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INVENTÁRIOS

E DIVÓRCIOS
EXTRAJUDICIAIS
ASPECTOS PRÁTICOS E POLÊMICOS

Grupo de Estudos de Empresas Familiares –


GEEF/ GVLaw/ FGV Direito SP

Por PRISCILA AGAPITO


Tabeliã
13/03/18
REGRAS DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
por Priscila Agapito

Ordem Herdeiro Quem são / Regras


1º DESCENDENTES
Filhos,
*sozinho – art. 1829 I- ou Netos,
Bisnetos,
* com concorrência do etc.
- Cônjuge/Companheiro *sem limite de graus
(dependendo do regime de bens) – art.1832 * recebem por cabeça (concorrendo no
(Concorrência apenas sobre os bens mesmo grau), ou por estirpe (direito de
particulares nos regimes da representação de herdeiro pré-morto)
comunhão parcial, da participação *quota do cônjuge/companheiro
final nos aquestos e separação concorrente: igual ao dos filhos, com
convencional) garantia de ¼ se forem comuns ao autor
(companheiro por dec. de inconst. do 1790) da herança


ASCENDENTES Pais,
* Sozinho – art. 1829 II- ou Mães,
Avós,
* com concorrência do Bisavós, etc.
Cônjuge/Companheiro *sem limite de graus
(em qualquer regime de bens e sobre *quota do cônj/comp concorrente: 1/3 da
toda a herança) art.1837 herança se concorrer com ascendente de
(companheiro por dec. de inconst. do 1790) 1º grau ou ½ da herança se houver um
só ascendente, ou se maior o grau

Art.1831:
3º CÔNJUGE ou COMPANHEIRO Não pode estar separado judicialmente
SOBREVIVENTE ou sep.de fato há mais de 2 anos (salvo
(em qualquer regime de bens) se provada a culpa do cônjuge falecido –
*Art. 1829, III e art. 1838 na sep. de fato)
(companheiro por dec. de inconst. do 1790) *Direito de habitação (art. 1.830)

4º COLATERAIS (ATÉ O 4º GRAU) Irmãos, (2º)


*Sozinho – art. 1829 IV Tios, (3º)
Sobrinhos, (3º)
*os mais próximos Primos Irmãos (4º)
excluem os mais remotos Sobrinhos Netos (4º)
Tios-Avós (4º)
(art.1839 a 1843)

5º HERANÇA VACANTE Art. 1844 -Município ou DF

* Os herdeiros de 1 a 3 são considerados NECESSÁRIOS e têm garantida a legítima, que


corresponde à metade do patrimônio ou do doador ou do testador. Assim sendo, o
testador / doador só pode dispor da TOTALIDADE do seu patrimônio individual se não
possuir descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro. Se possuir, só pode dispor
livremente de metade (chamada parte disponível), atribuindo, se desejar, bens para o
pagamento da legítima de seus necessários.
Lei 11.441/07:
Alterou os seguintes artigos do C.P.C.:
-  982 (inventário e partilha por escritura)-
atual 610.
-  1031 (partilha judicial)
-  1.124-A (foi incluído: previu separação e
divórcio consensual por escritura pública) *
par 1º: não depende de homologação; par
2º: necessidade de advogado - atual 733
-  e par.3º: gratuidade para os pobres – (não
reproduzido).

Objetivo da Lei:

§  Desburocratização
§  Desafogamento do Poder Judiciário
§  Maior comodidade para as partes
§  Maior agilidade para as partes
§  Exata noção para as partes do prazo para o início
e término de um inventário.
•  Há uma tendência mundial de transferência para
os Serviços Extrajudiciais das questões não
litigiosas.
•  O tabelião já era muito íntimo das questões de
direito de família , obrigações e das sucessões
Extrajudicialmente pelo mundo

Código Civil Francês;


Código Civil Português;
Código Civil Espanhol;
Código Civil Argentino;
Código Civil Suíço;
Código Civil Paraguaio;
Código Civil Peruano,
Código Civil Japonês e
Código Civil Italiano. (págs.53 e 54 do Livro Novo de
Zeno Veloso).

Regras:
Foram mantidas todas as mesmas regras e
requisitos para, divórcio e inventário. A lei é
processual, no direito material, nada mudou.

A mudança ocorreu no momento da
formalização da vontade, que agora se dá
perante outro profissional do direito, que não o
juiz, mas sim, o tabelião de notas.
NORMATIZAÇÃO
§  Em 05 de fevereiro de 2007 foram definidas as
conclusões do grupo de estudos de São Paulo,
(Estado), composto pela CGJ/SP, Corregedorias
Permanentes do extrajudicial, MP, OAB, Defensoria
Pública e Notários.
§  Em 24 de abril de 2007, o CNJ baixou uma resolução,
normatizando o procedimento em todo o país. (res.
35/07).
§  Em 19 de dezembro de 2007 foi publicado o
provimento 33/07, que alterou as normas de Notas
(Cap. XIV), acrescentando os itens 91 a 154.2.
§  Em dezembro de 2012 foi publicado o Provimento 40
da CGJ/SP que consolidou as normas dos tabelionatos
de notas paulistas.
§  Novo CPC: Lei 13.105 de 2015.
PRESSUPOSTOS:
* Todas as partes maiores e capazes
+ herdeiros concordes entre si.

PARA INVENTÁRIO:
+ Inexistência de testamento (Não é
absoluto!)

PARA SEP/ DIVÓRCIO:
Não haver filhos menores (não é absoluto!)
Presença do advogado (Inv/Div):

§  Continua indispensável.
§  Figura como assistente jurídico das partes (mas não
pode mais ser assim adjetivado)
§  Pode ser advogado comum
§  Pode ser uma das partes
§  Procuração apud acta
§  A falta do advogado fulmina de nulidade o ato.

* Muito diferente do papel do tabelião, posto que este
fiscaliza a sobreposição da vontade das partes à lei, é
imparcial. O advogado busca o interesse de seu
cliente.
Generalidades (Inv e Div):
§  É livre a escolha do tabelião de notas, não há regra de
competência (art. 1. resol.35/07 CNJ e item 75 normas
de SP);

§  Não é procedimento obrigatório, as partes podem


preferir a via judicial (art.2 e item 76 normas);

§  Não há necessidade de homologação judicial (art. 3
res. 35/07 CNJ e item 77.1 das normas SP);

§  Gratuito para quem se declarar pobre? (em qualquer


escritura desta lei); - art.6 e item 79 normas- NÃO
MAIS!
•  Tabelião não pode indicar advogado e não pode
haver o advogado de “porta de cartório” –
mencionar decisão sobre pleito da OAB (Proc. CGJ/
SP 2008/13657) – advogado dativo/defensor –
art.9 Res CNJ

•  Partes podem ser representadas por procuração


(art.12 Res e Item106 das normas. No item 88
normas há prazo de 30 dias pra sep/div, ou 90 dias
se lavrada no exterior)- INSTRUMENTO PÚBLICO

•  Vedada a acumulação da função de procurador e
advogado das partes (art.12 Res. e item 88.2) – na
sep e divórcio (NÃO MAIS – vide quadro seguinte)
Pedido de Providências nº 0000227-63.2013.2.00.0000
Relator: Conselheiro Guilherme Calmon Nogueira da Gama
Requerente: Associação dos Advogados de São Paulo
Requerido: Conselho Nacional de Justiça
Interessado: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
RELATÓRIO
1. Trata-se de Pedido de Providências (PP) instaurado pela Associação dos
Advogados de São Paulo (AASP), requerendo a revisão da redação dada ao artigo
12 da Resolução nº 35 deste Conselho, a qual disciplina a aplicação da Lei nº
11.441/07 pelos serviços notariais e de registro. (...)

