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Guia do

SÍNDICO
INICIANTE
ÍNDICE

1 • Introdução
2 • Virei Síndico e Agora?
3 • Legislação
4 • Deveres do Síndico
5 • Conclusão
5 • Dicas de livros
INTRODUÇÃO

Se você gosta de se envolver nas decisões tomadas em seu condomínio e se


preocupa com o patrimônio, provavelmente já pensou em se tornar síndico,
não é mesmo? Ou será que essa ideia surgiu de seus vizinhos e familiares?

Não importa qual o motivador. Se você assumiu essa função ou pretende em


breve, precisa se preparar!

O síndico é o principal responsável por um condomínio e a posição exige


conhecimento administrativo, legislativo e de gestão de pessoas. O síndico
responde civil e criminalmente pelo condomínio e é quem toma as decisões
mais importantes sobre o lugar e o futuro dos moradores.

Por causa de tamanho comprometimento, são poucos os condôminos que


se candidatam à posição. Afinal, com a vida tão corrida, assumir mais uma
jornada pode parecer impossível.

Apesar de não exigir uma formação específica, esse cargo é complexo. Para
te ajudar no começo do mandato como Síndico Iniciante, criamos este Guia
Completo.

Você vai entender passo a passo as principais ferramentas que devem ser
usadas para o exercício da sua função e, quem sabe, ao fim da leitura e de
colocar os exercícios em prática, você não evolui para um Síndico Eficaz?
VIREI SÍNDICO E AGORA?

Antes de mais nada, vamos entender


aonde queremos chegar, e as habilidades
que o Síndico Iniciante deve desenvolver
para se tornar um Síndico Eficaz.

Esse gestor executa tudo que o cargo


pede com o máximo de eficiência. Para
alcançar esse grau, primeiro é preciso
conhecer as demandas condominiais e
depois as formas de atendê-las e
solucionar problemas que podem surgir
inesperadamente. O Síndico Eficaz deve ter
as seguintes habilidades:

Inteligência Emocional
Para lidar com crises e resolver conflitos com o lado racional predominante,
visando seguir as regras impostas na convenção e não se deixar levar por
emoções no calor do momento.

Conhecimento Aplicado
Ter conhecimentos em áreas de gestão como administração, contabilidade,
finanças, recursos humanos, direito trabalhista e demais questões jurídicas,
se fará útil em algum momento na rotina do condomínio.

Boa Comunicação
Cultivar o bom relacionamento com condôminos e funcionários é
extremamente necessário. Se tudo for compreendido, haverá maior confiança
das pessoas na sua gestão.

Organização
O erro do síndico pode prejudicar diversas famílias, então se faz imprescindível
ter boa organização para gerir o condomínio.
Quem pode ser síndico?

De acordo com o Código Civil (Art. 1.347), o síndico deve ser eleito em
Assembleia, podendo ou não ser condômino. A mesma cláusula também
define que o mandato não pode superar dois anos, ainda que a reeleição seja
possível conforme desejo dos moradores e por número de vezes indetermina-
do.

Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode se candidatar à sindicância sem


precisar morar no condomínio. Inclusive, esse detalhe acrescentado no último
CC que possibilitou a disseminação cada vez maior da profissionalização do
síndico, que pode atuar em diferentes empreendimentos ao mesmo tempo.

Quem não pode ser síndico?

O Código Civil define de forma bastante abrangente quem pode atuar como
síndico. Porém, apesar de não funcionar como regra definitiva, a maioria dos
advogados especializados afirma que existe uma espécie de proibição rela-
cionada à inadimplência.

Dois argumentos principais sustentam essa ideia:

O primeiro é o Art. 1.335 do Código Civil, que destaca o fato dos moradores
inadimplentes não poderem participar ativamente de assembleias. O síndico
é quem gerencia a reunião, então seria confuso que a pessoa fosse proibida
de direcionar as discussões.

