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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Roberto Baldacci


Aula: 11 | Data: 03/03/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

REGIME ADMINISTRATIVO
1. Conceito de regime administrativo
2. Poderes do regime de prerrogativas e sujeições
2.1. Poder normativo/regulamentar

REGIME ADMINISTRATIVO

1. Conceito de regime administrativo

A Administração de direito público é composta por órgãos e autarquias da Administração Direta e certas fundações
da Administração Indireta. Constitucionalmente, estão sujeitos ao dever legal tanto de garantir (tutela), quanto de
atender os interesses públicos da coletividade (interesses primários).

Interesses públicos primários estão vinculados ao princípio da supremacia (quando o interesse público primário
colide com o interesse privado, aquele deve prevalecer) e ao princípio da indisponibilidade (o interesse público
primário não admite renúncia, omissão, transação).

Os órgãos, autarquias e fundações públicas, para exercerem tais funções, necessitam de maiores poderes para agir
e possuem maiores deveres que não recaem sobre mais ninguém.

Portanto, a Administração de direito público afeta ao Poder Executivo possui um conjunto de normas especiais e
princípios maiores que vão instituir maiores forças de agir (prerrogativas públicas) e maiores obrigações de agir
(sujeições públicas), que ninguém mais do Estado terá.

Dessa forma, é possível concluir que regime administrativo é o conjunto de prerrogativas e sujeições próprio da
Administração de direito público afeta ao Poder Executivo decorrente da supremacia e indisponibilidade do
interesse público primário (fundamento constitucional).

2. Poderes do regime de prerrogativas e sujeições

Tal regime é materializado através de poderes inerentes da Administração de direito público.

2.1. Poder normativo/regulamentar

- Conceito:

Conforme artigo 5º, II da CF, os direitos e obrigações só podem ser determinados por lei e essa lei é elaborada pela
função típica do Poder Legislativo, que é independente. As leis relativas a direitos e obrigações são, em regra,
genéricas e abstratas.

Por sua vez, o Poder Executivo, através da Administração de direito público, garante e atende os interesses públicos
primários. Dessa forma, enquanto o Poder Legislativo elabora a lei em sentido amplo, que é genérica e abstrata, o

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Poder Executivo aplica a lei de maneira concreta. Portanto, o Poder Executivo precisa gozar do poder de editar
normas legislativas que explicam como as leis genéricas deverão ser cumpridas e que preencham os elementos em
branco e indefinidos de tais leis.

Assim, o poder normativo conferido ao administrador é o poder de editar atos administrativos normativos, em
regra, a partir de uma prévia lei explicitando a forma de cumprimento dessa lei ou preenchendo/complementando
aquilo que a lei deixou em branco ou indefinido. O poder normativo é conferido a dirigentes e chefes das entidades
(exemplos – regulamentos, resoluções, portarias, avisos, ordens de serviço, etc.).

O ato administrativo normativo voltado para explicar o funcionamento da própria entidade é chamado de ato
ordinatório. Atos ordinatórios são atos administrativos normativos que organizam o funcionamento da estrutura
da própria entidade.

A mais relevante forma de poder normativo é aquela expressa no artigo 84 da CF, que confere ao Presidente da
República o poder de editar decretos e regulamentos com força de lei.

- Pergunta-se: o decreto que conflita com a Constituição Federal é inconstitucional? Pode ser anulado por ADIN?

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