Você está na página 1de 4

Convalidação e extinção - conceitos:

Ato nulo: ato com vício (geralmente no fim, motivo ou objeto) grave, não é passível de
convalidação.
Ato anulável: ato com irregularidade, vício leve, é passível de convalidação.
Ato inexistente: conceituação do Bandeira de Mello. Atos que veiculam condutas
criminosas, ofensivas a direitos fundamentais. Consequência: é imprescritível a declaração de
sua não validade, uma vez que nem chegaram a existir enquanto ato administrativo dado a
gravidade de sua realização. Exemplo: ato praticado por usurpador de função.
Convalidação do ato: técnica utilizada pela Administração Pública para suprir vício que eiva
de ilegalidade ato administrativo. Efeitos: retroativos.
- Atos que podem ser convalidados: quando ausente prejuízo ao interesse público,
ausente prejuízo a terceiros e presença de defeitos sanáveis (não ato nulo). Obs: há
divergência doutrinária a respeito da obrigatoriedade da convalidação ou invalidação
do ato, se o exercício dessa autotutela seria discricionária.
- Dos cinco elementos do ato administrativo (CFFOM), a regra geral é que o sujeito
(confirmação da autoridade competente) e a forma (se prescindível) são
convalidáveis. Quanto ao objeto é possível a conversão: transformar ato inválido por
não corresponder ao objeto que se presta em outro ato.
Extinção: há diversas formas de extinguir um ato administrativo, excluindo ele da esfera da
normatividade.
- Por cumprimento: cumprido seus efeitos extingue-se o ato.
a) Por esgotamento de conteúdo (gozo de férias).
b) Execução material (demolição de imóvel).
c) Implemento de condição resolutiva.
d) Desaparecimento do sujeito ou objeto do ato.
e) Retirada do ato (revogação, invalidação, cassação, caducidade e
contraposição).
f) Renúncia: rejeição do beneficiário dos efeitos do ato.
- Quanto às espécies de retirada
a) revogação: retirada por conveniência e oportunidade (em atos
discricionários);
b) invalidação: desconformidade com ordenamento jurídico.
c) cassação: destinatário deixou de cumprir condições exigidas (no caso de
retirada de licença).
d) contraposição: edição de ato com efeito oposto.
Limites à anulação do ato administrativo: no quesito temporal, lei federal determina que
prescreve em 5 anos. Outro limite é que o ato não pode ser ampliativo da esfera jurídica do
particular e o destinatário do ato anulado deve estar de boa-fé. Nos casos de invalidação de
ato ampliativo os efeitos são ex nunc ou pro futuro (invalidação de concurso público, o
empossado invalidamente não tem o dever de devolver o valor dos salários). Em diversos
casos, a invalidação é irrazoável, levando a aplicação do princípio da proporcionalidade/
ponderação.
Poder de polícia - conceitos:

Poder de polícia: atividade de condicionar e restringir o exercício de direitos individuais, tais


como a propriedade, liberdade e comércio, em benefício do interesse público. Estabelece uma
área de atuação legítima desses direitos individuais em face da coletividade.
- Quem o exercita: em uma concepção ampla, o Legislativo (criando leis) e o Executivo
(regulamento e atos individuais). Em concepção restrita, somente o Executivo.
Diferença entre polícia administrativa e polícia judiciária: a doutrina clássica apontava o
fator distintivo para o caráter preventivo da administrativa e o caráter repressivo da segunda.
Hoje desconsiderado por perceber que ambas exercem funções preventivas e repressivas.
Critério adotado atualmente é a natureza do ilícito e sobre o que incide:
- Polícia administrativa: ilícito administrativo e incide sobre bens, atividades. Diversas
corporações atuam.
- Polícia judiciária: ilícito penal e incide sobre a liberdade das pessoas. Corporações
especializadas: polícia civil, federal etc.
Atributos do poder de polícia:
- Discricionariedade: regra geral do poder de polícia é a discricionariedade em relação
aos motivo e o objeto (uma margem de opção legítima para como agir, quando agir,
qual sanção aplicar). Ainda assim, diversos atos do poder de polícia são vinculados,
de modo que se o particular cumprir o exigido pela lei, ocasiona um direito subjetivo
público, devendo o Estado conceder o que a lei prevê (ex: licença).
- Autoexecutoriedade: prerrogativa da Administração Pública em praticar e executar
atos que emite independente de manifestação do Poder Judiciário. Deve sempre haver
Leis que a autorizem ou tratar-se de medida urgente. Devem ser sempre proporcionais
e efetivas.Autoexecutoriedade é poder executar as decisões que toma. Para tanto a
Administração Pública é dotada de:
a) Exigibilidade: meios indiretos de coação (impossibilidade de licenciamento
do carro se há multa).
b) Executoriedade: meios diretos de coação (apreensão de mercadoria).
- Coercibilidade: se confunde com o atributo acima. Imposição coativa das
mingestação de poder de polícia, caso haja resistência infundada.
Limitação ao poder de polícia: em relação a atos normativos, razoabilidade e
proporcionalidade, não haver excesso na limitação de direitos fundamentais, somente quando
se justificam para a persecução do interesse público. Em relação a atos administrativos, o
respeito a CFFOM, vinculação em relação aos três primeiros e observância ao quadro legal
em relação aos dois últimos.
Observação: O STF compreende indelegável aos particulares o poder de polícia, deixaria
desparitário a relação entre particulares. Apenas atos materiais não seriam poder de polícia
(pardal, demolição).