Já o segundo elemento diz respeito à ironia da mesma pessoa cumprir


papéis totalmente opostos: se um síndico não estiver em dia com o pagamen-
to das taxas condominiais, ele seria réu e autor da ação de um processo de
cobrança. Bem confuso, não é mesmo?
Como começar?

Primeiramente, conheça todos os colaboradores. Converse com eles e


entenda exatamente a função de cada um dentro do condomínio, visando
estimular um ambiente de parceria, onde o colaborador se sinta valorizado e
entenda que é parte fundamental do mecanismo geral. Um colaborador
engajado desenvolve melhor suas atividades.

O síndico também precisa se apresentar aos condôminos, conhecer suas


demandas, fazer com que todos saibam sua proposta de gestão e passar o
plano de metas que irá aplicar. Esse primeiro contato é muito importante, pois
os moradores são como os clientes de seu serviço e devem ser contempla-
dos com transparência sobre tudo que for proposto.

As propostas numéricas devem exibir custos e datas estipulados para a


execução tempo hábil para fazer com excelência. Cumprir os prazos se faz
mais que necessário, pois mantém credibilidade ao que foi dito e proposto. No
caso de ocorrerem mudanças no cronograma, a informação precisa ser
passada o mais breve possível.
LEGISLAÇÃO

Antes de mais nada, conheça o Código Civil, uma das peças mais importantes
para o trabalho do síndico e da vida condominial. Esse conjunto de normas
destaca os direitos e deveres dos brasileiros, incluindo seus bens e relações
no âmbito privado, sempre pautado na Constituição Nacional.

A última versão do CC entrou em vigor em 2003, contando com novas diretrizes


que modificaram a Lei que dispunha normas sobre o assunto, conhecida
como Lei 4.591/64.

Praticamente toda a rotina de um condomínio é discutida no Código Civil.


Dessa maneira, para entender suas responsabilidades e tirar as dúvidas dos
moradores, esse conjunto de normas deve estar sempre ao alcance. Se a
leitura já é importante para os moradores, ao síndico é obrigatória.

Alguns assuntos debatidos no Novo Código Civil:

• Assembleias;
• Áreas Comuns e Vagas;
• Aprovação de Obras;
• Convenção de Condomínio;
• Definição e Registro de Condomínios;
• Direitos e Deveres do Síndico;
• Direitos e Deveres dos Condôminos;
• Dívidas e Aplicação de Multas;
• Eleição e Destituição do Síndico e do Conselho.
• Seguro do Empreendimento.
Os 9 Deveres do Síndico

• Convocação de Assembleia;
• Respeitar e fazer cumprir a Convenção e Regimento Interno;
• Conservação das partes comuns;
• Representação do condomínio;
• Comunicação imediata;
• Gestão de inadimplência;
• Previsão orçamentária;
• Contratação do seguro;
• Prestação de contas.

Convocação de Assembleias

É durante a assembleia que as principais decisões sobre o futuro do


condomínio são tomadas. Cabe ao síndico organizar, mediar e guiar a reunião,
definir data, convocar os moradores.

O síndico deve realizar assembleias cumprindo o que determina a lei, mas


também tentando torná-las mais atrativas.

• Planejando o conteúdo com conselho e administradora;


• Buscando obter o compromisso da presença dos condôminos;
• Tendo em mãos a Convenção e o Regime Interno para consultas;
• Conduzindo a reunião de modo a não desviar dos assuntos pautados;
• Expondo com clareza os assuntos da pauta e ouvindo as várias opiniões
antes de colocar em votação.

Esses encontros tratam de diversos pontos preciosos para a satisfação e


bem-estar de todos e sua convocação deve ser feita corretamente. Alguns
pontos que precisam ser observados:
LOCAL
Esse encontro deve ser feito em um local neutro e de fácil acesso para todos,
o que normalmente significa dentro do próprio condomínio.