12. Diante do quadro acima retratado, a hipótese é de acolhimento do pedido de
providências formulado pela Associação dos Advogados de São Paulo e, para
tanto, deve ser retirada a restrição contida na parte final do art. 12, da Resolução n.
35. 13. Ante o exposto, julgo procedente o pedido de providências para o fim de
alterar parcialmente a regra do art. 12, da Resolução n. 35, de 24.04.2007 (com as
alterações já feitas pela Resolução n. 120/10) que, desse modo, deverá ser a
seguinte:
“….
Art. 12. Admitem-se inventário e partilha extrajudiciais com viúvo(a) ou herdeiro(s)
capazes, inclusive por emancipação, representado(s) por procuração formalizada
por instrumento público com poderes especiais….”
DO INVENTÁRIO
Para saber se há testamento:
§  Consulta ao RCT-O, módulo da CENSEC, no site
www.censec.org.br.
§  Consulta obrigatória. É exigida para partilhas
judiciais e extrajudiciais a certidão de inexistência de
testamentos deixados pelo autor da herança,
expedida pela CENSEC, por força do art. 2 do
Provimento 56 do CNJ
§  Necessário juntar a certidão de óbito e cópia do RG/
CPF do falecido.
§  Valor de R$64,84

Partes na Escritura
§  Viúvo (a) supérstite
§  Herdeiros
§  Cônjuges dos herdeiros apenas se na escritura
houver renúncia ou cessão (a não ser que sejam
casados pelo regime da separação absoluta de
bens – art.17 Res. CNJ)
§  Companheiro (a) pode ser parte (necessita ser
judicial se o companheiro nao deixar outro
sucessor ou não houver consenso entre todos os
herdeiros, inclusive quanto ao reconhecimento da
união estável. (art.18 Res e item 112 normas). Pode
reconhecer a meação do companheiro.
Procedimento Facultativo

§  Hoje existe o art 2 da Res. 35/07 e o item 76 das


normas que reza:

É facultada às partes interessadas a opção pela via
judicial ou extrajudicial

Estando em trâmite o inventário JUDICIAL, as
partes podem :
§  Desistir da ação ou
§  Pedir a suspensão por 30 dias.
Procedimento Facultativo
Tabelionato de Notas. Separação. Divórcio. Inventário.
Partilha. Via administrativa.
TABELIONATO DE NOTAS - Possibilidade da realização de separações,
divórcios, inventários e partilhas na esfera administrativa não impede a opção
pela via judicial - Entendimento já consolidado nesta Corregedoria Geral da
Justiça (Conclusões n° "1.1" e "1.2" do Grupo de Estudos instituído pela Portaria
CG n° 01/2007 e ainda o Comunicado nº 236/2007) - O mesmo entendimento
também se consolidou no Conselho Nacional de Justiça (art. 2º da Resolução n°
35/2007, bem como decisão proferida no Pedido de Providências n° 1413/2007) -
Conveniência da publicação no DOE desta última decisão, na íntegra, para
conhecimento dos MM. Juízes, em razão da menção à possibilidade de
"abertura de processo disciplinar contra magistrados, por descumprimento de
seus deveres funcionais”. PROCESSO CGJ - DATA JULGAMENTO:06/08/2007
FONTE26.081/2007 LOCALIDADE: São Paulo
Relator: Roberto Maia Filho - Legislação: Art. 3º da Lei nº 11.441/07; art. 155, II, do
Código de Processo Civil; entre outras.

Nomeação de Inventariante
§  No inventário é obrigatória a nomeação de inventariante
extrajudicial. (art.11 e item 105)

§  Sem necessidade de seguir a ordem prevista no antigo art. 990


do CPC, atual 617, mas a decisão deve ser unânime entre as
partes.

§  Pode também haver uma escritura prévia e autônoma, apenas


para essa nomeação (para fins de se arrolarem os documentos
necessários, recolher tributos, cumprir obrigações do espólio,
conseguir extratos de banco, p.ex.)

§  Prov. 55/2016 CGJ/SP: acresceu os subitens 105.2 ( a nomeação
de inv. Será considerada o termo inicial do proc. De inv.
Extrajudicial e 105.3: para a lavratura da esc. Será obrigatória a a
apresentação dos documentos previstos no item 114.
§  O preço é cobrado pela tabela de emolumentos já
existente.
§  No inventário exclui-se o valor da meação
(precedente do CG 179/2007) e item 78.3
§  Escrituras servem como título hábil perante: R.I´s,
RCPJ´s, DETRAN, JUCESP, Instituições financeiras,
cias. Telefônicas, etc.)
§  É possível retificar-se (art.13) inventário judicial, ou
feito em outro tabelionato.
§  Do mesmo modo, é possível sobrepartilhar bem(ns)
cujo inventário original foi judicial (art.24 Res)
INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
Pressupostos: (Revisando)
•  Herdeiros maiores e capazes (emancipado pode)
(art. 12 Res.)
•  Situações em que não haja litígio, deve ser
consensual
•  O falecido não pode ter deixado testamento
(depende)
•  Se houver companheiro (a), pode fazer por
escritura, desde que os herdeiros reconheçam a
união estável , não pode ser o único herdeiro– não
é necessária escritura prévia (art. 18 Res. e item 113 normas)
•  A lei se aplica a óbitos anteriores a ela (art. 30Res. e item
127 normas)
•  Proibido para bens localizados no estrangeiro. (art.
29 Res. e item 126 normas)
UNIÃO ESTÁVEL - FORMAL DE PARTILHA - FORMALIZAÇÃO
POR ESCRITURA PÚBLICA - SITUAÇÃO DE FATO.

1VRPSP - PROCESSO: 1101111-45.2016.8.26.0100


LOCALIDADE: São Paulo DATA DE JULGAMENTO: 10/04/2017
DATA DJ: 20/04/2017
UNIDADE: 8
RELATOR: Tânia Mara Ahualli
LEI: CC2002 - Código Civil de 2002 - 10.406/2002 ART: 1.725

ESPECIALIDADES: Registro de Imóveis


Dúvida - registro de imóveis – união estável – situação de fato –
inexigibilidade de averbação de escritura pública declaratória da
união – para constar no registro, exige-se apenas declaração
simples da situação dos companheiros – não havendo
manifestação, presume-se o regime legal de bens – Art. 1.725 CC –
necessidade, apenas, de procedimentos simples para evitar fraude
ou incompatibilidade – observações – parcial procedência
Ordem de Vocação Hereditária
do tempo da Morte
§  Para óbitos ocorridos até 11 de janeiro
de 2003, aplicam-se as regras do
Código Civil antigo.

§  Para os óbitos ocorridos a partir de 11
de janeiro de 2003, as regras do Novo
Código Civil
Inventário com testamento
caduco / revogado / inválido:
É possível a lavratura de escritura de inventário e
partilha nos casos de testamento REVOGADO,
CADUCO ou QUANDO HOUVER DECISÃO
JUDICIAL, com trânsito em julgado, declarando
a INVALIDADE DO TESTAMENTO.

Sendo a caducidade do testamento manifesta, o
tabeliao pode lavrar o inventário. Decisão 1a.
Vara de Registros Públicos.

Há provimentos similares em RJ/PB/BA/GO/MS.
TESTAMENTO COM CADUCIDADE MANIFESTA:
Pode-se lavrar o inventário!
EMENTA NÃO OFICIAL. É possível a lavratura de escritura pública de
inventário e partilha nos casos de testamento revogado ou caduco ou
quando houver decisão judicial, com trânsito em julgado, declarando a
invalidade do testamento. Não restando clara a ocorrência de
caducidade do testamento, as cláusulas deverão ser revistas em juízo e a
Corregedoria Permanente não detém competência para examinar o
conteúdo do ato de disposição de última vontade, bem como a ausência
de justificativa para a imposição da cláusula de incomunicabilidade aos
herdeiros.

