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Apresentação

O SECOVI-SP e a função do síndico

O constante crescimento do número de condomínios no Estado de São Paulo,


bem como o volume de exigências dos condôminos, vem transformando os
responsáveis pela gestão de seu dia-a-dia, em verdadeiros dirigentes de
comunidades.
Condomínios residenciais, comerciais ou mistos, núcleos de convivência,
exigem alto profissionalismo. Não se trata apenas de cuidar da harmonia entre
moradores e usuários. Mas, isto sim, administrar interesses, zelar pelo
patrimônio comum, cuidar dos aspectos econômicos, financeiros, trabalhistas,
técnicos, operacionais e todos aqueles que influenciam os custos.
02 Nunca se fez tão necessária a contratação de uma empresa administradora 03
honesta e competente, para assessorá-lo nestas atividades.
Em face disso, e no sentido de melhor servir e orientar os condomínios que
representa, o SECOVI-SP republica este manual, atualizado e revisado com
base no novo Código Civil e modificações, que é distribuído aos condomínios
de São Paulo.
O objetivo deste manual é facilitar a vida dos síndicos, orientando-os no
desempenho de suas atividades, permitindo melhor cumprimento de suas
responsabilidades e, melhor compreensão das funções de sua administradora.

Hubert Gebara
Vice-Presidente de Administração Imobiliária e Condomínios
Índice

APRESENTAÇÃO....................................................................................................3 POLÍTICA DE PESSOAL.....................................................................................30


ELEGERAM-ME SÍNDICO E AGORA?..............................................................6 TRATAMENTO E COMPORTAMENTO.......................................................30
O CONDOMÍNIO...........................................................................................7 PLANEJAMENTO, RECRUTAMENTO E SELEÇÃO..................................30
UTILIZAÇÃO..................................................................................................7 TREINAMENTO...........................................................................................31
A CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO.............................................................8 REMUNERAÇÃO.........................................................................................31
REGIMENTO INTERNO................................................................................8 FINAL DA HISTÓRIA: O SECOVI MAIS PRÓXIMO DE VOCÊ.....................32
ASSEMBLÉIA GERAL.................................................................................11 SECOVI-SP: UMA GRANDE PARCERIA PARA OS CONDOMÍNIOS...........33
PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA....................................................................13 PERGUNTAS E RESPOSTAS.......................................................................36
DESPESAS.................................................................................................14 DIREITO CIVIL.............................................................................................36
04 FUNDO DE RESERVA.................................................................................16 DIREITO TRABALHISTA................................................................................57 05
DOCUMENTOS E OBRIGAÇÕES DO CONDOMÍNIO................................16 LEI N° 10.406/02 – NOVO CÓDIGO CIVIL....................................................65
DEMONSTRATIVO FINANCEIRO MENSAL...............................................18 ENDEREÇOS ELETRÔNICOS INTERESSANTES.......................................72
COMO ESCOLHER E CONTRATAR UMA ADMINISTRADORA....................19 INFORMAÇÕES ÚTEIS.................................................................................73
MANUTENÇÃO PREDIAL..............................................................................22 PAGAMENTOS...............................................................................................73
PONTOS A SEREM CHECADOS PERIODICAMENTE.................................22 TELEFONES DE EMERGÊNCIA...................................................................73
ECONOMIZANDO ENERGIA ELÉTRICA...................................................23 CONTATOS - SECOVI-SP..............................................................................74
ECONOMIZANDO ÁGUA............................................................................23 TABELA DE PRAZOS.....................................................................................75
SEGURANÇA DO CONDOMÍNIO..................................................................24
SEGURANÇA PATRIMONIAL.....................................................................24 O Manual do Síndico é uma publicação
do SECOVI-SP destinada à orientação
PREVENÇÃO DE ACIDENTES E INCÊNDIOS..........................................27 básica dos síndicos.
HIGIENE......................................................................................................28 O SECOVI-SP permite a reprodução
parcial desde que citada a fonte.
ITENS OBRIGATÓRIOS......................................................................28 Este Manual foi produzido por:
Iltda Propaganda Ltda. - 11 5093.9455
SEGUROS...................................................................................................29

