Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONDOMINIAL
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
L732g
ISBN 978-65-5646-273-8
ISBN Digital 978-65-5646-272-1
1. Aspectos financeiros em condomínios. - Brasil. II. Centro
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 650
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Despesas Condominiais.................................................................. 7
CAPÍTULO 2
Aspectos Financeiros Em Condomínios I.................................. 39
CAPÍTULO 3
Aspectos Financeiros Em Condomínios I.................................. 71
APRESENTAÇÃO
A gestão de condomínios por si só não é uma tarefa fácil. Um dos quesitos para
a organização do condomínio é possuir uma boa saúde financeira. Como o síndico
e sua equipe poderão identificar que caminho estão trilhando? Um passo inicial é
conhecer as despesas do condomínio e as obrigações para, então, começar a avaliar
se o montante que vem sendo gasto corresponde ao que o condomínio gostaria de
ter como despesas rotineiras e como despesas de melhoramento da edificação.
É muito comum, nas reuniões de condomínio, que haja variadas ideias para os
mais diversos problemas ou ideias somente com o intuito de se ter uma melhoria
na edificação e no dia a dia dos moradores. Com o hábito da precificação dessas
ideias e, por conseguinte, com a explicação de quanto isso impactará no ‘bolso’ do
condômino, fica mais fácil chegar a um consenso sobre o que deve ser trabalhado.
Sair cortando gastos não é algo esperado de uma gestão condominial cons-
ciente. Outro ponto relevante nesse tipo de discussão é a existência de imprevis-
tos. Claro que uma manutenção preventiva bem realizada é um balizador para
despesas inesperadas. Quanto mais as manutenções são realizadas de forma
contundente, menor a chance de ocorrer uma despesa urgente, inesperada, mas,
fatalmente, essas despesas acontecerão. Não tem para onde correr.
8
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A gestão financeira em condomínios não é muito diferente da gestão finan-
ceira que já vivenciamos no nosso dia a dia, seja na empresa onde trabalhamos
ou nas nossas finanças pessoais. A consciência de que a receita precisa ser sufi-
ciente para cobrir os gastos é essencial para que haja uma administração condo-
minial de sucesso.
9
GestÃo Financeira CondominiaL
2 GESTÃO FINANCEIRA EM
CONDOMÍNIOS: UMA INTRODUÇÃO
Uma boa gestão condominial perpassa por uma boa gestão financeira. Neste
capítulo, entenderemos como funcionam as principais despesas do condomínio,
bem como o seu plano de contas. Assim, teremos uma noção introdutória sobre a
gestão financeira condominial.
10
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
Então, quanto mais os moradores tiverem essa consciência, mais farão o pos-
sível para não se tornarem inadimplentes. Na figura a seguir, podemos observar o
fluxo que um condomínio deve obedecer para que não haja inadimplência. Primei-
ramente, a informação dos boletos, depois, caso haja inadimplência, a cobrança
dos valores, e, se ainda for necessário, a cobrança dos valores judicialmente.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:TIPS_pay-
ment_processing.png>. Acesso em: 11 ago. 2021.
11
GestÃo Financeira CondominiaL
Schwartz (2017) aponta que nos dias de hoje temos um desafio, que é viver
em sociedade como um grupo, mas com condomínios e casas cheios de muros.
O objetivo de um condomínio é prover um ambiente seguro, com o mínimo de
gastos e, ao mesmo tempo, com conforto, sem que a individualidade dos morado-
res seja comprometida. É um verdadeiro desafio que está presente e no bojo da
atividade do síndico.
12
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fra%C3%A7%-
C3%A3o_Equivalente.gif>. Acesso em: 11 ago. 2021.
