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Fabiana Del Padre Tomé

Minha Jornada para me tornar a TRIBUTARISTA que sou hoje começou lá na


pequena cidade de Diamantino, no interior de Mato Grosso, e já conta com mais
de 20 anos de experiência em algumas das bancas mais renomadas no país, como
a do professor Paulo de Barros Carvalho e o Madrona. Além de advogada, sou
Doutora em Direito Tributário e professora da PUC-SP, do IBET e de vários cursos
de especialização, graduação e de preparação para a OAB e concursos, tendo
milhares de alunos espalhados pelo país, além de autora de livros jurídicos. Com
o meu curso, o VOCÊ TRIBUTARISTA, ajudei quase MIL E QUINHENTOS alunos a
se tornarem advogados seguros e bem-sucedidos.

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Direito Tributário na Prática:

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Fabiana Del Padre Tomé

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Eu sei que você está preocupado.

Estamos nos aproximando de uma nova eleição e sempre vem a


dúvida: quem será o novo governo? Será que os nossos
representantes atuais no Executivo e no Legislativo serão reeleitos ou
outros os substituirão? Quais serão as novas políticas econômicas e
novas normas tributárias adotadas pelo governo reeleito ou pelo
novo? Será que finalmente virá a tão aguardada Reforma Tributária?
E como o Judiciário se comportará diante de tudo isso?

Mas, me deixe te dizer uma coisa: embora seja saudável e muito


generoso nos preocuparmos com os rumos de nosso Estado e de
nosso país e possamos ter nosso papel em algumas decisões, muitas
outras estão além do nosso poder. Mas há algo que está à sua mão,
que só você pode mudar: é o seu futuro, o futuro da sua carreira.

Inclusive, não raro, essa é a melhor forma de sermos atores e atrizes


da mudança no mundo: sendo advogados plenos, felizes, dando
segurança financeira e um futuro digno para nossas famílias e
ajudando nossos clientes a terem paz e as finanças em dia, pagando
corretamente os tributos JUSTOS.

Sempre haverá mudanças.

Não importa se um governo se reelegeu ou se uma nova


administração chegou. Não façam as contas para não descobrirem a
minha idade, mas estou estudando, advogando e ensinando neste
mundo há um certo tempo e vi vários governos se sucederem, normas
serem mudadas, teses tributárias surgirem e acabarem, boas decisões

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judiciais e outras que me assustaram. A mudança sempre vem,
sempre veio e sempre virá.

Ah, mas eu nunca vi a Reforma Tributária. E nem acho que eu verei.


Talvez meus filhos vejam, com alguma sorte. Não deixe que ela seja
um obstáculo para sua carreira, nem uma desculpa para procrastinar
o que você tem que fazer. Até porque, caso eventualmente um
milagre aconteça e realmente se concretize a reforma tributária, o
tributarista terá ainda mais trabalho e ainda mais oportunidades de
atuação. E quem sairá na frente? Quem já tiver uma base, já estiver no
campo de batalha.

Mas eu sei que você está preocupado também por outros motivos.

A faculdade não ensinou a advogar, muitos têm pouca ou nenhuma


prática, os escritórios fecham as suas portas para quem está
começando, com mil exigências para uma vaga com baixo salário.

Além disso, tempos de eleições, crises econômicas, uma recente crise


de saúde e revoluções tecnológicas são tempos de mudanças ainda
mais aceleradas.

Mas eu te digo uma coisa: é justamente em tempos assim em que


separamos os meninos e meninas dos homens e mulheres,
separamos as crianças dos adultos, os aventureiros dos verdadeiros
combatentes.

São tempos assim, as pessoas físicas e empresários precisarão de


bons advogados para os protegerem, de verdadeiros combatentes da
tributação indevida, e não de meros aventureiros ou de generalistas
que não conhecem de forma adequada a tributação e o modo de
defender os direitos de seus clientes.

Enquanto muitos estarão presos a um destino que foi construído lá


atrás por uma faculdade que não os ensinou a advogar, os
verdadeiros combatentes da tributação indevida se libertarão,
buscando conhecimento e prática.

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Enquanto muitos estarão com medo das mudanças no direito
causadas por uma eleição, os verdadeiros combatentes enxergarão
a oportunidade de serem pioneiros, de terem um diferencial, de
dominarem primeiro aquele novo conhecimento e levarem
esclarecimento aos seus clientes.

Enquanto muitos verão falta de oportunidades, os combatentes verão


oportunidades a cada esquina, pois saberão olhar para as pequenas
e médias empresas, para o Simples Nacional, para os restaurantes,
bares, petshops, farmácias e todos os tipos de lojas que estão aí na sua
esquina, na sua cidade, não importa se é uma grande capital ou uma
pequena cidade do interior.

Enquanto muitos apenas serão decoradores de teses, os verdadeiros


combatentes da tributação indevida dominarão cada aspecto
daquelas teses, além do planejamento tributário e das defesas
tributárias.

Este é o momento em que separamos as crianças dos adultos, em que


separamos os aventureiros dos verdadeiros combatentes da
tributação indevida. Uma linha foi traçada no chão. Eu escolhi o lado
em que eu vou estar. Eu sei que milhares de advogados escolherão
estar ao meu lado e se tornarão combatentes da tributação
indevida. Eu sei disso porque milhares já escolheram este lado.

E você? Qual lado você vai escolher?

O momento dessa escolha é agora.

Nos dias 15 a 18 de agosto de 2022, acontecerá o Treinamento


Advogue no Tributário. Faça a escolha que te dará a prática para
advogar com segurança e prospectar clientes no Tributário, a melhor
área da advocacia.

Fabiana Tomé

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O TREINAMENTO VAI ACONTECER DE
15 A 18 DE AGOSTO DE 2022
As aulas acontecerão ao vivo, às 20h (horário de Brasília) no meu
canal do Youtube.

Participe do grupo do WhatsApp para ser sempre lembrado das


aulas e receber o link com o material de apoio.

Se você ainda não estiver no grupo de WhatsApp, é só tocar no


botão abaixo:

QUERO FAZER PARTE DO GRUPO DO TREINAMENTO NO WHATSAPP

AULA 01
15 de agosto, às 20h, ao vivo

As Oportunidades da Advocacia Tributária


Não importa se moramos na capital ou no interior,
estamos todos cercados de oportunidades tributárias,
mas poucos advogados sabem enxergá-las. Nesta aula,
você descobrirá que oportunidades são essas e
aprenderá a identificar o cliente ideal, selecionar as
melhores teses tributárias para ele, conversar com este
cliente e fechar o contrato.

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AULA 02
16 de agosto, às 20h, ao vivo

Planejamento Tributário na Prática


Muitos advogados e empresários acham que o
planejamento tributário é coisa apenas das grandes
empresas, mas isso é mentira. Descubra porque você
tem que apresentar esta oportunidade de redução ilícita
dos tributos às médias e pequenas empresas e como
fazer isso da melhor maneira. Esse será um dos maiores
diferenciais da sua advocacia.

AULA 03
17 de agosto, às 20h, ao vivo

O Passo a Passo da Recuperação de


Créditos Tributários
As recuperações de créditos tributários, as famosas
teses tributárias, são a porta de entrada para a melhor
área da advocacia. Nesta aula, você vai descobrir o passo
a passo para fazer uma recuperação com segurança. E
nada de aula apenas na teoria. E vou te mostrar estes
passos na prática, com exemplos de recuperações que
podem ser apresentados para todo tipo de cliente.

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AULA 04
18 de agosto, às 20h, ao vivo

Advogando para o Simples Nacional


No Brasil, há 05 milhões de empresas no Simples
Nacional e elas estão por todo canto, em todos os
bairros, da maior capital à menor cidade do interior.
Advogar para elas é a porta de entrada pro Tributário e
você vai aprender excelentes formas de como fazer isso,
incluindo a tese da recuperação de PIS e COFINS
monofásico. Amanhã mesmo você poderá fechar
contrato com o seu primeiro cliente.

AULA EXTRA
21 de agosto, às 19h, ao vivo

ZERO DÚVIDAS: PERGUNTAS E RESPOSTAS


Se, depois que fizer um Fabiflix e maratonar todas as
aulas do Treinamento, você tiver alguma dúvida sobre as
oportunidades tributárias que eu te apresentei, eu vou
fazer uma aula extra na noite do domingo para tirar todas
as suas dúvidas, para que você esteja seguro para
prospectar clientes no dia seguinte.

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Não deixe para depois.
Antes de mais nada, é claro que o melhor é acompanhar o
aquecimento e o Treinamento AO VIVO. Você estará lá interagindo
comigo, tirando dúvidas e compartilhando ideias com seus colegas.

As aulas do Treinamento ficarão disponíveis por pouquíssimos dias.

Por isso, é fundamental que você deixe as noites de 15 a 18 de


agosto reservadas na sua agenda.

Tomei essa decisão de deixar as aulas disponíveis por tempo limitado


para evitar o efeito “vamos marcar”. Quem nunca olhou para um
conhecido e disse “ei, vamos marcar um almoço?” e fica postergando,
sem nunca fazê-lo de verdade?

Então, se eu deixasse estas aulas por tempo indeterminado no ar, é


provável que você postergasse, devido às suas atividades diárias, e
acabasse não assistindo nunca.

Acredito tanto no papel transformador destas aulas que quero evitar


que isso aconteça e você perca esta oportunidade.

Assim, aqui vai uma dica: coloque o horário da aula ao vivo em sua
agenda (20h, horário de Brasília) e se comprometa com ele, como se
tivesse marcado uma reunião com um cliente, para não deixar para
depois.

Além disso, participar ao vivo dá a oportunidade de você estar


ativamente comigo, fazendo perguntas pelo chat, que procurarei
responder durante a aula.

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Cuidado com as distrações!
O Treinamento não é um evento qualquer, que finge ter conteúdo para
te convencer a comprar algo.

É claro que, em breve, teremos a abertura de uma nova turma do meu


curso, o Você Tributarista, e não vou fingir para você que isso não
acontecerá. Somos todos adultos aqui. Mas não é por isso que o
Treinamento não será bom.

Pelo contrário, é justamente por causa disso que me sinto na


obrigação de dar a você um minicurso gratuito de extrema qualidade,
para que você perceba que há uma nova forma de advogar no
tributário, sem neuras, com segurança e sucesso. E para que, com esse
Treinamento, você já dê o primeiro passo nessa jornada.

Há alunos que conseguiram clientes e bons honorários só com as


edições anteriores do Treinamento.

Por isso, o Treinamento Advogue no Tributário é um evento


recheado de conteúdo e você não pode perder um segundo sequer.
Quem perder pouco já perde muito!

Para que você absorva da melhor forma o conteúdo do Treinamento,


recomendo que procure um lugar confortável em sua casa ou
escritório, tenha caneta e um caderno à mão, água, café ou outra
bebida de sua preferência e, se quiser, um lanchinho.

É importante também que você não fique no Whatsapp, no Instagram


ou com qualquer outra aba aberta no seu navegador de internet
enquanto assistir à aula.

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Exercite a atenção plena no conteúdo que você
está consumindo.
Você também pode conversar com sua família ou com quem você
mora e explicar que esta é uma semana especial para você. Peça a
colaboração deles, para que deem um tempinho para que você possa
estudar, e explique que está investindo em educação que será
revertida em uma melhoria de vida para todos vocês.

Outra dica importante: NÃO ASSISTA ÀS AULAS


NO CELULAR.
Sempre que estamos assistindo a algo no celular, aparece uma
notificação ou mensagem que nos distrai.

Coloque as aulas no computador, em tela cheia. Melhor ainda: se


puder, projete a aula na televisão. Então, coloque o celular longe de
você por algumas horas e fique com papel e caneta na mão,
acompanhando tudo o que o Treinamento pode te trazer.

Cheque seus e-mails, participe do canal do


Telegram e do grupo de Whatsapp para receber
todos os avisos e materiais!
Enviarei a você alguns e-mails ao longo desta semana, com lembretes,
os links das aulas e outros conteúdos.

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Sempre cheque sua caixa de entrada e, por
precaução, também a caixa de spam e a de
promoções do seu provedor de e-mail.
Também recomendo que você participe do meu canal do Telegram,
o Direito Tributário na Prática, em que vou aprofundar os temas que
você verá aqui.

CLIQUE AQUI PARA ENTRAR NO CANAL DO TELEGRAM

E não deixe de entrar para o grupo de WhatsApp do Treinamento, que


também será utilizado para enviar avisos importantes.

CLIQUE AQUI PARA ENTRAR NO GRUPO DO WHATSAPP

Convide algum amigo para participar


Uma andorinha só não faz verão.

Acredito muito nesta frase e ela faz muito sentido quando estamos
aprendendo algo ou trabalhando. Quando temos alguma companhia,
nossas ideias ficam mais completas, já que podemos trocar
impressões diferentes, que temos a partir dos pontos de vista.

Se você tem algum amigo que já se inscreveu no Treinamento, mande


uma mensagem para ele lembrando de acompanhar ao vivo as aulas,
pergunte o que ele está achando, se ele teve alguma ideia que queira
compartilhar.

Se você tem algum amigo que ainda não se inscreveu, o chame logo
para se inscrever. Ainda dá tempo.

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O Direito Tributário é o melhor ramo para você advogar e isso eu não
canso de falar. É o ramo em que você mais tem oportunidades, pois
pode trabalhar tanto para pessoas físicas quanto para pessoas
jurídicas, sendo sua atuação sempre necessária para defendê-las do
sistema tributário mais insano do planeta, em que o Fisco está
constantemente cometendo abusos e ilegalidades.

Além disso, você vai enfrentar uma baixíssima concorrência, já que


poucos são os advogados realmente especialistas em tributos.

E quando eu me refiro a especialista, não falo de quem tem diploma


de pós de tributário na parede. Tributarista mesmo é aquele que
domina a teoria e a prática e sabe advogar com segurança na área e,
infelizmente, poucos conseguem isso. A maioria dos advogados que
vão concorrer com você são, na verdade, generalistas e, se você se
dedicar e se destacar, não vai ser difícil conseguir clientes e criar
autoridade.

Há várias formas de atuação no tributário esperando por você.

Temos o planejamento, as defesas de autos de infração e em


execução fiscal e, claro, a recuperação de créditos tributários, que
eu considero a melhor forma de você começar a advogar na área,

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tanto que muitos chamam as teses de recuperação de "portas de
entrada para o tributário''.

A atuação na execução fiscal, por exemplo, foi o foco de duas lives


do aquecimento do Treinamento.

Essa é uma área muito importante da advocacia tributária. Segundo o


CNJ, um a cada três processos tributários são execuções fiscais (até
mais que isso, 36%) e poucas delas, menos de 20%, contam com
advogado nos autos. Ou seja, há muitas oportunidades esperando por
você.

E muitas dessas execuções são INDEVIDAS!

E por que essas execuções estão sem advogados? Isso pode


acontecer por vários motivos.

Às vezes, temos a execução de uma empresa que já se encerrou e o


sócio fica fugindo e, como não é encontrado, acha que não vai ser
citado e não precisa de um advogado, sem saber que uma hora seu
patrimônio vai ser atingido (e não raro de forma errada).

Em outras vezes, a execução foi iniciada, mas o Fisco não realizou a


citação de forma adequada. Assim, em muitos casos o devedor nem
sabe que há um processo contra ele.

Há ocasiões em que o Fisco encontra o devedor, mas este não tem


como pagar e acha que basta isso para emperrar a execução.

Há ainda casos em que o devedor deixa de contratar um advogado


porque acha que seus honorários seriam altos demais, acha que não
tem como pagar um advogado. E aí você se pergunta: ué, se o sujeito

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não tem dinheiro para pagar um advogado, então por que eu iria
querer conversar com ele?

Alguns devedores (especialmente aqueles que não têm o hábito de


lidar com nossa área) acham que todos os advogados tributaristas
cobram fortunas e acreditam que nunca poderão ser defendidos
adequadamente. Eles acham que advogado tributarista é coisa para
rico.

Eles não sabem que os seus honorários são justos e acessíveis para
ele (e eu falo de honorários acessíveis, mas que ainda te remunerem
bem e dignamente) e que vocês podem negociar como esse
pagamento vai se dar, podendo parcelá-lo, inclusive.

É verdade que, no Tributário, muitas vezes podemos cobrar bons


honorários, mas isso não faz com que sejam sempre altos demais ou
caros demais para o cliente. Os honorários nunca serão maiores do
que o valor da execução em si e serão sempre proporcionais ao
trabalho que você terá, bem como proporcionais ao valor objeto da
execução. Assim, em uma execução com um baixo valor e com uma
defesa simples, que não vai tomar seu tempo, você poderá cobrar um
valor acessível ao cliente.

E outra coisa importante: dependendo do caso, é possível até que


você arbitre com seu cliente honorários de pró-labore mais baixos,
pensando em bons honorários de êxito e de sucumbência, caso você
logo de cara identifique que aquela execução é indevida.

