TOTAL: o conjunto do Poder Judiciário nacional mantém intacta sua


competência para efectuar o controlo da constitucionalidade da norma primária e
secundária. Significa, por exemplo, que uma norma comunitária emanada tanto dos
Tratados Constitutivos quanto dos órgãos decisórios conjuntos, poderia ter sua
inconstitucionalidade arguida perante qualquer juízo singular ou colegiado.

Nas próximas sessões serão abordadas as experiências supranacional e


intergovernamental de inter-relacionamento entre ordenamentos jurídicos distintos, com
o objectivo de analisar em que medida cada um apresenta respostas e limites às tensões
entre soberania e instituições na dinâmica da integração.

Com o fim do sistema bipolar, que teve seu início com a queda do Murro de Berlim,
muda completamente o ambiente no qual as experiências do regionalismo económico
começam a ganhar forças de afirmação. O novo quadro criado oferece ao processo das
integrações ferramentas adequadas, e confirma que o fenómeno é dotado de uma
potencialidade de respostas a demanda de sistema internacional amplo e flexível.

FONTES DO DIREITO COMUNITÁRIO

Como fonte, atendemos o modo e a forma de revelação do direito comunitário.


Primeiramente os tratados constitutivos (CECA) Comunidade Europeia do Carvão e do
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Aço de 1951, CEE Comunidade Económica Europeia e CEEA Comunidade Europeia


de Energia Atómica pelo tratado de Roma de 1957. E aqueles que resultam dos actos,
para regular o mercado ou a Integração, como os regulamentos, directivas, decisões,
recomendações ou pareceres bem como todos actos resultantes da execução dos tratados
ou sua interpretação na resolução dos litígios como acórdãos ou sentenças.

As fontes de direito são os modos de formação e revelação de regras jurídicas. Os


Estados criaram uma organização nova e atribuíram-lhe competências, dotaram a
comunidade de objectivos e atribuíram-lhe competências para realizarem esses
objectivos, método funcional da atribuição de competências.

Um dos poderes da comunidade é a criação de normas jurídicas, surgiu com as


comunidades um ordenamento jurídico novo, autónomo e hierarquizado; tem regras
próprias que deriva de órgãos comunitários, sem haver intervenção directa por parte dos
Estados. É um ordenamento jurídico novo que entra em relação com o ordenamento
jurídico interno.

a) Acepção estrita de fontes de direito comunitário- integra o direito comunitário


originário e o direito comunitário derivado. Esta acepção estrita de direito
comunitário está presente em alguns artigos dos tratados, como por ex., arts. 10º e
234º TCE.
b) Acepção ampla de fontes de direito comunitário- compreende todas as regras,
normas aplicáveis na ordem jurídica comunitária, mesmo que a sua origem lhe seja
exterior às próprias comunidades. Inclui-se aqui não apenas o direito comunitário
originário e derivado mas também o direito internacional e o direito complementar.
Direito Internacional, geral ou complementar;
Direito complementar, convenções estabelecidas entre os Estados-membros para
aplicação dos tratados e princípios gerais de direito não escritos mas conhecidos pelo
Tribunal de Justiça.
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PRESSUPOSTOS DO DIREITO COMUNITÁRIO

Podemos falar de um Direito Comunitário quando estamos diante duma verdadeira


comunidade que se integrou em pleno direito, com poderes efectivos. Para tal temos:

Pressuposto político- a democracia nos Países – Membros; não há integração se não


houver a livre e espontânea vontade do Estado em se integrar aos demais. Sendo a
soberania e a legitimidade do Estado provir do Povo. Sem democracia nos estados que
queira fazer partes dum bloco regional a nível da integração efectivamente, não haverá
comunidade: pode haver associação, fusão, união ou federação, mais jamais integração.

Pressuposto económico- intenção de integração, que pressupõe a vontade das partes em


constituir esse processo de integração. Somente há direito da integração quando as
partes estão envolvidas em processos integracionistas, pois somente nesses casos
buscam o objectivo maior, que é a formação de uma unidade comunitária.

Pressuposto institucional- trata-se duma formação organizacional, uma estrutura que


coordene esse processo, pois não há como ceder poderes sem destinatários definido.

O Direito Comunitário tem por seu lado princípios que norteiam a sua criação e
aplicação. São axiomas próprios do sistema jurídico comunitário, pois são sentidas as
regras comunitárias, e sua aplicação é inevitável no caso de lacuna legal, da mesma
forma que os princípios gerais de direito.

OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO COMUNITÁRIO

1- Princípio da habilitação geral: institui a comunidade. Traduz o efeito do direito


das acções e normas comunitárias sobre os seus destinatários, o mesmo nos remete
aos tribunais comunitários para as acções de reparação de danos. Os sujeitos de
direito internacional concedem uma autorização formal para que seus agentes
dotados com plenos poderes, que negociam e concluam tratados. Os agentes
signatários também são chamados de "plenipotenciários". Os actos relativos ao
tratado, tomados por pessoa sem plenos poderes, não têm efeito legal, a não ser que
o respectivo Estado os confirme.
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2- Supremacia, Primazia ou Supranacionalidade: postula que as normas


comunitárias devem prevalecer sobre as normas internas de cada estado membro, e
as primeiras devem ser sempre aplicadas automaticamente pelos juízes nacionais na
solução de casos concretos quando entram em conflito ou em contradição com as
últimas. Nesse sentido, o Direito Comunitário prevalece sobre o ordenamento
jurídico interno.
3- Operatividade: significa que as normas ditadas pelos organismos ou Instituições
comunitárias são operativas per se internamente nos Estados, em decorrência da
competência legislativa reconhecida às autoridades comunitárias. A Operatividade
se desdobra em três subprincípios:
a) Aplicabilidade imediata: determina que não é necessário nenhum procedimento
de incorporação ou nacionalização do Direito Comunitário para que as normas
passem a fazer parte do ordenamento jurídico interno dos países, pois a
incorporação é feita automaticamente quando da edição da norma em âmbito
comunitário – ou seja, a norma é válida automaticamente no âmbito interno dos
Estados logo após sua adopção comunitária.
b) Aplicação direita ou efeito directo: expõe que as normas comunitárias têm
capacidades para gerar direitos e obrigações aos Estados – Membros e também
aos cidadãos desses mesmos Estados. Por outras palavras, a norma é eficaz
imediatamente.
c) Aplicação pelos Juízes nacionais: que significa que além de suas competências
originárias, o Tribunal de Justiça da Comunidade é um Tribunal de alçada para
todos os juízes nacionais, exercendo o controlo final e unificando a
jurisprudência interpretativa das normas comunitárias por meio de distintos
recursos e acções.
4- Subsidiariedade: este princípio prescreve uma visão de competências e cooperação
entre as diversas esferas de acção nacional e comunitária. Assim, o ordenamento
comunitário tem âmbito específico de implementação, mas pode ser aplicado,
subsidiaria e limitadamente, para resolver questões que, ainda que consistam matéria
de competência dos Estados, somente com sua aplicação podem promover o alcance
dos objectivos do tratado de integração.
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5- Razoabilidade: o princípio da razoabilidade institui que as regras das autoridades


da Comunidade não excederão ao necessário para alcançar os objectivos propostos,
ou seja, suas acções jamais terão carácter arbitrário. Um exemplo de sua aplicação
seria o caso em que haja varias alternativas para resolver um problema, e então será
escolhida sempre a opção que menos onerar as partes.
6- Igualdade: o principio da igualdade, impõe o tratamento igual de todos os
nacionais, reafirmando a não – discriminação entre os povos. Todos são iguais
perante o Direito Comunitário, devendo assim serem tratados.
7- Liberdade: A liberdade está estreitamente ligada ao princípio da igualdade. Garante
que os Estados – Membros se associam livremente, e de mútua vontade, concordam
em garantir a livre circulação de bens, serviços pessoas e capitais dentro do espaço
formado pela comunidade.
8- Eficácia: A Comunidade e os Estados – Membros devem intentar seus melhores
esforços para que a acção comunitária seja implementada. Para tanto, devem as
normas comunitárias ser aplicadas como normas integrantes dos ordenamentos
internos, possibilitando o alcance dos objectivos estabelecidos nos tratados.
9- Equivalência ou Uniformidade: o princípio da equivalência reza que as acções
tomadas por cada Estado, e mesmo pela Comunidade, para implementar os
objectivos do tratado, sejam correspondente. Tal não se refere apenas às acções
postas com prática, mas também, que as normas comunitárias devem ter o mesmo
sentido nos diversos Estados – Membros da comunidade, ainda que seja necessária
pronúncia oficial dos órgãos comunitários sobre o sentido que deve se observar em
sua aplicação. De facto, a aplicação directa e a primazia, são os prolongamentos
necessários desta necessidade de uniformidade do Direito comunitário, e com as
condições da sua realização.
10- Princípio da Progressividade: está presente em todos os tratados instituidores dos
blocos de integração. É considerado como avanço no esforço tendente ao
desenvolvimento progressivo da integração, conferindo os objectivos delineados
numa dinâmica gradual.
11- Princípio da Proporcionalidade: seu objectivo é abrandar os conflitos de
competências entre os estados membros. A proporcionalidade é uma máxima, um
parâmetro valorativo que permite aferir a idoneidade de uma dada medida
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legislativa, administrativa ou judicial. Pelos critérios da proporcionalidade pode-se


avaliar a adequação e a necessidade de certa medida, bem como, se outras menos
gravosas aos interesses sociais não poderiam ser praticadas em substituição àquela
empreendida pelo Poder Público. O princípio da proporcionalidade à Administração
a obrigação de adequar os seus actos aos fins concretos que se visam atingir,
adequando as limitações impostas aos direitos e interesses de outras entidades ao
necessário e razoável; trata-se, assim, de um princípio que tem subjacente a ideia de
limitação do excesso, de modo a que o exercício dos poderes, designadamente
discricionários, não ultrapasse o indispensável à realização dos objectivos públicos.
O princípio da proporcionalidade assume três vertentes essenciais: A adequação,
que estabelece a conexão entre os meios e as medidas, os fins e os objectivos. A
necessidade, que se traduz na opção pela acção menos gravosa para os interesses
dos particulares e menos lesiva dos seus direitos e interesses. O equilíbrio, ou
proporcionalidade em sentido estrito, que estabelece o reporte entre a acção e o
resultado.
12- Princípio da flexibilidade: determina o tratamento diferenciado, dos estados
membros menos desenvolvidos e é inerente a solidariedade, motivador da formação
do bloco económico. O tratamento diferenciado deverá se efectivar com
negociações de alcance parcial. Todos esses fundamentos de função subsidiária do
bloco regional, princípios que atribui a comunidade a responsabilidade de assegurar
e garantir o desenvolvimento integral e contínuo de seus membros.
13- Princípio da coesão económica e social: tem como objectivo o tratamento
diferenciado em favor aos estados híper-suficientes. «A promoção da coesão
territorial como parte integrante do esforço necessário para conceder a todo o
território da União a oportunidade de contribuir para a agenda em matéria de
crescimento e emprego». Do mesmo modo, as orientações estratégicas
comunitárias para o desenvolvimento rural, destaca o contributo dos programas de
desenvolvimento rural para o objectivo de coesão territorial.
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OS TRATADOS COMUNITÁRIOS

Os tratados, fonte primária ou originária de direito comunitário, são convenções


internacionais de tipo clássico, produto exclusivo da vontade soberana dos Estados
contraentes, que foram concluídas na conformidade das regras de direito internacional e
das respectivas normas constitucionais.

a) A “constituição” comunitária: os tratados de Paris e Roma no seu conjunto, têm


sido, considerados como a “constituição” da Comunidade Europeia.
Neles figura, o enunciado dos objectivos fundamentais, a definição da estrutura
institucional, as bases essenciais do direito económico, financeiro e social das
comunidades, as disposições relativas à salvaguarda da ordem jurídica que os tratados
instituíram.
O direito comunitário encontra-se no topo da pirâmide hierárquica do direito
comunitário.
A relação entre tratados comunitários e tratados estabelecidos, antes, entre os
Estados-membros: esses tratados mantém-se em vigor na medida em que não
contradigam as regras dos tratados comunitários (art. 306º TCE).
As relações entre os tratados comunitários e os tratados que os Estados-membros
tenham celebrado anteriormente com Estados terceiros: essas relações regulam-se nos
termos do art. 307º TCE estabelecendo que deve haver uma compatibilização entre
umas e outras.

b) Estrutura dos tratados: os três tratados institutivos têm uma estrutura semelhante,
que assenta em quatro tipos de cláusulas:

1) Preâmbulo e disposições iniciais: no preâmbulo aparecem os fins das comunidades


de natureza política, que são idênticos nas três comunidades; os fins de natureza
económica são diferentes nas três comunidades.
 CECA – carvão e aço;

QUAL ERA O OBJECTIVO DO TRATADO?


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O tratado visava estabelecer a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) que


congregava seis países (a Bélgica, a Alemanha, a França, a Itália, o Luxemburgo e os
Países Baixos) para organizar a livre circulação do carvão e do aço e o livre acesso às
fontes de produção. Uma característica importante foi a criação de uma Alta Autoridade
para: supervisionar o mercado; controlar o respeito pelas regras da concorrência; e
assegurar a transparência dos preços.

O tratado CECA esteve na origem das actuais instituições da UE. Criada em 1951, após
a Segunda Guerra Mundial, a CECA representou o primeiro passo para uma integração
europeia.
O objetivo deste tratado era contribuir, graças ao mercado comum do carvão e do aço,
para a expansão económica, o emprego e um melhor nível de vida, tal como referido no
seu artigo 2o. Por conseguinte, as instituições deviam assegurar o abastecimento regular
de carvão e aço ao mercado comum, garantindo a igualdade de acesso às fontes de
produção, o estabelecimento dos preços mais baixos e a melhoria das condições dos
trabalhadores. Simultaneamente, dever-se-ia promover o comércio internacional e a
modernização da produção.
Ao criar um mercado comum, o tratado instaurou a livre circulação dos produtos, sem
direitos aduaneiros nem encargos. Proibiu igualmente as medidas ou práticas
discriminatórias, as subvenções, os auxílios estatais ou encargos especiais impostos pelo
Estado e as práticas restritivas.
Estrutura
O Tratado era composto por quatro títulos:

 1. A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço;

 2. As instituições da Comunidade;

 3. As disposições económicas e sociais; e

 4. As disposições gerais.

Comportava igualmente: dois protocolos, um sobre o Tribunal de Justiça e o outro


sobre as relações da CECA com o Conselho da Europa; e uma convenção relativa às
disposições transitórias que dizia respeito à aplicação do tratado, às relações com os
países terceiros e às medidas gerais de proteção.
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Instituições

O tratado estabeleceu uma Alta Autoridade, uma Assembleia, um Conselho de


Ministros e um Tribunal de Justiça. A CECA era dotada de personalidade jurídica.
A Alta Autoridade, o precursor da atual Comissão Europeia, era um órgão executivo
colegial independente, que tinha por tarefas assegurar a realização dos objectivos
fixados no Tratado e agir no interesse geral da CECA. Era composta por nove
membros (não podendo o número de membros com a mesma nacionalidade ser
superior a dois) designados por seis anos. Tratava-se de uma verdadeira instância
supranacional, dotada de poder de decisão. Supervisionava:

a) A modernização e melhoria da produção; b) fornecimento dos produtos em condições


idênticas; c) o desenvolvimento de uma política de exportação comum e a melhoria das
condições de trabalho nas indústrias do carvão e do aço.
A Alta Autoridade tomava decisões, formulava recomendações e emitia pareceres. Era
assistida por um Comité Consultivo (o precursor do actual Comité Económico e Social
Europeu) composto por representantes dos produtores, dos trabalhadores, dos
utilizadores e dos comerciantes.
A Assembleia, o precursor do Parlamento Europeu, era composta por setenta e oito
deputados que representavam os respetivos parlamentos nacionais. Eram 18 no caso da
Alemanha, da França e da Itália, 10 no caso da Bélgica e dos Países Baixos e 4 no caso
do Luxemburgo. O Tratado conferia a esta Assembleia um poder de controlo.
O Conselho, o precursor do actual Conselho da União Europeia, integrava seis
representantes dos governos nacionais. A presidência do Conselho era exercida
rotativamente por cada país da CECA, por um período de três meses. Tinha como
missão harmonizar a acção da Alta Autoridade e a política económica geral dos
governos. O seu parecer favorável era necessário para as decisões importantes tomadas
pela Alta Autoridade.
O Tribunal de Justiça, o precursor do Tribunal de Justiça da União Europeia, era
composto por sete juízes nomeados por seis anos, de comum acordo pelos governos da
CECA. Assegurava o respeito do direito em relação à interpretação e aplicação do
tratado.
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Na prossecução do seu objectivo, a CECA: recolhia informação das empresas e


associações do carvão e do aço; consultava as diversas partes (empresas do carvão e do
aço, trabalhadores, etc.); e dispunha de poderes para efectuar verificações a fim de
confirmar a informação que lhe tinha sido fornecida.
Com base na informação recolhida, a Alta Autoridade elaborava previsões para orientar
a acção dos interessados e determinar a acção da CECA. Para completar as informações
recebidas das empresas e das associações, a CECA efectuava, por seu turno, estudos
sobre a evolução dos preços e dos mercados.
O orçamento da CECA tinha como base as imposições sobre a produção do carvão e do
aço e a contração de empréstimos. As imposições deviam servir para cobrir as despesas
administrativas, os subsídios não reembolsáveis relativos à requalificação dos
trabalhadores e a investigação técnica e económica (que precisava de ser encorajada). O
dinheiro recebido através de empréstimos apenas podia ser utilizado para a concessão de
empréstimos.
No domínio do investimento, independentemente da concessão de empréstimos, a
CECA podia igualmente garantir a contração de empréstimos pelas empresas junto de
terceiros. A CECA também dispunha de um poder de orientação em relação aos
investimentos que não financiava.
A CECA desempenhava sobretudo um papel indireto e subsidiário, através da
cooperação com os governos e das intervenções em matéria de preços e de política
comercial. Contudo, em caso de diminuição da procura ou de escassez, podia levar a
cabo acções diretas, instaurando quotas com vista a uma limitação organizada da
produção ou, em caso de escassez, estabelecer as prioridades de utilização, a repartição
dos recursos e as exportações no âmbito dos programas de produção.
O tratado proibia as práticas que originavam prejuízo com base no preço, as práticas
desleais em matéria de concorrência e as práticas discriminatórias que consistiam em
aplicar condições desiguais a transações comparáveis. Estas regras eram igualmente
válidas no domínio dos transportes.
Além disso, em certas circunstâncias, como em caso de crise manifesta, a Alta
Autoridade podia fixar os preços, máximos ou mínimos, dentro da CECA ou em relação
aos países terceiros.
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Para assegurar o respeito pela livre concorrência, a Alta Autoridade devia ser informada
de todas as acções dos países da CECA suscetíveis de a falsear. Além disso, o tratado
ocupava-se especificamente dos três casos que podiam falsear a concorrência:
Os acordos; as concentrações; e os abusos de posição dominante.
Os acordos ou associações de empresas podiam ser anulados pela Alta Autoridade se
impedissem, restringissem ou falseassem, directa ou indirectamente, o funcionamento
normal da concorrência.
Embora os salários tivessem continuado a ser da competência dos países da CECA, a
Alta Autoridade, em certas condições, podia intervir em caso de salários anormalmente
baixos e de reduções de salários.
A Alta Autoridade podia atribuir ajudas financeiras a programas destinados a atenuar as
consequências negativas que o progresso técnico da indústria podia ter na mão-de-obra
(indemnizações, subsídios e reconversão profissional).
No que toca à mobilidade da mão-de-obra qualificada, o tratado previa que os países da
CECA deviam suprimir as restrições ao emprego em razão da nacionalidade. Em
relação às outras categorias de trabalhadores, em caso de escassez desse tipo de mão-de-
obra, os países deviam proceder às adaptações necessárias em matéria de imigração para
facilitar a contratação de trabalhadores estrangeiros.
O Tratado abordava igualmente a política comercial da CECA em relação a países
terceiros. Embora mantendo a competência nacional, a CECA dispunha de algumas
prerrogativas, como a fixação das taxas máximas e mínimas dos direitos aduaneiros, e o
controlo da concessão de licenças de exportação e de importação. A CECA tinha
também o direito de ser informada sobre os acordos comerciais respeitantes ao carvão e
ao aço.
A Alta Autoridade podia ainda intervir em casos de dumping, ou seja, a utilização pelas
empresas do carvão e do aço fora da jurisdição da CECA de meios de concorrência
contrários às disposições do tratado e nos casos de um aumento importante das
importações que pudesse causar grave prejuízo à produção da CECA.
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CEE – economia em geral; o objectivo fundamental do Tratado de Roma5 era a criação


da CEE, ou seja uma entidade supranacional com personalidade própria. A missão
fundamental da CEE era formar um Mercado Comum (que representa uma forma de
integração económica, com abolição não só das restrições comerciais, mas também das
restrições aos movimentos de factores produtivos, tais como: trabalho e capital). Para
criar o Mercado Comum era necessário que a CEE actua-se da seguinte maneira: teria
que suprimir toda a espécie de barreiras comunitárias e estabelecer uma pauta externa
para a formação de um Mercado Comum ao longo de um período transitório de doze
anos (1958-1970). Durante este período, vários objectivos tinham que ser alcançados: a
defesa da competição intracomunitária; a adopção de uma política comercial comum
frente a terceiros; a adopção de políticas comuns nos sectores da agricultura e dos
transportes; a coordenação das políticas económicas e prevenção dos desequilíbrios das
BP; a aproximação das legislações nacionais; a criação de um fundo social (para
melhorar o nível de vida dos trabalhadores); e a constituição de um Banco Europeu de
Investimento (para facilitar a expansão da Comunidade).
Independentemente dos objectivos temporais fixados, os redactores do Tratado de Roma
permitiram a inclusão de medidas excepcionais (em caso de existirem dificuldades
graves num dado sector económico), a fim de restabelecer o equilíbrio da situação e
adaptar a região, ou o sector, à economia do Mercado Comum. Estas medidas
excepcionais foram permitidas para tentar minimizar o sacrifício, uma vez que sem a
permissão deste tipo de comportamentos, a assinatura deste tratado não teria sido
possível.