Novembro/2005
Elegeram-me síndico e agora? Minha sogra não conseguiu esconder um “arzinho” de sádica. Apenas o caçula
sentiu-se importante na condição de filho do síndico.
No dia seguinte, contei a um colega de serviço o que me acontecera. Após
Numa bela noite, na falta de melhor opção, brincar comigo, disse: “Não há com o que se preocupar. Você é uma pessoa
resolvi descer ao salão de festas do edifício inteligente, equilibrada e verá que com alguma orientação, o encargo assumido
para ver o que exatamente era uma será bem mais suave do que andam dizendo”. Em seguida deu-me um cartão
assembléia geral. onde li “SECOVI-SP - O Sindicato da Habitação”. Despediu-se dizendo: “ligue
ou visite o site e você receberá a orientação necessária”. Foi o que fiz, e recebi,
Havia menos de um ano que eu me mudara o seguinte texto:
para um condomínio, após mais de 30 anos
morando em casas. Tudo era novidade. O CONDOMÍNIO
Sempre ouvi dizer que ser síndico era muito A palavra condomínio significa “propriedade comum”. O condomínio é agora
chato, causava aborrecimentos, indisposição chamado de condomínio edilício pelo novo Código Civil. Viver em condomínio
com os demais condôminos, problemas com exige um espírito diferente, uma vez que existem áreas de domínio comum e
a administradora e chamadas pelo interfone áreas privativas. O direito de uso da área comum e a obrigação de conservar
nos horários mais inconvenientes para tratar o que é de todos são condições básicas para a vida em condomínio. Em termos
de assuntos, na maioria das vezes, pessoais de propriedade, a cada área privativa corresponderá uma fração ideal na área
06 ou nada importantes. Isso quando não comum. 07
aparecia alguém levantando suspeitas sobre Todos os condôminos devem contribuir para suas despesas, além de acatar o
as prestações de contas ou queixando-se novo Código Civil, a Convenção, o Regimento Interno e as decisões das
do aumento no valor do condomínio. assembléias.
Tudo ia bem até que a reunião empacou em um item da pauta: eleição do UTILIZAÇÃO
síndico, subsíndico e conselho.
Todos os participantes de um condomínio utilizam espaços e equipamentos
O então síndico, após três mandatos, estava se mudando para outra cidade. comuns, tais como hall social, salão de festas, piscinas etc. Mesmo nas áreas
Posteriormente, soube que a razão dos três mandatos foi a absoluta falta de privativas, a liberdade do morador, embora muito maior, não é total, visto que
interessados em substituí-lo. não poderá afetar a liberdade do outro.
Após muitas consultas, discussões, apelos etc., todos se voltaram para mim Em tese tudo é muito simples. Porém, na hora do impasse, é típico do ser
com ares de “você é nossa última esperança”. humano defender seus próprios interesses, que nem sempre correspondem
aos do condomínio.
Tentei esquivar-me, mas a falta de experiência fez com que não soubesse
arrumar uma boa desculpa e acabei sendo eleito. Nem meu nome meus Visando disciplinar os direitos e os deveres de cada um, bem como a vida em
vizinhos sabiam, mas eu era o novo síndico do Edifício Paraíso. condomínio, existem três normas básicas: os arts. 1.331 a 1.358 do novo Código
Civil (Lei Federal nº 10.406/02), comum a todos; a Convenção do Condomínio
Subitamente a reunião terminou e uns poucos vizinhos desejaram-me sorte. (uma espécie de “constituição”); e o Regimento Interno, estes últimos
Meu antecessor disse que me entregaria todos os documentos e que, específicos para cada prédio.
qualquer coisa, era só falar com o zelador ou com a administradora. Mudou-
se dois dias depois. Boa parte da função do síndico consiste em exigir a correta utilização
das áreas de um condomínio, através do fiel cumprimento das normas
Voltei para o meu apartamento e aproveitei o intervalo da novela acima citadas, da Convenção do Condomínio e do Regimento Interno,
para contar a novidade. Minha esposa levou as mãos à cabeça. além de cuidar dos reparos necessários à sua conservação.
A CONVENÇÃO DO CONDOMÍNIO O Regimento Interno pode constar ou não da própria Convenção. Sua criação
ou alteração depende do quórum previsto na Convenção do Condomínio.
É o conjunto dos direitos e obrigações, registrada no Registro de Imóveis, que
regulamenta o comportamento e o rateio de despesas dos condôminos, A Convenção e o Regimento Interno, com o tempo, tendem a desatualizar-se.
estabelecendo normas de utilização tanto das áreas privativas como das de O condomínio pode e deve promover revisões periódicas nesses textos de
uso comum, visando resguardar, em benefício de todos, o patrimônio modo a garantir-lhes eficácia.
condominial e a moralidade no ambiente.
CORPO DIRETIVO
PRINCIPAIS ITENS O corpo diretivo é composto de síndico, subsíndico (quando existente) e
Conselho Fiscal.
• A discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva,
extremadas uma das outras e das partes comuns; Esse tripé permite inúmeras vantagens. O síndico, que não é de ferro, também
tem direito ao lazer. Assim, salvo disposição contrária da Convenção, o
• A determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao subsíndico, reserva do síndico, assume imediata e transitoriamente o seu lugar,
terreno e partes comuns; enquanto o síndico estiver ausente.
• O fim a que as unidades se destinam; SÍNDICO é o representante legal do condomínio (arts. 1.347 e 1.348 do novo
• A cota proporcional e o modo de Código Civil e art. 12, IX, do Código de Processo Civil), em juízo ou fora dele,
pagamento das contribuições dos exercendo a gestão do condomínio, assessorado pelo conselho fiscal e/ou
condôminos para atender às despesas consultivo. Todos eleitos pela assembléia geral.
08 ordinárias e extraordinárias do condomínio; O síndico pode ser condômino ou não, pessoa física ou jurídica, estranha ao
09
• A sua forma de administração; condomínio, salvo disposição contrária na Convenção. Será eleito pela forma
e prazo previstos na mesma, sendo que seu mandato não pode exceder a
• A competência das assembléias, forma de
dois anos, permitida a reeleição, sem limites.
sua convocação e quórum exigido para as
deliberações;
AS ATRIBUIÇÕES DO SÍNDICO
• As sanções a que estão sujeitos os
condôminos, ou possuidores; • Exercer a gestão interna do condomínio referente a vigilância, moralidade e
segurança, podendo contratar uma administradora para auxiliá-lo nessa
• O Regimento Interno; função;
• A forma de alteração da Convenção; • Selecionar, admitir e demitir funcionários fixando-lhes os salários de acordo
A Convenção, para ser criada ou modificada, com a verba do orçamento do ano, respeitando o piso salarial da categoria,
exige o voto de no mínimo 2/3 dos condôminos. com data-base em outubro de cada ano;
Todos devem obediência à Convenção que, por • Escolher empresas prestadoras de serviços ou terceiros para execução das
sua vez, não pode contrariar a legislação vigente. obras que interessem ao condomínio;
• Convocar as assembléias gerais dos condôminos;
REGIMENTO INTERNO • Representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou
É o conjunto de normas e procedimentos referentes ao comportamento e à fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;
conduta dos moradores e freqüentadores, disciplinando o uso das • Dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento
áreas comuns e solucionando os problemas mais corriqueiros do judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;
condomínio apresentando, inclusive, penalidades aos infratores. O
Regimento Interno não pode contrariar a Convenção, sob pena de • Cumprir e fazer cumprir a Convenção, o Regimento Interno e as
nulidade daquilo que a contrarie. determinações das assembléias;
• Diligenciar a conservação e a guarda das partes Subsíndico é um posto sem expressa menção no novo Código Civil, de modo
comuns além de zelar pela prestação dos que sua existência e atribuições dependem de previsão da Convenção do
serviços que interessem ao Condomínio; Condomínio. Como regra, o subsíndico é o reserva do síndico, substituindo-o
• Elaborar a previsão orçamentária de cada transitoriamente nas ausências ou impedimentos
período; Conselho Fiscal é o órgão cuja existência e atribuições dependem de expressa
• Cobrar e arrecadar dos condôminos as suas previsão da Convenção do Condomínio, sendo o mais usual que o mesmo se
contribuições (quotas partes, despesas dedique a acompanhar a gestão efetuada com maior proximidade, dando
ordinárias, extraordinárias e fundos); parecer sobre as contas do síndico (art. 1.356 do novo Código Civil). Se
existente, o Conselho Fiscal será composto por três membros, condôminos
• Prestar contas na assembléia geral ordinária do ou não, eleitos pela assembléia, com mandato que não poderá exceder a 2
condomínio; anos, permitida a reeleição.
• Guardar toda documentação administrativa, Só existirão conselheiros suplentes se expressamente previsto na Convenção
bancária, técnica, fiscal, previdenciária e Condominial.
trabalhista;
Além do Conselho Fiscal é possível que a Convenção estabeleça a existência
• Contratar seguro de toda a edificação contra o
risco de incêndio ou destruição total ou parcial; de outros conselhos mais, como é exemplo o Conselho Consultivo.
• Aplicar e cobrar as multas estabelecidas na lei, na Convenção ou Regimento ASSEMBLÉIA GERAL
10 Interno.
Assembléia geral é o foro deliberativo onde os principais temas de interesse
11
A possibilidade de remuneração do síndico depende do que prevê a Convenção do condomínio devem ser discutidos para tomada de decisões.
Condominial a respeito. Acaso a Convenção nada diga sobre o assunto, a
presunção é que o cargo será exercido gratuitamente. O usual é que a Todos os condôminos devem ser convocados para a assembléia, sob pena de
Convenção deixe a decisão a cargo da assembléia que eleger o síndico, sendo nulidade.
praxe fixar a isenção do pagamento do rateio mensal das despesas ordinárias O síndico deve realizar assembléias cumprindo o que determina a lei, no
como forma de remuneração. entanto, tornando-as atrativas. Para tanto, aqui vão algumas “dicas”:
O síndico deve contribuir para a Previdência Social (como contribuinte • Planeje e discuta com o Conselho Fiscal e administradora sobre o conteúdo
individual). Com a promulgação da Lei nº 9.876/99, os síndicos foram da assembléia;
classificados como contribuintes individuais (quando recebam alguma
remuneração do condomínio). Assim, devem se cadastrar junto ao INSS nessa • Divulgue-a exaustivamente e procure obter o compromisso da presença dos
categoria de contribuinte. O condomínio também recolhe a contribuição de condôminos;
20% (vinte por cento) sobre a remuneração ou isenção da cota condominial • Tenha sempre em mãos a Convenção e o Regimento Interno para eventuais
concedida ao síndico e pagamentos efetuados a outros contribuintes individuais consultas;
que lhe prestem serviços (art. 1º da Lei nº 9.876/99, alterando os artigos “21”
e “22”, III, da Lei nº 8.212/91), bem como efetuar a retenção de 11% sobre o • Conduza a reunião de modo a não se desviar dos assuntos pautados;
limite máximo do salário de contribuição (Lei n° 10.666/03). Na Guia de • Exponha com clareza os assuntos da pauta e procure ouvir várias opiniões
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à antes de colocá-los em votação.
Previdência Social – GFIP, deverá ser informado no campo “27” o número do
cadastro no PIS/PASEP ou da inscrição do síndico como contribuinte individual Existem dois tipos de assembléias: geral ordinária - AGO e a geral
(Resoluções nºs. 637/98 e 689/99 do INSS). Importante salientar que, extraordinária - AGE.
atualmente é possível a pessoa física ser filiada à Previdência em ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA – AGO – O art 1.350 do novo
relação a mais de uma atividade remunerada, como no caso do Código Civil obriga a realização, pelo menos uma vez por ano, da
síndico que também trabalhe fora do condomínio (base legal: assembléia geral ordinária – AGO, na qual devem ser objeto de
Decreto nº 3.452/00). deliberação (1) a aprovação do orçamento das despesas, (2) os
valores das contribuições dos condôminos, (3) a prestação de contas e, todos os condôminos cópia da ata ou comunicação que resuma o deliberado
eventualmente, (4) a eleição do síndico e a alteração do Regimento Interno. na assembléia.
ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA – AGE – A assembléia geral É interessante estipular algumas datas para reuniões de síndico, subsíndico e
extraordinária - AGE serve para tratar assuntos de interesse do condomínio, conselho para avaliação permanente do condomínio, sem poder deliberativo.
não previstos na AGO. Serão realizadas sempre que a ocasião assim o exigir, Tais reuniões podem ser abertas à paticipação dos condôminos, que se tiverem
especialmente quando o tema não puder aguardar a realização da AGO para queixas, problemas ou sugestões, podem centralizá-los nessas ocasiões. Ou
decisão. ainda, anotando num livro de reclamações e sugestões, com a indicação dos
Pode ser deliberado numa AGE o rateio de despesas extras, obras, benfeitorias, fatos ocorridos, o nome do condômino e o número de sua unidade, aliviando a
modificação da Convenção e quaisquer assuntos de interesse geral e imediato carga do síndico em contatos diários, muitas vezes para tratar de assuntos
do condomínio. nem sempre urgentes (irrelevantes e que podem comprometer as AGO ou
AGE).
Para a convocação de uma assembléia geral (AGO ou AGE) deve ser feito
edital constando data, horário, local da reunião, ordem do dia e os itens que PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA
serão objeto de discussão e decisão. O prazo para convocação é o previsto
na Convenção do condomínio; caso a mesma seja omissa, aconselha-se um Todo o condomínio deve ter uma previsão orçamentária, ou seja, quanto
prazo de 10 (dez) dias de antecedência. pretende gastar com cada elemento ou item de despesa.
Ao término da reunião, deve ser elaborada uma ata e colhidas assinaturas do O síndico tem obrigações quanto à previsão orçamentária, devendo planejar o
presidente e do secretário. Se não for possível no mesmo dia, faça-a logo no orçamento, analisando as despesas e receitas do período anterior, e
12 dia seguinte. Não deixe decorrer muito tempo entre a reunião e a lavratura da apresentando a previsão discussão e aprovação em assembléia geral. 13
ata. Com base na previsão orçamentária é feito o rateio das cotas condominiais.
É possível fazer constar do edital de convocação um item relativo a assuntos Em seguida, emitem-se os boletos e controlam-se os pagamentos.
gerais do condomínio. Porém em tal item nada poderá ser alvo de decisão ou
deliberação, servindo apenas para apresentação de sugestões, reclamações ELABORAÇÃO E APROVAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
ou relatos de fatos havidos, de pouca repercussão.
• Tome por base as despesas reais de meses anteriores;
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA ATA • Atualize os valores conforme a inflação. O Secovi publica mensalmente na
Revista Secovi Condomínios e em seu portal (www.secovi.com.br) o ICON -
• Dia, mês, ano e hora da assembléia, por extenso; Índice de Custos Condominiais - que analisa a variação dos mesmos e é um
• Local da Assembléia; excelente parâmetro para a correção por ser o único índice de custos do
• Lista de presença com o número do setor;
apartamento e assinatura dos • Troque informações com síndicos de prédios vizinhos, preferencialmente do
condôminos presentes; mesmo porte do seu;
• Presidência dos trabalhos; • Se a proposta for elaborada pela administradora, peça-a cinco dias antes da
assembléia para examiná-la atentamente;
• Pessoa que secretariou os trabalhos;
• Apresente e discuta a proposta previamente com os conselheiros;
• Ordem do dia;
• Provisione uma verba entre 5% e 10% para despesas diversas e imprevistas;
• Deliberações; • Preveja uma margem de segurança suficiente para que o caixa não fique
• Encerramento; negativo em virtude de pequenas flutuações na economia e na
• Assinatura do presidente e do arrecadação;
secretário. • Se possível, faça planilhas comparativas, ou seja, coleta de três
orçamentos, de diferentes empresas, para a realização de
O síndico deverá mandar a determinada obra ou serviço;
• Lembramos que ao efetuar uma previsão orçamentária é preciso levar em ENCARGOS SOCIAIS
consideração o SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro – que exige o • INSS
saldo disponível na conta corrente, caso contrário o banco não efetuará o
pagamento; • FGTS
• PIS
• Inclua o percentual de inadimplência, afinal não é possível contar com o • INSS de contribuintes individuais
pagamento total; (antigos autônomos)
• Como decorrência da gestão dos valores previstos no orçamento, o síndico CONSUMO
assume o dever de prestar contas à assembléia (art. 1.348, VIII, do novo
Código Civil), anualmente ou quando a postura for exigida por, no mínimo, ¼ • Água
(um quarto) dos condôminos quites, por meio de abaixo-assinado (art. 1.350, • Energia elétrica das áreas comuns
§ 1°, e 1.355 do novo Código Civil); • Gás
• A prestação das contas se dá em assembléia geral e sua aprovação ocorre • Telefone de uso exclusivo do
pela obtenção da representatividade de praxe, a saber, maioria simples dos condomínio
presentes em segunda chamada, nos termos dos arts. 1.352 e 1.353 do MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO
novo Código Civil;
• Elevadores
• Desde que prestadas e aprovadas em assembléia, as contas passam a ter
14 presunção relativa de regularidade, equivalendo a uma quitação conferida à
• Bombas 15
• Portões automáticos
gestão desempenhada pelo síndico. Sendo presunção relativa, comporta
rediscussão apenas pela via judicial, em que não poderá ser analisado o • Interfones
mérito das contas, mas sim a presença de alguma irregularidade formal ou • Piscina
de vícios dos atos jurídicos que quiçá tenham, de algum modo, afetado a • Jardim
sua aprovação (dolo, erro, simulação, coação, falsidade documental, fraude • Antena coletiva
- arts. 138 e seguintes do novo Código Civil). • Recarga de extintores
• Lavagem das caixas d’água e gordura
DESPESAS • Desinsetização das áreas comuns
São os gastos que um condomínio tem classificados como ordinários e
extraordinários, conforme conceituação e divisão dos arts. 22 e 23 da Lei nº ADMINISTRATIVAS
8.245/91 (Lei do Inquilinato). • Impressos, cópias e correio
ORDINÁRIAS • Isenção do síndico
• Despesas bancárias
As despesas ordinárias são as consideradas rotineiras e necessárias ao
funcionamento e manutenção do condomínio, as quais são pagas pelos • CPMF
condôminos e, em havendo locação, pelos inquilinos: • Honorários administrativos
• Seguro
PESSOAL
MATERIAIS
• Salários
• Férias • Materiais de limpeza e higiene
• 13º salário • Uniformes
• Rescisões contratuais de trabalho • EPIs – Equipamentos de Proteção Individual
EXTRAORDINÁRIAS (dez) anos, já que este é o prazo prescricional para a cobrança das dívidas do
condomínio regularmente aprovadas, nos termos do art. 205 do novo Código
Despesas extraordinárias são os gastos imprevistos ou Civil.
destinados com benfeitorias, ambos nas áreas de
uso comum: Quanto às demais modalidades de documentos, caberá ao síndico observar o
prazo de guarda exigido por lei, caso a caso.
EMERGÊNCIA Livros recomendados:
• Vazamentos • Livro de atas das assembléias;
• Desentupimentos das prumadas • Livro de reclamações e sugestões;
• Substituição de bombas d’água
• Livro de registro de empregados;
• Troca ou substituição de equipamentos
• Livro de inspeção do trabalho.
BENFEITORIAS Esses livros devem apresentar termos de abertura e de encerramento,
• Reformas (garagem, piscinas etc.) assinados e rubricados.
• Aquisição de equipamentos (academia de DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA DO CONDOMÍNIO
ginástica, central telefônica etc.) O condomínio não é considerado pessoa jurídica, sendo dispensada a
FUNDO DE RESERVA declaração de imposto de renda.
16 Pode ser provisionado, no orçamento, uma arrecadação destinada a constituir
CADASTRO NACIONAL DAS PESSOAS JURÍDICAS - CNPJ 17
um fundo de reserva na forma prevista na Convenção. De acordo com a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal Nº.
87, de 84, os condomínios que auferirem rendimentos de capital ou que
A constituição do fundo de reserva é de responsabilidade do proprietário da
unidade. Caso haja necessidade de reposição total ou parcial do fundo de pagarem rendimentos sujeitos a retenção na fonte estão obrigados à inscrição
reserva, devido à utilização no custeio ou complementação das despesas no CNPJ, apresentando os seguintes documentos:
ordinárias do condomínio, a responsabilidade é do inquilino, salvo se referente • Convenção do condomínio registrada em cartório;
a período anterior ao início da locação.
• Ata da assembléia que elegeu o síndico;
O fundo de reserva deve ser fixado quando da aprovação do orçamento,
estabelecido de acordo com a Convenção Condominial, geralmente fixado • Ficha de Inscrição Cadastral - FIC, que pode ser adquirida em papelaria;
entre 5% e 10% da arrecadação mensal. • Cópia do CPF do responsável (síndico) que assinar a FIC.
O síndico pode fazer aplicação financeira em nome do condomínio, com Dar entrada da FIC, devidamente preenchida, em agência da Receita Federal
aprovação do conselho consultivo ou da assembléia geral para maior na jurisdição à qual pertence o condomínio.
segurança. A utilização do fundo de reserva necessita da aprovação dos
condôminos reunidos em assembléia. A Receita Federal disponibiliza em seu site (ver endereço no final deste manual)
O síndico poderá utilizar esse fundo para pagamento de despesas o Programa de Auto-Regularização de Situação Fiscal – PAR, por meio do
emergenciais, não previstas no orçamento. Nesse caso, é aconselhável dar qual os condomínios podem normalizar sua situação perante o fisco e obter a
ciência aos Conselheiros e ratificar a sua utilização, na próxima assembléia liberação de cartões do CNPJ, dentre outros serviços.
geral do condomínio
O candidato a síndico não poderá possuir pendência ou irregularidades junto
a Receita Federal, pois isso inviabilizará a obtenção ou regularização do
DOCUMENTOS E OBRIGAÇÕES DO CONDOMÍNIO CNPJ.
São diversos os documentos existentes no condomínio. O prazo de CADASTRO DE CONTRIBUINTES DO MUNICÍPIO - CCM –
guarda dos documentos administrativos, fiscais e bancários é de 10 Consultar a legislação do seu Município para verificar a
obrigatoriedade do cadastro ou não do condomínio junto à Prefeitura
local. Usualmente tal obrigação não existe. Como exemplo na Cidade de São Como escolher e contratar uma
Paulo os condomínios não são obrigados a se inscrever no CCM. Todavia, ao
contratar um prestador de serviços deverá verificar se ele é inscrito na prefeitura administradora
CCM, pois, não sendo, o condomínio terá de recolher o Imposto Sobre Serviços
– ISS sobre o valor cobrado pelos serviços prestados (o condomínio não precisa O síndico pode contratar uma pessoa física
ser inscrito no CCM para efetuar o recolhimento). ou jurídica para auxiliá-lo na administração
do condomínio. Devido à complexidade de
DEMONSTRATIVO FINANCEIRO suas funções, é recomendável que o faça.
Às vezes, o barato sai caro, ou seja, deixar
MENSAL de contratar uma administradora para
economizar determinada quantia poderá se
Terminado o mês, a administradora (ou o mostrar, no futuro, uma postura muito mais
síndico) comumente apresenta um dispendiosa, se houver algum erro ou
demonstrativo financeiro de contas detalhado, omissão.
referente ao mês anterior. Todos os documentos
comprobatórios deverão ter o visto do síndico e O síndico deverá convocar a assembléia
a pasta deverá ser analisada pelos membros do apresentando aos condôminos uma
conselho. administradora de sua confiança,
18 relacionando o tipo de prestação de serviços, 19
A pasta conterá também informações sobre cotas honorários cobrados e prazo do contrato.
em atraso, multas recebidas, saldos bancários,
saldos em poupança e aplicações, posição do Contudo, uma administradora deve ser bem
Fundo de Reserva e do Fundo de Obras etc. escolhida, para que ela, em vez de solução,
não seja um problema a mais. Aqui vão
Um resumo, de no máximo duas folhas, poderá alguns cuidados para escolher uma
ser enviado a cada condômino. administradora:
DICAS • Peça proposta para três empresas;
• Se sobrar espaço na folha de prestação de contas (resumo), transcreva algum • Consulte empresas indicadas por síndicos ou condôminos satisfeitos;
item do Regimento Interno ou da Convenção ou envie alguma mensagem
de utilidade para o condômino; • Leia com atenção o contrato a ser assinado, o rol de serviços prestados,
etc.;
• Não fixe em quadro de avisos relação de condôminos em atraso. A divulgação • Desconfie de honorários muito baixos;
das unidades inadimplentes deve ser feita em documento reservado, enviado
apenas aos contribuintes do condomínio, constituindo tal medida um exercício • Desconfie daquelas que difamam outras administradoras;
regular de direito por parte daqueles que são obrigados a arcar com a fatia • Peça uma lista de alguns condomínios administrados, com nome e telefone
deixada pelos maus pagadores, não ocasionando, portanto, constrangimentos dos síndicos, e ligue para alguns;
ou danos morais.
• Visite a empresa e seu site antes de contratá-la;
• Verifique com quem a empresa trabalha (bancos, fornecedores etc.);
• Verifique o capital social, o quadro societário e o objeto social da
empresa;
• Verifique se a empresa tem sede própria; alcançada a aprovação, será o síndico a pessoa competente para assinar o
contrato de prestação de serviços em nome do condomínio.
• Verifique qual a forma de rescisão contratual prevista;
• Discuta com o conselho antes de se decidir por esta ou aquela empresa; É decisão de competência do síndico a rescisão do contrato com a
administradora. Porém, ainda que seja dispensável a realização de assembléia
• Opte por empresas com boa administração de recursos humanos, que tenha para tanto, o síndico deverá ser cauteloso na tomada de decisão, eis que a
bons profissionais; mesma poderá ter fortes repercussões econômicas. No caso, o contrato entre
• Verifique se a empresa opera pelo sistema de conta pool, em que o dinheiro as partes servirá de parâmetro para a rescisão, como é exemplo a definição
do condomínio fica na conta bancária da administradora, ou pelo sistema de do prazo de aviso prévio, usualmente fixado de 30 (trinta) a 60 (sessenta)
conta bancária própria para cada condomínio. Escolha o que melhor atenda dias.
às necessidades do condomínio; O art. 1.348, § 2°, do novo Código Civil trouxe a inovação de que o síndico
• Verifique se o demonstrativo financeiro é feito em bases correntes (de 1 a pode transferir, total ou parcialmente, para a empresa administradora, não
30/31 de cada mês), de modo a coincidir com a movimentação financeira do somente as funções administrativas, como também os poderes de
condomínio. Esse expediente também facilita o controle dos recursos; representação, tudo mediante aprovação da assembléia, salvo se o contrário
dispuser a Convenção. Vale dizer que o mais usual é a ocorrência da mera
• Analise os pequenos detalhes do contrato. Exemplos: sistema de cobrança delegação das funções administrativas.
de condôminos atrasados (se tem advogado próprio, se é obrigatório recorrer
ao advogado da administradora); sistema empregado para compra de Especificamente sobre o assunto, o SECOVI-SP editou o “Guia de orientação
materiais (se permite que moradores apresentem orçamentos ou indiquem para escolha de uma administradora de condomínios”, cuja leitura é
20 empresas); recomendada. 21
• Observar se no contrato há cláusula especificando que a administradora é
responsável pelo pagamento de multas ou despesas extras decorrentes de
seus erros. Exemplo: se não recolher o FGTS dos funcionários ou qualquer
outro encargo ou tributo no prazo, deve arcar com as multas;
• Solicitar um modelo de demonstrativo financeiro da administradora;
• Verificar se a administradora tem estrutura para assessorar o síndico na
cotação de serviços extras;
• Checar se os honorários de administração são aplicados sobre a despesa
ou a receita e avaliar o que seria mais conveniente para o condomínio;
• Dê preferência a uma administradora associada ao SECOVI-SP;
• Opte por empresas que dêem valor para qualidade. O SECOVI-SP certifica
todos os anos, pelo PQE – Programa Qualificação Essencial –
administradoras de condomínio. Peça uma cópia atualizada do certificado;
• Verifique todas as certidões da empresa (CNPJ, CND da Receita Federal,
Protestos etc.) e de seus sócios. Sempre peça cópias atualizadas;
• Analise a experiência da administradora e verifique quanto tempo de
atuação ela possui nesta área.
Ao síndico caberá a escolha da empresa administradora, a qual deverá
ser aprovada pela assembléia geral de condôminos, mediante votação
de praxe. Tal escolha deve basear-se na confiança recíproca. Sendo
Manutenção predial Telefones úteis como bombeiros, polícia, concessionárias de gás, eletricidade,
telefonia, hospitais mais próximos também devem estar ao alcance do síndico
e do zelador para as emergências.
Alguns cuidados com o consumo podem ajudar o condomínio a economizar
Um dos itens mais importantes em um dinheiro e, conseqüentemente, reduzir as cotas condominiais. Por exemplo:
condomínio é justamente a manutenção, tanto no
que concerne ao perfeito funcionamento de todos ECONOMIZANDO ENERGIA ELÉTRICA
os equipamentos, como na preservação do valor
patrimonial do imóvel. • Mantenha acesas apenas as luzes necessárias, especialmente nas garagens;
Recomenda-se ao síndico que mantenha sob • Se seu prédio não tiver, instale minuterias individuais nas escadas;
contrato de manutenção todos os equipamentos
imprescindíveis, tais como elevadores e bombas. • Acompanhe o consumo diariamente;
Os fabricantes costumam oferecer treinamento • Quando houver dois ou mais elevadores num mesmo hall, instrua os
básico aos zeladores. condôminos e empregados a chamar apenas um;
Quem responde civilmente por acidentes • Estabeleça horários para iluminação da sala de estar no térreo, quadras
causados por mau funcionamento dos esportivas, salões de jogos etc.;
equipamentos é o condomínio, devendo indenizar as pessoas acidentadas,
condôminos ou estranhos. A conservação dos equipamentos constitui obrigação • Use o tipo adequado de lâmpada, mas jamais permita que os jardins e halls
22 permanente do síndico. Comprovada sua culpa ou desinteresse (negligência), sociais fiquem excessivamente escuros, pois, além de “entristecer” o edifício, 23
poderá vir a ser responsabilizado civilmente, por via de direito regressivo, pelo prejudica a segurança.
condomínio. Se a ocorrência ficar tipificada como crime, o sindico poderá,
também, vir a responder a processo penal. Obs.: As lâmpadas econômicas (fluorescentes compactas) somente serão
eficientes se ficarem nos locais onde permanecerão acesas no período mínimo
As administradoras costumam, por ocasião da visita periódica de vistoria predial, de uma hora.
preencher um check-list, que será enviado ao síndico com as providências
recomendáveis. ECONOMIZANDO ÁGUA
PONTOS A SEREM CHECADOS PERIODICAMENTE • Não deixe o faxineiro fazer da mangueira uma vassoura;
Elevadores, bombas, interfones, portões automáticos, antenas coletivas, • Verifique vazamentos, goteiras etc.;
gerador, iluminação de emergência, minuterias, hidrantes, extintores de • Acompanhe o consumo diariamente;
incêndio, luz piloto, pára-raios, filtros de piscina, equipamento de sauna, jardins,
equipamentos de segurança etc. • Solicite aos condôminos reparos urgentes nos problemas das respectivas
O zelador deve verificar constantemente esses itens e informar o síndico e unidades, principalmente das válvulas velhas ou obsoletas;
administradora sobre quaisquer irregularidades. • Inscreva seu condomínio residencial no Cadastro de Tarifa Econômica da
Além desses pontos, deve-se observar também o desgaste aparente do edifício Sabesp (Economias), apresentando os seguintes documentos: planta do
em itens como rejuntamento de pisos e pastilhas, vazamentos de água, queima edifício aprovada pela Prefeitura do Município, ou Convenção do Condomínio,
de lâmpadas e fusíveis, fixação de corrimão, estado da pintura, situação dos ou declaração do síndico, relacionando a quantidade de apartamentos
telhados, laje cobertura e calhas etc. existentes no edifício (Importante: o apartamento do zelador também
pode ser cadastrado), cópia da ata de eleição do síndico e a última
É muito útil uma relação com nome e telefone das empresas conta de água paga. Esses documentos devem ser entregues na
contratadas para manutenção, bem como alguns fornecedores regional de atendimento do bairro em que está localizado o
próximos ao prédio para o caso de emergência. condomínio.
Segurança do condomínio moradores; funcionários e usuários), as quais deverão ser aprovadas em
assembléia e obedecidas por todos.
3ª – Plano de Contingência - definição das situações críticas, de modo que todos
os envolvidos no sistema, durante a concretização do risco possuam um roteiro
de ações que devem ser implementadas, visando o restabelecimento da
SEGURANÇA PATRIMONIAL normalidade, tendo em vista que toda situação crítica gera uma urgência.
É muito importante conhecermos o conceito de Após a fase de planejamento deve-se dar muita atenção ao treinamento dos
segurança para podermos desenvolver ações funcionários que estarão na operação de todo o sistema e conscientizar os
preventivas. condôminos e moradores, através de palestras, circulares e quadros de avisos,
A palavra segurança tem sua origem do latim para manterem-se integrados.
“securitas” - medidas destinadas à garantir a Em função de suas características, cada condomínio deve estudar o que melhor
integridade de pessoas, bens e instituições. lhe convém, proporcionando um maior estado de segurança a todos.
É a integração de medidas e normas, com Para auxiliar o planejamento da segurança, o SECOVI-SP publicou o Manual de
adequações físicas, agregadas ao profissional Segurança Patrimonial, voltado para os condomínios, e realiza constantes cursos
especializado e a alta tecnologia. para através da Universidade Secovi.
O maior desafio da segurança, é antever e dar É importante consultar um especialista em segurança condominial para elaborar
soluções para as situações de perigo. um plano de segurança, mas relacionamos aqui algumas orientações que irão
colaborar:
24 Não se pode esquecer que a responsabilidade 25
pela segurança do sistema é de TODOS. AO SÍNDICO
Qual a maior arma utilizada pelos bandidos? • Instituir uma Comissão de Segurança do Condomínio
É O FATOR SUPRESA! • Apoio da Administradora
Por isso, a melhor maneira de evitar um sinistro é fazer um trabalho de • Consultoria Especializada em Segurança de Condomínios
PREVENÇÃO. • Fiscalização permanente
Neste trabalho devem ser analisados os riscos pessoais e das instalações físicas. AOS CONDÔMINOS E OCUPANTES
Os síndicos devem solicitar aos consultores de segurança que o assessorem nas • Mantenha o Regimento Interno sempre atualizado e condizente com a realidade
análises dos riscos e na elaboração dos planos de segurança do condomínio. atual;
De posse dessas informações deve-se elaborar um Plano de Segurança, que • Acatar as instruções dadas aos zeladores e porteiros quanto aos itens de
pode ser dividido em 3 etapas. orientação aos mesmos;
• Ao entrar no prédio com o carro, verificar se há outro veículo atrás do seu e se
1ª – Plano Físico – é a análise criteriosa das instalações físicas onde deve-se os ocupantes são moradores do edifício;
adequá-las visando dificultar o acesso evitando ao máximo a invasão.
• Não abrir a porta do apartamento em hipótese alguma se não autorizou a entrada
Ex.: Construção de clausuras nas entradas de pedestres e nos acessos à veículos. de alguém, mesmo que o porteiro ou o zelador esteja do lado de fora, insistindo;
Como aliado importante, temos a utilização dos equipamentos eletrônicos, que • Orientar os filhos para não cedam detalhes sobre o cotidiano dos seus pais,
tem como principal função, auxiliar os funcionários e moradores na vigilângia das quanto recebem, bens que possuem, horários que saem e chegam, até mesmo
instalações. em bares, lanchonetes, danceterias, para evitar assaltos e seqüestros;
• Desconfie da empregada doméstica muito eficiente que aceita baixo
Ex.: Controle de Acesso; Sensores de alarmes e Circuito Fechado de salário;
Televisão (CFTV)
• Pode-se solicitar Atestado de Antecedentes na Delegacia de Polícia
2ª – Plano Operacional – consiste em procedimentos operacionais com Civil da Região, ou na 2ª. Delegacia Especializada em Falsas
regras especificas para cada integrante do sistema (condômino; Domésticas (6221-3907).
AOS EMPREGADOS • Os treinamentos e a orientação aos vigias e porteiros sobre os procedimentos
adequados são essenciais;
DECÁLOGO DE SEGURANÇA
• Como é proibido reter documentos, é aconselhável exigir apresentação do
1) Ao entrar e sair de seu turno de trabalho, certifique-se de que não está sendo mesmo, anotando num livro nome, número e apartamento que o visitante irá,
observado ou seguido por pessoas estranhas. não esquecendo de verificar a autenticidade. Nos condomínios comerciais, é
2) Identifique sempre as pessoas que estão no interior dos veículos que acessam importante ter um sistema de controle de acesso eletrônico;
a garagem. Peça para que os vidros sejam abertos. • Manter ficha cadastral com dados de todos os moradores e funcionários,
3) Não comente com estranhos, familiares ou conhecidos, as instruções e rotinas possibilitando sua rápida localização e/ou dos familiares em caso de emergência.
de seu trabalho.
4) Não fale quem são os moradores do condomínio, nem sobre seus hábitos e SEGURANÇA E PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
bens patrimoniais. A legislação exige que um edifício possua equipamentos de proteção contra
5) Não forneça informações sobre a estrutura física do condomínio e nem sobre incêndio, tais como iluminação de emergência para facilitar a sinalização das
equipamentos instalados. rotas de fuga, hidrantes, extintores, pára-raios, corrimão, caixa d’água de acordo
com a área e população do prédio, rede elétrica em perfeito estado, etc.
6) Não permita que pessoas estranhas se aproximem o suficiente para imobilizá-
lo. O síndico deve contratar empresas especializadas para verificação e orientação
da segurança predial, uma vez que ele é o responsável pela manutenção dos
7) Não se ausente da portaria para identificar pessoas na área externa. equipamentos, para que estejam sempre operantes e ativados.
8) Não permita a permanência de pessoas estranhas ao serviço no interior da O Secovi também publicou o Manual de Incêndio para auxiliar o síndico e
portaria.
26 9) Visitantes e prestadores de serviço devem permanecer no lado externo do
administradora a proteger o condomínio. 27
Alertamos sobre os procedimentos do síndico com relação aos equipamentos:
condomínio. O contato com eles deve ser feito pelo interfone.
• Porta corta-fogo não pode ser trancada ou presa com calço;
10)Lembre-se que a ação criminosa é sempre planejada e que os bandidos se
aproveitam de distrações. FIQUE ATENTO. • Os equipamentos devem estar em perfeitas
condições;
• Todos os funcionários devem sempre estar uniformizados, porém evitando
• Formação e treinamento de brigada de
utilizar o uniforme fora do condomínio;
incêndio anualmente;
• O condomínio deve possuir uma linha telefônica na portaria ou guarita; • Extintores e mangueiras de incêndio com
• Zeladores e porteiros bem preparados são a melhor segurança. revisão periódica;
UTILIZAÇÃO • Pára-raios com revisão do sistema uma vez
por ano;
• Crachás para identificar prestadores de serviços e visitantes; • Revisão na instalação da rede elétrica;
• Telefone na portaria e um sistema de alarme que toque em algum prédio vizinho; • No Município de São Paulo não é permitida
• Monitoramento por empresa especializada com botões de pânico para o zelador, utilização de botijões de gás;
porteiro e vigias; • Revisão periódica das baterias de gás;
• Equipamentos auxiliares compatíveis com seu prédio: alarmes, sensores, circuito • Revisão anual na rede de gás canalizado;
fechado de TV (CFTV), vigias com rádios transmissores e receptores, etc.; • Manter livres e desobstruídas as rotas de fuga
• Caso o condomínio não tenha condições da aquisição de algum equipamento, é (não é permitido colocar lixeiras, vasos,
possível realizar a locação e definir as prioridades; bicicletas etc.);
• É aconselhável manter boa iluminação nos locais de acesso ao prédio, • Revisão e cuidados com os elevadores além de manutenção e
portões eletrônicos nas garagens, espelhos côncavos nas portarias para conservação constantes;
melhor visão dos visitantes, vigilância nas escadarias e garagem dos • Pessoal treinado e habilitado para operar os equipamentos e zelar
prédios. pelos mesmos;
• Proibir o depósito de volumes em frente a hidrantes e extintores; • Emissão do RIA – Relatório de Inspeção Anual – dos elevadores pela empresa
• Exija do zelador e de cada condômino o correto armazenamento de de manutenção;
substâncias inflamáveis, gás etc. • Formação e treinamento anual da Brigada de Incêndio;
SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO • Emissão de atestado das instalações elétricas de acordo com a NBR-5410;
• Emissão de atestado do SPDA – Sistema de Proteção de Descargas
A preocupação com a higiene deve ter a mesma importância da segurança, Atmosféricas – (pára-raio) de acordo com a NBR-5419;
ainda mais na utilização das áreas comuns. Aqui vão algumas dicas:
• Emissão de atestado das instalações de gás.
• Faça exame médico periódico dos empregados e execute o PCMSO –
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – conforme NR-7 – SEGUROS
portaria 24/94; É obrigatório o seguro de toda a edificação, logo após a concessão do “habite-
• Exija que o condômino comunique, por escrito, a existência de morador se”, contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial, abrangendo todas
portador de moléstia contagiosa grave. Se possível, coloque esta exigência as unidades, partes e objetos comuns, computando-se o prêmio nas despesas
no Regimento Interno, não para discriminar o paciente, mas sim para não ordinárias do condomínio (art. 1.346 do novo Código Civil).
expor os demais ao perigo do contágio;
É aconselhável que o seguro seja contratado mesmo antes do edifício ser
• Providencie a limpeza semestral das caixas de água por meio de empresas habitado.
especializadas;
Há outros tipos de seguros que, apesar de não obrigatórios por lei, podem ser
• Providencie a desinsetização das áreas comuns e proponha aos condôminos contratados, de acordo com a vontade dos condôminos.
a mesma atitude em suas unidades;
28 TIPOS DE APÓLICES DE SEGUROS FACULTATIVOS 29
• Exija a limpeza periódica das fossas, quando for o caso;
• Exija cuidados especiais com produtos de limpeza tóxicos ou abrasivos, bem • Responsabilidade civil do condomínio;
como ácidos e demais substâncias que possam causar irritação à pele; • Responsabilidade civil do síndico;
• Incêndio, raio e explosão;
• Exija dos faxineiros a utilização dos EPIs - Equipamentos de Proteção
Individual – luvas, botas, óculos etc., quando manusearem tais produtos; • Quebra de vidros e espelhos;
• Morte e invalidez de empregados;
• Exija do zelador ou da empresa de manutenção de piscinas que a água • Responsabilidade civil por guarda de veículo;
esteja em condições ideais de utilização (cloro, PH, claridade etc.);
• Danos elétricos;
• Mantenha no condomínio produtos para curativos e um kit de primeiros- • Vendaval;
socorros;
• Impacto de veículos terrestres;
• Treinamentos e campanhas de conscientização constantes melhoram muito • Queda de aeronaves;
a convivência e evitam problemas e acidentes. • Desmoronamento;
Obs.: Existem aparelhos automatizados que dispensam produtos químicos • Tumultos e greves;
para as piscinas. • Roubo de bens do condomínio;
ITENS OBRIGATÓRIOS
OBRIGATÓRIOS • Portões.
O seguro de um condomínio deve ser feito com base em valores reais, em
Alguns itens e atestados devem ser atualizados anualmente: função dos custos de reconstrução e nunca do preço comercial do edifício. Se
• Treinamento de um Responsável pela CIPA – Comissão Interna de Prevenção a apólice tiver valor inferior ao real, o síndico, em caso de sinistro, poderá ser
a Acidentes – conforme a NR-5; responsabilizado civil e criminalmente pela contratação.
• Elaboração e execução do PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Os bens das unidades privativas não são cobertos pelo seguro, mas
Ambientais – conforme a NR-9; podem ser cobertos através de seguros contratados pelo morador para
• Implementação do Programa de Controle Médico de Saúde o seu apartamento.
Ocupacional – PCMSO – conforme NR-7;
Política de pessoal Convém informar aos condôminos, por escrito, sobre a troca de funcionário,
afixando uma circular e se possível com nome e foto.