13
GestÃo Financeira CondominiaL
se tornar alarmante caso não seja tomada nenhuma atitude de imediato. Ninguém
gosta que a taxa condominial aumente acima da inflação. Muitas vezes, isso nem
é possível. Os moradores alegam que seus salários não estão sendo reajustados,
portanto, não querem reajustar as contas condominiais.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Black_Cartoon_Woman_Holdin-
g_A_Bunch_Of_Money_While_Using_The_Computer.svg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
14
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mo-
ney-2180330_1920.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
15
GestÃo Financeira CondominiaL
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
16
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
17
GestÃo Financeira CondominiaL
Uma ação que o síndico pode realizar é uma pesquisa nos condomínios edilí-
cios nas redondezas para avaliar como que a taxa atual do condomínio se situa em
relação aos demais. Essa atitude é relevante para que haja uma comparação entre
os gastos e assim pode ser um balizador para a tomada de decisão do síndico.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mo-
ney_in_hands.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
Schwartz (2017, p. 35) recomenda quatro ações que devem ser adotadas
pelos moradores para que haja uma boa gestão condominial:
18
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
Veja que um condomínio que está com as suas manutenções prediais em dia
possui uma necessidade mínima, mas os imprevistos sempre ocorrem. O síndico
deve ficar atento para que despesas que sejam de rotina não se transformem em
despesas emergenciais. Isso evidenciará a falta de planejamento e organização
da administração do condomínio.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:-
Grues_de_chantier.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
19
GestÃo Financeira CondominiaL
O ideal é que o montante relativo ao fundo de reserva fique sempre bem des-
tacado para que possa ser usado em situações emergenciais.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sta-
ck_of_coins_0214.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
20
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
21
GestÃo Financeira CondominiaL
As despesas que o condomínio deve se ater são aquelas que estão na área
comum. Essas despesas são objeto de rateio entre os condôminos e essa divisão
ocorrerá conforme a cota de cada morador. As despesas do condomínio servirão para
manter em dia o funcionamento operacional do condomínio (VENOSA; WELL, 2021).
Você deve estar se perguntando quais são as despesas que estão incluí-
das nessa definição, certo? Algumas das despesas que estão incluídas nesse rol
são as despesas com energia elétrica, água, material de limpeza, manutenção e
conservação de equipamentos, salários e despesas com funcionários. Há uma
variação dessas despesas de condomínio para condomínio, mas não muda muito.
Por exemplo, em alguns condomínios, não há a despesa com água, pois os hi-
drômetros são individualizados e, em outros, há energia solar e isso significa que
a conta de energia elétrica ficará menor, embora haja a necessidade, ainda, de
haver a energia elétrica funcionando normalmente.
22
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
FONTE: <https://www.sindiconet.com.br/informese/tabela-ordinarias-x-extraor-
dinarias-administracao-divisao-de-despesas>. Acesso em: 11 ago. 2021.
23
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6d/
Agreeing_on_him.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
24
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Debt_-_
The_Noun_Project.svg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
25
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: A autora
Outro ponto de análise é como lidar com as controvérsias sobre quem deve pa-
gar qual tipo de despesa. Como não há um consenso e cada condomínio possui as
suas particularidades, então é sempre importante que o condomínio tenha no fundo
de reserva um valor que seja suficiente para arcar com despesas inesperadas.
26
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
27
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Contabili-
dadeFuggerkontor.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2021.
A seguir, você observará um plano de contas que poderá ser adaptado para
a sua realidade condominial. Schwartz (2017) apresenta um modelo de plano de
contas que pode ser adotado pelo condomínio.
28
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
29
GestÃo Financeira CondominiaL
31
GestÃo Financeira CondominiaL
32
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
33
GestÃo Financeira CondominiaL
34
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
Outro ponto que você pode estar se questionando e que é muito recorrente
na vida do condomínio é sobre a contratação de serviços. Contratar de empresas
ou de profissionais autônomos? Para responder a esse questionamento, é preciso
saber qual será o valor da retenção para cada um – empresa e profissional autô-
nomo. Silva e Silva (2018) alertam que isso dependerá do valor da prestação do
serviço. Então, siga as instruções a seguir que os autores Silva e Silva (2018, p.
7) desenvolveram para que você tome a melhor decisão. Verifique:
Para este tipo de contrato, devem ser observados ainda alguns req-
uisitos que são básicos:
IV. Elaborar um Contrato de Prestação de Serviços;
V. Consulte trabalhos anteriores e clientes já atendidos
pelo profissional;
VI. Solicite ao contratado, que forneça o número do seu
registro no INSS;
VII. Mantenha no condomínio uma ficha de cadastro básico
do prestados do serviço, no qual deve conter:
a) Nome Completo
b) Endereço
35
GestÃo Financeira CondominiaL
36
Capítulo 1 DESPESAS CONDOMINIAIS
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, estudamos as despesas condominiais e a diversidade de
suas nuances. Primeiramente, fizemos uma introdução à gestão financeira, pro-
priamente dita, em condomínios. Muitos problemas enfrentados pelos síndicos
são derivados de uma má gestão financeira.
37
GestÃo Financeira CondominiaL
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispõe sobre o condomínio
em edificações e as incorporações imobiliárias. Brasília, DF: Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, 16 dez. 1964. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l4591.htm. Acesso em: 12 ago. 2021.