O Tratado de Roma era visto como um tratado base6, onde estavam estabelecidos os
fundamentos da unificação económica. Os seis estados membros, ao assinarem o tratado

5
De 25 de Março de 1957
6 “Determinados a estabelecer os fundamentos de uma união cada vez mais estreita entre os povos
europeus, decididos a assegurar, mediante uma acção comum, o progresso económico e social dos seus
países, eliminando as barreiras que dividem a Europa, fixando como objectivo essencial dos seus
esforços a melhoria constante das condições de vida e de trabalho dos seus povos, reconhecendo que a
eliminação dos obstáculos existentes requer uma acção concertada tendo em vista garantir a
estabilidade na expansão económica, o equilíbrio nas trocas comerciais e a lealdade na concorrência,
preocupados em reforçar a unidade das suas economias e assegurar o seu desenvolvimento harmonioso
pela redução das desigualdades entre as diversas regiões e do atraso das menos favorecidas, desejosos
de contribuir, mercê de uma política comercial comum, para a supressão progressiva das restrições ao
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adquiriram desde o princípio certos compromissos, abdicaram da sua soberania


(questões pautais, restrições quantitativas). Aparece o carácter supranacional, que está
presente no processo pelo qual se geram as decisões comunitárias (quando se admite
que a decisão adoptada por uma maioria vai ter que ser aceite e cumprida por todos os
países membros).

Mecanismos que permitiram a construção do Mercado Comum.

1. União Aduaneira: Para se falar de Mercado Comum é necessário que as mercadorias


fabricadas ou nacionalizadas, circulem entre um conjunto de Países com plena liberdade
(através das suas fronteiras). A livre circulação pressupõem a inexistência de barreiras
de carácter internacional (quase perfeita mobilidade de capitais). Para que isto seja
possível, tornou-se necessária a criação de uma união aduaneira (caracterizada pela
abolição de direitos aduaneiros e de restrições quantitativas entre os membros e também
por pauta exterior comum em relação ao comércio com países terceiros). Na realização
de uma União Aduaneira existem dois passos fundamentais: a) supressão das barreiras
pautais intracomunitárias (desarmamento Pautal); b) Estabelecimento de uma pauta
aduaneira comum.

Relativamente ao primeiro passo, os negociadores do Tratado de Roma, fixaram um


período de doze anos, dividindo em três etapas de quatro anos. Na primeira, e na
segunda etapa, tinha que haver uma redução de 30% dos direitos aduaneiros ficando os
restantes 40% reservados para a terceira etapa. A pressão exercida por parte dos
empresários sobre as administrações nacionais, fizeram com que o sistema
implementado fosse o chamado sistema de reduções lineares (este sistema consistia em
aplicar a mesma percentagem de redução sobre o direito-base de todas e de cada uma
das parcelas, de cada uma das pautas nacionais). O sistema de reduções pautais lineares
tornou-se bastante flexível com a inclusão da “cláusula de aceleração” (que estava

comércio internacional, pretendendo confirmar a solidariedade que liga a Europa e os países


ultramarinos, e desejando assegurar o desenvolvimento da prosperidade destes, em conformidade com os
princípios da Carta das Nações Unidas, resolvidos a consolidar, pela união dos seus recursos, a defesa
da paz e da liberdade e apelando para os outros povos da Europa que partilham dos seus ideais para que
se associem aos seus esforços, decidiram criar uma Comunidade Económica Europeia. Preâmbulo do
Tratado de Roma
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incluída no tratado). Esta cláusula previa uma redução mais rápida dos direitos
aduaneiros, de um Estado relativamente aos outros membros, sempre que as condições
económicas o permitissem. Desta forma, em 1968 chegava-se ao objectivo que se tinha
estabelecido (total desarmamento pautal intracomunitário), com 18 meses de
antecedência relativamente ao prazo que estava estipulado no tratado de Roma.

Formação do Mercado Comum Agrícola: os produtos agrícolas ficaram submetidos ao


regime dos produtos industriais, mas no entanto havia um grande número de excepções.
No momento de negociar o Tratado de Roma os produtos agrícolas nos países da CEE
(ao contrário dos produtos industriais) contavam com muitas restrições (além da
protecção derivada dos direitos aduaneiros e dos contingentes), tais como: calendários
fronteiriços, sistema de preços mínimos, requisito de prévia licença de importação.
Poderia dizer-se que havia uma regulamentação altamente protecionista, no que se
refere aos produtos agrícolas.

A grande complexidade das políticas dos Países membros e a celeridade com que foi
constituída a CEE, não permitiu que houvesse regulamentação suficiente (no Tratado de
Roma) relativamente ao Mercado Comum Agrícola. No Tratado de Roma apenas se
definiram alguns fins de carácter pragmático: aumentar a produtividade, tornar possível
um nível de vida equitativo à população rural, estabilizar os mercados, garantir os
abastecimentos e assegurar preços razoáveis para os consumidores. Também foi fixado
no Tratado de Roma o processo de desenvolver a Política Comum. Foi convocada e
realizada a Conferência de Stressa (1958), da qual surgiu o Plano Marshall. Plano este
que se viria a mostrar como base da política agrícola, apareceu em 1962 apresentando as
seguintes disposições: decisões sobre regras de competição; regulamentos financeiros;
decisões sobre preços mínimos; primeiros regulamentos sobre produtos concretos.
Graças à adopção da primeira e segunda série de acordos sobre outros sectores básicos
da economia agrícola da comunidade, existiu em Abril de 1963 uma efectiva
consolidação da política comum. Em 1975, a política comum aplicava-se já a 90% da
produção agrícola da comunidade. A política visava os seguintes objectivos: possibilitar
que a circulação de produtos na CEE fosse idêntica à de um Mercado Comum;
instituição de uma preferência comunitária (que garanta aos produtores europeus
receberem um preço acima do preço mundial, através do pagamento de gravames por
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parte dos produtores extracomunitários); garantir a exportação dos excedentes


produzidos pela CEE, com base em prémios ou subvenções que cobrem as diferenças
entre os preços comunitários e mundiais (o dinheiro que possibilitava este tipo de
operações era proveniente de contribuições dos Países membros). Este tipo de medidas
conduziu a uma política agrícola do mercado comum altamente protecionista (com o
objectivo do auto-abastecimento). Esta política foi proveniente de uma grande pressão
efectuada pela França, tendo sido duramente criticada no exterior da CEE (no GATT, na
UNCTAD, etc).

Como síntese podemos referir alguns aspectos relevantes:

 → Ao longo de 12 anos, levou-se a cabo quase todo o programa de abertura de


mercados nacionais;

 → Em 1968 foram suprimidas os direitos aduaneiros comuns;

 → Em 1970 ocorreu o estabelecimento das principais agregações europeias de


mercado para os produtos agrícolas com um nível comum de preços.

Ainda não se podia falar de um verdadeiro mercado comum nesta fase, porque ainda
existia um controlo fronteiriço, o que diferenciava as trocas dentro da CEE das
trocas internas. Das fronteiras que se opunham à livre circulação de mercadorias,
poderíamos destacar: fronteiras fiscais; obrigações derivadas do direito de patentes;
monopólios nacionais; diferenças existentes nas legislações aduaneiras.

Livre Circulação de factores7: a livre circulação de factores assume também um papel


relevante no funcionamento de um mercado comum. Não é apenas necessário uma livre
circulação de mercadorias, mas também é necessário uma livre circulação de factores,
para o funcionamento do mercado comum.

7
“221. The free movement of goods is an important, valuable and possibly indispensable step which has
to be taken before economic integration can be achieved. But it is not the ultimate goal; at best it is the
indispensable precursor. This philosophy is clearly reflected in the Treaties themselves. The Customs
Union was the first objective of the Treaty of Rome. But that it was by no means intended as the last is
clearly demonstrated by the fact that what the Treaty established was the European Economic
Community.” – in the White Paper on the completion of the internal market
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No Tratado de Roma, os factores de produção dividiam-se em quatro grupos:


Trabalhadores; Direito de Estabelecimento; Serviços e Capitais.

Quanto à primeira categoria correspondia ao trabalho na sua forma mais pura, isto é,
sem acompanhamento de capital. A quarta categoria referida correspondia a capital
puro. As outras duas categorias resultavam de uma combinação de capital e de trabalho.

A livre circulação de pessoas, serviços e capitais dentro da CEE, e a coordenação de


políticas de transporte dos “seis“ (países membros), não representou um problema
muito grande para a comunidade visto que já estavam homogeneizados no momento em
que entrou em vigor o Tratado de Roma, graças aos esforços previamente realizados no
quadro da OECE.

Com o Tratado de Roma veio-se permitir a liberalização do direito de estabelecimento e


dos serviços, proibindo-se toda a discriminação cuja causa esteja na nacionalidade. Em
1961, elaborou-se o programa geral de estabelecimento (que obrigava todos os estados
membros e as instituições da CEE). Este programa constituiu um quadro a partir do qual
emanaram sucessivamente as directrizes para o seu efectivo cumprimento.

Quanto à circulação de capitais, os países membros já haviam liberalizado, no seio da


OECE, uma parte importante desta classe de movimentos. Ao começar a sistematização
da política comunitária, neste campo só estava por liberalizar os movimentos de capitais
de curto prazo.

A nível da integração dos transportes, já existia o útil precedente da CECA (que se tinha
ocupado deste problema no sector concreto do carvão-siderurgia). Tal como aconteceu
para os serviços, houve um programa (regras, condições e outras disposições úteis), se
bem que tenham havido grandes dificuldades.

Política Económica Comum: “Mercado Comum8 é um centro de decisões económicas


comuns, ou, melhor dizendo comunitárias, é o lugar onde os governos, por proposta e

8
“17. This White Paper is not intended to cover every possible issue which affects the integration of the
economies of the Member States of the Community. It focusses on the Internal Market and the measures
which are directly necessary to achieve a single integrated market embracing the 320m people of the
enlarged Community. There are many other matters - all of them important in their own way - which bear
upon economic integration, indirectly affect the achievement of the Internal Market and are the subject of
other Community policies.” – in the White Paper on the completion of the internal market - o que
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sob a pressão das instituições comunitárias, harmonizam, coordenam e unificam as


suas políticas. Este elemento é, na minha opinião, mais significativo do que a união
aduaneira propriamente dita, já que em todas as economias, até nas mais liberais, o
Estado, além de desempenhar um papel decisivo nos sectores onde a concorrência é
fraca, tais como o transporte, a energia, a construção ou a agricultura, exerce a sua
influência em sectores cada vez mais amplos da economia. De facto, as políticas
comuns constituem actualmente o próprio âmago do Mercado Comum.“ (Robert
Marjolin9)“.

No período transitório (1958-1970), a União Aduaneira começou a tornar-se num


elemento semi-estatístico, embora a política comum continuasse dinâmica para
coordenar, harmonizar e unificar as políticas económicas nacionais dos Estados
membros. Isto justificava-se do seguinte modo: enquanto a União Aduaneira era a base
do mercado comum, a política económica levantava gradualmente os pilares onde
assentaria a economia verdadeiramente mais integrada da CEE.

Basicamente existiam três canais de política da Comunidade: Regras comuns; Política


económica; Política fiscal.

As regras comuns compõem um conjunto de mecanismos complementares da formação


da união económica. Quanto aos outros dois canais de política tendiam a assegurar o seu
progresso, passado o período transitório.

No Tratado de Roma não se prestou muita atenção às políticas económicas comuns,


para se evitar aqueles que não queriam transferir um número excessivo de faculdades
para a CEE. À excepção do Comité Monetário, o resto foi criado conforme as
necessidades apareciam (Comité de política conjuntural, Comité de política de médio
prazo, Comité de política orçamental). Estes quatro órgãos, conjuntamente com a
Comissão formavam um corpo de verdadeiras autoridades comunitárias. A função
fundamental deste corpo era a verdadeira criação da política comum e a influência
decisiva para a coordenação das políticas nacionais.

demonstra a importância dada, o enfoque concedido ao Mercado Interno como medida de estabilização
desta união de estados europeus.
9
Vice-presidente da Comissão da CEE em 1964
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Desde que a política comercial e a política de desenvolvimento regional experimentasse


um desenvolvimento institucional análogo, poder-se-ia dizer que a CEE contava já com
uma política comum em todas as frentes básicas da sua actuação.

A 5 de Abril de 1970, a CEE deu a conhecer o “Plano Barre”, que visava responder aos
desejos expressos pelos países membros na conferência de Haia (1969), tendo em vista
a criação de uma união económica e monetária. O “Plano Barre” encontrava-se dividido
em três etapas: Fase preliminar (1970-1971); Fase preparatória (1972-1975); Pôr em
prática a união económica monetária.

Na segunda etapa, os objectivos fundamentais eram: a fixação em comum das


orientações da política conjuntural (para assegurar a sua conformidade com as
orientações do programa a médio prazo da CEE); a definição em comum das políticas
orçamentais; a adopção de disposições que permitissem um melhor acesso de cada um
dos membros ao mercado de capitais dos restantes; a harmonização do imposto sobre as
sociedades, no que toca à sua estrutura e à sua base; a elaboração pelo Comité dos
governadores dos bancos centrais das linhas gerais da política do crédito; a limitação em
1% das variações das quotizações entre as moedas dos países membros (inicio de 1971);
a aplicação de uma gestão comum dos direitos especiais de transferência, concedidos
aos membros (a partir de 1973).

Relativamente à terceira etapa (a partir de 1976), a comissão concluiu que não era
possível prever o plano de trabalho desta fase, que conduzia à união económica

A União Económica e Monetária10: Antecedentes: o Tratado de Roma não deu muita


importância à questão da coordenação monetária, deixando essa questão para os estados
membros. Só em 1969, na Conferência de Haia, é que essa questão é posta, pois estava
a antever-se uma crise no sistema monetário internacional. Em 1971, surgiu o Plano
Werner (um plano para a união económica e monetária), baseado na “serpente
monetária”. Este sistema foi abandonado na Cimeira de Paris de 1974, devido: ao
primeiro choque petrolífero (Outubro de 1973); ausência de comportamentos credíveis

10
União económica é o grau de integração que se distingue do mercado comum por também existir uma
certa harmonização das políticas económicas com vista a um espaço de maior coesão.
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por parte dos países membros; instabilidade cambial (causada pelo fim do sistema de
Bretton-Woods).

Constituição do grande mercado único europeu: em 1985, aquando da chegada de


Jacques Delors à presidência da comissão, foi criado o “Livro Branco”11 da comissão
para o Conselho Europeu. Havia necessidade de criar este livro, porque o presidente da
comissão já se tinha apercebido que o avanço das Comunidades Europeias só era
possível se existisse a criação de um grande mercado interno. O objectivo deste, era
apresentar um programa que tinha que ser seguido (as dificuldades que tinham que ser
ultrapassadas) entre 1985 e 1992, de forma a possibilitar a unificação completa do
mercado interno. Três aspectos sobressaíam: 1-criar um mercado único, juntando todos
os mercados nacionais dos países membros da comunidade; 2- considerar esse mercado
como um mercado dinâmico e em expansão; 3- possibilitar a canalização de recursos,
financeiros, humanos e materiais para se obter a utilização óptima. No programa que foi
estipulado, clarificava-se que para atingir o objectivo (mercado interno europeu), era
necessário abolir as fronteiras físicas, técnicas e fiscais.

A criação do “Livro Branco” originou, em 1 de Julho de 1987, a entrada em vigor do


Acto Único Europeu12, que além do seu grande objectivo, constituição do grande

11
“White Paper on the completion of the internal market” (14 June 1985)
12 Animados da vontade de prosseguir a obra empreendida com base nos Tratados que instituem as
Comunidades Europeias e de transformar o conjunto das relações entre os seus Estados numa União
Europeia, em conformidade com a Declaração Solene de Estugarda, de 19 de Junho de 1983, resolvidos a
pôr em prática essa União Europeia com base, por um lado, nas Comunidades, funcionando segundo as
suas regras próprias e, por outro lado, na cooperação europeia entre os Estados signatários em matéria de
política estrangeira e a dotar essa União dos meios de acção necessários, decididos a promover
conjuntamente a democracia, com base nos direitos fundamentais reconhecidos nas constituições e
legislações dos Estados-membros, na Convenção de Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades
Fundamentais e na Carta Social Europeia, nomeadamente a liberdade, a igualdade e a justiça social,
convencidos de que a ideia europeia, os resultados adquiridos nos domínios da integração económica e da
cooperação política, bem como a necessidade de novos desenvolvimentos, correspondem aos anseios dos
povos democráticos europeus, para quem o Parlamento Europeu, eleito por sufrágio universal, é um meio
de expressão indispensável, conscientes da responsabilidade que cabe à Europa de procurar falar cada vez
mais em uníssono e agir com coesão e solidariedade, para defender com maior eficácia os seus interesses
comuns e a sua independência e fazer valer muito especialmente os princípios da democracia e do
respeito pelo Direito e pelos Direitos do Homem, aos quais estão ligados, para dar em conjunto o seu
próprio contributo à manutenção da paz e da segurança internacionais, de acordo com o compromisso que
assumiram no âmbito da Carta das Nações Unidas, determinados a melhorar a situação económica e
social, pelo aprofundamento das políticas comuns e pela prossecução de novos objectivos, e a garantir um
melhor funcionamento das Comunidades, dando às instituições a possibilidade de exercerem os seus
poderes nas condições mais conformes ao interesse comunitário, e notando que, nos termos dessa
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mercado interno, trouxe também alguns avanços em áreas como: política social,
ambiente, investigação e desenvolvimento, capacidade monetária e coesão económica e
social, alteração das regras de votação (no conselho deixou-se de usar a regra da
unanimidade para passar a uma regra de maioria qualificada). O Acto Único foi bem
aceite, porque se sentia a necessidade de criar um mercado que rivaliza-se com os EUA
e Japão, porque a Europa não estava a conseguir explorar na totalidade o seu mercado
interno (cerca de 320 milhões de pessoas).

