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I.

Administração Pública
1°) Função Administrativa - é a função pública do Estado, realizada debaixo da lei, na qualidade de
parte sujeito de uma relação jurídica para cumprir as finalidades previstas no ordenamento jurídico,
visando o bem comum (interesse público).
2°) Princípios
a) Legalidade - significa que o administrador público somente pode fazer o que a lei determina ou
autoriza (administrar de aplicar a lei de ofício).
b) Impessoalidade - significa que o administrador público não pode beneficiar nem prejudicar pessoas
determinadas. Este princípio também veda a promoção pessoal do administrador público quando da
inauguração de obras e serviços (proibição de nomes e símbolos) – caráter pessoal.
c) Moralidade - significa atuação dentro de padrão ético.
d) Publicidade - significa a ampla divulgação dos atos da administração pública, salvo casos de
interesse público e segurança nacional devidamente fundamentados.
e) Eficiência - EC/19 - significa buscar o melhor resultado na execução do serviço público.
Princípios Essenciais
1°) Princípio da Legalidade
2°) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado As vezes será onerado o interesse
privado em detrimento do público, como no caso da desapropriação.
Princípios (Lei 9.784/99)
1°) Razoabilidade- Significa que o administrador deve atuar de forma compatível com os fins que ele
deseja atingir.
2°) Motivação- É a explicitação das razões de fato e de direito que servem de fundamento para o ato.
3°) Autotutela - Súmula 473 STF- Ilegalidade - anulação - ex tunc - judiciário e administração - atos
discricionários e vinculados. Inconveniência e Inoportunidade - revogação - ex nunc - somente a
administração pública - somente atos discricionários. Ato Discricionário é aquele praticado com margem
de liberdade, outorgada pela lei, pelo administrador público para que ele, dentro do critério de
oportunidade e conveniência escolha a alternativa mais adequada diante do caso concreto. Ato
Vinculado é aquele que a lei disciplina exaustivamente como ele deve ser, e somente pode ser anulado.
Oportunidade e conveniência = mérito do ato administrativo. Poder Judiciário - exerce controle apenas
de legalidade. 3 Administração pública - exerce controle de legalidade e de mérito do ato.
Bens Públicos
Arts. 98 a 103 do CC. Conceito - São todas as coisas móveis, imóveis, semoventes, diretos e ações
pertencentes ao poder público.
Classificação - dividem-se em:
1°) Bens de Uso Comum do Povo - são aqueles que podem ser utilizados por todos em igualdade de
condições, como as ruas, praças, avenidas, etc.
2°) Bens de Uso Especial - ou patrimônio administrativo. São aqueles que possuem uma destinação
específica, ou seja, estão afetados ou consagrados.
3°) Bens Dominiais, Dominicais ou do Patrimônio Disponível - são aqueles que não possuem uma
destinação específica, como por exemplo, terras devolutas e terreno de marinha.
Características:
1°) Inalienabilidade - os bens públicos não podem ser vendidos livremente.
2°) Impenhorabilidade - os bens não podem ser dados em garantia judicial.
3°) Imprescritibilidade - não podem ser adquiridos por usucapião.
Poderes Administrativos
1°) Poder Normativo - é aquele de que dispõe o administrador público de expedir atos que veiculam
normas, como por exemplos os decretos e portarias.
2°) Poder Hierárquico - é aquele de que dispõe o administrador para distribuir e escalonar as funções
de seus órgãos e agentes. Esse poder decorre em faculdades como: fiscalizar, avocar, distribuir, etc.
3°) Poder Disciplinar - é aquele de que dispõe o administrador para punir internamente a conduta
funcional de seus servidores e demais pessoas sujeitas a disciplina administrativa (licitantes,
contratados, etc.).
4°) Poder de Polícia -
I – Conceito: Art. 78, CTN - Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato,
em razão de interesse público concernente a segurança, higiene, ordem, aos costumes, disciplina da
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
Segundo Helly Lopes Meireles – Poder de Polícia é aquele que dispõe o administrador público para
condicionar e restringir o uso e o gozo de bens e atividades particulares em benefício da coletividade ou
do próprio Estado.
II – Atributos ou características:
1) Discricionariedade – é a margem de liberdade outorgada pela lei, ao administrador público, para
que ele dentro de critérios de oportunidade e conveniência possa escolher a alternativa mais adequada
diante do caso concreto.
2) Autoexecutoriedade – é a possibilidade que o administrador público tem, de com seus próprios
meios, colocar em execução as suas decisões, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário.
3) Coercibilidade – é a possibilidade da utilização de medidas coativas diante da resistência do
particular.
Entidades da Administração Pública – art. 137 a 41 CF (Decreto – Lei 200/67)
I – Administração pública Direta ou Centralizada – é a situação em que a função administrativa é
exercida pela própria pessoa política (União, Estados e Municípios).
II – Administração Pública Indireta ou Descentralizada – é a situação em que a função
administrativa é exercida por pessoas distintas da pessoa política. Neste caso, a transferência da
Titularidade (outorga) do serviço para as seguintes entidades:
1) Autarquias – são pessoas jurídicas de Direito Público, criadas por lei, com privilégios administrativos
para a prestação de serviço público típico. Ex.: INSS, Banco Central, CADE, IBAMA, etc. Agências
reguladoras: são autarquias sob regime especial, (Poder Normativo e mandato fixo dos dirigentes). Ex.:
ANS, ANP, ANVISA, ANATEL, etc.
2) Empresas Públicas – são pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei, sem privilégios
administrativos, para prestação de serviços públicos ou exploração de atividades econômicas, com
capital 100% (cem por cento) público e sob qualquer forma (S/A, LTDA, etc.). Ex.: Caixa Econômica
Federal, Correio, Infraero, etc.
3) Sociedade de Economia Mista – São pessoas jurídicas de Direito Privado, autorizadas por lei, sem
privilégios públicos administrativos, para prestação de serviços públicos ou exploração de atividade
econômica, com capital público e privado (a maioria do capital precisa ser pública), sob a forma
exclusiva de S/A. Ex.: Banco do Brasil e Petrobrás.
4) Fundações – Há fundações de direito privado e público.