Serviços Públicos - conceitos:

Percurso histórico criado pela doutrina: Duguit diz que o Direito Adminstrativo é o ramo
de direito que gravita em torno do serviço público. Jezé diz que é a submissão ao regime de
direito público que caracteriza o serviço público. Crise do conceito e posterior evolução do
conceito.
Três critérios básicos para tentar delimitar a noção de serviços públicos: a doutrina
atual aponta para a insuficiência isolada e mesmo em conjunto em definir serviços públicos.
- Subjetivo: é prestado pelo o Estado.
- Material: atividade que tem por finalidade a satisfação de necessidades coletivas.
- Formal: serviço exercido em regimento jurídico de direito público e com as
condicionantes a ele próprio.
Definição: atividade prestacional (diferencia de poder de polícia), que incumpe ao Poder
Público, com ou sem caráter privativo (ex: saúde e educação), sendo por ele desenvolvidas
diretamente ou por delegatário, com regime preponderante de direito público em vistas de
satisfação de necessidades coletivas (em verdade, o que o legislador julgar que é) que o
ordenamento confere especial proteção.
Princípios: serviços públicos obedece a princípios próprios que decorrem principalmente do
binômio prerrogativa x sujeições. São eles:
- Generalidade ou igualdade de usuários: o serviçio deve ser prestado sem
discriminação e de maneira igual. Em vista de beneficiar uma universalidade.
- Modicidade das tarifas: se não determinadas pessoas ficam alijadas do serviço.
- Mutabilidade do regime jurídico: Administração Pública pode alterar o regime
jurídico unilateralmente, obedecido parâmetros legais.
- Continuidade: deve ser contínua. Exercício da função pública não pode parar.
Exceção de contrato não cumprido não se aplica. Greve de funcionário público,
afastamento de carga com regras específicas.
- Eficiência: Os serviços públicos devem ser prestados da forma mais eficiente
possível, em conexão com os princípios da continuidade e atualidade. Periodicamente,
deve ser realizada uma avaliação sobre o desempenho do serviço prestado e o
proveito que seus usuários dele fizeram, devido à permanente necessidade de adequar
o serviço à demanda social (interesse público).
- Segurança: Os usuários não podem ter sua segurança comprometida, e muito menos
sua vida colocada em risco, pelos serviços públicos e pela maneira como tais serviços
são executados.
- Atualidade: O serviço atualizado é aquele que está de acordo com o estado da
técnica, ou seja, é executado mediante as técnicas e tecnologias mais atuais. Para o
cumprimento deste princípio, o Estado tem a obrigação de atualizar-se no que
concerne os avanços tecnológicos, de modo que a execução seja mais proveitosa e
com menor dispêndio, em conexão com princípios como o da modicidade das tarifas e
da eficiência.
Classificação: maioria é inútil.
- Quanto à essencialidade:
a) Propriamente ditos: prestados a coletividade diretamente pela AP. Não
delegáveis.
b) De utilidade pública: não tão essenciais, são delegáveis. Geralmente são
remunerados por usuários.
- Quanto ao objeto:
a) Administrativos: serviços executados pela AP internamente. Questões
relativas a organização, atos preparativos.
b) Comerciais e industriais: aqueles que a AP desempenha para atender
necessidades coletivas de ordem econômica. São titularizados pelo Estado. Ex:
transporte, energia elétrica.
c) Sociais: não são titularizados pelo o estado, mas ainda assim atendem
necessidades coletivas. Convivem com a iniciativa privada. Ex: saúde e
educação.
- Quanto à determinação do usuário (o único com alguma utilidade prática):
a) De fruição geral (uti universi): prestados à coletividade e não
individualizável. Sem usuário determinado ou específico, não há como
quantificar a utilização do serviço. Iluminação pública, segurança. São
remunerados via imposto.
b) De fruição individual (uti singuli): usuários são determinados ou
determináveis. Prestação de utilidade diretamente fruível pelo o indivíduo. Ex:
Telefonia, energia elétrica. São remunerados tanto por taxa e tarifa.

Você também pode gostar