TREINAMENTO
TRATAMENTO E Mesmo que você admita alguém com muita
COMPORTAMENTO experiência, o treinamento sempre será
necessário. A reciclagem periódica desse
O treinamento de funcionários tem treinamento é imprescindível.
influência decisiva sobre a forma como
tratam e como são tratados pelos Faça uma lista das tarefas mínimas de cada
condôminos. cargo, percorra o prédio juntamente com o
zelador recém-admitido, apresente o pessoal do
A autoridade do zelador é algo que deve conselho, além de outras providências.
ser devidamente cuidada pelo síndico, pois
é ele quem acompanha a rotina, o dia-a- O zelador é quem deve treinar, no local, os
dia do condomínio. Disso depende a demais empregados, sob orientação da
ordem, visto que o zelador, perante os administradora ou síndico.
condôminos, deve ter o poder de tomar
providências diversas. O SECOVI-SP oferece diversos cursos e palestras
30 para zeladores, porteiros, vigias e gerentes
prediais.
31
PLANEJAMENTO, RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
A quantidade de empregados que um condomínio deve ter é proporcional ao REMUNERAÇÃO
tamanho e a complexidade do edifício.
A remuneração dos empregados é uma equação complexa. O salário deve
Ter menos empregados que o ideal, em vez de economia, traz custos adicionais ser tal que corresponda à qualificação do empregado, ao seu desempenho e a
com horas extras, além de prejudicar a segurança e comprometer a quanto o condomínio pode pagar.
manutenção e a limpeza. A economia pode transformar-se em prejuízo.
Além do mais, deve haver um equilíbrio interno e externo. Internamente, o
Uma boa administradora fará o trabalho de recrutamento e uma pré-seleção zelador ganha mais do que o porteiro, que ganha mais do que o faxineiro.
dos candidatos. Contudo, o síndico também deve entrevistá-los, principalmente Externamente, não se deve pagar nem muito acima nem muito abaixo do que
no caso de zelador. pagam os outros prédios de mesmo porte da região.
Procure informar-se sobre os empregos anteriores, o tempo médio de As administradoras costumam realizar pesquisas salariais periódicas para
permanência (cuidado com alta rotatividade) em cada emprego, os motivos orientar os condôminos. Mas a decisão final é sempre do síndico.
da saída etc. Não tenha pressa em contratar.
Todo e qualquer reajuste salarial fora da data-base (1º de outubro), exceto as
Evite porteiros e faxineiros que residam muito longe do edifício. promoções, deve ser registrado como “Antecipação Espontânea Compensável”,
No caso de zelador, indagar se ele tem conhecimentos gerais sobre elevadores, para salvaguardar o condomínio quanto aos reajustes futuros.
brigada de incêndio, filtros de piscinas, eletricidade e hidráulica elementar.
O SECOVI-SP é o sindicato que tem poderes legais para negociar pisos
Contrate sempre por um período de experiência e observe o desempenho salariais e demais cláusulas econômicas e sociais com todos os sindicatos
antes de efetivá-lo. Não forneça o apartamento (residência) antes de de empregados em edifícios nas principais regiões do Estado. Ao término
completar os 90 (noventa) dias de experiência. de cada negociação coletiva de trabalho, o SECOVI-SP envia cópia
Fazer alguns testes também é uma forma de acertar na escolha do acordo a cada condomínio e administradora cadastrados.
do candidato ideal.
Final da história: o SECOVI mais Secovi-SP: Uma grande
próximo de você parceira para os condomínios
Após receber o texto do SECOVI-SP, e lê-lo atentamente, convidei os conselheiros
para algumas reuniões e traçamos um plano de trabalho. Os condomínios são alvo de especial atenção
do Secovi. Da eficácia da gestão depende o
Através de assembléias e comunicados a vida no condomínio melhorou muito. bem-estar de pelo menos, sete milhões de
Todos os equipamentos passaram a funcionar normalmente, os empregados moradores e usuários, e a produtividade de
ficaram satisfeitos com a política salarial, enfim, o condomínio tornou-se um centro cerca de 240 mil de funcionários. Para
de convivência de amigos que inclusive passaram a freqüentar as áreas de lazer, atender às necessidades dessa categoria, o
promover jogos, festas e outras atividades. Sindicato oferece uma série de produtos e
O relacionamento com a administradora também foi aprimorado, após perceber serviços diferenciados:
qual é a função do síndico, qual é o papel da administradora e o que o síndico
deve exigir em termos de serviços. Como resultado de tudo isso, as despesas • Atendimento personalizado e facilitado aos
condominiais baixaram e a inadimplência quase não existe mais. síndicos, proporcionando orientação jurídica
- Disque Síndico (11) 5591-1234 ou e-mail:
Cadastrei nosso condomínio no SECOVI-SP, como determina a legislação
condominios@secovi.com.br;
32 sindical vigente, e compreendi o quanto é importante estar próximo desta entidade 33
que é considerada a maior especialista na área condominial do Brasil. • Atendimento personalizado e facilitado às
O custo por apartamento é baixíssimo, pois estando cadastrado ao SECOVI-SP, empresas administradoras –J u r í d i c o /
recebemos publicações, temos consultoria jurídica, palestras com especialistas Empresas (11) 5591-1203 ou e-mail:
da área, cursos, eventos e o assessoramento nas negociações coletivas de juridico@secovi.com.br;
trabalho.
• Acompanhamento de decisões de tribunais para permanente atualização
Outro dia mesmo comentei tais fatos com meu colega de serviço (aquele que me das informações à categoria;
apresentou o SECOVI-SP). Ele não ficou surpreso com o que aconteceu comigo,
pois disse que também fora síndico e passara por isso. • Negociações trabalhistas com sindicatos de empregados (Convenções
Ainda ontem, tivemos uma assembléia para analisar a proposta de pintura e Acordos Coletivos de Trabalho);
conservação do condomínio. Lembrei que, em três meses, vencerá meu mandato. • Pesquisa e acompanhamento da variação de índices e custos
O tempo passou depressa. Já há um pequeno movimento de vizinhos propondo condominiais, com vistas à facilitação de estimativa de receitas e
minha reeleição, mas agora eu sei como escolher um substituto e, creiam, salvo despesas;
algumas exceções, não há no nosso condomínio aquele medo de aceitar a função
de síndico. Há várias pessoas dispostas a colaborar, pois, com orientação adequada • Indicadores para elaboração de Folha de Pagamento;
e uma administradora eficiente, não há o que temer.
• Universidade Secovi, com programas educacionais específicos para a área
E tudo graças ao meu colega de serviço e, principalmente, a orientação segura - Aperfeiçoamento em Técnicas de Zeladoria, Curso Básico e Avançado de
que venho recebendo do SECOVI-SP – O Sindicato dos Condomínios. Administração de Condomínios, Manutenção Predial em Edifícios
Ah, lembrei-me de mais uma coisa. Minha esposa gostou da experiência e até Residenciais, Segurança Predial e certificações nacionais e internacionais
pratica ginástica duas vezes por semana, junto com outras vizinhas, dentro de administração de condomínios;
do programa de convivência que elas mesmas bolaram. Meu filho é o porta-
voz das reivindicações da garotada e minha sogra, quem diria, trocou o • Ciclo de palestras, seminários e workshops com abordagens de
sorriso irônico de antigamente por outro mais sincero e agradável (a não interesse restrito a síndicos e administradoras, com participação
ser quando perde na “caxeta” para a senhora do apartamento 43). gratuita ou descontos especiais;
• Programa Qualificação Essencial, com • Representações Regionais nos principais centros econômicos do Estado,
cursos de aprimoramento e qualidade propiciando atendimento descentralizado a síndicos e administradoras, bem
a profissionais e empresários das como cursos e eventos realizados localmente;
áreas de administração de imóveis e
condomínios da Capital e do Interior. • Convênio com SECONCI-SP - Serviço Social da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo, proporcionando assistência social, médico-
• Feira Secovi Condomínios – todas as ambulatorial e odontológica aos funcionários dos condomínios cadastrados
soluções para o seu condomínio. Área no Secovi e seus familiares;
de exposição de produtos e serviços • Parceria com importantes entidades internacionais, com vistas ao intercâmbio
propiciando acesso às novidades tecnológico, cultural, profissional; modernização e aprimoramento da gestão
disponíveis à categoria; palestras, condominial, incluindo certificação internacional de administradoras,
cursos e a realização do Encontro credenciando-as para uma atuação global;
Estadual do Síndico (incluindo conteúdo
técnico, show, coquetel de • Fornecimento de uniformes para zeladores e demais funcionários
confraternização, distribuição de personalizados, com preço especial, confeccionados por alunos do curso
publicações, exposição de produtos e de costura industrial do AMPLIAR, programa social do SECOVI-SP voltado
serviços e o Prêmio Secovi Condomínios); à profissionalização de jovens menos favorecidos.
• Newsletter Secovi Informa – um boletim eletrônico semanal e gratuito que
os usuários cadastrados receberão com exclusividade em seus e-mails uma
34 síntese de todas as notícias, cursos, eventos e informações úteis sobre o 35
mercado imobiliário. Cadastre-se acessando: www.secovi.com.br;
• Encontros regionais de administradoras e síndicos, realizados nas principais
cidades do Estado de São Paulo, visando democrática difusão de
conhecimentos;
• Revista Secovi Condomínios, publicação mensal com reportagens, pesquisas
e indicadores exclusivamente desenvolvidos para a categoria – tiragem de
40 mil exemplares, com distribuição estadual;
• Publicação de manuais, cartilhas e livros sobre temas de interesse específico
do setor, como o Manual do Síndico, Segurança, Incêndio, Coleta Seletiva
de Lixo, Uso Racional da Água, entre outros;
• Clube Secovi de Serviços & Negócios – uma rede de empresas credenciadas
proporcionando benefícios e diferenciais reais com exclusividade às
empresas e condomínios cadastrados ao SECOVI-SP que mantém suas
contribuições em dia e são portadoras do cartão do Clube, que também o
identifica como integrante da categoria prosissional;
• Portal Secovi com informações e notícias em tempo real (consulta rápida),
legislações, estudos e pesquisas disponíveis para download -
www.secovi.com.br;
• Biblioteca especializada para consultas, pesquisas técnicas e
aquisição facilitada das publicações do Sindicato, dentre outras;
Perguntas e Respostas Por tais características, quando surgir conflito entre o dizer da Convenção e o
do Regimento Interno, prevalecerá o primeiro. Espelha tal realidade o julgado
seguinte:
“A convenção condominial é o instrumento que constitui a compropriedade; o
Direito Civil regulamento interno disciplina a vida social e não o direito real que o título
constitutivo outorga, o que conduz à certeza de que, no confronto entre
1 - Quando o novo Código Civil entrou em vigor? Como fica a Lei nº 4.591/ dispositivos conflitantes entre as duas normas, acerca do uso de garagem,
64 diante da aprovação do novo Código Civil? vale o que consta da convenção registrada no Cartório de Registro (art. 9º, §
O novo Código Civil (Lei Federal n° 10.406/02) entrou em vigor em 11/01/03. 1º, da Lei nº 4.591/64). Não provimento” (TJSP - 3ª Câm. de Dir. Priv.; AC nº
É o entendimento predominante que a parte da Lei nº 4.591/64 que tratava 281.174-4/9-00-SP; Rel. Des. Ênio Santarelli Zuliani; j. 15/4/2003; v.u.)
do condomínio foi derrogada, isto é, seus vinte e sete artigos iniciais foram
substituídos pelos arts. 1.331 a 1.358 do novo Código Civil. Assim a Lei nº 5 - A multa de 2% prevista pelo novo Código Civil é obrigatória?
4.591/64 continua em vigor apenas na parte referente à incorporação A redução da multa moratória para o patamar de 2% (dois por cento), como
imobiliária, instituto que não foi abrangido pela nova lei. dita o art. 1.336, § 1º, do novo Código Civil, deve ser acatada por todos os
condomínios, independentemente destes terem constituição anterior ou
2 - O novo Código Civil impõe a atualização da Convenção do Condomínio? posterior à data mencionada. Contudo, é certo que a redução da multa não
Não há obrigatoriedade de ajuste da Convenção do Condomínio para que alcança débitos vencidos anteriormente à data do começo de sua vigência.
haja uma harmonização com o novo Código Civil, já que as regras da Lei de Nos termos do art. 2.035, parágrafo único, do novo Código Civil, tem-se que
36 Introdução ao Código Civil (Decreto-lei nº 4.657/42) servem justamente para a redução da multa moratória para 2% (dois por cento) é ponto de ordem
pública e como tal, de observância obrigatória.
37
tal fim, isto é, as Convenções anteriores a 11/01/03 continuam em vigor naquilo
que não contrariarem disposições de ordem pública (obrigatórias) expressas Não se pode sustentar que as Convenções atuais, que estabelecem percentual
da nova lei; esta não fixa prazo para que as Convenções se ajustem às suas superior aos 2% do novo Código seriam um direito adquirido ou ato jurídico
novas disposições; assim, salvo conveniência particular, poderão permanecer perfeito. Em verdade, a Convenção tem natureza normativa, prevalecendo
inalteradas. Todavia, a conveniência de se efetuar a modificação deverá ser no caso a lei mais recente que vem a ser o novo Código Civil.
analisada caso a caso. Em síntese, aplica-se a redução da multa moratória (2%) para todos os débitos
condominiais vencidos a partir de 11/01/03.
3 - O que é a Convenção do Condomínio, isto é, qual é a sua natureza
jurídica? 6 - Para fins de atenuar os efeitos da inadimplência, pode o condomínio
A convenção do condomínio tem caráter estatutário ou institucional, sendo, implantar o sistema de desconto pelo pagamento antecipado da cota
portanto, um “ato-norma”. Assim, não é um contrato. Por tal razão, alcança condominial?
não só os seus signatários, mas também todos os que ingressarem nos limites Não é recomendável a adoção do chamado “desconto pontualidade”,
do condomínio (art. 1.333, caput, do novo Código Civil). O registro da conhecido também por “cláusula de bonificação”, tendo em vista predominar
convenção no Registro de Imóveis é necessário apenas para torná-la válida o entendimento, na doutrina e na jurisprudência, de que tal medida caracteriza
perante terceiros, já que “a convenção de condomínio aprovada, ainda que
burla da lei, isto é, uma aplicação de multa moratória, mascarada, acima do
sem registro, é eficaz para regular as relações entre os seus condôminos”,
como afirmado pela Súmula n° 260 do Superior Tribunal de Justiça. limite permitido (superior ao limite de 2% fixado pelo art. 1.336, § 1°, do novo
Código Civil).
4 - Quando houver conflito entre a Convenção do Condomínio e o
Regimento Interno, qual das normas prevalecerá? 7 - Na Convenção do Condomínio, os juros poderão ser aumentados para
A Convenção do Condomínio difere do Regimento Interno pela compensar a redução da multa moratória para 2%? É possível usar
natureza das matérias tratadas. Compete à Convenção dispor sobre a a taxa SELIC?
estrutura do condomínio e os direitos fundamentais do condômino. Já o Não. O art. 1.336, § 1º, do novo Código Civil diz que o condômino
Regimento Interno tem por objetivo reger apenas convivência entre os devedor ficará “... sujeito aos juros moratórios convencionados ou,
condôminos. não sendo previstos, os de um por cento ao mês...”.
O entendimento predominante a respeito do assunto é que, mesmo com a 12 - É possível negativar os inadimplentes do condomínio no SPC?
entrada em vigor do novo Código Civil, os juros convencionais moratórios Ainda que seja possível negativar débitos condominiais junto ao SPC,
continuam limitados à taxa mensal de 1%, em face da interpretação conjugada que é um banco de dados gerido por entidades particulares (associações
do artigo acima citado com os arts. 406 do novo Código Civil, 161, § 1º, do comerciais), o SECOVI-SP não recomenda a adoção de tal postura,
Código Tributário Nacional e 1º a 5º da Lei da Usura (Decreto nº 22.626/33). em razão do boleto das despesas de condomínio não se revestir dos
Exemplifica tal entendimento o Enunciado nº 20 da Jornada de Direito Civil, requisitos típicos dos títulos executivos extrajudiciais, a saber: certeza,
encontro de notáveis promovido periodicamente pelo Centro de Estudos do liquidez e exigibilidade (arts. 586, caput, e 618, I, ambos do Código de
Conselho da Justiça Federal (www.cfj.gov.br). Processo Civil).
É, pois, temerário, que os condomínios edilícios alterem suas Convenções Assim, caso seja utilizada a inscrição mencionada, o condomínio se
para estabelecerem taxa de juros superiores a 12% ao ano, tanto mais num sujeitará a responder por eventuais danos morais causados. O Poder
percentual que vise compensar a redução da multa moratória. Judiciário poderá, ainda, responsabilizar a empresa administradora
Em realidade, o permitido no art. 1.336, § 1º, do novo Código Civil é que os conjuntamente com o condomínio pelo pagamento da indenização por
condomínios convencionem taxa de juros inferior a 1% ao mês. danos morais.

