públicas) ou pessoas jurídicas de direito

privado (empresas privadas,

organizações sociais, organizações da
sociedade civil de interesse público -
Professor Luciano OSCIPs, entre outras). Essa delegação
pode ocorrer por meio de concessão,
permissão, autorização ou parceria
1 SERVIÇO PUBLICO público-privada (PPP), conforme
previsto na legislação aplicável. Por
exemplo, no caso da educação pública, a
1.1 DISTINÇÃO: execução direta ocorre quando o Estado
TITULARIDADE E administra escolas públicas diretamente,
EXECUÇÃO empregando professores e pessoal
administrativo. Já a execução indireta
à Titularidade: A titularidade refere-se à pode ocorrer quando o Estado contrata
propriedade ou à responsabilidade legal uma empresa privada para gerenciar
de um serviço público. Quando se fala escolas públicas em seu nome.
em titularidade, está se tratando de quem
é o dono ou quem é responsável 1.1.1 Indireta – concessão ou
legalmente pelo serviço. No contexto dos permissão
serviços públicos, a titularidade
geralmente pertence ao Estado. Isso
Concessão: Na concessão, o Estado
significa que é o Estado quem detém o
transfere a execução de um serviço
controle e a responsabilidade final sobre
público a uma entidade privada por meio
a prestação desse serviço à população.
de um contrato. Essa entidade privada
Por exemplo, na educação pública, é o
assume a responsabilidade pela
Estado que tem a titularidade do serviço,
prestação do serviço em troca de uma
o que significa que é sua
remuneração, que pode ser cobrada
responsabilidade garantir que todos os
diretamente dos usuários do serviço ou
cidadãos tenham acesso à educação
subsidiada pelo Estado. Um exemplo
básica de qualidade.
comum de concessão é a concessão de
rodovias, onde uma empresa privada
à Execução: Diz respeito à realização
assume a construção, manutenção e
prática do serviço público. Embora o
operação de uma rodovia em troca do
Estado detenha a titularidade do serviço,
direito de cobrar pedágios dos usuários.
ele pode optar por realizar a execução
diretamente ou delegar essa
Permissão: Na permissão, o Estado
responsabilidade a terceiros, como
autoriza uma entidade privada a realizar
empresas privadas, organizações não
a execução de um serviço público, mas
governamentais (ONGs) ou entidades
mantém a titularidade do serviço.
sem fins lucrativos. Pode ser realizado
Geralmente, isso ocorre em casos de
diretamente pelo próprio poder público
serviços de menor porte ou menos
(execução direta) ou através de terceiros
complexos. Um exemplo de permissão é
(execução indireta). Na execução direta,
quando o Estado autoriza uma empresa
o próprio ente público, por meio de seus
privada a operar um quiosque em uma
órgãos e servidores, realiza o serviço. Já
área pública, como uma praça, em troca
na execução indireta, o poder público
de pagamento de uma taxa ao Estado.
delega a execução do serviço a terceiros,
que podem ser pessoas jurídicas de
direito público (autarquias, fundações
Ambos os mecanismos, concessão e
permissão, permitem que o Estado
transfira a execução de serviços públicos
para o setor privado, enquanto mantém a
responsabilidade final pela prestação
desses serviços e a titularidade sobre
eles. Esses modelos podem ser utilizados
em diferentes setores, dependendo das
necessidades e características específicas
de cada serviço público.
1.2 SERVIÇO PUBLICO:
PRINCÍPIOS
- Obrigatoriedade (dever de prestação):
dever de inescusável do Estado de
promover a prestação (direta ou indireta)
do serviço (art. 175) à Este princípio
estabelece que é dever do Estado
fornecer os serviços públicos essenciais
à população, seja diretamente, por meio
de suas instituições, ou indiretamente,
por meio de concessões ou permissões a
terceiros. Isso significa que o Estado não
pode se eximir de sua obrigação de
garantir o acesso da população a serviços
como saúde, educação, transporte, entre
outros.
- Igualdade dos usuários
(impessoalidade, uniformidade ou
neutralidade): prestação igualitária e
impossibilidade de
discriminação/distinção à Este
princípio exige que os serviços públicos
sejam prestados de forma igualitária a
todos os cidadãos, sem discriminação ou
distinção de qualquer natureza. Isso
significa que o acesso aos serviços
públicos não pode ser condicionado a
características pessoais dos usuários,
como raça, gênero, religião ou posição
social.
- Generalidade (universalidade):
prestação erga omnes e a maior
amplitude possível, conexo com o
princípio da igualdade dos usuários. à
Este princípio estabelece que os serviços
públicos devem ser prestados de forma
ampla e abrangente, atendendo a todas as
pessoas que se enquadram nas condições
estabelecidas para o seu acesso. Isso
significa que o serviço público deve ser
oferecido a todos os cidadãos, sem
restrições desnecessárias, garantindo que
ninguém seja excluído de seu acesso.
- Mutabilidade do regime jurídico:
possibilidade de alterações (unilaterais)
no regime de prestação do serviço,
atende ao princípio da supremacia do
interesse publico. à Este princípio
reconhece a possibilidade de o Estado
alterar unilateralmente o regime jurídico
que rege a prestação dos serviços
públicos, desde que isso seja feito em
consonância com o interesse público.
Isso permite que o Estado adapte os
serviços públicos às mudanças nas
necessidades da sociedade e às
evoluções tecnológicas e institucionais,
garantindo sua eficiência e adequação ao
contexto em que são oferecidos.
- Continuidade: serviço não deve sofrer
interrupção, hipóteses de interrupção por
inadimplemento de usuário, emergência,
razoes técnicas ou segurança (art. 6º.