COMPORTAMENTO
Conforme a assembleia acontece, os ânimos das pessoas podem se exaltar.
Para não perder o foco, nem piorar a situação, é conveniente que o síndico
mantenha-se com postura neutra e profissional. Os problemas devem ser
resolvidos de acordo com o que disciplina o regimento interno e de maneira
justa. Para evitar distrações, siga um roteiro sobre os assuntos discutidos,
estipulando limites de tempo para tomar decisões. Assim, o encontro fica
mais organizado e produtivo.

Os 3 tipos de Assembleia

Para a convocação de uma assembléia geral (AGI, AGO ou AGE) deve ser
feito edital constando data, horário, local da reunião, ordem do dia e um
resumo da matéria a ser deliberada. O prazo para convocação é o previsto na
Convenção do Condomínio.

AGI - ASSEMBLÉIA GERAL DE INSTALAÇÃO


Serve para instalar o condomínio, discutindo a construção do prédio, nome
do condomínio, convenção, regulamento interno, eleição de síndico, subsín-
dico e conselho, aprovação da dotação orçamentária para o exercício que se
inicia, CNPJ, entre outros procedimentos.
CONVOCAÇÃO
Todos os moradores devem ser comunicados da assembleia com
antecedência (no mínimo 15 dias), assim podem se organizar para estar
presentes e estudar as pautas que serão votadas na reunião. É preciso
formalizar o convite, sendo possível enviar cartas ou mensagens por meio de
sistemas automatizados. O aviso também deve ser fixado em áreas de
circulação, como na portaria e/ou no corredor de entrada.

PERIODICIDADE
Depende do tipo de assembleia. AGO deve ser realizada anualmente para
aprovar contas e orçamentos e lidar com assuntos menos urgentes; AGE
pode ser realizada de acordo com a necessidade, pois acontece para resolver
questões pontuais.

ATA
É o documento de registro sobre o que aconteceu na reunião, como as
decisões tomadas, os problemas e novas regras levantadas. Cada condômino,
estando ou não presente, deve receber uma cópia em até 8 dias da realização
da assembleia. Alguns elementos essenciais da ata são:

• Dia, mês, ano, hora e local da assembléia;


• Lista de presença com o número do apartamento e assinatura dos presentes;
• Nome de quem presidiu e secretariou os trabalhos;
• Ordem do dia;
• Deliberações;
• Encerramento;
• Assinatura do presidente e do secretário.
LOCAL
Esse encontro deve ser feito em um local neutro e de fácil acesso para todos,
o que normalmente significa dentro do próprio condomínio.

COMPORTAMENTO
Conforme a assembleia acontece, os ânimos das pessoas podem se exaltar.
Para não perder o foco, nem piorar a situação, é conveniente que o síndico
mantenha-se com postura neutra e profissional. Os problemas devem ser
resolvidos de acordo com o que disciplina o regimento interno e de maneira
justa. Para evitar distrações, siga um roteiro sobre os assuntos discutidos,
estipulando limites de tempo para tomar decisões. Assim, o encontro fica
mais organizado e produtivo.

Os 3 tipos de Assembleia

Para a convocação de uma assembléia geral (AGI, AGO ou AGE) deve ser
feito edital constando data, horário, local da reunião, ordem do dia e um
resumo da matéria a ser deliberada. O prazo para convocação é o previsto na
Convenção do Condomínio.

