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FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Aluno: Matheus Batista Braga Turma: 03


Disciplina: Teoria da Constituição e Organização do Estado
Professor: Carlos Eduardo Behrmann Ratis Martins

O livro de Manoel Jorge explica: i) Teoria da Constituição e o Direito Constitucional; ii)


Poder Constituinte; iii) Constituição.
Sintetizando as principais ideias do primeiro capítulo:
1.1 Justificativa para uma Teoria da Constituição
A Teoria da Constituição, ou Teoria Constitucional, desempenha o insubstituível papel de
oferecer os conceitos básicos sobre a constituição, o que servirá de auxílio para o exame das
normas constitucionais concretas. p.21
Manuel García-Pelayo divide o direito constitucional em três espécies
→ Direito constitucional positivo deve-se entender a disciplina da ciência do direito cujo

objeto é a interpretação, sistematização e crítica de normas jurídico-constitucionais

vigentes em determinado Estado.

→ Direito constitucional comparado tem por objetivo o estudo das normas jurídico-

constitucionais de vários Estados, com a preocupação de assinalar os traços distintivos e

semelhantes existentes entre eles; tem por objeto não só uma constituição, mas uma

pluralidade de constituições.

→ Direito constitucional geral pode ser considerado como uma teoria do direito
constitucional geral que tem por base o direito comparado, por meio do qual apresenta
uma série de princípios, conceitos, instituições que podem ser encontrados nos vários
sistemas do direito positivo para o fim de classificá-los e sistematizá-los numa visão
unitária. p.25-26

Sintetizando as principais ideias do segundo capítulo:


Carl Schmitt conduz à ideia de que “poder constituinte é a vontade política cuja força ou
autoridade é capaz de adotar a concreta decisão de conjunto sobre modo e forma da própria
existência política, determinando assim a existência da unidade política como um todo”. p.29
(!) 2.4 Conceito, Natureza, Caracteres, Titularidade e Exercício do Poder Constituinte.
Poder constituinte é o que se destina à criação do estado, dotando-o de estrutura jurídico-
política peculiar, por meio de uma constituição, bem como o poder com competência para
alterar as normas constitucionais da sociedade política.
Expõe Luís Roberto Barroso que "passando ao largo da discussão entre jusnaturalismo e
positivismo quanto à natureza do poder constituinte, certo é que ele é a energia inicial que
institui uma determinada ordem jurídica, criando ou reconstruindo o Estado através de uma
constituição, que é a primeira expressão do direito positivo. Ela representa não apenas a
positivação do poder, como também a indicação dos valores jurídicos supremos, firmando
diretrizes e programas que devem nortear a atuação do governo e da sociedade.”. p.33-34
2.4 Titularidade e exercício do poder constituinte.
A titularidade é conferida ao povo… Já o exercício do poder constituinte é conferido àqueles
eleitos pelo povo para o fim de elaboração do texto constitucional.