1VRPSP > PROCESSO: 1105541-74.2015.8.26.0100 LOCALIDADE: São
Paulo CIRC.: 10 DATA JULGAMENTO: 17/02/2016 DATA DJ: 22/02/2016
Relator: Tânia Mara Ahualli
Legislação: CC2002 - Código Civil de 2002 | 10.406/2002, ART: 1848, 2042
Processo 1105541-74.2015.8.26.0100 - Dúvida - Registro de Imóveis -
Monica Moura Foz e outro

Evolução Jurisprudencial
INVENTÁRIO COM
TESTAMENTO VÁLIDO
§  27/05/2010: Processo 100.10.005543-4 2a. Vara de RP da capital,
Dr Marcio Martins Bonilha: proíbe.
§  14/02/14: Processo 0072828-34-2013 da 2a. Vara de RP da capital
de SP, Dra. Tatiana Magosso, publicada em 29/05/14 : autoriza
§  11/04/14: Processo 0006385-67-2014, 2a. Vara de RP da capital,
Dr Marcelo Benacchio, Ped. Providências – 7o. TN): proíbe
§  18/07/14: Processo 2014/62010. Em recurso àquela decisão, a
CGJ/SP sedimentou o entendimento de que NÃO pode
realmente ser lavrado (slide a seguir,)
§  17/06/16: edição do Provimento 37/16 que AUTORIZA O
INVENTÁRIO COM TESTAMENTO e altera as normas da CGJ/SP.
Provimento CGJ nº 37/2016
Altera o item 129, do Capítulo XIV, das NSCGJ, incluindo subitens.
O DESEMBARGADOR MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS, CORREGEDOR GERAL DA
JUSTIÇA, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS,
CONSIDERANDO a necessidade de aperfeiçoamento do texto da normatização
administrativa; CONSIDERANDO o exposto, sugerido e decidido nos autos do processo n.º
2016/00052695; RESOLVE:
Artigo 1º – Dar nova redação ao item 129 e subitens, do Capítulo XIV, das NSCGJ, nos termos
que seguem:
129. Diante da expressa autorização do juízo sucessório competente, nos autos do
procedimento de abertura e cumprimento de testamento, sendo todos os interessados capazes
e concordes, poderão ser feitos o inventário e a partilha por escritura pública, que constituirá
título hábil para o registro imobiliário.
129.1. Poderão ser feitos o inventário e a partilha por escritura pública, também, nos casos de
testamento revogado ou caduco, ou quando houver decisão judicial, com trânsito em julgado,
declarando a invalidade do testamento, observadas a capacidade e a concordância dos
herdeiros.
129.2. Nas hipóteses do subitem 129.1, o Tabelião de Notas solicitará, previamente, a certidão
do testamento e, constatada a existência de disposição reconhecendo filho ou qualquer outra
declaração irrevogável, a lavratura de escritura pública de inventário e partilha ficará vedada, e
o inventário far-se-á judicialmente.
Artigo 2º – Este provimento entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições contrárias.
São Paulo, 17 de junho de 2016. (a) MANOEL DE QUEIROZ PEREIRA CALÇAS
Corregedor Geral da Justiça (DJe de 28.06.2016 – SP)
Outros Estados que já possuem
provimentos autorizando inventário
com testamento:
§  RJ, Código de Normas da CGJ, art. 297, parágrafo 1.

§  PB, Código de Normas da CGJ, art. 310

§  MS, Prov.165/17 CGJ, art. 1o.

§  GO, Prov. 24/2017 CGJ, art. 1o.

§  BA, art.186 Código de Normas

§  CE, Prov. 18/17 CGJ/SP

§  SC, Prov. 18/2017 CGJ


Procedimento no Inventário:
1.  Partes (pessoalmente ou por representante)
procuram seu advogado para tirarem dúvidas),
discutem o caso, aparam as arestas, fazem
análise contábil e definem o plano de partilha
2.  Advogado calcula o ITCMD e se houver, outros
impostos (excesso / cessão quinhão).
www.fazenda.sp.gov.br .
2.1. Se houver testamento, necessária a ação
judicial de registro
3. Elegem e procuram um tabelião de notas
livremente – não precisa ser o do endereço
das partes ou situação dos imóveis. Explicar
sobre registrar e lavrar.

4. Tabelião analisa o caso, vê se estão presentes os
requisitos de validade do negócio e ausência dos
defeitos do negócio jurídico.

5. Confere o cálculo dos impostos

6. Partes recolhem os impostos (ITCMD/outros)

7. Tabelião prepara a minuta e submete à apreciação das
partes e advogado

8.Não existe mais a homologação perante a Fazenda
Estadual.
9. Estando tudo em termos todos assinam a escritura
perante o tabelião. Ato uno.

10. O traslado da escritura deve ser encaminhado aos
órgãos competentes para as transferências de
titularidade (Registros de Imóveis, bancos,
D E T R A N , e t c . ) N Ã O N E C E S S I T A D E
HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL!

* Quando houver valor venal de referência, esse
deverá ser considerado para tributos, escritura e
registro (sempre o que for maior, ou o venal, ou o
de referência, ou o atribuído pelas partes).

Terminologia Correta

O tabelião lavra uma escritura pública, ou seja, formaliza o


contrato entre as partes com forma pública e com todos os
atributos já mencionados. O instrumento particular, depois de
feito ou pelas próprias partes, ou por seu advogado, pode ser
registrado no registro público (aqui o Registro de Títulos e
Documentos), o que todavia, não lhe revestirá da forma
pública, apenas lhe trará efeitos de publicidade erga omnes. É
bastante comum que as partes "reconheçam firma" perante
um tabelião de notas em seus instrumentos particulares. Isto
também não revestirá o documento da forma pública, este
apenas receberá um aval do tabelião acerca da semelhança ou
autenticidade da assinatura aposta naquele contrato.

Documentos Necessários para o
Inventário: (art. 22 Res. e
item 117 normas)
§  Certidão de óbito do autor da herança
§  Cédula de identidade e número de C.P.F. das
partes e do “de cujus”
§  Prova do vínculo de parentesco dos herdeiros
(cert. Nasc, RG, cert. Cas., etc)
§  Certidão de casamento do cônjuge
sobrevivente, se houver e dos herdeiros
casados e seus pactos antenupciais (s/h)
§  Certidão de propriedade dos bens imóveis (cert. Matrícula)
atualizada – 30 dias.
§  Certidão de valor venal (ano do óbito ou seguinte)
§  Certidão negativa de débitos de tributos imobiliários
atualizada;
§  Documento comprovante da titularidade dos bens móveis e
direitos, s/h
§  Certidão negativa conjunta da Receita Federal e PGFN
(www.receita.fazenda.gov.br)
§  Certidão de inexistência de testamento expedida pelo
Colégio Notarial de SP (www.cnbsp.org.br)
§  CCIR e prova de quitação do ITR dos últimos cinco anos, se
imóvel rural).
§  Consultar Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT-
Recomendação 03/12 CNJ) no link: www.tst.jus.br/certidao
Credores, Ônus e Débitos

§  Credores: a Existência de credores não impede a


lavratura da escritura.(art.27 Res.)

§  Ônus incidentes sobre os imóveis não constituem
impedimento para a lavratura da escritura (item 115.1)

§  Débitos tributários municipais e da receita federal


(certidões positivas fiscais municipais ou federais)
impedem a lavratura da escritura pública. (item 115.2)

§  Consultar Central de indisponibilidades (por garantia)


no link: www.indisponibilidade.org.br (só para notários)
Apresentação e Arquivamento

§  Os documentos apresentados devem ser em


originais ou em cópias autenticadas, salvo os
de identidade das partes, que serão sempre
originais (art.23 Res. e item 118 normas)
§  Os documentos apresentados, serão
arquivados em classificador próprio de
documentos de escrituras públicas de
inventário e partilha, com índice.)
Cláusulas do Inventário:

§  Qualificação dos herdeiros e “de cujus” e


advogado
§  Descrição dos Bens (Imóveis ou Móveis)
§  Existência ou não de débitos e obrigações do
espólio
§  Nomeação de representante do espólio /
inventariante extrajudicial (não precisa seguir
a ordem do 617 CPC) – art. 11 e item 105 das
normas
§  Nomeação pode ser autônoma (escritura de
“abertura de inventário”)
§  Partilha e pagamento dos quinhões.
São admitidos:
§  Renúncia pura e simples ou cessão de direitos
hereditários cumulados na mesma escritura

§  Nomeação de procurador para eventual reti-rati.