38
C APÍTULO 2
ASPECTOS FINANCEIROS EM
CONDOMÍNIOS I
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
40
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Continuamos o nosso estudo sobre a gestão financeira em condomínios. Nes-
te capítulo, estudaremos a previsão orçamentária e isso quer dizer que aprendere-
mos a elaborar uma previsão orçamentária que atenda às necessidades do con-
domínio para a gestão do síndico. Não é uma tarefa trivial, uma vez que uma das
partes mais relevantes é o controle daquilo que foi aprovado na assembleia geral
ordinária. Assim, o síndico deverá seguir o plano de gastos conforme a aprovação.
2 PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA DO
CONDOMÍNIO
A previsão orçamentária é uma atividade que pode ocorrer anualmente, con-
forme Código Civil, Art. 1.350. O ideal é que ocorra de forma anual, pois a dinâmica
das despesas pode se alterar e, assim, os condôminos estarão cientes de maneira
recorrente como os gastos do condomínio estão se comportando. Conforme o Arti-
go 1.350 do Código Civil: “Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembleia
dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento
das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas e, eventu-
almente, eleger o substituto e alterar o regimento interno” (BRASIL, 2002).
41
GestÃo Financeira CondominiaL
gasto dos últimos 12 meses foi de R$ 120.000,00, então podemos aplicar como
índice de reajuste de preços o IPCA de, por exemplo, 5%. Assim, a previsão do
gasto total ficará em R$ 126.000,00.
Existem despesas que são reajustadas por um índice superior, como é o caso
das despesas com os funcionários, uma vez que estão suscetíveis aos acordos
coletivos. O síndico e a sua assessoria precisam prever esse reajuste na previsão
orçamentária para evitar problemas no futuro.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mo-
ney-1078267_640.jpg>. Acesso em: 12 ago. 2021.
42
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Reuni%C3%A3o_com_estudantes_in-
ternacionais,_no_Porto_(Esquerda.Net_50638546151).jpg>. Acesso em: 12 ago. 2021.
43
GestÃo Financeira CondominiaL
uma redução nos gastos na medida do possível. Perceba que esse processo é
dinâmico. Portanto, deve ser constantemente vigiado e revisado.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Doub-
le_money_back.jpg>. Acesso em: 12 ago. 2021.
44
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
Agora que já temos o plano de contas e os gastos do ano anterior, bem como
o período de projeção dos gastos, que normalmente é de um ano, já podemos
aplicar os índices de reajuste para cada despesa. Quando o síndico estiver com
as despesas elencadas em mãos, precisará separar as despesas ordinárias, que
compõem o gasto normal do condomínio, daquelas despesas eventuais. Essa se-
paração é importante para dimensionar adequadamente a previsão orçamentária
para o próximo ano.
45
GestÃo Financeira CondominiaL
e essa entrada não ocorrer. Naturalmente, haverá falta de recursos para cobrir
os compromissos mensais do condomínio. Schwartz (2017) alerta que, caso o
montante de inadimplência seja recorrente, é bom considerar uma receita menor
do condomínio, porém, se há acordos e o valor é recomposto, então não é preciso
considerar essa receita como não recebida na previsão orçamentária.
46
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
47
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mo-
ney_atm.svg>. Acesso em: 12 ago. 2021.
48
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
49
GestÃo Financeira CondominiaL
50
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
51
GestÃo Financeira CondominiaL
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
3 DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
E FLUXO DE CAIXA NOS
CONDOMÍNIOS
Agora, estudaremos os demonstrativos financeiros e o fluxo de caixa nos
condomínios. Um bom domínio sobre esses demonstrativos permitirá que o sín-
dico e os demais usuários do condomínio possam rapidamente ter uma visão ge-
rencial da administração condominial. Vamos começar pela conta-corrente.
52
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
FIGURA 8 – CONTA-CORRENTE
53
GestÃo Financeira CondominiaL
54
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
55
GestÃo Financeira CondominiaL
56
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
57
GestÃo Financeira CondominiaL
Não é uma tarefa trivial o controle das finanças do condomínio, mas um bom
conjunto de ferramentas para o dia a dia e a manutenção da rotina de verificação
dos saldos farão com que a análise e o uso dos recursos financeiros se tornem
uma atividade mais tranquila. Assim, o síndico poderá trazer bons resultados para
uma boa gestão condominial.
O condomínio pode ter o controle pelo fluxo de caixa. Silva e Silva (2018, p.