5) Consórcios Públicos (ver aula de Servidores Públicos).
III – Entidades Paraestatais ou Terceiro Setor – São entidades que caminham paralelamente ao Estado,
são entes privados que colaboram com Estado (Administração Pública). Estes entes são:
A – Serviços Sociais Autônomos – Ex.: SESI, SESC, etc.
B – Organizações Sociais – são qualificações concedidas a determinadas entidades, celebram Contrato
de Gestão.
C – OSCIB – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Também são qualificações,
celebradas com o Estado, o chamado Termo de Parceria. Responsabilidade Civil do Estado – (Art. 37,
§ 6°, CF)
I – Conceito – É aquela que impõe ao Poder Público a obrigação de compor os danos causados pelos
agentes públicos aos particulares (indenizar).
II – Teorias:
A – Teoria da Irresponsabilidade – por esta teoria o Estado nunca erra, logo, não deve ser
responsabilizado. NÃO É APLICADA NO BRASIL.
B – Teoria Subjetiva:
Requisitos:
1) Dano
2) Omissão
3) Nexo Causal
4) Culpa
Para o Direito Administrativo esta teoria é aplicada somente na hipótese de omissão do Poder Público.
C – Teoria Objetiva:
Requisitos
1) Dano
2) Ação
3) Nexo Causal.
Teoria do Risco Integral – Por esta teoria o Estado responde sempre, exceto caso fortuito ou de força
maior, e culpa exclusiva da vítima. ESTA É A TEORIA APLICADA NO BRASIL na hipótese da ação do
Estado.
Teoria do Risco Administrativo – Por esta teoria o Estado responde sempre, inclusive caso fortuito,
força maior e culpa exclusiva da vítima. NÃO É
APLICADA NO BRASIL.
Dica – o examinador não está a fim de ler sua prova, por isso é importante ter uma letra bonita,
parágrafos justificados, etc. Conta 0,4 por questão. Dá para tirar até 2 pontos só com a apresentação.
Dica2 – sempre ler os informativos do STF e STJ.
LICITAÇÃO (Lei 8666/93)
I – Conceito (art. 22, XXVII e art. 37, XXI, ambos da CF)
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Licitaçãoé o
procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a
todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a
possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para
a celebração do contrato.
II – Princípios
1 – Isonomia
Visa permitir a escolha da melhor proposta e garantir igualdade de direitos a todos os interessados.
2 – Julgamento Objetivo
O julgamento objetivo significa que a licitação deverá ser feita com base em critérios prefixados – art.
45 – da lei 8666
3 – Adjudicação compulsória
Adjudicar é entregar. A administração, desde que justificado o motivo, não é obrigada a contratar. Mas
se for contratar tem que ser com quem ganhou a licitação. Assim, a adjudicação é a entrega do objeto
da licitação ao vencedor. Ela impõe que se a administração for contratar, deverá ser com quem venceu
(por isso é compulsória).
III - FASES DA LICITAÇÃO
Trataremos agora da modalidade concorrência. As demais são mais simples. Qualquer licitação pode
ser feita pela modalidade concorrência.
1 – Audiência pública
É utilizada para licitações de grande vulto em que há interesse público. Ex. rodoanel de São Paulo.
2 – Edital
O edital é a lei interna da licitação. Ele deverá conter os requisitos do artigo 40 da lei 8666/93. Tem que
definir o objeto, os prazos dos recursos, as datas de abertura dos envelopes, etc. Se ofender o edital,
ofendeu a lei, o que gera ilegalidade, que, por sua vez, gera anulabilidade com efeitos ex tunc e que
pode ser declarada pela administração e pelo judiciário. O principio da vinculação ao instrumento
convocatório impõe tanto à administração quanto aos licitantes a observância do edital.
3 – HABILITAÇÃO (art. 27 a 32 da lei de licitações)
Palavra chave – documentação. Esta é a fase em que serão abertos os documentos. São documentos
relativos à parte fiscal (certidões negativas de débitos), financeira (balanço patrimonial e certidão de
falência), jurídica (habilitação com o CNPJ), habilitação técnica (certificados de habilitação técnica para
execução de obras daquele porte). Se todos forem inabilitados, abre-se novo prazo. Se forem
habilitados, passa-se à fase seguinte: classificação.
4 - CLASSIFICAÇÃO
Palavra chave – proposta. Nesta fase serão abertos os envelopes contendo as propostas dos licitantes.
5 – JULGAMENTO
É a fase em que as propostas serão julgadas.
6 – HOMOLOGAÇÃO
Homologação é o ato pelo qual a autoridade competente confirma o procedimento licitatório realizado
pela comissão de licitações (formada normalmente por 3 pessoas).
7 – ADJUDICAÇÃO
Palavra chave – entrega. Adjudicação é a entrega do objeto da licitação ao vencedor.
IV – MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Palavra chave - procedimento
1- CONCORRÊNCIA (grande vulto)
Concorrência é o procedimento para licitações de grande vulto e que segue as fases descritas no item
anterior.
2 – TOMADA DE PREÇOS (médio vulto)
Palavra chave – cadastro. Tomada de preços é a modalidade de licitação, é o procedimento, em que a
pessoa se cadastra previamente, apresenta os documentos até 3 dias antes da licitação. Quando da
licitação basta apresentar o cartão de cadastro. Assim, é a modalidade em que os licitantes são prévia
edevidamente cadastrados.
3 – CONVITE (pequeno vulto)
Palavra chave – convite.
Você escolhe e convida pelo menos 3 pessoas. A publicidade é mais restrita. Basta afixar o edital, mas
tem que demonstrar que foram convidadas pelo menos 3 pessoas. Assim, convite é modalidade de
pequeno vulto entre escolhidos e interessados, no mínimo de 3 licitantes. Estes licitantes podem ser ou
não cadastrados.
4 – CONCURSO
Modalidade para a escolha de trabalho técnico, artístico ou científico. É diferente do concurso para
seleção de pessoal da administração pública. Ex. seleção de escritório de arquitetura para conservar
imóveis tombados.
5- LEILÃO
É a modalidade para venda de bens móveis inservíveis ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados pela administração.
