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DIREITO CONSTITUCIONAL – AULA 1

1. O que é Direito Constitucional?


De maneira genérica, é o ramo do direito incumbido de estudar a Constituição de certo Estado.
Esse ramo é o responsável por interpretar as diversas acepções e classificações dispostas no
documento constitucional, além de apegar-se aos princípios constitucionais que possam ter
passado despercebidos pelo constituinte em sua formulação.
Como principais funções do Direito Constitucional, tem-se: a regulação de formas e
procedimentos de formação da vontade e da tomada de decisões políticas, o papel de expressão
normativa da constelação de forças políticas e sociais e, por fim, o estabelecimento de medidas
e fins ao processo político.

1.1. Origem da Constituição

1.1.1. Movimento Constitucionalista


O movimento tem certa imprecisão em sua data de início, mas o século XVIII ficou
responsável pelo seu ‘surgimento’ na sociedade ocidental. Seu surgimento é aliado à
criação das duas primeiras Constituições escritas da história: Estados Unidos da América
e França. O pensamento filosófico por traz do movimento era o de que a sociedade
política era fruto de um contrato, que por sua vez era a fonte de autoridade do Estado.
Sendo assim, a Constituição serviria de mecanismo estratégico para a limitação de poder
do Estado, além de servir como uma acoplamento estrutural (mediador) de diálogo entre
política (insurgência do pensamento popular) e Direito.

1.1.2. Movimento Neoconstitucionalista


Seu início é datado do fim da II Guerra Mundial, por meio das Cortes Constitucionais, e
teve como principal objetivo a primazia da aplicação direta da Constituição, orientada
especialmente por princípios norteadores do Direito.

2. Elementos da Constituição:

2.1. Elementos Constitutivos do Estado


Os elementos constitutivos presentes na Constituição caracterizam o Estado em questão
de maneira objetiva. São exemplos desse elemento: Povo (art.12,CF), Território (art.19,
CF), forma de Governo (múltiplos artigos), etc.

2.2. Direitos Individuais


Esses direitos, no plano constitucional, tem a ideia de direitos de liberdade e não a
relação com os indivíduos. Sua origem deve-se ao Estudo do Direito juntamente com o
processo lógico pelos integrantes do círculo de Viena.
Devido aos movimentos em torno das reformas constitucionais, temos a Constituição
como a somatória de seus fundamentos mais a estratégia jurídica do Estado.

2.3. Método de Interpretação hermenêutica


Reconhece a realidade e entende que a interpretação deve ser sempre problematicamente
orientada (embora parta da norma jurídica ela só pode ser corretamente interpretada se
analisada a luz da realidade).
- Texto normativo: Quando leio, entende o que quer dizer
- Domínio normativo: análise da realidade promover a ressignificação do programa
normativo.

3. Princípios Constitucionais

3.1. Princípio da Supremacia Constitucional:


Nesse princípio, tem-se a Carta magna como o principal plexo de normas existentes
dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Dessa forma, ela serve de balizadora das
normas infraconstitucionais, uma vez que estas precisam ser interpretadas com os ‘olhos’
da Constituição para que possam ser válidas dentro do sistema normativo. A Constituição
serve, primeiramente, como fonte legitimadora de qualquer norma infraconstitucional. A
partir desse princípio decorrem algumas consequências e também muitos outros
princípios no ambiente constitucional.

3.2. Principio da concordância pratica (cedência recíproca ou harmonização)


Não ha direitos absolutos – relativização entre dois direitos fundamentais, entre direitos
constitucionais não fundamentais.
“Colisão de direitos em um fenômeno jurídico”

3.3. Principio da maximização (máxima efetividade)


Entre um direito fundamental e um direito constitucional de outra ordem (econômica,
politica, ideológica)
- Aplicado aos direitos fundamentais. Embora estes não sejam absolutos, devem ser
objetos de uma interpretação maximizadora.

3.4. Principio da Coloquialidade


Preconiza se que as expressões contidas na constituição devem ser lidas no seu sentido
coloquial e não técnico.

4. Elementos da Constituição
4.1. Orgânicos – disposições constitucionais que normatizam o funcionamento dos
órgãos públicos
4.2. Limitativos – direitos de primeira geração (limitação do poder em face do
individuo). Ex: liberdade de locomoção e opinião
4.3. Socioideológicos – dispositivos que demarcam qual o perfil ideológico abraçado
por aquele Estado e criado por aquela CF
4.4. Estabilidade – legalidade extraordinária: para que não abra a quebra da CF em
situações de crise, a própria CF se adiante e cria mecanismos para lidar com
situações extraordinárias

5. Elementos de aplicabilidade
Dispositivos constitucionais voltados a regulação dos mecanismos de aplicação do
próprio texto constitucional

6. Classificação das constituições

6.1. Quanto a origem


2 tipos de constituições:
6.1.1. Outorgada: imposta (1924)
6.1.2. Promulgada: vem de um acordo politico, de uma assembleia nacional
constituinte (1988)
6.1.3. Cezaristas: const. 1967 – raniele mazile: castelo branco mandou um
projeto para o congresso nacional, que teve forte oposição. Entao,
castelo ameaçou fechar o congresso caso essa não fosse aprovada.

6.2. Quanto a flexibilidade:


6.2.1. Rígida: aquela cuja alteração só pode ocorrer por um processo mais
rigoroso do que o contemplado para a legislação infraconstitucional.
6.2.2. Flexível: aquela cuja alteração se da pelo mesmo processo legislativo
que a legislação infraconstitucional. (constituições cujos princípios sao
baseados nos costumes)
6.2.3. Semirrígida ou semi-flexível: constituição imperial – as normas
materialmente constitucionais são alteráveis por meio de emenda; as
normas formalmente constitucionais são alteradas por meio de lei
ordinária.

6.3. Quanto ao conteúdo


6.3.1. Escritas
6.3.2. Costumeiras (consuetudinária)

6.4. Quanto ao conteúdo


6.4.1. Material – assuntos atinentes a organização do estado, princípios
fundamentais
6.4.2. Formal – a constituição como todo; aquela que abarca as normas
materialmente e formalmente constitucionais.

6.5. Quanto ao conteúdo social


6.5.1. Revolucionárias – apresentam uma ruptura radical de uma base social
pré-existente.
6.5.2. Dirigentes – BR: é aquela que reconhece os pressupostos sócio
econômicos existentes, mas que pretende por meio de suas normas uma
interação modificativa da realidade econômico-social.
6.5.3. Estatutária – traz para o papel, coloca como normas fundantes, os
pressupostos já encontrados na sociedade com o objetivo de assegurá-
las

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