§  Promoção do inventário por cessionários, desde que


os herdeiros estejam presentes também. (art. 16 e item
110 normas)

§  Inventário Conjunto (agora Cumulado), Inventário


parcial (120), Sobrepartilha (art. 25 Res. e 121 normas) – ainda que
o herdeiro fosse menor à época, Adjudicação (26 Res. e 123 normas),
Inventário Negativo (art. 28 Res. e 125 Normas)
§  Possível para óbitos anteriores à Lei 11.441/07 – art. 30 Res.
Inventário Cumulado
art. 672 CPC
É lícita a cumulação de inventários para a
partilha de heranças de pessoas diversas
quando houver:
I - identidade de pessoas entre as quais devam
ser repartidos os bens;
II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou
companheiros;
III - dependência de uma das partilhas em
relação à outra.
Inventário Conjunto
Inventário extrajudicial. Escritura pública. Inventário conjunto - partilha
per saltum. Herança cumulativa. ITCMD.
Registro de Imóveis. Escritura Pública de Inventário. Possibilidade do
patrimônio de dois de cujus, marido e mulher, ser inventariado
conjuntamente, na forma do art. 1043 do CPC. Permitido, assim, um só
instrumento público dispondo sobre as duas sucessões causa mortis.
Necessidade, entretanto, de que contenha em seu bojo duas partilhas
distintas, sucessivas e sequenciais, até mesmo por não se tratar de
comoriência. Inadmissível uma só partilha, fundida e unificada, para os
dois de cujus. Óbitos em épocas diferentes, cada qual regida por legislação
diversa. Dúvida julgada procedente, para negar o registro. Recurso
improvido, com observação consistente na retirada da condenação às
custas.
ACÓRDÃO CSMSP DATA JULGAMENTO: 30/11/2010
DATA DOE: 10/01/2011 FONTE: 990.10.212.332-4
LOCALIDADE: Caraguatatuba Relator: Munhoz Soares
Partilha Parcial
Sucessões. Partilha parcial - totalidade dos bens - liquidação.
Título judicial - qualificação registral. Sonegação de bens.
REGISTRO DE IMÓVEIS - Dúvida julgada procedente - Negado
registro de escritura de inventário e partilha que arrolou apenas
um dos bens imóveis deixados pela autora da herança -
Inobservância do que dispõe o item 119, do Capítulo XIV, das
Normas de Serviços da Corregedoria Geral da Justiça - Alegada
dificuldade financeira dos sucessores em arcar com as despesas
relativas ao inventário da totalidade dos bens do 'de cujus', que
não se confunde com a hipótese de 'bens de liquidação difícil',
prevista pelo artigo 2.021 do Código Civil - Recurso não provido.
ACÓRDÃO CSMSP
DATA JULGAMENTO: 14/09/2010 DATA DOE: 26/11/2010 FONTE:
994.09.231.643-6 LOCALIDADE: São Paulo
Relator: Munhoz Soares
Decisão STJ

REsp 1.368.123/SP - 22 de abril de 2015 (Data do Julgamento)

DECISÃO Seção uniformiza entendimento sobre sucessão em
regime de comunhão parcial de bens O cônjuge sobrevivente,
casado sob o regime da comunhão parcial de bens, concorre
com os descendentes na sucessão do falecido apenas quanto
aos bens particulares que este houver deixado, se existirem.
Esse é o entendimento da Segunda Seção do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) em julgamento de recurso que discutiu a
interpretação da parte final do inciso I do artigo 1.829 do Código
Civil (CC) de 2002.
A decisão confirma o Enunciado 270 da III Jornada de Direito
Civil, organizada pelo Conselho da Justiça Federal (CJF), e
pacifica o entendimento entre a Terceira e a Quarta Turma, que
julgam matéria dessa natureza.
Ementa – quadro anterior
RECURSO ESPECIAL Nº 1.368.123 - SP (2012/0103103-3)
RELATOR : MINISTRO SIDNEI BENETI
R.P/ACÓRDÃO : MINISTRO RAUL ARAÚJO
RECORRENTE : URBANO MARCHETTI
ADVOGADO : LINCOLN DEL BIANCO DE MENEZES CARVALHO E
OUTRO (S)
RECORRIDO : ADRIANA TEGAMI BEZERRA DE MENEZES E
OUTROS
ADVOGADO : FELIPE MARQUES MAGRINI
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DAS SUCESSÕES. CÔNJUGE
SOBREVIVENTE. REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS.
HERDEIRO NECESSÁRIO. EXISTÊNCIA DE DESCENDENTES DO
CÔNJUGE FALECIDO. CONCORRÊNCIA. ACERVO HEREDITÁRIO.
EXISTÊNCIA DE BENS PARTICULARES DO DE CUJUS.
INTERPRETAÇÃO DO ART. 1.829, I, DO CÓDIGO CIVIL. VIOLAÇÃO
AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA.
Sucessões. Inventário - partilha extrajudicial. Vocação
hereditária - concorrência - cônjuge.

VOCAÇÃO HEDEDITÁRIA - CONCORRÊNCIA - O cônjuge
supérstite, no regime da comunhão parcial de bens,
receberá apenas sua meação nos bens comuns do casal,
concorrendo com os herdeiros apenas na partilha dos bens
particulares.

PROCESSO 1ª VRPSP
D A T A J U L G A M E N T O : 1 5 / 0 2 / 2 0 1 2 D A T A D O E :
29/02/2012 FONTE: 0001060-82.2012.8.26.0100
LOCALIDADE: São Paulo
Cartório: 8º Oficial de Registro de Imóveis da Comarca da
Capital
Relator: Carlos Henrique André Lisboa
Sucessão do Companheiro
Atenção para o julgamento do Recurso Extraordinário
8 7 8 6 9 4 , c o m r e p e r c u s s ã o g e r a l r e c o n h e c i d a ,  e m
(10/05/17), acerca da concorrência sucessória entre
cônjuge e companheiro, no Supremo Tribunal Federal
(STF). Com sete votos favoráveis, os ministros decidiram
pela inconstitucionalidade do artigo 1.790, que,
conferido pelo Código Civil, trata de forma diferenciada
os cônjuges e os companheiros no que diz respeito à
sucessão hereditária. Votos contrários de Dias Toffoli,
Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski.

Sendo assim:
•  Companheiro é herdeiro necessário e não pode ser
excluído por testamento.
•  Sua sucessão seguirá o art.1829, 1832 do C.C.,
ignorando-se o 1790.
•  Companheiro terá o direito real de habitação do art.
1831.
Ementa STF – Inconst, 1790 CC
Decisão: O Tribunal, apreciando o tema 809 da repercussão geral, por
maioria e nos termos do voto do Ministro Relator, deu provimento ao
recurso, para reconhecer de forma incidental a inconstitucionalidade do
art. 1.790 do CC/2002 e declarar o direito da recorrente a participar da
herança de seu companheiro em conformidade com o regime jurídico
estabelecido no art. 1.829 do Código Civil de 2002, vencidos os Ministros
Dias Toffoli, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, que votaram negando
provimento ao recurso. Em seguida, o Tribunal, vencido o Ministro Marco
Aurélio, fixou tese nos seguintes termos: “É inconstitucional a distinção de
regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no art. 1.790
do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de casamento
quanto nas de união estável, o regime do art. 1.829 do CC/2002”. Ausentes,
justificadamente, os Ministros Dias Toffoli e Celso de Mello, que votaram
em assentada anterior, e, neste julgamento, o Ministro Luiz Fux, que votou
em assentada anterior, e o Ministro Gilmar Mendes. Não votou o Ministro
Alexandre de Moraes, sucessor do Ministro Teori Zavascki, que votara em
assentada anterior. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia.
Plenário, 10.5.2017.