Bens móveis inservíveis – ex. carteiras escolares antigas, carros usados, etc.
Produtos legalmente apreendidos – São produtos adquiridos de devedores da administração,
normalmente através de processo de execução (não se trata daqueles bens que a polícia civil, o
famoso “rapa”, apreende dos camelôs).
É possível o oferecimento de lances.
Obs – bens imóveis, em regra, são alienados por concorrência (art. 17 da lei).
6 - PREGÃO (não está na lei de licitações tem lei própria: Lei 10.520/02 e Decreto 3555/2002 e Decreto
5450/2005-pregão eletrônico) Serve para a aquisição de bens de uso comum. Ex. remédios, carteiras,
materiais de construção, etc.
Nota-Nunca se faz obra pública por pregão.
O que diferencia o pregão é que neste invertem-se as fases, ou eja, abrem-se primeiro as propostas e
depois a documentação.É possível o oferecimento de lances. É vedada a exigência de garantia da
proposta. Pode ser presencial ou eletrônico.
7 – CONSULTA PÚBLICA (está prevista na Lei que criou a
ANATEL)
Palavra chave – agência reguladora.
É utilizada pelas agências reguladoras.
Está em discussão a sua constitucionalidade.
V – TIPOS (ART. 45 da lei de licitações)
Palavras chaves – critérios de julgamento
Curso OAB Semestral - Sábados
Direito Administrativo
Professor: Elisson
02/10/2010
1 – MENOR PREÇO
2 – MELHOR TÉCNICA
3 – TÉCNICA E PREÇO
4 – MAIOR LANCE OU OFERTA (leilão)
Obs – pregão é sempre menor preço.
VI – CONTRATAÇÃO DIRETA (art. 24 e 25 da Lei de licitações)
1 – DISPENSA (art. 24 da lei) Contempla hipóteses em que a licitação é viável juridicamente, porém, a
lei permite ao administrador público não licitar. O rol é taxativo (são 30 hipóteses – importante ler o
artigo).
2 – INEXIGIBILIDADE
Contempla hipóteses em que a licitação é inviável juridicamente. O rol é exemplificativo. São hipóteses:
- contratação de fornecedor exclusivo;
- contratação de artistas consagrados (âmbito local, regional, nacional – Pode ser provada a
consagração por recortes de jornal, para os artistas de âmbito local e regional);
- Serviços especializados (art. 13, da lei de licitações).
Exemplo de pergunta difícil: “com relação às hipóteses de dispensa de licitação podemos dizer que –
aqui é inserida cópia do art. 19, da lei com troca de palavras (tirou exceção e colocou inclusive no
final)”. Por isso tem que decorar os artigos e grifar as expressões exceção e inclusive.
3 – DESERTA
Licitação deserta é aquela em que não aparecem interessados.
4 – FRACASSADA
Licitação fracassada é aquela em que nenhum dos licitantes e habilitado ou classificado.
CONTRATO ADMINISTRATIVO (art. 54 e ss da Lei 8666/93)
Nem todo contrato em que a administração pública participa é contrato administrativo. Ex. Locação –
porque um contrato para ser contrato administrativo, não basta a administração ser parte, a
administração pública tem que estar em supremacia, neste tipo de contrato não existem cláusulas
exorbitantes, porque não há interesse público. Neste caso da locação, este contrato é regido pela lei de
locações e não pela Lei 8666. A administração está em pé de igualdade com o particular, pode,
inclusive, ser despejada.
I – CONCEITO
Contrato administrativo é aquele em que a administração pública figura como parte, sendo celebrado
sob regime jurídico de direito público e com a presença das chamadas cláusulas exorbitantes, que são
aquelas que conferem prerrogativas para a administração pública em detrimento do particular. Logo,
nem todos os contratos que a administração pública celebra são administrativos. Ex. locação.
II – CARACTERÍSTICAS
1 – Finalidade pública
2 – Cláusulas exorbitantes
3 – Mutabilidade
III – CLÁUSULAS EXORBITANTES
1- Alteração unilateral do contrato (art. 58 e 65)
A alteração unilateral refere-se às cláusulas regulamentares ou de serviço (modo e execução do
contrato no interesse da administração pública). Não é possível a alteração unilateral da cláusula
econômico-financeira do contrato.
2 – RESCISÃO UNILATERAL
A administração pública pode rescindir o contrato por razões de interesse público ou inadimplência do
contratado. Ex. empresa fale; o contratado não está prestando o serviço de modo adequado, etc.
3 – APLICAÇÃO DE PENALIDADES
4 – CLÁUSULAS DE FISCALIZAÇÃO
5 – RESTRIÇÃO À EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO
O contratado só pode invocar a exceção quando houver atraso da administração por prazo superior a
90 dias.
IV – MUTABILIDADE DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
A mutabilidade significa que o contrato pode ser mudado no decurso de sua execução. Existem riscos
(chamados de áleas) que podem levar à alteração do contrato.
1 – ÁLEAS ADMINISTRATIVAS
a) Alteração unilateral
Já explicada acima.
b) Fato do príncipe São medidas de ordem geral não relacionadas diretamente com o contrato, mas que
nele repercutem, provocando desequilíbrio econômico financeiro. Ex. aumento de impostos, plano de
governo, etc.
c) Fato da administração- São medidas provocadas pela própria administração contratante e que
repercutem no contrato. Ex. atraso na entrega do local da obra (Ex: eu ganho uma licitação e assino o
contrato com a administração, mas a obra era em área manancial e a administração pública não tinha
ainda obtido a licença. Como houve demora, o preço dos materiais subiu e o contrato tem que ser
revisto, ex2 – construção de estradas, quando a administração não faz as devidas desapropriações,
etc).
2 – ÁLEA ECONÔMICA (teoria da imprevisão)
Ocorre quando ocorrem eventos imprevistos, imprevisíveis e estranhos à vontade das partes e que
ensejam a revisão do contrato. São elas caso fortuito, força maior, interferências imprevistas.
