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PODERES ADMINISTRATIVOS

 Conjunto de prerrogativas de direito público


que a ordem jurídica confere aos agentes
administrativos cujo objeto é permitir que o
Estado alcance seus fins. 
  O exercício do “poder” não é faculdade do
administrador, é “poder ­dever”, a ser usado em
benefício da coletividade, sendo irrenunciável.
 Em face do princípio da legalidade, o exercício
dos diversos poderes administrativos está adstrito
aos contornos legais.                                    
PODERES ADMINISTRATIVOS

 PODER VINCULADO:
 É aquele que a lei confere à Administração
Pública para a prática de ato de sua
competência, determinando os elementos
necessários à sua formalização.
 Consequência:
 A liberdade de ação do administrador é mínima.
 IMPORTANTE
 Competência, forma e finalidade são sempre elementos
vinculados nos atos administrativos.
PODERES ADMINISTRATIVOS

 PODER DISCRICIONÁRIO:
 É o que o Direito concede à Administração, de
modo implícito ou explícito, para a prática de
atos administrativos com liberdade na
escolha da conveniência, oportunidade e
conteúdo.
 Inexiste poder discricionário absoluto, pois a lei
fixará limites dentro dos quais deve o agente
atuar, sob pena de prática de desvio ou excesso
de poder.
PODERES ADMINISTRATIVOS

 PODER HIERÁRQUICO:
 É o de que dispõe o Poder Executivo
para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos, ordenar e rever a
atuação de seus agentes,
estabelecendo relação de
subordinação entre os servidores de
seu quadro de pessoal.
PODER HIERÁRQUICO
DELEGAÇÃO
 Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular
poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros
órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe
sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.(Lei n.
9.784/99)
     
PODER HIERÁRQUICO
DELEGAÇÃO
 Art. 13. Não podem ser objeto de
delegação:
 I - a edição de atos de caráter
normativo;
 II - a decisão de recursos
administrativos;
 III - as matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.(Lei
n. 9.784/99)
PODER HIERÁRQUICO
AVOCAÇÃO
 Art. 15. Será permitida, em caráter
excepcional e por motivos
relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária
de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior. (Lei n.
9.784/99)
PODERES ADMINISTRATIVOS

 SUBORDINAÇÃO X VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA

 A subordinação decorre do poder hierárquico e


admite todos os meios legais de controle do
superior sobre o subordinado.
 A vinculação administrativa, por outro lado,
resulta do poder de supervisão ministerial da
entidade maior sobre a entidade vinculada
(tutela)
PODERES ADMINISTRATIVOS

 PODER DISCIPLINAR:
É a faculdade de punir
administrativamente as infrações
funcionais dos servidores e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos
órgãos e serviços da Administração.
PODER DISCIPLINAR

 PRINCÍPIO DA PENA ESPECÍFICA:

 Há certa discricionariedade no Poder


Disciplinar, nele não se aplicando o
princípio da pena específica. Cabe ao
Administrador, na maioria das vezes,
aplicar a penalidade cabível.
PODER DISCIPLINAR

 PENALIDADES DISCIPLINARES
 Art. 127.  São penalidades disciplinares:
         I - advertência;
         II - suspensão;
         III - demissão;
         IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
         V - destituição de cargo em comissão;
         VI - destituição de função comissionada. (Lei
8.112/90)
       
PODER DISCIPLINAR

 APLICAÇÃO DE PENALIDADES
DISCRICIONARIEDADE
 Art. 128.  Na aplicação das penalidades
serão consideradas a natureza e a
gravidade da infração cometida, os
danos que dela provierem para o serviço
público, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes
funcionais. (Lei 8.112/90)
PODER DISCIPLINAR

 CUMULAÇÃO DE SANÇÕES 

Art. 125.  As sanções civis,


penais e administrativas
poderão cumular-se, sendo
independentes entre si. (Lei n.
8.112/90)
        
PODER DISCIPLINAR

 ILÍCITO ADMINISTRATIVO:
 É ato positivo ou negativo do agente público,
caracterizado pela infração a dispositivo
estatutário expresso, empenhando a
responsabilidade pública do infrator e
acarretando sanções disciplinares previstas em
lei.
 TIPOS:
 ILÍCITO ADMINISTRATIVO E ILÍCITO
ADMINISTRATIVO-PENAL
PODER DISCIPLINAR