É o que pode acontecer em um caso de prescrição, por exemplo, ou


porque está sendo executada uma pessoa equivocada, no lugar do
verdadeiro devedor. E aí, você ganhará a execução e a Fazenda será

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condenada ao pagamento de honorários sucumbenciais, que são
devidos ao advogado, não ao devedor. Já os honorários de êxito são
pagos pelo seu próprio cliente, em uma porcentagem calculada em
cima do que ele deixou de pagar ao Fisco (se estava prescrita a
totalidade daquela dívida, então o êxito será calculado em cima do
valor total da cobrança, por exemplo).

E você nem imagina quantas execuções prescritas nós encontramos


por aí! A prescrição é certamente a maior causa de vitória contra o
Fisco em execuções.

Ainda neste leque de oportunidades, há também o planejamento


tributário, sobre o qual nós vamos ter um capítulo especial logo
adiante, sendo o tema de uma das aulas do Treinamento.

Você vai aprender formas lícitas - e criativas - de reduzir a carga


tributária dos seus clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, de
clínicas médicas a comércios e construtoras. É um trabalho que está
normalmente associado à consultoria e que nem sempre o cliente
presta atenção em um primeiro momento, mas que, quando você
consegue apresentá-lo bem, abre as portas para uma excelente
contratação.

E é também uma área com pouca concorrência.

Além da execução e do planejamento, temos muitas outras


oportunidades de atuação, como as defesas administrativas, a
consultoria de forma mais ampla e as teses para recuperação de
créditos tributários.

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Mas o que é recuperação de créditos tributários? Nada mais é que
você pedir, por via administrativa ou através de uma ação judicial, para
que o poder público devolva para o seu cliente um valor que foi
recolhido indevidamente, seja por meio de compensação com
tributos que ele deveria pagar, seja por repetição do indébito.

E quando eu falo de governo, de poder público, me refiro à União, aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, pois há todo tipo de
tributo sendo cobrado indevidamente por aí, por ente federais,
estaduais e municipais.

Mas, tome cuidado! É muito comum que um advogado ouça falar das
teses, veja algo nos jornais ou veja que um amigo tributarista está bem
de vida com elas, e queira entrar nessa área de qualquer maneira,
apenas se limitando a decorar uma tese e abordando os contribuintes.
Viram decoradores de teses.

E isso nunca dá certo. O que farão se o cliente tiver dúvidas a respeito


de um detalhe da tese? Como irão ter a confiança necessária para
vencer as objeções do cliente? Como conduzirão o processo sem
falhas? Como irão agir quando se depararem com documentos que
fogem das instruções do modelinho que decoraram? E quando se
depararem com uma decisão judicial fora do comum?

Nunca seja um decorador de teses!

É por isso que o Treinamento Advogue no Tributário não vai apenas te


ensinar a decorar uma tese. Você vai aprender como identificar os
potenciais clientes perto de você e quais são as oportunidades
tributárias que podem ser apresentadas a eles (afinal, você não vai
simplesmente despejar trinta teses em cima de alguém, não é?), como

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fazer uma boa apresentação, vencer objeções, mostrar vantagens da
atuação e fechar o contrato, como trabalhar com os documentos do
cliente e estruturar de forma correta sua petição inicial e como lidar
com os percalços do processo administrativo ou judicial com
segurança.

Há teses de recuperação que podem ser aplicadas a pessoas físicas


e outras a pessoas jurídicas (e há, até mesmo, teses que podem ser
aplicadas a ambas, como é o caso da exclusão do TUST/TUSD na
energia elétrica).

Você não sabe o que é a tese da TUSD e TUST?

Primeiro, é preciso ter em mente que o ICMS incide sobre a venda de


mercadorias, devendo ser calculado sobre o valor da operação.

Por ser objeto de comércio, a energia elétrica é considerada


mercadoria, incidindo o ICMS sobre o respectivo preço.

Acontece que a rede básica de energia elétrica é constituída por


subestações e linhas de transmissão, cujo uso é remunerado pelo
consumidor por meio de uma tarifa específica: a Tarifa de Uso do
Sistema de Transmissão (TUST).

Além disso, existe um sistema de distribuição da energia elétrica,


composto por postes, cruzetas, isoladores, fios, transformadores etc.
Para remunerar seu uso, tem-se a Tarifa de Uso do Sistema de
Distribuição (TUSD).

Pois bem, se eu consumo energia elétrica, no valor de R$ 500,00, qual


deveria ser a base de cálculo do ICMS? O preço dessa operação, é
claro! Ou seja, R$ 500,00. Mas não é o que vem acontecendo.

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Os Estados exigem o ICMS calculado não apenas sobre o preço da
mercadoria, mas também sobre todos os encargos inerentes ao
consumo de energia elétrica, como é o caso da TUST e TUSD.

Absurdo, não é?

Essa é uma cobrança indevida que vem sendo feita dos consumidores
de energia elétrica. Na conta de energia elétrica, o ICMS deveria incidir
somente sobre o valor da energia consumida e não sobre esses
encargos.

Nesse sentido, confira entendimento favorável ao consumidor,


manifestado pelo STJ, vide AgInt no AgInt no AREsp 1036246/SC, Rel.
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, da 2ª Turma.

Vale registrar que a questão ainda não está pacificada, tendo sido
afetada ao rito dos recursos repetitivos nos autos dos Recursos
Especiais nºs 1.692.023/MT, 1.699.851/TO e ERESP nº 1.163.020/RS,
pendentes de julgamento definitivo pelo STJ.

Diante disso, você deve estar se perguntando: ainda vale a pena


ingressar com a ação para recuperar o ICMS indevidamente
incidente sobre a TUST e TUSD?

Minha resposta é um enfático SIM!

Apesar de ter sido determinada a suspensão do andamento dos


processos, a relevância de ingressar com a medida judicial
permanece, para fins de evitar a prescrição do direito do contribuinte.

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Outra pergunta muito comum sobre essa tese é a seguinte: será que
vale a pena, em termos de retorno financeiro (honorários), entrar com
essa ação?

Daí é o momento de você fazer uma análise conferindo a conta de


energia elétrica.

Se estiver diante de um grande consumidor, haverá um bom valor de


ICMS indevido a recuperar.

Então não vale a pena para pessoas físicas, consumidores residenciais


ou pequenos estabelecimentos comerciais? Nesse caso, você pode
ingressar com uma única ação contendo vários consumidores no polo
ativo. Inclusive, acho que essa é uma forma muito interessante de
rentabilizar essa tese.

Você pode, por exemplo, unir os moradores de um condomínio ou de


um bairro e entrar com a ação, o que facilita, também, a cobrança de
honorários iniciais (pro labore).

A título ilustrativo, se você unir 25 consumidores, cobrando R$ 200,00


de cada um, terá honorários iniciais de R$ 5.000,00, além de um
percentual a título de os honorários de êxito, calculado sobre o valor
recuperado, é claro.

Isso é só um exemplo! O valor cobrado de cada consumidor pode ser


maior, se mais elevado for o benefício econômico deles.

Outra pergunta ainda sobre essa tese: como ela fica após a Lei
Complementar 194/2022?

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Ela ganha ainda mais força! A LC 194 determina, expressamente, que
os encargos de transmissão não se incluem na base de cálculo do
ICMS. Apesar disso, a grande maioria dos Estados continua cobrando
indevidamente, além de permanecer a possibilidade de recuperar os
valores relativos aos últimos 5 anos.

Já dá para perceber que essa pode ser uma boa forma de iniciar a
advocacia tributária! E, tratando-se de grandes consumidores
(indústrias, hospitais, academias de ginástica etc.), é uma tese que
pode ser bem rentável!

Mas voltando às pessoas jurídicas, há teses para todos os gostos: teses


de recuperação para empresas que estejam no Simples Nacional,
teses para quem opte pelo regime do Lucro Real e também para o
Lucro Presumido.

Opa, vamos parar um pouco. Se você está chegando agora no


Tributário, talvez não saiba o que são esses três regimes tributários dos
quais eu falei (Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido).

Então, vamos a um esclarecimento.

Estes são regimes tributários ligados à tributação da renda da


empresa, e normalmente as teses aplicáveis às pessoas jurídicas se
dividem em três grupos:

1. teses aplicáveis para o Simples Nacional;

2. teses aplicáveis para o Lucro Real ou Lucro Presumido (e, em


alguns casos, haverá uma subdivisão entre aquelas que só são
aplicáveis para o Lucro Real e aquelas direcionadas apenas ao
Lucro Presumido);

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3. teses aplicáveis a todos os regimes.

Vamos começar pelas teses aplicáveis para o Simples Nacional.


Como o Simples abarca vários tributos, como PIS, COFINS, Imposto de
Renda, Contribuição Social sobre o lucro, IPI, ICMS, ISS, e, para a
maioria, Contribuição Previdenciária Patronal, quem está no Simples
Nacional não calcula isoladamente esses tributos, recolhendo tudo
junto, em uma única alíquota, que incide sobre o valor do faturamento
da empresa.

Então, algumas teses não se aplicam a empresas do Simples Nacional,


como é o caso da Tese do Século (exclusão do ICMS das bases de
cálculo do PIS e da COFINS) e da tese filhote consistente na exclusão
do ISS das bases do PIS e COFINS.

As teses sobre folhas de salário não se aplicam para a maior parte das
empresas do Simples. Por que a maior parte? Porque há uma certa
divisão de empresas no Simples Nacional em “anexos”, conforme suas
atividades, e, para aquelas do anexo IV, a exemplo das empresas que
prestam serviços de limpeza e de vigilância privada, podem ser
apresentadas as teses de folhas de salário. Para as demais, não dá.

“Mas se a empresa for do Simples Nacional, então não tem tese


nenhuma para aplicar?” Muito pelo contrário, nós temos várias
teses, sendo a principal a do PIS e COFINS Monofásico, que é uma
tese de recuperação administrativa, com resultado muito rápido. Via
de regra, os valores que foram recolhidos a maior são devolvidos em
até 60 dias. Isso mesmo, eu não falei meses, eu falei dias.

É uma oportunidade muito interessante, especialmente para você que


está reclamando que não consegue atuar no tributário porque mora

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em uma cidade pequena ou no interior e a maioria das empresas à sua
volta é do Simples Nacional.

Cuidado com essa mentalidade de não olhar para as empresas do


Simples, como muitos advogados fazem!

Elas são uma excelente porta de entrada para a advocacia


tributária. Há uma quantidade gigantesca de empresas optantes do
Simples, mais de 90% das PJs do país, espalhadas por todas as
cidades, e a grande maioria sem advogados ou com assistência
jurídica deficiente, pagando tributos indevidamente.

E ainda há outras teses para o Simples, como o ICMS substituição


tributária, que muitas vezes a empresa erra na hora da segregação, do
ISS retido na fonte, que ela também deveria fazer a segregação e não
costuma fazer, dentre outras.

E como adiantei mais cedo, temos também as teses que não se


aplicam para as empresas do Simples Nacional, mas que são cabíveis
para as pessoas jurídicas dos regimes do Lucro Real e do Lucro
Presumido.

Como exemplo principal, temos, claro, a Tese do Século, consistente


na exclusão do ICMS das bases de cálculo do PIS e da COFINS para
os comerciantes.

E não se esqueça das teses filhotes. Se a empresa for prestadora de


serviço, temos a tese filhote da exclusão do ISS, por exemplo. E são
muitas filhotes, muitas mesmo. E parece até que cada dia surge uma
nova.

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Ah, e se for um comerciante que tem a matriz em um Estado, mas
possui um estabelecimento em outro estado? Verifique se o estado
está querendo cobrar ICMS quando ele remete as mercadorias para
esse outro estabelecimento, pois isso é indevido!

Temos também todas as teses de folha de pagamento.

Por exemplo, os inscritos do Treinamento receberam um e-book sobre


a tese do limite de 20 salários-mínimos para a base de cálculo das
contribuições de terceiros.

Segundo essa tese, a contribuição a terceiros (Sistema S, como SESI,


SESC e SENAI, ABDI, APEX, INCRA e salário-educação), que é de 5,8%,
aproximadamente, não deveria ser calculada em cima de toda folha
de pagamentos do cliente, mas no limite de 20 salários-mínimos.

Para você entender o impacto econômico desta tese, se você tem


uma empresa com uma folha de R$ 100.000,00 mensais, terá R$ 5.800
mensais dessas contribuições de terceiros, pelo cálculo atual,
defendido pela Receita Federal.

Com a limitação da tese dos 20 salários, levando-se em conta o salário


mínimo atual (R$ 1.212,00) teríamos os 5,8% de contribuições aplicados
em cima de uma base de apenas R$ 24.240,00, resultando em um total
de R$ 1.405,92 mensais de encargos.

Uma economia de R$ 4.394,08 mensais, ou mais de R$ 52.000,00


anuais, sem considerar a restituição dos pagamentos anteriores,
atualizados pela Selic.

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Não custa lembrar que, diante desse entendimento, é cabível a
propositura da ação judicial tanto para o reconhecimento do direito
ao recolhimento das contribuições calculadas sobre o limite de 20
salários mínimos (e não sobre o total da folha de pagamento), mas
também para reaver os valores indevidamente adimplidos nos
últimos 5 anos.

Assim, somente nessa empresa do exemplo, a recuperação total dos


cinco anos pode superar os R$ 300 mil.

Se você cobrar 20% de honorários de êxito, fora os honorários de pró-


labore, ao início do processo, você pode ter honorários de mais de R$
60 mil no processo de um único cliente.

Outra sugestão de tese sobre a folha de pagamentos (e algo que dá


para trabalhar já no administrativo): O SALÁRIO MATERNIDADE pago
pela empresa. Já está pacificado que não é devida a contribuição
previdenciária da empresa, que é a patronal, sobre o salário
maternidade.

Então, você não precisa entrar com a ação. Pode fazer a retificação
administrativa.

Mas e a empregada? Vamos dizer que a Josefina falou assim: “Mas,


peraí, eu acabei de ter filho, eu recebi salário maternidade e sofri uma
retenção do INSS” - da contribuição previdenciária - ou então “estou
grávida, daqui a pouco vou receber meu salário maternidade. Preciso
entrar com a ação?”

Aí eu vou falar “SIM”. Porque o Fisco tem uma orientação, uma solução
de consulta também, no sentido de que o STF teria decidido apenas

26
em relação à contribuição previdenciária patronal e, quanto ao
empregado, ele nada teria falado.

Além das teses que se aplicam apenas para as empresas do Simples


Nacional e das teses exclusivas para quem está no Lucro Real e no
Lucro Presumido, temos teses que são aplicáveis para todas as
pessoas jurídicas (e muitas, inclusive, para pessoas físicas), já que se
trata de tributos que todo mundo paga.

É o caso, por exemplo, do IPTU. Todo mundo que é proprietário de um


imóvel urbano paga IPTU, não importa se é pessoa física, empresa do
Simples Nacional, ou dos lucros real e presumido.

Ou ainda o ITBI, no caso de uma compra de imóvel. É muito comum


que o município cobre esse Imposto de forma incorreta, sem levar em
consideração o valor venal do imóvel, arbitrando um suposto valor de
mercado.

E não esqueça das taxas! Municípios adoram criar taxas de todo tipo
e boa parte com algum grau de ilegalidade ou até mesmo
inconstitucionalidade.

Certa vez, uma aluna minha do Você Tributarista foi à dentista dela. Era
uma consulta de rotina, mas ela, tendo em mente meu método, o
“Pensar Tributário”, acabou vendo ali uma oportunidade para
advogar.

Como isso aconteceu? Ora, porque o "Pensar Tributário'' é uma forma


de enxergar o mundo à sua volta para identificar as oportunidades
mais próximas e como elas podem ser convertidas em contratos.

27
Todas as minhas aulas, desde as gratuitas no Youtube até os cursos,
como o Você Tributarista, são pautadas por esse método.

Só lá no Curso Você Tributarista, já são quase 1.500 alunos que


aprenderam a olhar para o Pet Shop ou para a padaria da esquina, ou,
ainda, para o próprio dentista e analisar qual seu regime de tributação,
quais os tributos que eles pagam, qual a forma correta para que eles
sejam cobrados, como defender os contribuintes de abusos do Fisco
e como se apresentar aos futuros clientes como um advogado
tributarista capaz de resolver os seus problemas.

Pois bem, minha aluna puxou conversa com a dentista e esta


comentou que tinha um débito tributário, perguntando se ela
poderia dar uma olhada. Ela viu que era uma taxa de fiscalização de
anúncios de uma época em que a dentista ainda atuava em São Paulo.
A cidade de São Paulo tem certas regras a respeito dos anúncios em
prédios comerciais (como tamanho e localização) e essa taxa existe
para a fiscalização de tais anúncios.

A princípio, na letra da lei, essa taxa não era inconstitucional, ela


cumpria os critérios constitucionais. Qual o problema, então? Essa
dentista havia mudado seu consultório para uma sala em um outro
prédio e a taxa estava sendo cobrada por causa do antigo aluguel, da
antiga sala, que ela não usava mais. Inclusive, ela nem mais era
locatária daquele imóvel e não estava mais atuando na capital.

E sabe qual o tamanho do débito por essa taxa indevidamente


cobrada? Mais de 40 mil reais. Imagina esse impacto nas contas de
um profissional autônomo, como um dentista. E ainda mais sendo
indevido!

