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Serviços Públicos

Conceito: Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração Pública ou por seus
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou
secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado.
Serviço Público

. é todo aquele prestado pela:


- Administração Pública direta ou indireta (outorgada por lei)
- ou por seus delegados, contratos (concessionária, permissionária ou autorizada)

. sob normas e controles estatais,


. para satisfazer necessidades:
- essenciais
- ou secundárias da coletividade
- ou simples conveniência do Estado.

Características do Serviço Público:

1- Atividade Material – significa que os serviços públicos devem ser prestados de imediato, ou
seja de pronto.
Ex: atendimento imediato na saúde

2- Sujeito Estatal – pois é prestado pela:


> Administração Pública:
- direta, ex: Hospital Público, Escola Pública, Segurança
- indireta , ex: autarquia (Etec e Fatec) – serviço público outorgado por lei – administrada por
uma entidade criada pelo governo (administração indireta ou descentralizada) – o serviço público
é prestado pelo funcionário publico

> Delegatário (por contrato) :


- Concessionário - é o contrato entre a Administração Pública e uma Empresa Particular,
pelo qual o governo transfere a execução de um serviço público para o particular exercer por sua
conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário, em regime de monopólio ou não
A Concessão de serviço público é feita por concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas particular que demostre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.

- Permissionário – é ato administrativo discricionário e precário (contrato revogável), mediante o


qual é consentida ao particular alguma conduta em que exista interesse predominante da
coletividade.
Permissão de Serviço Público a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
É formalizada por contrato de adesão, ato unilateral, discricionário, precário, mas com
licitação (qualquer modalidade)

- autorização – é um ato administrativo por meio do qual a administração pública possibilita ao


particular a realização de alguma atividade de predominante interesse deste, ou a utilização de
um bem público.
Ato unilateral, discricionário, precário e sem licitação

Obs: Precário é o contrato que não dá garantias ao contratado


(permissionário) de permanência do vínculo com a Administração Pública, ou
seja, a qualquer momento e sem indenização a mesma poderá revogar esse
contrato.

Princípios que regem os serviços públicos:

Existem 08 princípios que regem todos os serviços públicos ou de utilidade pública, de presença
obrigatória na sua prestação:
1) Princípio da Adequação -que o serviço público tem que ser prestado de forma adequada,
conforme os demais princípios:

2) Princípio da Regularidade – na prestação de serviços público, não pode ter surpresa.


Ex: Internet tem surpresa e não poderia ter

3) Segurança – não pode causar risco ao usuário


Ex: Rodovia, bom estado de conservação e sinalizada

4) Princípio da Generalidade: significa que o serviço deve ser prestado ou posto à disposição,
para todos os usuários, indiscriminadamente; com igualdade

5) Princípio da Permanência (Continuidade): impõe serviço constante, na área e período de


sua prestação, não pode parar.

6) Princípio da Eficiência: quer dizer serviço satisfatório, qualitativa e quantitativamente.


Tem que haver com economicidade, tem que alcançar o máximo, gastando o mínimo.
Ex: Vacina da Meningite - alta letalidade – paga pelo governo
- baixa letalidade – não paga – Clinica Particular

7) Princípio da Modicidade: indica preços razoáveis, ao alcance de seus destinatários;


Ex: Tarifa para o transporte, preço que todos possam pagar

8) Princípio da Cortesia: significa bom tratamento ao público, prestado com educação, respeito
e dignidade à pessoa humana.

9) Princípio da Atualidade – usar instrumentos modernos, atualizados.


Ex: Computador
Disquete para DVD, para pen drive para nuvem

Classificação:

- Quanto a essencialidade, os serviços públicos podem ser:

a) serviços públicos indelegáveis: (propriamente ditos) são prestados diretamente pela


Administração à comunidade, por serem essenciais e necessários à sobrevivência do homem e
do próprio Estado e por isso, não podem ser delegados à terceiros.
Exemplo: serviços de polícia, defesa nacional, preservação da saúde pública etc;

b) serviços de utilidade pública ou delegáveis: são aqueles de reconhecida conveniência (não


essencialidade, nem necessidade) que a Administração presta diretamente ou por terceiros
(concessionários, permissionários ou autorizados), nas condições regulamentadas e sob seu
controle (por conta e risco dos prestadores), mediante remuneração dos usuários.
Exemplo: energia elétrica, telefone, transporte coletivo, etc.