União Económica Europeia e Monetária: o Conselho Europeu, deliberou (em 27 e 28


de Junho de 1988) a criação de um comité, que tinha Jacques Delors como presidente.
Este comité foi criado com o intuito de analisar e estabelecer as etapas para a criação da
União Económica e Monetária. Deste comité saiu um relatório que estava divido em três
partes que são: a primeira que estava relacionada com o desenvolvimento, ao longo do
tempo, da integração económica e monetária da Comunidade; a segunda tinha por
objectivo definir os traços principais da união económica e monetária e prever as
implicações antes de se iniciar o respectivo percurso; a última parte tinha como função
expor as diferentes etapas que conduziriam à união económica e monetária.

O “plano Delors” podia-se dividir em três etapas concretas:

- A primeira etapa tinha por objectivo promover a convergência das políticas


económicas e monetárias, reforçando a coordenação destas.

- A segunda fase, que se poderia denominar por fase de transição, ficou marcada (no
domínio monetário) pela criação do Sistema Europeu de Bancos Centrais. A principal
função deste sistema era atenuar os efeitos da passagem para uma política monetária
comum, tornando-se necessário para isso a harmonização de certas disposições (caso
das reservas obrigatórias ou acordos de pagamento).

- A última etapa começou com a passagem às paridades fixas. Durante esta etapa as
moedas seriam substituídas por uma moeda comunitária única. No decurso desta etapa o
sistema ficou com o poder de: formular e aplicar a política monetária; tomar decisões

resolução, a Comunidade e os bancos centrais dos Estados-membros tomaram um certo número de


medidas destinadas a pôr em prática a cooperação monetária, decidiram estabelecer o presente Acto (…)”
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relativas às intervenções sobre o mercado cambial relativo a países terceiros; gerir as


reservas oficiais que serão postas em comum.

Em última análise, à União Económica e Monetária distinguem-se três fases:

Uma primeira fase transitória, que se prolongou até 31 de Dezembro de 1993. Durante
esta fase verificou-se a coordenação da política económica. Assistiu-se a uma
liberalização dos movimentos de capitais dentro do SME e um reforço da convergência
das políticas dos estados membros. No decorrer desta fase também foi implementada a
vigilância multilateral, isto foi conseguido devido aos programas de convergência de
médio prazo e à supervisão dos principais agregados económicos.

Numa segunda fase, que se desenrolou a partir de 1 de Janeiro de 1994, acentuaram-se


vários campos de intervenção, tais como: política orçamental, segundo a qual os estados
membros deveriam evitar uma situação de défices orçamentais excessivos; constitui-se
o Instituto Monetário Europeu, que tinha como papel reforçar a coordenação das
políticas monetárias entre os estados membros e aumentar a cooperação entre os bancos
centrais. Nesta fase também foram definidos vários critérios de convergência
(estabilidade de preços, ausência de défices orçamentais excessivos, estabilidade
cambial, convergência das taxas de juro nominais de longo prazo).

A última fase, a partir de 1 de Janeiro de 1999, caracterizou-se pela: introdução do ECU


como moeda única, deixando de ser unicamente um cabaz de moedas; início de funções
do BCE (banco central europeu) que tinha como objectivo a estabilidade de preços (que
por sua vez iria possibilitar o equilíbrio interno e externo, e o bom funcionamento do
sistema de pagamentos e dos mercados financeiros, tal como a redução das taxas de juro
de longo prazo).

Actualmente (e para terminar) podemos dizer que: O mercado interno é uma das
maiores realizações da União Europeia. Gradualmente, as restrições ao comércio e à
livre concorrência foram sendo eliminadas entre os Estados-Membros, o que teve como
consequência a melhoria dos níveis de vida.
O mercado interno ainda não se tornou um espaço económico único. Alguns sectores de
actividade (serviços públicos) continuam a estar sujeitos às leis nacionais.
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Cada um dos Estados-Membros da UE continua a ser em larga medida soberano no que


diz respeito à fiscalidade e à segurança social.
O mercado interno é apoiado por uma série de políticas relacionadas, instauradas pela
UE ao longo dos anos, que ajudam a garantir que a sua liberalização beneficie o maior
número possível de empresas e consumidores.

EURATOM – energia atómica: De um modo geral, os principais objectivos


do Tratado original mantêm-se, sendo o principal alcançar a independência energética
através do uso da energia nuclear. Outros objectivos subsidiários são a cooperação no
desenvolvimento e utilização da energia nuclear; a promoção da investigação da energia
nuclear; a criação de um mercado comum de equipamentos e materiais nucleares, de
modo a que todos os Estados-Membros pudessem beneficiar do uso desta energia;
estabelecer normas de segurança uniformes com vista a proteger a saúde da população e
dos trabalhadores da indústria; e garantir que os materiais nucleares não são desviados
para fins diferentes daqueles a que se destinam, em particular militares. Desde o final
da Guerra fria, a Euratom é particularmente importante na ajuda que dá aos países de
Leste para o desenvolvimento das condições de segurança nas centrais de energia
atómica. Actualmente, o seu projecto mais importante é a participação no reactor de
fusão internacional, ITER, financiado pela FP7.

A Conferência Intergovernamental sobre o Mercado Comum e a Euratom, que teve


lugar em Bruxelas, a 26 de Junho de 1956, esboçou as linhas gerais de ambos os
tratados. Assim, à CEEA caberia a cooperação no âmbito da energia nuclear,
partilhando com a CEE a Assembleia e o Tribunal de Justiça da CECA, mas com um
corpo executivo diferente. A CEEA teria a sua própria Comissão, com poderes quase
equivalentes aos da Alta Autoridade da CECA, e ainda um Conselho. Os Tratados de
Roma foram ratificados pelos membros da CECA e entraram em vigor a 1 de Janeiro de
1958.

Em Abril de 1965, pelo Tratado de fusão, a CECA, CEE e CEEA uniram-se,


constituindo as Comunidades Europeias, ainda que a CEEA continuasse a manter uma
existência legal distinta. Em 1993, o Tratado de Maastricht, criou a União Europeia,
absorvendo as Comunidades, mas a CEEA não se fundiu com a União, mantendo a sua
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personalidade jurídica distinta, embora partilhe as mesmas instituições. A Constituição


Europeia de 2004 tinha como objectivo consolidar todos os tratados anteriores mas,
provavelmente devido ao forte sentimento antinuclear do eleitorado europeu, o Tratado
Euratom não foi ratificado de forma igual aos anteriores, permanecendo separado do
texto da Constituição. O Tratado de Lisboa, assinado a 13 de Dezembro de 2007,
modifica certas disposições do Tratado Euratom através do seu “Protocolo nº 2, que
altera o Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica”. Essas
alterações limitam-se a adaptações às novas regras estabelecidas pelo Tratado
Reformador, nomeadamente nos domínios institucional e financeiro.

A CEEA também providencia empréstimos para financiamento de projectos de energia


nuclear na UE.
A CEEA só tem competência no domínio da energia nuclear para fins civis. De acordo
com o Tratado, as missões específicas da CEEA são as seguintes:

 Desenvolver a investigação e assegurar a difusão dos conhecimentos técnicos


relativos à investigação nuclear.
 Estabelecer normas de segurança uniformes destinadas à protecção sanitária da
população e dos trabalhadores (educação e formação profissional) e velar pela sua
aplicação.
 Facilitar os investimentos e assegurar, designadamente encorajando as
iniciativas das empresas, a criação das instalações essenciais ao desenvolvimento da
energia nuclear da UE.
 Velar pelo aprovisionamento regular e equitativo (de acordo com o princípio de
igualdade de acesso aos recursos) de todos os utilizadores da Comunidade em
minérios e combustíveis nucleares.
 Garantir que os materiais nucleares civis não sejam desviados para fins
diferentes daqueles a que se destinam.
 Exercer o direito de propriedade que lhe é reconhecido sobre os materiais
cindíveis especiais.
 Promover o progresso através da utilização pacífica da energia nuclear em
colaboração com os países terceiros e as organizações internacionais.
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 Constituir Empresas Comuns, tendo em vista um projecto específico de


desenvolvimento da indústria nuclear europeia.
2) Cláusulas institucionais: As cláusulas institucionais dizem quais são as instituições,
as suas competências, funcionamento e como elas se relacionam;

3) Cláusulas materiais: as cláusulas materiais são aquelas que vão desenvolver os


objectivos sócio-económicos de cada uma das comunidades. É com base nestas
disposições materiais que distinguiu o tratado-lei e tratado-quadro;

4) Cláusulas finais: as cláusulas finais estabelecem regras de entrada em vigor dos


tratados, a sua duração.

c) Tratado-lei e tratado-quadro: Muito embora cada um dos três tratados


comunitários se ocupe das matérias aludidas, impõe-se fazer uma distinção entre
eles no tocante à forma que tais matérias são reguladas:

DIREITO COMUNITÁRIO DERIVADO

Por sua vez, a supranacionalidade comunitária destaca a especificidade institucional e


jurídica do processo de integração europeu. Não existe uma definição unívoca de
supranacionalidade, a qual designa um novo tipo de organização internacional, em que
os Estados-membro não se encontram mais em situação de absoluta igualdade, é
permitida a ingerência em seus assuntos internos e a relação entre a organização e os
Estados deixam ser de coordenação e passa a ser de subordinação destes à organização.
O resultado consiste em uma transferência substancial de competências legislativas,
executivas e judiciárias por parte dos Estados a favor da organização.

Desta forma, dependendo da intensidade pretendida, o arcabouço jurídico elaborado


para normalizar as relações surgidas no interior do bloco será mais ou menos
sofisticado, ou seja, poderá ser tanto mais específico e autónomo em relação ao DIP,
quanto mais aprofundado seja o processo de integração. Tal especificidade se manifesta
particularmente nas relações entre este novo ordenamento jurídico e os ordenamentos
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jurídicos nacionais. Neste caso, não se utilizam mais as categorias tradicionais de


relacionamento entre Estados, porém um tipo diferenciado. Quanto mais supranacional
e, portanto, com mais âmbitos de soberania compartida ou de cessão de direitos de
soberania, mais peculiar será o arcabouço jurídico deste tipo de integração.

É constituído pelos actos unilaterais das instituições tomados em aplicação das regras
dos tratados. Direito comunitário derivado é um autêntico direito de legislar porque é
produzido de forma autónoma por parte das instituições.

As instituições no exercício de competência normativa atribuída pelos tratados adoptam


de forma autónomas regras jurídicas. Isto tem, a ver com a característica base das
Comunidades Europeias, instituições com poder para criar regras jurídicas. Entre os três
tratados existe uma diferença de nomenclatura dos actos das instituições.
REGULAMENTO COMUNITÁRIO
Na definição de regulamento comunitário, estão presentes três elementos (ver art.
249º TCE):
1) Carácter geral: pelo seu carácter geral, os regulamentos comunitários deste ponto
de vista, são equiparáveis às leis nacionais. Tal como estas, o regulamento estabelece
uma regra, impõe uma obrigação ou confere direitos a todos os que se incluam ou
possam vir no futuro a incluir-se na categoria de destinatários que o regulamento define
em abstracto e segundo critérios objectivos.
A generalidade do regulamento tanto pode reportar-se aos destinatários da estatuição
normativa como ao objecto da previsão ou objecto da prescrição.
2) Obrigatoriedade do regulamento em todos os seus elementos: o carácter geral é
obrigatório do regulamento é expressão de um poder normativo perfeito que permite à
autoridade comunitária impor por si só – isto é, prescindindo da participação das
instituições nacionais – a observância da totalidade das disposições desse acto aos
Estados-membros, aos seus órgãos e autoridades, e a todos os particulares sujeitos à
jurisdição comunitária.
E pelo facto de ser obrigatório em todos os seus elementos que o regulamento se
distingue da directiva – a qual prescreve imperativamente o resultado a atingir, mas não
os meios que os Estados devem usar para alcançar esse resultado. O acto regulamentar
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é, diversamente da directiva, impor quaisquer modalidades de aplicação e de execução


julgadas necessárias ou úteis pela autoridade comunitária.

3) Aplicabilidade directa do regulamento: tem a ver com a característica da


aplicabilidade imediata. Ser directamente aplicável nos Estados-membros significa que
depois de aprovado o regulamento e se cumprir todos os requisitos, o regulamento
vigora directamente no território dos Estados sem necessidade dum qualquer acto de
recepção por parte dos Estados-membros.
As expressões “directamente aplicável em todos os Estados-membros”, que figuram
no art. 249º revelam o traço mais característico dos regulamentos comunitários: uma
vez publicados no Jornal Oficial das Comunidades e decorrida a “vacatio legis”,
entram em vigor em todo o território comunitário e ficam de pleno direito
(automaticamente) incorporados no ordenamento jurídico interno dos Estados sendo aí
aplicáveis a qualquer pessoa física ou moral sujeita à jurisdição comunitária, a
solicitação de quem tenha legitimidade processual para os invocar em juízo.
O regulamento é um instrumento de uniformização por contraposição à directiva, que
é um instrumento de harmonização.

DIRECTIVA COMUNITÁRIA

Nos termos do art.º 249º TCE “a directiva vincula o Estado-membro destinatário


quanto ao resultado a alcançar, deixando no entanto às instâncias nacionais a
competência quanto à forma e aos meios”.
Resulta desta disposição, que as directivas são actos pelos quais a autoridade
comunitária competente, ao mesmo tempo que fixa aos respectivos destinatários um
resultado que no interesse comum, deve ser alcançado, permite que cada um deles
escolha os meios e as formas mais adequadas – do ponto de vista do direito interno, da
realidade nacional ou dos seus interesses próprios – para alcançar o objectivo visado.
A directiva é um instrumento de harmonização, o que se pretende é que haja uma certa
compatibilidade entre todos os ordenamentos jurídicos, que os ordenamentos dos
Estados sejam semelhantes.
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A directiva obriga à transposição por parte dos Estados, impõe um fim, mas como
atingir esse fim, fica à discricionariedade dos Estados. O órgão competente para emanar
directivas, regra geral é o Conselho.
A directiva é um método de legislação por etapas. Vincula o Estado-membro quanto ao
resultado, deixando os destinatários escolherem a forma e os meios para alcançar aquele
fim. Vincula quanto ao fim, estabelece um resultado que no interesse comunitário deve
ser alcançado, mas permite que cada Estado escolha os meios e formas mais adequados
para alcançar aquele fim, aquele resultado.
O que caracteriza a directiva comunitária?
Em princípio não possui carácter geral (ao contrario do regulamento), porque a directiva
vincula um ou mais Estados-membros. A directiva possui a característica da
generalidade de forma indirecta depois de transposta para o direito nacional, passa a ser
aplicado a um número indeterminado de pessoas.
a) Obrigatoriedade de resultado e liberdade de escolha de forma e meios: a
directiva é um instrumento privilegiado de harmonização das legislações, tendo como
objectivo um fim comum. A directiva consagra um fim que os Estados têm de cumprir.
Esta obrigação decorre dos arts. 249º e 10º TCE.
Quanto à escolha da forma os Estados são livres para escolher o acto jurídico da
transposição da directiva. As directivas comunitárias são transpostas obrigatoriamente
para lei ou decreto-lei. Quanto à escolha dos meios, tem a ver com a escolha das
medidas concretas susceptíveis de conduzir ao resultado imposto pela directiva.
Como características essências da directiva:
A directiva só pode impor uma obrigação de resultado, nunca pode impor uma
obrigação de meios;
As directivas são cada vez mais minuciosas e parecidas com os regulamentos
comunitários, privando os Estado das escolhas dos meios.
b) Aplicabilidade imediata das directivas comunitárias – consequências:
A Prof. Sardinha entende que as directivas gozam de aplicabilidade imediata porque a
transposição da directiva é um mero acto de execução.
É possível a um particular invocar as disposições da directiva em três casos:
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1) No caso do Estado não cumprir com a sua obrigação, com a não transposição o
Estado está a prejudicar os cidadãos;
2) Se a directiva lhe atribuir um direito que ele possa fazer valer em juízo;
3) Para verificar se existiu uma correcta escolha da forma e dos meios para a execução
daquela directiva.
Os particulares podem invocar em juízo o disposto na directiva, desde que ela tenha o
direito que eles possam fazer valer em juízo.

DECISÕES COMUNITÁRIAS
Nos termos do art.º 249º TCE a decisão é obrigatória em todos os seus elementos para
os destinatários a designar.
O objectivo da decisão é o de dar aplicação prática das regras dos tratados aos casos
individuais.

a) A limitação dos destinatários da decisão: a decisão obriga apenas os


destinatários que ela própria designar, individualizando-os. Tais destinatários tanto
podem ser Estados (um, vários ou todos) como pessoas colectivas de direito público ou
de direito privado e mesmo simples indivíduos.
Dirigida quer a um indivíduo ou a uma empresa quer a um Estado, a decisão tem
normalmente por finalidade aplicar as regras de direito comunitário a casos particulares
– sendo, então, assimilável a um acto administrativo; apresenta-se, por isso, como um
instrumento que as instituições podem utilizar para aplicação, por via administrativa,
das normas comunitárias.
Mas a decisão comunitária pode também ser utilizada para prescrever a um Estado ou
grupo de Estados-membros um objectivo cuja realização passa pela adopção de medidas
nacionais de alcance geral – apresentando-se neste caso como um instrumento de
legislação indirecta próximo da directiva – com a diferença de que é obrigatória em
todos os seus elementos.

b) A obrigatoriedade da decisão: a decisão – prescreve o art.240º TCE – é


obrigatória em todos os seus elementos, tal como o regulamento. À semelhança do que
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sucede com a directiva, a decisão impõe o resultado a atingir, mas, diversamente


daquela, obriga igualmente quanto às modalidades de execução.

A APLICABILIDADE DIRECTA DA DECISÃO:


a) Decisões dirigidas pela autoridade comunitária a particulares (indivíduos ou
empresas
Estas decisões originam sem dúvida, por si próprias, directa e imediatamente,
direitos e obrigações, para os respectivos destinatários e eventualmente, para terceiros,
que os tribunais nacionais podem ser solicitados, na sua qualidade de tribunais comuns
de direito comunitário, a reconhecer e impor.

b) Decisões dirigidas aos Estados: em princípio, uma decisão comunitária não


modifica por si própria a ordem jurídica interna dos Estado em causa e portanto, as
situações jurídicas individuais: esta modificação resultará normalmente da aplicação
pelos Estados-membros destinatários da decisão, das medidas que pela decisão lhes são
impostas. O mesmo é dizer que as decisões dirigidas aos Estados não podem, em
princípio, ter um efeito directo e imediato na esfera jurídica dos cidadãos.