AGI - ASSEMBLÉIA GERAL DE INSTALAÇÃO


Serve para instalar o condomínio, discutindo a construção do prédio, nome
do condomínio, convenção, regulamento interno, eleição de síndico, subsín-
dico e conselho, aprovação da dotação orçamentária para o exercício que se
inicia, CNPJ, entre outros procedimentos.
AGO - ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

O Código Civil obriga a realização, pelo menos uma vez por ano, da
Assembléia Geral Ordinária, na qual deve ser objeto de deliberação:

• Alterações no Regimento Interno;


• Aprovação do orçamento e despesas;
• Eleição do síndico;
• Prestação de contas;
• Valores da taxa condominial;

AGE - ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA


São realizadas sempre que a ocasião exigir, especialmente quando o tema
não puder aguardar a realização da AGO. Ex.: rateio de despesas extras,
obras, benfeitorias, modificação da Convenção e quaisquer assuntos de
interesse geral e imediato do condomínio.
Respeitar e fazer cumprir a Convenção e Regimento Interno

É preciso que o síndico cumpra e faça cumprir todas as normas da


Convenção Condominial, Regimento Interno e determinações definidas em
assembleia. Ou seja, deve atuar como fiscal do bom cumprimento das regras.

O Regimento Interno é o documento que determina o que pode e o que não


pode ser feito, de modo a garantir o bom convívio social. Sua importância
também reside no fato de que ele funciona como um modelo a ser seguido a
fim de resolver disputas. A partir da sua análise, é mais fácil arbitrar quem tem
razão em cada situação. Sua elaboração é crucial para a convivência dos
moradores e para a administração. Os principais pontos a serem observados
no documento são:

ÁREAS DE LAZER
Determina-se como as partes comuns de lazer devem ser utilizadas. Ex.: no
caso do salão de festas, vale estabelecer o processo de reserva.

VAGAS PARA VISITANTES


Alguns condomínios oferecem vagas para visitantes, seja na área externa ou
até mesmo em área de circulação, próximo às residências. É importante
definir quais as regras de utilização, para não gerar desconforto. O número de
vagas disponibilizadas deve variar de acordo com a necessidade e
característica da rotina do condomínio, priorizando a segurança do
condomínio e evitando fluxo desnecessário de pessoas nas áreas internas.
Também é necessário deliberar quem pode utilizar a vaga para visitantes,
permitindo ou não a presença de veículos de pessoas de fora do condomínio,
como prestadores de serviços.

HORÁRIO DE SILÊNCIO
Como não existe lei federal que determine horário de silêncio, o ideal é
estabelecer regras conforme os momentos em que moradores devem ter
mais cuidado com barulho. É possível limitar o horário de festas ruidosas,
assim como a audição de músicas em elevado volume. O mais comum é
definir horários muito cedo (antes das 8h da manhã) e muito tarde da noite
(depois das 22h).
MUDANÇAS E OBRAS
Devem seguir regras específicas, pois transformam a rotina do condomínio.
O regimento define em quais dias da semana podem acontecer, horários mais
adequados etc. Quanto às obras, são estabelecidos os pontos que não podem
ser modificados — como fachada —, quais necessitam de aprovação e os
horários em que os trabalhadores podem atuar.

PRESENÇA DE ANIMAIS
Delimitam-se as regras de circulação e convívio para animais, de modo que
aqueles que escolheram não ter também possam ser respeitados.

MULTAS
São necessárias para garantir que haja o cumprimento do regimento, que
define quais os valores para cada conduta indesejável. O ideal é que seja pro-
porcional a cada descumprimento estabelecido e que sejam temerosas o bas-
tante para que auxiliem a inibir comportamentos nocivos à vizinhança e ao
condomínio.
ATUALIZAÇÃO DA CONVENÇÃO: COMO MUDAR AS REGRAS?
Com o passar do tempo, as normas ficam obsoletas. Por isso, é essencial
que a Convenção do Condomínio fique sempre atualizada. A fim de solicitar a
alteração do conjunto de regras, é preciso que o síndico faça convocação de
Assembleia, onde é oficializada.