Inciso 3º, I lei nº 8.987/95) à Este
princípio estabelece que o serviço
público deve ser prestado de forma
contínua, sem interrupções
desnecessárias. Isso significa que o
Estado e as empresas responsáveis pela
prestação dos serviços devem garantir
que eles estejam disponíveis de forma
ininterrupta para atender às necessidades
da população. No entanto, há casos em
que a interrupção pode ocorrer por
razões técnicas, emergenciais ou de
segurança, como manutenção
programada, situações de emergência ou
problemas de segurança.
- Regularidade: além de contínuo, o
serviço deve ser prestado nos termos e
condições técnicas estabelecidas, de
modo que a fruição pelo usuário seja
regular, atende ao princípio da eficiência.
à Além de ser contínuo, o serviço
público deve ser prestado de acordo com
padrões técnicos e condições
estabelecidas, de modo que a fruição
pelo usuário seja regular e previsível.
Isso significa que o serviço deve ser
oferecido de forma consistente e
adequada às necessidades dos usuários,
garantindo sua eficácia e qualidade. Por
exemplo, um serviço de transporte
público deve operar de acordo com
horários regulares e oferecer condições
adequadas de segurança e conforto aos
passageiros.
- Eficiência: exige-se maior eficiência na
execução (adequação entre o serviço e a
demanda social, exigência de atualização
tecnológica, necessidade de avaliação
periódica), conexo com o princípio da
continuidade. à Este princípio exige
que a prestação do serviço público seja
realizada de maneira eficiente, ou seja,
de forma a atender adequadamente à
demanda social, utilizando os recursos
disponíveis da melhor maneira possível.
Isso inclui a necessidade de atualização
tecnológica, a avaliação periódica da
eficácia do serviço e a busca por maior
produtividade e qualidade na sua
execução. Por exemplo, um serviço de
coleta de lixo deve ser realizado de
forma eficiente, utilizando rotas
otimizadas e tecnologias adequadas para
garantir a limpeza urbana de maneira
econômica e ambientalmente
sustentável.
- Modicidade das tarifas: se onerosa, a
cobrança da contraprestação deve ser
proporcional ao custo do serviço (valor
adequado), corolário prático do principio
da generalidade (serviços gratuitos e
serviços tarifados), possibilidade de
subsídios ou apoio financeiros (art. 11,
lei nº 8.987/95) à Esse princípio
estabelece que as tarifas cobradas pelos
serviços públicos devem ser moderadas
e proporcionais ao custo do serviço, de
modo a garantir sua acessibilidade para a
população. Isso significa que a cobrança
da contraprestação pelo serviço não deve
ser excessivamente onerosa para os
usuários, mas sim refletir de forma justa
os custos envolvidos em sua prestação.
Além disso, esse princípio reconhece a
possibilidade de subsídios ou apoio
financeiro do Estado para garantir a
modicidade das tarifas e o acesso
universal aos serviços públicos.
1.3 FUNDAMENTO NORMATIVO
Art. 175:
AULA DO DIA 08/03/2023
2 SERVIÇO PÚBLICO –
CLASSIFICAÇÃO
- Quanto a titularidade:
• privativos ao Estado à São os
serviços públicos cuja
titularidade é exclusiva do
Estado. Isso significa que apenas
o Estado tem competência legal
para prestar esses serviços, não
podendo delegá-los a terceiros.
Exemplos de serviços privativos
ao Estado incluem a segurança
nacional, a administração da
justiça e a emissão de moeda.
• não privativos do Estado à São
os serviços públicos cuja
titularidade não é exclusiva do
Estado. Isso significa que o
Estado pode optar por delegar a
prestação desses serviços a
terceiros, como empresas
privadas ou organizações não
governamentais. Exemplos de
serviços não privativos do Estado
incluem transporte público,
coleta de lixo e fornecimento de
água potável.
- Quando a deligalibilidade:
 • delegáveis à São os serviços
públicos que podem ser
delegados pelo Estado a terceiros
para sua prestação. Essa
delegação pode ocorrer por meio
de concessões, permissões ou
autorizações, conforme
estabelecido em lei. Exemplos de
serviços delegáveis incluem
transporte público,
telecomunicações e energia
elétrica.
• não delegáveis à São os
serviços públicos que não podem
ser delegados pelo Estado a
terceiros e devem ser prestados
diretamente por suas instituições.
Isso ocorre geralmente quando se
trata de serviços considerados
essenciais ou de interesse público
estratégico, nos quais o Estado
deseja manter controle direto.
Exemplos de serviços não
delegáveis incluem segurança
nacional, administração da
justiça e emissão de documentos
oficiais.
- Quando ao destinatário:
• Gerais ou coletivos à São
aqueles que se destinam a uma
coletividade indeterminada de
pessoas, sem distinção específica
entre os usuários. Exemplos
incluem o fornecimento de água
potável, iluminação pública e
segurança nas ruas.
• Individuais ou singulares à
Referem-se a serviços
direcionados a indivíduos ou
grupos específicos de pessoas,
que são identificados como
destinatários únicos ou principais
do serviço. Exemplos podem ser
programas sociais direcionados a
grupos específicos de
beneficiários ou serviços
personalizados de saúde.
Exemplos:
Programas sociais: Benefícios
sociais como bolsa família,
aposentadoria por idade ou invalidez
são serviços direcionados a grupos
específicos de pessoas que atendem a
critérios específicos de elegibilidade,
como renda ou idade.
- Quanto ao conteúdo (STF RE
89.876/RJ E ADI 2586/DF)
• Propriamente estatais (serviço
judiciário e emissão de
passaporte) à São os serviços
que envolvem atividades
exclusivas do Estado,
relacionadas ao exercício do
poder público e à administração
da justiça. Exemplos incluem o
serviço judiciário e a emissão de
documentos oficiais, como
passaportes.