Atribuição de bens na partilha

§  É possível fazerem-se composições amigáveis


n a s p a r t i l h a s e x t r a j u d i c i a i s . N ã o
necessáriamente a herança deverá ser paga na
exata proporção do quinhão. Os herdeiros e
viúvas(os) podem acordar o pagamento do
quinhão de maneira diferente. Sobre eventual
excesso de quinhão/meação, recolher-se-á o
tributo se for o caso (se excesso oneroso sobre
bem imóvel, ITBI, se excesso gratuito, ITCMD).
I s s o p a r a q u e s e e x t i n g a m e v e n t u a i s
condomínios. Também possível subdvidir em
usufruto e nua-propriedade. Podem haver
cessões.
Tributos nas Cessões

§  Se houver cessão a título oneroso, o imposto


incidente pela será o ITBI (Imposto de
Transmissão de Bens Imóveis), devido ao
Município, na cidade de São Paulo, p.ex. , sob
a alíquota de 3%.
§  Se houver cessão a título gratuito, o imposto
incidente pela cessão será o ITCMD (Imposto
de Transmissão de Doação – Inter Vivos),
devido ao Estado, no Estado de SP, sob a
alíquota de 4%.
Para recolher-se o ITBI
(São Paulo – capital)
Link:
§  https://www3.prefeitura.sp.gov.br/damsp_itbi/
forms/frm_sql.aspx?Tipo=Sql

§  Decorrido certo tempo, a página expira.
§  Depois de preenchermos essa página e clicarmos
em prosseguir, será gerado um resumo da
transação e depois, um link para imprimir as guias.
§  Se houver mais de um imóvel, é necessário repetir
o procedimento, o que não ocorre com o ITCMD ,
que permite que mais de um bem seja cadastrado
na mesma declaração.

Para recolher-se o ITCMD
– Estado de SP
lLink do ITCMD:
§  https://www60.fazenda.sp.gov.br/wps_migrated/portal

§  Os passos são:
1. Clicar em Serviços Eletrônicos;
2. ITCM;
3. Transmissão Inter Vivos;
4. Doação.

§  O sistema pede a data da doação e sempre colocamos como data da
doação, a data da lavratura da escritura.
§  É sempre importante anotar o número da declaração pois se o
sistema cai ou há algum problema na rede, é possível acessar
novamente a mesma declaração tendo o número e a senha escolhida.
Prazos do ITCMD em SP

§  Até 90 dias do óbito, tem desconto de 5%

§  De 90 a 180 dias do óbito,alíquota normal:


2,5% ou 4%.

§  Após 180 dias do óbito, há multa.



Decreto Nº 46.655, de 1º de abril de 2002
Emolumentos no Estado de SP
* Escritura de Inventário: valor do monte, excluída a
meação, aplica-se a tabela com valor. Ainda que haja
atribuição específica de bem para cada herdeiro e
viúvo(a).

Vide decisão :Parecer (299/2012-E)
Reclamação - Tabelião de Notas - Escritura de inventário
e adjudicação dos bens do espólio - Cobrança em
desacordo com o disposto no Item 94.3, do Capítulo XIV,
das NSCGJ - Devolução simples da quantia cobrada a
maior - Inocorrência de dolo, má-fé ou erro grosseiro a
justificar devolução no décuplo, imposição de multa ou
instauração de procedimento disciplinar - Limites do
procedimento previsto na Lei Estadual nº 11.331/02 -
Impossibilidade de imposição de obrigação de fazer
consistente na lavratura de novo ato notarial - Recursos
providos em parte. São Paulo, 30 de agosto de 2012. (a)
JOSÉ RENATO NALINI, Corregedor Geral da Justiça.
Enunciados do CNB/SP – 17/6/16

Enunciado nº 7
§  Nas escrituras de inventário e partilha prevalecerá
como base para o cálculo dos emolumentos, o
maior valor, dentre aquele atribuído pelas partes e
o venal, considerado este na data da prática do ato
notarial.
§  Justificativa: o critério temporal da regra matriz de
incidência do ITCMD é a data do óbito, enquanto
que os emolumentos é a data da lavratura da
escritura, nos termos dos 7o da Lei 11.331/02.

Enunciado nº 8

§  Pela Renúncia de Direitos Hereditários cobrar-se-á um ato
sem valor declarado, por cada herdeiro que renunciar,
mesmo que a renúncia seja feita no mesmo instrumento do
inventário. Já a chamada renúncia translativa ou “in favorem”
os emolumentos serão cobrados segundo a Tabela 1.

* Justificativa: na renúncia pura e simples ou abdicativa não há
transferência de direitos, sendo o renunciante considerado
como se nunca existisse. Tratamento diverso recebe a renúncia
dirigida ou translativa, em que o herdeiro aceita seu quinhão e
depois o transfere a beneficiário determinado. Nessa hipótese,
a cobrança da transferência deve ser feita sobre o valor do
quinhão transferido, sem prejuízo da cobrança pela escritura de
inventário.
Enunciado no 9

Nos inventários, divórcios e separações, quando
houver excesso de quinhão ou meação, cobra-se
um ato integral por cessão, sem prejuízo da
cobrança pela partilha.

*Justificativa: o critério utilizado para cobrança
dos emolumentos se baseia na quantidade de
negócios jurídicos celebrados.
Queda da Gratuidade

§  A gratuidade da escritura e demais atos notariais


vinha previsto no parágrafo 2o. Do art. 982 do
CPC. (para àqueles que se declarassem pobres
sob as penas da lei).
§  Não existe correspondente deste artigo no Novo
CPC, donde se deduz que essa norma não foi
recepcionada, não havendo mais legalidade para
a isenção.
§  Discussão acerca do art.98, § 1º IX do NCPC, art,
6º da Res, 35 CNJ e item 76, cap XIII e 79 cap. XIV
das Normas. Interpretar que será gratuito só se
houver mandado judicial de justiça gratuita e só
para a parte beneficiária. Enunciado. 10 CNB/SP
Enunciado nº 10
Não há gratuidade nas escrituras relativas aos atos decorrentes da
Lei 11.441/2007, salvo para os casos de atos praticados em
cumprimento de mandados judiciais expedidos em favor da parte
beneficiária da justiça gratuita, sempre que assim for
expressamente determinado pelo Juízo (art. 98, §1o IX do Novo
Código de Processo Civil c/c Item 76 do Capítulo XIII das NSCGJ/SP).
Justificativa: a gratuidade nas escrituras públicas relativas aos atos
decorrentes da Lei 11.441/2007 encontrava amparo legal no § 3o, do
art. 1.124-A, do Código de Processo Civil de 1973. Todavia, com a
edição do atual Código de Processo Civil, Lei n. 13.105, de 16 de
março de 2015, que entrou em vigor no dia 18 de março de 2016,
houve a ab-rogação do diploma normativo anterior e a fixação de
novo arcabouço jurídico para a matéria, que passou a ser assim
disciplinada:
“Art. 733 O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual
de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os
requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão
as disposições de que trata o art. 731.
§ 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para
qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem
assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura
constarão do ato notarial.”
Pela leitura do dispositivo acima transcrito podemos concluir que a nova
legislação não contemplou qualquer hipótese de concessão de gratuidade para as
escrituras de separação e divórcio.
E, diante da ausência de previsão legal expressa que imponha a gratuidade no
atual ordenamento pátrio, deve o Tabelião exigir o pagamento dos emolumentos
devidos pelos atos, bem como promover os repasses aos entes respectivos,
exceto para os casos de atos praticados em cumprimento de mandados judiciais
expedidos em favor da parte beneficiária da justiça gratuita, sempre que assim for
expressamente determinado pelo Juízo, conforme o artigo 98, §1o IX do Novo
Código de Processo Civil c/c Item 76 do Capítulo XIII das NSCGJ/SP,
respectivamente abaixo reproduzidos:
Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015)
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1o A gratuidade da justiça compreende:
...
IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da
prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no
qual o benefício tenha sido concedido.

Capítulo XIII das NSCGJ/SP
76. São gratuitos os atos previstos em lei e os praticados em cumprimento
de mandados judiciais expedidos em favor da parte
beneficiária da justiça gratuita, sempre que assim for expressamente
determinado pelo Juízo.
76.1. A assistência judiciária gratuita é benefício de cunho eminentemente
pessoal que não abrange outras partes para as quais não tenha havido
expressa concessão de gratuidade pela Autoridade Judiciária.
Emissão da D.O.I.