8 - Quem responde pelas despesas ordinárias e extraordinárias? 13 - O que pode ser cobrado quando o condômino atrasa o pagamento
da cota?
As despesas ordinárias são de responsabilidade do inquilino. As
extraordinárias são de responsabilidade do condômino locador (arts. 22 e 23 O novo Código Civil determina a aplicação de:
da Lei nº 8.245/91). - multa moratória de 2% sobre o débito;
- juros moratórios de 1% ao mês ou em outro patamar estipulado pela
38 Convenção do Condomínio, desde que inferior a 1%; 39
9 - Qual a finalidade do fundo de reserva?
Sua finalidade é atender a despesas imprevisíveis e inadiáveis, ou seja, é - atualização monetária conforme índice previsto na Convenção, e na sua
falta conforme o índice praticado pelo Judiciário Estadual (tabela prática
uma garantia para casos emergenciais. Conseqüentemente, não pode ser para atualização monetária dos débitos judiciais).
distribuído aos condôminos, nem restituído proporcionalmente ao que
alienar sua unidade autônoma.
14 - É possível tornar automática a multa para o condômino
reiteradamente inadimplente?
10 - O locatário (inquilino) deve contribuir para o fundo de reserva?
Não. A aplicação da multa de até 5 (cinco) vezes o valor da contribuição
O locatário deve contribuir na reposição do fundo de reserva, quando seu mensal ao condômino que descumpra reiteradamente seus deveres é
gasto tiver ocorrido com despesas ordinárias, durante o período da locação. possível, desde que tal sanção seja, caso a caso, previamente autorizada
Caso o condomínio esteja constituindo o fundo, a arrecadação será por assembléia, pelo voto de ¾ dos condôminos restantes
considerada despesa extraordinária e, portanto, paga pelo condômino (art. 1.337, caput, do novo Código Civil),
(locador). proporção que no mais das vezes
inviabilizará a iniciativa.
11 - O boleto de condomínio pode ser protestado?
Não. O boleto de condomínio não se enquadra no rol dos títulos executivos 15 - O anti-social pode ser expulso?
extrajudiciais constante no art. 585 do Código de Processo Civil, sendo Não. O art. 1.337, parágrafo único, do novo
documento produzido unilateralmente pelo credor, sem forma definida e Código Civil, estabelece a aplicação de multa
especificada por lei, razão pela qual os Tabelionatos de Protesto não o aceitam pecuniária correspondente até o décuplo da
para a prática do ato. Entende-se, ainda, que o protesto do boleto condominial contribuição condominial como a sanção
caracterizaria hipótese de desrespeito ao devido processo legal para a cabível. Ademais, a exclusão do condômino
recuperação dos créditos dos condomínios, eis que sua certeza e liquidez anti-social encontra óbice no direito de
seriam decorrentes do trâmite de uma ação de cobrança, nos moldes propriedade, que tem a natureza de garantia
do previsto no art. 275, II, “b”, do Código de Processo Civil, podendo constitucional (art. 5°, XXII e XXIII, da
assim, ensejar condenação do condomínio em danos morais. Constituição Federal).
16 - É possível que o número do apartamento do condômino inadimplente em benefício da comunidade, tais como os relativos à segurança, limpeza
seja colocado no demonstrativo financeiro do condomínio? e entretenimento, haverá obrigatoriedade de contribuição de todos os lotes.
Sim. Desde que a informação fique restrita aos condôminos, seja por meio O contrário seria legitimar o enriquecimento injusto. A ementa abaixo
documental ou mesmo pelo site do condomínio ou da administradora. Cabe exemplifica tal realidade:
dizer que os condôminos pontuais têm direito de saber quais e quantos “Condomínio - Despesas Condominiais - Loteamento - Cobrança - Despesa
são os condôminos inadimplentes. Trata-se de um exercício regular de Comum - Rateio - Necessidade - Cabimento
direito por parte dos condôminos, bem como de um dever do síndico possui Quem se beneficia dos serviços prestados ao loteamento tem obrigação
de prestar contas à comunidade condominial. de participar do rateio das despesas comuns”.
(2° TACivilSP - Ap. s/ Rev. 878.573-00/8 - 3ª Câm. - Rel. Des. JESUS
17 - O condômino devedor pode alegar o benefício LOFRANO - J. 15.2.2005).
do bem de família em seu favor, numa ação
de cobrança promovida pelo condomínio? 20 - Quem é o responsável pelo pagamento dos débitos condominiais de
Não. O benefício do bem de família não é unidade financiada, retomada pelo banco?
estendido aos imóveis penhorados em razão de Por força do art. 1.345 do novo Código Civil, que evidencia a natureza
débitos condominiais, por força de expressa propter rem da dívida de condomínio, o banco responde pelos débitos
disposição da Lei n° 8.009/90, posto ser hipótese incidentes sobre a unidade retomada, inclusive quanto aos anteriores à
de cobrança de contribuição devida em função data da retomada. É o que ilustra o julgado abaixo, oriundo do Superior
do imóvel familiar: Tribunal de Justiça:
40 Lei n° 8.009/90: “Condomínio – Despesas. Obrigação Propter Rem. 41
“Art. 3°. A impenhorabilidade é oponível em O adquirente de unidade condominial responde pelos encargos existentes
qualquer processo de execução civil, fiscal, junto ao condomínio, mesmo que anteriores à aquisição. (...)”
previdenciário, trabalhista ou de outra natureza, (STJ - REsp 536005-RS - Rel. Min. Barros Monteiro - 4ª Turma - j. 10/02/
salvo se movido: 2004 - P. DJ 03.05.2004, p. 174).
(...)
IV – para cobrança de impostos, predial ou 21 - O síndico do condomínio pode impedir que o condômino inadimplente
territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar”. alugue seu apartamento?
Não. Além das penas pecuniárias previstas nos arts. 1.336, § 1°, e 1.337,
18 - O condômino aposentado tem o direito de pagar o rateio mensal em caput, do novo Código Civil, e da restrição prevista no art. 1.335, III, do
data diferente dos demais condôminos? mesmo diploma, nenhuma outra que importe em privação de direitos
Não, lei alguma permite o pagamento do rateio condominial em data condominiais pode ser estabelecida em Convenção ou aplicada pelo
diferenciada pelos aposentados. Esta é uma liberalidade que deve ser condomínio ao inadimplente. Não será lícito, assim, impor-lhe a privação
decidida pela assembléia geral de condôminos. Muita confusão se faz a do uso e gozo das coisas e áreas comuns ou particulares.
este respeito devido ao teor da Lei Federal n° 9.791/99, que dispôs sobre Ademais, a imposição de restrições como a aludida pode ser interpretada
“a obrigatoriedade de as concessionárias de serviços públicos como cerceamento do direito de propriedade e prática do crime de exercício
estabelecerem ao consumidor e ao usuário datas opcionais para o arbitrário das próprias razões (art. 345 do Código Penal), risco que deve
vencimento de seus débitos” (art. 1°), aplicável apenas às contas oriundas ser evitado.
das empresas concessionárias hipótese que, obviamente, não é a dos
condomínios edilícios. 22 - É possível efetuar o pagamento do rateio mensal por meio de depósito
na conta do condomínio?
19 - Titulares de lotes em loteamentos fechados são obrigados a Para que a mora e seus efeitos sejam evitados, todos no condomínio
contribuir com o rateio das despesas comuns? estão obrigados a pagar o rateio das despesas condominiais da
Sim. Apesar dos loteamentos fechados, tecnicamente, não serem forma costumeira, no dia e modo convencionados. Aqueles que
condomínios, desde que realmente existam serviços desempenhados não acatarem a praxe condominial, que usualmente é o
pagamento por meio de boleto bancário, poderão até mesmo ter ignorado - previsão orçamentária;
o depósito (acaso seja impossível identificar a procedência) ou mesmo - eventualmente: eleição do síndico ou
serem sancionados com a multa, juros e correção monetária incidentes alteração do Regimento Interno.
pelo descumprimento do dia do vencimento da obrigação e lançamento Já as assembléias gerais extraordinárias
do número da unidade autônoma no rol dos devedores, nos termos do serão realizadas quantas vezes forem
art. 1.336, § 1°, do novo Código Civil. necessárias, segundo o entendimento do
síndico ou de ¼ dos condôminos quites.
23 - Qual o prazo para a propositura da ação de cobrança de cotas em
atraso? 27 - A quem compete convocar as
A partir do momento em que se descumpre a data de vencimento fixado assembléias condominiais?
para o pagamento das contribuições condominiais a ação de cobrança As assembléias poderão ser
pode ser proposta. Contudo, é conveniente que o condomínio aguarde o convocadas pelo síndico ou por um
decurso de 3 (três) meses, período em que deverá desenvolver a cobrança quarto dos condôminos quites (arts.
amigável (extrajudicial). Por fim, vale lembrar que é de 10 (dez) anos o 1.350 § 1º e 1.355 do novo Código Civil).
prazo prescricional para a cobrança de dívidas contraídas junto ao
condomínio, nos termos do art. 205 do novo Código Civil.
28 - As assembléias podem ser realizadas sem a convocação
antecipada de todos os condôminos?
24 - O condomínio é obrigado a adotar o método contábil para controlar O art. 1.354 do novo Código Civil diz que é obrigatória e imprescindível
42 suas contas? O condomínio deve contratar contador para tanto? a convocação de todos os condôminos, na forma e prazo estabelecidos 43
Ainda que haja necessidade de um controle dos valores arrecadados e pela Convenção do Condomínio, sob pena de nulidade do ato.
administrados em nome dos condôminos, e sua posterior divulgação,
através da via escrita e da realização de assembléia geral (art. 1.348, VIII,
29 - É obrigatório o reconhecimento de firma para o uso das procurações?
do novo Código Civil), não há obrigatoriedade nem recomendação do
método contábil, de livros contábeis ou mesmo contratação de um contador O art. 654, § 2°, do novo Código Civil estipula que a necessidade do
para efetuar tal atividade, que poderá ser efetuada pelo próprio síndico ou reconhecimento de firma dependerá de exigência das partes envolvidas.
por terceiro por ele designado o qual, usualmente, é uma empresa No caso do condomínio, só haverá a obrigatoriedade se assim disser
prestadora de serviços especializada na administração condominial. expressamente a Convenção do Condomínio.