Serviço judiciário: Este serviço é
fundamental para a administração da
justiça e resolução de conflitos legais
dentro de uma sociedade. Os tribunais,
juízes, promotores e advogados públicos
compõem o sistema judiciário, que é
exclusivo do Estado. É responsável por
garantir o cumprimento das leis e a
proteção dos direitos dos cidadãos.
Emissão de documentos oficiais: A
emissão de documentos como
passaportes, carteiras de identidade,
registros civis e certidões são serviços
essenciais prestados pelo Estado. Eles
garantem a identificação e a cidadania
dos indivíduos, sendo responsáveis pela
segurança e pela integridade desses
documentos.
• Essenciais ao interesse público
(distribuição de água, coleta de
esgoto e coleta de lixo) à
Referem-se a serviços que são
considerados essenciais para o
 bem-estar e o desenvolvimento
da sociedade, como distribuição
de água potável, coleta de esgoto
e coleta de lixo.
Distribuição de água potável: A
disponibilidade de água potável é crucial
para a saúde e a sobrevivência das
pessoas. Portanto, a distribuição desse
recurso é um serviço público essencial
para garantir o acesso universal à água
limpa e segura.
Coleta de esgoto: O tratamento e a
eliminação adequada de resíduos
líquidos são essenciais para prevenir
doenças e proteger o meio ambiente. A
coleta de esgoto é um serviço público
vital para garantir a saúde pública e a
qualidade de vida da população.
• Essenciais (serviços postais e
imprensa oficial) à São serviços
considerados fundamentais para
o funcionamento da sociedade,
mas que podem ou não ser
prestados diretamente pelo
Estado. Exemplos incluem
serviços postais e a liberdade de
imprensa, que podem ser
prestados por empresas públicas
ou privadas, mas são
fundamentais para a serviço.
comunicação e o acesso à
informação na sociedade.
Serviços postais: O serviço postal é vital
para facilitar a comunicação e o
comércio, garantindo a entrega de
correspondências e encomendas em todo
o país e no mundo. Embora possa ser
prestado por empresas privadas, é
fundamental para a integração e o
desenvolvimento social e econômico.
Imprensa oficial: A liberdade de
imprensa e o acesso à informação são
pilares da democracia e dos direitos
humanos. A imprensa oficial, que inclui
jornais, revistas, rádio e televisão,
desempenha um papel crucial na
disseminação de notícias e informações
para a sociedade. Embora possa ser
operada por empresas privadas, é
fundamental para a transparência e a
accountability do governo e das
instituições públicas.
3 DELEGAÇÃO DE SERVIÇO
PUBLICO
3.1 CONCESSÃO DE SERVIÇO
PUBLICO
A concessão de serviço público é uma
modalidade em que o Estado transfere a
execução de um serviço público a um
particular, por meio de contrato,
mantendo a titularidade do serviço.
- Concessão comum (Lei 8.987/95) A
concessão simples é um tipo de
concessão em que o concessionário
assume a responsabilidade pela
prestação do serviço público, sem a
necessidade de realizar grandes
investimentos em obras públicas. Nesse
caso, o concessionário remunera-se
principalmente pela exploração do
à Nesta modalidade, o concessionário
assume a responsabilidade pela
prestação do serviço público, sem que
seja necessário realizar grandes
investimentos em obras públicas. O
concessionário remunera-se basicamente
pela exploração do serviço.
Exemplo: Concessão de serviços de
telefonia em determinada região, onde o
concessionário se compromete a
fornecer serviços de comunicação por
um determinado período em troca de
uma tarifa.
Concessão precedida de execução de
obra publica à Neste caso, a concessão
é acompanhada pela execução de obras
públicas necessárias para a prestação do
serviço concedido. O concessionário
realiza investimentos em infraestrutura
para viabilizar a execução do serviço.
Exemplo: Concessão de uma rodovia,
onde o concessionário deve construir,
manter e operar a rodovia, além de
cobrar pedágio para recuperar os
investimentos realizados.
- Concessão especial ou PPP (Lei
11.079/04) à A concessão especial,
também conhecida como Parceria
Público-Privada (PPP), é um tipo de
concessão em que o parceiro privado
assume não apenas a operação do serviço
público, mas também a responsabilidade
pela realização de investimentos em
obras públicas necessárias para
viabilizar a prestação do serviço.
Concessão Patrocinada à Nesta
modalidade, além da remuneração pelo
serviço prestado, o concessionário
recebe um pagamento do poder público
(subsídio) para viabilizar a prestação do
serviço. O subsídio pode ser pago de
forma direta ou indireta.
Exemplo: Concessão de construção e
operação de uma linha de metrô, onde o
poder público paga ao concessionário
um valor adicional para complementar a
receita obtida com tarifas de passageiros.
Concessão Administrativa à Nesta
modalidade, o parceiro privado é
responsável pela construção e operação
de uma obra pública ou pela prestação de
um serviço público, sem cobrança de
tarifas dos usuários. O parceiro privado é
remunerado pelo poder público com base
em critérios previamente estabelecidos.
Exemplo: Concessão para construção e
operação de um presídio, onde o parceiro
privado é remunerado pelo Estado com
base em contraprestação pecuniária
mensal, sem cobrança de tarifas dos
detentos.
3.2 CONCESSÃO DE SERVIÇO
PUBLICO (Art. 2º II, lei
8.987/95)
- Contrato administrativo pelo qual a
administração publica, transfere a pessoa
jurídica ou a consorcio de empresas a
execução de certa atividade de interesse
coletivo, remunerada através do sistema
de tarifas pagas pelos usuários.