2.5 Espécies de Poder Constituinte.


Ora, prontamente se descortina a nítida diferenciação entre o poder constituinte e o
constituído, porque vislumbramos um ilimitado; outro, limitado. Um incondicionado; outro,
condicionado. Um originário; outro, derivado. p.36
O poder de reforma constitucional compreende a emenda e a revisão constitucional. As
alterações pontuais no texto constitucional são efetivadas por meio das emendas, ao passo
que as modificações mais abrangentes se processam pelo procedimento da revisão
constitucional. p.37
Também se distinguem, se observando o processo constitucionalmente fixado para a emenda
e a revisão. No primeiro caso, exige-se quorum qualificado de três quintos de votos dos
membros de cada Casa Congressual, em regime de votação de dois turnos. No segundo caso,
nota-se que a Constituição fixou apenas que “a revisão constitucional será realizada após
cinco anos, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral”. p.37
Tem o Poder Constituinte Decorrente um caráter de complementaridade em relação à
Constituição; destina-se a perfazer a obra do Poder Constituinte Originário nos Estados
Federais, para estabelecer a Constituição dos seus Estados componentes”. p.38
Por sua vez, vimos que poder constituinte decorrente é a representação objetiva da autonomia
das unidades parciais em uma Federação. Sem possibilidade de auto-organização dos
Estados-Membros mediante as constituições estaduais não se cogita propriamente de forma
federativa. p.39
2.5.3 Nossa opção: poder constituinte inato e adquirido.
Poder constituinte inato àquela energia materializada no elemento fundador e apta a
determinar o aparecimento da criatura política coletiva, bem assim o sujeito (rei, ditador,
órgão constituinte) que conduz o histórico encargo de elaboração da norma de regência do
ordenamento positivo… Denominamos, outrossim, poder constituinte adquirido àquele que,
necessária e obrigatoriamente, deriva da espécie inata. Seu papel é promover modificações
pontuais no texto constitucional. p.42
2.6 Limitações ao Poder de Reforma
2.6.1 Limitações processuais
São aquelas relativas à iniciativa para proposta de emenda (Presidente da República, 1/3 da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; mais da metade da Assembleia Constituinte,
posicionando-se cada uma por meio da maioria relativa de seus membros), ao quorum
demandado para a sua aprovação (3/5 de cada casa Congressual) e, por fim, o por fim, o
processo legislativo específico (votação em dois turnos, com promulgação das Mesas da
Câmara e do Senado, ou seja, na hipótese de aprovada a emenda constitucional, não haverá a
sanção do Presidente da República). p.43
2.6.2 Limitações circunstanciais
Concerne à impossibilidade de proposta de emenda tendente a alterar a Constituição quando
decretado estado de sítio ou de defesa, ou intervenção federal.
2.6.3 Limitações materiais explícitas e implícitas
As explícitas são aquelas previstas no §4º do art. 60 e configuram autênticas cláusulas
constitucionais de intocabilidade. O legislador constituinte originário entendeu tão relevantes
os princípios constitucionais relativos à forma federativa de estado, ao voto direto, secreto,
universal e periódico, a separação de poderes e aos direitos e garantias individuais, p.44
As limitações materiais implícitas vêm perdendo, ao longo da evolução do direito
constitucional contemporâneo, importância prática, porque as constituições modernas estão
alargando as limitações explícitas… Ainda assim, ficamos com a classificação de Nelson de
Souza Sampaio, ao estabelecer serem tais limitações: a) as relativas ao titular do poder
constituinte; b) as referentes ao titular do poder de reforma; e c) as alusivas ao processo da
própria emenda. p.54
2.6.4 Limitações temporais
A limitação, por conseguinte, dizia respeito à revisão constitucional. p.46

Sintetizando as principais ideias do terceiro capítulo:


3. Constituição
3.1 Conceito
Em sua acepção jurídica, todavia, constituição é a forma específica e inimitável assumida
pela entidade estatal, ou, como salienta Celso Ribeiro Bastos, “é o conjunto de forças
políticas, econômicas, ideológicas, etc., que conforma a realidade social de determinado
Estado, configurando a sua particular maneira de ser”. p.53
3.2 Concepções sobre as Constituições
3.2.1 A acepção sociológica de constituição
Para tal corrente, a gênese do ordenamento jurídico-constitucional positivo deve ser buscada
na realidade social, nos fatos que se desenvolvem e se informam no meio social. p.54
3.2.2 O sentido político de Carl Schmitt
A Constituição é o produto da decisão política fundamental, a estabelecer a forma de estado,
de governo, os órgãos do poder e os direitos e garantias constitucionais. A lei constitucional,
por outro lado, diz respeito a matérias que apenas formalmente são constitucionais, porquanto
poderiam ser tratadas pelo legislador ordinário. p.56
3.3.3 A concepção jurídica de Hans Kelsen
Objetivando explicitar e conceituar a constituição, Hans Kelsen admite dois planos distintos:
O lógico-jurídico e o jurídico-positivo. O plano lógico-jurídico traduz-se na norma suposta,
hipotética, a servir de fundamento lógico transcendental de validade da constituição jurídico-
positiva… Ela é o ponto de partida de um processo: do processo da criação do Direito
positivo. p.57
A norma posta (constituição jurídico-positiva), de existência visível, material, encontra o seu
fundamento de validade na norma hipotética fundamental. Constituição lógica-jurídica,
invisível e imaterial, compreendida no comando genérico e, naturalmente, aceito consistente
na obediência a tudo quanto está na constituição. p.57
3.2.4 A concepção de constituição total.
Dirley da Cunha Jr,. A Constituição é um conjunto de normas jurídicas fundamentais,
condicionadas pela cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes desta, emanadas da
vontade existencial da unidade política, e reguladoras da existência, estrutura e fins do Estado
e, do modo de exercício e limites do poder político. p.59
3.3.3.1 Quanto ao conteúdo: materiais e formais.
Materiais são aquelas que disciplinam exclusivamente temas vinculados à organização do
estado e aos direitos e garantias fundamentais. Formais são as constituições que inserem
dispositivos que inserem dispositivos que não guardam relação com o referido núcleo
materialmente constitucional. p.64
3.3.3.2 Quanto à forma: escritas e não escritas
Escritas são as constituições cuja disciplina da vida do estado é inserida completamente em
texto escrito. Não escrita é a constituição que se ampara nos costumes e na jurisprudência.
p.65
3.3.3.3 Quanto à origem: populares e outorgadas
Populares são as constituições elaboradas mediante a participação democrática do povo. Já as
outorgadas, diferentemente, são impostas por ditador, monarca ou mesmo grupo político que
se encontra no poder. p.65
3.3.3.4 Quanto à estabilidade: rígidas, super-rígidas, flexíveis e semirrígidas.
Rígidas são as constituições que prevêem processo legislativo solene e mais rigoroso para a
modificação de suas normas. O conceito de super-rigidez constitucional é elaborado pela
doutrina com base na ideia de que muitos textos constitucionais indicam a existência de um
conteúdo intangível, imodificável - as denominadas cláusulas pétreas. Flexíveis são os
modelos constitucionais cujo processo de alteração de suas normas é idêntico àquele previsto
no sistema normativo para a elaboração e alteração das leis ordinárias. Semirrígidas são as
que possuem, ao mesmo tempo, dispositivos constitucionais alteráveis somente mediante
processo mais difícil e rigoroso e outros cuja modificação pode operar-se da mesma forma
admitida para as leis ordinárias. p.65
3.3.3.5 Quanto ao modo de elaboração: dogmáticas e históricas
Dogmáticas são aquelas em que as regras de organização política de um país são
expressamente inseridas em documento oficial, redigido com o objetivo de determinar que
todos a cumpram. Históricas são as decorrentes dos usos, costumes e precedentes
determinantes do lento processo de evolução histórica do sistema constitucional. p.66
3.3.3.6 Quanto à ideologia: ortodoxas e ecléticas
Ortodoxas são as elaboradas em atendimento a ideologia única. Ecléticas são as que resultam
do embate ideológico existente quando da elaboração do texto constitucional. p.66
3.3.3.7 Quanto à extensão: sintéticas e analíticas
Sintéticos são os sistemas constitucionais que se caracterizam por enunciar princípios gerais
restringindo-se à disciplina da organização e limitação do poder. Analíticos, de modo diverso,
são aqueles que empreendem disciplina minudente, promovendo tratamento em sede
constitucional de temas que poderiam ser objeto de lei ordinária. p.66
3.3.3.8 Síntese conclusiva sobre a classificação da Constituição de 1988
A CF/88 é unitextual, dirigente, compromissória, ideológico-programática, formal, popular,
rígida e super-rígida, concomitantemente, escrita, eclética e analítica. p.66-67
3.5 Elementos das Constituições
→ Normas constitucionais orgânicas ou elementos orgânicos.

→ Normas constitucionais de limitação ou limitativas, ou ainda elementos limitativos.

→ Normas de estabilização constitucional ou elementos de estabilização constitucional

→ Normas constitucionais de aplicabilidade ou elementos formais de aplicabilidade

→ Normas constitucionais sócio-ideológicas ou elementos socioideológicos. p.68

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