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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Roberto Baldacci


Aula: 20 | Data: 19/03/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

REGIME ADMINISTRATIVO
2.4. Poder de Polícia
3. Poderes Contemporâneos
3.1. Poder de Autotutela
3.2. Poder de Império (poder extroverso)
3.3. Poder Discricionário

ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


1. Introdução

REGIME ADMINISTRATIVO

2.4. Poder de Polícia

- Delegação do poder de polícia:

a) Delegação interna por desconcentração: de um superior hierárquico para os seus subordinados, dentro do
próprio ente público de direito público, para distribuir serviço público. Nesse caso, como o exercício do poder está
indo de um integrante do Poder Público para outro integrante do Poder Público, não há qualquer restrição a essa
forma de delegação, sendo possível.

b) Delegação por descentralização institucional: de uma pessoa do Estado para outra pessoa do Estado. Se ambos
forem de direito público, é possível tal delegação.

c) Descentralização comum: do Estado para um particular. Haverá restrição, pois o poder do Estado não pode ser
delegado a um particular. A lei autoriza a delegação de realização de atos materiais e meramente executórios.

- Atributos do poder de polícia: todos que estejam, por lei, investidos no Poder Público vão exercer o poder de
polícia gozando de maiores prerrogativas, que são atributos desse poder.

a) Imperatividade/relação extroversa: o administrador poderá se impor sobre os particulares independente dos


particulares se manifestarem ou concordarem. Atuação unilateral do Estado.
Exceção: no caso das fiscalizações de natureza voluntária do particular, são autorizações/permissões/licenças que
os particulares venham a pedir, principalmente aquelas mediante alvarás, de modo que decorrem de atos bilaterais
negociais.

b) Autoexecutável: a polícia administrativa não depende de prévia manifestação ou autorização judicial para
intervir nos direitos individuais.

c) Discricionariedade: em regra, é discricionário. A discricionariedade não diz respeito ao exercício ou não do poder
de polícia, pois o Poder Público é obrigado a exerce-lo. O que é discricionário é a forma de exercer a fiscalização.

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Exceção: as fiscalizações mediante alvarás são fiscalizações vinculadas por lei. Então, quando o particular preencher
todos os requisitos exigidos, ele vai constituir direito adquirido ao seu alvará e o Estado não poderá negá-lo.

d) Coercitividade: são comandos compulsórios, não admitindo recusa e resistência, e ninguém pode se omitir no
seu cumprimento.
Fato do príncipe: forma mais intensa dos comandos de polícia administrativa. É aquele comando geral de forma
indistinta, aplicando restrições compulsórias na defesa dos interesses mais relevantes. Isso causa exceção à
responsabilidade civil do Estado. Quando é decretado o comando geral e restritivo.

3. Poderes Contemporâneos

3.1. Poder de Autotutela

- Conceito: o administrador pode, a qualquer tempo, rever qualquer ato e qualquer decisão da Administração
Pública.
Ato ilegal: anula.
Ato inoportuno e inconveniente: revoga.

- Lei 9.784/99: há prazo de 5 anos decadenciais para o Estado poder anular ou revogar os seus próprios atos e
decisões quando repercutirem efeitos favoráveis aos particulares.

3.2. Poder de Império (poder extroverso)

Poder do Estado de se impor sobre todos de maneira coercitiva e aplicando a força pública para exigir que todos se
submetam aos seus comandos. O Estado age unilateralmente.

3.3. Poder Discricionário

Elemento chave do sistema de freios e contrapesos. Exclusividade do administrador para escolher os fatos e as
circunstâncias do cenário jurídico que estejam ocorrendo e, então, preencher aquilo que esteja em branco ou
indefinido na lei para aquele ato ou decisão discricionária.

ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Introdução

Conforme a CF, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República (regra da concentração). O Presidente
da República é o responsável político por todas as competências constitucionais.

Para os serviços e atividades essenciais, o Presidente da República tem competência para a propositura da Lei de
Desconcentração. Através dessa lei, cada uma das essencialidades constitucionalidade vai constituir um núcleo de
competências administrativas que é classificado por Otto Gierke como órgãos administrativos – trata-se da teoria
do órgão.

- Teoria do órgão:

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a) Os órgãos são impessoais: Estado-realidade e, a partir disso, o Estado é detentor de direitos e sujeito de
obrigações, e vai constituir, mediante lei, suas expressões físicas. Vai exercer seu longa manus através de órgãos e
agentes públicos, que agem por imputação (teoria da imputação volitiva).

b) Os órgãos não possuem personalidade jurídica.

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