28
É algo que poderia ser derrubado com facilidade, pois não houve fato
gerador, mesmo que ela não tenha informado à prefeitura da sua
mudança. Isto porque a taxa é um pouco diferente de outros tributos:
ela é a contraprestação, o pagamento, que o particular deve fazer em
resposta a alguma atuação estatal. Ou seja, o contribuinte se beneficia
de uma atuação estatal, porque usufrui de um serviço público
específico e divisível (vide coleta de resíduos sólidos), ou então causa
uma despesa ao Estado, como a necessidade de fiscalizá-lo (vide taxa
de fiscalização de anúncios).

Neste caso, minha aluna iria, na defesa de sua dentista, agora cliente,
demonstrar que ela não teria causado aquela despesa de fiscalização
pela prefeitura de São Paulo, juntando a rescisão de contrato do
aluguel antigo, mensagens trocadas com o antigo proprietário, o novo
contrato de aluguel, do novo estabelecimento na nova cidade, contas
de energia do novo local do consultório. Se for possível, ela até deveria
comprovar quem é o novo locatário do seu antigo espaço, buscando
contrato de aluguel, contas de energia ou algum anúncio que ele
tenha feito na internet e por aí vai.

E vocês não imaginam quantas pessoas estão nessa situação,


recebendo uma cobrança indevida e, por medo do Fisco, fazendo
um parcelamento ou pagando à vista, sem consultar um advogado
tributarista (talvez porque não conheça nenhum, talvez porque ache
que os honorários são muito altos).

Então, é importante, quando estamos diante de uma taxa, observar


diversos aspectos e os primeiros são esses critérios, esses requisitos
constitucionais. Num caso como esse, primeiro é preciso verificar a
constitucionalidade da taxa.

29
E em um segundo momento, verificar outros critérios de incidência,
como a efetiva ocorrência do fato gerador, ou seja, no caso da taxa,
a efetiva prestação do serviço público ao contribuinte ou geração
de despesa para o poder público. Pois é, muitas vezes se cobra uma
taxa sem que haja um fato gerador real (como a prestação de um
serviço, por exemplo).

O artigo 145, inciso II, da Constituição Federal autoriza a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituírem taxas. Mas aqui
é que está o importante: instituir taxas “em razão do exercício do poder
de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição”.

Isso está repetido no artigo 77 do Código Tributário Nacional, que


preconiza que “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição”.

O “em razão de”, contido no texto Constitucional, é um elemento


fundamental das taxas, que é analisado pelo STF no julgamento da
constitucionalidade desses tributos: as taxas são estabelecidas por
causa do exercício de poder de polícia (ou seja, pela fiscalização) ou
da utilização de serviços públicos, seja esta utilização atual (efetiva) ou
potencial (a ser ainda realizada, mas já disponível ao contribuinte). E
veja o que o texto da Lei Maior ainda traz: serviços públicos específicos
e divisíveis.

30
Ah, eu falei bastante de pessoa jurídica aqui, mas sabia que você
também pode advogar para pessoas físicas?

Mas você deve estar aí se perguntando: “Fabiana, como é que eu vou


advogar para pessoas físicas? Têm teses para elas?” - Pois lhe digo
que “É claro que sim!”

Algumas das teses que apresentei, como o caso da energia elétrica,


do IPTU, do ITBI e das taxas, são aplicáveis às pessoas físicas também.

Além disso, você poderá atuar, por exemplo, para impedir uma
cobrança indevida de ITCMD.

Imagine que alguém tenha acabado de perder um ente querido. É,


provavelmente, o pior momento da vida. Além do abalo emocional,
essa pessoa ainda precisará encontrar forças para lidar com questões
práticas relativas ao sepultamento e à sucessão dos bens.

A base de cálculo do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e


Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) é fixada pelo art. 38 do
CTN no valor venal.

Mas a maior parte dos Estados, como São Paulo, por exemplo, fixa o
ITCMD de forma diferente, de acordo com o valor de mercado, ou seja,
um valor bem mais alto, e o faz por meio de decreto, de forma
inconstitucional, ferindo o princípio da legalidade, já que a Constituição
manda estabelecer esta base de cálculo por meio de lei.

Atuando contra esta fixação, você estará resolvendo uma dor de


cabeça de alguém neste momento delicado e poupando a essa
pessoa milhares de reais que farão a diferença quando ela tenta se
restabelecer.

31
Um tema recém julgado pelo STF é o da não incidência de Imposto
de Renda sobre Pensão Alimentícia.

Esse tema foi objeto da Ação Declaratória de Inconstitucionalidade


nº 5422, tendo o Relator Min. Dias Toffoli se posicionado contra a
incidência do Imposto de Renda sobre os valores recebidos a título
de pensão alimentícia, tendo em vista que tais quantias não
representam acréscimo patrimonial, mas simples recomposição de
despesas, com caráter indenizatório e alimentar. Esse foi o
entendimento que prevaleceu, com decisão favorável aos
contribuintes.

E o que isso significa? Que milhares de pessoas, especialmente


mulheres, que recebem pensão alimentícia passam a ficar
desobrigadas de pagar Imposto de Renda sobre os valores recebidos,
com direito de requerer a restituição daquilo que pagaram
indevidamente nos últimos 5 anos.

Vale lembrar, porém, que essa decisão ainda não transitou em julgado,
de modo que, para suspender o recolhimento e repetir o indébito é
necessário adotar medida judicial. Está aí, portanto, um excelente
tema para atuar no tributário.

Há ainda questões relativas a IPTU, como um aumento abusivo ou


uma mudança de alíquota indevida.

Por exemplo, pode ser que você seja um MEI, um Micro


Empreendedor Individual, e tenha registrado sua PJ no seu
domicílio.

32
É o que mais vemos hoje, muitas pessoas fazendo MEI e trabalhando
em casa ou tendo a casa como domicílio no registro dele. São
cozinheiros, boleiras, professores particulares, e por aí vai.

Tenho certeza de que você conhece vários. Eu mesmo tenho uma


amiga que acabou virando minha cliente. Ela tinha uma MEI, mas pelo
fato dela ter constituído esse tipo de Pessoa Jurídica, o município
automaticamente entendeu que o endereço dela era comercial.

Você sendo MEI, não precisa ter um estabelecimento à parte, você


coloca o endereço da sua casa lá no registro. Mas aí o município fala
assim: “Opa, é uma MEI, está nesse endereço aqui, então isso aqui é
comercial”. E aumenta, muda a sua alíquota do IPTU, uma vez que em
boa parte dos municípios brasileiros a alíquota para imóveis comerciais
é superior à dos residenciais.

Às vezes, a pessoa nem percebe isso. Quando se atenta ao aumento,


acredita que foi um aumento geral, não entendendo que houve um
reequadramento indevido da sua cobrança. E é aí que você entra.

Se você conhece pessoas que tenham MEI, que sejam Micro


Empreendedoras Individuais, alerte-as quanto a isso e, caso elas
observem que houve modificação da alíquota, sugira a necessidade
de alterá-la junto à prefeitura e a possibilidade de recuperação de
créditos dos últimos cinco anos.

E olha que estou falando de MEI e, às vezes, há um problema anterior


à isso, que é a pessoa não ter constituído esta personalidade jurídica,
estar trabalhando como autônomo e faturando como pessoa física, e
lá na frente tendo um forte prejuízo na hora de declarar o Imposto
sobre a Renda porque não fez o devido planejamento tributário.

33
Ainda, vale lembrar que muitas vezes uma oportunidade vem
embalada junto com uma parceria.

Você tem algum amigo ou colega que advoga para empregados, os


reclamantes? Converse com ele para que ele examine seus clientes
que tenham recebido verbas remuneratórias em atraso.

Imagine que ele possua um cliente que deveria ter recebido horas
extras por dez anos e a empresa nunca tenha pagado e agora está
processando sua empregadora por conta desse pagamento que
nunca foi realizado. Quando o juiz deferir seu pedido, vai estabelecer
o pagamento dessa verba com juros de mora, não é? E será que o
cliente do seu colega pagou Imposto de Renda sobre esses juros?
Provavelmente pagou. E pagou errado!

No julgamento do RE n. 855.091/RS, em 18 de junho de 2021, o STF


fixou a tese de que “não incide Imposto de Renda sobre juros de
mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração por
exercício de emprego, cargo ou função”.

Isso porque o Tribunal entendeu que os juros de mora não têm


natureza de lucros cessantes, mas apresentam verdadeiro caráter
indenizatório. Talvez você conheça esse caso como o Tema 808,
porque esse julgamento foi em caráter de repercussão geral.

Se os clientes pagaram o IRPF sobre os juros de mora, você poderá


ingressar com uma ação para a recuperação do indébito. Use a
jurisprudência do STF a seu favor, mostrando que a cobrança do
imposto é inconstitucional.

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E quantos clientes do advogado trabalhista não estarão em situação
assim? Provavelmente todos, já que a maioria das reclamações
trabalhistas acabam tendo alguma verba que não foi paga pelo
empregador, como horas extras, adicional noturno ou férias. E olha
que nossos colegas de trabalho costumam ter muitos clientes, pois é
uma área em que se trabalha com volume.

Ah, e uma coisa boa: NÃO houve modulação dos efeitos desta decisão
do STF, o que até é algo raro, já que o Ministro Toffoli foi o relator (e
ele é o rei das modulações). Então, vocês podem dar uma olhada lá
para o passado do seu colega trabalhista, em vários anos (respeitando,
claro, o período de prescrição, dos últimos cinco anos).

Olha só quantas oportunidades eu te apresentei. E elas não param


por aí! Esses são apenas alguns exemplos. Existem muitas outras
teses, e a cada dia que passam surgem novas oportunidades.

Por exemplo, algo recente e muito propício para a advocacia tributária


advém do PERSE. Você já ouviu falar dele? É o Programa Emergencial
de Retomada do Setor de Eventos, instituído pela Lei 14.148/2021.
Dentre outros benefícios, essa Lei confere às empresas do setor de
eventos a redução a zero das alíquotas de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS,
pelo prazo de 60 meses.

E quem seriam as empresas que fazem jus a esse benefício? Aquelas


que desenvolvam as atividades listadas na Portaria ME 7.163/2021,
como é o caso de restaurantes, bares e similares, além de muitos
outros.

Acontece, que a Portaria ME 7.163/2021 acabou trazendo condições


não previstas na lei, limitando o direito dos contribuintes. E uma

35
simples portaria não pode fazer isso, não pode impor condições não
previstas em lei. Essa ilegalidade é manifesta e vem sendo
reconhecida pelo Judiciário.

Olha aí que oportunidade de ouro! Todos os restaurantes e bares, por


exemplo, são clientes para essa medida. Afinal, quem não quer ficar
60 meses sem pagar aqueles tributos federais? Por sinal, quem não se
mexer e pleitear o reconhecimento desse direito, acabará ficando para
trás, em nítida desvantagem concorrencial.

Perceba que você fará tudo isso, toda essa diferença, mexendo em
questões mais objetivas, mais técnicas, que envolvem documentos.

É o melhor dos mundos, não? Você não se desgasta emocionalmente


e, ao mesmo tempo, está melhorando a vida das pessoas e
promovendo justiça.

Aliás, é a questão documental outro grande ponto positivo na


advocacia tributária. Dificilmente você terá audiências. Praticamente
não há prova testemunhal. A maioria dos processos se resolve com
prova documental e com perícias.

Isso tira um grande peso das costas, não é? Tem muita gente com
timidez de atuar em audiência. Eu vou te dizer que sempre tive.

É muito mais fácil apenas ter que despachar com o juiz ou com a
autoridade tributária, com documentos. Isso sem falar que audiência é
sempre algo imprevisível, você nunca sabe o que vai sair da boca de
uma testemunha.

36
Além disso, com a virtualização da justiça, isso ainda possibilitará que
você assuma processos de qualquer lugar do país e tenha parceiros
em todo o território nacional.

São realmente muitas teses, muitas controvérsias, muitas


oportunidades na advocacia tributária, não é mesmo?

Mas você pode estar se perguntando: e se a reforma tributária for


aprovada? Será que isso vai levar à redução ou até mesmo ao fim da
advocacia tributária?

A resposta é um gigante NÃO!

Cá entre nós, embora eu não possua uma bola de cristal, duvido muito
que uma reforma tributária ampla venha a ser aprovada. São muitos
interesses políticos e econômicos envolvidos. É muito mais fácil, e
muito mais provável, termos apenas alterações pontuais, em um ou
outro tributo, como vem acontecendo desde a Constituição de 1988.

Mas caso aconteça um milagre e tenhamos a aprovação de uma das


propostas de reforma tributária, a verdade é que isso levará a um
aumento de trabalho para os advogados tributaristas.

Primeiro, porque essas propostas preveem um longo período de


transição, de muitos anos (aproximadamente uma década), em que
ambos os sistemas tributários conviveriam. Já pensou, uma empresa
ter que recolher parte dos tributos pelas regras atuais e outra parte
segundo a legislação pós reforma? O caos, as controvérsias e os
trabalhos seriam dobrados!

Além disso, a experiência brasileira tem mostrado que a cada nova


legislação, novas controvérsias surgem. O Fisco sempre buscará uma

37
interpretação para cobrar mais, enquanto o contribuinte interpretará
de modo mais benéfico a ele. Com isso, cabe ao advogado tributarista
entrar no campo de batalha para afastar interpretações e cobranças
indevidas, resguardando os direitos dos contribuintes.

Conclusão disso tudo é que, a cada dia, o tributarista terá mais e mais
trabalho, mais e mais oportunidades de atuação. O tributário é
realmente a melhor e mais rentável área do direito!

38
Não pense que só de litígio vive a advocacia tributária.

Você terá um grande campo para a consultoria e para o


planejamento tributário.

Ora, se é tão comum que os contribuintes sejam cobrados


excessivamente pelo Fisco, seja por erro da Fazenda ou por erro deles
próprios, por que deixar para atuar só quando o problema já está
instalado, só para recuperar créditos?

Por que não atuar desde já, para evitar esses pagamentos indevidos?

1. O QUE É O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO?

O planejamento tributário consiste na adoção de alternativas lícitas,


anteriores à ocorrência do fato gerador do tributo, com objetivo de
adotar caminhos negociais com menor carga tributária.

O planejamento tributário pode dar-se mediante opção legal, nas


hipóteses em que a legislação expressamente indica a liberdade de
escolha quanto ao regime de tributação a ser adotado. É o que se

39
verifica, por exemplo, na opção entre os regimes de tributação pelo
Lucro Real, pelo Lucro Presumido ou pelo Simples Nacional.

Para além dessa modalidade, grande importância assume o


planejamento tributário estratégico, pautado no princípio da
autonomia da vontade, que impera no âmbito do direito privado.

Também denominado de “elisão fiscal”, o planejamento tributário é


medida lícita, consistindo na escolha de formas de direito mediante
as quais não se dá a efetivação do fato tributário, e,
consequentemente, impedindo o nascimento da relação jurídica.

Diferencia-se da “evasão fiscal”, de caráter ilícito e que decorre de


operações simuladas em que, ocorrido o fato tributário, pretende-se
ocultá-lo, mascarando o negócio praticado.

Dentre os fundamentos do planejamento tributário no ordenamento


brasileiro, convém destacar:

a) a rígida repartição das competências tributárias, estando os


entes federativos proibidos de instituir e cobrar tributos não
previstos no seu rol competencial; e

b) os princípios constitucionais da estrita legalidade e da


tipicidade tributária, nos termos do quais para que se exija um
tributo é imprescindível a prévia determinação legal e a
ocorrência do fato que preencha todos os requisitos constantes
da lei.

Em vista disso, caso o particular opte por praticar um fato não previsto
em lei, este fica fora do âmbito de tributação.

40
E, se havendo duas estipulações legais distintas, a opção do
contribuinte de praticar o fato previsto na lei com consequência
tributária menos onerosa, impede que se exija tributo diverso.

Não bastassem tais conclusões, decorrentes da previsão


constitucional, o Código Tributário Nacional traz diversos preceitos em
sentido semelhante. Confira-se:

a) Art. 108, § 1º, do CTN: veda o uso de analogia para exigência de


tributo não previsto em lei.

b) Art. 110 do CTN: veda a alteração de institutos, conceitos e


formas de direito privados utilizados pela CF na repartição de
competências.

c) Art. 118 do CTN: a determinação legal do fato gerador é


interpretada abstraindo-se dos efeitos dos fatos efetivamente
ocorridos.

d) Art. 142 do CTN: prevê a atividade vinculada da autoridade


administrativa, que deve efetuar o lançamento se e quando
ocorrido o fato previsto em lei.

Acrescente-se, ainda, o parágrafo único do art. 116 do CTN, nos termos


do qual a autoridade administrativa está autorizada a desconsiderar
negócios jurídicos praticados pelo contribuinte apenas na hipótese de
dissimulação.

Ou seja, tem-se a possibilidade de desconsideração do negócio


jurídico apenas quando praticado ato ilícito para reduzir tributo ou
garantir benefício a que não tem direito (simulação tributária
excludente ou redutiva; simulação tributária includente).