RECOMENDAÇÕES E PARECERES
Não têm carácter obrigatório, a sua influência é na maior parte dos casos indirecta, uma
vez que contribui para orientar as legislações dos Estados-membros.
Têm uma função de integração de lacunas de outros actos comunitários com carácter
obrigatório, não são vinculativos, não impõem obrigações para os seus destinatários
(art.º. 249º in fine, 253º e 254º TCE).

a) Recomendações: são actos do Conselho dirigidos aos Estados-membros, ou actos


da Comissão dirigidos quer ao Conselho quer aos Estados-membros (art.97º TCE).
Exprimindo-lhes o respectivo ponto de vista sobre determinadas questões, apontando-
lhes as medidas ou soluções reclamadas pelo interesse comunitário, sugerindo-lhes os
comportamentos a adoptar.
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As recomendações foram concebidas como um instrumento de acção indirecta da


autoridade comunitária, visando frequentemente à aproximação das legislações
nacionais ou à adaptação de uma dada regulamentação interna ao regime comunitário.
c) Pareceres: a noção de parecer engloba diversas modalidades de actos que têm em
comum a ausência de força vinculativa, pelo que não constituem só por si os
respectivos destinatários em qualquer obrigação jurídica.

AS INSTITUIÇÕES DA UNIÃO EUROPEIA

Conselho Europeu

Foi criado no congresso de Haia em 5 de Maio de 1949 (44 Países). Nesta organização
há uma espécie de integração do tipo da EU, porque os Estados-Membros são alvo de
crítica quando violem os direitos Humanos, e, porque o tribunal Europeu dos Direitos
do Homem condena qualquer Estado-Membro, mesmo os mais poderosos; a sua função
é a defesa dos direitos do homem.

Tratado de Fusão-União Aduaneira

Com a fusão de 1965, dando origem a órgãos únicos para aquelas comunidades que
passaram a ser: um Conselho único, uma Comissão única das Comunidades Europeias,
conhecido como tratado de fusão, passado a existir um Conselho, uma Comissão, um
Tribunal e uma Assembleia únicos para três Comunidades. Isto deu origem à União
Aduaneira em 1 de Julho de 1968, abolindo todas barreiras aduaneiras nacionais, para a
existência aduaneira comum.

Implicações Jurídicas com as Comunidades

O tratado de Roma teve implicações, como resultado da integração, exigiu que os actos
ou formas jurídicas fossem uniforme, afim de garantir a coesão jurídica dos interesses
almejados. Exigindo a coerência e uniformidade ou aquilo que veio a chamar-se de
primazia ou aplicabilidade do Direito Comunitário.
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Órgãos Comunitários

São aqueles que manifestam a vontade ou sendo entes que executam os fins
fundamentais ou primários da Comunidade, Parlamento Europeu, Conselho, Comissão,
Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas. Vide nº1 artigo 7º do Tratado de Roma.
Estes são órgãos primários para garantir os fins ou atribuições da Comunidade, órgãos
de natureza política e fiscalizadora (Parlamento), Órgãos Legislativo e Executivo
(Conselho e Comissão), Órgãos Judicias (Tribunais de Justiça e de Contas).

Existem órgãos coadjutores com fins consultivos como comité económico e social e o
comité das Regiões vide nº2 do artigo 7º já referido.

Tratado Reformador da União Europeia

A Europa o modelo de integração económica e monetária bem sucedido no mundo


ocidental e em alguns aspectos roçando o federalismo. Com os alargamentos à Leste do
continente europeu surgem situações formais ou processuais que prejudicam o
funcionamento das instituições e até mesmo o dito “deficit democrático” resultante do
facto de inexistência de legitimidade democrática directa entre o executivo da União e o
Povo, salvo a eleição dos deputados europeus; o mecanismo de indicação/nomeação dos
comissários resulta de uma base indirecta, onde as forças políticas e o perfil do
candidato pode influenciar o sucesso; quando se sebe a comissão é responsável pela
execução da União e guardiã efectiva dos tratados (artigo 211 à 217 do TCE). A
legitimidade da comissão é indirecta, ratifica pelo parlamento como resultado das
propostas do Conselho que adoptam em comum medidas para efectivação das políticas
(artigo 249º TCE).

Tratado de Lisboa de 13 de Dezembro de 2007, procurou ultrapassar a rejeição do


Tratado Constitucional, resultado dos referendos francês e nos países baixos, a 29 de
Maio e 1 de Junho respectivamente. O Tratado de Lisboa, encontrou o impasse formal
por rejeição resultante do Referendo Irlandês de 12 de Junho de 2008.
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Parlamento Europeu

O parlamento Europeu cabe-lhe representar os povos dos Estados. No início, os seus


membros eram designados em sufrágio universal indirecto pelos parlamentares dos
diferentes países. A partir do acordo de 20 de Setembro de 1976, a eleição processa-se
por sufrágio universal directo. O Parlamento passou a compreender 518 deputados a
partir de 1 Janeiro de 1986, data da adesão da Espanha e de Portugal. Este número subiu
para 567 desde as eleições de Junho de 1994. O Tratado de Nice prevê um número que
não seja superior a setecentos e trinta e dois, como resultado da integração de 27 estado.
O mandato dos deputados é de cinco anos.

Os estados são livres de escolher o seu sistema eleitoral. O Parlamento Europeu (PE),
eleito a cada cinco anos pelos cidadãos da UE nas eleições parlamentares europeias, é a
única assembleia parlamentar multinacional eleita por sufrágio universal no mundo.
Embora fundada somente como uma assembleia consultiva, as competências
legislativas do Parlamento Europeu aumentaram significativamente a partir do Tratado
de Maastricht (1993). Hoje, juntamente com o Conselho, é um órgão legislador da
União Europeia. A organização do PE, assemelha-se bastante à de um parlamento
nacional. Escolhe a sua mesa e elege o seu Presidente por dois anos e meio, e os
deputados constituem-se em grupos políticos. O número mínimo para constituir um
grupo é de 29 se pertencem a um único estado, 23 (dois Estados), 18 (três Estados), 14
(quatro e mais).

Os poderes do parlamento foram reforçados. Detém o poder de co-decisão orçamental e


(em parte, desde Maastricht), o de co-decisão legislativa. Pode derrubar a Comissão por
meio de uma moção de censura e passou a ter o poder de investir (art.º 189 à 201 TCE).

Conselho da União Europeia

O Conselho da União Europeia, (CUE), vulgarmente conhecido como Conselho de


Ministros, que representam os Governos dos Estados-membros, cujos interesses
defendidos buscam um acordo comum. Juntamente com o Parlamento Europeu exerce o
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poder legislativo. Ele mantém significativos poderes executivos cujo exercício


automaticamente é transferido para a Comissão. Nos últimos tempos, parece ser
confirmado como centro gravitacional do poder da comunidade, em detrimento,
principalmente da Comissão. Entrando em vigor as disposições do Tratado de Lisboa, o
seu nome será simplificado e reduzido para Conselho.

Comissão Europeia (CE) representa o poder executivo da UE, mas também está
envolvida na legislação. É uma instituição politicamente independente que representa e
defende os interesses da União como um todo, propõe legislação, políticas e programas
de ação e é responsável pela execução das decisões do Parlamento e do CUE. A
Comissão tem o direito exclusivo de iniciativa no processo legislativo, ou seja, propõe a
nova legislação da UE, mas são o Parlamento Europeu e o Conselho que a adoptam.

Conselho Europeu: O Conselho Europeu (não confundir com o Conselho da UE),


formado pelos chefes de Estado ou de Governo dos países da União Europeia, reúne
quatro vezes por ano (de acordo com a Lei Única Europeia, deve reunir pelo menos
duas vezes por ano ou mais, em sessão extraordinária, convocada pelo seu presidente)
para analisar as grandes questões europeias e dar à União os impulsos necessários e
definir as suas prioridades e orientar as políticas globais. Carece de qualquer poder
legislativo, executivo ou judiciário, pelo menos formalmente, mas a sua influência é
grande e tende a ser crescente. O seu antecessor são as "conferências de cúpula" dos
anos 1970. Tornou-se numa instituição com o Tratado de Lisboa, em 2009.

Tribunal de Justiça

O Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias é o supremo tribunal da União em


matéria de Direito da União e é composto por 27 juízes (um por cada Estado-membro)
com um presidente eleito entre eles. O seu papel é garantir que o direito da União é
aplicado da mesma forma em todos os Estados e para resolver litígios entre as
instituições ou Estados. Tornou-se numa instituição poderosa em matéria de Direito da
União, podendo substituir a legislação nacional. O Tribunal de Justiça é assistido por
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um tribunal inferior chamado de Tribunal de Primeira Instância (TPI) e um Tribunal da


Função Pública, com o objectivo de reduzir a carga de trabalho do tribunal principal.

Os juízes e advogados gerais são escolhidos de comum acordo, pelos governos dos
Estado-Membros, entre personalidades independentes susceptíveis de ocuparem no seu
país as mais altas funções jurisdicionais, os particulares têm um acesso limitado ao
tribunal contra as decisões individuais de seu destinatário. Os outros órgãos
comunitários ou estados podem recorrer ao tribunal para lhe solicitar que sancione uma
violação do Direito Comunitário. As jurisdições estatais também podem recorrer ao
Tribunal para o interrogar sobre uma interpretação do direito. Pela sua acção, o Tribunal
participa na construção europeia. Por decisão do Conselho de 24 de Outubro de 1988,
foi criado um Tribunal de primeira instância das comunidades Europeias, que fará parte
integrante do Tribunal de Justiça no plano institucional e cujo papel é reduzir a carga de
trabalho deste (art.º220 à 245 TCE).

Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas Europeu, é uma instituição, que apesar do nome, não tem poder
judicial. Em vez disso, ele garante que os fundos dos contribuintes do orçamento da
União Europeia, foram corretamente gastos. O órgão faz um relatório de auditoria para
cada exercício, ao Conselho e ao Parlamento. O Parlamento usa isso para decidir se
aprova o Orçamento. O Tribunal também dá opiniões e propostas sobre legislação
financeira e acções anti-fraude. É a única instituição que não é mencionada nos tratados
originais, tendo sido criado em 1975. Ela foi criada como uma instituição independente,
devido à sensibilidade da questão da fraude na União Europeia. É composto por um
membro de cada Estado designado pelo Conselho de seis em seis anos. A cada três
anos, um deles é eleito para ser o presidente do tribunal.

Está encarregado de velar pela correcta aplicação das regras orçamentais da


comunidade. Emite pareceres, publica um relatório anual e controla a execução das
despesas (poder de quitação).

Banco Central Europeu O (BCE) é responsável pela política monetária europeia. É o


banco central da moeda única europeia, o Euro (€). Além do controlo sobre as questões
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monetárias e exigências, comanda a política cambial e as taxas de juros, incluindo a


competência monetária, cujo objectivo fundamental é preservar a estabilidade dos
preços e o controlo da inflação. Exerce as suas funções com total independência. Em
cumprimento com as disposições do Tratado de Lisboa, passará a deter o estatuto
constitucional de Instituição. Tornou-se numa instituição com o Tratado de Lisboa, em
2009.

Como consequência da Política Monetária foi criado o Sistema Europeu de Bancos


Centrais SEBC, coordenados pelo Banco Central Europeu.

O SEBC tem as seguintes atribuições: definição da política monetária da comunidade,


realização de operações cambias compatíveis, a detenção e gestão das reservas cambiais
oficias dos Estados-Membros, promoção do bom funcionamento dos sistemas de
pagamento vide artigos 105º do TCE.

O Banco Central Europeu é consultado sobre qualquer acto da comunidade inerente às


suas funções, pelo órgão da união, os estados membros exercer todas competências
inerentes à política monetária sobre crédito e à estabilidade do sistema financeiro vide
artigo 105 do TCE.

O Banco Central Europeu tem ainda o direito exclusivo de autorizar a emissão de notas
de bancos na Comunidade, bem como autorizar bancos nacionais quando tenham moeda
própria vide artigo 106 do TCE.

ÓRGÃO CONSULTIVOS, COADJUTORES OU AUXILIAR

Comité Económico e Social

Às instituições propriamente ditas, há que acrescentar os órgãos complementares. O


Comité Económico e Social (representantes das diferentes componentes de carácter
económico e social da sociedade civil organizada, nomeados pelo Conselho por
proposta apresentada pelas organizações profissionais, por intermédio dos governos)
está incumbido de dar um parecer sobre as diferentes propostas de natureza económica e
social transmitida pela Comissão ao Conselho, vide artigos 257º à 262 TCE.
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Comité das Regiões

O comité das regiões foi criado pelo Tratado de Maastricht, composto por
representativo das colectividades locais, dispõe apenas de um poder consultivo, vide
artigo 263 TCE.

Outros órgãos e agências das União Os órgãos são comparáveis a instituições de


menor nível (embora não beneficiem deste estatuto), e se as funções são concretas, a
área em que se podem implantar é transversal ou, eventualmente, são aplicadas por
campos mais específicos, mas com amplos poderes que vão muito além da gestão. Eles
têm independência no exercício das suas funções.

As agências são filiais de outras instituições, mas com autonomia funcional, geralmente
qualificadas em áreas especializadas da gestão delegada.

Órgãos de garantia

 O Provedor de Justiça Europeu tem como objectivo defender os cidadãos e as


empresas da UE contra a má gestão, abuso ou tratamento discriminatório das
instituições, órgãos e agências da União e das autoridades nacionais, caso entrem
em infração, em detrimento dos cidadãos e das obrigações das empresas ou abrir os
respectivos direitos ao abrigo do direito comunitário.
 Órgãos consultivos, os organismos consultivos podem intervir de forma
consultiva na tomada de decisões, embora não tenham poder legislativo.

 O Comité Económico e Social Europeu, representa sindicatos, organizações


patronais, ONG’s e outras organizações sócio-económicas de importância europeia.
 O Comité das Regiões, representa as autoridades regionais e locais, as suas
perspectivas e interesses.
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 Órgãos financeiros Banco Europeu de Investimento (BEI) tem como missão


contribuir para um desenvolvimento regional equilibrado através da integração
económica e coesão social.

 Órgãos interinstitucionais

Os órgãos interinstitucionais são:

 Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades: edita, imprime e distribui


informação sobre a UE e as suas atividades;
 Serviço Europeu de Selecção de Pessoal: selecciona o pessoal das instituições da
UE e de outras agências;
 Autoridade Europeia para Protecção de Dados (AEPD): garante que as
instituições e órgãos da UE respeitem o direito dos indivíduos à privacidade no
processamento de dados pessoais.
 Agências descentralizadas (Agências Europeias)
Para uma lista mais completa, consulte agência da União Europeia. As agências
europeias não são instituições da União Europeia, não estando abrangidas pelo regime
linguístico das instituições. Estão encarregues de áreas específicas com técnica,
científica ou de gestão, a nível da UE. Estas agências não estavam previstas nos tratados
europeus: cada uma é criada por um ato legislativo específico, e nem todos têm o termo
"agência" no seu título oficial: a autoridade pode ser chamada de centro, instituto ou
fundação.

 Agências para a Política Externa e de Segurança Comum


 Instituto de Estados de Segurança da União Europeia: contribui para a
construção de uma cultura europeia comum de segurança e promove a
discussão estratégica.
 Centro de Satélite da União Europeia
 As agências de coordenação e cooperação policial e judiciária em matéria
penal. Estas agências foram criadas para ajudar os Estados-membros a cooperar
no combate ao crime organizado internacional. Executa tarefas no contexto do
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diálogo, da assistência e da cooperação entre polícias, alfândegas, serviços de


imigração e da Justiça dos Estados-membros.
 Europol: responsável por facilitar as operações de luta contra o crime na
União Europeia.
 Eurojust: reforça a cooperação judiciária entre os Estados-membros.
AS POLÍTICAS DA COMUNIDADE ECONÓMICA EUROPEIA

A comunidade Económica Europeia, nos seus mais absolutos objectivos de integração


traçou as seguintes politicas:

 Política Monetária;
 Política Económica;
Política Social;
 Política Regional;
 Política Ambiental;
 Política Fiscal;
 Política de Concorrência.

Política Monetária: Relativamente a Política Monetária, esta consiste num sistema de


preços único expresso em unidades de conta que garantam as mesmas receitas para as
mesmas produções a todos os agricultores da comunidade. Os problemas monetários
praticamente não se manifestam quando do período de transição para união aduaneira
(Moussis 1985).

Importa realçar que durante o primeiro decénio da existência da comunidade económica


europeia (1958-1968), esta organização ultrapassou duas etapas fundamentais no
processo de integração económica, a primeira consistia na conclusão da união aduaneira
e a segunda consistiu na definição de uma política agrícola comum. A liberalização
progressiva no comércio intracomunitário dos direitos aduaneiros e das restrições
quantitativas deu um impulso fantástico às trocas de bens e de serviços entre os estados
membros, e por consequência, aumentou o desenvolvimento destes países e a sua
interdependência económica, atributo da união aduaneira deu à comunidade uma
personalidade comercial própria que como tal lhe permitiu tomar parte nas negociações
comerciais internacionais.
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Este processo de integração económica levado a cabo pela comunidade Económica


Europeia, permitiu a coabitação das diversas economias dos estados membros da
comunidade económica europeia.

Politica Económica: Esta visa essencialmente a coordenação das políticas dos Estados
Membros a curto prazo, a sua orientação a médio prazo e a solidariedade financeira
comunitária tanto a curto prazo. A política económica segue o destino da maior parte
das políticas comunitárias, Estas apesar de que vagamente são prevista no tratado de
Roma, mas esta por sua vez é indispensável à realização desta união mais do que outras
políticas comunitária, porque ela é um dos seus dois aspectos.

Os objectivos da política económica não definem particularmente de um país para outro


da comunidade, todos os países desejam aumentar a sua produção, conservar a
estabilidade do nível de preços, realizar o mais alto nível de emprego possível e
salvaguardar o equilíbrio da sua balança de pagamento.

Para que o mercado comum se pareça em tudo com um mercado interno, é preciso que
as políticas económicas seguidas pelos estados membros, entre outras, sejam coerentes.
A coordenação obrigatória das políticas económicas implica concessão no plano da
soberania nacional. Mas as concessões são, cedências mútuas, quando um estado
renuncia ao direito de tomar isoladamente certas medidas de política económica que
pode prejudicar os interesses dos seus parceiros, obtém em contrapartida o direito de
exigir deles que lhe façam o mesmo no que respeita aos seus próprios interesses, e tendo
em conta estes procedimentos que a comunidade económica europeia passou a
prosseguir.

Do ponto de vista jurídico o tratado Roma compreende três capítulos – a política de


conjuntura; - a balança de pagamentos;- a política comercial. O artigo 103º indica que
os estados membros consideram a sua política de conjuntura como uma questão de
interesses comum. Consultam-se mutuamente e consultam a comissão sobre as medidas
a tomar em função das circunstâncias. Segundo o artigo 105º coordenam as suas
políticas económicas com vista a facilitar a realização dos objectivos enunciados no
artigo 104º, isto, é, o equilíbrio das balanças de pagamentos, a confiança nas moedas
dos países membros, um alto grau de emprego e a estabilidade do nível de preços.
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Política Social: Tendo em conta as diferenças estruturas económicas dos estados da


comunidade. Os seus problemas eram à partida e são ainda, em certa medida muito
diferente. Sobre a política social também torna-se importante frisar que no estádio
actual da integração económica, a política social comunitária não pretende substituir as
políticas socias nacionais. Presente simplesmente coordena-las a fim de ter níveis de
protecção social semelhante nos estados membros, trazer um auxílio suplementar às
categorias sociais e às populações que dele tenha mais necessidade. O tratado de Roma
assinalava fim essencial dos esforços dos Estados membros um melhoramento constante
das condições de vida e de emprego dos provos.