25 - Qual é o tempo de guarda dos documentos condominiais? 30 - O síndico, membros do conselho fiscal e empregados do condomínio
O novo Código Civil não repetiu a disposição do art. 22, § 1°, “g”, da Lei n° podem receber procurações para votarem em assembléia?
4.591/64, que dispunha sobre a obrigatoriedade do síndico manter os Não existe vedação legal nesse sentido. Contudo trata-se de medida salutar
documentos condominiais por 5 (cinco) anos. proibir, através de cláusula expressa na Convenção, que tais pessoas
Porém, cumpre alertar que, atualmente, o prazo prescricional para a atuem como procuradores.
cobrança, pelo condomínio, dos débitos contraídos por condôminos, é de
10 (dez) anos (art. 205 do novo Código Civil). 31 - Quem pode dar e receber procuração?
Os prazos para a guarda de documentos trabalhistas, fiscais e Para dar procuração, ou seja, para ser outorgante (mandante) num contrato
previdenciários constam de tabela reproduzida na parte final deste manual. de mandato, basta ter capacidade civil (cf. arts. 3° a 5° do novo Código
Civil), como diz o art. 654, caput, do novo Código Civil: “Todas as pessoas
26 - Quantas assembléias deverão ser realizadas anualmente? capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento
particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante”.
Segundo o art. 1.350 do novo Código Civil haverá, anualmente, uma
assembléia geral ordinária que tratará da discussão e aprovação Da mesma forma, para receber procuração, isto é, para ser o
outorgado (mandatário), a pessoa deve ter a capacidade civil,
dos temas seguintes:
com uma exceção, que é a possibilidade do maior de dezesseis
- prestação de contas;
e menor de dezoito anos não emancipado ser procurador, como estabelece Convenção do Condomínio. Do contrário, o síndico poderá participar e
o art. 666 do novo Código Civil. votar de qualquer assunto colocado em pauta.