- Quanto a adequação, os serviços públicos podem ser:

a) serviços próprios do Estado: se relacionam intimamente com as atribuições do Poder


Público (segurança, polícia, saúde, etc) e para a execução dos quais a Administração usa da sua
supremacia sobre os administrados em razão de sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou
de baixo custo;

b) serviços impróprios do Estado: são os que não afetam substancialmente as necessidades


da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros. A Administração os presta
remuneradamente, por seus próprios órgãos ou entidades descentralizadas, ou delega sua
prestação a concessionários, permissionários ou autorizados.
Ex; Taxi, energia elétrica, telefone, transporte coletivo, etc.

- Quanto a finalidade ou objeto, os serviços públicos podem ser:

a) serviços administrativos: são aqueles que a Administração executa para atender suas
necessidades internas ou preparar outros serviços que serão prestados ao público.
Exemplo: imprensa oficial etc.

b) serviços comerciais ou industriais: são os que produzem renda para quem os presta,
mediante remuneração da utilidade usada ou consumida (tarifa ou preço público), sempre fixada
pelo Poder Público, quer quando os serviços são prestados por seus órgãos ou entidades, quer
quando por concessionários, permissionários ou autorizados.
Ex: serviço de energia elétrica

- Quanto aos destinatários, os serviços públicos podem ser:


a) serviços gerais (uti universi): são aqueles que a Administração presta sem ter usuário
determinado, para atender a coletividade como um todo. São indivisíveis, não podendo ser
mensuráveis na sua utilização, razão pela qual, são mantidos por imposto e não por taxa ou tarifa
Exemplo: polícia, calçamento, iluminação pública;
b) serviços individuais (uti singuli): têm usuários determinados e utilização particular, divisível
e mensurável para cada destinatário, sendo remunerados por taxa ou tarifa.
Exemplo: telefone, água, energia elétrica, etc.

Formas de Prestação do Serviço:

- serviço centralizado: É o que o Poder Público presta por seus próprios órgãos em seu
nome e sob sua exclusiva responsabilidade. O Estado é, ao mesmo tempo, titular e prestador do
serviço.
Ex: União, Estado e Município

- serviço descentralizado: É todo aquele em que o Poder Público transfere sua titularidade ou,
simplesmente, sua execução, por outorga ou delegação, a autarquias, fundações, entidades
paraestatais, empresas privadas ou particulares individualmente. Cumpre diferenciar outorga e
delegação:
a) outorga: ocorre quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei, determinado
serviço público ou de utilidade pública, decorrendo daí que, somente por lei poderá ser
modificado ou retirado. A outorga do serviço traz uma presunção de definitividade, já que
normalmente se dá por tempo indeterminado;
b) delegação: se dá quando o Estado transfere, por contrato (concessão) ou ato unilateral
(permissão ou autorização), unicamente a execução do serviço, para que o delegado o preste ao
público em seu nome e por sua conta e risco, por prazo certo e nas condições regulamentares,
sempre sob controle estatal.
Ex: Água e Esgosto, Energia Elétrica, Transporte Coletivo, Telefonia, Pedágio

-Serviço Desconcentrado:
É aquele que a administração executa centralizadamente (e não concentradamente), mas o
distribui entre vários órgãos da mesma entidade, para facilitar sua realização e obtenção pelos
usuários, visando a simplificação e aceleração do serviço dentro da mesma entidade.
Ex: Cartórios no Fórum, Poupa Tempo

Serviços Descentralizados
Uma das formas de prestação dos serviços públicos, como viu-se anteriormente, é a forma
descentralizada, que pode se dar pela: outorga ou delegação do serviço.
-outorga do serviço público ou de utilidade pública é feita às autarquias, fundações públicas e às
entidades paraestatais
-delegação é utilizada para a transferência da execução do serviço a particulares, mediante
regulamentação e controle do Poder Público.

Outorgados
Autarquias
Conceito: Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei específica, com
personalidade jurídica de Direito Público Interno, patrimônio próprio e atribuições estatais
específicas, administrando a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. Sem
a conjunção destes elementos, não há autarquia.
A autarquia não age por delegação, mas sim, por direito próprio e com autoridade pública, na
medida do jus imperi que lhe foi outorgado pela lei que a criou. Por ser ente autônomo, não existe
subordinação hierárquica da autarquia para com a entidade estatal a que pertence, somente mera
vinculação à entidade-matriz.
É de se esclarecer, por último, que a autarquia é instrumento de descentralização de serviço
público, podendo ser criada por qualquer entidade estatal - União, Estado-membro e Município –
desde que atenda os requisitos formais e materiais de sua instituição, organização e
funcionamento.