Um problema que se destaca, certamente, na comunidade, em virtude do tratado Roma


que instituía a Livre circulação dos trabalhadores no interior do mercado comum, é o da
migração. Era a nível comunitário que era preciso enfrentar, num primeiro momento, os
obstáculos legislativos, administrativos e sociais à livre circulação dos trabalhadores,
bem como os problemas sociais defrontados pelos trabalhadores migrantes e suas
famílias e, um segundo momento encorajadoras da criação de novos empregos nas
regiões pobres da comunidade. A política social visa fundamental elevar o nível de vida
de toda a população da comunidade de modos a aplanar o desequilíbrio económico.
Juridicamente, a politica social tem o seu respaldo no tratado de Paris, o tratado de Paris
aborda a politica social nas industrias do carvão e do aço em três artigos, o artigo 56º
que prevê medidas tendentes a facilitar o reemprego produtivo da mão-de-obra, tornada
disponível nessas indústrias, na sequencia da introdução de processo técnicos ou de
equipamentos novos, quer nas industrias que noutras sectores; o artigo 68.º que
estabelece medidas a adoptar no caso dum abaixamento anormal dos salários nas
indústrias do carvão e do aço; e o artigo 69, que impõe a livre circulação dos
trabalhadores nestas industrias e a abolição das discriminações na remuneração e nas
condições de trabalho entre trabalhadores nacionais e trabalhadores imigrados.

Politicas Regionais; A noção de política regional, que tem como fim a criação, a
organização e a gestão das condições de localizado das actividades económicas, data do
após guerra. Deriva da constatação de que, contrariamente aos factores naturais
existentes, tais como o clima, a situação geográfica e os recursos do subsolo, uma
política voluntarista conduzida pelas autoridades públicas pode influenciar as condições
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económicas da localização. A política regional da comunidade não procura substituir-se


às políticas regionais nacionais. Os estados devem em primeira linha, resolver os
problemas das suas regiões por meio da implantação das infra-estruturas e pelo apoio
financeiro aos investimentos criadores de empregos. Mais a política regional
comunitária deve coordenar as políticas regionais nacionais formulando orientações e
fixando alguns princípios para evitar o preço exagerado das ajudas entre os estados
membro. Deve também coordenar as diferentes políticas e instrumentos financeiros da
comunidade, para lhe dar uma dimensão regional e aumentar, o seu conjunto de impacto
sobre as regiões mais carenciadas.

Política regional é um conjunto de medidas que recaem sobre as condições de


localização das actividades naturais das regiões, às exigências técnica e economia, e às
necessidades e aspirações das populações.

Do ponto de vista jurídico a política regional encontra o seu respaldo nos tratados que
instituíram a C.E.C.A e a C.E.E, estes por sua vez reconhecem a existência de
disparidade regionais e têm em conta os problemas de algumas regiões da comunidade.
O artigo 56º do tratado de Paris dá à alta autoridade a possibilidade de facilitar o
financiamento dos programas de criação de novas actividade economicamente sãs e
susceptíveis de assegurar o reemprego produtivo da mão-de-obra, tornara disponível
pela introdução de processos técnicos ou de novos equipamentos na indústria do carvão
e do aço. O tratado de Roma declara, no seu preambulo, que os signatários se
preocupam em reforçar a unidade das suas ecomimias e em garantir o seu
desenvolvimento harmonioso mediante a redução das desigualdades entre as diversas
regiões e o atraso das menos favorecidas, e no seu artigo 2º, que CEE, tem por missão,
entre outras, promover um desenvolvimento harmonioso das actividades económicas no
conjunto da comunidade. O artigo 39º assegurava que, na elaboração da política
agrícola comum e dos métodos especiais que ela poderia implicar, se teria em conta a
natureza particular da actividade agrícola, decorrente da estrutura e das disparidades
estruturais entre as diversas regiões agrícolas.

O artigo 75º estipula que em derrogação do processo de decisão por maioria qualificada,
das disposições relativas aos princípios do regime dos transportes e cuja aplicação seja
susceptível de afectar gravemente o nível de vida e o emprego de certas regiões, são
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adoptadas pelo conselho deliberado por unanimidade. Por fim o artigo 80º diz que a
comissão examina os preços e condições dos transportes feitos no interior da
comunidade, tendo particularmente em conta as exigências de uma política económica
regional adequada, as necessidades das regiões subdesenvolvida e os problemas das
regiões gravemente afectada por circunstâncias políticas.

Política Ambiental; Para a comunidade, o ambiente era o primeiro domínio onde se


encontrava nos estados membros um relativo vácuo legislativo e regulamentador e, por
conseguinte, menos “partis pris” e prejuízo jurídico e administrativo do que nos outros
domínios. Estava ai uma oportunidade de conceber uma política comunitária desde o
princípio e a comissão Europeia estava resolvida a não a perder. A sociedade industrial
europeia desenvolveu-se muito durante um século (1860-1960), sem se preocupar
absolutamente com nada com as consequências ecológicas do seu crescimento.

Quase todas as actividades humanas e todos os processos industriais têm uma incidência
sobre o meio natural, seja por poluição do ar e da água, seja por causa dos ruídos, seja
pela destruição dos lugares e das paisagens. Só muito recentemente se teve a percepção
muito avançada. Torna-se difícil fazer o enquadramento jurídico desta política na
medida em que os tratados que criaram a comunidade não previam a competência geral
dos órgãos comunitários no domínio do ambiente, isto é, na época da redacção, os
problemas do ambiente ainda não tinha atingido o primeiro plano das preocupações dos
dirigentes europeus. Todavia o tratado Euratom contem disposições que permitem
organizar a protecção dos trabalhadores e das populações contra o risco nuclear numa
base europeia.

Política Fiscal; Os sistemas fiscais dos países que iriam formar a C.E.E, eram muito
diferentes uns dos outros, tantos nas estruturas como nas taxas dos impostos. O tratado
da C.E.E, era muito prudente em matéria de harmonização fiscal, o que pretendia numa
primeira instância era a restauração e o respeito da regra da neutralidade fiscal igual da
produção interna e das importações provenientes dos países membros.

Quanto ao resto, o tratado limita-se a convidar a comissão a examinar o modo como


poderiam ser harmonizados os impostos de transacções, no respeitante aos impostos
directos, o tratado não requeria harmonização ou qualquer outra acção comunitária.
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Segundo o relatório Neumark, existiam três níveis de disparidades entre os sistemas


fiscais nacionais: 1-o nível da concepção geral da política económica; 2- o nível da
política financeira (composição da carga fiscal entre impostos directos, repartição dos
recursos entre um Estado e Colectividades publicas, etc.); e 3- o nível da técnica fiscal
(organização técnica da tributação).

A política fiscal encontra o seu tratamento jurídico no tratado de Roma, este por sua vez
consagra cinco artigos as disposições fiscal, quatro (art.95.º e 98.º), estabelecem a regra
da neutralidade fiscal nas trocas comerciais comunitárias. O regime aplicável às
importações está previsto no artigo 95º, que proíbe os estados membros de onerar
directa ou indirectamente os produtos dos outros Estados membros com tributos
internos, seja qual for a sua natureza, superiores àqueles que oneram directa ou
indirectamente os produtos nacionais similares. No que respeita aos produtos
exportados para outros estados membros, o artigo 96.º dispõe que não pode beneficiar
de nenhuma restituição de contribuições internas superiores às contribuições que
atingiram directa ou indirectamente. O artigo 97º prevê a possibilidade de se recorrer a
fixação de taxas medidas para o cálculo das medidas de compensação nas fronteiras, em
caso de percepção do imposto de transacções segundo o sistema de imposto cumulativo.

Quanto aos impostos directos, segundo o artigo 98º, as compensações à importação e à


exportação não podem ser operadas sem autorização prévia do conselho por um período
limitado. Nenhuma unificação dos impostos directos ou indirectos está prevista.
Limitando-se o artigo 99º a convidar a comissão a examinar o modo como poderiam ser
harmonizadas as legislações dos estados membros relativas aos impostos de
transacções.

Politica concorrência; Esta política vela pelo comportamento competitivo das empresas
e protege os interesses dos consumidores, permitindo-lhes obter os bens e os serviços
nas melhores condições. Evitando que a divisão dos mercados seja restabelecida por
meio de ententes internacionais. Criar para a indústria europeia o contexto jurídico e as
condições económicas que lhe permitam desenvolver-se e modernizar-se para fazer face
á concorrência internacional.
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Estas condições normais de concorrência exigiam. Regras e processos com vista a


corrigir o efeito das intervenções dos estados ou das situações de monopólio, e em
segundo lugar, regras que se impusessem às empresas a fim de evitar que os direitos
aduaneiros, que um dumping pusesses em perigo produções económicas sãs e que a
repartição dos mercados se substituísse à sua divisão.

O artigo 3º, consagra aos princípios do tratado Comunidade Económica Europeia,


impõe às instituições que velem pelo estabelecido de um regime destinado a garantir
que a concorrência não falseada no mercado comum, e todo o capítulo sobre a
concorrência atribui a esta função de organização as trocas intracomunitárias, livre de
obstáculos tarifários, na base da oferta e da procura. O liberalismo do tratado não tem,
pois o sentido do laisser fair, laisser passer, mas o sentido de uma liberdade ordenada
(MOUSSIS-1985).

Hoje já vigora a nível da União Europeia a união aduaneira, alias a União Europeia
surgiu como resultado do processo saturado de integração. Como pudemos verificar o
cumprimento de certas regras advindas de tratados possibilitam o amadurecimento da
integração regional.

Partilha de competências; Nestas matérias podem os estados terem a liberdade de


especificação ou de efectivarem as políticas. São matérias não transferências para os
órgãos da Comunidade. A partilha de competência é também uma forma de garantir a
subsidiariedade ou melhor só pode serem os órgãos da comunidade realizarem tais
tarefas salvo se os tratados melhor realizarem. Se assim não fosse a integração seria
comprometedora para a gestão política endógena. A integração específica é própria
sobre aquelas bases primárias da integração ou razão da integração acima referida.
Nomeadamente:

 Política de coesão económica e social


 Política regional
 Política social e de saúde
 Política de investigação e tecnologia
 Política de ambiente e a protecção do consumidor
 Política de cooperação para o desenvolvimento
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ORGANIZAÇÃO DE UNIDADE AFRICANA (OUA)

Esta organização tem os seus primórdios nos esforços desenvolvidos por nacionalistas
Africanos dos anos 50 e 60. Estes preconizando a unidade de África, estabeleceram os
seguintes objectivos para organização:
 Promover a unidade e a solidariedade dos estados africanos;
 Coordenar e intensificar a sua cooperação e esforços;
 Conquistar uma vida melhor para os povos de África;
 Defender a sua soberania integridade territorial e independência nacional;
 Desenvolver a cooperação internacional, dando atenção particular à Carta das
Nações Unida e à Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Estes objectivos constituíam os elementos definidores da futura organização, é neste
sentido que a organização de Unidade a Africana foi fundada a 25 de maio de 1963 na
Etiópia (Adis Abeba que ficou a sede). Para prosseguir os objectivos estabelecidos a
carta da organização de unidade africana tem como princípios da:
 Igualdade soberana de todos os países membros;
 A resolução pacífica dos conflitos;
 Não ingerência nos assuntos internos dos estados;
 O não-alinhamento.
Carta Africana também definia os seguintes órgãos da organização
 Assembleia dos Chefes de Estados e de Governo: é o órgão supremo da OUA. Os
chefes de Estados ou os seus representantes devidamente acreditados, reúnem
anualmente para discutirem assuntos de interesse comum; interpretar a carta da
organização, podendo inclusivamente emenda-la quando achar necessário. Constitui
quórum suficiente para qualquer reunião da Assembleia dois terços da totalidade dos
seus membros;
 O Conselho de Ministros: é o corpo executivo subordinado à assembleia dos
Chefes de Estados e de Governo. É composto pelos Ministro dos Negócios
Estrageiros.
 O Secretario Geral: constitui o terceiro órgão da organização e é dirigido por um
Secretário-geral Administrativo que executa as decisões da Assembleia dos Chefes
de Estado e o Conselho de Ministro. Os órgãos anexos são a comissão económica e
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especial, Comissão de Educação e Cultural, Comissão de Saúde, Comissão de


Defesa, Comissão Cientifica e Comissão Técnica e de Pesquisas.
Independentemente dos objectivos estabelecidos na carta da organização de unidade
africana, os líderes na primeira conferencia que se realizou em maio de 1963 decidiram
por uma maioria esmagadora dar assistência às lutas armadas contra a dominação
colonial e de minoria branca na África do Sul, neste sentido foi criado comité de
Libertação Africano que estava encarregado de coordenar as ajudas aos Movimentos de
Libertação e supervisionamento a sua aplicação.
Em termos de cooperação no continente Africano a OUA constitui o primeiro passo, ou
seja, partindo do pressuposto que a integração é a situação final e radical de fusão das
partes no todo ou a integração como processo progressivo e aberto que permita
maximizar a igualdade de oportunidades no acesso ao bem-estar (Myrdal), a
organização de unidade africana constituía um passo importante na medida em que
estabelecia numa primeira instância os laços de cooperação entre os estados membro.
Os nacionalistas Africanos observaram que para se libertar do colonialismo em primeira
instância deviam congregar esforço numa organização para a posterior partir para o
desenvolvimento e integração económica.
Com o fim da presença colonial em Africa colocava-se a questão do papel da
Organização de Unidade Africana, e considerando que novos desafios foram surgindo
numa África independente, desafios como questão da libertação económica, a procura
do desenvolvimento sustentável, a extrema pobreza e etc. A Organização de Unidade
Africana revelava-se incapaz de atingir estes objectivos, neste âmbito e levando em
consideração o processo de integração que a economia mundial está a sofrer os
princípios da carta da organização e no tratado de criação da comunidade económica
Africana, bem como levando em consideração que a presença de conflitos em África
atrasa o desenvolvimento socio-económico dos estados, criou-se então a União
Africana, pondo um fim a o Organização de Unidade Africana.

União Africana (UA)

Como temos vindo a destacar a União Africana resultou da necessidade de se integrar a


África na economia mundial, depois do continente Africano aceder às independências,
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objectivo fundamental da criação da então OUA, colocava-se a questão do papel da


OUA face a estes grandes desafios, colocar a África na economia mundial, pressupõem
estabilidade político-militar, clareza das politicas publicas bem como a sua viabilidade.
Partindo deste pressupostos, assim como a própria necessidade das economias africanas
integrarem-se.
A União Africana tem os seus primórdios, na quarta conferência extraordinária da OUA
em Sirte, Grande Jamahiriya Árabe Líbia Socialista e Popular, em 9 de Setembro de
1999, reforçada com a conferência de Lomé, Togo, 11 de Julho de 2000, no qual
elaborou-se o acto constitutivo da União Africana. A União Africana enquanto tal foi
fundada em 2002, é a organização que como já aludimos sucedeu a OUA, tem o seu
modelo alicerçado no modelo da União Europeia, e como vamos ao longo observar
através dos seus objectivos ajuda na promoção da democracia e na integração de Africa
na economia do mundo.
Nos termos do artigo 3º do acto constitutivo da União Africana esta prossegue os
seguintes objectivos:
 Realizar maior unidade e solidariedade entre os países e povos da África;
 Defender a soberania, integridade territorial do continente;
 Promover e defender posições africanas comuns sobre as questões de interesse
para o continente e seus povos;
 Encorajar a cooperação internacional, tendo devidamente em conta a Carta das
Nações Unidade e a Declaração Universal dos Direitos do homem;
 Promover os princípios e as instituições democráticas, a participação popular e
boa governação;
 Promover proteger os direitos do homem e dos povos, em conformidade com a
Carta Africana dos Direitos dos povos e outros instrumentos pertinentes
relativos aos direitos do homem;
 Criar as necessárias condições que permitam ao continente desempenhar o papel
que lhe compete na economia mundial e nas negociações internacionais;
 Promover o desenvolvimento duradouro nos planos económicos, social e
cultural, assim como a integração das economias africanas;
 Promover a cooperação em todos os domínios da actividade humana, com vista a
elevar o nível de vida dos povos africanos;
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 Coordenar e harmonizar as políticas entre as comunidades económicas


Regionais existentes e futuras, para a gradual realização dos objectivos da
União;
 Fazer avançar o desenvolvimento do continente através da promoção da
investigação em todos os domínios, em particular em ciências e tecnologia;
 Trabalhar em colaboração com os parceiros internacionais relevantes na
erradicação das doenças susceptíveis de prevenção e na promoção da boa saúde
no Continente.
O artigo 4º do acto constitutivo realça que a união, funciona com os seguintes princípios
fundamentais:
 Igualdade soberana e interdepende entre os Estados membros da União;
 Respeito das fronteiras existentes no momento da acessão a independência;
 Estabelecimento de uma política comum de defesa para o continente africano;
 Resolução pacífica dos conflitos entre os Estados membros da União através de
meios apropriados que sejam decidido pela conferência da união;
 Proibição do uso da força ou ameaça do uso da força entre os estados membros
da união;
 Não ingerência de qualquer estado membro da União nos assuntos internos de
outro;
 Direito da União intervir num estado membro em conformidade com uma
decisão da conferência em situações graves nomeadamente. Crimes de guerra,
genocídio e crimes contra humanidade;
 Coexistência pacífica dos estados membro da União e seu direito de viver em
paz e em segurança;
 Direito dos estados membros de pedirem a intervenção da União, com vista à
restauração da paz e segurança;
 Promoção da autonomia colectiva no quadro da União;
 Promoção da igualdade do género;
 Respeito pelos princípios democráticos, pelos direitos humanos, pelo estado de
Direito e pela boa governação;
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 Promoção da justiça social para assegurar o desenvolvimento económico


equilibrado;
 Respeito pela santidade e da vida humana, condenação e rejeição da impunidade,
dos assassinatos políticos, e dos actos de terrorismo e actividades subversivas;
 Condenação e rejeição de mudança de instituições de governos.

É sobre estes princípios que a União Africana, vai prosseguir os objectivos que
estabeleceu no artigo 3º, sobre este modelo a União dispõe dos seguintes órgãos da
União.
 Conferência da união;
 O conselho Executivo;
 O parlamento Pan-Africano;
 O Tribunal de justiça;
 A comissão;
 O comité de representantes permanentes;
 Os comités técnicos especializados;
 O conselho Economico, social e cultural
 As instituições financeiras, bem como outros órgãos que a conferência da União
decida estabelecer.

Nova Parceria para o Desenvolvimento de Africa (NEPAD)


A nova parceria para o desenvolvimento de África, é um plano dos líderes africanos
baseada numa visão comum e numa convicção firme e partilhada de que eles têm a
missão de erradicar a pobreza e lançar Africa rumo ao desenvolvimento sustentável e
integração na economia do mundo.
Em termos situacionais o continente Africano vive em extrema pobreza onde 340
milhões de pessoas, ou seja, a metade da população, vive com menos de 1 USD por dia,
taxa de mortalidade entre crianças de menos de cinco de idade atinge aos 140 por 1000
e a esperança de vida ao nascimento é apenas 54 anos, somente 58% da população tem
acesso a água potável. A taxa de analfabetismo entre pessoas de idade superiores a 15
anos atinge os 41%.
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Historicamente o acesso as instituições da comunidade internacional, ao crédito e ajuda


binominal sublinhou a lógica do desenvolvimento Africano. O crédito originou o ciclo
de divida que das prestações ao reescalonamento ainda persiste e prejudica o
crescimento dos países Africanos. Esta opção atingiu os seus limites, em relação a outro
elemento da ajuda binominal. Pode-se igualmente registar a redução da ajuda e limite
máximo da ajuda pública que se situa abaixo das metas definidas.

