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Disciplina: Direito Administrativo

Professor: Celso Spitzcovsky


Aula: 14 | Data: 05/03/2020
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

SERVIÇO PÚBLICO
1. Definição
2. Reflexos
3. Titularidade
4. Classificação (leva-se em consideração a natureza do serviço público)
5. Execução dos serviços públicos

SERVIÇO PÚBLICO

1. Definição

Serviço público é todo aquele prestado pela Administração Pública a partir de regras de direito público para a
preservação dos interesses da coletividade.

2. Reflexos

- Quem presta? A Administração Pública.

- Como presta? A partir de regras de direito público.

- Para que presta? Para a preservação dos interesses da coletividade.

3. Titularidade

A titularidade do serviço público pertence a Administração Pública e é intransferível para particulares. Essa
titularidade foi dividida pela CF entre as quatro esferas do governo. Desse modo, existem serviços públicos cuja
competência comum é compartilhada entre as quatro esferas de governo, conforme prevê o artigo 23 da CF
(exemplo – saúde).

Quem detém a titularidade possui legitimidade para fixar regras, de forma unilateral, para a execução do serviço
público, legitimidade para fiscalizar o cumprimento dessas regras, bem como legitimidade para aplicar sanções pelo
descumprimento das regras.

4. Classificação (leva-se em consideração a natureza do serviço público)

- Serviços públicos divisíveis:

São aqueles possíveis de apurar o quanto cada usuário deles se utiliza (exemplos – serviço de água; serviço de
energia elétrica; serviço de gás; serviço de transporte coletivo; serviço de telefonia).

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
Cada usuário paga na medida em que utiliza, de modo que existe uma contraprestação por parte do Poder Público.
Em razão disso, a remuneração é por meio de taxa, de maneira que os fatos geradores das taxas são o exercício do
poder de polícia e oferecimento pelo serviço público específico e divisível (artigo 145, II, CF).

“Artigo 145, II, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II – taxas, em razão
do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição.”

Fala-se em prestação uti singuli, porque o serviço é prestado de forma singular para cada usuário e este paga
mediante uma contraprestação.

- Serviços públicos indivisíveis:

São aqueles não possíveis de apurar o quanto cada usuário deles se utiliza (exemplos – serviço de segurança pública;
serviço de iluminação pública; serviço de saúde; serviço de educação).

Não existe, portanto, uma contraprestação do Estado, pois o serviço é prestado de forma geral para toda a
população. Dessa forma, fala-se em prestação uti universi.

O serviço público é remunerado a partir da cobrança de impostos (artigo 145, I, CF).

“Artigo 145, I, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos.”

- Súmula Vinculante n. 19: o serviço de coleta, tratamento, destinação de resíduos sólidos autoriza a cobrança de
taxas.

“Súmula Vinculante n. 19. A taxa cobrada exclusivamente em razão


dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação
de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da
CF/88.”

- Súmula Vinculante n. 41: o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado através de taxas. Portanto, o
STF entende que iluminação pública é serviço indivisível.

“Súmula Vinculante n. 41. O serviço de iluminação pública não pode


ser remunerado mediante taxa.”

5. Execução dos serviços públicos

Quem determina a execução dos serviços públicos é a titular, ou seja, a Administração Pública, de modo que poderá
optar por três possibilidades.

- Execução direta/centralizada: é aquela desenvolvida pelos órgãos que integram a Administração Pública direta
(Ministérios, Secretarias de Estado e Prefeituras regionais).

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OBS: a desconcentração é a transferência da execução do serviço público de um órgão para outro sem sair da
Administração Pública direta.

- Execução indireta/descentralizada: é aquela desenvolvida pelas pessoas que integram a Administração Pública
indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista).
Quando a transferência da execução do serviço público for feita para pessoa com personalidade jurídica de direito
público, transfere-se a titularidade e a execução (descentralização por outorga).
Quando a transferência da execução do serviço público for feita para pessoa com personalidade jurídica de direito
privado, transfere-se apenas a execução (descentralização por delegação).

- Execução indireta/descentralizada (para particular): é aquela desenvolvida pelas pessoas que não integram a
Administração Pública, ou seja, por particulares.

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