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CONDOMÍNIOS
1ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
S586i
ISBN 978-65-5646-415-2
ISBN Digital 978-65-5646-410-7
1. Engenharia civil. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo
da Vinci.
CDD 624
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Processos Iniciais.......................................................................... 7
CAPÍTULO 2
Entendendo o Processo de Implantação
de Um Condomínio......................................................................... 53
CAPÍTULO 3
Demandas Iniciais De Um Condomínio......................................... 99
APRESENTAÇÃO
O objetivo deste Livro é apresentar as principais demandas que estão pre-
sentes em um processo de implantação condominial. Por mais simples que pare-
ça, essa tarefa exige um entrelaçamento entre questões jurídicas, financeiras, de
pessoal, e de manutenção e engenharia. Por isso, o objetivo do Livro é de servir
manual básico para um processo de tomada de decisão mais acertado.
Espero que você consiga entender pelo menos uma parte do universo que
cerca a implantação condominial e que este Livro se torne uma leitura agradável.
Bons estudos!
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Capítulo 1 Processos Iniciais
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Entender a dinâmica da implantação de um condomínio não é um proces-
so simples. Existe uma rede que precisa atuar de forma interdependente para
que isso de fato ocorra com eficiência. No Capítulo 1, vamos nos ater a questões
fundamentais sobre a implantação de condomínios. O objetivo é entender como
funciona o processo de implantação de condomínios, começando com o embasa-
mento legal desde a constituição do condomínio até o processo de vistoria.
Por mais que boa parte dos temas iniciais estejam abarcados nesse capítulo,
ainda existe muito conhecimento e especificação disponível que deve ser busca-
da, ou seja, as informações aqui desenvolvidas não devem ser vistas como única
fonte de consulta. Deve-se compreender cada um dos assuntos propostos e, prin-
cipalmente, ter a capacidade de transferir esses conhecimentos para a prática.
Todos os temas são de fundamental importância e retratam a prática diária dos
projetos de implantação condominial.
2 IMPLANTAÇÃO CONDOMINIAL
Uma implantação condominial é quando um condomínio inicia a sua vida, ou
seja, é quando um condomínio é entregue pela construtora e começa a receber
os seus condôminos. A instalação do condomínio é o momento da escolha dos
primeiros administradores condominiais, que serão responsáveis pelo andamento
do novo condomínio. Como já foi frisado, a instalação do condomínio não deve
ser vista como uma tarefa reducionista ou de forma simplista.
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Instalação de Condomínios
Nesse sentido, faremos uma breve análise, tomando como exemplo um con-
domínio de porte médio de 100 unidades, no qual existem muitas famílias que, as-
sim que liberado o condomínio, já desejam efetuar a mudança. O síndico começa
a ser bombardeado por uma série de questionamentos:
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Capítulo 1 Processos Iniciais
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Instalação de Condomínios
mistos, nos quais há uma parte que é residencial e outra parte que é comercial.
Sobretudo, além das áreas privativas, os condomínios devem possuir uma área
de uso comum a todos, conforme prevê a lei:
FONTE: O Autor.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
A figura acima deixa claro que são três documentos necessários: o Habite-
-se, a Minuta de Convenção Condominial e a Certidão Negativa de Débitos do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesse sentido, analisaremos cada um
desses documentos e entender sua importância.
2.2.1 Habite-se
Para iniciar com o processo de criação de um condomínio, o primeiro do-
cumento necessário é o auto de conclusão de obra, mais conhecido como Ha-
bite-se. Esse documento é uma certidão emitida pela prefeitura local, na qual se
atesta que a construção seguiu todas as exigências legais estabelecidas pelo mu-
nicípio, como o código de obras.
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Instalação de Condomínios
Até pelo fato de ser confeccionado pela construtora, nem sempre a minuta de
convenção expressa a vontade da maioria. Uma minuta de convenção condominial
deve conter todos os requisitos exigidos nos artigos 1.332, 1.334 e 1.351 do Códi-
go Civil. Na minuta, devem estar descritas a discriminação de cada unidade com
todas as suas áreas, as frações ideais de cada unidade, a finalidade do condomínio
e das suas unidades, se são residenciais ou comerciais. A minuta de deve conter,
também, a forma de administração do condomínio, seja por meio de síndico mora-
dor, profissional ou por administradora; as competências de cada assembleia, bem
como o formato de convocação, os quóruns exigidos para cada deliberação e, tam-
bém, as sanções as quais os condôminos estão sujeitos. Essas são as bases legais
para uma minuta de convenção, porém, como já exemplificado, esse instrumento
precisa conter regras sobre as demais especificidades do condomínio, já que cada
um tem uma realidade diferente. Conforme Elias Filho (2012)
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Capítulo 1 Processos Iniciais
Por mais que seja aprovado em assembleia, com ata registrada em cartório,
esse item é ilegal, já que o código civil é bem claro com relação à esse item. To-
das as obras devem possuir a documentação necessária, para que não demande
nenhum problema de segurança estrutural para os condôminos.
Por isso que sempre o ideal é que seja contratado uma consultoria especia-
lizada na área, para que se possa dar o direcionamento do melhor caminho para
definir e adequar a convenção em conformidade com o Código Civil de forma que
não haja nenhuma ilegalidade no processo. Uma convenção que não seja com-
pleta e que não abarque todos as situações, não terá condições de fazer frente
a demandas condominiais que surjam. A convenção condominial é um guia que
serve como manual para deliberar sobre eventos conflituosos.
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Instalação de Condomínios
O ISS deve ser pago pelas construtoras aos municípios a título de tributo.
Não existe um percentual padrão do valor do ISS, sendo que esse o percentual
pode variar conforme cada município. No entanto, segundo a Lei no 116/2003,
esse valor não pode ser inferior a 2% e nem superior a 5%. Para calcular o valor
do ISS, basta multiplicar o percentual praticado pelo município sobre o valor da
obra. O imposto incide sobre o valor total da obra, inclusive, todo o material com-
prado para executar a obra compõe a base de cálculo do imposto.
O ISS é um imposto que pela constituição de 1988 foi outorgado aos municí-
pios, sendo que o não pagamento, além de ser sonegação de impostos, impede a
construtora de emitir certidão negativa de débitos.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
ou seja, o cartório responsável pela área onde o imóvel está localizado. Dessa forma,
o condomínio vencerá a primeira etapa e estará registrado. A partir desse momento, o
condomínio começa sua fase de transição de gestão para os moradores.
A AGI é uma assembleia que está prevista no Código Civil e tem como objeti-
vo principal instituir um condomínio, agora com os moradores. Na realidade, esse
é o momento em que o condomínio começa a ter vida. O edital de convocação da
AGI possui data, horário e local, a fim de que todos participem.
Na pauta da AGI, vários assuntos podem ser discutidos e eles variam de con-
domínio para condomínio, mas, geralmente, existem alguns assuntos que sempre
estão em pauta nessas assembleias, como:
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Instalação de Condomínios
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Capítulo 1 Processos Iniciais
Esse tipo de problema acaba, depois, gerando uma certa frustração do com-
prador, que imaginou um valor de taxa e percebe que a taxa é maior. Nesses ca-
sos, o ideal é abrir a planilha de previsão orçamentária e demonstrar ao morador
todos os custos que estão embutidos no valor da taxa condominial. Se os mora-
dores optarem por efetuarem de diminuírem esse valor de taxa, deve ser exibido
que a cada corte orçamentário, um corte de serviço também deverá ser realizado.
Não existe como uma construtora falar com exatidão o valor de uma taxa
condominial, pois, como o condomínio ainda não está funcionando, não se sabe
exatamente os custos que ele terá para o seu funcionamento. O que as constru-
toras fazem é confeccionar uma previsão orçamentária tendo como base outro
empreendimento de características parecidas. Vamos conversar de forma mais
profunda sobre esse item no Capítulo 2.
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Instalação de Condomínios
Sendo assim, mesmo o condômino não morando no imóvel, ele precisa ar-
car com as taxas condominiais, pois, como já afirmado, o condomínio possui um
custo fixo, que independe da quantidade de condôminos que habitam o imóvel.
Nesse sentido, também há o questionamento dos pagamentos do fornecimento
de água, energia elétrica e gás. No caso do fornecimento de água, em muitos
casos as companhias cobram uma taxa mínima a partir do momento em que o
fornecimento de água é ligado, independente de utilizar ou não a água. Na maio-
ria das vezes, nesse valor da taxa mínima, também está disponível para uso uma
quantidade de água, que gira em torno de 5m3.
O que ocorre é que alguns moradores, no afã de deixar o seu imóvel pronto
para a utilização, solicitam a ligação da água antes de se mudar e, dessa forma, já
contraem o pagamento da taxa mínima da água. A energia elétrica também possui
uma taxa mínima, que, se for solicitada a ligação, deverá ser paga, mesmo sem
que o apartamento esteja habitado. No caso do gás, na maioria dos condomínios
existe o registro individual e não a taxa mínima mensal. Esse assunto será tratado
de forma mais profunda no decorrer do capítulo, quando tratarmos sobre o pro-
cesso do rateio das contas. As construtoras podem optar ou não pela instalação
de medidores de gás e água, porque não é uma exigência legal. Assim, o que as
construtoras precisam deixar pronto para a utilização é a estrutura para instalação
dos equipamentos como rede gás e de água.
Novamente friso que o síndico não deve se envolver nessa situação, visto
que ele já tem uma enorme carga de trabalho com a fiscalização da área comum.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
Também não é bom que se envolva porque o morador pode começar a cobrar o
síndico como se esse fizesse parte da construtora e ainda porque, se ele der esse
tratamento para um morador, abrirá precedentes e terá que fazer com todos os
outros. O que o síndico deve ter de imediato é o contato da assistência técnica da
construtora para repassar aos moradores e orientar eles dos procedimentos que
devem ser tomados.
Existem outros condomínios que não possuem vaga determinada pelo regis-
tro do imóvel, o que pode gerar ainda mais transtorno. Frequentemente, nesses
casos, os primeiros moradores estipulam para si uma vaga, sendo que isso é
ilegal, já que esse assunto deve levado para assembleia para deliberação. Na
maioria das vezes, nos condomínios que não possuem vaga determinada, elas
são de uso rotativo.
Em alguns casos, moradores mais antigos estipulam uma vaga para si e co-
locam até algum tipo de obstáculo para que ninguém utilize determinada vaga.
Esse tipo de procedimento é ilegal e o síndico não pode deixar esse tipo de even-
to tomar corpo, pois pode chegar um momento em que todos os moradores colo-
carão seus nomes em uma vaga, criando uma série de problemas. Outra situação
que o síndico deve ficar atento é sobre o peso dos veículos, pois, na maioria dos
casos, as convenções especificam o tipo de veículo ou o peso máximo do veículo
que pode estacionar, sob o risco de danificar a vagas.
FIGURA 2 – ESTACIONAMENTO
FONTE: O Autor.
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Instalação de Condomínios
O uso das áreas comuns também é questionado por moradores que desejam
trazer parentes e amigos para aproveitarem as áreas como piscinas, quadras e
parquinhos. Na maioria das convenções, existe essa proibição ou o uso é delimi-
tado para um determinado número de pessoas. No entanto, analise a convenção
para saber se essa proibição procede ou não.