41
2. O POSICIONAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO E
DO JUDICIÁRIO A RESPEITO DO
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Apesar dos conceitos e previsões no ordenamento brasileiro,


evidenciando a liberdade negocial do particular de adotar caminhos
menos onerosos, em termos de carga tributária, as autoridades
administrativas têm exigido, como requisito ao planejamento
tributário, a existência de propósito negocial.

Por propósito negocial entende-se a existência de razões outras, de


caráter não tributário, que justifiquem a realização de determinado
negócio jurídico.

No entendimento do CARF (Conselho Administrativo de Recursos


Fiscais), sob o ponto de vista tributário, a validade do negócio jurídico
está associada à licitude do negócio no geral, e não à licitude de cada
etapa individualmente considerada. Assim, a economia de tributo
justifica um planejamento, contanto que respeitada a finalidade dos
institutos do direito privado.

Apesar de juridicamente controversa, no âmbito da doutrina e do


Judiciário, a exigência de propósito negocial, recomenda-se, quando
da estruturação de planejamento tributário, sejam considerados
alguns pontos, mediante aquilo que se costuma chamar de “teste
de propósito negocial” ou “business purpose test”, a seguir
indicados:

1. Existem razões de caráter econômico, comercial,


societário ou financeiro que justifiquem a operação?

42
2. Essas razões estão consubstanciadas em fidedignos
laudos, pareceres, estudos ou relatórios?

3. Há relevância financeira na adoção dos procedimentos,


em confronto com o resultado da economia de
tributos?

4. É razoável o lapso temporal entre as operações


precedentes e os atos ou negócios jurídicos?

Feitos esses esclarecimentos, vejamos algumas decisões do CARF a


respeito do assunto, envolvendo “incorporação às avessas” (ocorre
quando uma empresa deficitária, com prejuízos acumulados,
incorpora uma empresa lucrativa).

Caso 1 – Incorporação às avessas – considerada lícita, por


apresentar propósito negocial, consistente na busca de
melhor eficiência das operações:
“IRPJ – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – GLOSA DE
PREJUÍZOS – IMPROCEDÊNCIA – A denominada
“incorporação às avessas”, não proibida pelo ordenamento,
realizada entre empresas operativas e que sempre estiveram
sob controle comum, não pode ser tipificada como operação
simulada ou abusiva, mormente quando, a par da inegável
intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, teve
por escopo a busca de melhor eficiência das operações
entre ambas praticadas.” (Ac. 107-07.596)

43
Caso 2 – Incorporação às avessas – desconsiderada,
entender que a declaração de vontade não refletia o ato
efetivamente praticado:
“IRPJ – “INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS” – MATÉRIA DE
PROVA – COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. A
definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-
se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados.
Se a documentação acostada aos autos comprova de forma
inequívoca que a declaração de vontade expressa nos atos
de incorporação era enganosa para produzir efeito diverso
do ostensivamente indicado, a autoridade fiscal não está
jungida aos efeitos jurídicos que os atos produziriam, mas à
verdadeira repercussão econômica dos fatos subjacentes.”
(CSRF/01-02.107)

Dos julgados acima verifica-se que, abstratamente, a incorporação às


avessas é admitida no ordenamento. Todavia, os motivos de sua
realização e as práticas efetivamente realizadas posteriormente a esse
ato jurídico são determinantes para sua consideração, ou não, para fins
tributários.

Vejamos mais alguns julgados do CARF, em que resta evidenciada a


necessidade de que a “forma” do ato e sua “substância” estejam em
harmonia:

44
Caso 3 – Simulação por inadequação entre a forma adotada
e a substância do ato:
“SIMULAÇÃO/DISSIMULAÇÃO – Configura-se como
simulação, o comportamento do contribuinte em que se
detecta uma inadequação ou inequivalência entre a forma
jurídica sob a qual o negócio se apresenta e a substância ou
natureza do fato gerador efetivamente realizado, ou seja, dá-
se pela discrepância entre a vontade querida pelo agente e o
ato por ele praticado para exteriorização dessa vontade, ao
passo que a dissimulação contém em seu bojo um disfarce,
no qual se encontra escondida uma operação em que o fato
revelado não guarda correspondência com a efetiva
realidade, ou melhor, dissimular é encobrir o que é.” (Ac. 101-
94.771)

Caso 4 – Inocorrência de simulação quanto, escolhida


determinada forma, o contribuinte age de acordo com suas
consequências (substância):
SIMULAÇÃO – SUBSTÂNCIA DOS ATOS – Não se verifica a
simulação quando os atos praticados são lícitos e sua
exteriorização revela coerência com os institutos de direito
privado adotados, assumindo o contribuinte as
consequências e ônus das formas jurídicas por ele
escolhidas, ainda que motivado pelo objetivo de economia
de imposto.” (Ac. 104-21726)

45
A maior parte das controvérsias sobre planejamento tributário e
desconsideração de negócios jurídicos têm sido apreciadas, até o
momento, no âmbito do CARF. No entanto, recentemente estão sendo
levadas ao Judiciário, com perspectiva de alteração dos critérios até
então adotados.

Nesse sentido, em recente decisão, o TRF da 4ª Região (2ª Turma -


Processo nº 5009900-93.2017.4.04.7107/RS) decidiu pela licitude e
consequentes efeitos tributários de operação em que se criou uma
empresa imobiliária com a finalidade de venda de imóveis de
determinada pessoa jurídica, implicando diminuição da carga
tributária.

O Relator Desembargador Federal Rômulo Pizzolatti afirmou que não


existe uma autorização legal para o Fisco desconsiderar atos ou
negócios jurídicos, sem que exista a comprovação de que foi ilícito
(dolosos, fraudulentos ou simulados). Segundo a decisão:

“havendo perfeita correspondência da substância das


operações com as formas adotadas para a sua realização, não
é possível afirmar-se que os atos praticados tenham sido
simulados, sendo indevida a ingerência da administração
tributária na liberdade de iniciativa de que dispõe o
contribuinte, garantida no artigo 170 da Constituição Federal,
de reestruturar a exploração do seu capital da forma mais
eficiente, inclusive sob a perspectiva fiscal.”

Concluiu, desse modo, que:

“ou bem o legislador edita norma casuística proibindo o


emprego desse expediente específico (ou ainda impedindo a

46
economia pretendida), ou bem o Estado se conforma com o
montante pago, não sendo aceitável que o Fisco, a pretexto
de reparar o que parece uma injustiça fiscal aos seus olhos,
desconsidere tal ´planejamento´, porque é do Poder
Legislativo, e não da administração pública (por mais
elevados que sejam os seus propósitos), a competência
para regular e interferir no exercício das liberdades
econômicas e no patrimônio dos indivíduos.”

A respeito de planejamento tributário, temos uma recente e


importante decisão do STF, no que diz respeito ao recebimento de
pagamentos, por meio de empresas, a artistas, médicos, publicitários
e outros profissionais liberais. O assunto foi objeto da Ação
Declaratória de Constitucionalidade nº 66, com julgamento favorável
à constitucionalidade de dispositivo legal que autoriza tal providência.

Estava em discussão se o artigo 129 da Lei nº 11.196, de 2005, seria


constitucional. Na prática, o artigo 129 autoriza a abertura de empresas
por pessoa física para a prestação de serviços intelectuais, culturais,
artísticos ou científicos. O dispositivo só ressalva que, se constatado
desvio de finalidade da atividade empresarial ou confusão
patrimonial entre os bens do profissional e da empresa, é permitida
a desconsideração da pessoa jurídica. Nesse caso, os bens pessoais
dos sócios podem ser penhorados para a quitação de débitos.

O STF, considerando que as partes (prestador e tomador do serviço)


possuem liberdade de escolher a forma das suas relações
econômicas e empresariais, assim decidiu pela constitucionalidade do
dispositivo em questão. Ou seja, os prestadores de serviços

47
intelectuais podem constituir empresa para o desempenho de suas
atividades, sujeitando-se à tributação própria das pessoas jurídicas.

Também vale explicar o que ocorreu no julgamento, pelo STF, sobre


a constitucionalidade do art. 116, parágrafo único do CTN (introduzido
pela Lei Complementar 104/2001), nos termos do qual:

“a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou


negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular
a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados
os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”.

O tema foi objeto da ADIN 2446. Tendo-se decidido pela sua


constitucionalidade, é importante destacar que, ao fundamentar tal
conclusão, o STF concluiu não estar diante de norma antielisiva, ou
seja, não se trata de proibição ao planejamento tributário, mas de
norma que veda atos simulados.

A relatora do caso, ministra Cármen Lúcia, empreendeu uma


interpretação sistemática do CTN, à luz dos princípios da legalidade e
da tipicidade tributária, para concluir que:

"a norma não proíbe o contribuinte de buscar, pelas vias


legítimas e comportamentos coerentes com a ordem
jurídica, economia fiscal, realizando suas atividades de
forma menos onerosa, e, assim, deixando de pagar tributos
quando não configurado fato gerador cuja ocorrência tenha
sido licitamente evitada".

48
Acrescentou que continua hígido o artigo 110 do CTN (que assegura a
observância das formas de direito privado pela legislação tributária) e
não está "autorizado o agente fiscal a valer-se de analogia para
definir fato gerador e, tornando-se legislador, aplicar tributo sem
previsão legal", nem a socorrer-se "de interpretação econômica".

Entretanto, julgou improcedente a ação, por entender que "a despeito


dos alegados motivos que resultaram na inclusão do parágrafo único
ao artigo 116 do CTN, a denominação 'norma antielisão' é de ser tida
como inapropriada, cuidando o dispositivo de questão de norma de
combate à evasão fiscal".

Diante de tais justificativas, vemos a tendência de que, levadas ao


Judiciário as controvérsias quanto ao planejamento tributário e
desconsideração de negócios jurídicos, referidos fundamentos
nortearão as decisões, vedando-se interpretação dos efeitos
econômicos e pautando-se na análise de atos simulatórios.

Vê-se, portanto, que atuar com planejamento tributário tem um futuro


muito promissor. Além das oportunidades existentes, o Judiciário tem
se posicionado, cada vez mais, a garantir essa liberdade negocial pelos
particulares, ainda que seu objetivo seja a redução da carga tributária.

3. A QUEM SE APLICA O PLANEJAMENTO


TRIBUTÁRIO?

Um erro muito comum é acreditar que apenas as grandes empresas


têm condições de fazer planejamento tributário. Mas esse erro traz

49
perdas consideráveis para os contribuintes, especialmente os
pequenos e as pessoas físicas.

Coloque uma coisa na sua cabeça e divulgue isso a todos os seus


conhecidos: planejamento tributário é para todo mundo!

Sabe quando você faz a declaração do imposto de renda e opta pela


forma completa ou pela simplificada? Pois bem, isso é uma opção
legal, uma escolha que o contribuinte faz, considerando o caminho
que o leve a uma menor carga tributária. Todo mundo que declara seu
imposto de renda faz essa escolha, sem ter a consciência de que isso
é uma forma de planejar o menor recolhimento de tributo.

Acontece que existem vários outros meios de fazer isso, mas as


pessoas não sabem e, com isso, acabam pagando mais tributo.

Um profissional autônomo, por exemplo, deveria fazer uma análise


para verificar se é melhor atuar como pessoa física ou jurídica. E, se
como pessoa física, será que ele faz o livro-caixa, possibilitando a
dedução das despesas com sua atividade profissional? Se atuar como
pessoa jurídica, qual o regime mais propício?

Os profissionais de saúde, então, têm um oceano de possibilidades de


planejamento: desde o recolhimento do ISS como sociedade
uniprofissional, até o reenquadramento no Lucro Presumido, com
redução do percentual a ser tributado.

Quanto ao reenquadramento no Lucro Presumido, trata-se de


providência para fruição da redução dos percentual para tributação de
IRPJ e CSLL, prevista na Lei 9.429/95. Esse é, por sinal, um excelente
campo de atuação!

50
E por falar em ISS (imposto sobre serviços), a mudança do local do
estabelecimento pode gerar grande economia tributária. Às vezes
uma cidade vizinha tem uma alíquota menor!

Veja o exemplo da UBER! A empresa acabou de mudar sua sede para


a cidade de Osasco-SP, onde a alíquota do ISS é de 2%, bem menor
que a da capital paulista (5%) , onde antes se localizava.

E para empresas do Simples Nacional, também há oportunidades para


planejamento tributário? Claro que sim!

Pra começar, todo ano a empresa deve fazer uma análise para verificar
se o Simples Nacional continua sendo o regime mais apropriado para
ela. Afinal, quanto maior seu faturamento, maior a alíquota. Então,
dependendo do faturamento e das despesas que a empresa tenha, às
vezes é melhor ir para o Lucro Presumido ou para o real, pois neles há
direito a créditos de tributos.

Além disso, um ponto interessante de planejamento para essas


empresas envolve o chamado "fator R", um cálculo baseado no
faturamento e na folha de pagamento dos últimos 12 meses, que,
conforme o resultado, determina o enquadramento em alíquotas
maiores ou menores. Às vezes, basta contratar 1 funcionário para
conseguir a redução da alíquota, por exemplo.

Essas são apenas algumas das múltiplas oportunidades de trabalhar


com planejamento tributário. E, com elas, eu quero te mostrar que
você pode perfeitamente atuar nesse nicho, agregando valor aos seus
clientes, auxiliando-os a reduzir licitamente sua carga tributária e, com
isso, conquistando cada vez mais a posição de tributarista de
confiança.

51
Você sabe o que são as teses tributárias? Nada mais são do que
formas de recuperação de créditos tributários. Isso mesmo! É a boa
e velha repetição do indébito.

Pela via administrativa ou pela judicial (vai depender do caso


concreto) o advogado irá requerer a devolução de tributos que foram
pagos a mais pelo contribuinte, seja porque o Fisco estava cobrando
ilegalmente esses tributos, não havendo uma obrigação do
contribuinte em pagá-los, seja porque até havia uma obrigação, mas o
valor cobrado foi equivocado, foi maior do que o devido por lei, por
causa de um erro do próprio contribuinte ou uma interpretação falha
da Fazenda Pública. Essa devolução pode ser em dinheiro ou
mediante compensação (também dependendo do caso concreto e do
que for mais viável ao contribuinte).

E não faltam teses tributárias, que podem ser aplicadas a empresas de


todos os tamanhos e regimes tributários, como o Simples Nacional,
Lucro Real e Lucro Presumido, ou ainda às pessoas físicas.

Algumas delas demoram pouquíssimo tempo, algo em torno de 60


dias, como é o caso da tese dos produtos monofásicos no Simples
Nacional, que vou te apresentar na quarta e mais importante aula

52
do Treinamento Advogue no Tributário, em 18 de agosto, às 20h,
enquanto outras demoram alguns anos, mas trazem um ótimo retorno
financeiro para advogados e clientes, servindo como uma espécie de
poupança para vocês (com um rendimento, infinitamente melhor que
o da poupança de verdade; isso sem falar os honorários iniciais, que
recomendo sejam cobrados nesses casos).

Essas teses tributárias são uma ótima porta de entrada para a


advocacia tributária, pois através delas o advogado que está
iniciando sua carreira ou migrando de outra área ou da advocacia
generalista para o tributário pode chegar a seus primeiros clientes, em
uma atividade de prospecção lícita, completamente de acordo com as
normas da OAB.

Neste capítulo, eu vou te apresentar cinco passos para que você saia
do zero e possa aproveitar as oportunidades do tributário, em
especial na recuperação de créditos tributários.

Com eles em mente, é só você se preparar para identificar os


potenciais clientes à sua volta e entrar em contato com eles para
marcar uma reunião e apresentar as oportunidades.

53
PASSO 1
CONHEÇA AS ATIVIDADES DO CLIENTE E OS
TRIBUTOS QUE ELE PAGA

Se vai pedir para que o Fisco devolva algo que cobrou


indevidamente, você tem que saber o que é que foi recolhido a mais.
Parece óbvio, mas não é. Para saber o que pedir, e até mesmo antes
da ação, para identificar se um contribuinte vale a pena como cliente,
se ele tem tributos a recuperar, você tem que descobrir quais são
esses tributos que ele pagou a mais.

E eu digo que parece óbvio, mas não é, porque há muitos advogados


por aí que abordam os contribuintes sem fazer uma análise prévia, sem
saber que tese de recuperação de créditos oferecer para eles e até
mesmo sem saber se aquela prospecção vai valer a pena. Se o cliente
não tiver nada a recuperar, não teremos honorários, não é mesmo?

E como você vai descobrir isso? Conhecendo o cliente, descobrindo


qual o seu regime jurídico, estudando quais suas atividades, o que
ele faz, o que ele vende, como ele contrata funcionários.

Ah, fazer essa pesquisa prévia também é bom porque, quando você
for conversar com o cliente, ele vai perceber que você está por
dentro da atividade dele, que tem uma familiaridade, teve um esforço
maior, um cuidado em estudá-lo, e isso causará uma boa impressão.

Marcas de luxo costumam ter iniciativas de baixo impacto financeiro


(ou seja, que custam pouco para elas) e grande impacto no
consumidor (causam uma grande impressão e as ajudam a cobrar

54
muito por seus serviços) e uma dessas iniciativas é justamente
depositar tempo em conhecer o cliente e mostrar para ele que gastou
esse tempo. Quando o cliente percebe que você dedicou seu tempo
(que é muito precioso) para se tornar mais familiar dele, ele estará
mais aberto a você e ao que você tem a dizer.