A concessão de serviço público,
conforme definido pelo Artigo 2º, inciso
II, da Lei 8.987/95, é um contrato
administrativo pelo qual a administração
pública transfere a uma pessoa jurídica
ou a um consórcio de empresas a
execução de determinada atividade de
interesse coletivo. Nesse contrato, a
remuneração é feita através do sistema
de tarifas pagas pelos usuários do
serviço.
Contrato Administrativo: Trata-se de um
contrato formal celebrado entre a
administração pública e a empresa
concessionária, estabelecendo as
condições para a prestação do serviço
público.
Transferência da Execução de Atividade
de Interesse Coletivo: A administração
pública concede à empresa
concessionária o direito de executar uma
atividade que atende ao interesse
coletivo da população. Essa atividade
pode incluir serviços como fornecimento
de água, energia elétrica, transporte
público, entre outros.
Remuneração por Tarifas Pagas pelos
Usuários: A empresa concessionária é
remunerada pelos usuários do serviço
através do pagamento de tarifas. Essas
tarifas podem ser cobradas de forma
direta, como no caso de pedágios em
rodovias, ou indireta, como no caso de
tarifas de energia elétrica incluídas nas
contas dos consumidores.
3.3 CARACTERÍSTICAS
DISTINTIVAS DA
CONCESSÃO
- Contrato bilateral, comutativo, intuitu
personae, formal e assimétrico à
Contrato Bilateral: Um contrato bilateral
é aquele em que ambas as partes
envolvidas assumem obrigações e
direitos. No caso da concessão de serviço
público, o poder concedente
(normalmente o Estado) e o
concessionário estabelecem
compromissos mútuos para a prestação
do serviço.
Exemplo: Um contrato de concessão de
transporte público, no qual o Estado
concede a uma empresa privada o direito
de operar ônibus em uma determinada
rota da cidade. A empresa se
compromete a fornecer o serviço de
transporte de acordo com as condições
estabelecidas no contrato, enquanto o
Estado se compromete a supervisionar e
fiscalizar a operação, além de garantir o
pagamento das tarifas acordadas.
Comutativo: Um contrato comutativo é
aquele em que as prestações das partes
são previamente determinadas e
equilibradas, não estando sujeitas a
alterações significativas durante sua
execução. Ou seja, as partes trocam
benefícios ou serviços de valor
semelhante.
Exemplo: No contrato de concessão de
uma rodovia com cobrança de pedágio, o
concessionário se compromete a
construir, manter e operar a rodovia,
enquanto o Estado (poder concedente) se
compromete a permitir a cobrança de
pedágio para remunerar o concessionário
pelos investimentos realizados. As
obrigações de ambas as partes são
claramente definidas e equilibradas
desde o início do contrato.
Intuitu Personae: O termo "intuitu
personae" significa que o contrato é feito
em consideração à pessoa do contratado,
ou seja, à sua capacidade específica para
executar o contrato. No contexto da
concessão de serviço público, o contrato
é celebrado com base nas qualidades
técnicas, financeiras e jurídicas do
concessionário.
Exemplo: Ao conceder a administração
de um parque nacional a uma empresa
privada, o Estado leva em consideração
não apenas a capacidade financeira da
empresa, mas também sua experiência
em gestão ambiental e turística. O
contrato é firmado com base na
confiança de que a empresa
concessionária será capaz de preservar o
ecossistema do parque e oferecer
serviços adequados aos visitantes.
Formal: Um contrato formal é aquele que
deve seguir procedimentos legais
específicos e estar documentado em
instrumento escrito que detalha os
direitos e obrigações das partes. Na
concessão de serviço público, o contrato
deve ser elaborado conforme as normas
estabelecidas pela legislação pertinente.
Exemplo: Um contrato de concessão de
saneamento básico deve ser formalizado
por meio de um documento
juridicamente vinculativo, que detalhe as
responsabilidades do concessionário em
fornecer água potável, coletar e tratar
esgoto, bem como as obrigações do
poder concedente em fiscalizar a
prestação do serviço.
Assimétrico: O contrato de concessão
pode ser considerado assimétrico devido
à discrepância de poder entre as partes
envolvidas. O poder concedente,
geralmente representado pelo Estado,
detém mais poder e autoridade em
relação ao concessionário, dadas as suas
obrigações regulatórias e de fiscalização.
Exemplo: No contrato de concessão de
energia elétrica, o Estado estabelece
padrões de qualidade e tarifas máximas
que o concessionário deve seguir, além
de monitorar a qualidade do serviço
prestado. Enquanto isso, o Exemplo: Concessão de um serviço de
concessionário pode ter menos
influência sobre as políticas regulatórias
e tarifárias, pois está sujeito às decisões
do poder concedente.
- Exige a licitação na modalidade à A
concessão de serviço público requer a
realização de licitação na modalidade
prevista em lei. O processo licitatório é
fundamental para garantir a seleção do
concessionário de forma transparente e
competitiva, promovendo a igualdade de
oportunidades entre os concorrentes.
Exemplo: Concessão de um serviço de
transporte público, onde o processo de
seleção do concessionário é realizado
por meio de licitação pública, seguindo
os procedimentos estabelecidos pela
legislação de contratações públicas.
- Concessionário é pessoa jurídica ou
consorcio de empresas à O
concessionário, responsável pela
prestação do serviço público, pode ser
uma pessoa jurídica individual ou um
consórcio de empresas, formado por
duas ou mais entidades.
Exemplo: Concessão de um serviço de
telecomunicações, onde o Estado para que um particular realize a
concessionário pode ser uma empresa de
telecomunicações individual ou um
consórcio formado por diversas
empresas do setor.
