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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES

CURSO DE DIREITO

QUESTÕES DE REFLEXÃO

Possíveis Respostas

1. As Constituições que derivam do trabalho de uma Assembleia Nacional


Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade
de sua elaboração, podem ser considerados como uma constituição
outorgada.

R: Não Concordo! As Constituições que derivam do trabalho de uma Assembleia


Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a
finalidade de sua elaboração, podem ser considerados como uma constituição
Promulgada e não Outorgada. Constituição outorgada é aquela que parte do
soberano, ou da autoridade que governa, e é “dada” ao povo.

2. A constituição Moçambicana, quanto a estabilidade ela pode ser considerada


flexível, uma vez que são as constituições escritas que poderão ser alteradas
por um processo legislativo mais solene e dificultoso do que o existente para
a edição das demais espécies normativas.

R: Concordo!

3. Surge a constituição semi-flexivel ou sem-rígida, na qual algumas regras


poderão ser aletradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras
somente por um processo legislativo especial e mais dificultoso. Sendo assim,
podemos considera que a constituição Moçambicana, pode ser considerado
semi-flexivel.

R:
4. As relações do direito constitucional com os ramos do direito (...) so que estas
limas de fronteiras com os outros ramos que lhe são mais próximos revestem
de particularidade, que so se encontra presente no direito constitucional
(Gouveia, 2015) nesta senda, debruça sobre o direito contraordenacional,
direito judiciário e direito administrativo.

R: O Direito Administrativo: sendo o Direito Administrativo o sector jurídico


que estabelece a organização e o funcionamento da Administração Pública, bem
como as suas relações com os administrados, relaciona-se com o Direito
Constitucional porque lhe pede uma intervenção na fixação das grandes linhas
orientadoras dos seus principais temas, como sejam a organização
administrativa, com realce para a posição do Estado-Administração, os direitos
fundamentais dos administrados, as diversas manifestações do poder
administrativo ou os termos da intervenção jurisdicional na averiguação da
juridicidade administrativa;

O Direito Judiciário: pedindo-se ao Direito Judiciário o estabelecimento da


organização e do funcionamento das instituições que exercem o poder judicial,
na sua vertente institucional, regista-se a conexão de ser ao Direito Constitucional
que se atribui a definição fundamental do enquadramento de tal poder, bem
como da respetiva organização, no contexto mais vasto dos diversos poderes do
Estado;

O Direito Contraordenacional: num nível menos dramático, cabe ao Direito


Contraordenacional a tipificação de comportamentos ilícitos, mas em que a sua
fraca ilicitude apenas determina a aplicação de sanções pecuniárias ou outras de
cariz acessório, nunca privativas de liberdade, cabendo, contudo, ao Direito
Constitucional a sua definição, numa lógica secundária em relação ao Direito
Penal

5. O direito constitucional é a parcela da ordem jurídica que rege o próprio


estado, enquanto comunidade e enquanto poder, estabeleça a relação entre o
direito constitucional e o e o poder político.
R: Concordo com Afirmação! Jorge Miranda define o Direito Constitucional
como “a parcela da ordem jurídica que rege o próprio Estado, enquanto comunidade e
enquanto poder. É o conjunto de normas (disposições e princípios) que recordam o
contexto jurídico correspondente à comunidade política como um todo e aí situam os
indivíduos e os grupos uns em face dos outros e frente ao Estado-poder e que, ao mesmo
tempo, definem a titularidade do poder, os modos de formação e manifestação da vontade
política, os órgãos de que esta carece e os actos em que se concretiza”.

A diferença entre política e direito pode ser observada no tipo de


comunicação que cada um desses sistemas produz na sociedade. A política
utiliza a comunicação do poder como seu meio de comunicação, enquanto o
direito utiliza, como seu meio de comunicação, as normas jurídicas. Tanto o
poder político quanto o direito se referem ao mesmo problema de referência: a
correspondência entre a acção de alter e a acção de ego. Mas enquanto o poder
resolve esse problema através do uso simbólico da ameaça de força física e outros
recursos para vincular coletivamente, o direito resolve esse problema
simbolizando expectativas normativas imunes a frustrações.

Política e direito referem-se, portanto, à comunicação de expectativas


comportamentais. Ambos têm como problema de referência a correspondência
entre uma acção de alter e uma acção de ego. Mas cada um produz modos
diversos de solução para esse mesmo problema de referência: a política produz
vinculação; o direito generaliza simbolicamente essa vinculação na forma de
expectativas comportamentais. E, precisamente, essa combinação da
comunicação política com a comunicação jurídica possibilita à política produzir
decisões coletivamente vinculantes, ao mesmo tempo em que possibilita para o
direito a produção de expectativas normativas simbolicamente generalizadas.

6. Para a revisão da constituição, encontramos como limites matérias, a


vigência do estado de emergência e a fiscalização da constitucionalidade.