Fundações Públicas
As fundações são entidades de Direito Público, integrantes da Administração indireta,
constituídas pela universalidade de bens públicos personalizada, para a consecução de objetivos
de interesse coletivo (educação, ensino, pesquisa, etc). São instituídas e mantidas pelo Poder
Público.

Entidades Paraestatais.

Conceito:
São pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação é autorizada por lei específica, com
patrimônio público ou misto, para realização de atividades, obras ou serviços de interesse
coletivo, sob normas e controle do Estado.
As entidades paraestatais prestam-se a executar atividades impróprias do Poder Público, mas de
utilidade pública, de interesse da coletividade. Sujeitam-se a mandado de segurança e a ação
popular.
Como pessoa jurídica de direito privado, a entidade paraestatal exerce direitos e contrai
obrigações em seu próprio nome, respondendo por seus débitos, enquanto tiver recursos para
saldá-los.
Não sendo um desmembramento do Estado, como não é, o ente paraestatal não goza de
privilégios estatais (imunidade tributária, foro privativo, prazos dilatados etc.), salvo quando
concedidos expressamente em lei.
Exemplo do SENAI, SESI, SESC, SENAC etc.

Material link

Em linhas gerais, serviço público é uma das atividades desenvolvidas ne


função administrativa, prestado à coletividade, sob regime de Direito Público,
de acordo com a legislação.

Essa é a chamada corrente formalista, que, segundo a doutrina dominante,


impera no Brasil. Por essa corrente, então, é a lei que vai definir se um
determinado serviço é público ou não.
Outra corrente doutrinaria são a material e a subjetiva. Seguindo a primeira,
é serviço público a atividade que, de acordo com sua própria natureza, atende
às necessidades do povo. A corrente subjetiva entende que todo serviço
prestado pelo Estado seria um serviço público.

No nosso país, vige a corrente formalista. Isto quer dizer que, independente
da atividade, será serviço público aquele que a lei assim estabelecer,
vinculando tal prestação às regras do Direito Público.

A titularidade foi conferida ao Poder Público pela norma constitucional, que


assim determina:

“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob


regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviço públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços


públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;

II- os direitos dos usuários;

III- política tarifária;

IV- a obrigação de manter serviço adequado.

Complementando, repartindo as competências, a Carta Magna estabelece o


que segue:
“Art. 21. Compete à União:

(...)

XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou


permissão:

Os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;


Os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético
dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos;

A navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

Os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e


fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou
Território;

Os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de


passageiros;

Os portos marítimos, fluviais e lacustres;

(...)”

“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que


adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição.
“art. 30. Compete aos Municípios:

(...)

V – organizar e prestar, diretamente ou sub regime de concessão ou


permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte
coletivo, que tem caráter essencial;

VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado


serviços de atendimento à saúde da população;

VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,


mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada
a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.”

“art. 32. (...)

§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas


reservadas aos Estados e Municípios.”

Classificação
Aqui também a doutrina não caminha unida. Várias são as classificações
encontradas, mas buscaremos colacionar as mais importantes.

Quanto à Natureza
Aqui seguimos o julgado do STF (RE 89.876, relator Ministro Moreira Alves),
que classifica a natureza do serviço público de seguinte modo:
 Serviços públicos propriamente estatais: são aqueles em que há
atuação Estatal baseada na soberania, que não podem ser delegados
e são remunerados mediante taxa lei, em geral, cobrada de quem os
usa efetivamente. Ex.: serviços judiciários.
 Serviços públicos essenciais ao interesse público: São de interesse
de todos remunerados mediante taxa por quem os usa ou deveria
usar, neste último caso, se houver previsão legal: é dito uso efetivo
ou potencial. Ex.: coleta domiciliar de lixo.
 Serviços públicos não essenciais: como regra, podem ser delegados
e remunerados por preço público (contrato). Ex.: telefonia, energia
elétrica, gás;

Quanto aos Destinatários


É das poucas que encontra consenso na doutrina. Segundo esse critério, o
serviço público pode ser:

 Geral ou “uti universi”: não possui usuários determinados ou


determináveis, sendo prestados à coletividade como um todo. Não
se pode individualizar cada beneficiário, tampouco mensurar o
quanto usou do serviço. São exemplos os seguintes: polícia, limpeza
urbana, iluminação pública, calçamento, segurança nacional.
 Individual ou “uti singuli”: têm usuários determinados e pode-se
mensurar o quanto utilizado pelo destinatário. Assim, são ditos
divisíveis, de utilização individual, facultativa, mensurável e
remunerado através de taxas (fixadas em lei) ou de preço público
(previsto em contrato). Como exemplo, citem-se os serviços de
telefonia, gás, água, energia elétrica, postal e coleta domiciliar de
lixo.
 Cite-se, ainda, importante distinção entre ambos os tipos do ponto
de vista tributário. Segundo o art. 145, II, CF/88, taxas poderão ser
instituídas para remunerar a utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte
ou postos a sua disposição. Esse é dito serviços “uti universi”.
Por outro lado, os impostos devem fazer face aos serviços “uti universi”
(art. 16, CTN).

Outros Aspectos
Como dito, as classificações são inúmeras. Citemos, brevemente, mais
algumas, de simples compreensão.

Quanto à entidade competente, podem ser: federais, estaduais, distritais ou


municipais.

Quanto à obrigatoriedade, podem ser: compulsórios (como coleta de lixo) ou


facultativos (como serviços postais).

Quanto à forma de execução, podem ser: de execução direita (pela própria


Administração Pública e seus agentes) ou indireta (prestados por
concessionário, permissionários).

Quanto à exclusividade, podem ser: exclusivos, ou próprios (serviço postal,


correio aéreo nacional, telecomunicações, radiodifusão, energia elétrica), e
não exclusivos, ou impróprios, (executados pelo Estado ou pelo particular,
como educação, saúde, previdência e assistência social).

Quanto à essencialidade são: essenciais (que não podem faltar, pois são de
necessidade pública, como segurança externa e serviços judiciários) e não
essenciais (considerados, por lei ou por sua própria natureza, apenas de
utilidade pública).

Regulamentação e Controle
A finalidade essencial da Administração Pública é o atendimento às
necessidades coletivas. Como se viu, busca atingir esse objetivo através de
seus próprios meios ou transferindo a ouros entes com personalidade jurídica
própria.

Neste último caso, sempre caberá à Administração Pública o controle e a


regulamentação dos serviços repassados, como vistas, sempre, ao atingimento
da satisfação das necessidades públicas.

Ressalte-se que não existe hierarquia entre tais entes e a Administração


Pública, mas sim vinculação, para fins de fiscalização e controle. Também não
se confunde tutela com autotutela, posto que esta refere-se ao poder/dever
que tem a Administração Pública de rever seus próprios atos, anulando-os ou
revogando-os.

O que existe, repise-se, é a chamada tutela do Poder Público sobre a


Administração Pública Indireta. Pode-se conceituar tutela com a fiscalização
da Administração direta sobre a indireta, nos limites legais.

A lei nº 8.987/95, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da


prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal,
assim estabelece:
“Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder
concedente responsável pela delegação, como a cooperação dos usuários.”

O repasse das atividades dá-se, em geral, através de contrato administrativo,


onde estão presentes as chamadas cláusulas exorbitantes, que garantem à
Administração Pública a manutenção de sua prevalência sobre o particular,
podendo influir, unilateralmente, na execução do serviço, se o mesmo não
estiver atendendo ao interesse público. Assim, pode, exemplificando,
fiscalizar a execução, ou rescindir o contrato (art. 58, II e III, Lei
nº 8.666/93).
Fica claro, então, que cabe à Administração Pública a regulamentação e o
controle dos serviços públicos, sejam eles prestados por ele diretamente,
sejam prestados por terceiros, com vista a cumprir os princípios que regem
tal tema, em especial os da eficiência, continuidade, regularidade e segurança.

Mas não é só ela que cabe essa tarefa. Além desse controle administrativo,
sujeitam-se também aos controles judicial (art. 5º, XXXV, CF/88) e
legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas (art. 71 e 75, CF/88).
O controle legislativo pode dar-se, entre outras formas, através de Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI), pedido de informação, convocação de
autoridades e fiscalização contábil, financeira e orçamentária.

Por sua vez, perante o Judiciário, o controle é comumente feito através de


Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, “Habeas Data” e
Mandado de Injunção.