Obs:
Revisão é para reequilibrar o contrato. Reajuste é correção monetária
a) CASO FORTUITO
Eventos da natureza. Ex. inundação do local da obra
b) FORÇA MAIOR
Evento humano. Ex. greve dos portuários que impede a chegada de equipamento ao local da obra.
c) INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS
São ocorrências materiais que surgem de maneira imprevista. Ex ao construir um prédio, encontra-se
uma rocha imensa.
Em todos os casos acima há um custo adicional e a necessidade de revisão do contrato.
CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO (LEI 8987/95, art. 175,
CF)
I – CONCEITO (art. 2º da lei)
É o contrato administrativo pelo qual o poder público transfere para o particular a execução de um
serviço público para que ele o preste por sua conta e risco nos prazos e condições estabelecidos,
sendo remunerado por meio da tarifa paga pelo usuário.
II – CARACTERÍSTICAS
1 – PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO ADQUADO (art. 6º, da lei)
2 – REMUNERAÇÃO PELA TARIFA (art. 9 a 13 da lei)
3 – LICITAÇÃO NA MODALIDADE CONCORRÊNCIA (art. 14 a 22 da lei)
Obs – nesta concorrência específica para concessão, pode haver inversão de fases (primeiro abrem-se
as propostas e só depois vê-se a documentação).
4 – RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA
(art. 37, §6º, CF – Obs.: a CF não faz distinção entre quem é usuário direto e quem é usuário indireto).
Ex. Se um ônibus colide com um carro. A concessionária terá que indenizar tanto o passageiro do
ônibus (usuário direto) quanto o motorista do carro (usuário indireto).

III – EXTINÇÃO DA CONCESSÃO (art. 35 a 39, da lei)


1 – REVERSÃO (art. 35 e 36)
É o retorno do serviço para o poder público, quando do término do contrato. ( A lei não fala em prazo,
mas o contrato tem que prevê-lo) Obs.: – se não houve amortização pela tarifa, o concessionário tem
que ser indenizado.
2 – RESCISÃO
Pode ser:
A) UNILATERAL:
- encampação (ou resgate) – ocorre por interesse público (óbvio que desde que justificado,
fundamentado).
- caducidade – ocorre pela inadimplência do concessionário.
B) AMIGÁVEL
Ocorre por acordo entre as partes.
C) JUDICIAL
É sempre requerida pelo concessionário particular (Nota: a administração pode rescindir
unilateralmente, não precisa da via judicial).
PARCERIAS PÚBLICO/PRIVADAS (Lei 11079/04)
É um contrato de concessão. O poder público transfere a execução do serviço. O particular se
remunera por tarifa mais um subsidio do poder público. Dividem-se os lucros e os prejuízos.
I – CONCEITO
É o contrato administrativo de concessão nas modalidades administrativa ou patrocinada.
II – MODALIDADES
a) Patrocinada.
Palavra chave – contraprestação. Ex. presídios, estádios, rodovias (ex. Fernão Dias – a tarifa é menor
porque, além do usuário, o poder público também paga parte dela, etc.) Assim, é a concessão de
serviços ou obras quando houver adicionalmente à tarifa paga pelos usuários, contraprestação do
parceiro público para o privado.
b) Administrativa – é o contrato de prestação de serviços em que a administração é a usuária direta ou
indireta, ainda que envolva a execução de obra, o fornecimento de bens ou a instalação de bens. Ex.
presídio.
III – DOS CONTRATOS
Características:
1) Só é possível para contratos acima de 20 milhões de reais.
2)Prazo – 5 a 35 anos (incluindo eventual prorrogação).
3)Licitação na modalidade concorrência.
4)Possibilidade de repartição de lucros e prejuízos entre os parceiros
5) antes da celebração do contrato deverá ser constituída sociedade com propósito específico para
gerir a parceria.
6) É vedado contrato cujo objeto único seja a execução da obra, a instalação de bens ou fornecimento
de bens. As coisas tem que ser conjugadas: execução e instalação, ou execução e fornecimento, ou
instalação e fornecimento.
7) Nas parcerias em que mais de 70% da remuneração do parceiro privado for paga pelo parceiro
público, há a necessidade de autorização legal.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (Lei 8429/92)
I – CONCEITO
A improbidade administrativa é a má qualidade na prestação do serviço público. Essa lei refere-se tanto
ao poder público quanto ao particular. A lei não traz sanções penais, apenas administrativas. Se houver
ato penal, será sancionado pela lei adequada. O terceiro que não é agente público também responde
pela improbidade. A ação de ressarcimento é imprescritível. É vedada a transação e a composição de
danos com o infrator. O rito da ação é o ordinário, comum. O ministério público não é o autor exclusivo
dessa ação. Pode ser proposta também pelo procurador do município ou estado. É possível o
seqüestro e bloqueio de bens do indiciado.
II – SUJEITOS (art. 1º a 3º da lei)
- Ativo É o agente público em sentido amplo, com ou sem vínculo empregatício e com ou sem
remuneração.
- Passivo São as entidade da administração pública direta ou indireta
III – ATOS DE IMPROBIDADE (art. 9, 10, 11 da lei)
O rol é exemplificativo.
1- atos que causam enriquecimento ilícito
Dica - observar os verbos - No enriquecimento ilícito o objetivo é
obter, receber, perceber, etc.
Conceito – o objetivo do agente é obter vantagem para si. Os
núcleos dos tipos resumem-se em receber e perceber.
Curso OAB Semestral - Sábados
Direito Administrativo
Professor: Elisson
02/10/2010
2- atos que importam em dano ao erário
Erário – é o patrimônio público.
No dano ao erário o objetivo do agente é lesionar o patrimônio
público, não necessariamente obtendo vantagem econômica.
Os núcleos são: permitir, facilitar e conceder.
3- Ofensa aos princípios
Este artigo é utilizado de forma residual, quando a conduta não
puder ser enquadrada nas anteriores.
IV – SANÇÕES
1- ressarcimento integral do dano.
2- Multa civil
3- perda da função pública
4- suspensão dos direitos políticos
5- proibição de contratar com o poder público
6- perda de bens ou valores
MATÉRIA: Direito Administrativo
PROFESSOR: Elisson
AULA E DATA: 23.10.2010
1
ATO ADMINISTRATIVO
I - Conceito
É a declaração do estado ou de quem o represente que
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei e sob regime
jurídico de direito público.