Dessa forma, a pergunta sobre uma possível troca do síndico sempre paira no
ar nos primeiros meses. Conforme o Artigo 1.349 do Código Civil, isso é possível:
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Capítulo 1 Processos Iniciais
3 ASSEMBLEIAS
Em um condomínio, todas as decisões são tomadas mediante reunião de
moradores, que são chamadas de assembleias. Existe tanto um formato de con-
vocar os moradores quanto um formato de publicar essas assembleias, ou seja,
existe um protocolo para que as decisões tomadas nessas assembleias tenham
poder de legalidade. Esse protocolo varia conforme o que é previsto em cada con-
venção condominial. Se não houvesse esse protocolo, já imaginou quantos pro-
blemas haveria em um condomínio? Tomadas de decisões formadas apenas por
um grupo de moradores, ou assembleias divulgadas apenas a um grupo alinhado
com um tipo de decisão?
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Instalação de Condomínios
Tudo que é definido pelos moradores em uma assembleia acaba por se tor-
nar uma regra condominial, desde que seja respeitada a convenção condominial,
o quórum exigido para votação, o Código Civil e as leis superiores.
Por fim, também existe a assembleia geral extraordinária, que diz respeito
a demandas que precisam ser deliberadas o mais breve possível. Nesse tipo de
assembleia, qualquer assunto pode ser debatido, desde que conste no edital de
convocação. Não existe um número mínimo ou máximo para que as assembleias
ocorram, já que elas devem ocorrer conforme a demanda. Essa assembleia pode
ser convocada pelo síndico ou por um quarto dos condôminos.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
O edital deve ser afixado nos editais do condomínio, assim como também
deve ser encaminhado por e-mail. Muitos síndicos utilizam, também, aplicativos
de mensagens para o seu encaminhamento. O síndico pode se embasar na con-
venção do seu condomínio para encaminhar o edital de convocação, no entanto,
o fundamental é que o edital chegue de forma oficial a todos os condôminos, se-
jam por murais, aplicativos de mensagens ou qualquer outro tipo. Esse é, inclu-
sive, um dos itens exigidos pela Lei no 10.406/02: “Art. 1.354. A assembleia não
poderá deliberar se todos os condôminos não forem convocados para a reunião”
(BRASIL, 2002, s. p.).
É fundamental que essas regras básicas sejam levadas à risca, pois, corre-
-se o risco de que se algo não seja respeitado e algum condômino ingresse na
justiça, solicitando a impugnação de uma assembleia.
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Instalação de Condomínios
A publicação dessa lei veio para resolver muitos conflitos condominiais, como
o vencimento de mandatos e o bloqueio de acesso as contas bancárias por meio
dos síndicos e administradoras. A assinatura da lista de presença também poderia
ser realizada de forma totalmente eletrônica. Essa Lei tinha prazo para o seu ven-
cimento, mas devido à continuidade da pandemia, muitos condomínios continua-
ram utilizando-a após o seu vencimento, pois muito das regras de aglomeração
de pessoas de forma física são ditadas pela esfera municipal. Dessa forma, as
assembleias continuaram a ocorrer de forma virtual. No entanto, a lista de presen-
ças precisou ser mantida de forma presencial para fins de registro em cartório. As
convenções podem, por sua vez, ser atualizadas, observando o quórum especifi-
co para essa questão.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
3.4 CHAMADAS
As chamadas são os momentos que antecedem as assembleias, e é nesse
momento que o condômino assina a lista de presença, indica a sua unidade ou
apresenta a procuração para participar da assembleia. Na maioria das vezes, a
administradora também já possui uma lista de quem está adimplente e, portanto,
com direito à voto, de quem está inadimplente e que não pode votar.
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Instalação de Condomínios
3.4 QUÓRUNS
Por mais que seja um clichê falar que uma assembleia é soberana, isso
nem sempre é uma verdade absoluta, pois, para cada tipo de assunto colocado
em pauta em uma assembleia, existe uma necessidade de um quórum mínimo
para que esse assunto seja aprovado. Existem várias situações em que apenas
a maioria dos presentes já pode deliberar sobre um determinado assunto. No en-
tanto, para outros assuntos, exige-se a presença de um determinado número de
condôminos, sob o risco dessa decisão não ter validade jurídica. Em alguns ca-
sos, a exigência por um quórum qualificado é elevada, sendo assim, fica difícil de
conseguir alcançar. Dessa forma, por mais que a assembleia delibere sobre um
determinado assunto, se não houver o quórum necessário, essa decisão pode ser
contestada juridicamente.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
3.5 ATA
Toda assembleia deve ser finalizada com a confecção de uma ata, que nada
mais é do que um histórico de tudo que aconteceu na assembleia. Uma ata tem
que ser fiel a tudo que foi discutido na assembleia, sob o risco de ter sua redação
questionada. Geralmente, no início de uma assembleia, é eleito um presidente e,
também, um secretário, este que fica responsável pela redação da ata. Como se
trata de um item que exige um trabalho maior, a administradora condominial fica
responsável na maioria das vezes pela sua confecção.
Uma ata, para não ser impugnada, deve conter a lista de presença dos con-
dôminos, com a sua unidade condominial e assinatura. Ela também deve ser clara
e objetiva e deve ter a mesma sequência do que foi discutido na assembleia.
Todos os itens devem ser relatados, assim como sua votação e possível de-
liberação. Não é necessário haver um detalhamento de todos os comentários,
porém, nada deve ser acrescentado ou negligenciado. A antiga lei dos condomí-
nios determinava que a ata deveria ser distribuída a todos os condôminos em um
prazo de oito dias. Por outro lado, com o Código Civil, essa obrigatoriedade não
foi mantida. Dessa forma, vale o que estiver descrito na convenção condominial,
porém, se ela for omissa sobre esse prazo, vale o previsto na Lei no 4591/64. É
fundamental que a ata seja distribuída a todos os presentes, pois a sua não distri-
buição pode comprometer a transparência do processo.
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são obrigatórias. Um exemplo disso é a eleição de síndico, ou, ainda, se for exi-
gido em convenção devem ser registradas em cartório. O ideal, no entanto, é que
todas as atas sejam registradas em um cartório, pois, dessa forma, o ato se torna
público. O condomínio que tem todas as atas registradas demonstra uma maior
segurança jurídica em relação a outros (VARELA TORRES ADVOCACIA, 2021).
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Capítulo 1 Processos Iniciais
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talhamento das áreas comuns, com todos os itens que compõem aquela área.
Deve constar, por exemplo, todo o mobiliário que compõe um salão de festas
como mesas, cadeiras, eletrodomésticos. Na academia deve ter a descrição de
todos os equipamentos, notas fiscais e garantia (LIMA FILHO, 2021).
É por meio do memorial descritivo que o síndico vai ter conhecimento exato
de todas as benfeitorias que a construtora prometeu no momento da venda. Se no
memorial descritivo consta uma sala de cinema com televisão de 60 polegadas e
no dia da entrega há uma tv de 48”, o síndico deve solicitar a troca do equipamen-
to pelo qual está descrito no memorial. Se, porventura, o sistema de iluminação
for com fotocélulas e se não houver, da mesma forma, o síndico deve exigir que o
equipamento seja instalado.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
da sua região. Antes de mais nada, trata-se de proteger vidas, por isso, ele é
fundamental. Se ocorrer algum sinistro e o condomínio não tiver esse documento,
o síndico é responsável civil e criminalmente. Esse documento também é funda-
mental em um caso de acionamento de seguro, pois é um dos documentos exigi-
dos pela companhia de seguro para efetuar o ressarcimento dos danos.
FONTE: <https://www.metropoles.com/metropoles-fm/1-de-fevereiro-de-
-1974-edificio-joelma-uma-tragedia-evitavel> Acesso em: 21 ago. 2021.
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órgão estadual, várias dessas tratativas citadas acima podem ser diferentes em
cada região.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
FONTE: <https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-spda-sistema-de-
-protecao-contra-descargas-atmosfericas/>. Acesso em: 21 ago. 2021.
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Instalação de Condomínios
É por meio dos projetos que novas obras e melhorias no condomínio serão
melhor executadas, pois, sabendo onde existe uma rede de energia elétrica ou
por onde passa um cano de água, as obras serão executadas com mais asser-
tividade. Na questão estrutural, para novas obras, é fundamental a consulta aos
projetos, a fim de analisar a carga estrutural permitida para cada pavimento. Es-
sas plantas devem ser muito bem guardadas, já que elas inviabilizaram mudanças
no condomínio que não sejam coerentes com o projeto, trazendo uma segurança
maior para todos. A construtora deve entregar o projeto aprovado pela prefeitura,
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Capítulo 1 Processos Iniciais
FONTE: O Autor.
FONTE: O Autor.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
seu manual, com orientações sobre a área comum, que contém todas as orien-
tações necessárias para fazer a manutenção e uso dos equipamentos condomi-
niais. Da mesma forma, como um equipamento eletrônico em que é necessário
ler o manual para depois manusear o equipamento, guardado as suas escalas,
assim é com um condomínio. A elaboração desse manual é de responsabilidade
da construtora, que deve ser feito de forma específica para cada condomínio.
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Instalação de Condomínios
Por isso é tão importante proceder com o processo de vistoria com o auxílio
de um profissional, alguém que tenha a capacidade de efetuar uma análise mais
profunda sobre a edificação, bem como identificar situações futuras. Com o laudo
de um profissional credenciado, o síndico tem condições de exigir da construtora
as melhorias pendentes, e, dessa forma, deixar o condomínio mais seguro e pron-
to para uso.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
Existem ainda outros itens das áreas comuns que devem ser analisados,
como:
No próximo momento, deve ser analisado a parte interna dos blocos confor-
me os tópicos a seguir:
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Instalação de Condomínios
Uma vistoria também deve ser realizada nas áreas administrativas ou desti-
nadas aos colaboradores, observando os seguintes locais:
• Vestiários.
• Copa/Cozinha.
• Sala de administração.
• Guarita.
• Sala do zelador.
Vamos conversar um pouco sobre cada uma dessas áreas! A etapa externa
compreende ao maior número de itens, sendo que a primeira análise ocorre ainda
antes de entrar no condomínio, que é a verificação dos muros e da sua altura,
bem como o material utilizado para a construção.
É importante verificar esse item, pois, em alguns casos, muros baixos não per-
mitem que seja colocado a cerca elétrica, por isso, é fundamental checar a altura.
Após essa etapa, é importante verificar se o portão e os motores estão funcionando
e em conformidade com o memorial descritivo e, ainda, o número de controles que
será distribuído por unidade. O sistema de monitoramento também deve ser verifi-
cado, assim como o número de suas câmeras e barreiras de acesso. Na entrada
dos condomínios existe uma identificação, que pode ser uma placa ou mesmo um
letreiro, e este deve ser verificado se está dentro do proposto. É necessária, ainda,
uma verificação em todas as calçadas, verificando pisos soltos ou quebrados.
A jardinagem é um item que merece muita atenção, visto que ela está presente
desde a entrada do condomínio e em toda área interna e sempre ocupa lugar de
destaque. É importante verificar se todas as plantas, conforme o projeto, estão pre-
sentes, pois algumas possuem um valor elevado e precisam de cuidado redobrado.
A iluminação deve ser analisada com calma, visto que existe uma diferença
de tempo de vida e consumo entre lâmpadas com novas tecnologias e com lâm-
padas antigas. Também deve ser verificado se existem fotocélulas inclusas no
projeto para o acendimento automático.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
Os pontos externos de elétrica, assim como o seu quadro, devem ser ana-
lisados para verificar se está tudo em conformidade. Nesse ponto aqui, por ser
ainda mais técnico, a contratação de um profissional é fundamental. Em alguns
condomínios que existem geradores, estes devem ser ligados e ter seu funciona-
mento demonstrado na hora, assim como o seu abastecimento.
FONTE: O Autor.