Curiosamente o continente Africano ocupa um lugar indispensável na comunidade


mundial na medida eme que os seus recursos vem servindo a humanidade ao longo de
muitos séculos, mas se nos apegarmos da realidade e actualidade de Africa
constatarmos os dados acima referenciados, ou seja durante século, a África tem estado
integrada na economia munida principalmente como provedora de mão-de-obra barata e
de matérias-primas, isto implicou necessariamente a drenagem dos recursos Africanos
ao invés da sua utilização para o desenvolvimento do continente. A ideia que prevalece
naquele período de utilizar os minerais e as matérias-primas para desenvolver indústria
manufactureiras e uma força de trabalho altamente especializada para sustentar o
crescimento e o desenvolvimento, foi perdida. Assim a África permaneceu o continente
mais pobre, a despeito de ser a região mais dotada de recursos no mundo.

A NEPAD, surge como mecanismo de inverter o quadro actual do continente, mas


como vai esta nova parceria para o desenvolvimento de África actuar face ao quadro
actual? Quais são os sectores em que esta parceria vai actuar?
A NEPAD, difere na sua abordagem e estratégia de todos anteriores planos e iniciativas
de apoio ao desenvolvimento de África, embora os problemas a serem resolvidos
permaneçam em grande medida os mesmos, este programa é encarado como tendo uma
visão a longo prazo de desenvolvimento dirigido pelos Africanos.
Nas suas linhas orientadoras a NEPAD, prossegue os seguintes objectivos a longo
prazo:
 Erradicar a pobreza em África e colocar os países Africanos, individual e
colectivamente, na via do crescimento e desenvolvimento sustentáveis e estancar
desta forma, a marginalização de que a África é objecto no processo de
globalização;
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 Promover o pepel da mulher em todas as actividades.


E prossegue os seguintes objectivos/metas:
 Realizar e suster a media da taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB),
acima dos 7% anuais nos próximos 15 anos;
 Assegurar que o continente realize as mestas de desenvolvimento internacional;
 Reduzir em metade a proporção das populações que vivem na extrema pobreza
entre 1990-2015;
 Matricular todas as crianças em idade escolar nas escolas primárias até 2015;
 Realizar progressos para assegurar a igualdade do género e capacitar as
mulheres, através da eliminação das disparidades sexuais no processo de
matrículas na educação primária e secundaria até 2005;
 Reduzir os rácios da mortalidade materna em três quatro entre 1990 e 2015;
 Providenciar o acesso para todos os necessitados aos serviços de saúde de
reprodução até 2015, implementar estratégias nacionais para realizar o
desenvolvimento sustentável até 2005 de forma a integrar as perdas de recursos
do ambiente até 2015.

Cooperação e Integração Regional da SADC


O mundo globalizado implica uma cooperação mais próxima ou estreita entre Estados.
Se ontem temia-se a soberania hoje, fala-se em cooperação, aliança, união. Etc., são
expressões que ouvimos no nosso dia-a-dia, criando equívocos para os cidadãos,
chocando mesmo com as teorias clássicas como da soberania de Bodin ou
independência do príncipe face ao outro, segundo Maquiavek. São estas expressões que,
exigem clareza ou destrinça por razões técnicas.
Cooperação: implica relações de igualdade entre estados soberanos onde pode ser
promovido interesses comuns ou bilaterais, plurilaterais com benefícios para ambos as
partes, interessada ou apoiada. Na cooperação há duas partes ou mais, nenhuma impõe à
outra o seu modelo, negocia-se com os órgãos internos competentes na base da
igualdade entre os estados ou organizações. A exemplo disto, a parceria estratégica da
União África, resulta da necessidade de acordos ou parcerias multilaterais, mas onde os
estados africanos apresentam ou analisam os seus interesses comerciais, económicos,
financeiros e as implicações políticas conexas.
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Integração: resulta da expressão latina integratio, significando “renovação”


restabelecimento (Casella e Liquidato, 2006), implica uma cedência de parte da
soberania dos estados interessados por atender ao bem comum e ao facto de necessita-se
órgãos comuns que defendam os interesses comunitários integrados. Sejam eles de
natureza energética, económica, agrícola, ambiental, financeira, monetária ou politicas,
a integração implica identidade ou criação de valores e objectivos comuns sob pena de
distorcer a teleologia da integração. A razão da integração é corrigir erros históricos,
combater exclusão económica, tecnológica, energética, cultural ou politica; pretende-se
consolidar valores comuns perdidos no tempo, corrige-se para garantir a coesão social.
Se analisarmos todas organizações internacionais que tendem para a integração,
procuram alicerça-se na sua história, língua, religião ou proximidade geográfica. Tende-
se colocar no centro a solidariedade das nações ontem desavindas ou que por razões
geoestratégicas exige mais aproximação para que colectivamente possa enfrentar o
gigante ou adversário comercial, tecnológico.
A SADC tem uma importância geostratégica, o espeço em análise pode ser uma das
maiores reservas energéticas, hídricas e faunística do universo. Parece-nos que as
pretensões para a integração são de grande realce, mesmo com as fragilidades acima
referidas, ela pode ser no futuro um espaço de interesse económico de realce, não nos
esquecermos também de uma zona com um processo colonial paradoxal, pois,
coabitaram Portugueses, Ingleses, Holandeses, Franceses, Belgas e Alemães.
Religiosamente coabitam cristãos (Católico e Protestantes), latinos/Germânicos e
muçulmanos. A escravatura encontrou aqui o seu melhor mercado para as Américas e
Europa, é uma zona de confluência cultural interessante. As populações da SADC, são
maioritariamente Bantu, de crenças africanas que assentam no culto pelos antepassados,
tendo os anciãos como depositários da maioria colectiva.

As Instituições
Como instituições atende-se aos organismos criados para responderem às atribuições da
SADC, manifestam a vontade através de deliberação ou decisões regulando toda
actividade da SADC.
As instituições previstas no nº 1 e 2 do artigo 9 do tratado consolidado da SADC são:
 A cimeira dos chefes de estado ou de governo
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 O órgão de cooperação nas áreas de política, defesa e segurança


 O conselho de Ministros
 Comité Integrado de Ministros
 O Comité Permanente de Altos Funcionários
 O Secretariado
 O tribunal
 As comissões nacionais da SADC
 Poderão ser criadas outras instituições consideradas necessárias

A Troika
O artigo 9º do tratado acima referido fala de troika, sendo um organismo que resulta
num triunvirato (conjunto de três pessoas), responsáveis pelos organismos da SADC
como: Cimeira, Órgão, Conselho, Comité Integrado de Ministros e Comité Permanente
de altos Funcionários vide nº 1 do artigo já referido.

Constituição da Trika da Cimeira


A troika é constituída pela Presidência da troika, presidente da SADC em exercício,
sucessor que será o Vice-Presidente da SADC e o Presidente da SADC vide nº 2, do
artigo 9º. É um organismo que serve ou sustenta, coordena a Cimeira, tomando
decisões, facilita a implementação das mesmas e providenciar as questões relativas à
orientação, referido artigo nº6. O seu mandato é de um ano. Vide nº3 do preceito em
análise. Constituição ou composição e mandato da Troika do Conselho, comité
Integrado de Ministro e o Comité Permanente de Altos Funcionários, correspondem ao
mandato da Troika da cimeira, segundo o nº4.

Órgão Principias
A cimeira: é o órgão mais representativo e político da SADC, sendo constituído por
legitimo representantes dos estados – membros que, são chefes de estados ou governo
consoante o sistema de governo constitucional de cada estado. É o que vem consagrado
no nº 1 do artigo 10º do tratado consolidado. Toda dinamização politica e
regulamentação ou efectivação dos objectivos dependem da cimeira. Ela elege um
Presidente e um Vice-Presidente, de entre os seus membros, vide nº 3 e 4 do já referido
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artigo 1º. Reúne pelo menos duas vezes por ano. Elege um secretário executivo da
SADC e um Adjunto, sob recomendação do conselho, vide nº 7 e artigo 14º. As suas
deliberações são tomadas por consenso e são vinculativas vides nº9 do artigo 10º.

Conselho
É um dos órgãos fundamentais por resultar da concertação intergovernamental,
responsável pelos Negócios estrageiros ou ralações exteriores, ela exerce todas acções
necessárias para execução, dinamização das políticas, resoluções, protocolos ou
regulamentos aprovados pela cimeira. Tem um presidente e um vice, nomeados pelos
estados membros com os mandatos, respectivamente, da presidência e da vice-
presidência da SADC, vide nº1,2 e 3 do artigo 11. Ela reúne pelo menos quatro vezes
por ano, subordina-se à cimeira, recomenda a cimeira a admissão de novos membros
vide nºs 4 a 7 do artigo 11º.

Comité Integrado de Ministros


É integrado de Ministro e constituído por um mínimo de dois Ministros de cada Estado
Membros, competindo-lhe dar dinâmica, superintender nas áreas chaves da integração
como: comercio, indústria, finanças, investimento, infraestruturas, serviços,
alimentação, agricultura, recursos naturais, desenvolvimento social e humano; em suma
tem haver com as áreas da especialidade e que sejam objecto da integração; vide nº 1 e 2
do artigo 12 do Tratado Consolidado da SADC. Tal como nos outros organismos qui
também há um presidente e um vice, reunindo pelo menos uma vez por ano, vide o
nº3,4 e 5 do artigo já referido.

Tribunal
Tem funções jurisdicional para interpretar o Tratado e outros diplomas, dirime os
litígios a ele submetido, vide artigo 16º do tratado consolidação da SADC.

Órgãos Auxiliares: comité Permanente de Altos Funcionários/Secretariado e o


secretariado Executivo
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São órgãos auxiliares ou coadjutores por serem criados e subordinados aos órgãos
fundamentais cimeira, para o cabal exercício e execução das tarefas atribuídas
(Conselho e Comité Integrado de Ministros).

Secretariado
É o órgão executivo da SADC, cabendo as tarefas técnicas e burocráticas para a
realização das atribuições da SADC. Ela exerce, zela pela efectivação dos objectivos ou
torna-as real, implementa, consulta os governos dos estados Membros, é o verdadeiro
Governo ou executivo da organização, vide artigo 14º do diploma acima referido. É
dirigido por um secretário Executivo, com a função semelhante aos dos Primeiros-
Ministros dos governos dos estados com o sistema de Governo Parlamentar 14º e 15º. O
mandato do secretariado executivo e adjunto é de quatro anos, sendo responsáveis
perante o conselho, nomeado pela cimeira mediante recomendação do conselho, vide
nº7 do artigo 10º.

Comité Permanente de Altos Funcionários

Resultante da necessidade de garantir o suporte técnico ou cientifico das áreas da


integração, constituído por altos funcionários especializados ou equiparado. Sua
finalidade é dotar o conselho do suporte técnico necessário. São oriundos dos estados
Membros, do Ministério que é ponto de contacto, a par dos outros, contém uma
presidência e vice-presidência. Tem um secretário permanente, reúne quatro vezes por
ano, suas decisões são tomadas por consenso. Vide artigo 13º.

Comissões Nacionais da SADC

Tem a finalidade de organização interna ou exercem as suas actividades nos estados-


membros. Fazem parte governo e sociedade civil, vide artigo 16º do Tratado.

Políticas de Integração ou Coesão

Políticas da SADC: áreas de cooperação/ Integração

A SADC nem sempre especifica de forma clara os objectivos ou caracteriza


equivocamente a integração, ora qualificada de cooperação, expressões que podem
levantar dúvidas embora complementares. A cooperação pode levar à integração, mas
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existe um linguajar que levante equívocos jurídicos por razões de Direito Internacional
e de políticas económicas, existindo um conjunto ou multiplicidade de áreas para
integração, começando com a mera cooperação sem prejuízo de novas áreas deliberados
pelo conselho vide nº1, 2 e 4 do artigo 21º do Tratado Consolidado da SADC. As áreas
vão da segurança alimentar, terra e agricultura, infra-estruturas, serviços, comércio,
indústria, finanças, investimento, minas, desenvolvimento social e humano e programas
especiais, informação, cultura, politica, diplomacia, relações internacionais, paz e
segurança. Há uma cláusula geral aberta por admitir a possibilidade de outras áreas.
Vide nºs 3 e 4 do artigo 21º do Tratado. As políticas da SADC parecem ser excessivas e
podendo descoordenar os objectivos da SADC. Não é possível congregar interesses tão
diversos e políticas numa organização que não tenha clarificado as prioridades a curto,
médio e longo prazo. Só com políticas definidas e meios financeiros disponíveis
podemos ver os projectos e programas da SADC executados, pois o excesso de
burocracia das viagens dos peritos, governantes e outros especialistas levante questões
de racionalidade e eficiência dos objectivos preconizados.

Política Comercial da SADC

Política comercial está prevista num instrumento específico, este protocolo cria as bases
para garantir o liberalismo comercial intra-regional para os negócios vantajosos e
serviços numa perspectiva de equidade e benefícios mútuo, garantindo uma produção
eficiente numa dinâmica comparativa com vantagens entre os estados membros. Esta
política procura também fomentar o clima de investimento interno e estrageiro,
aumentado o desenvolvimento económico e diversificação e industrialização na Região.
A eliminação das barreiras comercias é uma forma de integração económica, facilitam
deste modo a circulação de mercadorias, liberta os comerciantes ou empresários de
taxas que encarecem a mercadoria, aumenta a oferta dos produtos diminuindo deste
modo o preço final pago pelo consumidor, vide artigos 2º e 3º do Protocolo sobre o
comércio, de 24 de Agosto de 1996. A questão da eliminação das barreiras comerciais
levanta várias questões económicas, exigindo dos estados membros maior
responsabilidade sob pena de domínio do mercado por aqueles que detém mais
tecnologia ou indústria e serviços organizados como África do Sul, dando origem ao
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dumping (oferta de produtos a baixo preço, para meio ou longo prazo, dominar ou
monopolizar o mercado).

A efectivação da política comercial, exige a criação de mecanismo jurídicos e


económicos que possam garantir de forma efectiva a segurança das transacções
comerciais e o capital em causa. Levanta ainda problemas de natureza monetária, caso
não exista uma política racional na circulação das moedas da zona considerada como
integrada. Sem a existência de uma política económica, financeira e monetária comum,
parece difícil, seria a integração quanto aos direitos aduaneiros e a consequente
liberdade de circulação de matérias ou bens.

Outro dilema da integração regional é o das infraestrutura; como podemos falar de


liberdade dos mercados e isenção de direitos aduaneiros quando as estradas, caminhos-
de-ferro e portos encontram-se danificadas e sem um fundo para restaurar as mesmas.
São questões que não se limitam na boa vontade do orgulho, de ser africano e
manifestação de um interesse para a inclusão. Para que a integração comercial fosse
eficaz, seria razoável que os estados como o Zimbabué, Malawi e a Zâmbia, tivessem
um tratamento especial por razões de se encontrarem no interior da zona, aqui seria
equilibrado um tratamento racional para diminuir os custos de transportação das
mercadorias e seu escoamento. O aproveitamento do excedente agrícola para se
consumido na zona, atendendo a necessidade do desenvolvimento, transferência de
tecnologia naturais (florestais, caças. Minérios, petróleo etc.) deve ser gerida com
racionalidade atendendo às potencialidades da região e dos referidos estados
interessados ou experiente.

Política Relativa à Educação e Formação

A criação de uma política sobre a soberania, a matéria resulta do protococo relativo à


Educação e Formação, aprovados na capital do Malawi, ao 8 de Setembro de 1997.
Pretende-se com o Protocolo mais cooperação, harmonização do sistema de educação de
base, média, técnico profissional e superior bem como as equivalências, liberdade
académica, movimentação e circulação do corpo docente, sua formação,
reconhecimento de certificados e diplomas, programas e projectos de investigação que
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atende ao desenvolvimento comunitário. Este protocolo prevê a criação de um número


clausulo para admissão de um mínimo de 5% para candidatos às universidades
provenientes do espaço da SADC, vide artigos 2º a 7º do protocolo.

Este Protocolo pode ter o condão de procurar criar uma identidade académica e
consequentemente técnica e cultural, mas ela pode enfermar o processo de combate ao
analfabetismo se não for gradual, quanto à adaptação dos curricula em matérias socias,
salvo em questões tecnológicas ou engenharias. A criação de bolsas de estudos para os
desfavorecimentos e a sua protecção especial nas admissões, é uma grande conquista
por tender pela inclusão vide alínea C) nº3 do artigo 7º, do Protocolo, bem como a
criação de Centros de Especialização procurando adequar a ciência às especificadas
regionais vide alínea E) do artigo 7º.

As áreas de investigação e desenvolvimento prevê a criação de investigação básica e


aplicada para o desenvolvimento da região e a relação entre a universidade e a
investigação meio de encorajar, apoiar ou financiar a relação teoria prática.

Pretende-se apertar os laços entre a indústria e a universidade e investigação atendendo


os custos dos mesmos para que a região esteja dotada de meios necessários aos seus fins
tendo com finalidade a excelência dos Centros em áreas cruciais vide artigo 8º do
Protocolo.

Como meio de garantir a efectivação dos objectivos da SADC, o Protocolo prevê a


necessidade de criação de um Subsector para educação e formação nas áreas dos
Recursos Humanos, para consertar e acompanhar a realização das suas atribuições,
constituído por representantes do Estado e da sociedade Civil vide artigo 11º do
Protocolo; prevê-se também a criação de um fundo da SADC para a formação,
resultante da contribuição dos Estados membros, vide artigos 14 e 15º do Protocolo.

Política Cultural, Informação e Desportos

Como temos demonstrado, a matéria em análise vem consignado no Protocolo sobre


Cultura Informação e Desportos, o objectivo é garantir a cooperação sobre a matéria,
harmonizando políticas, formação, capacitação e pesquisa, mobilização de recursos,
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produção, fluxo, troca, e uso de produtos de informação. Em matéria cultural vem


consagrar tudo que inerente à cooperação regional que é cooperar e harmonizar as
políticas, fomentar um espaço sociocultural que materializem os ideais da integração.

As questões de promoção de uma política linguística, a preservação do património


cultural, a promoção das indústrias culturais como pedra angular da integração
organização de festivais de arte e cultura na prossecução da integração regional e a
harmonização da legislação dos direitos de autor e conexos na região vide artigos 11 a
16º do Protocolo.

No âmbito da informação é a promoção e troca de informação livre de


constrangimentos, disponibilidade e harmonização das políticas.

Específicas, garantia da liberdade de informação e o código de ética, sistema de


acreditação na SADC para os praticantes ou agentes, criação de infraestruturas etc. vide
artigos 17º a 23º do referido Protocolo. No âmbito dos desportos os mecanismos
resultam dos esforços que vêm nos desportos e recreação como um meio de integração,
harmonizando deste modo a cooperação e as políticas nas referidas áreas, fomentar
competições regionais bem como a criação de espaços como academias e centros de
excelência com meios financeiros para efeito vide artigos 24º a 33º do Protocolo sobre
Cultura, Informação e Desportos.

Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança

A SADC criou uma política específica para a política Defesa e Segurança desde 14 de
Agosto de 2001; procura-se a garantia da estabilidade política na região, criada por falta
de Estado assente no direito e na democracia, ofensa à soberania dos estados e conflitos
internos, promoção de uma política externa nos fórum internacionais, promoção de
instituições políticas e valores comuns, coordenar a cooperação nas áreas defesa e
segurança, combater a criminalidade transnacional, promoção de uma abordagem para a
segurança interna, promover o respeito pelos tratados e convenções relativo ao controlo
de armas e o desarmamento. Vide artigo 2 do Protocolo em análise.
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É delicado e de eficiência duvidosa a existência de um protocolo destes quando as


questões mais fáceis como a gestão dos recursos, comércio e infraestruturas encontram-
se em dificuldades, por tratarem de matérias delicadas em áreas tão conturbadas.
Reconhecemos ser necessário que se respeitem as fronteiras coloniais, mais os pequenos
estados vão fomentar sempre conflitos para os grandes quando existam recursos naturais
em áreas onde existem populações que etnicamente representam os mesmos valores ou
quando estes se sentirem marginalizados no território formal.