A mudança deve ser aceita por dois terços dos condôminos com votação
realizada em quórum qualificado. Então, a Convenção Condominial deve ser
revisada e registrada. Esse trabalho deve liderado pelo síndico e contar com o
auxílio da administradora,

Existem elementos que devem fazer parte da convenção do condomínio:

• Definição das áreas, incluindo o espaço comum e as unidades privativas;


• Direitos e deveres dos condôminos segundo as definições do Código Civil;
• Descrição dos custos do condomínio, incluindo manutenções, conservação,
remuneração dos funcionários, despesas relativas à água, energia elétrica etc.
• Detalhamento do fundo de reserva e suas aplicações;
• Funções do síndico e a remuneração por seu trabalho (salário ou isenção da
taxa condominial);
• Normas da convocação, procedimentos de realização e decisões tomadas
na Assembleia;
• Regras sobre a administração do empreendimento;
• Definições sobre modo e quórum necessário para eleição e destituição de
síndico;
• Diretrizes das penalidades pelo não cumprimento das regras.

Conservação das partes comuns

O síndico é responsável por deixar o condomínio em ordem, o que envolve a


conservação por meio de pinturas, reformas e manutenção. O Código Civil
determina a importância de zelar pela prestação de serviços do interesse dos
moradores, como limpeza, coleta de lixo e inauguração de novas áreas
comuns.
Representação do condomínio

O síndico deve representar o condomínio ativa e passivamente como um


todo, inclusive legalmente. Ou seja, um dos deveres é exercer esse papel em
juízo, caso solicitado. Da mesma maneira, deve atuar na defesa dos
interesses comuns de todos os condôminos.

Comunicação imediata

O síndico deve representar o condomínio ativa e passivamente como um


todo, inclusive legalmente. Ou seja, um dos deveres é exercer esse papel em
juízo, caso solicitado. Da mesma maneira, deve atuar na defesa dos
interesses comuns de todos os condôminos.

Gestão de inadimplência

A inadimplência pode comprometer o orçamento do condomínio e onerar os


condôminos pagantes. Por essa razão o síndico deve ser rápido, acionando o
devedor imediatamente na justiça, contatado o débito, objetivando equilibrar
o orçamento mensal do condomínio.

PENALIDADES PREVISTAS EM LEI.


É ilegal cortar interfone, fornecimento de água, gás e restringir o acesso
do condômino às dependências e equipamentos.

É proibido afixar listas dos devedores em áreas comuns, pois além de dificultar
a negociação do débito pode acarretar ações judiciais contra o síndico.

Descontos na dívida ou liberação de multas só é seguro realizar com


aprovação de Assembléia, caso contrário, o síndico que permitir a prática
pode até ter que repor a diferença com o próprio bolso.
Previsão orçamentária

É necessário manter as contas em ordem, acompanhar o uso dos recursos e


atuação de funcionários e prestadores de serviço, realizar obras de melhoria,
conservação, manter os serviços básicos. O orçamento é obtido por meio da
taxa de condomínio, cuja definição de valor é fundamental para garantir que
tudo possa ser financiado e comprado. Para dimensionar corretamente o
montante necessário, são analisados:

GASTOS COM ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA


As despesas com piscina, áreas de convivência, entre outros influenciam na
taxa condominial a ser paga. Para definir, é ideal utilizar a média dos valores
pagos no último ano, aplicando reajustes. Vale a pena estabelecer uma
margem de segurança para evitar que faltem recursos.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS E PESSOAL


Para que não falte dinheiro acrescente o valor dos salários, impostos e outros
direitos, como as férias e 13° salário. Contratações ligadas à segurança e
administração também devem entrar na conta.

RESERVA PARA MANUTENÇÕES E IMPREVISTOS


Um orçamento apertado não tem espaço para imprevistos, mas na realidade
de um condomínio é comum aconteçam. A manutenção é fundamental para
garantir a conservação e durabilidade dos itens e serviços. A piscina, por
exemplo, precisa ser limpa com frequência e os equipamentos eletrônicos
revisados.