O castelo de água deve ser verificado, devendo haver um teste na sua capa-
cidade, assim como deve ser verificada as capacidades da cisterna e das caixas
elevadas. Um item que na maioria das vezes não é testado por falta de energia
são as bombas, no entanto, estas devem ser testadas sem pestanejar. As bombas
são elementos fundamentais em um condomínio, pois elas bombeiam água para
as caixas de água que mandam para as unidades. As bombas de água de chuva
também são importantes, pois retiram do prédio a água proveniente da chuva,
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Instalação de Condomínios
FONTE: O Autor.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
FONTE: O Autor.
Abra e feche todas as janelas para verificar se ela está deslizando de forma
simples. Verifique também todos os vidros, para saber se existe algum quebrado,
trincado ou riscado. Em todo os blocos ou andares, pode existir um espaço para
os hidrômetros ou registro de gás, verifique conforme o memorial descritivo se
esse condomínio vai ser entregue com ou sem o equipamento.
Por fim, nessa etapa, analise todos os extintores de incêndio, se eles es-
tão na quantidade e tipos descritos e se estão dentro do prazo de vencimento.
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Instalação de Condomínios
FONTE: O Autor.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
sejam confinados ou com excesso de fumaça, essa iluminação é ainda mais im-
portante. Existe uma escala para o nível de iluminação que utiliza o termo lux para
os níveis de iluminação. No caso desse tipo de aclaramento, o lux é de 5 onde há
desnível e de 3 lux em locais planos.
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Instalação de Condomínios
deve ser aberta e fechada com facilidade. Existe uma norma específica para es-
sas portas que é a NBR 11742, da ABNT (2018) (DESIMONE, 2021).
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Capítulo 1 Processos Iniciais
Segundo norma ABNT 13.714, o ideal é que haja em torno de 20% do total
do reservatório, disponível para esse fim. Esses valores ainda podem variar de
Estado para Estado, já que essa regra é ditada pelo corpo de bombeiros, que
por sua vez, tem ação estadual. No caso para a norma, esse cálculo, ocorre da
seguinte forma:
A fórmula V = Q x T
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Uma implantação condominial exige um grande conhecimento sobre o tema.
Nesse sentido, é fundamental conhecer as leis que regem o funcionamento de
um condomínio, pois, até então, para muitos era algo bem comum. O síndico não
pode se assustar com todos os questionamentos iniciais e sim se preparar para
eles. Para isso, é importante que o especialista em Gestão de Propriedades Ur-
banas conheça qual a finalidade da minuta de convenção, bem como demonstre
aos moradores o quanto ela é importante. Ademais, é preciso seguir os passos
para torná-la de fato uma convenção que reflita a realidade do seu condomínio.
Existem condomínios que, por desconhecimento, ficam anos sendo administrados
apenas pela minuta da convenção, sendo que, na maioria das vezes, ela não tra-
duz o desejo dos moradores.
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Instalação de Condomínios
O síndico não pode ser apenas um espectador ou esperar que outros façam
o seu papel, ele precisa se posicionar, saber de quem cobrar e ter ciência das
suas responsabilidades. Por isso, ele não pode “terceirizar a culpa” caso ocorra
um desequilíbrio na sua gestão, e sim deve tomar as rédeas do condomínio. Men-
cionamos as assembleias, eventos em que boa parte das decisões para conduzir
a comunidade condominial ao pleno desejo da convivência pacífica e harmoniosa
são tomadas e que, caso não siga todos os critérios rígidos previstos em lei, o
resultado pode ser muitas notificações extrajudiciais, e, em alguns casos mais
extremos, a impugnação de uma assembleia por ilegalidade ou por atas que não
representem o que, de fato, foi discutido em assembleia, ou, ainda, assembleias
realizadas com editais errados, prazos incorretos e quóruns ilegais. É por isso que
muitos questionam o papel do síndico, pois ele é uma vidraça, e, por isso, precisa
ter base do que está falando.
Esperamos que o objetivo desse capítulo tenha sido alcançado, ou seja, de-
monstrar que existe uma certa complexidade, mas, com embasamento, é possível
desenvolver os passos iniciais com eficiência e competência.
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 12962: Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio.
Rio de Janeiro: ABNT, 1998.
ABNT. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
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Capítulo 1 Processos Iniciais
ABNT. NBR 10898: Sistema de iluminação de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.
ABNT. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
ABNT. NBR 11742: Porta corta-fogo para saída de emergência. Rio de Janeiro:
ABNT, 2018.
OFOS. Iluminação de Emergência: saiba tudo sobre esse sistema básico, mas
extremamente importante, conheça os diferentes tipos de iluminação e luminária
e veja dicas valiosas. 2021. Disponível em: https://ofos.com.br/iluminacao-
emergencia/. Acesso em: 1 jul. 2021.
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C APÍTULO 2
Entendendo o Processo de
Implantação de Um Condomínio
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo, conversaremos sobre vários pontos fundamentais para um
processo de implantação condominial. São pontos interdependentes e fundamen-
tais para que o síndico tenha condições de fazer frente a demandas. Por meio
deste capítulo, o aluno terá competência para fazer frente a um processo de ga-
rantia condominial, e terá condições de responder de forma eficiente pelos inte-
resses do condomínio. Também, terá a competência de aglutinar grupos em torno
de si, para que lhe auxiliem no processo de gestão condominial, exercendo um
papel de catalisação de forças, sendo de fato uma curva confluente de interesses.
Por fim, vai saber colocar no papel uma previsão orçamentária e desenvolvê-la de
forma completa, que não permita vazão para dúvidas.
Existem, ainda, os tipos de vícios de garantia que podem ser aparentes, ocul-
tos e redibitórios. Vamos apresentar exemplos da prática e demonstrar como cada
um deles pode impactar o condomínio. No entanto, apesar desses vícios, muitas
manutenções cabem ao condomínio. Apresentaremos, também, sobre o papel de
cada um dos entes no processo de implantação de condomínio, como o síndico, ad-
ministradora, conselho consultivo, conselho fiscal, comissão de obras, comissão de
entrega, construtora e garantidora. É fundamental que o papel de cada um desses
membros seja explicitado, para que os moradores não se confundam. É comum os
moradores solicitarem auxílio para aqueles que não possuem competência sobre
o assunto, por isso, quanto mais claras forem as atividades de cada um dos mem-
bros, o trabalho será mais bem desenvolvido. Vamos perceber que o trabalho deles
é totalmente ligado um ao outro. Apesar de apenas o síndico ser uma obrigação
legal, os outros grupos são fundamentais para uma gestão eficiente.
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Instalação de Condomínios
2 GARANTIA CONDOMINIAL
Quando você compra um produto ou um equipamento e até mesmo um ser-
viço, na maioria das vezes, ele tem um prazo de garantia. Claro que, conforme
o produto, esse prazo pode variar, no entanto, existe um determinado tempo em
que o fornecedor é responsável por esse produto, dessa forma, se ele tiver algum
defeito de fabricação ou se, antes de finalizar esse prazo, ele apresentar proble-
mas, o consumidor tem o direito de solicitar o reparo. Esse tempo em que se ga-
rante o cumprimento do funcionamento é chamado de garantia.
Nesse sentido, para que a garantia de fato funcione e seja de direito legal do
proprietário, ele deve tomar alguns cuidados necessários para que esse produto,
equipamento ou serviço seja bem manuseado. Por exemplo, quando se compra
um automóvel 0km, o proprietário recebe um manual que deve ser seguido com
as devidas manutenções. Se essas manutenções não forem realizadas na quilo-
metragem correta, o proprietário pode perder a garantia do seu bem.
Por sua vez, um condomínio também tem o seu processo de garantia, in-
clusive garantido por lei. Não se trata de uma lei nova, mas sim antiga, em vigor
desde 1916. Nesta lei, consta no antigo Código Civil, conforme a Lei nº 3.071, de
1o de janeiro de 1916:
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
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Instalação de Condomínios
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
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Instalação de Condomínios
FONTE: O Autor.
Como demonstrado nas imagens acima, fica claro que os vícios aparentes
são detectados no momento da vistoria, e o síndico deve solicitar que, no relatório
da vistoria, todos esses vícios sejam apontados e fotografados, a fim de que a
construtora proceda com o reparo destes.
Os vícios ocultos por sua vez, são aqueles que não são aparentes, o que preju-
dica a sua detecção e análise. Esses vícios são encontrados apenas tempos depois
da entrega, que são infiltrações, vazamentos, fissuras, inclinações, descolamento
de placas, desbotamento da pintura da fachada. Os vícios ocultos possuem uma
característica com relação ao grau do problema encontrado, pois correspondem a
problemas que não afetam a habitabilidade do bem, ou seja, que não são proble-
mas irreparáveis, que tornem o condomínio impróprio de ser habitado.
FONTE: O Autor.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
Os vícios redibitórios são conceituados como aqueles vícios ocultos, que invia-
bilizam para o uso o objeto. Esse tipo de vício, se fosse do conhecimento do síndico,
faria com que ele não aceitasse as áreas comuns do negócio ou efetuasse uma as-
sembleia para expor tudo aos moradores e solicitar um abatimento da construtora.
Para que haja de fato um vício redibitório, em primeiro lugar, o defeito deve
ser oculto. Se ele estiver aparente, presume-se que o adquirente quis o recebê-lo
dessa forma. Em segundo lugar, para que seja considerado vício redibitório, é
necessário que o vício exista no momento da conclusão do contrato. Se aparecer
posteriormente, quando já se encontrar em posse do adquirente, a garantia deve
ser acionada. Se o defeito for percebido depois da perfeição do contrato, mas
antes da tradição da coisa, então haverá o vício redibitório. Enfim, é fundamental
que um vício redibitório, torne a coisa imprópria para o uso ou que lhe diminua o
valor (GOMES, 1997).
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Instalação de Condomínios
tora. São manutenções ordinárias, do dia a dia, que o condomínio precisa executar
para que ele tenha um bom funcionamento. Existem algumas situações que podem
fazer com que o condomínio perca a sua garantia, por isso, o síndico deve seguir
tudo que é apontado no manual do síndico, assim como na Norma Brasileira (NBR)
5674, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é uma norma que
trata das manutenções em edificações. Se for acionado, o síndico deve apresentar
o comprovante de todas as manutenções, conforme exigido pela norma.
Link: https://www.conjur.com.br/2020-jun-15/construtora-conde-
nada-reparo-mesmo-garantia
FONTE: O Autor.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
O síndico deve compreender, que por menos comercial que isso soe, a cons-
trutora tem interesse em manter a garantia do condomínio, isso porque um condo-
mínio, na maioria das vezes, não comercializa todas as suas unidades de imedia-
to. Dessa forma, além da garantia do imóvel, a construtora frisa, ainda, que existe
a garantia das áreas comuns, utilizando esse ponto nos seus processos de ven-
da. Além do mais, o negócio da construtora é comercializar imóveis, tendo como
objetivo manter uma boa relação com os seus clientes, por isso, manter a garantia
condominial é importante. Além de toda a questão comercial, a construtora tam-
bém consegue evitar demandas judiciais, por isso, a manutenção de garantia é
importante para a construtora.
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Instalação de Condomínios
técnico para verificar. Sempre coloque nos e-mails um prazo para a resposta do
mesmo, pois o síndico será cobrado pelos demais moradores. Se o e-mail não for
respondido no prazo, ou não tiver tido a atenção devida, reencaminhe um novo
e-mail, salientando o anterior e colocando um novo prazo.