 O ilícito administrativo constitui infração tão-só


a dispositivo estatutário, nascendo e findando
na órbita do Direito Administrativo.
 O ilícito administrativo-penal, por outro lado,
constitui infração dúplice, capitulada nos
dispositivos estatutários e penais. Nasce na
esfera administrativa e chega ao âmbito do
Poder Judiciário, onde é apreciado.
PODER DISCIPLINAR

 TEORIA DO RESÍDUO NA FALTA


ADMINISTRATIVA:
 Resíduo é o quantum, insuficiente para a
caracterização do crime na esfera penal,
suficiente, entretanto, para caracterizar a falta
administrativa.
 SÚMULA 18/STF:
 “Pela falta residual, não compreendida na
absolvição pelo juízo criminal, é admissível a
punição administrativa do servidor público.”
PODER DISCIPLINAR

TEORIA DO RESÍDUO
Art. 126.  A responsabilidade
administrativa do servidor
será afastada no caso de
absolvição criminal que
negue a existência do fato ou
sua autoria. (Lei n. 8.112/90)
PODER DISCIPLINAR
 DIFERENÇAS DO PODER HIERÁRQUICO:

 No uso do Poder Hierárquico a Administração


Pública distribui e escalona suas funções
executivas.
 Na aplicação do Poder Disciplinar a
Administração Pública controla o desempenho
dessas funções e a conduta interna de seus
servidores, responsabilizando-os pelas faltas
cometidas.
PODER REGULAMENTAR

 “O Poder Regulamentar é a faculdade de que


dispõem os Chefes de Executivo de explicar a
lei para sua correta execução (ou de expedir
decretos autônomos sobre matéria ainda não
disciplinada por lei *). É um poder inerente e
privativo do Chefe do Executivo e, por isso
mesmo indelegável a qualquer subordinado”
(HLM)
 [* Incompatível com a atual Constituição (VER EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 32, DE 11.09.2001)]
PODER REGULAMENTAR
Hipóteses de delegação

 1. DELEGAÇÃO RECEPTÍCIA:
 Ocorre quando o legislador, por
determinação adicional expressa, delega
ao Executivo a elaboração de norma à
qual será atribuída a categoria de Lei.
Exemplo: Lei Delegada.
PODER REGULAMENTAR
Hipóteses de delegação
 2. DELEGAÇÃO REMISSIVA:
 Consiste em a própria lei remeter
normatividade posterior por parte da
Administração, sem força de lei, dentro de
quadro emoldurado pela própria norma
remetente. (Art.84, inc. IV, CF/88)
 Não se esgota enquanto não for derrogada a lei
remissiva, fato que possibilita à Administração
substituir ilimitadamente a norma remetida,
invocando a delegação inicial, que permanece
aberta. (Enterria; Fernández)
PODER REGULAMENTAR
Hipóteses de delegação
 3. DESLEGALIZAÇÃO
 É a operação efetuada por lei, sem entrar na
regulação material de um assunto, até então
regulado por lei anterior, que abre a tal tema a
disponibilidade da potestade regulamentar da
Administração. Desse modo, simples regulamentos
poderão inovar e derrogar leis anteriores.
 Resume-se na possibilidade de o legislador retirar
certas matérias do domínio da Lei, passando-as ao
domínio do Regulamento. (Transferência da função
normativa, sobre matérias determinadas, da sede
legislativa estatal para outra sede normativa –
Gianmario Demuro)
REGULAMENTO

 Ato geral e (de regra) abstrato, de


competência privativa do Chefe do
Poder Executivo, expedido com a estrita
finalidade de produzir as disposições
operacionais uniformizadoras
necessárias à execução de lei cuja
aplicação demande atuação da
Administração Pública.
REGULAMENTO

 DIFERENÇAS DA LEI:
 Origem:
 A Lei origina-se no Legislativo, enquanto
o regulamento é editado no Executivo.
 Supremacia:
 A Lei é superior ao Regulamento.
 Inovação:
 Somente a Lei inova a ordem jurídica.
REGULAMENTO – TIPOS
 1. REGULAMENTO DE EXECUÇÃO
 Destina-se à execução da Lei. Está previsto no
inciso IV do artigo 84 da Constituição de 1988.
 “Compete privativamente ao Presidente da
República:
 IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as
leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução;”(Artigo
84, inciso IV, Constituição de 1988)
REGULAMENTO – TIPOS