•  É obrigatória a emissão da Declaração de


Operação Imobiliária em caso de transmissão
de bens imóveis.

•  É uma comunicação que o tabelião faz à


Receita Federal, em todos os casos em que
atuar e que houver alienação de bens imóveis.

•  Feito eletronicamente, através de intranet.


Outras Comunicações:
Além da D.O.I. (receita federal), o tabelião comunica a
Secretaria da Fazenda Estadual (em SP), Portaria CAT-
21/12. Mandamos cópia eletrônica dos atos, assinados
digitalmente (com certificado digital), uma vez ao mês,
sempre que houver incidência do ITCMD.

Há ainda a comunicação à CENSEC - Nacional (Central
Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados) que
foi criada pelo Provimento 18/12 do CNJ . Dela faz
parte a CESDI (Central de Escrituras de Separações,
Divórcios e Inventários) que é de consulta livre (com
certificado digital). www.censec.org.br

SEPARAÇÃO E DIVÓRCIOS
EXTRAJUDICIAIS

SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO -
Pressupostos:
§ Casais sem filhos, ou com filhos maiores ou
emancipados, ou com filhos e questões
previamente resolvidas em relação a eles.

§ Casais que estejam concordes quanto às
questões que envolvam a dissolução. Não
pode haver litígio, tem que ser CONSENSUAL.
• Antes da EC 66/10 haviam os seguintes prazos:
-para a separação: a partir de 1 ano de casados
-para a conversão da separação em divórcio: a partir de 1
ano da separação judicial ou extrajudicial.
-para o divórcio direto: a partir de 2 anos da separação de
fato.

HOJE NÃO HÁ MAIS QUALQUER PRAZO!
Requisitos Materiais
Mantidos:
À época, foram mantidos todos os mesmos
prazos para a separação, divórcio direto,
conversão da separação em divórcio e
inventário. A lei é processual, no direito
material, nada mudou. Hoje, após a EC 66/10,
não se fala mais em prazos.

A mudança ocorreu no momento da
formalização da vontade, que agora se dá
perante outro profissional do direito, que não o
juiz, mas sim, o tabelião de notas.
A Emenda Constitucional
66/10
§  Art. 1º O § 6º do art. 226 da Constituição Federal
passa a vigorar com a seguinte redação:
§  "Art.
226. ..........................................................................
.......
§  ..................................................................................
........................
§  § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio."(NR)
§  Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor
na data de sua publicação.
§  Brasília, em 13 de julho de 2010
Permanência da Separação em
nosso sistema jurídico?
§  Sim, de maneira obrigatória: Luiz Felipe Brasil
Santos, Desembargador do RS
§  Sim, mas de maneira optativa: Regina Beatriz
Tavares da Silva, Mario Luiz Delgado, Grisardi Filho,
Euclides Benedito de Oliveira
§  Não existe mais: Maria Berenice Dias, Giselda
Hironaka, Rolf Madaleno, Paulo Lobo, José
Fernando Simão, Rodrigo da Cunha Pereira.
§  O Novo CPC fez menção à separação, mas Zeno
Veloso entende que não se aplicam mais quaisquer
prazos.
Decisão TJ/MG
EC 66/2010. Divórcio. Fim da separação judicial
Relator:

Tema(s): EC 66/2010 Divórcio Fim da separação judicial
Tribunal TJMG
Data: 23/09/2013
(...) A análise eficacial do referido parágrafo transmite-nos
as seguintes conclusões: (i) o divórcio é a via adequada para dissolver-se, ao
mesmo tempo, o vínculo e a sociedade conjugal, permitindo novo
casamento; (...) (v) como a EC nº 66/2010 extirpou o instituto da separação
judicial, toda a legislação que se lhe aplicava sucumbiu, automaticamente,
por força da supremacia do § 6º do art. 226 da Carta maior" (Constituição
Federal anotada / Uadi Lammêgo Bulos. - 10. ed. rev., atual. e reformulada
até a Emenda Constitucional n. 70/2012. - São Paulo : Saraiva, 2012, p.
1511). (TJMG, AI nº 1018309160383-1/001, Relª. Desª. Ana Paula Caixeta, 4ª
Câmara Cível, pub. 16/07/2013)
SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA - AGRAVO RETIDO - PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS - MANUTENÇÃO DE INDEFERIMENTO - COMPETÊNCIA - EMENDA CONSTITUCIONAL
66/2010 - DIVÓRCIO DIRETO - P ARTILHA - NOME. 1.A COMPETÊNCIA DA VARAS DE FAMÍLIA (ART.
27, DA LEI 11.697/08 (LOJDFT) NÃO CONTEMPLA A DEMANDA DE INDENIZAÇÃO POR DANO
MORAL SUPOSTAMENTE CAUSADO POR UM CÔNJUGE AO OUTRO, ESTANDO A MATÉRIA AFETA
À COMPETÊNCIA DAS VARAS CÍVEIS. PRECEDENTES TJDFT. 2. APÓS A EC 66/10 NÃO MAIS
EXISTE NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO O INSTITUTO DA SEPARAÇÃO JUDICIAL.
NÃO FOI DELEGADO AO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL PODERES PARA ESTABELECER
QUALQUER CONDIÇÃO QUE RESTRINJA O DIREITO À RUPTURA DO VÍNCULO CONJUGAL. 3.É
POSSÍVEL A ALTERAÇÃO, EM SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO, DA AÇÃO DE SEPARAÇÃO
JUDICIAL EM AÇÃO DE DIVÓRCIO, QUANDO VERIFICADO QUE AS P ARTES MANIFESTAM O SEU
INTERESSE EM POR FIM AO CASAMENTO. 4. ESSA ALTERAÇÃO TAMBÉM É CABÍVEL QUANDO
VERIFICADO QUE ATENDE AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE, DA PROPORCIONALIDADE, DA
ECONOMIA PROCESSUAL, EFETIVIDADE DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL E POR SE TRATAR DE
DEMANDA QUE ENVOLVE DIREITO DE FAMÍLIA, O QUE, NATURALMENTE, ENSEJA DESGASTE
EMOCIONAL E PSICOLÓGICO DAS P ARTES ENVOLVIDAS, NÃO SENDO VIÁVEL A SIMPLES
EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO PARA QUE HAJA A SUA
REPROPOSITURA. 5. OS BENS, CUJA EXISTÊNCIA E PROPRIEDADE FORAM DEVIDAMENTE
COMPROVADOS, DEVEM SER P ARTILHADOS NA RAZÃO DE 50 % (CINQÜENTA POR CENTO) PARA
CADA P ARTE. 6. DEVE SER SUSPENSA A EXIGIBILIDADE DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA SE A P
ARTE É BENEFICIÁRIA DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA. 7. NEGOU-SE PROVIMENTO AO AGRAVO
RETIDO E DEU-SE PARCIAL PROVIMENTO AO APELO DA AUTORA PARA SUSPENDER A
EXIGIBILIDADE DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA E DECRETAR O DIVÓRCIO DO CASAL, COM A
MANUTENÇÃO DO NOME DE CASADA DA AUTORA E A P ARTILHA DOS BENS NO PERCENTUAL
DE 50% (CINQÜENTA POR CENTO) PARA CADA, NOS TERMOS CONTIDOS NO VOTO DO RELATOR.
(TJ-DF - APL: 935361820088070001 DF 0093536-18.2008.807.0001, Relator: SÉRGIO ROCHA, Data
de Julgamento: 21/03/2012, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: 30/03/2012, DJ-e Pág. 100)
Dissolução da União Estável

§  A extinção da união estável agora foi prevista


expressamente no novo CPC.
§  O contrato de união estável não tem força de
instituí-la, posto ser questão de fato, mas de
reconhecê-la. (a existência). Necessária a
convivência pública, contínua e duradoura, com
o objetivo de constituição de família.
§  Dissolve-se pela ruptura da vida em comum. O
contrato apenas resolve questões patrimoniais.
§  Necessidade atual de advogado para a escritura
de extinção.
Análise das Normas Paulistas
gerais ao Divórcio, Separação e
Inventário
LIVRE ESCOLHA DO TABELIÃO
§  75. O Tabelião de Notas será livremente
escolhido pelas partes, não se aplicando as
regras processuais de competência, nas
hipóteses legais em que admitida a
realização de separação e divórcio
consensuais, inventário e partilha por via
administrativa, mediante escritura pública.
Procedimento Facultativo

§  76. É facultada às partes interessadas a


opção pela via judicial ou extrajudicial.