- Concessionaria tem assunção de
responsabilidade pelas áleas ordinárias
do negócio, sem contrapartida pecuniária
do poder publico à O concessionário
assume a responsabilidade pelas
condições normais e previsíveis do
negócio, sem a contrapartida pecuniária
do poder público. Isso significa que o
concessionário arca com os riscos
relacionados à operação do serviço,
como variações de demanda, custos
operacionais e condições de mercado.
abastecimento de água, onde o
concessionário assume os riscos
relacionados à variação da demanda de
água, custos operacionais e condições
climáticas, sem contrapartida financeira
direta do poder público.
- Contrato por prazo determinado, sem
previsão de tempo mínimo ou máxima
à O contrato de concessão possui um
prazo determinado para sua vigência,
estabelecido no momento da celebração
do contrato.
Exemplo: Concessão de um serviço de
coleta de lixo, em que o contrato de
concessão é estabelecido por um período
determinado de, por exemplo, 20 anos,
durante os quais o concessionário é
responsável pela prestação do serviço.
Após esse período, o contrato pode ser
renovado ou encerrado, conforme as
condições estabelecidas no contrato
original.
3.4 PERMISSÃO DE SERVIÇO
PUBLICO
*É uma autorização concedida pelo
prestação de determinado serviço
público, sujeito a condições e obrigações
estabelecidas em contrato.
Diferentemente da concessão, onde há
transferência da titularidade do serviço
público para o concessionário, na
permissão o serviço continua sendo de
titularidade do poder público, e o
permissionário atua como mero
executor, podendo ser revogado a
qualquer momento.
Portanto, a permissão é uma forma de
parceria entre o poder público e
particulares para a prestação de serviços
públicos, garantindo a continuidade e a
qualidade desses serviços, porém sem a
transferência definitiva da titularidade
para o particular.
A permissão ERA considerada como um
ato administrativo unilateral e precário,
através do qual o poder publico transfere
a pessoa física ou jurídica em caráter
intuiti peronae, a execução de um serviço
publico, possibilitando a cobrança de
tarifa permissionária.
ADI 1.491/98: negação da natureza das
permissões e ausência de precariedade,
nos termos do art. 175, §1, CF/88, e do
art. 40, da lei 8.987/95
Conceito atual: “delegação, a título
precário, mediante licitação, da
prestação de serviços públicos, feita pelo
poder concedente a pessoa física ou
jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta em risco”
(Art. 2º, IV, da Lei 8.987/95) à Isso
significa que a permissão agora é
concedida por meio de processo
licitatório, e o permissionário é escolhido
com base em critérios objetivos de
capacidade técnica e financeira.
- Natureza contratual da permissão e a
modalidade da permissão a prazo certo
(decreto 2.521/98)
O conceito tradicional de serviço público se
refere a toda prestação realizada pelo Estado
ou seus delegatários, que proporciona uma
utilidade ou comodidade material diretamente
aos administrados. Essa prestação ocorre sob
o regime de direito público, conhecido como
regime jurídico-administrativo, e tem como
objetivo atender às necessidades coletivas ou
de interesse público da sociedade.
Na Constituição Federal de 1988, a ordem
econômica é regulamentada pelos artigos 170
a 192 e estabelece um conjunto de regras e
princípios constitucionais que devem orientar a
atividade econômica do país. Aqui estão alguns
pontos importantes relacionados à ordem
econômica:
1. **Ordem Econômica**:
- Refere-se ao conjunto de normas e
princípios que regulam a atividade econômica
dentro do país. Essas normas visam garantir
um equilíbrio entre a livre iniciativa e a
intervenção do Estado na economia, criando
uma liberdade regulada.
2. **Atividade Econômica**:
- Compreende a produção e circulação de
bens e serviços, seja na esfera privada ou
estatal. Nesse contexto, é permitida a
obtenção de lucro, seja por entidades privadas
ou públicas.
3. **Exploração Privada da Atividade
Econômica** (Art. 170, caput e § único, CF):
- **Livre Iniciativa**: Princípio que garante a
liberdade de iniciar, organizar, e desenvolver
atividades econômicas, sendo a iniciativa
privada a regra nesse contexto.
- **Liberdade Econômica**: Refere-se à
liberdade dos indivíduos e empresas para atuar
no mercado, seguindo as regras estabelecidas,
e busca assegurar a livre concorrência entre os
agentes econômicos.
- **Princípio da Legalidade**: Apesar da
liberdade econômica, a atividade econômica
deve ocorrer dentro dos limites estabelecidos
pela legislação, garantindo a legalidade das

A intervenção do Estado na atividade
econômica, conforme estabelecida nos artigos
173 e 174 da Constituição Federal, pode ser
compreendida da seguinte forma:
1. **Intervenção Direta (Art. 173, CF)**:
- Nesse tipo de intervenção, o Estado atua
de forma direta como um agente econômico,
podendo produzir bens e serviços, mas
somente nos casos previstos na Constituição
Federal ou em situações de imperativos da
segurança nacional ou relevante interesse
coletivo.
- Essa intervenção direta pode ocorrer por
meio de empresas estatais e também de
empresas de direito privado controladas pelo
Estado. É importante ressaltar que nem tudo
que é estatal é indisponível para o mercado, e
a criação de empresas estatais regidas pelo
direito privado não pode conferir privilégios,
conforme estabelecido no artigo 173, §1º, II da
CF.
- Essa intervenção pode se dar de duas
formas: em regime de competição, permitindo
a concorrência entre empresas públicas e
privadas, ou em regime monopolístico, onde o
Estado detém o monopólio de determinada
atividade econômica.
2. **Intervenção Indireta (Art. 174, CF)**:
- A intervenção indireta ocorre por meio do
Estado Regulador, que atua como um agente
normativo e regulador da atividade econômica.
Isso inclui o exercício de instrumentos como
fiscalização (poder de polícia), incentivos
(fomento) e planejamento.