R: Limites temporais: Conforme estipula o art.º 293.º da CRM sob a epigrafe


“tempo” a Constituição só pode ser revista cinco anos depois da entrada em vigor
da última lei de revisão, salvo deliberação de assunção de poderes
extraordinários de revisão, aprovada por maioria de três quartos dos deputados
da Assembleia da República. Daqui poderemos distinguir uma revisão ordinária
e uma revisão extraordinária uma que acontece cinco anos depois da entrada em
vigor da última lei de revisão e outra que acontece antes de decorrido esse prazo,
mas com a agravante de ter que ser votada a resolução de assunção por maioria
de três quartos dos deputados. Na restante revisão ordinária e extraordinária
seguem o mesmo procedimento.

Limite orgânico: De acordo com o art.º 179.º n.º 2 alínea a) “é da exclusiva


competência da Assembleia da República aprovar as leis constitucionais”.
Portanto só o órgão representativo de todos os cidadãos moçambicanos pode
alterar a Constituição, sozinho nos casos que não estejam sujeitos ao art.º 292.º ou
com a sanção do titular da soberania, no caso de alteração das matérias contidas
no art.º 292.º

Limites Formais: De acordo com o art.º 295.º “. As alterações da Constituição


são aprovadas por maioria de dois terços 122 dos Deputados da Assembleia da
República. As alterações que forem aprovadas são reunidas numa única lei de
revisão. O Presidente da República não pode recusar a promulgação da lei de
revisão.”

Limites Circunstanciais: Os limites circunstanciais encontram-se previstos


no art.º. 294.º estipulando que “na vigência do estado de sítio ou do estado de
emergência não pode ser aprovada qualquer alteração da Constituição.” Por sua
vez, o art.º 157.º n.º 1 diz que “durante o período de vacatura do cargo de
Presidente da República a Constituição não pode ser alterada”. O art.º 155.º n.º 1
esclarece sobre os casos de vacatura estipulando que “a eleição do novo
Presidente da República, por morte, incapacidade permanente, renúncia ou
destituição, deve ter lugar dentro dos noventa dias subsequentes, sendo vedado
ao Presidente da República interino candidatar-se ao cargo.”

Limites materiais: A problemática dos limites materiais tem sido uma das
questões, que divide os constitucionalistas de algum tempo a esta parte, sendo a
nosso ver bastante interessantes as posições giram a sua volta. O art.º 292.º da
Constituição, estipula: ver o artigo.

7. A constituição so pode ser revista durante o estado de sitio, 3 anos após a


entrada em vigor da última constituição.

R: Obvio que é falso. Conforme estipula o art.º 293.º da CRM sob a epigrafe
“tempo” a Constituição só pode ser revista cinco anos depois da entrada em vigor
da última lei de revisão, salvo deliberação de assunção de poderes
extraordinários de revisão, aprovada por maioria de três quartos dos deputados
da Assembleia da República. Daqui poderemos distinguir uma revisão ordinária
e uma revisão extraordinária uma que acontece cinco anos depois da entrada em
vigor da última lei de revisão e outra que acontece antes de decorrido esse prazo,
mas com a agravante de ter que ser votada a resolução de assunção por maioria
de três quartos dos deputados. Na restante revisão ordinária e extraordinária
seguem o mesmo procedimento.

8. Estabeleça a destrinca entre a constituição escrita e a constituição formal

R: A constituição material ou escrita é o conjunto de todas as normas que têm


conteúdo, substância, tipicamente constitucional, ou seja, as normas que tratam
da estrutura do Estado, da forma de governo e dos direitos fundamentais, e nada
mais. Diz Jorge Miranda, a “...Constituição formal é, desde logo, Constituição
material porque, insista-se (lógica e historicamente) de manifestação da
Constituição material que, em concreto, lhe subjaz; porque a forma não pode
valer por si, vale enquanto se reporta a certa substância. Pode haver normas e
princípios inseridos na Constituição formal que não possuam, do prisma
material, a dignidade suficiente para dela constarem; pode haver normas e
princípios que, não tendo a força jurídico-formal prototípica da Constituição
formal, pelas matérias que versam deveriam possuir essa mesma força, sendo
apenas materialmente constitucionais.

9. A em conversa de café com o seu amigo B, assevera que o poder constituinte


derivado, aquando revisão da constituição a mesma passa a ser uma lei
infraconstitucional, B, refuta a posição seguida pelo seu amigo A, B
acrescenta ainda que, o poder constituinte derivado é aquele que faz nascer a
primeira constituição por delegação do poder constituinte originário.

R: EU também refuto a posição de A. O poder constituinte derivado também


pode ser chamado por poder constituinte instituído, constituído, secundário, de
segundo grau e remanescente. Esse poder é criado e estabelecido pelo poder
originário, por esse motivo tem a obrigação de atender as exigências impostas
pelo originário para a produção das normas constitucionais, tornando-se
limitado. Derivam do poder constituinte originário o reformador, o decorrente e
o revisor, e pela derivação, todos são limitados e vinculados ao poder constituinte
originário, caracterizados como poder jurídico.

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