32 - Pelo simples decurso do tempo a procuração perde a validade? 37 - Na defesa dos interesses comuns, o síndico necessita de prévia
A procuração é o instrumento do contrato de mandato. Somente se a aprovação assemblear para propor a ação judicial cabível?
procuração tiver sido conferida com prazo certo é que seu decurso fará Não. A possibilidade de o síndico propor as ações no resguardo dos
cessar o mandato. Neste particular, o novo Código Civil relaciona no art. interesses comuns decorre do direto dizer legal, a saber, do art. 1.348, II
682 as várias hipóteses de término do mandato, dentre as quais está a do novo Código Civil, bem como do art. 12, IX, do Código de Processo
pelo decurso de prazo (inciso IV): Civil, não carecendo de autorização da assembléia para a tomada de tal
“Art. 682. Cessa o mandato: medida. Serve de exemplo o julgado seguinte:
I - pela revogação ou pela renúncia;
II - pela morte ou interdição de uma das partes; “Condomínio – Edifício de apartamentos – Representação em juízo pelo
síndico, ativamente, na defesa de interesses comuns – Desnecessidade
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes,
ou o mandatário para os exercer; de expressa conferência de poderes em assembléia – Insurgência contra
decisão que faz extinguir o processo por falha de representação do
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio”. condomínio-autor, nos termos do art. 267, IV, do CPC – Agravo provido”.
(TJSP – AI n° 106.416-4/6 “ Guarujá “ 1ª Câm. Dir. Priv. “ Des. Rel. Erbetta
33 - As atas das assembléias precisam ser registradas? Filho – J. 29/06/99).
O novo Código Civil não obriga o registro das atas de assembléias em
Cartório de Títulos e Documentos. No entanto, é recomendável registrá-
44 las, pois torna a decisão da assembléia pública e permite a reconstituição 38 - Pode caracterizar a prática de algum delito a atitude de determinada 45
do livro de ata no caso de extravio. pessoa que cause tumulto numa assembléia de condomínio?
Sim. A atitude pode ter o enquadramento da contravenção penal prevista
34 - Pode haver votação secreta, na assembléia de condomínio? no art. 40 do Dec.-Lei n° 3.688/41, qual seja, o delito de provocação de
É vedada a votação secreta por dois motivos: tumulto ou conduta inconveniente, sujeitando seu causador à prisão de
a - Em razão da contagem dos votos ter como base a fração ideal de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou ao pagamento de multa:
cada um dos condôminos, salvo disposição contrária da Convenção do “Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou
Condomínio; desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo
b - Pela possibilidade de fraudes ou equívocos que a medida dá público, se o fato não constitui infração penal mais grave:
oportunidade. Pena – prisão simples, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa”.

35 - O condômino inadimplente tem direito a voto nas 39 - O inquilino é condômino?


assembléias?
Não. O art. 1.335, III, do novo Código Não. Nos termos do art. 1.334, § 2°, do novo Código Civil, são condôminos
Civil expressamente veda a os proprietários ou todos aqueles que, apesar de tecnicamente não serem
participação e o voto do inadimplente proprietários, forem titulares de direito de aquisição sobre a propriedade
nas assembléias gerais de condôminos. imobiliária (promitentes compradores, cessionários e promitentes
cessionários).
36 - O síndico pode votar nas assembléias
condominiais? 40 - O inquilino pode participar e votar na assembléia?
Se o síndico for condômino poderá O novo Código Civil não prevê a possibilidade de o inquilino participar
discutir e votar todas as matérias e votar nas deliberações da assembléia, tal como permitia a legislação
constantes da ordem do dia, salvo anterior em relação a despesas ordinárias; assim, o inquilino
aquelas relacionadas às suas contas somente poderá participar e votar como mandatário do locador,
e administração, se assim dispuser a mediante apresentação de procuração.
41 - O inquilino pode participar do dos condôminos que estiverem presentes vote favoravelmente à proposta.
Conselho? O art. 1.349 do novo Código Civil exige, ainda, que a destituição tenha
Sim. O novo Código Civil faculta a um dos seguintes fundamentos:
criação do Conselho Fiscal composto de - prática de irregularidades;
três membros, com mandato não - falta de prestação de contas;
superior a dois anos, eleitos em - atos de má gestão (não administrar convenientemente o condomínio).
assembléia, não se exigindo que sejam
condôminos, com a competência 48 - Quando o mandato do síndico é interrompido abruptamente (ex.:
específica de análise das contas do renúncia, morte, destituição), existirá a figura do mandato tampão ou
síndico. complementar?
O prazo do mandato do síndico será sempre o estipulado na Convenção
42 - Os membros do conselho são do Condomínio, que por sua vez deve respeitar o limite máximo de 2 (dois)
remunerados? anos, por força do art. 1.347 do novo Código Civil.
Não havendo dispositivo na Convenção, presume-se gratuito o mandato A estipulação de mandato tampão ou complementar depende de expressa
dos membros do conselho. previsão e aquiescência da Convenção do Condomínio. Se esta for omissa,
a medida (mandato complementar) não poderá ser adotada.
43 - Como se dá a destituição dos conselheiros? Vale lembrar que a alteração do prazo de mandato do síndico depende de
Os conselheiros só poderão ser destituídos em assembléia geral regular modificação da Convenção do Condomínio, isto é, realização de
especialmente convocada, que preencha o votação prevista na Convenção assembléia, especialmente convocada, em que se obtenha a aprovação
46 a respeito e no silêncio desta, em primeira convocação por maioria de de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos (art. 1.351 do novo Código 47
votos dos condôminos presentes que representem pelo menos metade Civil).
das frações ideais (art. 1.352 do novo Código Civil), e em segunda
convocação, pela maioria dos votos dos presentes (art. 1.353 do novo 49 - O síndico é obrigado a dar cópia da Convenção do Condomínio aos
Código Civil). condôminos ou ocupantes?
Não. Obrigatoriedade não existe já que a Convenção do Condomínio é
44 - O cônjuge do condômino eleito síndico pode fazer parte do conselho? documento público e, por conta disto, seu acesso é franqueado a todos.
Não seria conveniente tal situação, pois se presume que o cônjuge do Melhor explicando, sendo compulsório o registro da Convenção do
síndico eleito é suspeito para manifestar-se sobre os atos do companheiro. Condomínio no Registro Imobiliário (art. 1.333, parágrafo único, do novo
Há uma clara situação de incompatibilidade que deve ser evitada. Código Civil e art. 167, I, 17, da Lei n° 6.015/73), não será obrigatório o
fornecimento, pelo síndico, de cópia da mesma aos condôminos ou
45 - Qual o prazo do mandato dos conselheiros? ocupantes.
O prazo deverá estar previsto na Convenção, não podendo ultrapassar 2 Porém, ainda que não haja obrigatoriedade, é conveniente que seja dada
(dois) anos, permitida a reeleição. uma cópia integral da Convenção a cada um dos condôminos, incentivando
o pleno conhecimento do seu teor por todos.
46 - Quais são as atribuições do conselho?
O art. 1.356 do novo Código Civil diz que o conselho fiscal terá a 50 - O novo Código Civil impede a reeleição do síndico:
competência de dar parecer a respeito das contas apresentadas pelo Não. O art. 1.347 do novo Código Civil não estabelece qualquer limitação
síndico. Obviamente, há possibilidade de a Convenção atribuir-lhe funções quanto à reeleição do síndico, num condomínio edilício. Pelo contrário, o
específicas ou mesmo mais abrangentes, além de poder criar outros mandato, ainda que limitado no seu prazo a 2 (dois) anos no máximo,
conselhos com atribuições diversas (inclusive o consultivo). poderá se renovar por infinitas e sucessivas reeleições.
O que muitos confundem é que há um Projeto de Lei de n° 6.960/
47 - O síndico pode ser destituído? 02, em trâmite perante o Congresso Nacional, de autoria do
Sim. A destituição do síndico depende de assembléia Deputado Federal Ricardo Fiúza, que visa alterar
especialmente convocada, em que a maioria absoluta (50% + 1) aproximadamente 150 (cento e cinqüenta) artigos do novo
Código Civil, dentre os quais, o dispositivo acima. Segundo tal proposta, 54 - Quem responde pela queda de objetos dos apartamentos, causando
passaria a existir limitação quanto ao número de reeleições, de forma que danos a terceiros?
seria possível apenas uma reeleição consecutiva. Vale dizer, projeto de Nos termos do art. 938 do novo Código Civil, “aquele que habitar prédio,
lei não é lei, sendo imponderável dizer se o mesmo será aprovado ou ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem
quando. ou forem lançadas em lugar indevido”. Assim, se for possível a identificação,
será do condômino causador da queda a responsabilidade civil daí oriunda.
51 - O condomínio responde por furto ou danos ocorridos na garagem? Caso contrário, não sendo possível a identificação do agente causador
da queda, a responsabilidade civil será do condomínio.
Em regra o condomínio não responde civilmente pelos furtos ou danos
ocorridos nas suas áreas comuns. Para o fim de se saber se
excepcionalmente haveria a responsabilidade civil, cada caso merece ser 55 - O condomínio que possui garagem coletiva com o número de vagas
estudado com a aplicação sucessiva dos parâmetros abaixo: inferior ao dos apartamentos pode excluir do uso os locatários e
visitantes?
a) Existência do nexo causal (veracidade de que o dano ocorreu nos
limites do condomínio); Compete a Convenção do condomínio e ao Regimento Interno dar a
disciplina da forma de utilização da garagem coletiva, dizendo quais são
b) Existência de causa excludente de responsabilidade (caso fortuito ou as restrições e quanto cada condômino possui de direito sobre a área.
força maior) ou de uma possível culpa exclusiva do vitimado;
c) Verificação se o dano ocorreu, ou não, por dolo ou por explícita e 56 - Para o condômino alugar a vaga da garagem o que é preciso?
patente culpa do representante ou prepostos do condomínio O art. 1.338 do novo Código Civil inovou ao autorizar a locação da vaga
(empregados);
48 de garagem a estranhos, desde que respeitada a ordem de preferência 49
d) Verificar o que a Convenção do Condomínio diz a respeito do assunto, sucessiva a condôminos e possuidores.
tanto no aspecto positivo, prevendo expressamente a Evidentemente a Convenção Condominial pode proibir essa locação e
responsabilização do condomínio, ou no aspecto negativo, contendo assim o fazendo, não estará ferindo o direito de propriedade, mas
cláusula de não indenizar; simplesmente exercitando um poder de auto-regulamentação dos próprios
e) Constatação do nível, proporção e qualidade da segurança existente condôminos, tanto mais num momento que a falta de segurança é tema
no condomínio. Quanto maior for a segurança fornecida, maiores serão dos mais relevantes na sociedade brasileira.
as despesas arcadas pelos condôminos e conseqüentemente, maior
será o dever de guarda assumido pelo condomínio. Se o condomínio 57 - Para o condômino vender a vaga da garagem o que é preciso?
não dispõe de uma segurança especial possuindo apenas portaria A venda da parte acessória a estranho é possível se facultada
ou guarita, então não haverá responsabilidade, devendo cada expressamente no ato constitutivo do condomínio ou na convenção e desde
condômino vitimado arcar com o preço do seu prejuízo. que não haja oposição da assembléia geral dos condôminos, obedecendo-
se sempre a ordem de preferência do condômino ao estranho.
52 - De quem é a responsabilidade na ocorrência de furto cometido pelo
empregado do condomínio? 58 - Quando o condômino deixa o carro na
A responsabilidade recai sobre o condomínio sempre que um fato seja garagem do condomínio, ficando as
atribuído à ação ou à omissão do síndico ou dos empregados. chaves obrigatoriamente com o vigia ou
garagista e o mesmo causa danos ao
automóvel, o condomínio fica
53 - O condomínio responde por furtos ocorridos no interior de um dos responsável pelo prejuízo?
apartamentos? Desde que o Condomínio imponha aos
O condomínio só responde por furto ocorrido no interior das unidades condôminos a obrigação de deixar na
autônomas se houver concreta participação, direta ou indiretamente, garagem a chave do carro, torna-se
do empregado do mesmo, pois a administração é exercida em relação responsável por ato danoso do vigia ou do
às partes comuns e não à propriedade exclusiva de cada condômino. garagista.
59 - A falta de conservação do imóvel pode redundar na obrigação do instrumento de instituição do condomínio”.
condômino negligente indenizar seus vizinhos ou o próprio Além do consenso unânime, se faz necessário recalcular todas as frações
condomínio? ideais e, de conseguinte, alterar toda documentação imobiliária pertinente
Sim. São aplicáveis à hipótese os arts. 937, 1.280 e 1.336, IV, do novo (Instituição, Especificação e Convenção do Condomínio, bem como as
Código Civil: matrículas de cada uma das unidades autônomas), o que demonstra que
a proposta, além de trabalhosa, é de custo considerável.
“Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta. 63 - Pode ser construído um novo andar num condomínio edilício?
(...) Será possível a construção se previamente autorizada pela totalidade dos
votos do condomínio (unanimidade dos condôminos), em assembléia geral,
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do com a conseqüente alteração da documentação imobiliária, bem como se
prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, permitida pela legislação municipal aplicável.
bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. Trata do assunto o art. 1.343 do novo Código Civil: “A construção de outro
(...) pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas
Art. 1.336. São deveres do condômino: unidades imobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos
condôminos”.
(...)
IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não 64 - Qual é a base legal para proibição do tabagismo nas áreas comuns
50 as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança de um condomínio?
51
dos possuidores, ou aos bons costumes”.
A Lei Federal n° 9.294/96, regula-mentada pelo Decreto n° 2.018/96, veda
expressamente o uso de cigarros e assemelhados em
60 - Um edifício de unidades autônomas, todas de propriedade de uma recintos coletivos, sejam públicos ou
mesma pessoa, caracteriza-se como condomínio edilício? privados, abran-gendo a hipótese das
Não. Trata-se de propriedade exclusiva de uma só pessoa. A locação das áreas comuns nos condomínios
unidades para diferentes inquilinos acarretará a obrigação destes pagarem edilícios. Tais normas podem ser
as despesas comuns ordinárias, desde que comprovadas pelo locador, corroboradas pela legislação
nos termos do art. 23, § 3°, da Lei n° 8.245/91 (Lei do Inquilinato). municipal, pela Convenção do
Condomínio ou pelo Regimento
61 - Pode o condômino dar em garantia uma área comum? Interno.
Não. O art. 1.339, § 1°, do novo Código Civil veda expressamente que as O condômino que desrespeitar tais
partes comuns sejam alienadas ou gravadas em separado. regras fica sujeito ao trâmite de
aplicação de penas previsto na
62 - As frações ideais no condomínio edilício podem sofrer modificação? Convenção do Condomínio ou no Regimento Interno, bem como à multa
Como? de 5 (cinco) vezes o rateio mensal na hipótese de reincidência, nos termos
A alteração das frações ideais é juridicamente possível, mas depende da do art. 1.337, caput, do novo Código Civil. Se ainda assim a infração
aprovação da totalidade dos votos do condomínio, por afetar o direito de perdurar, então só restará levar a questão ao Poder Judiciário.
propriedade. Aliás, não há condomínio edilício sem fração ideal. Enquanto
a divisão física do condomínio se dá pelas diferentes áreas comuns e
privativas, sua divisão econômica é revelada pela fração ideal. A propósito, 65 - O Regimento Interno pode estabelecer horário de funcionamento
diz o art. 1.331, § 3°, do novo Código Civil, com redação dada pela Lei de um condomínio comercial?
n° 10.931/04: “A cada unidade imobiliária caberá, como parte Sim. Ao Regimento Interno cabe a disciplina de funcionamento e
inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, uso das áreas e coisas comuns, sendo fruto da vontade
que será identificada em forma decimal ou ordinária no democrática da massa condominial.
O estabelecimento de um horário de funcionamento é uma medida básica 69 - Como os condomínios devem receber os oficiais de justiça?
de precaução, adotada pela maioria dos condomínios comerciais, como O condomínio, através da sua administração e do seu pessoal, não deve
reconhecido pela jurisprudência: oferecer qualquer tipo de resistência ao cumprimento da ordem judicial,
“O advogado que opta por adquirir escritório em prédio comercial na região desde que comprovada a veracidade do alegado pelo oficial de justiça,
central da capital paulistana assume o dever de respeitar o regramento isto é, o condomínio não deve servir de anteparo a condôminos que
interno estabelecido pelo grupo condominial e que disciplina, com rigidez procuram se furtar do cumprimento da lei.
própria da precaução contra a violência urbana, o horário de fechamento Nos termos do art. 139 do Código de Processo Civil, os oficiais de justiça
do edifício – Inocorrência de violação ao direito de propriedade (art. 524 são auxiliares do juízo incumbidos de exercer as atribuições relacionadas
do CC e 19 da Lei n° 4.592/64) – Improvimento” (TJSP – Ac. n° 101.781- no art. 143 do mesmo diploma.
4/4 – Capital – Des. Rel. Ênio Zuliani – j. 25/07/00). Assim, desde que o oficial de justiça se apresente como tal no cumprimento
de suas atribuições perante o condomínio, o que se comprova pela
66 - O condomínio pode reter documento de identidade de visitante que verificação da carteira funcional e do mandado judicial (documento este
adentra nos seus limites? que contém todas informações relevantes ao ato em curso), não deverá
Não, a medida é proibida pela Lei Federal n° 5.553/68 (alterada pela Lei ser apresentada qualquer resistência à entrada do referido profissional,
n° 9.453/97). A mencionada lei estabelece, dentre outras coisas, que é independentemente do condômino visado estar ou não na respectiva
proibido “reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que unidade autônoma.
apresentado por fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive
comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira 70 - Para os condomínios é obrigatória a instalação de antena coletiva
52 profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento,
comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro”
para a captação dos canais abertos de 53
televisão?
(art. 1°). Porém, quando o documento de identidade for indispensável para
a entrada de pessoa no condomínio, seus dados poderão ser anotados e O novo Código Civil (arts. 1.331 a 1358)
digitalizados no ato e devolvido o documento imediatamente ao interessado em momento algum estabelece tal
(art. 2°, § 2°). obrigatoriedade.
De conseguinte, salvo disposição da
67 - Alguma norma fixa os limites máximo e mínimo dos honorários da Convenção do Condomínio estabe-
empresa administradora de condomínios? lecendo dita obrigatoriedade, ela não
existirá, cabendo aos condôminos, se for
Não. O assunto “honorários da empresa administradora de condomínios”
depende exclusivamente do previsto no contrato de prestação de serviços da vontade da maioria, discutir o assunto
entabulado entre as partes (condomínio-administradora), inexistindo norma na assembléia geral, para que se decida
que aborde a questão. Em outras palavras, o tema é ponto de livre por sua instalação ou não.
estipulação entre as partes, dependente de expressa disposição contratual. Por fim, sabendo que a despesa é
classificada como útil (cf. art. 96, § 2°, do
68 - A aquisição de gerador de energia elétrica por um condomínio novo Código Civil), sua aprovação demandará o voto da maioria absoluta
residencial configura que tipo de despesa? dos condôminos, a saber, – 50% + 1 dos condôminos – (cf. art. 1.341, II,
do novo Código Civil).
A instalação de gerador de energia elétrica caracteriza hipótese de despesa
útil, e assim sendo, depende da aprovação de maioria absoluta dos
condôminos (50% + 1 dos condôminos), em assembléia geral, nos termos 71 - Há limitação de idade para jogar bilhar ou sinuca nas áreas comuns
dos arts. 96, § 2°, e 1.341, II, do novo Código Civil. do condomínio?
Além disso, a instalação pretendida será uma despesa extraordinária, Não há lei específica sobre o assunto. Os dispositivos mais próximos
por força do art. 22, X, parágrafo único, “a”, da Lei n° 8.245/91 (Lei do são os arts. 75, parágrafo único, e 80, ambos da Lei Federal n°
Inquilinato), devendo ser paga apenas pelos condôminos e não pelos 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), que
eventuais locatários existentes. regem, respectivamente, a necessidade das crianças menores
de dez anos serem acompanhadas dos pais nos locais públicos de Prefeitura Municipal, a anuência da totalidade dos condôminos” (TJSP –
diversão, e a hipótese limitação de idade na exploração comercial do jogo: Apel. Cív. n° 206.170-4/1-00 – Praia Grande – Rel. Des. Octavio Helene –
“Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e j. 28/02/02).
espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão 74 - É possível repetir a denominação nos condomínios? Qual o trâmite
ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando para alterar sua denominação?
acompanhadas dos pais ou responsável. O condomínio edilício (arts. 1.331 a 1.358 do novo Código Civil) não possui
(...) personalidade jurídica, sendo um ente despersonalizado, uma pessoa
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem formal segundo alguns, como são outros exemplos a massa falida, o
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim espólio, o consórcio etc.
entendidas as que realize apostas, ainda que eventualmente, cuidarão Assim, é possível a repetição da denominação que é dada a cada um
para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e deles, já que não existe para tal situação o controle que vigora para a
adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público”. criação das pessoas jurídicas, em que é imprescindível a busca prévia de
Assim, competirá ao próprio condomínio regular o tema, através do seu homônimo junto aos registros constitutivos (Juntas Comerciais, Registros
Regimento Interno. Civis das Pessoas Jurídicas etc.).
A alteração da denominação do condomínio depende dos votos da
72 - É obrigatória a contratação de salva-vidas para o funcionamento das totalidade dos condôminos (unanimidade – cf. arts. 1.314, parágrafo único
piscinas nos condomínios edilícios? e 1.351, ambos do novo Código Civil), manifestados em assembléia geral,
de molde a possibilitar a modificação de todos os documentos pertinentes,
54 Em primeiro lugar, cumpre saber se há legislação municipal que trate do
principalmente a Convenção do Condomínio. 55
tema. Tomando como exemplo o município de São Paulo, norma alguma
cuida do assunto.
Já no âmbito do Estado de São Paulo existe a Lei nº 2.846/81, que tornou 75 - A instalação de ar-condicionado é permitida?
obrigatória a vigilância das piscinas públicas por salva-vidas. Como se Para se instalar aparelhos de ar-condicionado é necessário que os
sabe, as piscinas dos condomínios não são públicas, mas sim particulares. seguintes itens sejam satisfeitos.
Com efeito, não se vislumbra a obrigatoriedade dos condomínios a) Edificação deve possuir capacidade elétrica para suportar a carga
contratarem salva-vidas, para que funcionem suas piscinas. suplementar decorrente da instalação do equipamento em todas as
unidades atestadas por engenheiro elétrico com a devida ART –
73 - Qual o trâmite que deverá ser obedecido para que ocorra o Anotação Responsabilidade Técnica.
desmembramento de uma unidade autônoma? b) Os locais de instalação desses aparelhos devem ser padronizados
A medida depende da prévia anuência, em assembléia, da totalidade dos de modo a não comprometer a estética e segurança da edificação
votos do condomínio (unanimidade dos condôminos), com base na (resistência da estrutura) ou sua fachada.
aplicação analógica dos arts. 1.314 e 1.351 do novo Código Civil. Vale c) Todos os dados e informações devem ser levados para aprovação em
dizer que além do requisito acima apontado, também se fará necessária a assembléia geral especialmente convocada para este fim.
aprovação da Municipalidade, permitindo o desmembramento e a criação É conveniente que o condomínio, através de assembléia geral,
de uma nova unidade autônoma. discipline a instalação desses equipamentos, tendo em vista que os
Neste sentido, posicionou-se o julgado abaixo, oriundo do Tribunal de Tribunais vêm decidindo favoravelmente aos condôminos que a
Justiça de São Paulo: pleiteiam.
“Ementa: Registro imobiliário – Retificação – Indeferimento – Extinção do
processo – Decisão mantida – Pretensão que objetiva alcançar o 76 - O envidraçamento da varanda, colocação de grades ou telas,
desmembramento de unidade condominial – Impossibilidade jurídica – alteram a fachada do edifício?
Recurso improvido. Apesar de o assunto ser polêmico, admite-se o envidraçamento
O pedido de retificação, na verdade, alcança alteração de da varanda quando se demonstra que essa alteração não afeta
especificação de condomínio, o que exige, além da aprovação da a harmonia da fachada segundo modelo padrão (cor, desenho,
material etc.) previamente aprovado em assembléia. O mesmo ocorre com
as grades de proteção ou telas. Direito Trabalhista
77 - Pode um condômino trocar a porta de entrada ou a estética do hall
de sua unidade? 1 - Qual o prazo que o empregador tem
A modificação das portas voltadas para o corredor dependerá da para efetuar o pagamento de salário
concordância e autorização de todos os condôminos residentes no andar. ao empregado?
O pagamento em moeda corrente,
78 - A pintura ou lavagem da fachada deve ser mediante recibo, deverá ser feito até
feita de quanto em quanto tempo? o 5º dia útil do período (mês, quinzena,
O assunto é de interesse local, sendo regido semana) subseqüente ao vencido. É
pela legislação municipal. Como exemplo, no permitido o pagamento por cheque ou
Município de São Paulo, exige a Lei n° 10.518/ depósito bancário a alfabetizados,
88, regulamentada pelo Decreto n° 33.008/93, desde que o horário do banco permita
que seja realizada a limpeza (pintura ou ao empregado movimentar a conta,
lavagem) a cada 5 (cinco) anos. devendo a empresa pagar as despesas de condução, se o banco não
estiver próximo. A movimentação da conta através de cartão magnético
56 79 - Quem responde por vazamentos ocorridos nos ramais e colunas do também é permitida. 57
edifício?
Os vazamentos procedentes de ramais são de responsabilidade do 2 - Qual o procedimento a ser adotado se o empregado que está
condômino, pois esse encanamento é de seu uso exclusivo. Em se tratando cumprindo aviso prévio praticar irregularidades no trabalho?
de vazamentos que se originam na coluna ou áreas comuns do edifício, a Caso o empregado pratique irregularidades no período do aviso-prévio, o
responsabilidade é do condomínio. empregador poderá converter a dispensa imotivada (simples) em dispensa
por justa causa.
80 - Como o síndico deve proceder quando o vazamento tiver origem em
áreas de uso comum? 3 - O que fazer se o empregado demitido, comparecendo ao sindicato
O síndico deve solucionar com urgência, sob pena de responder pelos ou ao Ministério do Trabalho para homologação da rescisão
encargos de despesas judiciais e honorários advocatícios resultantes da trabalhista, se negar a receber as verbas devidas?
ação que o condômino prejudicado ajuizar contra o condomínio. Nesse caso, é recomendável ingressar, no mesmo dia ou no subseqüente,
com ação de consignação em pagamento na Justiça do Trabalho, visando
demonstrar a intenção de pagar o empregado.