Parece que devia haver mais realismos nas questões de segurança, não bastam as armas,
mas também o acesso aos bens, inclusão distribuição equitativa da renda e políticas de
solidariedade.

São questões que tangem com a soberania que existem mais estudos e eficiência,
prudência ou mais maturação por situações de extrema exclusão dos populares de etnias
minoritárias com apoios externos.

Pacto de Defesa Mútua

Este pacto resulta do Protocolo sobre a Cooperação nas áreas de política, defesa e
segurança, que prevê no seu nº 2, alínea h) do artigo 2º, o estabelecimento de um Pacto
de Defesa Mútua. Este Pacto, foi assinado em Dar Salam, no dia 26 de Agosto de 2003.
O objectivo do protocolo é de dotar a SADC de mecanismos para cooperação mútua de
defesa e segurança, garantindo deste modo a resolução de conflitos por via pacifica,
resultante do Direito Internacional vide artigo 2º e 3º do Pacto. As questões das
fronteiras são o grande dilema da estabilidade social dos Estados africanos por razões
históricas, económicas e políticas, influindo na estabilidade da soberania dos Estados da
Região. O pacto prevê a prontidão militar através da cooperação individual e
colectivamente assistência contínua para a defesa e a manutenção da estabilidade e
segurança, resultante da ameaça que representar um Estado, consultando o Estado
ameaçador, caso não resultar deve o Presidente do Órgão constituir uma missão para
efeito de investigação.
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A ameaça resulta do ataque armado contra ouro Estado Parte da SADC, como uma
ameaça à paz e segurança regional.

Sendo posteriormente respondido colectiva imediata por todos os Estados parte,


segundo o estatuído nos artigos 2º a 6º do PACTO de defesa. Parece haver muita
solidariedade mútua que, ao estádio da SADC, pode dar origem a confusão no âmbito,
dos meios ou mecanismos de cooperação ou integração, onde há integração pode haver
conflitos de interesse em matérias económicas ou nos benefícios da organização, não
sendo razoável questões que tangem à segurança interna ou regional, é um paradoxo,
não há integração, há sim esforços políticos que podem redundar numa confusão de
interesses, fazer da Organização um Estado dentro dos próprios Estados. Outra questão
da cooperação militar assenta na formação, desenvolvimento da indústria de guerra,
informação conexa, produção de armas, munições e outros equipamentos, devendo
neste caso ser coordenada a implementação do PACTO pelo Secretariado da SADC
vide artigos 9º a 11º do Pacto de Defesa.

As partes, devem guardar sigilo sobre os dados obtidos para efeito de cooperação
quando classificado; vide artigo 12º do Pacto. Os conflitos que resultarem da aplicação
do Pacto serão solucionado por via da negociação, caso contrário cabe ao Tribunal da
SADC; vide artigo 13º do PACTO de Defesa.

Auxílio Judiciário Mútuo Em Matéria Penal E Extradição

Este Protocolo tem natureza judiciária para o combate ao crime organizado, é uma
forma de garantir uma cooperação entre as autoridades judiciárias

(Ministério Público, Tribunais e Polícia Judiciária, Económica e de Segurança Pública)


a troca de informações, troca de documentos ou dados que tenha o interesse para um
combate eficiente dos crimes transfronteiriços; vide nº 1 e 2 artigo 2º do Referido
Protocolo de Luanda.

Este protocolo não admite efectivar a cooperação em matérias que tenham natureza
política ou que não sejam condenadas como crime no Estado requisitado; vide nº 1 do
artigo 6º.
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Pretende-se diminuir a cultura de perseguições políticas utilizando mecanismos


jurídicos para fragilizar a liberdade de expressão.

Combate as drogas Ilícitas

Foi assinado Protocolo sobre o Combate as Drogas Ilícitas em Maseru, aos 24 de


Agosto de 1996. Este Protocolo visa reduzir e eliminar definitivamente o tráfico ilícito
de drogas, branqueamento de capitais, a corrupção e o consumo de drogas ilícitas,
através de uma cooperação institucional, eliminar a produção e o fabrico da droga ilícita
bem como a protecção da região corredor da droga. Vide artigo 2º. Este Protocolo
atende os conceitos das convenções das nações Unidas. São meios compreensíveis mas
que exigem a existência de instituições ágeis e organizadas, sem perder de vistas a
dignidade social dos envolvidos, pois, o mundo em causa movimenta meios e
tecnologias que as próprias redes têm que são podem ser combatidas por instituições
pobres ou sem meios humanos e matérias.

Carta dos Direitos Sociais Fundamentais da SADC

Documento de Dar es Salam, 26 de Agosto de 2003. Impõe um dever aos Estados


Membro o respeito pelos direitos da pessoa humana, modernos e contemporâneos ou da
terceira geração ditos direitos de solidariedade.

Prevê um conjunto de Direitos Sociais clássicos e modernos como Direito ao Trabalho,


Liberdade associativa, igualdade de género, protecção das crianças e jovens, pessoas
idosas, portadora de deficientes, saúde ambiente etc.

Os Direitos Humanos são um dos grandes dilemas da região, facto resultante da cultura
de violência colonial e pós colonial manifestado pelas acções do Apartheid e pelos
regimes de vários estados da região fazem referencia aos referidos Direitos, mas a
prática ou omissão é gritante no tocante a intolerância política, tribalismo, racismo e
consequente exclusão social e politica de todos aqueles que sejam diferentes ao discurso
do status quo, é chocante como os regimes legalizam actos considerados gritantes e
tangendo à barbárie, como o excesso de não ingerência quando as acções de um Estado
membro toca a dignidade da pessoa humana mais básica.
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Quórum das Reuniões e Maiorias da SADC

Como quórum está-se a ter em conta o número de Estados-membros que devem estar
presente para o início das reuniões das instituições. É um requisito formal para
manifestar a importância das suas deliberações que podem afectar Estados soberanos, o
nº para o quórum é de dois terços dos seus membros, sendo as decisões ou deliberações
serem manifestadas por consenso; vide artigos 18 e 19º, bem como o n.º 9 do artigo 10º,
nº 6 do artigo 11º, nº 7 do artigo 12º, nº 7do artigo 13º do Tratado.

Natureza jurídica da SADC – Actos jurídicos e aplicabilidade

A SADC é uma pessoa jurídica de âmbito internacional, ou seja é titular de direitos e


obrigações, é um centro de imputação e emanação de normas jurídicas internacionais.

Pode ser proprietária de património próprio, imóvel ou móvel, celebra contratos ou pode
ser parte de contratos necessários aos seus fins em cada território do Estado membro,
sendo autónomo das suas instituições, salvo as matérias de cooperação; vide artigos 3º e
17º do Tratado SADC consolidado.

Natureza dos Actos Jurídicos da SADC

Como actos jurídicos da SADC, temos em conta a manifestação da vontade da


Instituição e dos seus órgãos, como disciplinam as suas acções, exteriorizavam a
vontade, que diplomas emitem, garantido deste modo a segurança e certeza jurídica nas
suas relações com os estados membros, estados terceiros, cidadãos, sociedade civil e
outras organizações internacionais, globais ou regionais, de cooperação ou de
integração. Os Actos jurídicos da SADC são Resoluções, Protocolos, Emendas,
Regulamentos. Aprovam-se regimentos e outros actos ou acordos inominados.
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Protocolos e Regulamentos

Os actos normativos da SADC mais importantes e equiparáveis às leis são os protocolos


que regulam ou disciplinam as áreas de cooperação da SADC, aprovados por consenso
pela Cimeira sob recomendação do Conselho, entrando em vigor trinta dias após o
depósito dos instrumentos de ratificação por dois terços dos Estados membros, para os
que tenham assinado no momento da aprovação ou a ratificação pós aprovação é o
consignado no artigo 22º do tratado. Os protocolos não vinculam todos Estados da
SADC, mas apenas aqueles que tenham aprovado ou aderido com os instrumentos de
ratificação. Vide nº 9 do artigo 22º do Tratado.

O tratado prevê a aprovação dos regimentos dos órgãos, são matérias de organização
internas dos órgãos colegiais, prevendo as competências dos órgãos e seus titulares,
direitos e deveres dos membros quanto às matérias ou competências do organismo.

Regulamentos Financeiros e Estatutos

A SADC aprova regulamentos financeiros e outras normas jurídicas para a gestão dos
assuntos correntes da organização, os regulamentos serão submetidos ao Conselho que é
constituído por Ministros para aprovação; vide artigo 30º do Tratado. Os Estatutos têm
haver com normas que regulam a orgânica e os direitos e deveres do pessoal dos
serviços ou órgãos necessários da SADC.

Resoluções para Dissolução e Emendas ao Tratado

A SADC pode ser dissolvida, fim, “morte da SADC” através de uma Resolução,
aprovada por três quarto de todos membros prevendo o tratamento do passivo e
alienação do activo, sendo a proposta preliminar apresentada por qualquer membro ao
conselho, desde que não seja apresentada à Cimeira, num prazo de doze meses até que
todos Estados sejam notificados.

Não se aplicando aquela condição se a proposta for apresentada directamente à Cimeira,


como órgão máximo da SADC é o estatuído no artigo 35º do Tratado.
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As Emendas ou alteração posterior, correcção de falhas, adaptação à nova realidade é


adoptada por deliberação de três quartos de todos os membros da Cimeira, sem prejuízo
de ser apresentada a proposta ao Conselho para consideração preliminar até que todos
estados membros tenham sido devidamente notificados, e tenha decorrido um período
de três meses após a notificação vide artigo 36º do Tratado.

1. A SADC é uma organização Regional que tende a Integração económica através


de mecanismos clássicos de cooperação.
2. As áreas de cooperação para a integração da SADC são várias algumas mais
económicas e outras técnicas, serviços, recursos naturais, segurança com
implicações políticas.
3. A inexistência de normas jurídicas com carácter geral e abstracto, aplicável para
todas instituições e estados membros retira-lhe o carácter de uma organização de
integração.
4. A zona da SADC é uma das mais ricas em Recursos naturais e com uma
homogeneidade cultural por serem povos que falam línguas similares, terem tido
colonização europeia, havendo predominância do Inglês como língua exógena e
praticarem religiões diversas africanas, orientais e ocidentais.
5. A falte de recursos financeiros e programas e projectos realistas prejudicam a
eficiência a racionalidade das ambições de integração aliadas à fragmentação
social, política e económica das populações dos estados membros.
6. A inexistência de políticas concretas e realizáveis para as infraestruturas, saúde,
comércio e o desenvolvimento harmonioso da Região ameaça a coesão interna
por clivagens étnicas, políticas, sociais e racial.
7. As barreiras alfandegárias, liberdade de circulação de pessoas e bens, a
inexistência de política agrícola comum eficaz inibem o desenvolvimento da
integração regional.

OS ESPAÇOS GEOPOLÍTICOS OU BLOCOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL

Definição:
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São associações de países, em geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem
relações comerciais privilegiadas entre si e actuam de forma conjunta no mercado
internacional” O primeiro bloco econômico apareceu na Europa, actual União
Europeia).

A tendência de regionalização da economia só é fortalecida nos anos 90, com o


desaparecimento dos dois grandes blocos da Guerra Fria liderados pelos EUA E URSS,
estimulando a formação de zonas independentes de livre-comércio, um dos processos da
Globalização.

Actualmente, os blocos mais importantes são: a U.E., o NAFTA, o MERCOSUL e a


APEC. Em menor grau, estão o PACTO ANDINO (1969, formados pelos países
andinos, menos o Chile que se retirou em 1977), CARICOM (Comunidade do Caribe e
Mercado Comum), ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), CEI
(Comunidade dos Estados Independentes); SADC (Comunidade da África Meridional
para o Desenvolvimento e COMESA (Mercado Comum dos Países do Leste e Sul da
África que inclui dezoito países: Moçambique, Tanzânia, Uganda, Etiópia, Angola,
Quênia, etc.).

No plano mundial, as relações comerciais são reguladas pela Organização Mundial do


Comércio - O.M.C. – que substituiu o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio).

Destaques:

1)- Um dos aspectos mais importantes na formação dos blocos económicos é a redução
ou a eliminação de alíquotas de importação, com vistas à criação de livre comércio;

2)- Os blocos aumentam a interdependência das economias dos países membros.

ALGUNS BLOCOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL


OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico). Fundada em
1960, esta organização internacional é formada por 34 países. Tem como metas
principais o desenvolvimento econômico e a manutenção da estabilidade financeira
entre os países membros.
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Professor: Francisco Isaac Jacob e Prof. Assist. Nilton do Amaral Capalo

O MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul, formado em 1991 pelo Tratado de Assunção, é composto
por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, visando estabelecer uma zona de livre
comércio. Desde a sua criação até hoje, o MERCOSUL promoveu um enorme
crescimento no comércio entre esses quatro países membros, sendo o mais importante
mercado comum da América Latina e provavelmente de todo o sul do planeta.
Congrega 215,9 milhões de pessoas e um PIB um pouco superior a 1,1 trilhões de
dólares. Hoje está mais para uma união aduaneira. Tem como países associados a
Bolívia e o Chile, os quais deverão logo fazer parte como membro do bloco.
NAFTA (North American Free Trading Agreement ou Acordo de Livre Comércio da
América do Norte).
Fazem O parte do bloco os Estados Unidas, o Canadá e o México, assinado pelos três
países em 1993. Em conjunto, eles somam 370 milhões de habitantes, que,
normalmente, são consumidores de elevado poder de compra. Possui um PNB superior
a 7 trilhões de dólares. Representa uma expressão da denominada Doutrina Monroe
(1823): A América para os Americanos. A tendência é caminhar para o estabelecimento
de uma área de Livre Comércio em toda a América, a ALCA. Prazo para eliminação das
barreiras alfandegárias: 15 anos.
ALCA (Área de Livre Comércio para as Américas). Surgiu em 1994 visando eliminar as
barreiras alfandegárias entre os 34 países da América, excepto Cuba. O prazo mínimo
de sua formação é de sete anos, quando poderá transformar-se em um dos maiores
blocos comerciais do mundo, com um PIB de 10,8 trilhões de dólares e uma população
de 823,2 milhões de habitantes. Os EUA propõem a implementação imediata de acordos
parciais, com abertura total do mercado em 2.005.O Brasil e o Mercosul prevêem
grandes dificuldades na adaptação de suas economias a essa integração em preferem dar
início ao processo em 2.005. O que se denomina de O.I. supranacional.
A APEC (Associação de Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico)
São quinze membros fundadores da APEC: Japão, Estados Unidos, China, Canadá,
Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Singapura, Brunei, Malásia, Indonésia, Filipinas,
Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul. Também o México e o Chile foram aceites,
mas na condição de futuros membros.
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Ainda cita-se o Peru, Federação Russa e Vietnam. Visa a implantação de uma zona de
livre comércio até 2020. Abertura de mercado entre 20 países. Respondem por metade
do PIB mundial e 40% do Comércio mundial.
A CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Constituída pelos países originários
da ex-União Soviética (com excepção das três nações bálticas), cujos membros
totalizam doze Estados: Rússia, Ucrânia, Arménia, Geórgia, Cazaquistão, Moldávia,
Bielorrússia e outros. Criada em 1991.
Esses países tentam reconstruir suas economias e criar um mercado comum inspirado
no exemplo da Europa, pois a interdependência que possuem é muito grande (estradas,
oleodutos em comum, indústrias que utilizam matérias-primas de países vizinhos,
décadas de comércio prioritário entre si, etc.). Prevê a centralização das forças armada
de uma moeda comum: o rublo.
OEA (Organização dos Estados Americanos). Fundada em 1948, conta com a
participação de 35 nações do continente americano. Tem como objetivos principais a
integração econômica, a segurança (combate ao terrorismo, tráfico de drogas e armas),
combate a corrupção e o fortalecimento da democracia no continente.

AS PRIMCIPAIS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS:

A ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

ANTECEDENTES

A SOCIEDADE DAS NAÇÕES (S.D.N.) ou LIGA DAS NAÇÕES (L.D.N.)


O Pacto da Sociedade das Nações, foi prevista na 1ª parte do Tratado de Paz de
Versalhes firmado entre os aliados e associados, de um lado, e a Alemanha, de outro,
firmado em 28 de Junho de 1919. Previa a Assembleia formada por membros da
Sociedade e um Conselho. Regra: um país, um voto. Sede: Genebra Buscava a paz e a
segurança das nações. No seu artigo 8º previa um programa de redução de armamentos.
Expressamente, não previa a proibição da guerra.

A Organização das Nações Unidas


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A Carta das Nações Unidas – assinada em 26 de Junho de 1946. Entrou em vigor em 24


de Outubro de 1945. Possui o preâmbulo e mais 111 artigos e o Estatuto da Corte
Internacional de Justiça (C.I.J.)
Angola foi reconhecida e admitida como 148º membro da Organização das Nações
Unidas no dia 12 de Fevereiro de 1976 e com o depósito dos instrumentos de ratificação
em 1 de Dezembro de 1976.
Membros originários: 51 países participaram da Conferência de São Francisco e
previamente firmaram a Declaração das Nações Unidas de 1/01/1942.
Membros eleitos: são os que são admitidos pela Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.
Objectivo: Organização mundial encarregue de manter a paz e a segurança
internacional, constando expressamente que a guerra é proscrita. Por isso, suas funções
são: 1)- Manutenção da paz e da segurança internacionais; 2)- Cooperação económico-
social internacional; 3)- Protecção dos Direitos do Homem; 4)-Descolonização.
Os membros podem ser suspensos e expulsos (artigo 5).
Sede: Sediada numa zona internacional em Nova Iorque.

ÓRGÃOS

Assembleia Geral
Composta por todos os membros da Organização, cabendo a cada Estado membro
apenas um voto. (Art.18º, n.º1). É o principal órgão deliberativo da ONU e por isso,
visto como seu órgão central. Originalmente, não era permanente. Em 1997 possuía 185
membros.
Reúne-se uma vez ao ano. Convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de
Segurança ou da maioria dos Estados-membros.
Possui 7 (sete comissões). Decisões em geral: maioria simples. Decisões mais
importantes: maioria de 2/3.

Conselho de Segurança
Era originalmente composto por 11 membros, dos quais 5 membros permanentes (EUA,
Reino Unido, França, Rússia e China). A partir de Janeiro de 1966 foi alargado para 15
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membros, sendo cinco permanentes e dez não permanentes, eleitos de dois em dois anos
pela Assembleia Geral, tendo em conta uma repartição geográfica equitativa (5
africanos e asiáticos; 1 da Europa oriental; 2 da América Latina; 2 da Europa ocidental);
A votação é feita por maioria qualificada, ou seja, nove votos afirmativos em quinze.
Nas questões processuais, os votos têm o mesmo peso. Quanto a outras questões, essa
maioria tem que ter incluída os cinco membros permanentes, os quais têm o direito de
veto.
A presidência é assegurada rotativamente pelos seus membros pelo período de um mês.
Competência: sua competência é a manutenção da paz e segurança internacionais,
recomendação prévia no caso de admissão, suspensão ou exclusão de membros e
nomeação do Secretário-geral para, ser submetida à Assembleia Geral. O C.S. também é
assistido por um Comité de Estado-Maior. O Conselho de Segurança é o único Órgão
que tem poderes de tomar decisões que os membros têm obrigação de aplicar.

O Conselho de Tutela
Foi criado para superintender a administração dos territórios sob tutela. Já teve maior
importância quando havia muitos territórios nesta condição, geralmente subordinados à
tutela de uma grande potência, a qual exercia a tutela dum território, transitoriamente,
até a sua independência.