§  Já era diretriz do CNJ.

§  Já havia decisão da CGJ.


Apresentação do Traslado

§  77.1. O traslado da escritura pública de separação


e divórcio consensuais será apresentado ao
Oficial de Registro Civil do respectivo assento de
casamento, para a averbação necessária,
independente de autorização judicial e de
audiência do Ministério Público.

§  Explicação sobre o sistema de averbação da


separação no casamento e comunicação ao
registro de nascimento.
Emolumentos
§  78.2. Enquanto inexistir previsão específica dos
novos atos notariais na tabela própria anexa à
Lei Estadual nº 11.331, de 26 de novembro de
2002, a definição do valor dos emolumentos
dar-se-á por meio da classificação dos atos nas
atuais categorias gerais da tabela, pelo critério
escritura com valor declarado, quando houver
partilha de bens, considerado o valor total do
acervo, e pelo critério escritura sem valor
declarado, quando não houver partilha de bens.
Ainda emolumentos…

§  Se não houver partilha, ou se todos os


imóveis forem permanecer em condomínio,
considerar-se-á uma escritura SEM VALOR
DECLARADO, ou seja R$411,59
§  78.3. Se houver partilha, prevalecerá como
base para o cálculo dos emolumentos, o
maior valor dentre aquele atribuído pelas
partes e o venal. Nesse caso, em inventário e
partilha, excluir-se-á da base de cálculo o
valor da meação do cônjuge sobrevivente.
Disposições Comuns a Separação e
Divórcio Consensuais
LOCAL RESERVADO PARA LAVRATURA

84. O Tabelião de Notas, ao atender às partes com a
finalidade de lavrar escrituras públicas de separação
e divórcio consensuais, deve disponibilizar às partes
uma sala ou um ambiente reservado e discreto.

- Isso para uma maior privacidade do casal, tendo
em vista que são assuntos privados e de família.
Documentação
85. Para a lavratura da escritura pública de separação e
de divórcio consensuais, deverão ser apresentados:
a) certidão de casamento;
b) documento de identidade oficial e CPF/MF;
c) pacto antenupcial, se houver;
d) certidão de nascimento ou outro documento de
identidade oficial dos filhos capazes, se houver;
e) certidão de propriedade de bens imóveis e direitos a
eles relativos;
f) documentos necessários à comprovação da
titularidade dos bens móveis e direitos, se houver.
Entende-se por "documento
oficial"
179. É obrigatória a apresentação do original de
documento de identidade (Registro Geral; Carteira
Nacional de Habilitação, modelo atual, instituído
pela Lei n.º 9.503/97; carteira de exercício
profissional expedida pelos entes criados por Lei
Federal, nos termos da Lei n.º 6.206/75; passaporte,
que, na hipótese de estrangeiro, deve estar com o
prazo do visto não expirado; e Carteira de Trabalho
e Previdência Social, modelo atual, informatizado)
para abertura da ficha-padrão.” (alteraçã dada pelo
Prov. 24/13 de 08/08/13
Filhos Comuns
86. As partes devem declarar ao Tabelião de Notas,
por ocasião da lavratura da escritura, que não têm
filhos comuns ou, havendo, que são absolutamente
capazes, indicando os seus nomes e as datas de
nascimento.
NOVIDADE
86.2. Se comprovada a resolução prévia e judicial
de todas as questões referentes aos filhos menores
(guarda, visitas e alimentos), o tabelião de notas
poderá lavrar escrituras públicas de separação e
divórcio consensuais.
Grávida: (item 86.1 normas)
§  Impossibilidade de lavratura se a mulher estiver
grávida. Proteção aos direitos do nascituro. Foi
incluído um parágrafo único no art. 34 da Res. 35 do
CNJ (pela Res.220/16): “As partes devem, ainda,
declarar ao tabelião, na mesma ocasião, que a cônjuge
virago não se encontra em estado gravídico, ou ao
menos, não tem conhecimento dessa situação".
§  Direitos do nascituro: (à vida, integridade física, saúde,
alimentos, de ser rerconhecido, de ser adotdo, de estar
submetido ao poder familiar, curatela, receber doação
e direito sucessório).ZV
Consequências da Dissolução

§  87. Da escritura, deve constar declaração das


p a r t e s d e q u e e s t ã o c i e n t e s d a s
consequências da separação e do divórcio,
firmes no propósito de pôr fim à sociedade
conjugal ou ao vínculo matrimonial,
respectivamente, sem hesitação, com recusa
de reconciliação.

§  Praxe declararem que foram orientadas pelo


ADVOGADO e pelo TABELIÃO.
Representação por Mandato
§  88. O comparecimento pessoal das partes é dispensável à
lavratura das escrituras públicas de separação e divórcio
consensuais, se os separandos e os divorciandos estiverem
representados por seus procuradores, constituídos por meio
de instrumento público, com prazo de validade de trinta
dias, no qual documentado a outorga de poderes especiais
para o ato, com descrição das cláusulas essenciais.
§  88.1. A procuração lavrada no exterior, registrada no
Registro de Títulos e Documentos, acompanhada da
respectiva tradução, caso não redigida na língua nacional,
poderá ter prazo de validade de até noventa dias.
§  88.2. É vedada a acumulação de funções de procurador e
de advogado das partes. (não mais! Equivale ao
artigo 12 da resolução do CNJ)
Da Partilha
§  89. Se houver bens a serem partilhados na escritura,
distinguir-se-á o que é do patrimônio individual de
cada cônjuge do que é do patrimônio comum do casal,
conforme o regime de bens, constando isso do ato
notarial lavrado.
§  90. Na partilha em que houver transmissão de
propriedade do patrimônio individual de um cônjuge
ao outro, ou a partilha desigual do patrimônio comum,
deverá ser comprovado o recolhimento do tributo
devido sobre a fração transferida.
§  91. A partilha em escritura pública de separação e
divórcio consensuais far-se-á conforme as regras da
partilha em inventário extrajudicial, no que couber.

Partilha Posterior

§  É possível fazer-se o divórcio e a dissolução


da união estável, deixando-se a partilha para
outro momento. (art. 1581 CC)
§  Neste caso, havendo bens comuns, a
comunhão transmuta-se para condomínio e
seguem-se então as mesmas regras deste.
§  Pode-se posteriormente lavrar-se a escritura
de partilha. Ou sobrepartilha se houve
partilha parcial precedente.
Partilha Postergada

92. Na separação e no divórcio consensuais por


escritura pública, as partes podem optar em
partilhar os bens e resolver sobre a pensão
alimentícia, a posteriori.

Enquanto isso, os bens antes em comunhão,
transformam-se em bens sob o regime de
CONDOMÍNIO. Para alienação, os dois devem
vender / doar.
Jurisprudência da 1a. Vara Reg.
Púb.
Separação. Divórcio. Partilha. Mancomunhão -
condomínio.

EMENTA NÃO OFICIAL. Alienação de imóvel por separados
ou divorciados sem realização de partilha. As diferenças
jurídicas entre o estado de mancomunhão e de condomínio
não interferem na continuidade registral. Participando os
ex-cônjuges, únicos titulares de domínio do imóvel, do ato
dispositivo, o registro é possível.