Se esse novo e-mail não for respondido, convoque uma reunião de conselho
para determinar os próximos passos, sendo que, o mais comum é uma notifica-
ção extrajudicial para a construtora, contendo a descrição detalhada do problema
encontrado. Se, ainda assim, a construtora não responder de forma satisfatória, o
ideal é convocar uma assembleia, apresentando todas as tentativas de acerto e
o problema em questão, e deliberar se o condomínio ingressa com uma ação ou
não contra a construtora. Na maioria das vezes, esses assuntos são resolvidos
sem a necessidade de uma ação judicial, porém, o condomínio deve ter a sua
disposição todas as possibilidades.
Existem alguns itens que estão entre os mais recorrentes, como os proble-
mas com infiltração e isolamento acústico. Por mais que a impermeabilização seja
realizada, nem sempre ela é testada, já que, na maioria das vezes, depende da
chuva para testar a impermeabilização. Dessa forma, infiltrações são comuns nas
garagens ou nas coberturas. O isolamento acústico também é um item de grande
reclamação, visto que apenas após a entrada dos moradores é possível perceber
esse problema. A fim de manter em dia as manutenções para sempre ter acesso à
garantia, o síndico deve ter o apoio dos seus pares no condomínio. Por isso, dis-
correremos sobre os papéis de cada um dos entes que compõem um condomínio.
Fora o síndico, pela lei, nenhum dos outros grupos é obrigatório, mas, então,
por que ter tantos grupos aumentando a dificuldade de gestão, já que é necessá-
rio ter a opinião dos demais? Um condomínio não deve ser visualizado por uma
única pessoa, e existem algumas questões para isso. A primeira delas é que, uma
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
única visão, na maioria das vezes, não tem capacidade de pensar em todas as
direções, sendo assim, a junção de ideias é fundamental para o crescimento do
processo. Some-se isso ao fato de que, com o compartilhamento de problemas e
busca em conjunto de ideias, o síndico consegue “dividir” a responsabilidade com
os outros grupos. Nem sempre é fácil ouvir grupos diversos e catalisar as informa-
ções, no entanto, esse que é o papel do síndico, servir como um elo de ligação.
FONTE: O Autor.
Os grupos mais comuns que compõem uma gestão condominial são o síndi-
co, o conselho fiscal, o conselho consultivo e a comissão de obras. Como mencio-
nado, esses são os mais comuns, mas, dependendo do condomínio, podem ainda
haver outros grupos como subsíndico geral, subsíndico de bloco e comissão de
acompanhamento.
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Instalação de Condomínios
3.1 SÍNDICO
A principal figura do condomínio é o síndico, pois ele que representa os mo-
radores e os interesses do condomínio. Em qualquer demanda jurídica que en-
volva o condomínio, ele será o representante. Dessa forma, é obrigatório que um
condomínio possua um síndico, pois o condomínio possui personalidade jurídica
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
O síndico deve, também, atuar de forma firme para que tanto a convenção
quanto o regimento interno sejam cumpridos por todos, sem predileção. Ambos os
documentos são fundamentais para a convivência harmoniosa em um condomí-
nio, por isso, eles são fundamentais, e o síndico deve fazer com que eles sejam
respeitados. Atuar, também, pelo zelo e manutenção do condomínio, deixando to-
das as manutenções ordinárias em dia e como fiscalizador dos prestadores de
serviço. O síndico também é responsável por elaborar a previsão orçamentária,
com as receitas e despesas, devendo explicar aos moradores o funcionamento
destas, o seu rateio e cobrança. O síndico deve, também, quando necessário, co-
brar dos condôminos as taxas atrasadas, bem como as multas e juros.
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Instalação de Condomínios
Existem moradores que, por não estarem em um dia fácil, acabam por se alterar.
Se síndico responder da mesma forma, vai ocorrer uma explosão de emoções,
em que ninguém estará com a razão e, provavelmente, o problema não será re-
solvido. A calma deve ser a base, pois o síndico deve ter a capacidade de resolver
conflitos e não de aumentar.
Assim como existem diversas funções que um síndico deve efetuar, existem
algumas outras que ele precisa tomar o cuidado para não executar. O síndico é
o gestor do condomínio e não o dono dele, por isso, alguns cuidados são neces-
sários. A primeira situação é com relação a obras que, se não forem previstas
no orçamento anual, devem ser realizadas apenas se forem emergenciais. Mas
adiante, conversaremos sobre os tipos de obras existentes em um condomínio.
Outra situação é que o síndico não pode passar por cima das regras do con-
domínio, que estão descritas no regimento e na convenção. As regras foram con-
cebidas para serem cumpridas, de forma que o síndico também está sujeito a
elas. O síndico também não deve, de forma alguma, invadir a privacidade de um
morador, como acessar a unidade privativa sem a liberação deste.
O síndico também não pode proibir a entrada de visitantes, pois essas são
de responsabilidade do morador/anfitrião. Se a visita foi autorizada pelo morador,
ela deve ter a sua entrada autorizada. O síndico também não pode expor os con-
dôminos inadimplentes, sob pena de ter alguma demanda jurídica nesse sentido.
3.2 ADMINISTRADORA
A administradora é a principal parceira do síndico, e contato entre eles deve
ser constante. É a administradora que fará o gerenciamento financeiro do condo-
mínio, seguindo determinações do síndico. As funções de uma administradora de
condomínios podem ser tanto na esfera administrativa, como na gestão de recursos
humanos, assim como na gestão financeira, assuntos jurídicos. Enfim, trata-se de
um bojo de atuações, por isso, a administradora e o síndico devem desenvolver
muitos trabalhos em conjunto. Diferentemente do síndico, uma administradora não
é eleita, e sim contratada, sendo que essa contratação pode se dar pela escolha do
síndico, dos conselheiros ou até mesmo em uma assembleia para tal.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
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Instalação de Condomínios
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
Dessa forma, fica claro que o condomínio poderá ter ou não um conselho
fiscal, o que fica a critério de cada condomínio, que deve seguir o que descrito na
sua convenção. Por mais que o conselho seja um órgão de fiscalização, ele não
tem o poder de aprovar ou não as contas de um síndico, sendo que esse papel
cabe à assembleia. O conselho fiscal pode ser passível de remuneração se assim
tiver descrito na convenção, ou se, na omissão desta, a assembleia aprovar. Com
relação ao conselho consultivo, sua função é de assessorar o síndico na solução
de problemas e ser um porta voz dos condôminos. Da mesma forma que conselho
fiscal, a existência do conselho consultivo consta na Lei no 4.591, de 1964.
3.4 CONSTRUTORA
Em um processo de implantação condominial, a construtora tem um papel
fundamental, pelo fato da garantia condominial. Assim como um equipamento ele-
trônico ou um carro, o condomínio também conta com uma garantia. No entanto,
da mesma forma que um equipamento ou veículo, o condomínio deve manter as
suas manutenções em dia, a fim de ter direito à garantia da construtora.
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Instalação de Condomínios
3.5 GARANTIDORA
Em qualquer que seja o condomínio, sempre existe uma preocupação com
o recebimento dos valores oriundos da taxa condominial, pois é por meio desses
valores que o condomínio faz frente as suas obrigações ou efetua investimentos.
Pense, agora, nessa situação em condomínios de implantação, em que ainda não
se tem um histórico de pagamentos, não se tem ideias se todos os moradores vão
pagar em dia as suas obrigações. O síndico sempre vai se perguntar ao efetuar a
contratação de algum serviço se vai conseguir pagar ou não, pois ainda não tem
conhecimento de quanto vai entrar de valores de taxa na conta do condomínio.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
Dessa forma, por ser detentor desse crédito, o condomínio pode repassar
para uma garantidora, mediante a taxa de um percentual, em cima do valor do
boleto. Esse valor pode variar desde 2,5% até 10%, essa variação se deve à ne-
gociação, bem como ao percentual de devedores no condomínio. Quanto maior
o percentual de devedores, maior será o percentual cobrado, pois, dessa forma,
mais dinheiro a garantidora injetará no condomínio.
A dívida do condômino que foi repassada para uma garantidora não faz com
que essa dívida desapareça com o condomínio, pois alguns acham que, agora,
o condômino está em débito com a garantidora. Isso não é verdade, a natureza
da dívida não muda, já que a garantidora está fazendo a cobrança em nome do
condomínio.
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Instalação de Condomínios
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
Esse tipo de comissão não tem nenhuma base legal, sendo que poucas con-
venções exigem a sua implantação. Via de regra, devido a alguma obra, essa
comissão é formada por meio de uma assembleia para que possa auxiliar o sín-
dico na fiscalização da obra, como também dividir a sua responsabilidade nas
decisões de determinada obra. Essa comissão também deve solicitar orçamentos
e esclarecimentos, assim como fornecer sugestões e informações. Se o síndico
for um profissional, essas informações são ainda mais fundamentais, visto que ele
não mora no condomínio e, dessa forma, não conhece o histórico de informações.
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Instalação de Condomínios
4 PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
Essa é uma das principais etapas no trabalho de um síndico, conhecer o pas-
so a passo de uma previsão orçamentária. Por meio dessa atividade, é possível
desenvolver um planejamento financeiro do condomínio e garantir que todas as
demandas sejam atendidas ao longo do ano. Hoje, o processo de administração
condominial se equipara com o de uma empresa, por esse fator, surge uma série
de dúvidas e questionamentos sobre o conceito de como fazer uma previsão or-
çamentária. Ter a capacidade de confeccionar uma previsão orçamentária eficien-
te é o primeiro passo para desenvolver uma boa administração e garantir a saúde
financeira do condomínio.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
Esse modelo de rateio de taxas, inclusive, é um dos mais utilizados, mas não
existe em lei uma forma que obrigue se o rateio das constas será de forma mensal
ou anual. Na maioria das vezes, esse item também não consta em convenção,
dessa forma, o condomínio deve implementar aquela que melhor representa os
seus interesses. Sendo assim, a forma de rateio das taxas condominiais deve ser
discutida e aprovada em assembleia.
No entanto, para que o modelo de taxa fixa de fato funcione, antes de mais
nada, é fundamental que o síndico tenha a capacidade de desenvolver uma pre-
visão orçamentária que, de fato, abarque todos os custos que o condomínio tem
ao longo de um ano. Se, por acaso, essa previsão não tiver condições de efetuar
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Instalação de Condomínios
No caso de uma taxa mensal, o seu valor poderá variar, ou seja, os valores
não são fixos e podem variar de mês a mês, pois são calculadas levando em conta
os custos do mês anterior. Um dos principais problemas desse cálculo mensal das
taxas é que o condômino nunca sabe o valor que virá em sua taxa condominial.
Por sua vez, as despesas extraordinárias são extras, que não foram previs-
tas. Alguns exemplos desses custos podem ser pintura de fachada, reformas, no-
vos projetos de paisagismo ou readequações da piscina. Ainda existem as des-
pesas emergenciais, que podem surgir a qualquer momento, sendo que o seu
reparo deve ser realizado de forma imediata. Alguns exemplos podem ser a queda
de um muro, uma chuva que inundou a garagem ou, ainda, a troca de um motor
de portão que queimou e, devido à questão de segurança, não pode esperar uma
assembleia para a sua aprovação. Essas despesas podem ter o seu valor retirado
do fundo de reservas se o condomínio possuir esse fundo.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
forma geral e compra de um novo mobiliário. Por causa dessa obra, vai ser adi-
cionado na taxa condominial o valor de R$ 150,00 por um período de 4 meses,
totalizando uma taxa de R$ 650,00. O fundamental é o síndico deixar muito claro
que o valor da taxa é de R$ 500,00 e não de R$ 650,00, pois tem muito morador
que, se não for orientado, vai questionar esse aumento da taxa de forma incisiva e
pode fomentar outros moradores desavisados.