O Conselho Economico e Social


Composto por 54 membros eleitos por 3 anos pela Assembleia Geral e está submetido à
autoridade desta; permitida a reeleição. Reúne-se duas vezes por ano (Nova Iorque e
Genebra); Decisão: maioria dos membros presentes e votantes.
Sua competência desenvolve-se no plano económico, social, cultural, educacional e dos
direitos do homem da ONU e dos seus organismos especializados e das diversas
instituições que constituem o sistema das Nações Unidas. Também desenvolve
actividades, relativas ao Comércio Internacional, à industrialização, aos recursos
naturais, à condição da mulher, às questões demográficas, ao bem-estar social, à ciência
e tecnologia, à prevenção do crime e a múltiplas outras questões de ordem
Económica e social.
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Sobre os assuntos que lhe compete, dirige recomendações à Assembleia Geral, aos
Estados-membros da ONU e às agências especializadas. Está em sua competência
ainda, preparar projectos de Convenções, convocar Conferências Internacionais posto
que não tenha poderes próprios de decisão.

A Corte Internacional de Justiça


Sucedeu a Corte Permanente de Justiça Internacional (C.P.J.I.); Ao tornar-se membro da
ONU implica na aceitação integral do Estatuto da C.I.J. Tal Estatuto foi baseado no
Estatuto da C.P.J.I. É composta por quinze (15) juízes, eleitos por nove anos pela
Assembleia geral e pelo Conselho de Segurança de uma lista de pessoas enviadas pelos
Estados. Durante o mandato, “os membros do Tribunal não podem exercer nenhuma
função pública ou administrativa”, nem tão pouco ser advogado, ser agente ou
conselheiro em questões judiciais, nem Ter outra ocupação profissional.
Podem fazer parte da Corte, um ou dois juízes ad hoc. Reúne-se na cidade de Haia,
Holanda e “estão em sessão permanente”.
A C.I.J. só está aberto aos Estados-membros da ONU e a outros que a Assembleia Geral
e o Conselho de Segurança determinarem, incluindo as instituições especializadas. Tem
competência contenciosa e competência consultiva.
Na contenciosa, julga querelas entre os Estados, quando “reveste-se de carácter
jurisdicional”. Na consultiva, emite pareceres. Sobressai-se por ser o principal órgão
jurisdicional das Nações Unidas.

O Tribunal Criminal Internacional Permanente ou (Tribunal Penal Internacional

Antecedentes

Em 1474 em Breisach, Alemanha, 27 juízes do Sacro Império Romano- Germânico,


julgaram e condenaram Peter von Haggenbach por violação das “leis Divinas e
Humanas” por autorizar que suas tropas estuprassem, matassem civis inocentes e
pilhassem propriedades (in Aragão, Selma Regina, citando Japiassú, p. 69. Bibliog)
A I GUERRA MUNDIAL: A)- O Tratado de Versalhes estabeleceu que o Kaiser
Guilherme II havia violado as leis da guerra e que, por tal violação, deveria ser preso e
processado criminalmente. B)- Autorizou o Supremo Tribunal Alemão a promover o
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julgamento. “Os 20.000 (vinte mil) acusados, foram reduzidos para 895, porém, o
procurador-geral Alemão concluiu ser impossível julgar um número tão grande de réus,
e o número foi reduzido para 45. Destes 45, somente 21 foram julgados. Destes 21, 13
foram condenados a pena máxima de 3 anos” (Aragão, Selma Regina, p.69. v. C)- A
impunidade repetiu-se em relação aos turcos. Os militares turcos foram responsáveis
pelo massacre de 600.000 (seiscentos mil) Arménios, segundo a comissão que
investigou as violações das leis e costumes da guerra. Não foram julgados e no Tratado
de Lausanne/1927, os militares turcos foram amnistiados (razões de conveniência
político-estratégicas: os turcos eram necessários para impedir a passagem de navios
soviéticos para o Mar Mediterrâneo).
O Tribunal de Nuremberga (e o Tribunal de Tóquio)
a) Funcionamento: 20 de Novembro de 1945 a 30 de Setembro de 1946.
b) b) Local: cidade alemã de Nuremberg (“cidade das 100 torres”). Foi a “Capital
espiritual do nazismo”. Em 1935 Hitler promulgou ali as leis contra os judeus. Ali
Hitler também previu que o seu reich duraria mil anos.
c)- Delitos colocados em julgamento:
1)-Plano Comum ou Conspiração (Conspiracy, direito anglo-americano).
2)-Crimes contra a Paz. Refere-se à direcção, preparação e ao desenvolvimento de uma
guerra de agressão, bem como ao seu prosseguimento (previsto no Pacto Briand-Kellog
firmado em Paris, 1928, mas sem cominação de sanção).
3)-Crimes de Guerra: Violação às leis e costumes da guerra.
4)-Crimes contra a Humanidade: referiam-se ao homicídio; extermínio; redução à
escravidão; deportação ou qualquer outro acto desumano ou cruel cometido contra
populações civis, antes ou durante a guerra, ou então perseguições por motivos
políticos, raciais ou religioso, quando esses actos tenham sido cometidos em
consequência de qualquer crime que entrasse na competência do Tribunal ou tivesse
conexão com esse crime. Esses crimes, até então, não eram reconhecidos pela
Comunidade Internacional. São a grande inovação do Tribunal de NUREMBERG.
c) Características:
Foi implacável na imposição da pena de morte.
Réus: M.Keitel, Comandante Supremo das Forças Armadas Alemãs;
Franz von Papen, ex-Chanceler; Herman Goering: Marechal do Reich;
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Rudolf Hess, seguidos de Hitler. Joachim von Ribbentrop, ministro das Relações
Exteriores; Ernst Kaltebunnner, Chefe da polícia e da Gestapo.
Alfred Rosenberg, ideólogo do nazismo; Hans Frank, o carrasco da Polônia.
Wilhelm Frick, ministro do Interior e “protetor” da Boêmia e da Morávia.
Julius Streicher, editor da revista Der Sturmer, que pregava o extermínio total da raça
judia. Walter Funk, ministro das Finanças. Hjalmar Schacht, economista. Karl Doenitz,
almirante, Comandante da Marinha, que assinou a rendição alemã. Erich Raeder,
Almirante, Ministro da Marinha até 1943.
Hans Fritszche, ministro da Propaganda. Baldur von Schirach, ex-chefe da juventude
hitlerista; Fritz Saukel, organizar do trabalho escravo. Alfred Jodl, Chefe do Exército
alemão. Arthur Seyss-Inquart, Chefe do território ocupado da Holanda. Albert Speer,
ministro da Produção e do Armamento;
d) Condenações: Sentença de morte para 11 réus (“Tod durch den strang”: morte pela
forca); 20 anos; 15 anos (von Neurath); 10 anos (Almirante Doenitz). Absolvidos: von
Papen, Schacht e Fitzsche. Goering: suicidou-se com cianureto.

e)-Controvérsias:
1)-Uso da pena de morte;
2)- “nulla poena sine lege” (não há pena sem lei);
3)- Composição injusta do Tribunal (deveria ser formado por representantes das nações
neutras e não por representantes das potências vencedoras.
4)-Após a acção dos Tribunais de Nuremberg e Tóquio, surgiram objecções a um
Tribunal Penal Internacional fundado na ideia de soberania.
5)-Os aliados também excederam:
A)-O bombardeio anglo-americano da cidade de Dresden, onde não havia nenhum
aparato militar. Foram lançadas 9.900 bombas explosivas e 670 mil bombas
incendiárias. Mais da metade da cidade foi destruída (património cultural da
humanidade). 250 mil pessoas morreram (foi o maior massacre na história da europa). O
rumo da guerra já estava decidido.
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B)- Bomba Atômica sobre Hirosshima, em 5 de agosto de 1945. Bombardeiro B-59


“Enola Gay” lançou a bomba apelidada de “little boy”. 130 Mil pessoas morreram
imediatamente. A guerra já estava decidida.
C)- Bomba Atômica sobre Nagasaqui, 9 de agosto de 1945. 75 mil mortos. Declaração
de um General Americano: “ o emprego dessa arma bárbara, tanto em Hiroshima como
em Nagasaqui, não nos trouxe qualquer utilidade contra o Japão. Os japoneses já
estavam derrotados, dispostos a capitular como consequência do bloqueio de
bombardeiros clássicos.” (Op. Cit. p. 85).
Tribunal de Tóquio: julgou os criminosos de guerra japoneses, tomando como base o
Tribunal de Nuremberg. Ambos os Tribunais foram aprovados, além das 4 potências
vencedoras (EUA, União Soviética, França e Inglaterra) por outros 19 Estados.

Convenção Contra o Genocídio


Assinada após a 2ª Guerra. Já previa a criação de uma Corte Criminal Permanente. A
convenção foi adoptada com facilidade, mas a Corte não foi implementada.
A A.G. criou uma Comissão para estudar a viabilidade da criação de uma jurisdição
criminal internacional e a Codificação dos crimes contra a paz e a segurança da
humanidade. Assim como a criação de uma Câmara Criminal na Corte Internacional de
Justiça. Em 1951 ficou pronto o projecto de Estatuto para uma Corte Criminal
Internacional, que foi modificado em 1953 e assim permaneceu até recentemente.
Em 1992, o C.S., pela Resolução 780, pediu em 1992 ao Secretário-Geral, Bouthros
Ghali, que constituísse uma Comissão de especialistas para apurar os acontecimentos
dramáticos na Iugoslávia.
Na Resolução 808/93, após receber o relatório da Comissão, criou-se provisoriamente
um Tribunal Internacional referente a IUGOSLÁVIA. Pela Resolução 827/93 foi criado
novamente um Tribunal Internacional com o único objectivo de julgar as pessoas
presumidamente responsáveis pelas graves violações cometidas no antigo território
Iugoslavo entre 1º Janeiro/91 até a data que se celebrasse a paz. Pela mesma resolução,
o Estatuto foi aprovado. Pela Resolução 955 (1994) do C.S., por solicitação do governo
de Ruanda, foi criado o Tribunal Penal Internacional Ad Hoc para julgar as pessoas
presumidamente responsáveis por actos de genocídios e outras graves violações ao
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Direito Internacional Humanitário, cometido no território de RUANDA e por cidadãos


ruandeses cometidos em territórios vizinhos.
A Conferência foi realizada em ROMA, de 15 de junho a 17 de julho/1998. Em
17/07/1998 numa Conferência Diplomática das Nações Unidas com representantes de
162 países, foi estabelecido o TRIBUNAL CRIMINAL INTERNACIONAL
PERMANENTE (120 votos a favor; 7 contra: EUA, China, Filipinas, Índia, Israel,
Síria, Sri Lanka, Turquia; 21 abstenções). Recursos Financeiros da Corte: a)-
Contribuição dos Estados signatários; b)- Recursos fornecidos pela ONU (sob reserva
da aprovação da A.G. nos casos iniciados a pedido do C.S.); c)-Contribuições
voluntárias de Governos, Organizações Internacionais, Indivíduos, empresas ou outras
entidades. Sede: HAIA, HOLANDA. Função: Julgar crimes de GENOCÍDIO CONTRA
A HUMANIDADE, CRIMES DE GUERRA, ASSIM COMO CRIMES DE
AGRESSÃO. Actuará apenas quando um país mostrar falta de interesse ou capacidade
para levar avante um processo contra o acusado. Obs.: Os soldados não podem ser
responsabilizados quando estiverem cumprindo ordens e não souberem que os
comandos de seus superiores são ilegais.
Os crimes previstos são imprescritíveis. Os Estados signatários do Estatuto estão
automaticamente sob jurisdição do Tribunal para casos de GENOCÍDIO E CRIMES
CONTRA A HUMANIDADE. CRIMES DE GUERRA: Os países podem ficar fora da
jurisdição por 7 anos; O Conselho de Segurança poderá pedir a interrupção dos
processos por 1 (um) ano, sujeito a renovação do pedido.
Estatuto: 128 artigos. É A PRIMEIRA CORTE PERMANENTE. Composição: 18
juízes e 1 Promotor Independente, este com poderes de dar início a procedimentos de
maneira autónoma, sujeito apenas a uma câmara de pré-julgamento a pedido de um
país-membro do Conselho de Segurança. Outros crimes pretendidos que ficaram de
fora: Agressão, Terrorismo, Tráfico Ilícito de Drogas, Crimes contra o pessoal da ONU
ou ainda Embargos económicos. Também a inclusão do uso de Armas Nucleares.

O Secretariado
É um órgão administrativo e tem sede permanente em Washington. O Secretário-Geral é
eleito pela Assembleia Geral mediante recomendação do Conselho de Segurança. Cabe-
lhe nomear diretamente os funcionários segundo as regras fixadas pela A.G. e “são
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funcionários internacionais”. O Secretário-Geral participa de todas as reuniões da


Assembleia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico e Social e do
Conselho de Tutela. “O Secretário-geral tem um papel de primeiro plano, e é nele que
culminam estes dois caracteres fundamentais da ONU: a permanência e a vontade
própria.”
O Secretariado assume as funções administrativas da ONU. Está ao serviço dos outros
órgãos e põe em prática os programas e as políticas que eles aprovam.
O Secretariado da ONU é composto pelo Secretário- geral, pelo pessoal funcionário e
pelos agentes ao serviço da ONU em todo o mundo. É um órgão das Nações Unidas.
Emprega 50.000 pessoas, das quais 4.800 em sua sede. Forma o maior complexo
administrativo existente em Organizações Internacionais. Línguas oficiais: Árabe,
Chinês, Espanhol, Francês, Inglês e Russo.
Todo tratado firmado pelo Estado-membro deverá ser registrado e publicado pelo
secretariado, depois de sua entrada em vigor.

Organismos do sistema das Nações Unidas


a)- Semi-Autónomos:
UNICEF: Fundo das Nações Unidas para a Infância, sediado em Nova Iorque.
H.C.R. (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados- ACNUR-), sediado
em Genebra.
PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), sediado em Nova
Iorque.
CNUCED (Conferência Das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento)
ONUDI (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial)
PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente), sediado em Nairobi.
CMA (Conselho Mundial da Alimentação), juntamente com o FIDA (Fundo
Internacional de Desenvolvimento Agrícola) e o PAM (Programa de Alimentação
Mundial) estão sediados em Roma.
UNU (Universidade das Nações Unidas, sediada em Tóquio.

b) Autónomos
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Conhecidos como “agências especializadas” ou “instituições especializadas” ligadas


directa ou indirectamente à Assembleia Geral.
AIA: Agência Internacional de Energia Atômica.
FAO: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.
UNESCO: Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.
OMS: Organização Mundial de Saúde.
O.I.T: Organização Internacional do Trabalho.
F.M.I: Fundo Monetário Internacional
U.I.T: União Internacional das Telecomunicações
U.P.U: União Postal Universal
G.A.T.T: Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio.
O.M.C: Organização Mundial do Comércio. Sediada em Genebra.
O carácter essencial de cada instituição especializada é sua independência. Os
organismos especializados são organizações autónomas intergovernamentais que
colaboram com as Nações Unidas e, entre si, por intermédio do Conselho Económico e
Social.

OMC

A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma instituição internacional que visa


regular as transacções comerciais no mundo. Evitando o caos inerente à pirataria e
dumping. Mas ela enferma de excesso de proteccionismo dos países desenvolvidos que
exigem liberdade comercial sem subsídio quando sãos os EUA e a União Europeia que
mais subsidiam suas actividades agrícolas e industrias com carteis como do aço segundo
(Stiglitz-2004). Esta organização tem as suas origens no então GATT, de 1 de Janeiro
de 1948. Os seus princípios e objectivos: Na primeira 1ª parte. As partes contraentes
comprometeram-se a conceder mutuamente o tratamento de Nações mais favorecidas e
a estabelecer uma lista de concessões a fórum do comércio com outras partes
contraentes (I e II). Na segunda parte pode dizer-se que contém um verdadeiro código
de boa conduta comercial (artº. III a XXIII). Na 3ª parte estabelecem-se normas sobre o
funcionamento do sistema (XXIX a XXXV). Na 4ª parte, introduzida em 1965, tem por
titulo “comercio e desenvolvimento” permite às partes contraentes em vias de
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desenvolvimento desfrutar de um estatuto que as dispensa da aplicação de certos


princípios.

Os princípios gerais que norteiam o GATT são os seguintes:

a) Princípios da Liberdade de Comercio;


b) Principio da não discriminação ou da igualdade de tratamento entre as partes
contratantes, que tem como corolários:
 A concessão do tratamento de Nação mais favorecida (art.º I)
 A cláusula do tratamento nacional em matéria de tributação e
regulamentação nacional (art.º III, nº2)
 A eliminação das restrições quantitativas (art.º XI)

FMI

O Fundo Monetário Internacional é uma organização internacional que pretende


assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das
taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência financeira. Esta
organização tem a sua sede em Washington, Estados Unidos da América.

O FMI é uma organização de 184 países, trabalhando por uma cooperação monetária
global. Assegurar a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover
altos níveis de emprego e desenvolvimento económico sustentável, além de reduzir a
pobreza, constituem algumas metas traçadas pelo Fundo Monetário Internacional.

O FMI foi criado em 1945 e tem como principal objectivo velar pela estabilidade do
sistema monetário internacional, nomeadamente através da promoção da cooperação e
da consulta em assuntos monetários entre os países membros.

Juntamente com BIRD, o FMI emergiu das conferências de Bretton Woods como um
dos pilares da ordem económica internacional do pós-Guerra. O FMI objectiva evitar
que desequilíbrios nas balanças de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países
membros possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais
internacionais.
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O Fundo favorece a progressiva eliminação das retribuições das restrições cambiais nos
países membros e concede recursos temporariamente para evitar ou remediar
desequilíbrios de balança de pagamentos. Além disso, o FMI planeia e monitora
programas de ajustes estruturais e oferece assistência técnica e treinamento para os
países membros,

Objectivos:

 Promover a cooperação monetária internacional, fornecendo um mecanismo de


consulta e colaboração dos problemas financeiros;
 Favorecer a expansão equilibrada do comércio, proporcionando níveis elevados
de empregos, trazendo desenvolvimento dos recursos produtivos;
 Oferecer ajuda financeira aos países membros em dificuldades económicas,
emprestando recursos com prazos limitados;
 Contribuir para instituição de um sistema multilateral de pagamentos:
 Promover a estabilidade dos câmbios.

ORGÃOS

A autoridade decisória máxima do FMI é a assembleia de governadores formada por um


representante titular e um alterno de cada país membro geralmente ministros da
economia ou presidentes dos bancos centrais.

A directoria executiva, composta por 24 membros eleitos ou indicados pelos países ou


grupos de países membros, responsável pelas actividades operacional do Fundo e deve
repostar-se anualmente à Assembleia de Governadores. A directoria executiva concentra
suas actividades na análise da situação específica de países ou no exame de questões
como o estado da economia mundial e do mercado internacional de capitais, a situação
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NATO (OTAN-ORGANIZAÇÃO DO TRATADO DO ATLÀTICO NORTE)

Assinado em 4 de Abril de 1949 pelos países: EUA, Canadá, Bélgica, Dinamarca,


França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido
(1949), Grécia, Turquia (1952), RFA (1955), Espanha (1982), Polónia, Hungria,
República Checa (1999), é resultado à ameaça da então URSS, que tinha o Pacto de
Varsóvia, a Europa e os EUA, criaram-na.
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 Referência obrigatória
 CARNEIRO, Cynthia Soares, Para Entender o Direito da Integração Regional,
Del Rey, Belo Horizonte 2007.

 Sites Internet

 http://relinter.webs.com/organizaesinternacionais.htm.

 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacion.

 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/organizacoes-internacionais-
conheca-as-principais-instituicoes-multilaterais.htm?cmpid=copiaecola
 https://www.suapesquisa.com/geografia/organizacoes_internacionais.htm

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