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Em sentido amplo, pode ser entendido como toda e qualquer ação restritiva do Estado em
relação aos direitos individuais, com enfoque na função do Poder Legislativo, na medida em
que apenas as leis, organicamente consideradas, podem delinear o perfil dos direitos e obrigar
alguém a fazer ou deixar de fazer algo.
Em sentido estrito, pode ser entendido como atividade administrativa consistente no poder de
condicionar a liberdade e a propriedade dos cidadãos.
Conceito: poder de polícia é a prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a
Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor do
interesse da coletividade, mediante ação fiscalizadora, preventiva ou repressiva.
Finalidade: proteção dos interesses coletivos, em sentido amplo, alcançando todo e qualquer
aspecto, como o material, moral, cultural, ecológico, etc.
Delegação: o poder de polícia também pode ser exercido por pessoas administrativas indiretas
(entidades paraestatais), consideradas prolongamentos do Estado, que exercem funções
administrativas e prestam serviços públicos. Nesse caso são necessários 3 requisitos: (i) a
pessoa jurídica deve integrar a estrutura da Administração Indireta; (ii) a competência
delegada deve ter sido conferida por lei; (iii) o poder de polícia há de restringir-se à prática de
atos de natureza fiscalizatória. Não é possível a delegação do poder de polícia para
particulares. A indelegabilidade não impede, todavia, o exercício privado de atividades
materiais acessórias, prévias ou posteriores ao poder de polícia (ex.: fiscalização das normas de
trânsito por meio de equipamentos eletrônicos, a demolição de obras irregulares por
particulares contratados pelo Poder Público), pois nesses caso não há qualquer margem de
liberdade decisória ao particular.
Por fim, os atos de polícia também podem ter natureza fiscalizatória, de caráter preventivo ou
repressivo.
Características:
1. Atuação privativa da Administração Pública Direta ou da entidade de Administração
Indireta delegada (exceção).
2. Discricionariedade e vinculação: o poder de polícia, como toda atividade
administrativa, é estritamente vinculado à lei, sob pena de configurar abuso de poder
e desvio de finalidade. No entanto, é discricionário dentre dos limites legais, podendo
decidir sobre a área de incidência, conteúdo ou dimensão das limitações, caso a lei
permita. Vale destacar que as autorizações são atos discricionários, enquanto as
licenças são atos vinculados.
3. Autoexecutoriedade: pelo objetivo que a inspira, não pode a Administração ficar à
mercê do consentimento dos particulares, por isso ela detém a prerrogativa de
praticar atos e colocá-los em imediata execução, sem dependência à manifestação
judicial, desde que a lei autorize o administrador a praticar o ato de forma imediata ou
em caso de urgência. Isso aplica-se tanto à restrição geral quanto à que se dirige
diretamente a um indivíduo. Note-se que a multa não é autoexecutória, pois sua
cobrança deve ser efetivamente concretizada pela ação própria na via judicial.
4. Coercibilidade: os atos de polícia são dotados de coercibilidade, podendo a
Administração Pública utilizar-se da força estatal, dentro dos limites legais, para
assegurar o cumprimento de suas ordens.
5. Imperatividade: os atos de polícia são dotados de imperatividade, devendo ser
desempenhada por todos os seus destinatários.
Modalidades:
Estrutura da norma:
Condições: (i) sujeição a um dever imposto por norma administrativa; (ii) descumprimento
injustificado; (iii) sujeição à sanção.
Modalidades:
1. Advertência
2. Pecuniária (multa)
3. Interdição (ex: fechamento de fábrica poluidora)
4. Inabilitação temporária para certa atividade
5. Extinção da relação jurídica mantida com o Poder Público (ex: cassação de licença ou
decretação de caducidade)
6. Apreensão ou destruição de bens.
1. Força maior
2. Caso fortuito
3. Estado de necessidade
4. Legítima defesa
5. Doença mental
6. Fato de terceiro
7. Coação irresistível
8. Erro
9. Obediência hierárquica
10. Estrito cumprimento de dever legal
11. Exercício regular de direito.
Sanções reais x pessoais: sanções reais são as pecuniárias e as que gravam as coisas,
possuindo natureza real, como a perda de bens, interdição de estabelecimento, etc. Já as
sanções pessoais são aquelas que atingem a pessoa do sujeito passivo, como a suspensão de
atividades, etc. As sanções reais são transmissíveis, se não cumpridas pelo infrator podem ser
transmitidas a terceiros responsáveis subsidiários; as sanções pessoais são intransmissíveis.
Desapropriação
Espécies:
Objeto: pode ser objeto de desapropriação tudo aquilo que seja objeto de propriedade. Bem
imóvel ou móvel, corpóreo ou incorpóreo, direitos em geral (exceto os personalíssimos). Bens
públicos podem ser desapropriados nas seguintes condições: a União poderá desapropriar
bens dos Estados, Municípios e Territórios; os Estados e Territórios poderão expropriar bens
de Municípios. Há necessidade de autorização legislativa do poder expropriante para que se
realizem tais desapropriações.
Desapropriação indireta: designação dada ao abusivo e irregular apossamento do imóvel
particular pelo Poder Público, com sua consequente integração no patrimônio público, sem
obediência às formalidades e cautelas do procedimento expropriatório. Cabe ao lesado
recurso às vias judiciais para ser plenamente indenizado.