Nesse sentido, é fundamental que o síndico formule uma lista com todos os
custos do condomínio. Para uma melhor visualização e análise, esses custos de-
vem ser divididos em categorias, pois facilitam no gerenciamento sem abandonar
nenhum ponto. No entanto, por mais que discorramos sobre uma lista, o síndi-
co deve analisar esses itens a luz do seu condomínio, podendo, contudo, utilizar
essa lista que discorreremos apenas como base e conforme a sua análise, pode ir
retirando ou colocando pontos que digam respeito ao seu condomínio.
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Instalação de Condomínios
FONTE: O Autor.
A primeira análise deste checklist deve ser em cima dos custos com pessoal,
dessa forma, devem ser descritos os custos com os salários, assim também com
os aumentos de salários que ocorrem todos os anos, ou seja, o dissídio da cate-
goria. Um item que merece muita atenção no quesito custo com pessoal, é que,
em algumas situações, devido a negociações entre os sindicatos dos trabalhado-
res e os sindicatos patronais, pode ocorrer uma demora para que a negociação do
dissídio seja concretizada. Dessa forma, existe uma demora para que a conven-
ção coletiva da categoria seja efetivada, o que pode atrasar que o pagamento dos
salários com o valor atualizado.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
• Honorários da Administradora.
• Honorários do síndico.
• Seguro Condominial.
• Assessoria jurídica.
• Taxas de cartório.
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Instalação de Condomínios
• Assembleias adicionais.
• Balancete on-line.
• Auditoria.
• Material de escritório/cópias.
• Site/App do condomínio.
Existem outros itens que devem constar, porém, são realizados anualmente ou
semestralmente. Nessa lista, entram a manutenção dos extintores e das mangueiras
de incêndio, manutenção do SPDA, limpeza da caixa de água, limpeza da caixa de
gordura; dedetização, desratização, compra de uniformes e material de escritório.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
• Material Elétrico/Lâmpadas.
• Material e Manutenção Hidráulica.
• Desratizacao/Dedetização.
• Limpeza de Caixas dágua.
• Recarga Extintores/Revisão Mangueiras.
• Limpeza Piscina.
• Material Limpeza Piscina.
• Equipamentos de troca de calor da piscina.
• Reposição de Utensílios.
• Manutenção interfonia/portas.
• Limpeza Cisternas e Caixas de Gordura.
• Combustível para lav. de alta pressão/gerador/soprador de folhas.
• Manutenção residual.
• Locação de Caçamba.
• Café/Açúcar Funcionários.
• Água Mineral.
• Monitoramento eletrônico/tático.
• Diarista.
• Uniformes.
• Manutenção Gerador.
• Combustível maquinário/gerador.
• Aromatizadores.
• Higienização de sofás e carpetes.
• Material de Expediente.
• Cartuchos/toners/locação impressora.
• Pintura.
• Adequações AVCB.
• SPDA.
• ARTs de hidrante.
Temos, ainda, uma terceira classe dos custos, os quais incidem sobre os
consumos do condomínio, sejam ele de água, esgoto, gás, energia elétrica, in-
ternet, telefonia, assinaturas de TV. Aqui, também tem um ponto importante, pois,
em vários condomínios, esse consumo diz respeito apenas a áreas comuns do
condomínio. No entanto, em outros condomínios, esses valores podem compor
diretamente a taxa condominial, ou seja, se, por exemplo, o condomínio não pos-
suir hidrômetros individuais, ou, ainda, registros de gás, esses valores podem ser
rateados em conjunto com a taxa de condomínio. Esses valores não podem com-
por a taxa condominial, pois o consumo depende dos moradores e, nesse caso,
pode variar. Dessa forma, ele deve ser computado após a previsão orçamentária,
de forma que fique bem claro que esses são itens de consumo. Os itens que po-
dem compor essa classe são:
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Instalação de Condomínios
• Energia Elétrica.
• Água e esgoto.
• Gás.
• Internet.
• Telefonia.
• Assinaturas de TV.
Ainda existe um quarto segmento de custos, que são os financeiros, onde es-
tão englobados todos os custos relativos a esse item no condomínio. Alguns itens
que podem compor essa classe:
• Garantidora.
• Tarifas Bancárias.
• Emissão de Boletos.
• Juros e Multas.
• Inadimplência.
Esses são apenas alguns itens que podem variar muito de condomínio para
condomínio, pois, conforme a estrutura, pode conter algumas mais ou menos pon-
tos. Por isso, é importante uma elaboração da previsão análise mais apurada,
junto com os conselheiros consultivos e fiscais e demais moradores, a fim de que
nenhum ponto fique de fora. Também é interessante envolver a administradora
nesse processo, pois ela possui bastante conhecimento na formulação dessas
previsões, no entanto, a responsabilidade dela é do síndico.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
Um cuidado é bem importante nesse ponto: não trabalhe com valores justos
demais, sempre deixe uma “gordura”. Por vezes, o síndico quer fazer uma previ-
são que impacte o menos possível na taxa condominial e acaba ficando sem ne-
nhum “respiro” de caixa. Em diversos casos, a fim de efetuar uma política com os
condôminos, o síndico aprovou uma previsão enxuta, o que não permitiu efetuar
reparos ou manutenções por causa da alta dos preços. Nesse caso, ele teve mais
desgaste do que se tivesse aprovado uma taxa com um valor um pouco maior. A
média é em torno de 5% mensal, no entanto, o síndico pode optar em descrever
ou não esse valor na previsão, pois pode embutir direto esse valor no custo das
manutenções. Em nosso caso, para deixar a previsão orçamentária o mais exem-
plificado possível, vamos inserir. Também é possível utilizar o índice de inflação
para aquele período, ou, ainda, outros índices como O Índice Geral de Preços-
-Mercado (IGP-M) ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
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Instalação de Condomínios
vários ajustes, o que criou um certo desconforto, pois fica nítido que o síndico não
se esforçou para confeccionar a previsão, por isso, o importante é a racionalidade
no momento de efetuar a previsão.
FONTE: O Autor.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
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Instalação de Condomínios
FONTE: O Autor.
Pode ser que o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação, Ad-
ministração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais (SECOVI)
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
do seu estado possua algum índice para análise da variação de preços ao con-
domínio. No Secovi do Rio de Janeiro e de São Paulo, existe o Índice de Custos
Condominiais (ICON).
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Instalação de Condomínios
que precisa ter o máximo de legalidade, pois mexe diretamente na taxa do condo-
mínio, por isso, para não sofrer com nenhum processo de impugnação, todas as
regras de uma assembleia devem ser respeitadas.
Outro erro bem comum é o síndico utilizar o fundo de reserva como escape
para fazer frente a despesas mensais. Em diversos condomínios, síndicos utili-
zam o fundo de reserva para manter a taxa baixa, fazendo uma política de bom
síndico com os moradores, porém, utilizando o fundo de reserva. A situação pode
vir à tona no momento da prestação de contas, onde fica claro o problema.
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
O que acontece é que, sempre após o síndico ser eleito na AGI, ele precisará
trabalhar em cima da previsão orçamentária, modificando conforme a vontade dos
condôminos. Infelizmente, o mais comum é que o exposto na AGI não seja de fato
uma previsão que faça frente a todos as demandas do condomínio. Isso acontece
porque a construtora utiliza um formato padrão, e, por não conviver com os condômi-
nos, não tem conhecimento das demandas e particularidades daquele condomínio.
Dessa forma, é fundamental que, após uma AGI e antes da entrega das cha-
ves, o síndico convoque uma AGE para aprovar a nova previsão orçamentária,
agora, com as demandas e necessidades daquele condomínio. Conversaremos
mais sobre como fazer a primeira AGE do condomínio no próximo capítulo. Uma
previsão orçamentária é a base de um condomínio, é por meio dela que o síndico
mantém a “máquina” funcionando. A etapa financeira de um condomínio é um dos
principais pilares. A transparência no item finanças é básica para que os condômi-
nos se sintam seguros com a atuação do síndico.
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Instalação de Condomínios
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Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
FONTE: O Autor.
O rateio pela fração ideal é quando todas as unidades pagam o valor da taxa
condominial conforme o tamanho da sua unidade, ou seja, o tamanho da sua área
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Instalação de Condomínios
privativa mais a sua parte da área comum, definida em convenção. Sendo assim,
os condôminos devem arcar com as suas despesas conforme a fração ideal de
cada unidade, ou seja, conforme o tamanho das unidades. Se existe uma unidade
maior que a outra, essa deveria pagar mais, já que utiliza uma área maior. Nesse
caso, sempre as coberturas por possuírem uma área maior, ou os apartamentos
que possuem gardens, pagam um valor maior.
A outra forma de rateio autorizada por lei é o rateio igualitário, em que todas
as unidades pagam o mesmo valor para a contribuição das despesas mensais
independente do tamanho das unidades. O apartamento com a menor área paga
o mesmo valor que a unidade da cobertura, ou com gardem. Esse tipo de rateio
não é comum, e existem poucos condomínios que adotam esse tipo de cobrança.
Ainda sobre obras, no caso de rateio de obras, as que são de uso exclusivo
de alguns moradores devem ser rateadas apenas entre esses condôminos e não
para todos, conforme a Lei nº 10.406/2002 “Art. 1.340. As despesas relativas a
partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem
a quem delas se serve” (BRASIL, 2002, s. p.).
De acordo com esse artigo, por exemplo, se o andar térreo não usa o eleva-
dor, ele precisa também ter a sua parte no rateio? Sim, precisa, porque o elevador
está a sua disposição, mas for vedado o uso a esses moradores, então eles não
terão que efetuar o pagamento sobre essa parte. Mesmo exemplo para o estacio-
namento, se o condômino não possui carro, ele precisa pagar o rateio sobre essa
parte? Sim, precisa, porque ela está à disposição do condômino, salvo se a sua
unidade não tiver garagem.
Também existe uma divisão do rateio entre o que deve ser pago pelo pro-
prietário e o que deve ser pago pelo inquilino. Nem sempre essa relação é muito
transparente com direitos e deveres de cada um. Dessa forma, a Lei do inquilinato
(Lei nº 8.245/91) traz uma série de recomendações de pagamentos ao locador e
locatário, e prevê que o pagamento das despesas extraordinárias como grandes
obras e reformas deve ser paga pelo proprietário/locador:
94
Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
O rateio condominial tem relação até com o peso dos votos em uma assem-
bleia. No caso de condomínios em que a taxa seja rateada por fração ideal, o
voto de quem paga uma taxa maior pode ter um maior peso. Essas situações são
usadas, principalmente, para o caso de empate em uma assembleia. No entanto,
existem outras que, por mais que as unidades possuam frações diferentes, o peso
do voto continua o mesmo, ou seja, um voto por unidade.
95
Instalação de Condomínios
Por mais que, em algumas situações, os anseios sejam diferentes, eles seguem
da mesma forma de um condomínio, seja ele totalmente residencial ou comercial.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Ficou claro ao longo do capítulo a importância de cada um dos itens discu-
tidos. Um condomínio em processo de implantação precisa da visão e conheci-
mento de um síndico que conheça os meandros de um processo de garantia con-
dominial. Se o síndico acreditar que todas as manutenções devem ser feitas pela
construtora, ele acabará perdendo a garantia.