- O Estado pode fiscalizar as atividades
econômicas para garantir seu funcionamento
dentro dos limites legais, oferecer incentivos
para estimular determinados setores ou
atividades econômicas, e participar do
planejamento econômico, determinando
diretrizes para o setor público e indicativas
para o setor privado.
Essas formas de intervenção permitem que o
Estado exerça um papel ativo na economia do
país, garantindo um equilíbrio entre a
liberdade econômica e a necessidade de
intervenção para promover o interesse público
e o desenvolvimento econômico. É importante
destacar que a economia brasileira não é
planificada, ou seja, o Estado não pode
determinar a escolha das atividades
econômicas privadas, mas pode intervir de
maneira subsidiária, incentivadora e
reguladora.
A prestação de serviços públicos, conforme
estabelecido no artigo 175 da Constituição
Federal, refere-se à atividade realizada pelo
Estado ou por suas concessionárias, mediante
regime jurídico próprio, para atender às
necessidades coletivas ou de interesse público da
sociedade. Esses serviços são essenciais para o
funcionamento e o bem-estar da comunidade,
abrangendo áreas como saúde, educação,
transporte, segurança pública, entre outras.
É importante compreender que, embora os
serviços públicos estejam relacionados à ordem
econômica, eles possuem características
específicas que os diferenciam das atividades
econômicas em sentido estrito. No contexto da
ordem econômica, conforme a visão de Eros Grau
(ex-Ministro do STF), a atividade econômica pode
ser dividida em duas espécies:
1. **Atividade Econômica em Sentido Estrito**:
- Refere-se à oferta e demanda de bens e
serviços no mercado, regida pelos princípios da
livre iniciativa, livre concorrência e autonomia da
vontade das partes envolvidas. Nesse contexto, as
empresas privadas têm liberdade para determinar
suas atividades econômicas, dentro dos limites
legais.
2. **Atividade Econômica em Serviços Públicos**:
- Diferentemente da atividade econômica em
sentido estrito, os serviços públicos são prestados
pelo Estado ou por suas concessionárias, com
regime jurídico próprio estabelecido para garantir a
continuidade, a universalidade e a qualidade dos
serviços oferecidos à população.
- A principal diferença entre ambas as atividades
econômicas está no regime jurídico aplicável. Nos
serviços públicos, o Estado determina as regras,
as obrigações e os direitos envolvidos na
prestação do serviço, visando sempre o interesse
público e o bem-estar coletivo.
Portanto, os serviços públicos representam uma
atividade econômica específica, onde o Estado
exerce um papel fundamental na regulação e na
prestação desses serviços, garantindo o acesso
da população a direitos essenciais e contribuindo
para o desenvolvimento social e econômico do
país.
1. **Serviço Público e Cassinos**:
- Um serviço público é uma atividade realizada
pelo Estado ou por suas entidades delegadas,
com o objetivo de atender às necessidades da
sociedade em áreas essenciais como saúde,
educação, segurança, entre outras. Esses
serviços são regulamentados por leis específicas
e são prestados de forma a garantir o interesse
público.
- No caso dos cassinos, quando são
considerados como serviço público, significa que
somente o Estado tem autorização legal para
explorar essa atividade. Isso envolve a criação
de legislação específica que define as regras de
funcionamento dos cassinos, os requisitos para
obtenção de licenças, os critérios de segurança,
o controle de jogos de azar, entre outros
aspectos. Essas atividades são executadas por
agentes públicos ou por empresas contratadas
através de processos de licitação.
- Por outro lado, a atividade de exploração de
cassinos por empresas privadas é proibida nesse
contexto de serviço público. Isso se deve à
sensibilidade social e aos riscos associados aos
jogos de azar, como vício em jogos, lavagem de
dinheiro e impactos negativos na sociedade.
2. **Publicatio e Despublicatio**:
- Publicatio é o termo utilizado para descrever
o fenômeno jurídico no qual uma atividade
econômica, que anteriormente era livre ou
proibida, passa a ser qualificada como serviço
público por meio de uma nova legislação. Isso
implica que as regras e regulamentos do direito
público passam a reger essa atividade,
prevalecendo sobre os direitos privados. No caso
dos cassinos, se uma lei determinasse que a
exploração de jogos de azar seria um serviço
público, ocorreria a publicatio, e apenas o Estado
teria o direito de explorar essa atividade.
- Por sua vez, a despublicatio é o oposto da
publicatio. Ela ocorre quando uma atividade que
antes era considerada pública e sob regime
jurídico público, como a exploração de cassinos
pelo Estado, é transferida para o setor privado.
Isso pode acontecer por meio de mudanças na
legislação ou na política governamental,
resultando na privatização ou na liberação dessa
atividade para o setor privado.
Esses conceitos são fundamentais para
compreender como o Estado regula e controla
determinadas atividades econômicas, decidindo
se elas serão tratadas como serviço público ou
se serão permitidas no âmbito privado, refletindo
as políticas públicas e os interesses da
sociedade.
1. **Prestação Direta**:
- Na prestação direta, os próprios órgãos da
administração pública, sejam eles da esfera
direta (como ministérios, secretarias e órgãos
municipais) ou indireta (autarquias, fundações,
empresas estatais), realizam diretamente a
atividade pública. Isso significa que não há a
participação de terceiros na execução do
serviço.
- A descentralização legal ocorre quando a
administração pública cria entidades da
administração indireta para assumir
determinadas competências e
responsabilidades. Essas entidades, como
empresas públicas e autarquias, possuem
personalidade jurídica própria e são
responsáveis por executar funções específicas
determinadas por lei.
- Por exemplo, uma autarquia municipal de
trânsito pode ser responsável pela fiscalização
e organização do tráfego dentro da cidade,
atuando diretamente em nome do poder
público municipal.
