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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
- Pergunta-se: o decreto que conflita com a Constituição Federal é inconstitucional? Pode ser anulado por ADIN?
Trata-se de decreto derivado, pois deriva da própria lei. A lei é fonte originária dos direitos e obrigações e esse
decreto é uma fonte derivada. A lei delimita a matéria, sua extensão e sua intenção. Portanto, esse decreto não é
inconstitucional, podendo ser tão somente ilegal. Se é ilegal, não poderá impugná-lo por ADIN. Contudo, é possível
provocar o STF por meio de ADPF, se couber.
No entanto, se esse decreto conflita com a CF, porque ele inovou e foi além daquilo que a própria lei regulamenta,
ele avançou sobre matéria que não está tratada na lei. Nesse caso, o artigo 49, V, da CF determina que o Congresso
Nacional possui o poder, direto e de ofício, de expedir uma resolução que vai sustar a eficácia do decreto. Assim,
tal resolução do Congresso Nacional susta a eficácia de qualquer ato administrativo normativo que excede os limites
da matéria tratada por lei e que tenha avançado sobre matéria que estava reservada por lei.
O que ocorre se algum legitimado tiver ingressado com ADIN contra lei que deriva o decreto? Nesse caso, é cabível
ADIN parcial, sendo preciso invocar a transcendência da motivação e puxar o decreto para os efeitos decisórios da
ADIN através da inconstitucionalidade por arrastamento.
- Conceito: poder hierárquico significa dizer que, na estrutura administrativa, o agente de nível superior goza de
três prerrogativas hierárquicas fundamentais sobre seus subordinados.
- Três prerrogativas:
a) Poder de revisão e controle de ofício (sem provocação) sobre os atos e as decisões dos subordinados. Poderá
exercer a autotutela.
c) Poder de dar ordens de cumprimento obrigatório. A ordem hierárquica mais importante é a de delegação vertical
hierárquica, isto é, a lei conferiu determinada função ao superior e este delega tal função ao subordinado.
i) Extraordinária duplicação da competência: é decorrência da delegação vertical, pois o agente competente por lei
não deixa de ser competente por ter delegado, afinal de contas competências públicas são irrenunciáveis. E aquele
que não era competente por lei passou a sê-lo.
ii) Como a competência é irrenunciável, o que é delegada é a atribuição de execução e não a competência em si.
iii) A delegação vertical é ato discricionário motivado. Portanto, indica quem é o delegado e as razões de sua
delegação. Dessa forma, o subordinado não pode subdelegar, salvo se a delegação autorizar.
iv) Nem toda delegação presume-se hierárquica, porque a Lei n. 9.784/1999 prevê a delegação horizontal, que, na
realidade, é compartilhamento de atribuições.
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