Pesquise o potencial cliente na internet. Descubra qual o regime


jurídico dele (é Simples Nacional? Lucro Real ou Lucro Presumido?),
verifique se é uma rede ou uma empresa única, se tem muitos ou
poucos funcionários, que produtos costuma vender, que serviços
oferece.

Você vai encontrar essas informações em diversos lugares, dos sites


da Receita Federal e da Junta Comercial ao Instagram da empresa
(acredite).

Além disso, essa pesquisa inicial vai te ajudar a elaborar perguntas


que você levará à reunião, afinal nem tudo está na internet e você não
consegue adivinhar tudo (e não há nada de errado em não saber
detalhes de uma empresa que você não conhece).

“Mas, se eu fizer essas perguntas sobre sua atividade, ele não vai
achar que eu sou um idiota?” Se você fizer perguntas bem
estruturadas, já com um mínimo de conhecimento prévio e estratégia,
e realmente estiver disposto a ouvir, ele não vai achar isso.

Pelo contrário, ele vai perceber que você está interessado nele (algo
que já comentei) e que é um advogado diferente dos outros, pois a
maioria dos advogados só quer falar, se exibir, não quer ouvir o
outro.

55
Além do mais, ele sabe que não tem como você saber as minúcias do
pet shop, do mercadinho ou do salão de beleza dele, por exemplo. É
o cliente que te dará o número de empregados que tem, que lhe dirá
se são terceirizados (pessoas jurídicas que prestam serviço para ele)
ou CLT, que te dirá se o carro que a empresa usa é propriedade dela
ou alugado e assim por diante, informações necessárias para as
diversas teses.

Por que eu perguntaria ao potencial cliente quantos funcionários


ele tem e qual a média de folha de salário que ele paga, por
exemplo? Porque existem teses sobre folhas de salários, como a
famosa tese do limite dos 20 salários mínimos como base de cálculo
para as contribuições para o Sistema S. E para saber se essa tese é
interessante você precisa saber o valor da folha de pagamento do
contribuinte, quantos salários mínimos ele paga por mês. Se ele tem
uma folha que supera os 22 mil reais, essa tese pode ser interessante.

Se ele for prestador de serviços, deve pagar ISS. Se ele paga ISS, eu
posso pensar em uma tese filhote da Tese do Século, a exclusão do
ISS da base de cálculo do PIS e da COFINS1.

Se o cliente for comerciante, então ele paga ICMS. E aí temos a


própria Tese do Século, a exclusão do ICMS das bases de cálculo do
PIS e da COFINS.

Se ele for industrial, então teremos IPI. Aliás, se é uma indústria que
industrializa e comercializa, não presta serviços, não faz aquela

1
A Tese do Século, julgada pelo STF em 2021, é a exclusão do ICMS das bases de cálculo do PIS
e da COFINS e, embora ela seja atualmente aplicada na via administrativa, dado o julgamento pelo
Supremo, há várias teses “filhotes” que podem ser aplicadas judicialmente.

56
industrialização por encomenda (que acaba sendo um serviço), ela vai
ter ICMS e IPI.

Mas, independente de serem prestadores de serviço, comerciantes ou


indústrias, todos eles pagam Imposto de Renda, Contribuição Social
sobre o Lucro, PIS e COFINS.

Minha sugestão é que você faça uma lista desses tributos e faça um
checklist para, então, ir estudar o contribuinte.

Vai funcionar assim: “Ah, estou estudando agora o contribuinte "A".


Então, vou analisar quais impostos da minha listinha ele paga e, claro,
isso também vai envolver analisar seu regime de tributação”.

Será que ele é do Lucro Real? Será que ele é do Lucro Presumido?
Será que ele é do Simples Nacional? Conforme o regime de tributação,
eu tenho teses que podem ou não ser aplicadas.

Vamos pensar em um Pet Shop, por exemplo (e eu falo deles porque


há vários por aí, um em cada esquina, se multiplicando mais que
farmácias). O que você tem que considerar? Que serviços ele oferece?
Banho, tosa… ele tem prestação de serviços médico-veterinários,
vende medicamentos, brinquedos, roupas, cosméticos-veterinários…
Faça uma listagem inicial, junte isso às respostas das suas
perguntas da reunião com o cliente e conheça essa atividade!

Você vai perguntar para ele se ele costuma fazer a importação de


produtos do exterior. Ou será que ele compra aquilo no mercado
nacional? Ou então alguém deixa em consignação na loja dele e ele
só fica com a comissão dessa venda? Em cada caso, teremos tributos
diferentes, incidindo de formas diferentes. E não se acanhe, pergunte

57
mesmo. Oras, você não tem obrigação (e nem mesmo possibilidade)
de saber de quem ele compra aqueles remédios veterinários que
revende no pet shop.

Estou falando aqui de empresas, mas é preciso deixar bem claro que
as teses tributárias não se aplicam apenas para pessoas jurídicas.
Temos várias que se aplicam também para pessoas físicas.

Será que aquela pessoa física ou jurídica comprou algum imóvel nos
últimos cinco anos? Por que isso é importante? Temos muitos
problemas com o ITBI 2 em vários municípios, com cobranças usando
uma base de cálculo indevida.

Isso sem falar em cobranças indevidas de taxas, ITCMD3 e Imposto de


Renda, que tanto afligem as pessoas físicas também. Perguntar se elas
se sujeitaram a tais exigências é crucial para identificar oportunidades
de recuperação de créditos e relevar um direito de ressarcimento que
elas não imaginavam possuir.

2
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
3
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação

58
PASSO 2
ENTENDA QUAL O REGIME DE TRIBUTAÇÃO DO
CLIENTE

Como eu adiantei um pouco lá atrás, você tem que saber se a


empresa é optante do Simples Nacional ou é de um regime de
tributação “normal” (o Lucro Real e o Lucro Presumido) para verificar
quais teses cabem para ela.

Você já consegue ver qual o regime tributário ao pesquisar o CNPJ


da empresa no site da Receita Federal (é só clicar AQUI) e também no
SINTEGRA (basta clicar AQUI).

E é muito fácil descobrir o CNPJ da empresa. Muitas vezes,


pesquisando pela empresa no Google, você vai ter como resultados,
além de endereço e contato dela, o próprio CNPJ. Se não achar de
jeito nenhum (o que acho muito difícil) é só ir na empresa e comprar
um produto para pegar a nota fiscal e lá estará o bendito CNPJ.

Quando você descobrir qual o regime de tributação da empresa, é só


olhar a lista de teses tributárias aplicáveis atualmente. Normalmente
elas se dividem em três grupos:

1. teses aplicáveis para o Simples Nacional;


2. teses aplicáveis para o Lucro Real ou Lucro Presumido (e, em
alguns casos, haverá uma subdivisão entre aquelas que só são
aplicáveis para o Lucro Real e aquelas direcionadas apenas ao
Lucro Presumido);
3. teses aplicáveis a todos os regimes.

59
Lembra que no capítulo 01 eu te apresentei muitas teses tributárias
divididas de acordo com o regime tributário das empresas? Por isso é
tão importante descobrir qual o regime certo para cada empresa.

60
PASSO 3
SE APROXIME DO CLIENTE - O MOMENTO MAIS
DELICADO DA PROSPECÇÃO

Agora que você já conhece as teses tributárias, já pesquisou o regime


de tributação do cliente e já pesquisou suas atividades, agora chegou
o momento mais delicado da prospecção: se aproximar do cliente,
marcar uma reunião com ele e apresentar para ele as oportunidades
tributárias (não apenas as teses, mas também as possibilidades de ele
fazer um planejamento ou uma defesa em execução).

Todo o consumidor passa por um processo para adquirir um produto,


que vai do momento em que ele ainda não tem sequer consciência de
que possui um problema até o auge deste processo, em que ele tem
consciência de que seu produto ou serviço é a solução daquele
problema que já reconheceu e assim quer adquiri-lo.

E, oras, o seu cliente nada é mais do que um consumidor do seu


serviço, um serviço jurídico de alta qualidade.

É muito importante identificar o nível de consciência em que seu


cliente está. Mas, você deve estar se perguntando, o que significa
isso?

Significa que há situações em que o cliente nem sequer sabe que tem
um problema. Ou seja, ele não faz ideia de que pagou e continua
pagando tributos acima do devido. Nesses casos, são a maioria, é
preciso mostrar para ele que esse problema existe e que você tem a

61
solução, evidenciando as vantagens de ele tomar as atitudes
necessárias para tanto.

Por isso, o contato inicial com o cliente precisa ser feito com
segurança, demonstrando seu conhecimento sobre o assunto e os
benefícios que sua atuação pode proporcionar. Deixe muito claro
que você é um TRIBUTARISTA, um especialista na área, e que seu
objetivo é apresentar oportunidades tributárias.

Conquiste a atenção do cliente logo no primeiro momento. Por isso,


nada de começar a reunião explicando com linguagem jurídica a
legislação ou decisões dos tribunais superiores. Vá direto ao ponto: à
oportunidade que você está apresentando.

Dê concretude ao que você fala, apresentando valores, ainda que a


título de exemplo. Isso certamente chamará a atenção dele!

Há, por aí, pouquíssimos contribuintes que já estão conscientes e


querem aplicar a tese tributária A ou B. A maioria sequer sabe do
problema.

Você não deve se limitar a procurar os conscientes, mas aqueles


inconscientes, que formam a grande maioria da população, e
conscientizá-los deste problema e de que você é a solução.

Se o contribuinte ainda está em um estado muito inicial de


consciência, você deve preparar para elevar seu nível de consciência,
informando a ele sobre questões como tributação indevida,
oportunidades de teses, riscos e garantias, benefício econômico de
uma tese etc.

62
Assim, você pode passá-lo de um estágio de baixa consciência (ou
inconsciência) para o momento de total consciência, quando ele está
preparado para fechar o contrato.

Esteja preparado para as possíveis perguntas a respeito do tema.


Por isso mesmo, é recomendável fazer aquela pesquisa prévia sobre
a qual falei, identificando as oportunidades cabíveis para a empresa e
focando nas mais benéficas.

63
Nichar e focar em uma tese pode ser um bom caminho para iniciar,
conquistar a confiança e, depois, deslanchar para outras teses.

Para sentir-se mais seguro e preparado, utilize recursos como power


point ou portfólio com os principais aspectos da oportunidade a ser
apresentada.

Prepare-se, também, para responder aos questionamentos mais


comuns, tais como tempo que levará o processo e riscos envolvidos.
Além de esclarecer as dúvidas do cliente, ao responder com
segurança você o impulsionará a superar o medo e outras objeções
que possam ser obstáculos à contratação.

Prepare apresentações persuasivas (utilize powerpoint; gráficos;


valores), que evidenciem os benefícios da contratação, bem como os
eventuais prejuízos caso deixe de serem adotadas as medidas
necessárias.

Saiba “escutar”: aproveite a reunião para conhecer melhor o cliente,


suas “dores” e demonstre interesse em ajudá-lo.

Persistência é outro ponto importante para o bom desempenho na


prospecção de clientes: o processo de prospecção (venda) é uma
ferramenta em constante aperfeiçoamento.

64
DICA EXTRA: IDENTIFICAR PREVIAMENTE
POSSÍVEIS OBJEÇÕES DO CLIENTE E SE
PREPARAR PARA RESPONDÊ-LAS E AFASTÁ-
LAS

O cliente tem normalmente algumas objeções, que costumam ser


sempre as mesmas ou muito parecidas. Então, você deve se preparar
para lidar com elas e não ser pego de surpresa.

Para te ajudar nessa etapa, relacionei as objeções mais comuns dos


clientes e as sugestões de como afastá-las.

Medo de chamar atenção do Fisco

É muito comum o receio do cliente de entrar com ação judicial para


discutir uma exigência tributária, para recuperar créditos, e acabar
despertando a atenção e a fúria do Fisco.

Acontece que o Fisco já tem acesso a praticamente todos os dados


e movimentações do contribuinte, realizados por cruzamentos de
dados em sistemas informatizados. Então, não é porque ele ingressou
com ação judicial que passará a figurar na mira da fiscalização.

Além disso, a quantidade de contribuintes que ingressam com ação


judicial é elevadíssima. Não há a menor possibilidade de o Fisco
efetuar perseguição com base nesse elemento. Até mesmo porque
ele nem possui recursos e fiscais suficientes para tanto, optando por
voltar sua atenção aos grandes contribuintes e às hipóteses de fraude.

65
Preocupação com os custos da ação e dos honorários
advocatícios

Sobre esse tópico, é preciso conscientizar o cliente que não lhe falta
dinheiro para adotar a medida necessária; o que lhe falta é
prioridade.

Nesse contexto, deixe bem claro para o cliente que, ao adotar a


medida proposta, ele priorizará algo que trará excelentes frutos no
futuro. Talvez ele tenha que fazer um pequeno sacrifício agora, mas
deve pensar como um empreendedor de sucesso, que investe esses
recursos financeiros em algo que será mais produtivo, pois além da
recuperação de valores, terá os tributos reduzidos dali para frente.

Se deixar de fazer isso, ficará para trás e será difícil acompanhar e lidar
com a concorrência no seu ramo de atuação.

Ainda, quanto aos custos, na maior parte das vezes a medida judicial
cabível é o Mandado de Segurança, em que não há ônus de
sucumbência.

E, a respeito dos seus honorários, faça referência aos valores a


recuperar, ao benefício econômico que ele terá, o prejuízo de não
ingressar com a ação e ter “jogar dinheiro no lixo” em virtude da
prescrição do seu direito ou de modulação de efeitos pelo STF. Com
isso, mostre que seus honorários são pequenos frente ao retorno
financeiro. Tudo é uma questão de prioridade.

66
Tempo que levará o trâmite do processo

Há situações em que a oportunidade tributária se baseia em


recuperação administrativa de créditos, com retorno financeiro muito
rápido.

Em outras, o fundamento é entendimento consolidado pelo STF, de


modo que o trânsito em julgado e recuperação dos valores também
costuma ser inferior a um ano.

Algumas teses, no entanto, podem sofrer objeção do cliente pelo fato


de haver determinação, pelos tribunais superiores, de suspensão do
trâmite processual até decisão final sobre o tema. Nesse caso, o
processo fica sobrestado, não anda. Então, será que vale a pena entrar
com a ação?

A resposta é um efusivo SIM, sob pena de a empresa incorrer no custo


da perda de uma chance: se não ingressar com a ação logo, os
créditos irão prescrever; ou, pior, pode haver modulação de efeitos
da decisão, impedindo-o de recuperar os valores indevidamente
recolhidos nos últimos 5 anos.

Ingressar com a ação é medida imprescindível para quem quer ganhar


tempo, interrompendo a prescrição e recuperando valores mais
elevados.

67
Falta de anuência dos sócios ou familiares

Pode acontecer de o cliente se interessar pela oportunidade


apresentada, mas ter receio de adotar tal medida por discordância dos
sócios ou familiares.

Mas se o cliente estiver realmente convencido, se ele realmente


desejar aproveitar aquela oportunidade, recomende a ele que não
peça permissão, mas sim apoio.

Diga, por exemplo: “Vá falar com o seu sócio seguro, que a opção que
você está tomando de contratar advogado tributarista, de buscar
aquela recuperação é a melhor para sua empresa”. Com essa
confiança, certamente demonstrará a relevância da decisão tomada.

Objeção velada

Além das hipóteses acima mencionadas, muitas vezes o que o cliente


tem é uma objeção velada, que nem ele mesmo conhece, que ele não
assume, uma espécie de medo, de preconceito, de cair na lábia de
algum advogado aventureiro, talvez até por más experiências
passadas.

É aí que vem sua autoridade e a importância de conquistar sua


confiança. Seja transparente, evidenciando todo o panorama de riscos
envolvidos e indicando os caminhos para a redução destes, fazendo
uso, por exemplo, de depósito judicial.

68
Ainda, na negociação, você pode demonstrar essa segurança
assumindo o risco com ele: por exemplo, pode negociar redução de
pro-labore e aumento de honorários de êxito.

ATENÇÃO!

Para você quebrar as objeções dos seus clientes, antes você precisa
quebrar as suas próprias objeções. Se você não acreditar no que fala,
se você não acredita em superar o medo, em superar a insegurança,
em colocar prioridades, você não consegue trabalhar isso no seu
cliente.

Foque em aprimorar sua própria mentalidade, para realmente estar


confiante e seguro no que você fala, acreditar naquela oportunidade.
Só assim você conseguirá passar para o cliente a segurança e
coragem para superar seus medos.

Ah, outra coisa importante: dois grandes aliados para convencer os


clientes são os gatilhos mentais da urgência e da escassez.

O que é isso? Os gatilhos mentais são ferramentas de redação que


atraem a atenção de seu público, a retém e os estimulam a uma ação
(de preferência, em direção do que você deseja e seja um benefício
mútuo). Ah, e apesar de serem ferramentas de redação, podem - e
devem - ser usados no seu discurso, na sua apresentação oral, na sua
reunião com o cliente.