Se, por acaso, o síndico fizer alguma ação que venha a prejudicar a garan-
tia, o prejuízo para o condomínio como um todo é imenso. Lembrando que, em
um condomínio, não estamos falando sobre a garantia de uma unidade, e sim de
todas as áreas comuns. No momento de receber um condomínio, utilize os itens
desenvolvidos na garantia como passos para que consiga manter a garantia ativa
em todos os seus pontos. Conforme afirmamos, se não se sente seguro para visu-
alizar todos os vícios, solicite auxílio de um profissional.
Com relação à previsão orçamentária, ficou claro quantos itens existem para
que seja construído algo que de fato represente as demandas do condomínio.
Esse não é um processo simples, porém, o síndico precisa conhecer a fundo. For-
mular uma previsão orçamentária que não contempla todas as áreas demonstra
a incompetência de gestão, criando um desgaste gigante, já que estamos falando
sobre taxas condominiais.
96
Entendendo o Processo de Implantação
Capítulo 2 de Um Condomínio
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 12271: Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária
e outras disposições para condomínios edilícios. Rio de Janeiro, ABNT, 2005.
98
C APÍTULO 3
Demandas Iniciais De Um
Condomínio
100
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Nesse último capítulo do nosso livro, discorreremos sobre o funcionamento
do condomínio. Logo após a eleição, o síndico tem uma série de situações que
precisa resolver, por isso, antes da entrega das chaves, ele precisa convocar uma
Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para que os moradores possam deliberar
sobre vários pontos para o funcionamento básico do condomínio.
101
Instalação de Condomínios
2 DEMANDAS INICIAIS DE UM
CONDOMÍNIO
Até agora, entendemos todos os processos iniciais de um condomínio, pois,
até o momento, estamos no campo da teoria. Entendemos, no Capítulo 1, toda a
parte conceitual do que é condomínio em conjunto com o processo de vistoria e, no
Capítulo 2, toda etapa referente ao processo de garantia condominial e de previsão
orçamentária. No Capítulo 3, compreenderemos as demandas iniciais, a partir do
momento em que o condomínio está em vias de entregar. São os primeiros pas-
sos de um condomínio com as suas dificuldades, ansiedades e complexidades. A
intenção aqui é abordar quais os passos que o síndico precisa ter para conduzir o
condomínio nos primeiros meses, até que todos entendam a dinâmica condominial.
Sendo assim, o síndico precisa se preparar para convocar uma AGE alguns
dias antes das entregas das chaves e liberação do condomínio. Essa preparação,
no entanto, deve anteceder em poucos dias a entrega das chaves, pois alguns
itens são pontos fundamentais em um condomínio para o funcionamento eficien-
te. Por mais que as construtoras sigam um cronograma, é normal que atrasem a
obra, em algumas situações por causa de questões internas, outras como a libe-
102
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
Uma das dificuldades para convocar essa primeira AGE é que, no início da
vida do condomínio, por vezes, nem se tem uma administradora contratada e, por
mais que se tenha, ainda não se possui os dados dos condomínios para fazer o
cadastro. Muitas vezes, os dados estão em posse da construtora e, em alguns
casos, estão desatualizados. Sendo assim, pode ser que haja dificuldade do co-
nhecimento do edital por todos os moradores. Por isso, é importante tentar divul-
gar ao máximo o edital, principalmente via aplicativos de mensagens. Divulgue
de todas as formas possíveis esse edital, para que todos tenham conhecimento
e ninguém fique de fora. A participação nessa primeira AGE acaba sendo grande,
pois, para muitos condôminos, esses processos são uma novidade, além de defi-
nir situações importantes no condomínio.
O edital de convocação precisa ser simples e claro, mas também deve conter
todos os pontos fundamentais, como: horário da primeira e da segunda chamada,
conforme consta na convenção; local de realização da assembleia, se é no salão de
festas ou qualquer outro local; se a assembleia for virtual é importante que se tenha
o link, com a senha de acesso. Observe, ainda, se será necessário um quórum es-
pecífico, caso algum assunto que seja votado precise desse tipo de situação.
103
Instalação de Condomínios
104
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
É importante frisar que, por mais que não seja obrigatório o registro de uma
ata de AGE, é importante pois traz mais credibilidade ao ato. Após o registro da,
divulgue para todos os moradores quais foram as deliberações que ocorreram e
os prazos, a fim de que todos estejam cientes das informações.
• Experiência de mercado.
• Número de clientes atendidos.
• Tipos de clientes atendidos (condomínios comerciais, residenciais, hori-
zontais, verticais ou mistos).
• Estrutura física e de funcionários.
• Suporte ao condômino.
• Suporte Jurídico.
• Conta pool ou conta vinculada.
• Tecnologia (aplicativos).
• Serviços inclusos.
• Números de AGE/AGO por ano.
• Certidões negativas de débitos.
• Fazer parte de alguma associação do setor.
• Certificações de qualidade.
• Processos contra condomínios.
• Processos civis e criminais (sócios).
• Setor de compras.
• Seguro de arrecadação.
105
Instalação de Condomínios
• Capital social.
• Referências.
106
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
Outro item que falamos rapidamente e que tem feito parte das administrado-
ras é a prestação de serviços por meio dos aplicativos. Verifique se a administra-
dora dispõe dessa tecnologia que facilita a vida do condômino. Verifique se, no
aplicativo, é possível reservar áreas do condomínio, tirar dúvidas, acessar docu-
mentos e segunda via de boletos. O aplicativo deve ser simples, de rápido manu-
seio e intuitivo, pois existem alguns aplicativos que são de difícil entendimento,
complicando a vida do morador.
Nesse contexto, verifique todos os serviços que estão inclusos, como respos-
tas a notificações extrajudiciais, auxílio na confecção da previsão orçamentária,
auxílio na gestão de manutenção do condomínio. Alguns desses serviços entram
como extra e acabam por apresentar um valor considerável no final do mês. A
maioria das administradoras, no contrato, acaba limitando o número de AGE e
AGO durante um ano. De praxe, é apenas uma AGE e outra AGO, assim, se hou-
ver mais que duas assembleias, um valor de acompanhamento de assembleia é
adicionado na taxa. Algumas administradoras disponibilizam o balancete apenas
impresso, sendo que, para disponibilizar o balancete on-line, é cobrada uma taxa
adicional.
107
Instalação de Condomínios
108
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
sembleias virtuais, por mais que alguns condomínios tenham preferência de admi-
nistradora da mesma cidade, hoje esse item não é mais um impeditivo.
Na primeira AGE, na maioria das vezes, a administradora ainda não está con-
tratada, dessa forma, o síndico pode se sentir inseguro quanto à realização des-
sa assembleia. Aqui, cabem algumas situações, a primeira é que o síndico pode
contratar uma administradora apenas para auxiliar na sua primeira AGE, consi-
derando que a maioria das administradoras efetua esse trabalho. A outra opção
é que várias administradoras podem efetuar esse trabalho, em forma de cortesia,
até para apresentarem a sua empresa na prática para os moradores. Sendo as-
sim, verifique se alguma das três administradoras pré-selecionadas poderia efe-
tuar esse serviço como cortesia ou, se for o caso, por meio de contratação para a
realização apenas dessa assembleia. Em algumas situações, porém, que não é
comum, a construtora pode auxiliar o condomínio na condução da primeira AGE.
109
Instalação de Condomínios
• Granel ou envasado.
• Leitura individual ou coletiva.
• Dentro das normas da ABNT.
• Teste de estanqueidade.
• Telemetria.
• Região atendida, atendimento emergencial.
• Preço/Fator de conversão.
• Prazo de instalação.
• Prazo do contrato.
Por sua vez, o gás a granel é abastecido em cilindros maiores, pelo próprio
caminhão da companhia. Em questões de residual, não existe nenhum problema,
pois o cilindro não é trocado. Uma das dificuldades do gás a granel é que o con-
domínio terá que efetuar um contrato e, consequentemente, a compra com um
único fornecedor. No caso do granel, ele pode efetuar a compra com qualquer
fornecedor, sem a necessidade de um contrato.
110
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
dades não possuem medidores individuais, dessa forma, a leitura será realizada
apenas no medidor geral do condomínio. Com base no total consumido por mês,
o condomínio efetuará o rateio entre as unidades. O rateio pode seguir alguns cri-
térios adotados pelo condomínio que podem ser pela fração da unidade, número
de pessoas que vivem no mesmo apartamento ou, ainda, de forma igualitária. Em
condomínios em que há o medidor individual, a leitura é efetuada em um determi-
nado dia do mês. Dessa forma, será possível saber qual a quantidade de gás que
foi consumida por determinada unidade naquele período. Existem ainda condo-
mínios nos quais há apenas medidores nos blocos, dessa forma, o gás é rateado
entre os moradores daquele bloco.
A telemetria é uma tecnologia, que está sendo usada para facilitar a vida do
síndico e da companhia de gás. Por intermédio dela, a empresa pode acompa-
nhar o nível do gás e, quando chega em uma determinada quantidade, aciona o
abastecimento. Na maioria das vezes, a empresa espera chegar até no nível dos
30%, porém tome cuidado. Em algumas situações, a telemetria pode falhar e o
condomínio ficar sem gás. Nesse sentido, sempre verifique como está o nível do
gás para que não ocorra nenhuma surpresa no desabastecimento. A região aten-
dida também é uma análise que precisa ser levada em conta, pois a proximidade
geográfica pode facilitar em casos de atendimentos emergenciais.
O preço, de fato, deve ser um dos itens principais na análise, porém nenhu-
ma empresa fecha um contrato com o valor fixo, já que o gás tem os seus preços
controlados pela Petrobrás. Sendo assim, conforme a sua política de preços, vá-
rios aumentos podem ocorrer ao longo de um mesmo ano.
111
Instalação de Condomínios
Nesse sentido, o síndico precisa ficar atento a certas situações, como, por
exemplo, quando a Petrobrás anuncia um aumento de 5,5%, as distribuidoras
também repassam o mesmo percentual para os clientes. Nesse sentido, o aumen-
to foi no preço do gás, por outro lado, os custos do distribuidor com a logística,
pessoal, impostos não aumentaram. Dessa forma, o aumento, não se dá apenas
sobre o custo do gás, mas sim sobre toda a cadeia. O ideal é que esse aumento
seja apenas sobre o custo do gás e não sobre todos os outros custos. Na Figura
1 podemos observar que o valor do gás corresponde apenas a uma parcela do
total. Sendo assim, quando houver um aumento do valor do gás, certifique-se de
que o custo repassado seja apenas referente ao valor do gás e não no montante,
já que o custo com logística pessoal não aumenta na mesma proporção. Também
verifique se, no contrato, existe alguma cláusula a respeito do aumento do gás.
Ainda com relação ao preço do gás, existe um item muito importante chama-
do fator de conversão. No caso do gás a granel, o abastecimento é comercializa-
do tendo como base metros cúbicos, o auxilia na conversão para quilos, ou seja, a
companhia vende o preço do gás em quilos, mas cobra em metros cúbicos. Para
fazer essa conversão, basta utilizar a fórmula:
Tendo esse valor do metro cúbico, basta multiplicar pelo preço do quilo do gás.
Esse fator de conversão pode mudar de empresa para empresa, e isso faz
uma grande diferença no valor final do gás. A conversão pode mudar por condições
112
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
113
Instalação de Condomínios
Por fim, ainda temos os prazos de duração de contrato. A maioria dos contra-
tos, traz um prazo de 60 meses, porém, esses prazos diminuíram consideravel-
mente, considerando que algumas empresas, atualmente, estão trabalhando com
prazos de 24 meses. Existem até algumas que não possuem prazo no contrato,
bastando apenas um aviso prédio de 30, 60 ou 90 dias. No entanto, se o condo-
mínio decidir por quebrar um contrato, ele deve analisar bem as cláusulas de res-
cisão, que, na maioria das vezes. são leoninas. Alguns contratos possuem multas
altíssimas que inviabilizam qualquer movimento na direção de uma rescisão, ou-
tros, ainda, possuem cálculos difíceis de entender. Segue um exemplo de cálculo
utilizado por uma das companhias para efetuar a rescisão do contrato:
Vamos fazer um cálculo, tendo como base um condomínio com 100 unidades,
que gasta em média R$ 18 mil mensais. O condomínio já cumpriu 30 meses em um
contrato de 60 meses, e teve um valor de investimento inicial de R$ 25 mil reais.