II - Atributos/características do ato administrativo
Os atributos estão relacionados com as características do
ato.
São 4 atributos (PIAT):
1 - P - Presunção de legitimidade/legalidade do ato -
significa que os atos administrativos são presumivelmente legais até prova
em contrário. Assim é uma presunção relativa. Vem acompanhada da
presunção de veracidade do ato, ou seja, que os atos correspondem aos fatos
neles descritos. Ex. do anão – homem foi multado por transportar crianças
no banco da frente, no entanto verificou-se posteriormente tratar-se do
irmão dele que era anão, mas maior de idade.
2 - I - Imperatividade - significa que o ato administrativo se
impõe, independentemente da concordância do particular ou não.
3 - A - Autoexecutoriedade (ou executoriedade, segundo
alguns) - é a possibilidade que a administração pública tem de, com os seus
próprios meios, por em execução as suas decisões, sem necessidade de
recorrer ao judiciário.
4 - T - Tipicidade - significa que o ato administrativo deve
corresponder às figuras previamente descritas na lei.
*há também a questão da exigibilidade - a exigibilidade,
segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, é a possibilidade de exigir dos
MATÉRIA: Direito Administrativo
PROFESSOR: Elisson
AULA E DATA: 23.10.2010
2
terceiros a observância das obrigações impostas pela administração pública.
Está relacionada com os meios coercitivos.
III - Requisitos/elementos do ato administrativo (art.
2º, Lei 4717/65
Os requisitos ou elementos estão relacionados com a
estrutura do ato.
São 5 (SCFFM):
1 - S - Sujeito ou competência - é aquele a quem a lei
atribui a prática do ato.
2 - C - Conteúdo ou objeto do ato - é o efeito jurídico
imediato que o ato produz. Ex. na demissão é o desligamento.
3 - F - Forma - é a maneira pela qual o ato se exterioriza, ou
todas as formalidades que ele deve possuir.
4 - F - Finalidade - em sentido amplo é o interesse público e
em sentido estrito é o resultado específico que cada ato deve possuir.
5 - M - Motivo - relaciona-se ao princípio da motivação - é a
explicitação das razões de fato e de direito que servem de fundamento para o
ato.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Por esta teoria os motivos que determinaram a vontade do
agente público servem de suporte para sua decisão, ou seja, a validade do
ato está vinculada ao motivo indicado.
Ex. não pode dizer que demite por excesso de pessoal e no
ato de demissão dizer que é por inassiduidade.
MATÉRIA: Direito Administrativo
PROFESSOR: Elisson
AULA E DATA: 23.10.2010
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IV - ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
1 - Normativos
São aqueles atos administrativos que possuem um
comando geral do executivo para fiel/correta execução da lei.
Ex. decretos, regulamentos, regimentos, resoluções, etc.
2 - Ordinatórios
Vem de ordem, disciplina.
Atos ordinatórios são atos que disciplinam o funcionamento
da administração pública. Ex. Avisos, portarias, despachos, memorandos,
etc
3 - Negociais
São aqueles que disciplinam sobre os negócios jurídicos
públicos. Ex. concessão, permissão, licença, autorização, protocolo
administrativo, etc.
Obs - a licença se instrumentaliza por meio de um alvará.
4 - Punitivos
São aqueles que punem, são aqueles que contém uma
sanção. Ex. demissão, multa, advertência, embargo, interdição, etc.
MATÉRIA: Direito Administrativo
PROFESSOR: Elisson
AULA E DATA: 23.10.2010
4
5 - Enunciativos
Enunciar significa declarar.
Atos enunciativos são aqueles que contém uma declaração
do poder público sobre uma determinada situação. Ex. certidões, pareceres,
atestados, etc.
V - CONVALIDAÇÃO (art. 55, Lei 9784/99)
Tenho o ato válido, que se opõe ao ato ilegal e a
possibilidade de sanar vício de ato administrativos, observando-se que não
pode ser sanado vício de motivo.
Convalidação, portanto, é o ato pelo qual é suprido o vício
existente em um outro ato. A convalidação está restrita aos vícios de sujeito
e forma. Ex. Celso Antônio Bandeira de Mello - sujeitos que passam em
concurso para técnicos em contabilidade, 6 meses depois a administração
pública descobre que os atos deveriam ter sido expedidos por contadores.
Em virtude da necessidade de segurança dos administrados, como não
houve má-fé da administração e para garantir a segurança jurídica, apenas
se convalidam estes atos.
VI - EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Pode se dar pelas seguintes formas:
1 - Cumprimento dos efeitos do ato.
2 - Desaparecimento do sujeito ou do objeto. Ex.
desaparecimento de autarquia, sem indicação de quem assumiu as funções.
MATÉRIA: Direito Administrativo
PROFESSOR: Elisson
AULA E DATA: 23.10.2010
5
3 - Retirada, que pode se dar por:
a) anulação: ilegalidade - anulação é a retirada do ato por
motivo de ilegalidade.
b) revogação - é a extinção do ato administrativo por meio
de retirada por inconveniência ou inoportunidade.
c) Cassação - Olha-se para o particular. O particular era
beneficiário de uma situação e o particular descumpriu a situação. Ex.
carteira de motorista. Até 20 pontos você pode exercer seu direito de dirigir,
se marcar 21 pontos, cassa-se a licença para dirigir.
Assim, temos que cassação é a extinção do ato que ocorre
quando o destinatário do mesmo descumpre condições que deveriam
permanecer atendidas para que ele pudesse continuar desfrutando de
determinada situação jurídica. Ex2. construir diferentemente da licença
dada.
Nota - Licença é ato vinculado, portanto, não pode ser
revogada. Se é vinculado, tem que estar dentro da legalidade, se for ilegal,
pode ser apenas anulado, jamais revogado. Pode-se, no entanto, em caso de
interesse público, desapropriar o direito do particular mediante o pagamento
da devida indenização. Na prática o poder público revoga a licença para não
pagar a indenização, mas tecnicamente isto está errado.
d) Caducidade - Ex. de Maria Sylvia Zanella di Pietro, do
circo que tinha permissão para permanecer em determinado local, quando é
editada norma tornando ilegal a permanência. Neste caso há ato
administrativo vigente, quando ocorre norma superveniente que muda a
situação – era legal e se tornou ilegal a permanência do circo naquele local,
houve caducidade da permissão antes concedida.