Mostre ao contribuinte que ele não pode esperar muito para dar
entrada na ação judicial para aplicar alguma tese ou então ele perderá

69
milhares de reais em créditos passados que não poderão ser
aproveitados.

É urgente (gatilho da urgência) dar entrada na ação, ou aquela


oportunidade vai acabar (gatilho da escassez).

Veja o que aconteceu com a tese da seletividade do ICMS da energia


elétrica.

Em linhas gerais, o STF decidiu ser inconstitucional a fixação da


alíquota do ICMS da energia elétrica em níveis elevados, de 25 a 30%,
como se ela fosse um item supérfluo, determinando que fosse
cobrada a alíquota dos bens e serviços em geral, que varia nos estados
de 17 a 18%.

Uma pequena empresa que eu conheço tem uma conta de energia


que varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil por mês. Com esta decisão, eles
poderiam recuperar créditos tributários em mais de 30 mil reais. O
problema: eles até conheciam a tese, mas esperaram o julgamento,
posição que foi aceita pelo advogado, que não mostrou para eles o
risco da espera.

Quando o julgamento foi concluído, correram para arrumar os


documentos, mas foi tarde demais. Isso porque houve modulação de
efeitos, pasmem, para 2024! Isso significa que, além de não recuperar
os valores indevidamente recolhidos, essa empresa continuará a
recolher, nas contas de energia elétrica, o ICMS com alíquota elevada.

Deixaram trinta mil reais nas mãos do Fisco porque não entenderam a
urgência da situação. E era função do advogado demonstrar essa
urgência, através dos gatilhos da escassez e da urgência.

70
Essa era uma excelente tese que alguns advogados conseguiram
aproveitar: aqueles que não ficaram esperando que o julgamento do
STF acontecesse e deram entrada antes, apostando na tese (e agora
colhendo frutos desta aposta).

E olha que nem era uma aposta muito arriscada, pois daria para discutir
essa tese através de mandado de segurança ou, a depender do valor,
em uma ação ordinária no Juizado Especial. Em ambos os casos, não
haveria condenação em honorários sucumbenciais caso se perdesse.

71
PASSO 4
VERIFIQUE SE O CLIENTE ESTÁ RECOLHENDO
ALGUM TRIBUTO INDEVIDAMENTE

Agora que você já tem uma lista de teses tributárias em mãos, já sabe
o regime de tributação do cliente, já conhece as atividades dele e sabe
quais são os tributos que ele paga, vem o próximo passo: analisar se
ele está recolhendo esses tributos de forma correta ou de forma
indevida.

E, claro, há um outro passo que eu vou incluir aqui dentro, quase como
um subitem: Caso o contribuinte recolha indevidamente um tributo
específico, verifique se por acaso ele já não deu entrada num
pedido de recuperação deste tributo (ou até mesmo já recuperou
esse tributo), para evitar um trabalho em duplicidade em que nem ele
nem você ganharão nada (aliás, ele até já deve ter ganhado, é você
que vai sair de mãos abanando, mesmo).

Portanto, se você verificar que o cliente já deu entrada na Tese do


Século, você não vai focar nela. Apresente outras oportunidades que
ele ainda não aproveitou.

Por exemplo, se ele não está recolhendo o PIS e COFINS com o ICMS
em sua base de cálculo, porque o excluiu através da Tese do Século,
será que ele não está recolhendo o próprio ICMS de forma indevida?
Talvez aplicando uma alíquota indevida, talvez nas hipóteses de
remessa de produtos para seus próprios estabelecimentos em outras
cidades.

72
E como você vai descobrir se ele já deu entrada em uma tese?
Converse com o cliente! A sua reunião com ele não pode ser uma via
de mão única em que só você fala. Esteja aberto ao diálogo.

“Ah, mas muitas vezes o cliente não sabe me responder isso”. Então
agende uma segunda reunião com ele, para que ele possa pesquisar
isso, te trazer documentos ou, então, trazer alguém que preste esses
esclarecimentos, como o contador da empresa, o chefe do
departamento financeiro ou o de Recursos Humanos.

Tem coisas que nem o dono da empresa sabe, mas o RH sabe. Será
que ele pagou contribuição previdenciária sobre o salário
maternidade? Quem vai saber disso é o RH.

73
PASSO 5
FAÇA O PEDIDO DA RECUPERAÇÃO USANDO A
MEDIDA ADEQUADA

Agora que você já sabe exatamente quais teses são cabíveis para
aquele cliente - e quais, inclusive, são as mais interessantes, que vão
dar mais retorno - e que você fechou o contrato com ele, chega a hora
de fazer o pedido de recuperação.

Será que vai ser na vida administrativa ou por meio de uma ação
judicial? Que ação judicial nós teremos? Será um Mandado de
Segurança ou uma Ação Ordinária? Devo pedir repetição do indébito
ou compensação de tributos?

Vamos ver a contribuição previdenciária sobre o salário maternidade,


por exemplo. Em relação ao que é pago pelo empregador, já está
pacificado pelo STF e a própria Receita Federal já admite o
entendimento de que é indevido. Portanto, neste caso, temos uma
recuperação administrativa dos valores indevidamente recolhidos,
com a mera retificação dos documentos fiscais.

Ah, e boa notícia: quando a recuperação é administrativa, o retorno


costuma ser muito rápido. Há teses em que a recuperação é feita em
60 meses. É um caso em que você pode cobrar menores honorários
contratuais de início e priorizar honorários de êxito.

Mas, se for a contribuição previdenciária sobre o salário maternidade


que é paga pela empregada, não há esta pacificação. Então, é
necessária a vida judicial.

74
Um outro exemplo importante é a tese do limite dos 20 salários
mínimos para contribuições do setor S. Nesse caso, como ainda é
controverso, você também vai utilizar a via judicial, especificamente o
Mandado de Segurança, pois não depende de produção de provas
durante o trâmite processual e o ato coator vem sendo realizado
mensalmente, estando dentro do prazo de 120 dias, necessário a
adoção dessa medida.

Você está percebendo algo? O tipo de recuperação, o tipo de


procedimento e o tipo de pedido, tudo isso vai depender de uma série
de questões, que precisam ser analisados caso a caso. Obviamente,
não dá para tratar tudo isso em um único e-book.

Aliás, nem é o meu objetivo esgotar o conteúdo aqui. Eu quero te


mostrar as várias oportunidades que o tributário tem e te entregar
quais são os primeiros passos para que você se torne um advogado
seguro, que não fica preso a modelinhos na internet, que sabe
enxergar as oportunidades, consegue prospectar clientes com
eficiência e aplica as teses com maestria.

Para aplicar uma tese com segurança, você precisa realmente


entender o cliente, seu regime tributário, suas atividades, e
entender a própria tese, conhecer seu funcionamento.

Sem isso, você corre um sério risco de cometer erros que vão manchar
seu nome e prejudicar o direito de seu cliente, fazendo-o perder
dinheiro ou coisa pior.

Ah, é importante que você tenha em mente que essas estratégias


podem ser utilizadas tanto por advogados que estão iniciando na
carreira, seja porque acabaram de receber a vermelhinha, seja porque

75
estão se mudando para o Direito Tributário, como também podem - e
devem - ser usadas por quem tem mais experiência.

Um professor meu uma vez me disse que tem uma hora na vida em
que a gente se comporta como adolescente e esse é o pior momento
para nossas carreiras. E o que é o adolescente? É aquele que aprende
um pouquinho, tem um pequeno sucesso, e depois acha que já sabe
o suficiente, que não precisa continuar estudando, não precisa dar
ouvidos a quem tem mais experiência.

Ele também falou algo incrível: os pequenos sucessos são mais


perigosos que os fracassos. Porque estamos sempre dispostos a
aprender com os fracassos, mas quando temos um pequeno sucesso
só vemos as coisas boas, não olhamos pro que podemos fazer para
melhorar e termos sucessos maiores ainda.

Nossa missão como empreendedores - e não se engane, nós,


advogados, somos empreendedores - é aprendermos cada vez mais.
Eu mesma não me canso de fazer cursos, mentorias, assistir a
palestras, ir a eventos, conversar com pessoas, inclusive de áreas
diferentes das minhas, para aprender com elas.

Isso tem que acontecer com você, não importa qual seja seu grau de
preparação e de experiência.

Você tem que colocar essas estratégias em um plano. Você não


pode ir fazendo uma a uma na base do improviso, sem saber onde
todo seu esforço vai dar. Você tem que entender quais são os passos
de uma caminhada, em que cada um deles conta e que o passo de
hoje depende do passo de ontem e também será essencial para o
passo de amanhã.

76
Toda empresa tem um plano de negócios, todo aventureiro tem um
mapa, todo general tem um plano para a batalha, todo diretor de um
filme tem um roteiro. Por que tem que ser diferente com você?

Feito esse planejamento, é hora de colocá-lo em prática. Para tanto,


tenha em mente que as suas convicções impactam no sucesso da
contratação.

Ou seja, além de conhecer os aspectos técnicos da tese, acredite


nela e seja transparente com o cliente quanto às alternativas
possíveis.

Estabeleça metas; seja proativo. Não espere o cliente procurá-lo.


Esteja em constante contato com ele, ainda que não tenha havido a
efetiva contratação, para conquistar sua confiança e estar sempre a
postos para quando ele precisar, para quando surgir nova
oportunidade.

Faça parcerias com contadores e advogados tributaristas e de outras


áreas, como trabalhistas, advogados cíveis e de família.

Além de parcerias, apresente aos clientes soluções para seus


problemas: sejam eles problemas já conhecidos, ou que o cliente nem
sabe que possui. Crie, nele, a conscientização de que ter uma boa
assessoria jurídica sai mais barato do que remediar equívocos
cometidos junto ao Fisco.

77
Não raro, escuto de muitos advogados que estão começando no
tributário que eles não têm para quem apresentar as teses
tributárias.

Queixam-se de morar em pequenas cidades, onde não há muitas


empresas de Lucro Real ou do Lucro Presumido e a maioria é do
Simples Nacional.

Ou ainda comentam que até moram em cidades maiores, com


empresas maiores, mas que não conseguem entrada nessas
empresas porque ainda não têm muita experiência na área.

Mas você está percebendo qual o erro em comum desses


advogados? Estão mirando apenas nas empresas maiores e
ignorando o grande filão representado pelas empresas do Simples
Nacional.

Segundo o Governo Federal, temos mais de 05 milhões de empresas


no Simples Nacional. Nada menos que 90% das pessoas jurídicas do
país estão nesse regime jurídico e você poderá encontrá-las em todas
as cidades do país. Sim, qualquer um dos cinco mil municípios do
Brasil tem pelo menos uma empresa do Simples.

78
São empresas que estão em grandes capitais como São Paulo, Recife
ou Rio de Janeiro, em capitais com menos habitantes como Curitiba,
Natal ou João Pessoa, cidades de interior de grande porte, como Juiz
de Fora e Santa Maria, ou até pequenas cidades como a minha querida
Diamantino.

Todas essas cidades, aliás, têm alunos do Curso Você Tributarista que
estão prospectando clientes.

São empresas que estão aí no seu bairro, talvez até na sua rua. São
mercadinhos, padarias, farmácias e postos de gasolina.

Há diversas formas de atuar para essas empresas, desde defesas


administrativas e em execução fiscal, planejamento tributário e
também, claro, recuperação de créditos tributários.

Do mesmo modo que ocorre com pessoas físicas e quaisquer pessoas


jurídicas, as empresas do Simples Nacional passam por
procedimentos de fiscalização e autuações e execuções fiscais,
muitas delas indevidas. Sabe tudo aquilo que lhe falei sobre
execuções fiscais? Se aplicam em tudo às empresas do Simples
Nacional, que, exatamente por não terem um advogado tributarista,
acabam arcando com valores indevidos e, o pior, até mesmo
encerrando suas atividades.

O planejamento tributário também é outro serviço que pode ser


prestado para empresas do Simples Nacional. Muitas vezes, ao
constituir a empresa, o contador optou por esse regime, mas, com o
passar do tempo, com o aumento do faturamento e com mudanças
nas atividades da empresa, o Simples Nacional pode não ser o regime

79
mais apropriado. É preciso, anualmente, analisar o regime tributário
mais vantajoso.

Isso sem falar no "fator R". Esse é nome dado ao cálculo realizado
mensalmente para saber se uma empresa prestadora de serviço será
tributada com uma alíquota maior ou menor (Anexo III ou V). Muitas
vezes, ao aumentar o salário do sócio ou contratar mais alguns
empregados, obtém-se o fator R que implica em uma tributação
menor. Algo simples, lícito e que gera economia tributária.

Além de tantas possibilidades de atuação, quero te apresentar a


principal tese tributária para o Simples Nacional: a recuperação de
créditos de PIS e COFINS quanto a produtos monofásicos. Ela pode
ser a sua porta de entrada para a advocacia tributária!

Diferente de algumas teses que ainda têm discussão no judiciário a


respeito de seu cabimento, esta recuperação é assegurada pela lei e
reconhecida pela própria Receita Federal.

O art. 146, parágrafo único, da Constituição estabelece o Simples


Nacional como um regime único de arrecadação de impostos e
contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, devendo o recolhimento ser unificado e centralizado.

Daí, as empresas optantes do Simples Nacional recolhem


mensalmente, mediante um documento único de arrecadação, o

80
IRPJ 4, o IPI5, o CSLL 6, a COFINS, o PIS/Pasep7, o CPP8, o ICMS 9 e o
ISS 10.

Mas, quando essa empresa é comerciante de produtos


monofásicos, o recolhimento do tributo deve se dar de forma
diferenciada, deveria ser feita uma segregação na contabilidade da
empresa, como podemos ver no § 4o e no §12 do art. 18 11 da Lei
Complementar 123, de 2006 (com redação dada pela Lei
Complementar 147/2014).

Vejamos o anexo I da Lei Complementar 123/2006. Segundo ele, se


um comerciante tem uma receita bruta, por exemplo, de R$
720.000,01 a 1.800.000,00 (ele estaria na faixa 04 do Simples, portanto),

4
Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica.
5
Imposto sobre Produtos Industrializados.
6
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
7
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.
8
Contribuição Patronal Previdenciária.
9
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.
10
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.
11
§ 4o O contribuinte deverá considerar, destacadamente, para fim de pagamento, as receitas
decorrentes da:
I - revenda de mercadorias, que serão tributadas na forma do Anexo I desta Lei Complementar;
II - venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte, que serão tributadas na forma do
Anexo II desta Lei Complementar;
III - prestação de serviços de que trata o § 5o-B deste artigo e dos serviços vinculados à locação
de bens imóveis e corretagem de imóveis desde que observado o disposto no inciso XV do art. 17,
que serão tributados na forma do Anexo III desta Lei Complementar;
IV - prestação de serviços de que tratam os §§ 5o-C a 5o-F e 5o-I deste artigo, que serão tributadas
na forma prevista naqueles parágrafos; V - locação de bens móveis, que serão tributadas na
forma do Anexo III desta Lei Complementar, deduzida a parcela correspondente ao ISS;
VI - atividade com incidência simultânea de IPI e de ISS, que serão tributadas na forma do Anexo II
desta Lei Complementar, deduzida a parcela correspondente ao ICMS e acrescida a parcela
correspondente ao ISS prevista no Anexo III desta Lei Complementar;
VII - comercialização de medicamentos e produtos magistrais produzidos por manipulação de
fórmulas:
§ 12. Na apuração do montante devido no mês relativo a cada tributo, para o contribuinte que apure
receitas mencionadas nos incisos I a III e V do § 4o-A deste artigo, serão consideradas as reduções
relativas aos tributos já recolhidos, ou sobre os quais tenha havido tributação monofásica, isenção,
redução ou, no caso do ISS, que o valor tenha sido objeto de retenção ou seja devido diretamente
ao Município.(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

81
ele deve recolher uma alíquota de 10,70% do Simples, o que é
repartido em:

 5,50% de IRPJ;

 3,50% de CSLL;

 12,74% de COFINS;

 2,76% de PIS/Pasep;

 42% de CPP e

 33,50% de ICMS.

E é aqui o pulo do gato: nos produtos que obedecem o regime


monofásico, a tributação é concentrada lá no início da cadeia, lá na
industrialização, sendo o produtor que recolhe TODO o PIS e a COFINS.
O comerciante não deveria recolher novamente PIS e COFINS.

Então, o comerciante que vende produtos monofásicos, está na faixa


04 (no nosso exemplo) e simplesmente aplica a alíquota de 10,70%
sobre tudo, inclusive sobre estes produtos, está recolhendo PIS e
COFINS em duplicidade. Perceba que ele paga, dentro desta alíquota,
12,74% de COFINS e 2,76% de PIS que ele NÃO deveria pagar, pois já
foram adimplidos lá atrás.

Ele deveria fazer esta segregação e não aplicar a alíquota de 10,70%


sobre os produtos monofásicos.

E você acredita que a maioria das empresas simplesmente não faz


esse recolhimento segregado?