9) apontam que:
58
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
59
GestÃo Financeira CondominiaL
4 FOLHA DE PAGAMENTO EM
CONDOMÍNIOS
A folha de pagamentos em condomínios é uma das despesas que requer
bastante cuidado, pois é uma rubrica relevante em relação ao total gasto pelo
condomínio e inclusive é alvo de constantes questionamentos pelos moradores.
Por isso, é necessário que o síndico esteja bem ciente dos gastos que a con-
tratação e a manutenção de um funcionário geram ao condomínio. Geralmente,
podemos dizer que quanto mais funcionários o condomínio tiver sob a sua gestão,
maior será a taxa ordinária condominial.
60
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Workers_ins-
talling_shutters.jpg>. Acesso em: 12 ago. 2021.
61
GestÃo Financeira CondominiaL
62
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
7º Descontos
INSS – o desconto é feito conforme a faixa salarial. Neste exemplo, o valor
do desconto de INSS é de 9%.
9% = 9/100 = 0,09
Desconto INSS = base de cálculo para INSS x alíquota do INSS
Desconto INSS = 1.744,93 x 0,09 = R$ 157,04
Imposto de Renda – no nosso exemplo, o funcionário é isento.
Adiantamentos – é permitido adiantar até 40% do salário. No nosso exemplo,
o empregado terá R$ 520,00 de vale.
Vale-transporte – o valor de desconto permitido por lei é de 6% calculado
sobre a base do salário.
Vale-transporte = [(base do salário/dias do mês)x dias úteis]x 6%
Vale-transporte = [(1.300,00/31)x25] x 6% = R$ 62,90
Total dos descontos = INSS + adiantamento + IRRF + vale-transporte + faltas
Total dos descontos = 157,04 + 520,00 + 0 + 62,90 + 86,67 = R$ 826,61
8º Salário-família
As cotas do salário família são definidas pela Previdência Social. Têm direito
a receber o benefício os empregados com filhos de até 14 anos. No nosso exem-
plo, o empregado possui dois filhos menores de 14 anos. Como o salário dele é
superior a R$ 1.292,43, então não recebe salário-família.
63
GestÃo Financeira CondominiaL
64
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
5 DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS
O Artigo 1.332 do Código Civil afirma que o condomínio está constituído com
o registro imobiliário, mas não chega a discriminar os documentos necessários.
Essa situação também ocorre com a Lei dos Registros Públicos, mas informa que
o primeiro documento necessário para a instituição do condomínio é o “habite-
-se”, fornecido pela Prefeitura do município de localização do imóvel (VENOSA;
WELLS, 2021). Leia, a seguir, o Artigo 1.332 do Código Civil:
65
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Docu-
ments_(6998927329).jpg>. Acesso em: 12 ago. 2021.
66
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
67
GestÃo Financeira CondominiaL
68
Capítulo 2 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, estudamos a previsão orçamentária do condomínio e vimos
que esta requer cuidado e estudo das despesas por, pelo menos, doze meses
para que haja uma base de projeção fundamentada. Os condomínios precisam
de um controle diário das suas despesas e mesmo que eventualmente em algum
mês haja um gasto superior ao previsto, no mês seguinte, pode ser compensado
por uma redução nos gastos equivalentes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília,
DF: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 10 jan. 2002. Disponível
em: https://bit.ly/3j0yy4S. Acesso em: 13 ago. 2021.
69
GestÃo Financeira CondominiaL
70
C APÍTULO 3
ASPECTOS FINANCEIROS EM
CONDOMÍNIOS I
72
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Continuamos o nosso estudo sobre a gestão financeira em condomínios.
Neste capítulo, estudaremos a inadimplência e a cobrança condominial. É bem
recorrente esse tema no dia a dia do síndico. Uma boa gestão de cobrança evita,
no futuro, dores de cabeça com inadimplência da taxa condominial.
2 INADIMPLÊNCIA E COBRANÇA
CONDOMINIAL
A inadimplência é um risco que deve ser sempre monitorado pelo síndico. A
inadimplência decorre do não pagamento da taxa condominial, seja ela ordinária
ou extraordinária. As despesas do condomínio são custeadas por meio do paga-
mento do rateio, que foi estabelecido na previsão orçamentária aprovada na AGO
(Assembleia Geral Ordinária). Então, quando nos deparamos com a situação em
que há um elevado grau de inadimplência, temos a possibilidade de o condomínio
deixar de cumprir com as suas obrigações.