MATÉRIA: Direito Administrativo
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AULA E DATA: 23.10.2010
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Caducidade, portanto, é a forma de extinção do ato que
ocorre quando há superveniência de norma jurídica que torna inadmissível
uma situação antes permitida
e) Contraposição - ocorre quando é emitido o ato com
fundamento em competência diversa da que gerou o ato anterior, cujos
efeitos lhe são contrapostos. Ex. nomeação/exoneração.
VII - CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
1 - SIMPLES - é aquele que decorre da manifestação de
vontade de um único órgão. Ex. nomeação de um servidor pelo prefeito.
2 - COMPLEXO - é aquele que se forma pela manifestação
de vontade de mais de um órgão. Para o ato estar perfeito preciso ter a
vontade de, no mínimo, 2 órgãos. Ex. decreto assinado pelo presidente e
referendado pelo ministro.
3 - COMPOSTO - é aquele que se forma com a vontade de
um único órgão, mas que depende da verificação de outro. Ex. a nomeação
do presidente do Banco Central, que depende de aprovação pelo senado.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA
I - DESAPROPRIAÇÃO
II - SERVIDÃO ADMINISTRTIVA
III- REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
IV - LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
V - OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
VI - TOMBAMENTO
MATÉRIA: Direito Administrativo
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O estado pode intervir na propriedade em razão da
supremacia do interesse público sobre o privado.
Iniciaremos pela servidão.
II - SERVIDÃO ADMINISTRTIVA
É o ônus real (porque incide sobre a coisa) imposto pelo
poder público sobre a propriedade privada para a realização de obras e
serviços públicos, mediante o pagamento de indenização dos prejuízos
efetivamente suportados pelo particular. A servidão limita o uso da
propriedade pelo particular, mas não o retira totalmente, não o impede. Ex.
dutos de água, placas de rua no imóvel, torres de energia elétrica, etc
III- REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA (art. 5º, XXV, CF)
É uma ordem de execução imediata e direta que é dada pelo
poder público ao particular. Pode se dar sobre bens móveis ou imóveis, ou
serviços. SE houver danos, haverá indenização posterior.
Assim, requisição é a utilização coativa de bens ou serviços
particulares, por ato de execução direta e imediata da autoridade para o
atendimento de necessidades coletivas urbanas urgentes, com indenização
ulterior (se houver dano).
PRÓXIMA AULA -
I -DESAPROPRIAÇÃO
IV - LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
V - OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
VI - TOMBAMENTO
MATÉRIA: Direito Administrativo
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AULA E DATA: 13.11.2010
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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE PARTICULAR
O estado pode intervir na propriedade em razão da
supremacia do interesse publico sobre o interesse privado.
Formas de intervenção
I -DESAPROPRIAÇÃO
IV - LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
V - OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
VI - TOMBAMENTO
Limitação administrativa
É a imposição geral, unilateral e de ordem pública,
condicionadora de bens e atividades individuais, é imposta de forma
gratuita. A limitação administrativa não gera indenização.
Ex. limite de altura de prédios, exigência de recuo das
construções, reserva legal (a reserva legal é a exigência de área florestada no
imóvel, manter área de floresta do imóvel).
Ocupação temporária
É a utilização transitória, remunerada ou gratuita da
propriedade particular pelo poder público de bens e atividades particulares
que visa a assegurar a satisfação de obras e serviços públicos.
Ex. ocupação de um terreno particular para depósito de
material de obra pública.
MATÉRIA: Direito Administrativo
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AULA E DATA: 13.11.2010
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Tombamento (Decreto-Lei 25/1937)
O tombamento é uma declaração que o poder público faz
sobre o valor histórico, cultural e artístico, de um determinado bem.
Essas declarações tem esse nome, porque eram arquivadas
na torre do Tombo em Portugal.
O tombamento gera restrições ao uso do imóvel, não retira a
propriedade do particular.
O tombamento se dá nas esferas federal, estadual e
municipal.
No âmbito federal é o IPHAN.
O tombamento, portanto, é a declaração do poder público
acerca do valor histórico, artístico, científico, cultural e ambiental de um
determinado bem ou coisa (móvel ou imóvel). As coisas tombadas não podem
ser demolidas, ou pintadas, ou modificadas, sem a autorização do órgão
competente (IPHAN, no âmbito federal). Para a alienação de bens tombados
há a necessidade de dar preferência para a união, estado e município.
O cancelamento do tombamento é feito pelo presidente da
república.
O tombamento pode recair sobre bens privados ou públicos.
O tombamento, como regra, não gera indenização. Somente
caberá indenização se as restrições forem tantas que inviabilizem o uso do
bem.
Desapropriação (Decreto- Lei 3365/41 e art. 5º, XXIV,
182 e 184, todos da CF)
I - Conceito
MATÉRIA: Direito Administrativo
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Desapropriação é o procedimento administrativo pelo qual
há a transferência da propriedade particular (ou pública, de grau inferior
pela superior) para o poder público ou seus delegados, por razões de
necessidade pública, utilidade pública ou interesse social, mediante o
pagamento de indenização prévia, justa e em dinheiro, salvo as exceções
constitucionais de pagamentos em títulos da dívida pública ou agrária.
Conclusões:
- Os bens federais são inexpropriáveis.
- Um estado não pode desapropriar bens de outro estado ou
de municípios de outros estados. Também não pode desapropriar bens de
outro estado ou município, ainda que esse bem esteja em seu território.
Tudo isso em razão do pacto federativo.
II - Classificação (Lei Complementar 76/93)
1 - Desapropriação para reforma agrária: - É competência
da união para os imóveis que não atendem a função social da propriedade. O
pagamento será em títulos da dívida agrária, com prazo de resgate de até 20
anos.