82
Mas, se isso é algo previsto na lei, reconhecido pelo Fisco e deveria
ser feito na contabilidade, por que muitas empresas não fazem isso?
Por puro desconhecimento dela ou do contador, que não costuma ser
especialista em tributação, atendendo diversas empresas por mês
para dar conta de questões tributárias e trabalhistas, por um pequeno
valor.

É aí que entra você, um tributarista especializado, que deve instruí-la,


apresentar a oportunidade e fechar o contrato para dar entrada na
recuperação.

Mas como eu identifico as empresas que comercializam produtos


monofásicos? Que produtos são esses? Vamos ver.

No regime de tributação tradicional, o industrial recolhe PIS e COFINS


sobre sua receita. Daí ele vende para o distribuidor/revendedor, que,
ao revender, também recolhe PIS e COFINS, e este repassa para o
varejista, aquele que comercializa para o consumidor final, o
mercadinho aí do seu bairro, e este também recolhe PIS e COFINS. As
alíquotas vão variar um pouco se alguém estiver no regime cumulativo
ou não-cumulativo, mas isso é assunto para outra aula.

Já no regime monofásico, apenas o industrial, o produtor (ou o


importador) recolhe PIS e COFINS, que não é mais recolhido pelo
distribuidor e pelo varejista. Por isso mesmo, a alíquota aplicável ao
industrial é maior, já que são recolhidos apenas uma vez no início da
cadeia, e os demais participantes desta cadeia estão sujeitos a uma
alíquota de ZERO.

83
Isso acontece, por exemplo, com produtos de higiene. Então, quando
o mercadinho do seu bairro ou a farmácia te vendem sabonete ou
shampoo, eles não devem pagar PIS e COFINS.

E quais são esses produtos monofásicos?

Eu vou te dar uma listinha resumida, segundo a Lei 10.865/04:

 Gasolina, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), derivado


de petróleo e gás natural;

 Produtos farmacêuticos;

 Produtos de perfumaria, toucador (embelezamento pessoal) e


higiene pessoal;

 Autopeças;

 Pneus novos de borracha e câmaras-de-ar de borracha.

E nós temos também os produtos bifásicos, quando há recolhimento


do PIS e da COFINS apenas pela indústria e pelo distribuidor, mas o
varejista não recolhe. É o caso da água, da cerveja e do refrigerante.

Percebeu para quem você pode oferecer esta tese?

Para drogarias e farmácias, lojas de cosméticos e perfumarias,


esmalterias, açougues, mercadinhos, supermercados, padarias,
restaurantes, pizzarias, lanchonetes, bares, cafés, lojas de
conveniência, distribuidores de bebidas, cachaçarias, adegas, postos
de gasolina, revendedores de pneus, borracharias e lojas de auto-
peças (desde que, claro, sejam do Simples Nacional). Até perdi o
fôlego escrevendo.

84
Pet shops também entram aí (afinal, vendem produtos farmacêutico-
veterinários). E parece que todo dia um novo pet shop abre a cada
esquina

Vamos usar a criatividade? Pousadas e hotéis são prestadores de


serviços e não comerciantes, certo? Mas eles vendem refrigerante,
álcool (cerveja, vinho, uísque…) e água para os hóspedes, não é? Seja
nos seus bares e restaurantes, seja no próprio quarto, no frigobar. Pela
mesma lógica, móteis e Spa também entram.

Todos eles vendem produtos monofásicos e muitos dos que citei tem
nos produtos monofásicos a maior parte da sua receita.

E quantos mercadinhos há aí no seu bairro? E supermercados?


Mesmo que você more em uma cidade muito pequena no interior,
pelo menos um supermercado local, uma farmácia e um posto de
gasolina você tem por aí. E com certeza sabe o nome dos donos.

Esse é o método Pensar Tributário: você conhece o tributo, consegue


identificar a oportunidade, consegue para quem oferecer, sabe fazer
uma aproximação eficaz e sabe aplicar a tese sem dúvidas e sem
erros. É muito mais do que apenas decorar.

E como são empresas de pequeno e médio porte, normalmente não


têm advogado (quando mais um advogado tributarista) e é muito mais
fácil conseguir marcar uma reunião com o dono ou com o gerente ou
o administrador.

Além disso, os empresários normalmente se relacionam com outros


empresários. Então, quando você fizer um bom trabalho para o dono

85
de uma farmácia é muito provável que ele te indique para o amigo que
é dono do posto de gasolina. Utilize o velho boca a boca a seu favor.

“Ah, mas essa tese só se aplica a empresas do Simples Nacional, que


vendem muito pouco. Não é interessante para mim. Acho que não
será rentável.”

Ok, você acha isso mesmo? Então vamos aos números: Digamos que
uma loja de cosméticos vendeu cem mil reais em um mês, incluindo
aí produtos que estão no regime monofásico.

Vamos imaginar que ela esteja na faixa 04 do Simples (ou seja, é até
uma loja de pequeno porte, viu? Para não dizerem que estou roubando
no exemplo), com uma alíquota de 10,70%. Quando ela aplicou 10,70%
de alíquota em cima do total da sua receita, ela recolheu R$ 10.700,00
no Simples.

Para descobrir quanto seu cliente tem a recuperar, você vai pegar o
total que ele pagou de Simples (R$ 10.700,00) e isolar o PIS e a
COFINS, respectivamente 2,76% e 12,74%, o que vai dar R$ 1.658,50.

Ah, mas R$ 1.658,50 parece muito pouco, não é? Mas multiplique isso
pelos últimos 60 meses, já que é o que você vai poder recuperar dada
a prescrição. Temos aí CEM MIL REAIS de créditos, sem contar os
juros Selic, que podem ser recuperados de um único cliente.

E olha que, para este exemplo, eu estou utilizando uma loja de


pequeno porte, que tem faturamento de pouco mais de R$ 720 mil
reais anuais.

Imagina então um segundo exemplo, um contribuinte que esteja na


última faixa do Simples Nacional, como um supermercado ou um

86
grande mercadinho. Ele vai recolher 19% de Simples (e 28,27% de
COFINS e 6,13% de PIS). Para uma empresa neste segundo exemplo, a
recuperação seria de R$ 6.536 por mês, ou quase 400 mil reais em
cinco anos, caso utilizássemos como base ainda um faturamento de
R$ 100 mil por mês em produtos monofásicos.

Obviamente que num caso como o segundo exemplo, o do


mercadinho ou do supermercado, ele não vai vender apenas produtos
monofásicos. Ele vai ter um faturamento maior, incluindo produtos que
não são do monofásico, como carne e cereais, e produtos que são do
monofásico, como bebidas e material de higiene, e você fará a
recuperação apenas quanto à parte que se refere ao monofásico (no
meu exemplo, esses produtos significavam 100 mil reais).

Daí, você vai ter o trabalho de, ao analisar o total do faturamento do


seu cliente, isolar quais produtos são do monofásico e quais não são.

É cansativo? É. Mas é um simples trabalho manual de leitura das notas


fiscais que pode ser vencido com um pouco de tempo e vai ser mais
que recompensado pelos honorários. Ou, se quiser agilizar, também
podem fazer uso de softwares específicos para identificar esses
produtos e valores.

Você pode fixar honorários de êxito de 20 a 30%. E estou falando de


êxito em uma tese que é praticamente certa e de recuperação
rápida: aproximadamente 60 dias.

“Mas, professora, eu ouvi dizer que o STF derrubou essa tese em


2020”.

87
Realmente, o STF, ao julgar o Tema 1050 da repercussão geral
reconhecida no RE 1.199.021, decidiu que “é constitucional o parágrafo
único do artigo 2o da Lei n. 10.147/2000, que veda aos contribuintes
optantes do Simples o benefício da alíquota zero pelo regime
monofásico do PIS/COFINS.”

E aí, quem simplesmente lê isso acha que a tese acabou, que o STF
entende que não se pode aplicar a alíquota zero de PIS/COFINS a
quem está no Simples, que não pode haver a segregação de receitas,
pela adoção deste sistema simplificado.

Calma aí. Essa decisão se refere à sistemática antiga do Simples.

Está tudo bem com a nova sistemática, dada pela Lei Complementar
123/2006, Lei Complementar 147/2014 e Lei Complementar 128/2008.
Esta última que prevê expressamente a segregação de receita.

E isso é reconhecido pacificamente pela Receita, vide Solução de


Consulta n. 173 - Cosit, de 2014, e Solução de Consulta n. 225 - Cosit,
de 2017.

Você ainda pode estar se perguntando: “Mas, professora, a recente


decisão do STJ sobre monofásicos, não seria limitadora desse
direito?"

A resposta é NÃO! Um belíssimo e gigante NÃO!

O STJ negou direito a crédito de monofásicos para a revenda de


produtos dessa natureza a empresas no Lucro Real, que pretendiam
aproveitar os créditos da não-cumulatividade a tais bens.

88
Novamente, quem simplesmente lê as manchetes publicadas nas
redes sociais e vê ali a referência "monofásicos", sem conhecer a tese
envolvida, acaba se equivocando e perdendo oportunidades de atuar
no tributário.

Quem não está participando do Treinamento Advogue no Tributário e


não tem esse conhecimento, simplesmente lê essas decisões e acha
que essa tese caiu. Ela não caiu. Está mais viva do que nunca.

Então, se essa recuperação está na lei e é aceita pela Receita, não será
necessário proceder com a via judicial, através de Mandado de
Segurança ou Ação Ordinária. Estamos diante de uma recuperação
administrativa.

Como é uma recuperação administrativa, temos algo cujo resultado é


muito rápido. Feito o pedido eletrônico de recuperação destes valores,
em média em 60 dias o dinheiro entra na conta corrente da empresa.
E aí, logo em seguida, você receberá seus honorários.

Por isso, você pode até mesmo deixar de fixar honorários contratuais
no início e arbitrar apenas honorários de êxito, de 20 a 30% em cima do
valor recuperado.

Use como argumentos para a prospecção do cliente os pontos


fortes desta recuperação administrativa: é algo rápido, de êxito
praticamente certo e que não demanda custas processuais.

“Ah, mas se essa recuperação é administrativa, o contador poderia


fazer. O empresário não irá querer me contratar”. Então… Se ele
poderia fazer, por que não fez antes? É claro que você não utilizará um
argumento forte assim, com o risco de criar uma inimizade. Mas mostre

89
ao empresário que você é um especialista em tributação, que tem
mais conhecimento e experiência que o contador nesta área, que ele
pode ser um excelente profissional e não é culpa dele não ter visto
isso, pois ele cuida de muitas operações e o tributário é um campo
muito complexo, exigindo um conhecimento muito específico.

Argumente de forma a se tornar indispensável, mas sem desmerecer


o contador, sem torná-lo um inimigo. Inclusive, essa é uma ótima
oportunidade para tornar o contador seu aliado para a prospecção de
outros clientes, pois ele deve ter outros clientes que estão no Simples
Nacional e vendem produtos monofásicos e vocês podem juntos fazer
a recuperação dos créditos destes.

“Mas será que o cliente e o seu contador não vão me roubar a tese?”
Não explique a tese para eles em detalhes, não explique como ela é
implementada, até porque este nível de detalhamento técnico, de
“Juridiquês”, pode afastar o interesse do cliente.

O que você deve demonstrar é seu conhecimento, sua autoridade,


além de mostrar que há uma oportunidade, qual o benefício
econômico dela e se há riscos ou não.

Assim, sem esses detalhes, fica difícil que “roubem” a tese de você,
porque não basta saber que uma tese existe, é necessário saber
aplicá-la. Agora, se você chegar no cliente e entregar todo o ouro, é
capaz, sim, de ele pegar todas as informações e entregar ao contador
dele ou a outro advogado.

E como essa tese vai ser aplicada?

90
Primeiro passo: Você irá no site da Receita Federal e, lá, entrará no
SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), onde encontrará a
“Tabela SPED 4.3.10”, que relaciona os produtos monofásicos (o nome
completo é Tabela Produtos sujeitos a alíquotas diferenciadas:
incidência monofásica e por pauta (bebidas frias) - CST 02 e 04).

Nessa tabela você encontrará o código do produto, a descrição, o


NCM (nomenclatura comum do Mercosul) e alíquotas de PIS e
COFINS.

A partir disso, vem a segunda etapa: você vai cruzar isso com a
Tabela TIPI.

E o que quer dizer isso? Por exemplo, você vai na Tabela SPED 4.3.10
e vê que é monofásico o produto de perfumaria do código 3303.00.
Então, você vai nesta Tabela TIPI e vê quais são estes produtos de
perfumaria, que seriam perfumes e águas-de-colônia. É como se ela
detalhasse os produtos que estão na Tabela SPED.

Para esse passo, você não precisa ainda do cliente e pode fazer até
mesmo antes de sair prospectando, para se familiarizar com quais são
os produtos monofásicos, para já ter esse conhecimento prévio.

Então, temos a terceira etapa: você vai pedir ao cliente a


documentação, a lista dos produtos que ele comercializa. Pode ser
que ele seja organizado e tenha uma lista simplificada de produtos que
ele comercializa, com os respectivos NCM.

E se ele não tiver? Peça os arquivos de notas fiscais, são arquivos xml,
que podem ser abertos no seu computador. No Curso Você

91
Tributarista, inclusive, temos um curso bônus ensinando a utilizar
esses arquivos.

E se ele não tiver esse arquivo ou você não souber como abri-lo? Você
pode pedir as próprias notas fiscais. Contudo, é um passo que não
recomendo muito, pois dará muito trabalho para você ler todas as
notas e identificar os produtos.

Quarto passo: verifique se o contribuinte não fez essa segregação


anteriormente. Pode ser que ele não saiba que o contador dele é bom
em tributação e já fez a segregação antes.

Peça o PGDAS do cliente, que é uma espécie de declaração da


arrecadação do Simples Nacional, e aí você vai verificar como foi o
cálculo de incidência do SIMPLES.

Quinta etapa: Então, você identificou que seu cliente vendeu produtos
no monofásico e que não fez a segregação? Ótimo, então agora é só
retificar a declaração dele no Simples, fazendo a devida
segregação, no próprio PGDAS.

O único problema aqui é que isso é demorado, já que tem que ser feito
manualmente, mês a mês, contemplando os últimos 60 meses (ou
seja, 05 anos, já que você não pode recuperar créditos anteriores, por
causa da prescrição), identificando quanto ele pagou a mais a cada
mês.

É trabalhoso? É. Mas você tem que focar no resultado, nos bons


honorários que isso aqui vai te render.

Com esse passo, você vai verificar exatamente quanto o seu cliente
tem a recuperar no total.

92
Sexto passo: Agora, você vai fazer o pedido de restituição. Para isso,
basta ir na página do Simples Nacional no site da Receita, ir no campo
“serviços disponíveis” e clicar na opção “pedido eletrônico de
restituição”. Selecione a opção “solicitar a restituição” e informar o
Período de Apuração (PA) em que houve o pagamento indevido ou em
montante superior ao devido. Por exemplo, janeiro de 2022.

E, veja, por isso as coisas têm uma ordem: como você já fez a
declaração retificadora, o sistema já tem registrado se você tem um
saldo a restituir ou não e qual é este saldo.

Você vai, então, informar os dados bancários do seu cliente, finalizar o


pedido eletrônico e, se não houver alguma dívida dele para
compensar (já que é possível haver a compensação automática), esse
dinheiro é depositado na conta dele em um prazo de 60 dias.

Excelente, não é?

Então, faça agora mesmo uma lista das empresas do Simples


Nacional perto de você, analise se elas vendem produtos no
monofásico e se prepare para fazer uma aproximação eficaz, marcar
uma reunião e conquistar esse cliente.

Viu quantas teses e oportunidades estão aí, bem ao seu alcance?


Então pare de procrastinar e comece a atuar agora mesmo!

93
1. O CURSO VOCÊ TRIBUTARISTA

O curso Você Tributarista é composto por um curso principal,


formado por 11 módulos de aulas previamente gravadas e
disponibilizadas para que o aluno possa assistir na plataforma Hotmart
via streaming, conforme cronograma previamente informado.

 O curso será atualizado durante seu período de acesso,


conforme novidades da lei e da jurisprudência.

 Você também terá acesso aos novos bônus que forem


implementados no futuro, durante seu período de acesso.

Seu acesso é enviado para seu e-mail, assim que seu pagamento for
confirmado.

 Assim que você entrar, que tal preencher nossa pesquisa de


boas-vindas? Ela serve para criarmos um curso cada vez melhor
para você.

O acesso do curso será automaticamente enviado para o e-mail que


você informou no momento da compra após a confirmação da
mesma

94
2. EMENTA DO CURSO

MÓDULO 01 - O MÉTODO “PENSAR TRIBUTÁRIO”

 1.1. Como funciona o método “Pensar Tributário”

 1.2. Identificação de oportunidades tributárias (como atuar no


contencioso e na consultoria tributária)

 1.3. Posicionamento do mercado e atendimento ao cliente

MÓDULO 02 - CONTRIBUIÇÕES SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS

 2.1. Não incidência de contribuições previdenciárias sobre verbas


indenizatórias

 2.2. Contribuições de terceiros (contribuição ao sistema S, INCRA,


SEBRAE, APEX, ABDI, salário educação) – a tese do limite da base
de cálculo a 20 salários mínimos.