4 - O que é Convenção Coletiva de Trabalho?


Consoante ao art. 611, da Consolidação das Leis do Trabalho, “Convenção
Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou
mais Sindicatos representativos da categoria econômica e profissional
estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas
representações, às relações individuais de trabalho”. O SECOVI-
SP é o sindicado dos condomínios na maior parte do Estado de
São Paulo e celebra convenções coletivas com os sindicatos
de empregados da categoria em suas bases territoriais.
5 - Na rescisão por justa causa é possível a homologação pelo sindicato 10 - Quantas horas de descanso deve haver entre uma jornada de
ou no Ministério do Trabalho? trabalho e outra?
Sim, de acordo com a IN-03/2002 (Instrução Normativa da Secretaria de Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas
Relações do Trabalho), que não exige a expressa confissão do empregado consecutivas para descanso.
de haver cometido falta grave para que se efetue a homologação. Realizada
a homologação, o empregado, se quiser, pode recorrer à Justiça do 11- O trabalho realizado em dia feriado não compensado é pago de que
Trabalho, pleiteando as verbas não recebidas pelo motivo de sua dispensa. forma?
A cláusula pertinente ao trabalho em domingos e feriados (folgas
6 - O empregado que trabalha no horário noturno caso seja transferido trabalhadas) da Convenção Coletiva de Trabalho dos Empregados em
para o horário diurno, perde o direito ao adicional noturno? Edifícios e Condomínios, determina a remuneração em dobro do trabalho
O empregado perde o adicional, caso seja transferido para o horário diurno, em domingos e feriados não compensados, sem prejuízo do pagamento
conforme dispõe a Súmula 265 do Tribunal Superior do Trabalho - TST; do repouso remunerado, desde que, para este, não seja estabelecido outro
sendo importante que o empregador obtenha a anuência do mesmo por dia pelo empregador.
escrito; caso contrário a mudança de horário não será lícita, por ferir o art.
468 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. É devido o adicional 12 - Qual é o prazo para pagamento da remuneração das férias e abono
noturno ao empregado que trabalhar no período entre as 22:00 horas de
um dia e as 5:00 horas do dia seguinte. Esse adicional é de 20% (vinte solicitados?
por cento) sobre a remuneração do trabalho diurno. O pagamento da remuneração das férias e do abono será efetuado até
dois dias antes do início do respectivo período.
58 7 - O empregado que se afastar por motivo de doença, tem o direito de 59
correção salarial igual àquela obtida por outros funcionários, após 13 - Quantas vezes o empregado pode faltar ao serviço sem perder o
seu retorno ao trabalho? direito às férias?
A legislação determina que o empregado afastado por motivo de doença Após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o
tem direito à correção salarial que, em sua ausência, tenha sido concedida
à categoria a que pertença. empregado terá direito às férias, na seguinte proporção, conforme a CLT:
“I - 30 dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 vezes;
8 - É possível desistir após ter dado aviso prévio ao empregado? II - 24 dias corridos, quando houver tido de 6 a 14 faltas;
Existe tal possibilidade, pois a rescisão se torna efetiva somente depois III - 18 dias corridos, quando houver tido de 15 a 23 faltas;
de expirado o respectivo prazo. Mas se a parte notificante IV - 12 dias corridos, quando houver tido de 24 a 32 faltas “.
reconsiderar o ato antes de seu término, a
outra parte pode aceitar ou não a 14 - Qual é o prazo para pagamento das verbas oriundas da rescisão do
reconsideração e, caso aceite, o contrato contrato de trabalho?
continuará vigorando como se não tivesse
havido o aviso prévio. O aviso prévio é em De acordo com o parágrafo 6º do art. 477 da Consolidação das Leis do
princípio de 30 (trinta) dias corridos. Trabalho, o pagamento das parcelas constantes do instrumento da rescisão
ou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:
9 - Qual a duração da jornada de trabalho? • até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato;
A duração normal do trabalho, para os • ou até o décimo dia, contado do dia da notificação referente à demissão,
empregados em qualquer atividade privada, quando da ausência do aviso-prévio, indenização do mesmo ou
não excederá a oito horas diárias e quarenta e dispensa de seu cumprimento.
quatro horas semanais, desde que não seja
fixado expressamente outro limite em
acordo ou convenção coletiva de 15 - Em caso de morte do empregado, qual o procedimento que
trabalho. o síndico deve ter para efetuar a rescisão?
Em virtude da morte do empregado, o pagamento dos direitos cabíveis 20 - Qual o prazo que o empregado tem para
pode ser efetuado aos seus dependentes habilitados perante a Previdência solicitar a primeira parcela do 13º por
Social (Certidão de Dependentes emitida pelo INSS), ou mediante ocasião das férias?
apresentação de alvará judicial. O empregado poderá fazer a solicitação até
o dia 31 de janeiro. A Lei nº 4.749/65, que
16 - Qual a quantidade de horas extras permitidas para o funcionário de criou o 13º salário, prevê a antecipação da
condomínio? primeira parcela entre os meses de fevereiro
Conforme preceitua o art. 59 da CLT, a duração normal do trabalho poderá e novembro de cada ano. A referida lei não
ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a duas obriga o pagamento do adiantamento no
horas por dia. mesmo mês a todos os empregados.

