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UNIDADE I
1. Distinga as Constituições rígidas das Constituições flexíveis.
As Constituiçõ es rígidas e flexíveis se distinguem por conta do procedimento que é
necessá rio para se fazer uma emenda à Constituiçã o.
As Constituiçõ es rígidas estabelecem um processo mais oneroso e solene, diferente da
legislaçã o ordiná ria, para a sua reforma, afim de assegurar uma estabilidade
constitucional. A Constituiçã o brasileira, por exemplo, é do modelo rígido, porquanto, para
a sua alteraçã o, demanda-se um processo bem diferente do adotado para a ediçã o das leis.
Esse processo de rigidez se apresenta quanto à iniciativa, precisa ser subscrita por um
terço, pelo menos, de deputados ou senadores, pelo Presidente da Repú blica ou mais da
metade das assembleias legislativas estaduais; quanto ao procedimento, pois é necessá rio
que a proposta seja votada em cada uma das casas duas vezes, em dois turnos; e quanto ao
quó rum, pois há exigência de 3/5 dos membros de cada uma das casas do Congresso em
cada um dos turnos de votaçã o.
Já as Constituiçõ es flexíveis, por sua vez, sã o aquelas que nã o exigem, para sua atualizaçã o
ou modificaçã o, processo distinto daquele referente à elaboraçã o das leis. Podem ser
alteradas por procedimento legislativo ordiná rio, como qualquer outra lei ordiná ria, sem
nenhuma exigência especial.
2. Distinga as condições formais dos requisitos materiais da Constituição.
As Constituiçõ es formais sã o aquelas contidas em um documento formal escrito. Possuem
características como a superioridade de seus enunciados e a rigidez de suas normas.
Já as Constituiçõ es nã o-escritas sã o aquelas que, como o pró prio nome diz, nã o estã o
organizadas em um documento formal escrito. Elas formam o que é conhecido como
“direito constitucional material”, constituído por leis individuais e normas constitucionais
consuetudiná rias.
Assim, as condiçõ es formais das Constituiçõ es seriam um documento formal escrito; a
superioridade dos enunciados constitucionais e a rigidez das normas que integram a
Constituiçã o. Por sua vez, os requisitos materiais seriam o fim para que se destina a
Constituiçã o, com a limitaçã o/condicionamento do poder político para se alcançar os
direitos fundamentais de cada indivíduo, em seu sentido mais amplo e sofisticado. Tudo
que for conteú do bá sico referente à composiçã o e ao funcionamento da ordem política
exprime o aspecto material da Constituiçã o.
Desta forma, pode-se concluir que, os requisitos formais sã o pré-condiçã o para se
considerar os requisitos materiais.
UNIDADE II
1. Discorra sobre a definição de Constituição (real) de Ferdinand Lassalle.
A Constituiçã o, para Lassalle, é, em sua essência, a somató ria de todos os fatores reais do
poder que regem um país e tais fatores, quando consubstanciados numa “folha de papel”
(documento escrito) sã o erigidos a direitos e, por conseguinte, instituiçõ es jurídicas (lei).
E tais fatores limitam o legislador, haja vista que a Constituiçã o é composta por
fragmentos de todos estes poderes, ou seja, os vá rios segmentos da sociedade devem
participar da Constituiçã o.
Entã o, se todos os cidadã os têm direito ao mesmo poder político, o que significa nã o
somente votar, mas votar de forma igual, todos devem respeito à Constituiçã o (cidadã os,
governantes e inclusive o exército), mas quando esses fatores sã o desconsiderados, a
Constituiçã o, real e efetiva, nã o se coaduna com o documento escrito, sendo este “mera
folha de papel”.
Ainda, as Constituiçõ es nã o seriam necessariamente produtos dos tempos modernos, pois
Lassalle acredita que todos os povos, a priori, possuem e sempre possuíram alguma
constituiçã o, real e efetiva, independentemente de estar escrita ou nã o.
Assim, o documento que costumamos chamar de Constituiçã o, nada mais é do que um
resumo de todos os direitos da naçã o e os mais importantes princípios de governos (folha
de papel). E este deve, na verdade, ser a expressã o ou o reflexo dos fatores reais do poder,
para assim ser considerado uma Constituiçã o, por sua essência.
E assim, o documento que surge simultaneamente com os estados-modernos, e que
Lassalle chama de “folha de papel”, pode ser ricamente escrito, pode ser intitulado de
“constituiçã o”, pode até atestar determinados direitos e princípios, mas se nã o expressar
os fatores reais do poder, nã o passará daquilo que é: mera folha de papel, nã o obstante o
que se diga em contrá rio.
2. Diferencie as ciências normativas das ciências da realidade (como a sociologia) e
discorra sobre a tarefa que cabe ao direito constitucional na realidade do Estado,
segundo Konrad Hesse.
3. Qual era a visã o de Constituiçã o (jurídica) que possuía o positivismo jurídico da Escola
de Georg Jellinek?
4. O que significa dizer que a pretensã o de eficá cia da Constituiçã o (jurídica) se associa
mas nã o se confunde com as condiçõ es histó ricas de sua realizaçã o?
5. O que Konrad Hesse entende por força normativa da Constituiçã o?
6. Discorra sobre os limites da força normativa da Constituiçã o.
7. Diferencie a “vontade de poder” da “vontade de Constituiçã o” (pressuposto fundamental
da força normativa da Constituiçã o) e discorra sobre as três vertentes que originam a
“vontade de Constituiçã o”.
8. Discorra sobre os pressupostos que permitem à Constituiçã o desenvolver de forma
ó tima sua força normativa.
UNIDADE III