95
 2.3. GILRAT - Revisão no enquadramento em um dos graus de
risco

 2.4.Controvérsias no lançamento do FAP

MÓDULO 03 - PIS E COFINS

 3.1. As bases de cálculo do PIS e da COFINS

 3.2. Exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS

 3.3. Exclusão do ISS e do PIS e COFINS da própria base

 3.4. Implicações na determinação do Lucro Presumido (IRPJ e


CSLL) e na CPRB

 3.5. Créditos decorrentes da não-cumulatividade e conceito de


insumos

MÓDULO 04 - SIMPLES NACIONAL

 4.1. O regime tributário do Simples Nacional

 4.2. Recuperação de créditos de PIS e COFINS de produtos


monofásicos

 4.3. Operacionalizando a recuperação de créditos de PIS e


COFINS de produtos monofásicos

96
MÓDULO 05 - ICMS

 5.1. ICMS nas transferências entre estabelecimentos do mesmo


titular

 5.2. Diferencial de alíquota (DIFAL) de ICMS e vendas a


consumidor final

 5.2.1. Decisão do STF sobre o Diferencial de Alíquota (DIFAL)

 5.3. Diferencial de alíquota (DIFAL) de ICMS e empresas no


Simples Nacional

 5.4. Recuperação de créditos de ICMS cobrado sobre


TUSD/TUST nas contas de energia elétrica

MÓDULO 06 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

 6.1. Espécies de planejamento tributário, seus fundamentos e os


cuidados a serem adotados

 6.2. Comparativos entre os regimes de tributação pelo Lucro


Real, Lucro Presumido e simples nacional

 6.3. Planejamento tributário para clínicas médicas

 6.4. Planejamento tributário para pessoas físicas

 6.5. Planejamento tributário mediante reorganizações societárias

97
MÓDULO 07 - PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO

 7.1. Noções sobre processo administrativo tributário

 7.2. Análise do Auto de Infração e matérias de defesa: principais


nulidades e decadência tributária

 7.3. Responsabilidade Tributária e PARR

 7.4. Recursos administrativos tributários

MÓDULO 08 - AÇÕES TRIBUTÁRIAS

 8.1. Critérios para escolha da medida judicial: Mandado de


Segurança ou Ação Ordinária

 8.2. Liminar: requisitos, provas e consequências de decisão


denegatória

 8.3. Recursos de Apelação e Agravo de Instrumento

 8.4. Embargos de Declaração e Recursos Especial e


Extraordinário

MÓDULO 09 - EXECUÇÃO FISCAL

 9.1. Análise da CDA

 9.2. A identificação de prescrição e de prescrição intercorrente e


Redirecionamento da execução fiscal e IDPJ

 9.3. Exceção de pré-executividade

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 9.4. Embargos à execução fiscal

MÓDULO 10 - OUTRAS CONTROVÉRSIAS TRIBUTÁRIAS

 10.1. Imunidade de ITBI na incorporação de bens de capital.

 10.2. Questões controversas quanto às bases de cálculo do


ITCMD, ITBI e ITR.

 10.3. Dedutibilidade do PAT das bases de IRPJ e CSLL

 10.4. Defesa em face de glosa unilateral de créditos de ICMS em


razão da guerra fiscal

 10.5. Não-cumulatividade, nota fiscal inidônea e boa-fé

 10.6. Subvenções para investimentos: não inclusão nas bases de


cálculo do IRPJ e CSLL

 10.7. Questões atuais de IPI

 10.8. Questões atuais de ISS - Materialidade, base de cálculo,


local do pagamento e retenção do ISS pelo tomador por falta de
cadastro

MÓDULO 11 - PERSE

 11.1 - Introdução ao Programa Emergencial de Retomada do


Setor de Eventos

 11.2 - Alíquota zero para IRPJ, CSLL, PIS e COFINS

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 11.3 - Transação tributária no âmbito do PERSE

* A ementa do curso está na plataforma de aulas e pode ser acessada


por você a qualquer momento, no módulo de boas-vindas (“Comece
por aqui”).

3. CRONOGRAMA DE LIBERAÇÃO DAS AULAS

As aulas são liberadas progressivamente, com um tempo entre elas,


para que você possa assistí-las com calma, sem precisar correr, e
assim possa aprender o máximo possível para aplicar os ensinamentos
para sua advocacia.

Além do mais, há uma sequência lógica e pedagógica na ordem dos


módulos. Não queime etapas.

 Módulo 01: O método “Pensar Tributário” - 22/08 (primeira


semana)

 Módulo 02: Contribuições sobre a folha de salários - 22/08


(primeira semana)

■ Acesso ao bônus do grupo do Telegram e ao bônus

Cara a cara com o Tributário - primeira semana.

 Módulo 03: PIS e COFINS - 29/08 (segunda semana)

■ Acesso aos bônus Mentoria de tributário mensal em

grupo e bônus Mentoria de Marketing mensal em grupo


- segunda semana.

 Módulo 04: Simples Nacional - 05/09 (terceira semana)

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■ Acesso aos bônus curso de Marketing para advogados,

curso de Contabilidade para Tributaristas, Hot Seat


Campo de Batalha, Workshop de precificação de
Honorários e Banco de petições - terceira semana.

 Módulo 05: ICMS - 12/09 (quarta semana)

 Módulo 06: Planejamento Tributário - 12/09 (quarta semana)

 Módulo 07: Processo Administrativo Tributário - 19/09 (quinta


semana)

 Módulo 08: Ações Tributárias - 19/09 (quinta semana)

 Módulo 09: Execução Fiscal - 19/09 (quinta semana)

 Módulo 10: Outras Controvérsias Tributárias - 26/09 (sexta


semana)

 Módulo 11: PERSE - 26/09 (sexta semana)

Nos comprometemos a fazer o máximo para manter o calendário


proposto, mas ele pode ser alterado por casos de força maior ou caso
fortuito, ou ainda por necessidades acadêmicas não previstas. Neste
caso, vamos informar as novas datas através da disponibilização de
novo cronograma na plataforma virtual de ensino/área do aluno.

* O cronograma está na plataforma de aulas e pode ser acessado por


você a qualquer momento, no módulo de boas-vindas (“Comece por
aqui”).

101
4. BÔNUS DO CURSO

Além do curso principal, ministrado pela professora Fabiana Tomé, o


“Você Tributarista” possui NOVE bônus gratuitos:

 (1) Mentorias de Tributário em grupo, ao vivo, na frequência de


uma mentoria mensal (12 encontros no ano), na plataforma
Google Meet ou similar, com a professora Fabiana Tomé;

 (2) Acesso à “comunidade exclusiva no Telegram” pelo período


de vigência de acesso ao Curso.

 (3) Curso “Marketing para advogados”, de 12h-aula, com aulas


previamente gravadas pelo professor Luiz Felipe Pinheiro Neto;

 (4) Mentorias de Marketing em grupo, ao vivo, na frequência de


uma mentoria mensal (12 encontros no ano), na plataforma
Google Meet ou similar, com o professor Luiz Felipe Pinheiro
Neto;

 (5) Curso “Contabilidade para tributaristas: Documentos e


livros fiscais no SPED”, de 4h-aula, com aulas previamente
gravadas pelo professor Caio Augusto Takano;

 (6) Banco de modelos de petição;

 (7) Banco de jurisprudência tributária, construído


colaborativamente com os alunos, reunindo jurisprudência de
todo o país;

 (8) Workshop “Como precificar e cobrar seus honorários”, com


aula previamente gravada pela professora Fabiana del Padre
Tomé;

 (9) Hot Seat Campo de Batalha, debates mensais entre os


alunos, sobre temas específicos, capitaneados por alunos que
tenham conhecimento mais aprofundado, teórico e prático;

 (10) Aulas especiais - “Cara a Cara com o Tributário”, com


convidados.

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5. PERÍODO DE ACESSO

Você poderá acessar o curso pelo período de 12 (doze) meses, a


contar da disponibilização da última aula na plataforma de aulas.

6. FORMAS DE ACESSO À PLATAFORMA DE


AULAS

As aulas gravadas serão disponibilizadas para acesso na Plataforma


Hotmart, online.

 Você poderá assistir às aulas em seu computador, tablet ou


celular - e até mesmo na televisão!

 Verifique sempre se está com uma boa conexão de internet.

 Você não precisará baixar as aulas para assistí-las, já que elas


estarão disponíveis via streaming na plataforma, como se fosse
a Netflix.

 Você poderá baixar o aplicativo da Hotmart nas Smart TVs mais


recentes, para assistir às aulas no conforto de sua televisão.

Você também pode acessar o curso através do aplicativo Hotmart


Sparkle, no seu celular ou no seu tablet, e inclusive pode assistir às
aulas mesmo off-line através deste aplicativo.

103
7. MENTORIAS MENSAIS EM GRUPO

O aluno terá acesso a mentorias de tributário em grupo com a


professora Fabiana, ao vivo e mensais, durante o período de acesso
ao curso, para que possam discutir casos práticos e novidades da
jurisprudência, tirar dúvidas de aulas e dividir experiências
profissionais.

 As mentorias serão realizadas pela plataforma Google Meet.

 Normalmente, elas ocorrerão ao vivo no último sábado de cada


mês, das 9h às 12h, mas as datas poderão ser alteradas de
acordo com feriados ou algum imprevisto e serão sempre
informadas com antecedência, pelo suporte.

 O aluno receberá um e-mail informando a data da mentoria e, no


dia da mentoria, o link de acesso à sala do Google Meet. Os
avisos e link, além de informados por e-mail, também serão
disponibilizados na plataforma de aulas.

104
 O link só é liberado na manhã da mentoria por questões de
segurança.

 Você poderá entrar na sala do Google Meet através da sua conta


do Google/Gmail ou outra conta de e-mail que está cadastrada
no Google e você vai aparecer na sala com o nome da conta. Não
quer entrar na sala do Meet com essa conta ou quer trocar o
nome? Então, clique no botão no canto superior direito na sala
de espera, em “alterar conta”.

 Em até 48h depois da mentoria, será disponibilizada sua


gravação na plataforma de aulas para você assistir quando
quiser.

 Além da mentoria de tributário, os alunos do Você Tributarista


tem acesso a outros dois encontros mensais ao vivo: a
mentoria de marketing com o professor Luiz Pinheiro e o Hot
Seat Campo de Batalha.

 Na mentoria mensal de marketing, o professor Luiz discutirá


com vocês as mais recentes novidades do marketing jurídico,

105
traçará estratégias na prática, fornecerá insights, tirará dúvidas e
analisará sites e perfis nas redes sociais.

 Em cada encontro do Hot Seat Campo de Batalha, os alunos


discutirão de forma aprofundada um tema que está em
evidência e fará a diferença na sua advocacia. Como fazer o
cálculo daquela ação? Que documentos eu junto? E se o órgão
não me fornecer o documento? Essas e outras perguntas serão
respondidas por advogados de todo o país, com anos de
experiência na advocacia e em outras áreas como a
contabilidade, um verdadeiro time de faixas-pretas do Você
Tributarista.

8. GRUPO DO TELEGRAM

O aluno terá acesso a um grupo de Telegram, durante o período de


acesso ao curso, onde poderá discutir com seus colegas sobre
questões de direito e seus casos concretos e fazer networking e
parcerias.

 O link do grupo de Telegram está na plataforma de aulas, no


módulo bônus: canal do Telegram.Veja na imagem abaixo como
acessar o grupo.

106
Para poder fazer parte desta comunidade, você precisa baixar o
aplicativo do Telegram no seu celular e/ou no seu computador.

 Observamos que o grupo é feito principalmente para contato


entre os alunos, não sendo um dos canais oficiais de suporte
(veja o próximo tópico).

107
9. CANAIS DE SUPORTE

O aluno poderá tirar dúvidas com a professora Fabiana na área de


comentários de cada aula disponibilizada na plataforma de aulas,
além das mentorias em grupo, mensais e ao vivo.

Então, quando você estiver assistindo a uma aula, logo abaixo do


player do vídeo há um arquivo em pdf com os slides para você baixar
e, embaixo deste arquivo, a área de comentários, onde você pode
deixar sua dúvida. É só rolar a barrinha do navegador para baixo.

Quando a professora Fabiana responder ao seu comentário, você vai


receber uma notificação na plataforma de aulas. É só conferir o sininho
que fica lá no alto da página, à esquerda. Ah, aproveite para ler as
dúvidas de seus colegas, você vai aprender bastante lá.

Para manter a qualidade das respostas, as dúvidas jurídicas são tiradas


pela própria professora Fabiana. Então, pode ser que demore mais de
24h para ela responder, especialmente se você fizer sua pergunta em
um final de semana ou feriado, mas não se preocupe que ela será
respondida de forma clara e completa o mais brevemente possível.

108
Para dúvidas a respeito de acesso à plataforma e questões
operacionais e financeiras, o aluno poderá entrar em contato com a
equipe de suporte através do e-mail suporte@fabianatome.com.br.

10. BANCO DE MODELOS E OUTROS MATERIAIS


DISPONIBILIZADOS

Um dos bônus aos quais o aluno terá acesso é o banco de modelos,


com vários modelos de petições, procuração e contratos de
honorários.

Além disto, os alunos também têm acesso aos slides e e-books de


todas as edições anteriores (e da atual) do Treinamento Advogue no
Tributário e dos meus outros eventos ao vivo, além de uma lista de
sugestões e recomendações de livros de várias áreas, com links de
editoras e lojas on-line para quem quiser adquirí-los.

E além da disponibilização das aulas previamente gravadas por


streaming, também serão disponibilizadas gravações das mentorias
mensais e os slides utilizados pela professora Fabiana, em PDF.

Então, quando você estiver assistindo a uma aula, logo abaixo do


player do vídeo há um arquivo em pdf com os slides para você baixar.
Basta clicar nele. Veja a imagem logo abaixo.

109
11. OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES

Assista quantas vezes quiser

 Não há limites de visualização das aulas, que podem ser revistas


quantas vezes o aluno quiser, dentro do período de acesso à
plataforma.

 Ou seja, mesmo que você clique em “marcar como concluída” na


aula, ainda poderá revê-la. Sugerimos que marque a conclusão
da aula para fazer o controle do que já viu e do que falta ver.

110
Player de vídeos

 Você não precisará baixar as aulas. A plataforma Hotmart tem um


excelente player de vídeos e você poderá assistir às aulas
através de streaming, como no Netflix.

 As aulas são gravadas em HD, mas se sua conexão da internet


estiver ruim (vamos imaginar, em uma noite chuvosa ou em uma
viagem), você pode alterar a qualidade do vídeo para vê-las sem
interrupções (clique na engrenagem no campo superior direito
do vídeo).

 Você pode ativar legendas automáticas no player. É só clicar em


“CC”, no canto inferior direito do vídeo. Quer desativá-las? É só
clicar novamente.

 Quer ver a aula mais rápido? Não tem problema, você pode
alterar a velocidade de reprodução e vê-la em até 2x (clique na
engrenagem no campo superior direito do vídeo).

 Ih, o vídeo travou? Às vezes, a sua conexão de internet ou alguma


configuração do computador não ajudam. O que fazer? É só
atualizar o navegador. O vídeo voltará a tocar a partir do ponto
em que se encontrava.

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Sigilo das informações

 Todas as informações prestadas na inscrição ou para acessar a


plataforma de aulas é sigilosa e criptografada e todas as
comunicações do aluno com a professora e a equipe de suporte
são protegidas pela LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados.

Emissão de notas fiscais e certificado de conclusão de curso

 Emitimos notas fiscais em 16 dias a contar da realização da


compra, através da empresa CEATRI – Centro de Estudos e
Aperfeiçoamento Tributário (CEATRI Cursos LTDA).

 Emitiremos certificado de conclusão dos cursos “Você


Tributarista”, “Contabilidade para tributaristas: Documentos e
livros fiscais no SPED” e “Marketing para Advogados” até 30 dias
após a conclusão das aulas dos três cursos.

 Faça a solicitação do certificado de conclusão ao suporte através


do e-mail (suporte@fabianatome.com.br) quando concluir suas
aulas.

 Os certificados serão assinados pela coordenadora acadêmica


da CEATRI – Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Tributário
(CEATRI Cursos LTDA), a professora Fabiana Del Padre Tomé.

Contrato do curso

 Quer ter acesso ao contrato do curso? É só mandar e-mail para


o suporte@fabianatome.com.br.

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Antes de me despedir, gostaria de convidar você a me
acompanhar nas minhas redes.

Vai lá no meu instagram, “@prof.fabianatome” e se inscreva.


Todos os dias eu posto conteúdo gratuito para que você tenha a
prática e a segurança para atuar no Direito Tributário.

No Youtube, você vai encontrar o canal “Fabiana Del Padre


Tomé”, com aulas ao vivo todas as semanas e outras lives especiais.
Se inscreva e ative o sininho.

Você pode ainda me encontrar no meu Canal do Telegram, o


@direito_tributário_na_prática, que é hoje um dos maiores canais do
Telegram de Direito Tributário. Nele, eu aprofundo temas das lives,
mando e-books e outros materiais exclusivos, decisões,
jurisprudência, notícias quentíssimas e muito mais.

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