MMXXII

Direito Constitucional

Teoria da Constituição

1.Conceito de Constituição
"A constituição é um sistema de normas jurídicas, essenciais, escritas ou costumeiras que
regula a forma de Estado, a forma de governo, o modo de aquisição e exercício do poder, o
estabelecimento dos seus órgãos, os limites da sua acção,os direitos do homem e as
respectivas garantias.°

2.Classificação das Constituições

Feita a análise minuciosa do conceito de Constituição , neste ponto do nosso programa vamos
abordar sobre a classificação das constituições.
As Constituições podem ser classificadas quanto:
-Origem; essência; conteúdo; quanto a forma e quanto a modificabilidade ou processo
de mudança.

Quanto a origem, as Constituições podem são históricas ou costumeiras; democráticas;

outorgadas e pactuadas.
As Constituições históricas são aquelas que têm a sua origem na tradição, nos usos e
costumes e religião, como é o caso da constituição Britânica e de Israel.
As Constituições democráticas, são aquelas que têm a sua origem num processo democrático
de participação do povo. São também definidas votadas e promulgadas.
Ex. Constituição de 2010.
As Constituições outorgadas, são as que derivam de uma concessão do detentor do poder
político. ( Rei, Imperador, Presidente ditador, junta governativa, um grupo). Não há participação
do povo na elaboração da Constituição.
Ex. Lei Constitucional de 1975. Adotada após a proclamação da Independência.

Constituição pactuadas: são aquelas que têm a sua origem em pactos entre as diversas força
políticas.
Ex. Lei Constitucional de n.23/92 de 16 de Setembro.
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(°) SILVA, José Afonso da, Curso de Direito, Constitucional Positivo, Malheiros editores, S.
Paulo, 2001, Pág 37-38.
Quanto à essência:
normativas, semânticas e nominais.
Normativas, são aquelas em que as suas normas dominam o processo político. Os seus
preceitos operam como controlo efetivo dos governantes e como tutela efetiva dos governados.
As Constituições normativas, são aquelas que são juridicamente válidas e realmente "vívas",
enquanto estão em conformidade com a realidade Constitucional e política.

Semânticas: são aquelas que representam a formalização exterior em termos constitucionais

da situação do poder político existente, dos detentores de facto do poder.
Existe uma Constituição, mas o que se verifica de facto é a arbitrariedade no exercício do
poder. Ou seja a Constituição é aquilo que os detentores do poder querem que ela seja.

Nominais: são aquelas juridicamente válidas, mas o processo político, não se adapta às suas
normas em virtude de carecerem de realidade existencial. Os preceitos são válidos
formalmente, mas a prática real não lhes dá qualquer operatividade. Não são o reflexo da
sociedade do ponto de vista sociopolítico e econômico.

Quanto ao conteúdo: materiais e formais.

Constituições materiais: são o conjunto de normas substancialmente constitucionais, escritas
ou costumeiras que regulam o Estado e a sociedade nos seus aspectos fundamentais. Em
sentido material faz-se referência as normas do Estado e da sociedade, independentemente
das fontes formais de consagração.
Ex. As normas referentes a nacionalidade estão numa lei ordinária. Lei n.2/16 de 15 de Abril.
Todavia não perde a dignidade constitucional.
As Constituições formais, são um conjunto de normas escritas hierarquicamente superiores ao
conjunto das leis ordinárias; independentemente de qual seja o seu conteúdo, estando na
Constituição são formalmente constitucionais.
As Constituições formais são os documentos escritos e solenes que apenas podem ser
alteradas mediante procedimentos constitucionais estabelecidos pela própria Constituição.
Quanto a Forma:
Escritas e não escritas.
As Constituições escritas são aquelas codificadas e sistematizadas num documento único e
solene.
A Constituição escrita é um texto escrito resultante da intenção de formar uma Constituição.
Elaborada por um órgão constituinte. Nela estão contidas as normas materialmente
constitucionais.
Ex. A Constituição República de Angola de 2010)
As Constituições não escritas: são aquelas cuja as normas constitucionais, não constam de um
documento único e solene, mas se basea principalmente nos costumes, em convenções, e em
textos constitucionais exparsos.
É o caso da Constituição inglesa:.
Magna Carta-1215; Pection of Rights-1628 e o Bill of Rights-1689
 Quanto a modificabilidade
(Processo de Revisão):
As Constituições são rígidas; flexíveis e semi rígidas.
São rígidas aquelas Constituições que estabelecem procedimentos especiais para alteração e
aprovação. O processo de alteração da Constituição é diferente daquele previsto para
alteração das leis ordinárias. É a própria Constituição que estabelece um procedimento
agravado para a sua alteração, que compreende a observância dos limites de revisão
constitucional. Que são formais: maioria especifica Art. 169. ⅔ dos deputados em efectividade
de funções. São ainda limites formais os dispostos aos artigos 235 limites temporais, e os
dispostos ao artigo 237, limites circunstanciais.
A revisão da Constituição impõe ainda a observância dos limites materiais. ( Art.236).
Tratam-se de matérias que não podem ser objecto de revisão constitucional.