2. **Prestação Indireta**:
- Na prestação indireta, o Estado delega a
execução de serviços públicos a terceiros por
meio de contratos de concessão ou permissão.
Essa delegação é realizada através de
processos de licitação para garantir a seleção
do prestador mais adequado e transparente.
- Na concessão, o poder público transfere ao
concessionário a execução e a gestão de um
serviço público por um período determinado,
mediante o pagamento de uma tarifa pelos
usuários. Um exemplo é a concessão de
rodovias, onde uma empresa privada assume a
responsabilidade pela manutenção e operação
da estrada em troca da cobrança de pedágio.
- Já na permissão, o Estado autoriza um
particular a explorar um serviço público de
forma precária e temporária, sem a
transferência da titularidade do serviço. Um
exemplo seria a permissão para uso de
espaços públicos para realização de eventos
temporários, como feiras ou exposições.
Esses modelos de prestação de serviços
públicos visam garantir a eficiência na
execução das atividades, permitindo que o
Estado concentre seus esforços em áreas
estratégicas enquanto colabora com o setor
privado para oferecer serviços de qualidade à
população.
 Parcerias Público-Privadas (PPP) são um modelo
especial de contrato de concessão de serviços
públicos em que há contraprestação pecuniária
Um serviço público é uma atividade essencial
do parceiro público ao parceiro privado. Isso pode
realizada pelo Estado ou por quem o representa,
ocorrer nas modalidades patrocinada ou
visando atender às necessidades coletivas da
administrativa, conforme definido na legislação
sociedade. Ele pode ser prestado de forma parcial ou
específica, como a Lei nº 11.079/04.
total sob um regime jurídico específico que inclui
prerrogativas ou poderes especiais não concedidos
### Natureza Jurídica:
aos particulares, mas com algumas limitações
- Contratual: Apesar da denominação de
definidas pela lei.
"parceria", no Direito Administrativo, a PPP é
considerada um contrato que estabelece
Existem três elementos fundamentais ao discutir
cooperação com objetivos comuns, porém,
serviço público:
envolve interesses contrapostos e não proíbe o
lucro.
1. **Elemento Subjetivo:** Refere-se ao sujeito que
presta o serviço público, ou seja, o Estado ou seus
### Disciplina Legal:
representantes legais, como órgãos da administração
- A regulação das PPPs está definida na Lei
pública ou entidades delegadas por meio de
Federal nº 11.079/04, além de leis regionais e
concessão ou permissão.
locais que também podem estabelecer normas
específicas.
2. **Elemento Material (Objetivo):** É o conteúdo ou
objeto do serviço, que deve estar alinhado com o
### Características Principais da PPP:
interesse público. Isso significa que o serviço público
1. **Contraprestação Pecuniária do Parceiro
deve atender às necessidades da sociedade, como
Público:**
saúde, segurança, educação, transporte, entre outros.
- O parceiro público paga ao parceiro privado
uma contraprestação em dinheiro, total ou parcial,
3. **Elemento Formal:** Refere-se ao regime jurídico
pelo serviço prestado.
aplicado à execução do serviço. Esse regime pode ser
parcialmente público, quando há a participação de
2. **Licitação na Modalidade Concorrência:**
entidades privadas sob regulação estatal, ou
- A seleção do parceiro privado é feita por meio
totalmente público, quando o serviço é executado
de licitação na modalidade de concorrência,
diretamente pelo Estado. Esses regimes incluem
seguindo os procedimentos estabelecidos pela
normas, procedimentos, obrigações legais e
legislação.
responsabilidades específicas.
3. **Constituição de Sociedade de Propósito
Ao discutir serviço público, é crucial distinguir entre
Específico (SPE):**
titularidade e execução dos serviços:
- É criada uma sociedade de propósito
específico para gerenciar a parceria e realizar os
- **Titularidade:** Sempre pertence ao poder público,
investimentos necessários. Ambos os parceiros
seja diretamente ou por meio de órgãos da
contribuem financeiramente para a SPE, havendo
administração pública. Mesmo quando a execução é
compartilhamento de riscos e ganhos
feita por terceiros, por concessão ou permissão, a
econômicos.
titularidade permanece com o Estado. Isso garante
que o serviço seja prestado de acordo com o interesse
4. **Garantias Contratuais:**
público e os princípios legais.
- O contrato de PPP inclui garantias contratuais
para ambas as partes, como forma de assegurar
- **Execução:** Pode ser direta, realizada pelo próprio
o cumprimento das obrigações e minimizar riscos.
Estado ou seus órgãos, ou indireta, quando delegada
a terceiros por meio de concessão ou permissão,
5. **Compartilhamento de Ganhos Econômicos:**
sempre mediante processo licitatório. Nesse caso, o
- Os ganhos econômicos obtidos com a PPP
terceiro assume a execução do serviço em nome do
são compartilhados entre o parceiro público e o
titular, mas a responsabilidade final e o controle
parceiro privado, conforme estabelecido no
regulatório continuam sendo do Estado.
contrato.
É relevante destacar que a fiscalização dos serviços
### Exemplo de PPP:
executados por terceiros para o serviço público é
Um exemplo de PPP seria a construção e gestão
realizada por agências reguladoras. Essas agências
de uma rodovia. O governo pode firmar uma
têm a responsabilidade de garantir a qualidade,
parceria com uma empresa privada para realizar
eficiência e legalidade na prestação dos serviços à
o investimento na construção da rodovia e, em
população, assegurando o cumprimento das normas e
troca, a empresa privada recebe uma
a proteção dos direitos dos usuários.
contraprestação financeira do governo durante o
período de concessão, que pode envolver
pedágios ou outras formas de arrecadação. Essa
parceria permite que o governo beneficie-se da

As Parcerias Público-Privadas (PPPs)
possuem limitações e vedações
estabelecidas pelo artigo 2º, parágrafo 4º da
legislação. Algumas dessas limitações
incluem:
1. **Vedação ao Objeto Único:**
- É proibido que a PPP tenha como único
objetivo o fornecimento de mão de obra, o
fornecimento e instalação de equipamentos,
ou a execução de obra pública. Ou seja, a
PPP não pode ser utilizada apenas para
contratação de serviços de mão de obra,
fornecimento de equipamentos ou realização
de obras públicas isoladamente.