Inclua todos esses possíveis custos no orçamento, criando uma margem


para a administração. Caso algo aconteça, muitas vezes não precisará
demandar de taxas extras aos condôminos.
PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
Todo o condomínio deve ter uma previsão orçamentária, ou seja, quanto pre-
tende gastar com cada elemento ou item de despesa. O síndico deve planejar
o orçamento e apresentar para discussão e aprovação na Assembléia Geral.
Com base na previsão é feito o rateio das quotas condominiais. Em seguida,
emitem-se os boletos e controlam-se os pagamentos.

ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO
• Use como base as despesas reais de meses anteriores;
• Atualize os valores conforme a inflação;
• Troque informações com síndicos de prédios vizinhos, preferencialmente
de mesmo porte;
• Se a proposta for elaborada pela administradora, peça-a cinco dias antes da
Assembléia para examiná-la atentamente;
• Apresente e discuta a proposta previamente com os conselheiros;
• Provisione uma verba entre 5% e 10% para despesas diversas e imprevistas;
• Preveja uma margem de segurança suficiente para que o caixa não fique
negativo em virtude de pequenas flutuações na economia e arrecadação;
• Se possível, faça planilhas comparativas, ou seja, coleta de três orça-
mentos, de diferentes empresas, para a realização de determinada obra ou
serviço;
• Inclua o percentual de inadimplência, afinal não é possível contar com o
pagamento total;
• Como decorrência da gestão dos valores previstos no orçamento, o síndico
assume o dever de prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigi-
das;
Contratação do seguro

Contratação de um seguro para o condomínio, que envolva riscos de incên-


dio ou destruição da edificação. A legislação exige que possua equipamentos
de proteção contra incêndio, como iluminação de emergência, hidrantes,
extintores por metro quadrado, para-raios, corrimão, caixa d’água de acordo
com a área e população do prédio, rede elétrica em perfeito estado etc.

O síndico deve chamar o Corpo de Bombeiros para verificação e orientação


da segurança do prédio.

Alertamos sobre os procedimentos do síndico com relação aos equipamen-


tos:

• Porta corta-fogo (não deve ser trancada com cadeado);


• Os equipamentos devem estar em perfeitas condições;
• Formação de brigada de incêndio;
• Extintores e mangueiras de incêndio com revisão periódica;
• Para-raios com revisão no sistema uma vez por ano;
• Revisão na instalação da rede elétrica;
• Revisão periódica nos botijões de gás e rede de gás canalizado;
• Revisão e cuidados com os elevadores;
• Pessoal treinado e habilitado para operar os equipamentos e zelar pelos
mesmos;
• Proibir depósito de volumes em frente ao hidrante;

SEGUROS
O síndico é responsável pela contratação de seguro contra incêndio e outros
sinistros, abrangendo todas as unidades, partes e objetos comuns. O prazo
para contratação é de 120 dias após o “habite-se”. Caso contrário, o condomínio
ficará sujeito à multa mensal equivalente a 1/12 do imposto predial cobrado
pela Prefeitura.
O seguro é feito com base em valores reais, em função dos custos de recons-
trução e nunca do preço comercial do edifício. Se o seguro for com valor infe-
rior ao real, o síndico poderá ser responsabilizado civil e criminalmente pela
contratação.

Tipos de apólice de seguros:

• Assalto e sequestro;
• Danos elétricos;
• Desmoronamento;
• Incêndio de bens de moradores;
• Impacto de veículos terrestres;
• Incêndio, raio e explosão;
• Morte e invalidez de empregados;
• Portões eletrônicos;
• Projétil perdido.
• Quebra de vidros e espelhos;
• Responsabilidade civil do condomínio;
• Responsabilidade civil por guarda de veículo;
• Roubo de bens de moradores;
• Roubo de bens do condomínio;
• Tumultos e greves;
• Vendaval;

Prestação de contas

O síndico precisa estar disponível para informar sobre os gastos e investi-


mentos no condomínio. Nesse sentido, é imprescindível prestar contas à
assembleia anualmente ou quando necessário.
Como reduzir os custos

A diminuição de gastos traz benefícios ao caixa, oferece possibilidades para


reformas, revitalizações e desenvolvimentos do edifício, proporcionando mais
conforto e prosperidade a todos os condôminos.