Concessão
Quando a Administração Pública deseja repassar a execução de determinado
serviço público de sua competência para a iniciativa privada pode fazê-lo
mediante autorização, permissão ou concessão (art. 21, XII, e
art. 175, CF/88).
Segundo a previsão da Lei nº 8.987/95, em seu art. 2º, II, concessão de
serviço público “é a transferência da prestação de serviço público, feita pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, mediante concorrência, a
pessoa jurídica ou consórcio de empresas, que demonstre capacidade para o
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.
Concessão, então, é a delegação contratual da execução de serviço,
originalmente de competência do Poder Público, através de licitação, na
modalidade concorrência.

Há concessão também para execução de obra pública ou uso de bem público.


Em qualquer caso, o particular vai explorar a atividade ou bem por sua conta
e risco, nas condições e pelo prazo previstos na legislação e no contrato.

O contrasto é bilateral (acordo de vontades, interesses contraditórios e


efetivos jurídicos para ambas as partes), com natureza jurídica
administrativa, ou seja, sujeito ao regime jurídico de direito público, marcado
especialmente pela presença da cláusulas exorbitantes e submissão ao
interesse público.
Assim, os contratantes têm liberdade relativa ao estipular as cláusulas,
podendo negociar prazo, remuneração etc., mas ficando adstritos também às
regras legais de finalidade, forma, mutabilidade, procedimentos etc.

Ressalto, uma vez mais, que por essa via se transfere tão somente a execução
do serviço, obra, ou uso de bem público; a titularidade permanece com o
Poder Público. A isso se chama delegação. O caso de transferência de
titularidade denomina-se outorga, e se opera somente mediante lei, como é o
caso das autarquias, por exemplos.

Aliás, acrescente-se que autarquias e fundações também podem receber


concessão de serviço público, que a doutrina denomina de concessão legal de
serviços públicos.

Sobre a necessidade de autorização legislativa, veja o que determina a Lei


nº 9074/1995, em seu art. 2º:
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
executarem obras e serviços públicos por meio de concessão e permissão de
serviço público, sem lei que lhes autorize e fixe os termos, dispensada a lei
autorizativa nos casos de saneamento básico e limpeza urbana e nos já
referidos na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais e nas Leis
Orgânicas do Distrito Federal e Municípios, observado, em qualquer caso,
os termos da Lei nº 8.987/95.”

Resumindo, temos as principais características das concessões e


concessionários:

 É delegação de serviço público, obra ou uso de bem público, feita


pelo poder concedente (União, Estados-membros, Distrito Federal
ou Municípios) em cuja competência se encontra o serviço
delegado;
 Não transfere a titularidade, somente a execução o ou uso;
 Efetivada através de contrato bilateral, precedido de licitação, na
modalidade concorrência (art. 175, CF/88);
 Contrato é de natureza administrativa, ou seja, sujeito às regras do
direito público;
 Cabe à União fixar normas gerais de contratação, em todas as
modalidades (art. 22, XXVII, CF/88);
 A execução do serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, e
é paga mediante tarifa, com natureza de preço público;
 Concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso do bem
público, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas;
 Concessionário tem direito à manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro da concessão;
 Concessionário se sujeita às obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributárias;
 A subcontratação é possível desde que prevista no edital e no
contrato, e com prévia anuência da Administração Pública
concedente, que não se obriga a tal, ainda que haja previsão no
edital e no contrato (Lei nº 8.987/95, art. 26);
 Poderá haver encampação, que é a retomada do serviço pela
Administração Pública antes do prazo estabelecido, por interesse
público, com a consequente indenização do concessionário. Trata-se
de ato unilateral da Administração Pública;
 Por inadimplemento contratual por parte do concessionário, poderá
haver caducidade ou decadência, sem direito à indenização, exceto à
parte não amortizada dos equipamentos que reverterão para o
poder concedente; também é ato unilateral;
 Reversão é a incorporação dos bens do concessionário pelo poder
público, para prosseguimento na prestação do serviço, nos casos de
extinção da concessão, com direito à indenização (Lei nº 8.987/95,
art. 36);
 A responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6º, CF/88), se aplica ao
concessionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência da
prestação de serviço público;
 Em regra, é necessária lei autorizativa para a execução indireta de
serviços mediante concessão.