73
GestÃo Financeira CondominiaL
Ainda sobre o tema inadimplência, cada condômino deverá pagar a taxa or-
dinária ou a taxa extraordinária, independentemente de haver cobrança ou não.
Leia a jurisprudência sobre o tema:
74
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Squa-
re_Cash_app_logo.svg>. Acesso em: 13 ago. 2021.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Exchange_Money_Con-
version_to_Foreign_Currency.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Outro ponto relevante é a forma de cálculo dos juros. Os juros devem ser
calculados na forma de pro rata. Como assim? Isso significa que os juros devem
ser calculados sobre o número de dias do débito em aberto e não sobre os me-
ses. Dessa forma, o juro mensal deve ser dividido por 30 e aplicados os juros para
cada dia corrente da dívida existente.
75
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: <https://blog.toroinvestimentos.com.br/juros-simples-e-com-
postos-como-calcular-formula>. Acesso em: 13 ago. 2021.
76
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
Outro ponto de destaque é uma atitude que alguns síndicos são instados a
tomar: o aumento da taxa condominial em função do aumento da inadimplência.
Schwartz (2017, p. 129) aponta que:
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mo-
ney_ball.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2021.
77
GestÃo Financeira CondominiaL
78
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
79
GestÃo Financeira CondominiaL
3 SEGUROS EM CONDOMÍNIOS
Estudaremos, agora, sobre os seguros em condomínios. A Resolução CNSP
nº 218, de 2010, estabelece os critérios para a estruturação do seguro obrigatório
de condomínio. A obrigatoriedade da contratação do seguro da edificação fica de-
terminada pela Lei nº 4.591/1964, parágrafo único do Artigo 13.
80
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:GHS_Haz-
Mat_Safety_Labels.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Com relação ao seguro, o síndico deve incluir o valor nas despesas para se-
rem rateadas e comporem a taxa ordinal do condomínio. Veja, a seguir, as princi-
pais características que devem ser observadas pelo síndico no momento da con-
tratação do seguro:
81
GestÃo Financeira CondominiaL
Não existe exceção: todo condomínio deve ter seguro. No entanto, você pode
estar se perguntando: quando o condomínio deve contratar o seguro? O seguro
deve ser contratado a partir da concessão do habite-se. No caso de condomínios
horizontais, apenas as áreas comuns devem ser seguradas.
82
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
Existe uma série de itens que não estão incluídos na cobertura do seguro.
Schwartz (2017, p. 52) aponta uma lista desses itens:
83
GestÃo Financeira CondominiaL
2 Quais são os pontos que não precisam ser atendidos pelo seguro?
R.:____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
84
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
4 PRINCIPAIS PROBLEMAS
ENFRENTADOS NA GESTÃO
CONDOMINIAL
Viver em condomínios é uma realidade para a vida residencial nos grandes
centros urbanos do Brasil, e, juntamente à praticidade da vida em condomínio, há
os problemas de se viver coletivamente. Por isso, falaremos, agora, dos principais
problemas enfrentados nos condomínios.
85
GestÃo Financeira CondominiaL
Como temos estudado, o não pagamento das taxas acarreta uma série de pro-
blemas ao condomínio. O síndico, então, passa a ter problemas com o pagamento
das suas contas. Ademais, o caixa do condomínio passa a ficar desfalcado e os
demais condôminos precisarão pagar um valor maior por causa dos inadimplentes.
86
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
O síndico não pode estar inadimplente. Não seria apropriado. Então, espe-
ramos que o condômino inadimplente não se candidate a síndico. Outra forma de
observar essa questão é que um síndico não pode se candidatar se estiver des-
respeitando a Convenção do condomínio.
FONTE: <https://www.dreamstime.com/royalty-free-stock-photo-too-
-late-no-payment-image8528765>. Acesso em: 13 ago. 2021.
As taxas condominiais devem ser cobradas e existe um rito para isso. Pri-
meiro, é preciso enviar uma taxa de cobrança e, se não houver resposta ou pos-
sibilidade de acordo, vai para a cobrança jurídica, que enviará mais uma carta de
cobrança. Depois disso, é proposta uma ação judicial.
87
GestÃo Financeira CondominiaL
88
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
89
GestÃo Financeira CondominiaL
FONTE: <https://www.dreamstime.com/unemployment-asian-woman-
-looking-saving-account-book-no-money-expenses-payment-deadline-
-calendar-desk-image135102743>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Outra dúvida que ocorre é sobre o prazo de direito da ação, que no Código
Civil é de dez anos. Portanto, isso significa que a prescrição ocorreria nesse pra-
zo. Entretanto, a justiça já pacificou entendimento de que as cotas condominiais
são dívidas líquidas e constantes de instrumento público, então o prazo de pres-
crição para a cobrança de taxas condominiais é de cinco anos.