COMPREENDENDO OS GASTOS
Antes de pensar em formas de redução de taxas, o gestor necessita ter um
amplo conhecimento a respeito dos gastos do condomínio. Os custos fixos
costumam ser divididos da seguinte maneira:

45% com despesas de folha de pagamento, como salários e encargos


30% com despesas de água, luz, gás e telefone.
15% com contratos de manutenção, elevadores, bombas e seguros
10% com despesas administrativas, bancárias, fundos de reserva e peque-
nos reparos.

DICAS DE SÍNDICOS PROFISSIONAIS

• Aproveite água de reuso;


• Atenção às horas extras dos funcionários;
• Em dias quentes desligue o aquecedor da piscina;
• Monitore os produtos de limpeza e o uso de diluidores;
• Troque lâmpadas incandescentes comuns por lâmpadas de led;
• Entre em contato com as empresas contratadas negocie os reajustes;
• Invista em controles informatizados de ponto e mecanismos eletrônicos de
automatização de serviços.
Como lidar com os conflitos

Você já se imaginou tendo que interferir em briga de vizinho? O síndico é


chamado para amenizar ou interferir em uma confusão.

Embora resolver brigas de vizinhos não seja verdadeiramente a função de um


síndico, este trabalha para a ordem e que as regras do condomínio sejam
cumpridas . Para isso, é necessário ter calma, paciência e se fazer presente. O
ideal é incentivar o diálogo e tentar resolver o problema de maneira amigável.

Se o vizinho não demonstrar boa vontade e infringir as normas do condomínio,


recomenda-se formalizar o comunicado através de notificação. Caso não seja
suficiente, a prejudicada pode procurar o Juizado Especial Cível e a justiça irá
decidir sobre a melhor alternativa.
Dicas para um Síndico Eficaz

TENHA UMA ROTINA BEM ESTABELECIDA


Defina quanto tempo vai ter para fazer as atividades necessárias dentro do
seu condomínio. Leve em consideração que há tarefas que não fazem parte
da administração do condomínio, que você precisará fazer em seu dia a dia.
Tenha uma rotina bem estabelecida e saiba quanto tempo usará para cada
tarefa.

CONVERSE COM OS MORADORES


Acompanhar de perto a rotina do condomínio é importante para ver suas
necessidades. Converse com os moradores, procure entender as dificuldades
de cada um, diga quando e como vai resolver os problemas. Caso seja
necessário cortar temporariamente alguns serviços, como água e energia,
avise os moradores com antecedência. Assim poderão se programar e não
serão afetados pelas melhorias que serão feitas.

ENTENDA A LEGISLAÇÃO E ESTABELEÇA BOAS NORMAS INTERNAS


As ações do síndico devem ser tomadas dentro do que exige a legislação.
Assim evita problemas e será mais fácil para os moradores seguirem as
normas estabelecidas. Verifique o perfil dos moradores e procure meios de
definir regras que facilitem a convivência no condomínio.

DEFINA METAS
Para conseguir ver os seus resultados é preciso que as metas sejam bem
definidas. Isso vai ajudar a você e os moradores saberem qual é o ideal do
condomínio. Também fica mais fácil com que as pessoas tenham paciência
para aguardar a hora certa de ter um problema resolvido. Afinal, saberão que
a resolução do problema vai acontecer e não terão mais dúvidas ou desconfianças.

ACOMPANHE OS RESULTADOS
Acompanhe os resultados das suas ações. Isso ajuda você a ver como as
coisas melhoraram e a não desanimar das atividades como síndico. Procure
meios de sempre mostrar aos condôminos os resultados obtidos, o que ajuda
as pessoas a verem como estão sendo gastos os recursos do condomínio e
a colaborarem durante a sua gestão.
Conclusão

Chegamos até aqui. Você já se sente mais preparado para atuar como síndico?
Assumir esse papel é um grande desafio, pelo número de responsabilidades.