Art. 243, CF - esse artigo trata da expropriação de terras que cultivam
substâncias psicotrópicas, isso é confisco. Não gera indenização.
2 - Desapropriação para política urbana
É competência do município, para os imóveis que não
atendem ao plano diretor (ver artigo 4º do estatuto da cidade e 182, CF). o
pagamento é em títulos da dívida pública, aprovados pelo senado federal,
comprazo de resgate de até 10 anos.
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3 - Desapropriação ordinária ou comum
É competência da União, do Estado e do Município.
Ocorre por razões de necessidade, utilidade pública e
interesse social.
3.1 - fases
A desapropriação ordinária possui 2 fases
A conveniência em desapropriar é do poder público, ele
desapropria até onde quiser.
a) Fase administrativa
Tem início com o decreto expropriatório (pode ser por lei
também).
Após o decreto há a oferta pelo bem, que se for aceita,
encerra a desapropriação. Do contrário, passa-se à próxima fase:
b) Fase judicial
Nesta fase discute-se o valor e eventuais irregularidades no
procedimento. Qualquer outra questão deve ser por via autônoma (Ex.
interesse na construção do prédio, etc.).
A ação de desapropriação é proposta pelo poder público,
pela qual ele pede liminarmente a imissão na posse do imóvel, podendo o
particular, no entanto, levantar 80% do valor da avaliação enquanto discute
o restante, porque afinal de contas ele vai ter que comprar outro imóvel para
morar.
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Termos cobrados em prova
- Direito de extensão - é aquele que assiste ao proprietário
de exigir que na sua desapropriação se inclua parte restante do bem que se
tornou inútil ou de difícil utilização.
Ex. estrada que passa na maior parte do imóvel. O
particular requer a desapropriação do imóvel todo.
Desapropriação indireta - É aquela feita sem observância
das formalidades legais, ou seja, sem pagar a prévia e justa indenização.
Neste caso resolve-se em perdas e danos através de ação de desapropriação
indireta.
Ex. o poder público abre estrada e toma parte de seu
terreno. Você volta tempos depois e verifica que falta um pedaço do terreno.
Retrocessão (art. 519, CC) - a retrocessão surge quando
há desinteresse superveniente do poder público pelo bem que ele
desapropriou. É um direito que assiste ao ex-proprietário de exercer a
preferência na aquisição do bem em hipótese de venda.
Há três correntes:
1 - diz que gera Direito real.
2 - diz que gera direito Obrigacional
3 - diz que gera direito Real e obrigacional
Tresdestinação - é desvio de finalidade e ocorre quando o
bem é desapropriado para um fim e utilizado em outro sem interesse
público. Isto é ilegal. Por ser ilegal gera anulação, com efeito ex-tunc.
Será licita quando se muda de uma coisa para outra, mas
mantém-se o interesse público.
MATÉRIA: Direito Administrativo
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Desapropriação por zona - Consiste na ampliação da
desapropriação de áreas que se valorizem extraordinariamente, em
consequência da obra ou do serviço.
Ex. passam duas rodovias e os terrenos ficam no meio.
Essas áreas se valorizariam demasiado, porque podem ser utilizadas para
construção de postos de gasolina, etc. a justificativa é evitar a especulação
imobiliária.
Ler art. 37 a 41, CF - da administração pública.
AGENTES PÚBLICOS (ART. 37 A 41, CF e Lei 8112/90)
I - Conceito
São todas as pessoas físicas que prestam serviços ao
estado. Aplica-se à Administração pública direta e indireta.
II - Classificação
1 - Agentes políticos
São aqueles que ingressam na função por meio das eleições,
para exercício de mandato fixo. Ex. presidente, governador, prefeito,
deputado, etc.
2 - Servidores públicos
A - Estatutários
MATÉRIA: Direito Administrativo
PROFESSOR: Elisson
AULA E DATA: 13.11.2010
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B - Empregados públicos
C - Temporários
D - Cargos em comissão
B - empregados públicos
São os titulares de emprego público contratados pela CLT.
Prestam concurso público, mas não adquirem estabilidade. Ex. empregados
de empresas públicas e sociedades de economia mista - CEF, Banco do
Brasil, Petrobrás, etc.
C - Temporários (art. 37, IX, CF)
São aqueles contratados por tempo determinado em razão
de necessidade excepcional de interesse público. Ex. campanha de dengue,
IBGE, etc.
D - Cargos em comissão
São aqueles de livre nomeação e exoneração e servem para
as funções de direção, chefia e assessoramento. Ex. Ministros e secretários
de estado, presidente de estatal, diretores de estatais, etc.
III - Estatutário (Lei 8112/90)
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20/11/2010
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III – ESTATUTÁRIOS (Lei 8112/90)
Ler do 1º ao 40 e depois do 116 até o fim.
1- Conceito
Os servidores estatutários são os titulares de cargo público. Eles
prestam concurso público e adquirem estabilidade após 3 anos de
efetivo exercício (art. 41, CF).
Hoje está pacificado que o estágio probatório também dura 3
anos.
Obs – juízes, promotores e membros do tribunal de contas são
vitalícios. O estágio para juízes e promotores é de 2 anos.
2 - Perda do cargo
Toda vez que aparecer numa questão o servidor estável, significa
que ele já passou pelo estágio probatório.
O estável só pode perder o cargo em razão de:
1 – Sentença judicial com trânsito em julgado;
2 – Processo administrativo em que lhe seja assegurada a ampla
defesa;
3 – Diminuição de despesas com o pessoal (art. 169, CF);
4 – Avaliação negativa de desempenho.
A lei de responsabilidade fiscal impõe limite de gastos com
servidores. Primeiro cortam-se os cargos em comissão, depois os empregados
públicos, depois os estatutários. Os vitalícios (juízes e promotores) não entram
nessa hipótese.
Após o estágio probatório, o servidor vai ser avaliado
periodicamente.
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3 - Acumulação de cargos públicos
É vedada a acumulação de cargos públicos, exceto se houver
compatibilidade de horários e nas seguintes hipóteses:
1 – Dois cargos de professor compatíveis (horários compatíveis).
2 – Um cargo de professor com outro técnico ou científico.
3 – Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde,
com profissões regulamentadas.