2. **Valor Mínimo e Limite de Prazo
Contratual:**
- O valor mínimo para uma PPP é de R$10
milhões. Além disso, existe um limite de
prazo contratual que varia de 5 a 35 anos,
incluindo eventuais prorrogações. O contrato
deve ter no mínimo 5 anos de serviço
prestado.
Quanto às modalidades de PPP, temos:
### Concessão Patrocinada:
- Nesse modelo de PPP, ocorre a concessão
de serviços públicos ou de obras públicas.
Além da tarifa cobrada dos usuários, há uma
contraprestação pecuniária do parceiro
público ao privado. Ou seja, além da receita
proveniente dos usuários, o parceiro público
faz um pagamento adicional ao parceiro
privado pela prestação dos serviços ou
realização das obras.
### Concessão Administrativa:
- Nesse tipo de PPP, é estabelecido um
contrato de prestação de serviços no qual a
administração pública (direta ou indireta) é
usuária direta ou indireta dos serviços
prestados. Isso pode envolver a execução de
obras ou fornecimento e instalação de bens.
Essencialmente, é uma parceria em que a
administração pública utiliza os serviços
fornecidos pelo parceiro privado, podendo
incluir a execução de obras ou fornecimento
de equipamentos, mas sem a característica
de contraprestação pecuniária como na
concessão patrocinada.
### Intervenção na Concessão:
1. **Emergencial de Substituição do
Concessionário:**
- Esta medida é adotada em situações urgentes em
que o concessionário não consegue desempenhar
suas obrigações contratuais, podendo ser devido a
problemas financeiros, técnicos ou de gestão. A
substituição temporária visa manter a continuidade
do serviço até que a situação seja regularizada.
2. **Promoção de Ingerência Direta do Poder
Concedente:**
- O poder concedente pode intervir diretamente na
gestão do serviço para corrigir falhas, garantir a
qualidade e o cumprimento das obrigações
contratuais. Essa intervenção é realizada por meio
de um decreto que estabelece as diretrizes, prazos e
objetivos da intervenção.
3. **Requisitos da Intervenção:**
- A intervenção deve ser fundamentada em razões
legítimas, como a manutenção da qualidade do
serviço e o interesse público. O decreto de
intervenção é emitido pelo chefe do poder executivo
do poder concedente e nomeia um interventor
responsável pela gestão durante o período
determinado.
4. **Resultados da Intervenção:**
- Extinção da Concessão: Se a intervenção não
resolver os problemas e for constatada a
inadequação do concessionário, a concessão pode
ser extinta.
- Encampação: O poder concedente pode retomar
a prestação do serviço temporariamente, assumindo
sua gestão direta, mediante indenização prévia ao
concessionário.
- Caducidade: Em casos graves de inexecução
contratual ou descumprimento de obrigações
essenciais, o poder concedente pode rescindir
unilateralmente o contrato de concessão,
assegurando o direito a indenização.
### Hipóteses de Caducidade (art. 38, parágrafo
primeiro da Lei 8.987/95):
- Falhas graves na prestação do serviço que
comprometam sua qualidade ou continuidade.
- Descumprimento significativo das obrigações
contratuais, como falta de investimentos, atrasos
constantes, ou não cumprimento de padrões de
qualidade.
- Outras situações em que a manutenção da
concessão se torne inviável ou prejudicial aos
interesses públicos.
Essas medidas destacam a importância do controle e
fiscalização dos serviços concedidos, visando
garantir a qualidade, continuidade e eficiência na
prestação dos serviços públicos essenciais.
 A concessão de serviço público envolve diversos aspectos importantes, e alguns dos destaques incluem:

### Intervenção na Concessão:

1. **Emergencial Substituição do Concessionário:**
- Quando o concessionário não consegue executar o objeto do contrato de concessão por algum motivo, pode ocorrer a
substituição emergencial por outro concessionário.

2. **Prerrogativa de Promoção de Ingerência Direta:**

- O poder concedente pode promover uma intervenção direta na prestação do serviço delegado, com o objetivo de garantir
a adequação na prestação do serviço e o cumprimento das normas contratuais e legais.

3. **Requisito da Intervenção:**
- A intervenção deve ser decretada pelo chefe do poder executivo do poder concedente e inclui a designação do interventor,
determinação do prazo, objetivos e limites da intervenção.

4. **Possíveis Resultados da Intervenção:**

- A intervenção pode levar à extinção da concessão se for concluída a inadequação do concessionário, à encampação se
houver retomada do serviço pelo poder concedente por interesse público, ou à caducidade se houver rescisão unilateral do
contrato de concessão devido à inexecução ou inadimplemento por parte do concessionário.

### Caducidade:
- A caducidade é a rescisão unilateral do contrato de concessão pelo poder concedente devido à inexecução ou
inadimplemento total ou parcial por parte do concessionário. Após a caducidade, o concessionário pode ter direito a
indenização.

### Hipóteses de Caducidade:

- As hipóteses de caducidade estão previstas no artigo 38, parágrafo primeiro da Lei 8.987/95 e podem ocorrer em casos
específicos de descumprimento das obrigações contratuais por parte do concessionário.