17 - As horas extras ficam incorporadas ao salário? 21 - Qual é o prazo que o empregador tem para
A incorporação das horas extras ao salário não vigora mais, em função do devolver ao empregado, a carteira de
Enunciado 291, do Tribunal Superior do Trabalho que assim determina: trabalho, que tomou para anotações?
“A supressão, pelo empregador, do serviço suplementar prestado com O empregador tem o prazo, improrrogável,
habitualidade durante pelo menos um ano, assegura ao empregado o de 48 horas para fazer anotações necessárias e devolver a CTPS. Esse
direito à indenização correspondente ao valor das horas mensais prazo começa a ser contado a partir do momento da entrega da carteira,
que deve ser devolvida mediante recibo do empregado.
suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de
prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a
60 média das horas suplementares efetiva-mente trabalhadas nos últimos
22 - Quando a carteira de trabalho deve ser atualizada?
A carteira de trabalho deve ser freqüentemente atualizada, devendo ser
61
12 meses, multiplicado pelo valor da hora extra do dia da supressão”. solicitada ao empregado sempre que ocorra algum fato, como recolhimento
Não é necessário homologar tal ato perante o sindicato ou delegacia do da contribuição sindical, férias e alterações contratuais.
trabalho.
23 - Em que hipóteses o empregado pode deixar de comparecer ao serviço,
18 - Como proceder caso o empregado abandone o emprego? sem prejuízo do salário?
No caso de abandono de emprego por mais de 30 dias, o empregador • até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente,
deverá notificar o empregado para que compareça ao local de trabalho; descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de
Se comparecer e não justificar, fica caracterizada a desídia (faltas Trabalho e Previdência Social, viva sob sua dependência econômica;
reiteradas ao serviço), o que enseja a dispensa por justa causa. Caso não • até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;
compareça, o abandono de emprego fica configurado. A notificação poderá • por 5 dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira
ser feita pelo correio com AR, telegrama ou pelo Cartório de Títulos e semana;
Documentos. Aviso pela imprensa não tem grande valor perante a Justiça • por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária
do Trabalho. de sangue devidamente comprovada;
• até 2 dias consecutivos ou não, para tirar o título de eleitor, nos termos
19 - Existe algum critério de precedência para aplicação de penalidades da lei respectiva;
ao empregado, no caso de suspensões e advertências? • no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço
Não há ordem de precedência na aplicação de penalidades aos Militar.
empregados; todavia, deve haver bom senso na aplicação das mesmas. • nos dias em que estiver comprovadamente realizando prova de exame
Assim, se a falta cometida não ensejar a imediata demissão por justa vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
causa, poderá ser dada uma advertência por escrito ao empregado ou • pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a
aplicar-lhe uma suspensão, que não poderá ser superior a 30 (trinta) juízo;
dias consecutivos (“A suspensão do empregado por mais de 30 dias • nas faltas ou horas não trabalhadas do (a) empregado (a) que
consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho” – necessitarassistir seus filhos menores de 14 anos em
art. 474 da CLT). médicos, desde que o fato seja devidamente comprovado
posteriormente, através de atestado médico e, no máximo, 3 vezes em Ocupacional – PCMSO, o qual prevê a realização de exames médicos
cada 12 meses. dos seus empregados.

24 - É possível implantar o “banco de horas” (as horas extras trabalhadas 29 - Em que ocasiões devem ser realizados os referidos exames médicos?
em um dia serem compensadas com a diminuição em outro dia) para Pode-se dizer, resumidamente, que os exames médicos devem ser
empregados em condomínios? realizados nas seguintes ocasiões:
Não, exceto se houver previsão em acordo ou convenção coletiva de • antes da admissão do empregado;
trabalho. • periodicamente;
25 - O condomínio pode contratar um empregado para trabalhar menos • mudança de função, quando a nova ocupação exponha o trabalhador a
que 44 (quarenta e quatro) horas semanais, recebendo salário agente de risco;
proporcional à sua jornada? • quando do retorno ao trabalho após afastamento por período igual ou
Sim, baseando-se em Medida Provisória (que acrescentou o art. 58, “A”, superior a 30 dias por motivos de doença, acidente ou parto;
à CLT), que considera o trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja • quando da demissão do empregado.
duração não exceda a vinte e cinco horas semanais, sendo que o salário
do empregado será proporcional à sua jornada em relação aos empregados 30 - Quais os intervalos mínimos para a realização dos exames
que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. periódicos?
Os exames periódicos devem ser realizados a cada ano para os
26 - Quais as jornadas de trabalho semanal que podem ser adotadas para trabalhadores menores de 18 anos e maiores de 45 anos de idade, ou a
62 os empregados em condomínios?
Poderão ser adotadas jornadas de “6 por 1” (seis dias de trabalho e um de
cada dois anos para os trabalhadores entre 18 e 45 anos, havendo
periodicidade específica para trabalhadores expostos a agentes de risco
63
descanso), “5 por 1” (cinco dias de trabalho e um de descanso) e outras à saúde que devem ser avaliados mediante a análise do caso concreto.
que não ultrapassem seis dias de trabalho por semana. Obs.: as escalas
que impliquem em trabalho aos domingos só poderão ser utilizadas para 31 - Os condomínios estão obrigados a implementar o Programa de
porteiros e ascensoristas, conforme o Regulamento do Decreto nº 27.048/ Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA?
49. Deverão também ser observados o limite constitucional das jornadas O Condomínio, assim como todos os empregadores e instituições que
diária (de, no máximo, 8 horas) e semanal (de, no máximo, 44 horas). admitam trabalhadores como empregados, estão sujeitos à Norma
Regulamentadora nº 09 – NR-09, do Ministério do Trabalho e Emprego,
27 - O síndico é obrigado a contribuir para a Previdência Social? que impõe a implementação do referido programa, cujo objetivo é o
Ele deverá contribuir obrigatoriamente se receber remuneração do antecipado reconhecimento, avaliação e controle dos riscos que o ambiente
condomínio pelo exercício do cargo (obs.: o INSS considera de trabalho possa oferecer à saúde do trabalhador.
a isenção da cota condominial como remuneração). A
obrigação surgiu com a Lei nº 9.876, de 26 de 32 - Feita a primeira avaliação técnica do ambiente de trabalho, após
novembro de 1999, que classificou os síndicos quanto tempo deverá ser renovada?
de condomínios como contribuintes individuais. Conforme dispõe a NR-09, deverá ser feita pelo menos uma vez ao ano
uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e
28 - Os condomínios estão obrigados a realizar realização dos ajustes necessários, podendo ocorrer avaliação em menor
exames médicos em seus empregados? tempo, caso seja identificada necessidade para tal, por exemplo, havendo
Sim, por força do estabelecido no art. 168 da CLT e uma modificação nas instalações ou condições do ambiente de trabalho.
pela Norma Regulamentadora nº 07 – NR-7, que é parte
de um conjunto de normas relativas à segurança e 33 - Qual o profissional adequado para a implementação do PPRA?
medicina do trabalho, editadas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, todos os emprega-dores estão Tendo em vista que o reconhecimento, a avaliação e o controle
obrigados à implementação do chamado dos riscos oferecidos pelo ambiente de trabalho devem ser
Programa de Controle Médico de Saúde apurados tecnicamente, de forma que a efetividade do programa
possa ser atingida, os profissionais mais aptos a tal serviço
são os técnicos e engenheiros de segurança no trabalho, que elaborarão
laudo técnico das condições ambientais e indicarão as medidas Lei n° 10.406/02 – novo Código Civil
eventualmente necessárias à eliminação de riscos.
Tal documento deverá ser mantido pelo condomínio à disposição dos
trabalhadores e da fiscalização, permanecendo em arquivo por período O texto abaixo já contém as alterações trazidas pela Lei nº 10.931/04
mínimo de 20 anos.
(...)
34 - É obrigatória a existência de CIPA nos Condomínios? CAPÍTULO VII
A existência da CIPA nos Condomínios está condicionada ao número de Do Condomínio Edilício
empregados que tenha, pois, conforme o disposto na NR-05 do Ministério
do Trabalho e Emprego, caso o Condomínio tenha menos de 51 Seção I
empregados somente estará obrigado a designar um dentre eles para
responsabilizar-se pelos objetivos da NR-05. Disposições Gerais
Havendo mais de 51 empregados, deverá o condomínio constituir a CIPA
com todas as formalidades previstas na Norma Regulamentadora. Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva,
e partes que são propriedade comum dos condôminos.
35 - Qual a finalidade da CIPA? § 1o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos,
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, como o próprio escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivas
64 nome diz, objetiva a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade
exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários.
65
trabalho, identificando os riscos do processo do trabalho e buscando
soluções que possam prevenir a ocorrência de danos à saúde do § 2o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de
trabalhador. água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as
demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados
36 - No caso do Condomínio estar desobrigado da constituição da CIPA em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamente,
face ao seu número reduzido de empregados, qual a sua obrigação ou divididos.
perante o empregado indicado a cumprir os objetivos da NR-05?
Neste caso, após a designação do empregado responsável, caberá ao § 3o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração
empregador promover, anualmente, treinamento de no mínimo 20 horas- ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma
decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. (Redação
aula para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
NR, a fim de que este se torne apto a atuar na prevenção de acidentes.
§ 4o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro
37 - O empregado cipeiro tem direito à estabilidade? público.
A Constituição Federal, ao garantir a estabilidade aos cipeiros, o fez § 5o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da
somente em relação àqueles que sejam eleitos. escritura de constituição do condomínio.
Assim, tendo-se em vista que a eleição é peculiar aos representantes dos
empregados, pois os representantes do empregador são por ele Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento,
designados, a estabilidade somente é conferida ao cipeiro representante registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato,
dos empregados. além do disposto em lei especial:
Portanto, o empregado designado como responsável pelo cumprimento I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva,
da NR-05 nos Condomínios com menos de 51 empregados, por ser estremadas uma das outras e das partes comuns;
indicado pelo empregador, não fará jus à estabilidade provisória do
cipeiro. II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade,
relativamente ao terreno e partes comuns;
III - o fim a que as unidades se destinam. II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde
logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as
sobre elas tenham posse ou detenção. utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos
possuidores, ou aos bons costumes.
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio
deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. § 1o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros
moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
houverem por bem estipular, a convenção determinará:
§ 2o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos
I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção,
condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições
condomínio; mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não
havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no
II - sua forma de administração; mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com
66 para as deliberações; os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos 67
dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente
IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas
V - o regimento interno. condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração,
independentemente das perdas e danos que se apurem.
§ 1o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumento
particular. Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado
comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os
§ 2o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa
disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas
direitos relativos às unidades autônomas. condominiais, até ulterior deliberação da assembléia.

Art. 1.335. São direitos do condômino: Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos,
preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e,
I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; entre todos, os possuidores.

II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis
exclua a utilização dos demais compossuidores; de sua propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais
correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias.
III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.
§ 1o Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
§ 2o É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade
I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa
frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; faculdade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não
(Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) se opuser a respectiva assembléia geral.
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um Seção II
condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve.
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: Da Administração do Condomínio

I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino,
para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual
II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos. poderá renovar-se.
§ 1 o As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas,
independentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou Art. 1.348. Compete ao síndico:
impedimento deste, por qualquer condômino.
I - convocar a assembléia dos condôminos;
§ 2o Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em
despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou
que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembléia, que deverá ser
convocada imediatamente. fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;

§ 3o Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento
em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;
da assembléia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão
68 ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos. IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as 69
§ 4o O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado determinações da assembléia;
das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com
obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum. V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela
prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já
existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;
aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas
construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar
qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns. as multas devidas;
Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro
VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas;
edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação
da unanimidade dos condôminos.
IX - realizar o seguro da edificação.
Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despesas da
§ 1o Poderá a assembléia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em poderes
sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias de representação.
inferiores.
§ 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da
em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios. assembléia, salvo disposição em contrário da convenção.
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco Art. 1.349. A assembléia, especialmente convocada para o fim
de incêndio ou destruição, total ou parcial. estabelecido no § 2o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da
maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar Seção III
irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o
condomínio. Da Extinção do Condomínio
Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou ameace
condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento ruína, os condôminos deliberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou
das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais.
eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno.
§ 1o Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento
§ 1 Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos
o
das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos,
poderá fazê-lo. mediante avaliação judicial.

§ 2o Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer § 2o Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o
condômino. condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos,
proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias.
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na
ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos proporção a que se refere o § 2o do artigo antecedente.
70 condôminos. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004)
71
(...)
Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial, as deliberações da
assembléia serão tomadas, em primeira convocação, por maioria de votos
dos condôminos presentes que representem pelo menos metade das frações
ideais. Para estas e outras informações, entre em contato conosco.
O SECOVI-SP atende os condomínios e administradoras
Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações ideais no solo e nas através do Disque Síndico (11) 5591-1234 ou, se preferir,
outras partes comuns pertencentes a cada condômino, salvo disposição diversa pelo e-mail: condominios@secovi.com.br
da convenção de constituição do condomínio.

Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembléia poderá deliberar por maioria


dos votos dos presentes, salvo quando exigido quorum especial.

Art. 1.354. A assembléia não poderá deliberar se todos os condôminos não


forem convocados para a reunião.

Art. 1.355. Assembléias extraordinárias poderão ser convocadas pelo síndico


ou por um quarto dos condôminos.

Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto


de três membros, eleitos pela assembléia, por prazo não superior a
dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico.
Sites e telefones de interesse Informações úteis

Alô Limpeza: www.prefeitura.sp.gov.br.......................................156 ou (11) 3328-2888 PAGAMENTOS


Bombeiros: www.polmil.sp.gov.br/ccb.....................................................................193
FGTS - Depósito até o dia 7 (sete) de cada mês, antecipando o recolhimento se não
Caixa Econômica Federal: www.caixa.gov.br....................................(11) 6612-2600 ou houver expediente bancário nesse dia.
08005740101 (demais localidades)
INSS - Até o dia 2, prorrogado para o 1º dia útil seguinte, se o vencimento cair em dia
Cetesb: www.cetesb.sp.gov.br......................08000113560 (Disque Meio Ambiente) ou
em que não haja expediente bancário.
(11) 3030-6000
Comgas: www.comgas.com.br....................................................................0800110197 IRRF - O Imposto Retido na Fonte deve ser pago até o terceiro dia útil da semana
seguinte à da ocorrência do fato gerador (pagamento de salário).
CPFL: www.cpfl.com.br..............................................................................08000101010
PIS - Último dia útil da quinzena subseqüente ao fato gerador (pagamento de salário).
Daee: www.daee.sp.gov.br.........................................................................(11) 3293-8200
Defesa Civil: www.prefeitura.sp.gov.br....................................................................199
Disque Denúncia.....................................................181 ou 0800156315 (todo o Estado)
72 COLABORADORES: 73
Eletropaulo: www.eletropaulo.com.br......................................................08007272120
Governo do Estado de São Paulo: www.saopaulo.sp.gov.br • Diretor Executivo da Universidade Secovi - Laerte José Tadeu Temple
Legislação Estadual: www.imesp.com.br • Vice-Presidência do Interior - Kelma Elineide Tavares Camargo e Gilmara
Augusto da Ressurreição
Legislação Federal: www.planalto.gov.br
• Vice-Presidência de Administração Imobiliária e Condomínios - Hubert
Legislação Municipal: www.prefeitura.sp.gov.br
Gebara, Geraldo Bernardes da Silva Filho, Guilherme de Barros Monteiro
Polícia Civil: www.policia-civ.sp.gov.br.....................................................................197 Ribeiro e Sergio Meira de Castro Neto
Polícia Militar: www.polmil.sp.gov.br.......................................................................190 • Departamento Jurídico - Carlos Alexandre Cabral - OAB/SP 97.378, João
Paulo Rossi Paschoal - OAB/SP 153.841, Karina Zuanazi Negreli - OAB/SP
Prefeitura do Município de São Paulo: www.prefeitura.sp.gov.br
157.012 e Marta Cristina Pessoa - OAB/SP 108.073
Previdência Social: www.mpas.gov.br......................................................0800780191
• Departamento de Marketing - Daniel Rosenthal
Psiu (Programa Silêncio Urbano): www.prefeitura.sp.gov.br.................................156
• Assessoria de Imprensa
Receita Federal: www.receita.fazenda.gov.br............................................0300780300
Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto): www.saae.sp.gov.br......(19) 3834-9400
Sabesp: www.sabesp.com.br.......................195 ou 08000119911 (Só para São Paulo)
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