4 - Exercício de mandato eletivo
Não é vedado o exercício de mandato eletivo por parte do
servidor. As regras são:
1 – Prefeito – deve se afastar do cargo e pode optar entre a
remuneração de servidor e o subsídio de prefeito.
2 – Vereador – caso não haja incompatibilidade de horários, ele
pode acumular a remuneração de servidor com o subsídio de vereador. Do
contrário, segue a regra do prefeito.
3 – Demais cargos – Ele não pode optar nem acumular.
5 - Acessibilidade
Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros natos,
naturalizados e aos estrangeiros na forma da lei (art. 207, §1º, CF e art. 5º, §3º,
Lei 8112).
O estrangeiro só pode ocupar cargo que a lei permita e jamais
cargo que lhe permita chegar à presidência.
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6 – Desinvestidura
A - Exoneração
A exoneração pode ser:
- a pedido. Ex. servidor passou em outro concurso e pede
exoneração do cargo.
- De ofício - quando não satisfeitas as condições do estágio
próbatório ou para os cargos em comissão.
B – Demissão (art. 132, Lei 8112)
Demissão é punição.
Ocorre quando ocorrer falta grave.
7 – Direitos e vantagens
A – Subsidio – é o vencimento em parcela única e serve para os
agentes públicos.
B – Vencimento – é a retribuição pecuniária pelo exercício do
cargo, com valor fixado em lei.
C – Remuneração – é o vencimento acrescido das vantagens
(adicionais e gratificações).
A gratificação pode ser transitória, referente ao exercício de uma
função específica. Caso em que o servidor a recebe enquanto desempenha a
função. Não se incorpora ao vencimento. Ex. participação em banca
examinadora. Quando termina o exame ele deixa de receber.
8 – Formas de provimento (art. 8º, da Lei 8112)
A - Nomeação
B - Promoção
C - Readaptação – limitação física e mental.
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D – Reversão – é o retorno à atividade do servidor aposentado,
em razão de invalidez (desde que verificada a possibilidade para o trabalho) ou
interesse da administração pública (isso ocorreu na época do apagão aéreo).
Palavras-chave – aposentadoria e interesse da administração.
E – Reintegração – é a reinvestidura do servidor no cargo
anteriormente ocupado, quando invalidada sua demissão por decisão judicial,
com indenização de todas as vantagens. Palavra-chave- Demissão.
F – Recondução – é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorre de inabilitação em estágio probatório relativo
a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. Ex. agente da polícia
federal estável, presta prova para delegado federal, pede a vacância do cargo
de agente, mas é inabilitado no estágio probatório de delegado. Volta ao cargo
de agente por recondução. Palavra-chave – inabilitação em estágio probatório
e reintegração.
G – Disponibilidade e o aproveitamento – o aproveitamento é o
retorno do servidor colocado em disponibilidade a cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente o ocupado. Às vezes a
administração pública faz uma reforma administrativa e extingue determinado
cargo, caso em que o servidor recebe vencimentos proporcionais ao tempo
de serviço (art. 41, §3º, CF), até ser aproveitado em outro cargo com
vencimentos compatíveis.
SERVIÇOS PÚBLICOS
I – Conceito
É todo aquele prestado pela administração ou por seus
delegados, sob normas e controles estatais para satisfazer necessidades
essenciais da coletividade ou simples conveniência do estado.
II – Classificação
1 – Serviços públicos propriamente ditos
São prestados diretamente pela administração em razão de sua
essencialidade. Ex. segurança nacional, preservação da saúde pública,
segurança pública, etc.
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2 – Serviços de utilidade pública
Podem ser prestados pela própria administração ou por
particulares, em razão da sua conveniência. Ex. transporte coletivo, energia
elétrica, gás, telefonia, etc.
3 – Serviços “uti universi” (gerais)
São prestados sem ter usuários determinados. Não são
mensuráveis. Ex. segurança pública, defesa nacional, etc. devem ser pagos
por impostos.
4 – serviços “uti singuli” (indiviuais)
Diferentes dos gerais, são aqueles que possuem usuário
determinado. São mensuráveis. Ex. energia elétrica, telefonia, etc.
III – Formas e meios de prestação de serviços
1 – Concedidos
São executados pelo particular por meio de contrato
administrativo (ver aula de concessão). Ex. cartórios
2 – Permitidos
É o meio termo entre a fraca concessão e a forte autorização,
segundo Hely Lopes Mieirelles.
São prestados pelo particular por meio de contrato de adesão.
Alguns entendem que serve para os serviços de utilidade pública. São
discricionários, unilaterais e precários. Isso significa que ele pode ser retirado a
qualquer tempo, não há uma estabilidade como no contrato de concessão.
3 – Autorizados
São aqueles prestados por particular para atender interesses
coletivos instáveis ou de emergência transitória. Ex. despachante, guarda
particular, Leiloeiro, etc.
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4 – Centralizados
É aquele prestado pela administração pública direta (união,
estados e municípios).
5 – Descentralizados
É aquele prestado pela administração pública indireta (autarquias,
empresas públicas, fundações públicas). Cria um novo ente.
6 – Desconcentrados
Trata-se de técnica de administração consistente na distribuição
de competência entre os vários órgãos da administração, decorrente do poder
hierárquico. Pode ocorrer tanto na administração direta quanto na indireta. Não
cria um novo ente.
Hely Lopes fala em distribuição de plexos de competência.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS (Lei 11.107/2005)
Podem ser constituídos como pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado. São, na
verdade, acordos administrativos firmados entre as várias entidades da administração pública, da
mesma espécie ou não. Ex. prefeitura-prefeitura, autarquia-prefeitura, etc. Se eles forem constituídos
como pessoas jurídicas de direito público, serão considerados um novo ente da administração
pública indireta, se forem privados assumirão a forma de associação civil. Celebram entre si contrato
de programa (discussão de temas de interesse comum) ou de rateio (ratear despesas). Ex. Santo
André, Diadema, São Bernardo, São Caetano – cidades da grande São Paulo que se unem para
discutir problemas comuns. O professor recomenda leitura do livro dele para primeira e segunda fases.
Fim

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