90
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
91
GestÃo Financeira CondominiaL
92
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
FONTE: <https://www.dreamstime.com/street-sign-to-autonomy-di-
rection-way-image222217914>. Acesso em: 13 ago. 2021.
Agora, vale fazer uma ressalva aqui. Nem sempre o síndico deve fazer tudo.
Por exemplo, contratar serviços que comprometam o equilíbrio das contas, não
renovar documentos obrigatórios, deixar de pagar compromissos do condomínio,
usar o fundo de reserva para pagar as contas do dia a dia etc. Essas atividades
listadas não podem ser feitas pelo síndico. Ele deve ficar atento para não cometer
deslizes desse gênero na gestão das finanças do condomínio.
93
GestÃo Financeira CondominiaL
94
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
95
GestÃo Financeira CondominiaL
96
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
5 PRESTAÇÃO DE CONTAS E
AUDITORIA CONDOMINIAL
O Artigo 1.348 do Código Civil afirma que o síndico deve prestar contas à
assembleia anualmente e quando exigidas. Portanto, a prestação de contas é pri-
mordial para uma boa gestão condominial (VENOSA; WELLS, 2021).
O síndico deve cuidar do patrimônio das pessoas, que é o edifício, e isso sig-
nifica que as contas do condomínio devem estar em dia, porém, quando isso deve
ser feito? Quando houver a assembleia geral ordinária e de forma anual. Isso não
impede de haver uma análise mensal. Inclusive, é a prática mais apropriada, pois,
assim, se for identificada alguma inconsistência, ações já podem ser tomadas.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Au-
diting440.jpg>. Acesso em: 13 ago. 2021.
97
GestÃo Financeira CondominiaL
Venosa e Wells (2021) alertam que pode haver descrença sobre as contas
do condomínio, então, nesse caso, é bom que haja uma assembleia para que
todas as dúvidas sejam esclarecidas. A comunicação é essencial para uma boa
gestão condominial. A administração dos recursos é o principal alvo de suspeitas,
então quanto mais claras as informações estiverem, melhor. A insatisfação dos
condôminos na prestação de contas pode ensejar na destituição do síndico, con-
forme postula o Artigo 1.349 do Código Civil. Leia, a seguir, o artigo:
98
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
Falaremos, agora, sobre a auditoria nos condomínios, mas, antes disso, va-
mos ao conceito de auditoria. Silva e Silva (2018, p. 14) apontam que:
99
GestÃo Financeira CondominiaL
a) Instauração.
b) Planejamento.
c) Execução.
d) Relatório.
e) Acompanhamento.
100
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
• o atendimento à Convenção;
• se as certidões do condomínio e da administradora
estão regularizadas;
• valida os saldos (comparativo entre o extrato bancário
e o demonstrativo apresentado pela administradora);
• se os gastos estão de acordo com as aprovações as-
sembleares;
• se a cobrança está sendo realizada corretamente pela
fração ideal;
• se todos os impostos e guias foram pagos de maneira
adequada etc;
• a existência, ou não, de demandas judiciais e pos-
itivação do condomínio em cadastro de maus pa-
gadores, como o Serasa.
101
GestÃo Financeira CondominiaL
Com relação aos controles que podem ser feitos no fluxo dos recursos finan-
ceiros, temos alguns voltados para o controle de caixa dos condomínios:
102
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, estudamos a inadimplência e a cobrança das taxas ordiná-
rias do condomínio e vimos que requerem atenção por parte do síndico. A ina-
dimplência deve ser mínima para que o síndico possa atuar de maneira fiel às
necessidades do condomínio. As despesas do condomínio possuem uma base de
referência que não costuma mudar muito, portanto, uma inadimplência elevada
prejudicará a gestão financeira do condomínio.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. R. de; BORTOLI, D.; SOUZA, J. V. de. A contabilidade e a
auditoria na gestão dos condomínios como forma de auxiliar a transparência e a
prevenção de fraudes: estudo de caso em condomínios de Florianópolis. Revista
Empreendedorismo e Sustentabilidade, [s. l.], v. 1, n. 1, 2015.
104
Capítulo 3 ASPECTOS FINANCEIROS EM CONDOMÍNIOS I
105