Um dos principais conselhos é se rodear de um bom conselho, empresas de


confiança e fornecedores que ajudem em sua rotina. Defina objetivos e faça
acompanhamentos constantes sobre resultados e entregas da equipe.

Nunca se esqueça de continuar se desenvolvendo, busque sempre por


informação, leia jornais, acompanhe sites importantes e continue
acompanhando o site e as redes sociais do escritório Lobão Advogados
Imobiliários. Esses veículos te oferecem suporte para tomar melhores
decisões e reforçam que você não está sozinho nesse grande desafio!

Fique próximo dos moradores, se envolva na rotina do condomínio e


demonstre seu interesse em mudar a vida de todos para melhor. Com isso, a
confiança deles se tornará certa, assim como a construção de sua reputação.

Busque ainda um planejamento acertado a fim de, assim, entregar um


serviço muito acima do esperado. E sempre que precisar de ajuda, pode
contar com Lobão!
DICAS DE LIVROS

Assembleias de Condomínios – Aspectos Jurídicos (Walter João Jorge Jr.), livro


digital.
Sinopse: A obra analisa os aspectos jurídicos envolvendo as assembleias de condo-
mínios edilícios. Nestes empreendimentos, consistentes em aglomerados de direitos
e deveres, existem diversos interesses individuais e conflitantes sobre as áreas priva-
tivas e comuns. Logo, é de se estabelecer mecanismos de controle e organização
deste sistema, o que se dá, principalmente, com as assembleias de condôminos,
meio mais eficaz de controle condominial.

Direito Condominial Contemporâneo (Organização: Amanda Lobão Torres & Suse


Paula Duarte Cruz Kleiber), editora Liber Arts.
Sinopse: Essa obra coletiva se dedica à análise dos mais variados e relevantes
aspectos ao público formado por acadêmicos, advogados, magistrados, membros do
Ministério Público e todos aqueles que tenham interesse na análise técnica de rele-
vantes questões de direito condominial.

Gestão de Condomínio: Direto ao assunto (Mário Tabosa Filho & Mayra Tabosa),
Editora Senac.
Sinopse: Livro destinado a síndicos, condôminos, inquilinos, administradores, acadê-
micos e curiosos que desejam um caminho eficiente para a melhoria da qualidade de
vida e social de um condomínio. A atuação do autor, como administrador de condomí-
nios, evidenciou a necessidade de tornar mais claras, objetivas e acessíveis às infor-
mações para uma boa gestão condominial, sintetizando as informações e tornando-
-as práticas e aplicáveis.

Manual para Síndicos, Membros de Conselho e Administradores em 323 pergun-


tas e respostas (Zulmar José Koerich Jr.), Scortecci Editora.
Sinopse: Dirigido a síndicos, administradores e gestores, este livro apresenta um
completo manual para consulta sobre o cotidiano da vida em condomínio, abrangen-
do os assuntos de grande dificuldade e controvérsia. Com isso, procura dar subsídios
à tomada de decisão em temas que causam dúvidas até mesmo em profissionais
experientes.

Revolucionando Condomínio (Rosely Benevides Schwartz), editora Saraiva.


Sinopse: Fruto de pesquisas e da experiência adquirida nas consultorias realizadas
em condomínios por Rosely B. O. Schwartz, este trabalho fornece o conhecimento
preliminar de tópicos que envolvem um condomínio. A obra apresenta das leis que
vigoram até os modelos de convenção e regulamento interno, com um capítulo dedi-
cado às dúvidas de moradores e síndicos.
Você já conhece o SINDIFLIX?
Toda semana um vídeo novo!
Esclarecemos suas dúvidas por aulas
rápidas, explicativas e objetivas!

Quero conhecer!

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