114
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
115
Instalação de Condomínios
Nesse caso, existem muitas dúvidas, pois alguns acreditam que a partir do
momento que o condomínio contrata funcionários de uma empresa terceirizada,
ele não tem mais responsabilidade com os colaboradores, o que é uma inverda-
de. Isso fica ainda mais claro na Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), no inciso IV, dispondo sobre o trabalho por meio de contratos de prestação
de serviços:
Nesse sentido, por mais que haja uma empresa terceirizada no processo, o
condomínio continua respondendo pelos funcionários, pois se beneficiou do serviço
deles. Por isso, o ideal, na hora de contratar uma empresa terceirizada, é efetuar
um levantamento do seu histórico, a fim de que o condomínio tenha mais segurança
no processo. No caso de uma ação trabalhista, o condomínio também é citado, des-
116
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
117
Instalação de Condomínios
A portaria é um local que nunca pode ficar sozinho, sempre é necessário ter
alguém para efetuar o atendimento. No caso de portaria, é mais fácil efetuar essa
quantificação de funcionários, exceto em caso de condomínios que possuam um
número elevado de unidades ou que disponham de mais serviços ao condômino.
Pensando em um condomínio em que um porteiro tenha condições de atender
aos moradores, o condomínio pode optar por uma portaria 44 horas semanais,
uma portaria 24 horas com turnos de 8 horas, ou, ainda, uma portaria no sistema
de escala 12x36.
Se o condomínio optar por ter uma portaria 44 horas, ele terá um porteiro
trabalhando 8 horas entre segunda e sexta-feira e 4 horas no sábado, sendo que
no domingo é folga. Se o condomínio optar por uma portaria 24 horas, ele precisa
automaticamente de quatro funcionários, independentemente se a escala for a co-
nhecida 5x1 ou 12x36. Serão três porteiros fixos e um folguista. No caso de uma
escala 5x1, o porteiro trabalhará cinco dias um período de sete horas e folgará um
dia. Por exemplo, ele trabalha de segunda a sexta-feira e folga no sábado, voltan-
do a trabalhar no domingo e folga na sexta. No caso dessa escala, o funcionário
terá um domingo de folga por mês.
Se a opção for uma escala 12x36, o porteiro trabalhará 12 horas e folga nas
próximas 36 horas. Esse é um tipo de escala bastante adotada em portaria, pois
esse é um trabalho que não pode ser interrompido. A escala 12x36 é autorizada
pela convenção coletiva do trabalho do setor, no entanto, ela deve ser homolo-
gada no sindicato da região. O problema desse tipo de escala é que, quando um
porteiro falta, faz com que seja necessário acionar outro funcionário para ficar um
longo período. A vantagem desse tipo de escala é que o condomínio tem um custo
menor com vale transporte, já que o funcionário se desloca por uma quantidade
menor de dias até o condomínio.
118
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
119
Instalação de Condomínios
das, efetuar pequenas pinturas de reparo, efetuar limpezas mais pesadas, distri-
buir correspondências. Ele também deve inspecionar todas as áreas do condomí-
nio e, em caso de alguma irregularidade, repassar ao síndico, bem como auxiliar
o síndico para que todos os moradores cumpram as determinações do regimento
interno e da convenção.
O ideal é que seja criado um checklist para o zelador para que, nos dias em
que estiver trabalhando, possa se efetuar o levantamento. Algumas verificações di-
árias são bem importantes, como verificar se as bombas estão funcionando e man-
dando água para as caixas elevadas. Assim como verificar se o fornecimento de
água está normal no condomínio. Questões de extintores, mangueiras, luzes de
sinalização, interfones, lixeiras, piscinas, casa de máquinas, sistemas de seguran-
ça, central de gás, portões, hidrômetros. Esses são apenas alguns itens de vistoria,
porém, o síndico deve desenvolver conforme as demandas do condomínio os pon-
tos do checklist. Em alguns condomínios, o zelador executa até a manutenção da
jardinagem, no entanto, isso depende do tamanho do jardim e da complexidade de
cuidado que as plantas precisam, assim como na limpeza da piscina.
O síndico não pode se deixar enganar e por achar que as funções de portei-
ro, servente de limpeza ou de zelador são funções básicas e que qualquer pessoa
pode fazer. É comum que pessoas que não encontram colocações em outras fun-
ções, queiram atuar nessas áreas e acabam virando um funcionário do condomí-
nio por uma necessidade. Porteiro precisa ser de fato um profissional da portaria,
ter competência técnica e comportamental, assim como a servente de limpeza e o
zelador. Essa equipe deve ser muito bem desenvolvida, pois ela, de fato, vai con-
duzir o condomínio no dia a dia, orientada pelo síndico.
120
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
Ainda com relação a esse fato, o condomínio precisa estar atento, porque
existem muitas empresas clandestinas. No caso do Brasil, para cada empresa
operando de forma legal, existem outras três clandestinas. Sendo assim, existe
uma oferta grande de empresas que não cumprem as exigências de funciona-
mento e que, no caso de algum problema, o condomínio responde de forma subsi-
diária. Por exemplo, no caso de o condomínio precisar contratar segurança arma-
do, eles só podem atuar dentro dos muros do condomínio, porém, as empresas
clandestinas não respeitam essa regra. Possuir apenas seguranças armados não
é sinônimo de segurança, para isso, é necessário que haja um planejamento. São
procedimentos de segurança, contingências, posição da guarita e equipamentos
de segurança. Se, por acaso, não houver esse planejamento, ao invés de a arma
ser uma aliada, ela pode se tornar um perigo (DESIMONE, 2010).
121
Instalação de Condomínios
Para que isso não ocorra, um dos indicadores da qualidade da água que
deve ser levado em conta é a acidez, também conhecido como pH. Esse índice
deve ser medido duas vezes por semana e o pH de uma piscina deve ficar entre
7 e 7,4. Além de proteger os usuários, também protege os equipamentos de filtra-
gem da piscina.
O cloro também deve ser utilizado para ajudar a piscina ficar mais limpa, já
que esse produto é usado para combater fungos e bactérias. No entanto, como
já frisado, o seu uso descontrolado pode trazer mais problemas como irritação
de mucosas. Outro item que auxilia a piscina ficar mais limpa é a aspiração, que
deve ser realizada de forma semanal, exceto em condomínios com alta utilização,
em que deve ser realizada em um número menor de dias.
Todo condômino deseja que a sua piscina esteja com uma água transparen-
te, nesse sentido, deve ser usado um produto chamado clarificador, que auxilia
122
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
Ainda com relação à piscina, existem várias regras que devem ser seguidas,
algumas vezes estão descritas na convenção e, em outras, o síndico precisa defi-
nir com o conselho antes até mesmo de ter o regimento. Essas regras, na maioria
das vezes, incluem a proibição de consumir bebidas e alimentos na piscina, assim
também como a proibição de materiais de vidro, como pratos e copos. As crianças
devem estar sempre acompanhadas pelos responsáveis, assim como também é
proibido o acesso de animais na área da piscina. Algumas piscinas possuem uma
ducha para retirar o protetor solar, a fim de não sujar a água, o recomendável é
que, após passar o protetor, se aguarde em torno de 20 a 30 minutos, pois a pele
absorve todo o óleo e não suja a água.
123
Instalação de Condomínios
Por outro lado, a energia elétrica é um dos itens mais tranquilos, pois, segun-
do determinação da ANELL, as companhias de energia elétrica devem fornecer
toda a infraestrutura. Na Resolução 456, de 29 de dezembro de 2000, os con-
cessionários de energia são obrigados a fornecer toda a infraestrutura, até o que
chamam de ponto de entrega.
124
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
FONTE: O Autor.
No entanto, desde 2016, foi sancionada uma lei pelo então presidente Michel
Temer, que todas as novas construções de condomínio, a partir de 2021, deverão
ser entregues prontos para a medição individualizada de água. Trata-se da Lei nº
13.312, de 12 de julho de 2016.
Ocorre que os canos condutores por onde passam os cabos tem o seu ta-
manho limitado. Nesse sentido, existem “vagas” apenas para algumas empresas,
para outras não será possível passar o cabo de fibra óptica. Na maioria dos con-
domínios, a capacidade desses condutores é de até quatro cabos, lembre-se que
o espaço físico também deve comportar a manutenção. Se o síndico permitir um
número elevado de empresas, será impossível efetuar manutenção quando for
necessário. Dessa forma, uma empresa que presta um bom serviço com baixo
custo, pode ficar de fora de um condomínio, por isso, o ideal é fazer uma enquete
junto aos moradores para a escolha das empresas. Some-se isso ao fato de que
uma empresa, ao passar o cabo, pode danificar o sistema de interfone do condo-
mínio, fazendo o condomínio perder a garantia por esse item.
126
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
pelo número total de unidades do prédio, pois, para efetuar um cadastro nas com-
panhias, é necessário apresentar a convenção do condomínio, em que consta o
número de unidades.
FONTE: O Autor.
Primeiro, somou-se todo o valor da taxa mínima, e, o que sobrou, foi dividi-
do entre o número de pessoas que mora no condomínio para determinar o valor
sobressalente de cada pessoa. No caso de uma unidade condominial que possui
dois moradores, o valor a ser pago é de R$ 76,40 da taxa mínima e mais R$ 26,13
por pessoa, em um total de R$ 128,66. No caso da unidade com seis moradores,
o valor da taxa mínima é o mesmo, ou seja, R$ 76,40, e o valor por pessoa R$
26,13 multiplicado por 6, com um total de R$ 233,18.
127
Instalação de Condomínios
Por mais que esse sistema da tabela acima pareça o mais eficiente em casos
de falta da medição individualizada, ele ainda apresenta falhas. Acaba se criando
um clima entre os vizinhos para se verificar se naquele apartamento que está
cadastrado apenas uma pessoa, de fato mora apenas uma pessoa. Se alguém
vier passar alguns finais de semana, terá que ser cobrado um valor diferente. Se
um parente ficar mais que alguns dias visitando, terá que ser cobrado uma taxa
diferente. Esse sistema apresenta falhas que não seriam existiriam se houvessem
medidores individuais. Falamos desse exemplo para o consumo de água, mas ele
pode ser usado tanto para energia elétrica como para gás.
128
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
FONTE: O Autor.
Perceba que, nesse caso, nem existe uma companhia de gás que emite a fa-
tura, mas ela é rateada pelo síndico. Como existe o medidor individual, o processo
é muito mais justo e transparente. Perceba que, nessa tabela, temos unidades
que gastam 20m3, enquanto outras gastam apenas 1m3. A unidade que consome
o total de 20m3, pode ser que tenha uma família muito maior ou, ainda, que use
o gás para trabalho, podendo cozinhar ou preparar alimentos para comercializar.
Se não houvesse o medidor individual, aquele que não use para quase nada, iria
pagar por aqui que utiliza o gás até como meio de trabalho.