 2. REGULAMENTO AUTÔNOMO
 Tem por caráter inovar na ordem jurídica. Não
é aceito em nosso sistema constitucional.
 “Compete ao privativamente ao Presidente da
República
 - dispor sobre a estruturação, atribuições e
funcionamento dos órgãos da administração
federal;” (Art. 81, inciso V da CF/67)
EMENDA CONSTITUCIONAL
Nº 32/2001
 “Compete privativamente ao Presidente da
República:
 VI - dispor, mediante decreto, sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
 a) organização e funcionamento da
administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção
de órgãos públicos;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)
 b) extinção de funções ou cargos públicos,
quando vagos.”
REGULAMENTO – TIPOS

 REGULAMENTO DELEGADO
 Trata-se de autorização do legislativo,
por meio de lei, para editar matéria de
competência do legislador, sem
qualquer limite. (Não é aceito em nosso
regime constitucional atual).
REGULAMENTO – TIPOS

 REGULAMENTO AUTORIZADO
 Cuida-se de autorização do legislativo,
por meio de lei, para editar matéria de
competência do legislador, com
delimitação específica. (É aceito em
nosso regime constitucional atual).
PODER DE POLÍCIA
É a faculdade de que dispõe a
Administração Pública para
condicionar o uso e o gozo de bens,
atividades e direitos individuais, em
benefício da coletividade ou do
próprio Estado.
PODER DE POLÍCIA

 CONCEITO LEGAL (art. 78 do Código Tributário


Nacional):

 Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
a abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo
Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966)
PODER DE POLÍCIA

 CONCEITO LEGAL (CTN) – JUSTIFICATIVA:

 Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo


Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas
respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

 Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder


de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
PODER DE POLÍCIA

 Fundamento:
 Tem suporte na supremacia do interesse
público sobre o particular.

 Competência:
 A entidade que dispõe de poder para
regular a matéria, tem competência para
policiar.
PODER DE POLÍCIA

 ATO DE POLÍCIA:

 a) Conceito:

É simples ato administrativo,


subordinado a controle de legalidade
pelo Poder Judiciário.
PODER DE POLÍCIA

 ATO DE POLÍCIA:

 b) Características:

 - Editado pela Administração Pública, ou


por quem lhe faça as vezes;
 - fundado em vínculo geral, com base no
interesse público;
 - incide sobre a propriedade e a liberdade.
PODER DE POLÍCIA

 POLÍCIA ADMINISTRATIVA  POLÍCIA JUDICIÁRIA

 Apoia-se em normas de  Apoia-se em normas


índole administrativa. processuais penais.

 Incide sobre bens direitos e  Atua sobre pessoas,


atividades. individualmente ou
indiscriminadamente.

 Difunde-se sobre toda a  É privativa de determinados


Administração Pública. órgãos ou corporações.

 De índole notadamente  De índole notadamente


preventiva. repressiva.
PODER DE POLÍCIA

MEIOS DE ATUAÇÃO (LATO SENSU):

 Atos normativos em geral (Lei,


Regulamentos, Resoluções, Portarias).

 Atos Administrativos e operações


materiais de aplicação da Lei ao caso
concreto (medidas preventivas ou
repressivas).
PODER DE POLÍCIA

ATRIBUTOS (CARACTERÍSTICAS):

 DISCRICIONARIEDADE.

 AUTO-EXECUTORIEDADE.

 COERCIBILIDADE.
PODER DE POLÍCIA

 CONDIÇÕES DE VALIDADE:

 Além dos requisitos normais dos atos


administrativos, são acrescidos:

 Proporcionalidade, entre a restrição imposta e


o benefício social em vista.

 Legalidade dos meios empregados, os quais


devem ser legítimos e compatíveis com a
urgência e a necessidade da medida adotada.
DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

 Poder-dever de agir
 Enquanto no direito privado o poder de agir é
uma mera faculdade, no Direito Administrativo
é uma imposição, um dever de agir, para o
agente público.
 Dever de eficiência:
 Mostra-se presente na necessidade de tornar
cada vez mais qualitativa a atividade
administrativa, no intuito de se imprimir à
atuação do administrador público maior
celeridade, perfeição, coordenação, técnica,
controle, etc. É um dever imposto a todos os
níveis da administração pública.
DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

 Dever de probidade:
 Exige que o administrador público, no
desempenho de suas atividades, atue sempre
em consonância com os princípios da
moralidade e honestidade administrativas.(ver
Lei 8.249/92)
 Dever de prestar contas:
 Decorre da função do administrador público,
como gestor de bens e interesses alheios, da
coletividade. A regra é universal: “quem gere
dinheiro público ou administra bens ou
interesses da comunidade, deve prestar
contas ao órgão competente para a
fiscalização”. 

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