Permissão
Já se disse quando a Administração Pública deseja repassar a execução de
determinado serviço público de sua competência para a iniciativa privada
pode fazê-lo mediante autorização, permissão ou concessão (art. 21, XII, e
art. 175, CF/88).
Diz a Lei nº 8.987/95, em seu art. 2º, IV, que permissão de serviço público é
“a delegação, a título precário, mediante licitação da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, para seu desempenho, por sua
conta e risco”.
Há também a permissão de uso de bem público, feita por ato unilateral,
precário.

No caso dos serviços públicos, exige-se o contrato, que será de adesão,


revogável unilateralmente, precário, não se podendo mais falar em ato
unilateral para esse tipo de caso, embora a doutrina não seja pacífica nesse
sentido. Assim prevê o art. 40 da mesma lei:

“A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de


adesão, que observará os termos desta lei, das demais normas pertinentes e
do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade
unilateral do contrato pelo poder concedente”.

De adesão é aquele contrato “pronto”, onde não se discutem as cláusulas: ou


se aceita como é proposto (se adere a ele), ou não se aceita. Exemplos típicos
desses contratos são aqueles propostos pelo banco ao se abrir uma conta
corrente, cheque especial, seguros etc.

Precário é o contrato que não dá garantias ao contratado (permissionário) de


permanência do vínculo com a Administração Pública, ou seja, a qualquer
momento e sem indenização a mesma poderá revogar esse contrato.

Esse é o entendimento majoritário da doutrina. Porém, alguns ainda


ressaltam que em sendo a permissão condicional ou onerosa, ou seja, que
impõe algum ônus ou permissionário, tal revogação deve garantir seus
direitos, inclusive podendo haver indenização.

Embasa no artigo 175, parágrafo único, I, da CF/88:


“art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

O regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços


públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão”
Por fim, saliento ainda a necessidade de prévia licitação, não havendo
previsão de obrigatoriedade da modalidade que deverá ser eleita, ao contrário
das concessões, que exigem prévia concorrência.

Em resumo, temos as seguintes características das permissionárias:

 É delegação de serviço público ou uso de bem público, feita pelo


poder concedente (União, Estado-membros, Distrito Federal ou
Municípios) em cuja competência se encontra o serviço delegado;
 Não transfere a titularidade, somente a execução ou uso;
 Feita através de contrato de adesão, precedido de licitação
(art. 175, CF/88);
 Tal contrato tem natureza de ato unilateral da Administração,
sujeito às regras do direito público;
 Cabe à União fixar normas gerais de contratação, em todas as
modalidades (art. 22, XXVII, CF/88);
 A execução do serviço pelo concessionário é por sua conta e risco, e
paga mediante tarifa, com natureza de preço público;
 Concedente fixa normas de prestação do serviço ou uso do bem
público, fiscaliza, impõe sanções e reajusta tarifas;
 A responsabilidade civil objetiva (art. 37, § 6, CF/88) se aplica ao
permissionário que causa prejuízos a terceiros, em decorrência da
prestação de serviço público;
 Entre as principais diferenças com a concessão, destaco a
necessidade de contrato bilateral para este, bem como licitação na
modalidade concorrência e maiores garantias ao contratado;
 Em regra, é necessária lei autorizativa para a execução indireta de
serviços mediante permissão.

Autorização
A terceira forma pela qual a Administração Pública pode repassar a execução
de determinado serviço público para a iniciativa privada é a autorização
(art. 21, XI e XII, CF/88).
Ressalto que, neste caso, há maior interesse do particular, tratando-se de um
ato administrativo precário e discricionário. Contudo, noutros casos, há o
repasse, via termo de autorização, para o particular, que prestará o serviço
público em caráter emergencial e transitório, sendo excepcional, pois não se
exige licitação;

Existe o controle da Administração Pública em face do interesse coletivo de


determinadas atividades, como taxistas, despachantes, vigias particulares,
porte de arma, instalação de bancas de jornais na calçada etc. Também pode
dar-se para prestação de serviço de transporte em caráter emergencial ou
especial (art. 3º, Decreto nº 2.521/98),
É precária à medida que o autorizado não tem qualquer direito à continuação
dessa situação, podendo a Administração revogar conforme critérios de
mérito (conveniência e oportunidade); tampouco tem direito a receber a
autorização pretendida, sendo este também ato discricionário.

A lei nº 8.987/95 não previu qualquer delegação de serviço público por


autorização, havendo, como se disse, previsão n Constituição e em decretos,
como o de nº 2.512/98.

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