Outra forma ainda de se ratear é por bloco, ou seja, na entrada de cada bloco
existe um medidor para aquele bloco. Vamos utilizar como exemplo um condo-
mínio que possui 20 blocos e, se não há o medidor de gás individual, o por bloco
pode ajudar a atenuar um pouco o problema. Existe uma “tranquilidade” maior em
dividir o gás entre apenas os moradores de um bloco, do que com o condomínio
todo. É normal que os moradores se conheçam entre o bloco, dessa forma, se
houver alguma disparidade ou consumo desenfreado, existe uma facilidade maior
em identificar.
1 Será que vale a pena gastar com tantos materiais para ter o pro-
cesso de medição individualizada?
129
Instalação de Condomínios
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Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
FONTE: O Autor.
131
Instalação de Condomínios
“pode” entrar, dessa forma se for escolhido um regulador com menor capacidade,
isso quer dizer que uma menor quantidade de gás deve entrar. Se uma unidade
condominial tiver mais aparelhos que consumam gás como aquecedor, torneiras
e demais, um regulador pequeno acaba por não dar conta de suprir o consumo
de gás necessário para o funcionamento desses aparelhos. Os medidores partem
da capacidade de 2, 5 ou 7 kg, assim, para condomínios que tenham apenas o
consumo de fogão um medidor de 2 kg é suficiente. No entanto, se houver aque-
cedor, o ideal é um medidor de 7 kg, pois o morador pode colocar um aquecedor
de grande capacidade e não funcionar por causa da capacidade do regulador. A
diferença de valores entre o medidor de 5 kg e de 7 kg é pequena, por isso, o ide-
al é utilizar o de 7 kg, para ter uma potência maior na distribuição do gás.
Por mais que seja um trabalho extremamente técnico, o síndico também pre-
cisa conhecer um pouco desses equipamentos, pois existem diversos tipos de
medidores, conforme a vazão necessária para o gás. Se, porventura, for esco-
lhido um medidor que possua uma vazão menor do que a necessária, podem
ocorrer problemas no fornecimento interno do gás. Os equipamentos que utilizam
o gás possuem uma etiqueta com o seu consumo em quilocaloria por minuto,
conhecido também como Kcal. O ideal é ter uma média da quantidade de Kcal/
min que, em média, uma unidade consome para solicitar um medidor que atenda
132
Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
essa demanda. Via de regra, para unidades condominiais, um medidor que tenha
a vazão de 1,4m3 é o suficiente para atender essa demanda.
Outro item necessário é um registro 3/8 para caso seja necessário efetuar o
fechamento do gás em caso de manutenção ou em alguma emergência. Esse tipo
de registro deve estar presente em todas as saídas de gás das unidades condo-
miniais. Se houver duas ou mais saídas de gás, esse registro deve estar presente.
Por fim, ainda existe a mangueira que faz a ligação dos registros de gás até o fo-
gão. Trata-se de uma mangueira em aço que deve ser trocada a cada cinco anos
e que possui tamanho padrão de 0,80cm e 1,2mt. Um problema comum dessas
mangueiras é que as juntas de vedação podem ressecar e ocasionar vazamentos
de gás. Até mesmo o posicionamento da mangueira é importante, pois ela não
pode estar esticada. Se, porventura, ela estiver em um local em que o fogão seja
movimentado com frequência, pode danificar as juntas de vedação.
133
Instalação de Condomínios
Para que o síndico consiga ter mais mobilidade, o ideal é ele efetuar os or-
çamentos, apresentá-los na assembleia e propor a votação de um valor teto para
o enxoval. Com esse valor em mãos, o síndico consegue analisar quais são os
itens mais fundamentais e vai negociando, já que, nesse início, o condomínio não
dispõe de muito caixa.
4 PLANO DE MANUTENÇÃO
Conforme conversamos durante o processo de garantia condominial, um
condomínio é como um carro novo, e é necessário que se faça a manutenção so-
licitada em manual para que ele tenha direito à garantia. Da mesma forma ocorre
com um condomínio, assim, é preciso que sejam seguidas todas as ações descri-
tas no manual do síndico para que o condomínio tenha direito à garantia condo-
minial. Sendo assim, o ideal é que o condomínio trace um plano de manutenção
para os seus equipamentos, assim como para a estrutura do condomínio.
município possibilite um prazo maior, ela seja realizada em seis meses. Infeliz-
mente, devido aos detritos que acompanham a água, em seis meses, as caixas
de água, na maioria das vezes, encontram-se sujas.
De forma alguma a limpeza deve ser executada por conta ou por algum co-
nhecido, para que ela seja feita e tenha o selo com a data, deve ser contratada
uma empresa específica para a área. Deve ser solicitado para que a empresa es-
cove todas as paredes, retire a sujeira e volte a enxaguar. Sempre após a limpeza,
é ideal que o condomínio efetue um teste laboratorial para verificar a qualidade da
água, pois, se algum condômino passar mal o síndico pode ser responsabilizado,
inclusive judicialmente.
No caso das bombas de recalque que bombeiam a água para a caixa ele-
vada, sempre deixem ela no manual, pois, se ela estiver ligada, pode entrar ar, e
isso faz com que a água não tenha a sua pressão normal. Na maioria das vezes,
para retirar o ar da bomba, deve ser acionado um técnico para verificar, pois se
trata de um trabalho técnico.
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Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
Ainda com relação à limpeza da caixa de água, temos a limpeza das caixas
de gordura, que é um reservatório que fica entre o condomínio e a rede de esgo-
to e tem como objetivo efetuar a separação da gordura. A limpeza desse item é
fundamental, pois evita de ocorrer entupimentos e mau cheiro, como também no
menor escoamento da água da pia. Essas caixas devem ser limpas a cada 12
meses e vedadas com silicone ou material similar. Nesse conjunto, também há o
hidrojateamento, que é uma técnica na qual uma água de alta pressão é aplicada
nos encanamentos com objetivo de desobstruir qualquer objeto que possa impe-
dir o fluxo de água. Esse serviço também deve ser executado a cada 12 meses.
A dedetização também é um serviço que deve ser executado a cada seis me-
ses, com, no caso, reforço a cada três meses. As empresas que prestam serviços
nessa área devem respeitar a Resolução N° 52, de 22 de outubro de 2009, da
ANVISA. Existe a dedetização por meio da pulverização de pó químico, porém, a
mais indicada para os condomínios é a por meio de gel, em que não é necessário
evacuar os animais e não tem cheiro. A dedetização também deve ser avisada
aos moradores com antecedência, assim como no dia deve ocorrer o fechamento
de todas as áreas comuns do condomínio para que ninguém fique intoxicado com
a dedetização. O síndico também deve acertar com o prestador de serviço um va-
lor para que os condôminos que possam fazer a dedetização no interior das suas
unidades, se assim desejarem.
Com relação a limpeza mais pesada, também, o síndico deve criar um pro-
cesso com os funcionários sobre o tempo que determinada limpeza deve ser reali-
zada. O condomínio tem, por exemplo, uma cobertura de vidro na saída, que deve
ser limpa a cada 15 dias. A garagem deve ser lavada a cada 60 dias, e, ainda,
a calçada deve ser lavada a cada 10 dias. Esse tipo de cronograma de limpeza
ajuda o síndico na sua organização e, também, deixa os funcionários cientes das
suas obrigações.
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Instalação de Condomínios
elevadas. Dessa forma, quando falta água nas unidades, mesmo tendo água na
cisterna, o primeiro equipamento a ser verificado é a bomba. As bombas de recal-
que devem ter a sua manutenção preventiva, evitando a troca do equipamento.
Essas bombas têm o seu uso quase que de forma contínua, e desligam ape-
nas quando o nível das caixas está no seu limite, por isso possuem pouco tempo
de parada. Dessa forma, o que ocorre é o desgaste natural dos seus componen-
tes, que devem ser revisados de forma anual. Se, porventura, essa manutenção
não for realizada, corre-se o risco de comprometer todo o equipamento, sendo ne-
cessário a sua troca. Por isso, o síndico deve verificar se essas bombas possuem
vibrações e ruídos diferentes do normal, pois esse comportamento identifica que
as bombas precisam de manutenção urgente.
Outro item que, pela sua falta de utilização, acaba emperrando e dando pro-
blema, são os registros. Por isso, a cada 60 dias, no mínimo, faça o exercício
de fechar e abrir todos os registros. Em muitos prédios, eles ficam tanto tempo
sem usar, que quando é necessário, eles não funcionam. Ainda com relação aos
equipamentos, os portões devem ter a sua manutenção anual, a fim de trocar
rolamentos, verificar o estado dos cabos de aço, contrapesos e possível engraxa-
mento com graxa branca. Os motores também devem ser analisados, efetuando
a análise dos seus componentes mecânicos como rolamentos e eletrônicos como
placas. Nessa etapa também devem estar inclusas a lubrificação de molas, fecha-
duras e travas.
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FONTE: O Autor.
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Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
A primeira etapa para efetuar a pintura de uma fachada é contratar uma em-
presa de engenharia para que auxilie na confecção de uma análise dos servi-
ços a serem realizados, assim como, também, na confecção de um escopo do
orçamento. Nesse escopo, a empresa, após diagnóstico, deve detalhar como o
trabalho deve ser desenvolvido. A pintura de uma fachada não se trata apenas
de aplicar a tinta, existem várias outras situações que antecedem a essa pintura
propriamente dita. As etapas para uma pintura predial perpassam, antes, por um
ensaio de percussão, ou seja, é o momento de efetuar uma análise na fachada do
prédio com um martelo e verificar ondem existem desplacamentos, de pastilhas.
Por meio do som produzido pela batida do martelo, é possível identificar locais
onde a pastilha esteja se soltando.
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Instalação de Condomínios
FONTE: O Autor.
Após essa etapa, é efetuada a lavagem do prédio para limpar toda a su-
perfície das impurezas, deixando o espaço pronto para receber novas manuten-
ções. A lavagem serve, também, para identificar a presença de fissuras e bolhas.
Se, porventura, o condomínio possuir trincas e fissuras aparentes, essas devem
ser tratadas antes de ser efetuado o processo de lavagem. Depois da lavagem,
inicia-se o momento de efetuar o tratamento da superfície da fachada, primeiro,
tratando de todas as anomalias, como trincas, fissuras, infiltrações entre outros. O
importante é que, antes da aplicação da tinta, todas as anomalias sejam tratadas,
para que a tinta seja aplicada sobre uma superfície limpa e tratada. Por fim, após
todas essas etapas, é o momento de executar a pintura.
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Capítulo 3 Demandas Iniciais De Um Condomínio
Alguns cuidados básicos devem ser levados em conta nesse tipo de obra,
o primeiro é com relação à cor escolhida. Ela deve ser de fato a mesma cor que
consta no memorial descritivo. Se for usado um tom diferente, poderá haver o en-
tendimento que se trata de alteração de fachada. Esse tipo de alteração é vedado
pelo Código Civil, exceto se houver assembleia com 100% dos moradores em que
todos votem favoráveis a essa alteração. Se não for dessa maneira, a obra pode
ser considerada ilegal.
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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Efetuar uma implantação condominial não é uma tarefa simples. São vários
pontos que precisam ser analisados e uma demanda de trabalho alta. Logo que o
condomínio começa a dar os seus passos, mesmo sem moradores, vários pontos
precisam ser encaminhados. São prazos que precisam ser cumpridos, empresas
que precisam ser contratadas para que, pelo menos minimamente, o condomínio
comece a funcionar.
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serão a vitrine do condomínio, por isso o síndico deve deixar todos os processos
bem alinhados.
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 10898: Tinta de acabamento epóxi, curada, com poliamida, de dois
componentes. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.
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