1 V R P – P R O C E S S O D A T A J U L G A M E N T O :
22 / 0 6 / 2 0 1 0 D ATA D O E : 0 5 / 0 7 / 2 0 1 0 F O N T E :
100.10.014617-0 LOCALIDADE: São Paulo Relator:
Gustavo Henrique Bretas Marzagão Legislação:Lei 6.015/73
Jurisprudência do CSM
…"Segundo sustenta, de acordo com a jurisprudência atual
deste Conselho Superior da Magistratura, a separação
judicial põe termo ao regime de bens entre os cônjuges,
transformando a comunhão então existente em condomínio,
estando autorizada a alienação de bens imóveis pelos co-
proprietários, independentemente de prévio registro da
partilha correspondente, desde que averbada a dissolução da
sociedade conjugal no fólio real (fls. 225 a 229)...

C S M S P - A P E L A Ç Ã O C Í V E L D ATA J U LG A M E N TO :
1 4 / 0 4 / 2 0 0 9 D A T A D O E : 0 7 / 0 7 / 2 0 0 9 F O N T E :
1.057-6/9 LOCALIDADE: Porto Ferreira Relator: Ruy Camilo
Legislação:Lei 6.015/1973, art. 167, II, n. 5, c.c. o parágrafo único
do art. 246. Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça,
item 16, b, Cap. XIV.
"A jurisprudência deste Conselho Superior da Magistratura atualmente é no
sentido de que a separação judicial põe termo ao regime de bens,
transformando a comunhão até então existente em condomínio, permitindo a
alienação dos bens pelos co-proprietários, desde que averbada a alteração
no estado civil, independentemente de prévio ingresso no fólio real da
partilha dos bens comuns. Lembre-se com Ademar Fioranelli, um dos
estudiosos das questões registrarias, ser "pacífico que nas separações, ou
divórcios, inexistindo a partilha dos imóveis, nada impede que, mantida a
comunhão dos imóveis agora "pro indiviso", ambos os condôminos alienem a
propriedade a terceiros, com preferência do outro condômino. Aos Oficiais
basta atentar para a averbação obrigatória, antes da prática dos registros,
das alterações do estado civil, exigindo o documento hábil consubstanciado
em certidão do assento civil das alterações a teor do que dispõe o art. 167, II,
n. 5, c.c. o parágrafo único do art. 246 da Lei 6.015/73", observando que
"julgados recentes do Colendo Conselho Superior da Magistratura paulista,
no sentido de que nada obsta que, averbada a alteração do estado civil de
separado ou divorciado, com a mudança do estado de comunhão para
condomínio, ambos promovam a alienação o bem a terceiros, sem
necessidade de exibição de formal de partilha para exame e eventual partilha
ou atribuição a eventual prole, já que não cabe ao registrador estabelecer
raciocínios hipotéticos”
(Ap. Cív. nº 23.886-0/0-Catanduva- SP, Ap. Cív. nº 23.756-0/8-Campinas-SP)
Sigilo nas Escrituras
§  93. Não há sigilo nas escrituras públicas de separação e
divórcio consensuais.

§  Explicar a diferença entre Publicidade.

§  Ponderar o art.189 do CPC (processos judiciais


referentes a casamento e seu desfazimento devem
correr em segredo de justiça)

§  Escrituras de Testamento agora são sigilosas até a


morte do testador. Questão de eficácia do ato?
Orientação sobre o Registro no
RCPN
§  94. Na escritura pública deve constar que
as partes foram orientadas sobre a
necessidade de apresentação de seu
traslado no Registro Civil do assento de
casamento, para a averbação devida.

§  Diferença da averbação no RCPN do


Casamento para a averbação ou Registro
da Partilha no Registro de Imóveis.
Pensão Alimentícia
§  É possível fixar-se alimentos entre os cônjuges,
nunca para os filhos menores (para filhos
maiores, ok). Em direito notarial não se
transacionam direitos de incapazes.
§  Os cônjuges podem renunciar aos alimentos.
§  95. É admissível, por consenso das partes,
escritura pública de retificação das cláusulas de
obrigações alimentares ajustadas na separação
e no divórcio consensuais.
Uso do Nome de Casado
§  Os cônjuges podem optar por manter o nome
de casado ou voltar ao nome de solteiro.

96. A escritura pública de separação ou divórcio
consensuais, quanto ao ajuste do uso do nome
de casado, pode ser retificada mediante
declaração unilateral do interessado na volta ao
uso do nome de solteiro, em nova escritura
pública, com assistência de advogado.
Recusa à lavratura da
escritura
§  9 7 . O t a b e l i ã o d e v e r á r e c u s a r,
motivadamente, por escrito, a lavratura da
escritura de separação ou divórcio
consensuais, se presentes fundados
indícios de fraude à lei, de prejuízos a um
dos cônjuges ou dúvidas sobre as
manifestações de vontade.

§  Deve fazer por meio de uma nota.


Disposições Referentes
à Separação Consensual
98. São requisitos para lavratura da escritura pública
de separação consensual:
a) manifestação da vontade espontânea e isenta de
vícios em não mais manter a sociedade conjugal e
desejar a separação conforme as cláusulas
ajustadas;
b) ausência de filhos menores não emancipados ou
incapazes do casal;
c)Inexistência de gravidez da cônjuge virago ou
desconhecimento acerca desta circunstância.
d) assistência das partes por advogado, que poderá
ser comum.

Restabelecimento da Sociedade
Conjugal
99. O restabelecimento de sociedade conjugal pode
ser feito por escritura pública, ainda que a
separação tenha sido judicial. Neste caso, é
necessária e suficiente a apresentação de certidão
da sentença de separação ou da averbação da
separação no assento de casamento.

99.1. A averbação do restabelecimento da
sociedade conjugal somente poderá ser efetivada
depois da averbação da separação no Registro Civil,
podendo ser simultâneas.
100. Em escritura pública de restabelecimento de
sociedade conjugal, o Tabelião de Notas deve:

a) fazer constar que as partes foram orientadas sobre
a necessidade de apresentação de seu traslado no
registro civil do assento de casamento, para a
averbação devida;
b) anotar o restabelecimento à margem da escritura
pública de separação consensual, quando esta for de
sua serventia, ou, quando de outra, comunicar o
restabelecimento, para a anotação necessária na
serventia competente;
c) comunicar o restabelecimento ao juízo da
separação judicial, se for o caso.
101. A sociedade conjugal não pode ser restabelecida
com modificações.

102. Na escritura pública de restabelecimento deve
constar, de modo expresso, que em nada prejudicará o
direito de terceiros, adquirido antes e durante o estado
de separado, seja qual for o regime de bens.

103. É admissível o restabelecimento por procuração, se
outorgada, com prazo de validade de até trinta dias, por
meio de instrumento público e com poderes especiais
para o ato.

103.1. Aplica-se à hipótese o que consta dos subitens
88.1. e 88.2.
Disposições Referentes
ao Divórcio Consensual
§  104. Os cônjuges separados judicialmente podem,
mediante escritura pública, converter a separação
judicial ou extrajudicial em divórcio, mantendo as
mesmas condições ou alterando-as.

§  104.1. Na conversão da separação judicial em
divórcio, é dispensável a apresentação de certidão
atualizada do processo judicial, bastando a
certidão da averbação da separação no assento de
casamento.
Questões Controversas:

§  Divórcio de cônjuges brasileiros casados no


exterior (sim, se transcrito).
§  Sigilo das Escrituras.
§  Alimentos fixados na escritura (para os cônjuges
ou filhos maiores) se descumprida a obrigação,
dará ensejo à prisão. O Novo CPC cindiu os
procedimentos de execução de alimentos: arts.
528 a 533: decorrentes de títulos judiciais e 911 a
913, de títulos extrajudiciais. Neste manda usar
no que couber o 528 (prisão). Acabou a
controvérsia.
§  Cônjuge incapaz: só judicialmente.
Separação de Corpos

§  As normas paulistas vedavam a lavratura


dessa escritura (antigo item 147), hoje não
mais.
§  A separação de corpos visa afastar a
presunção de paternidade, extinguir o regime
de bens, permite a constituição de uma união
estável, ou simplesmente para ter-se uma
prova escrita da separação de fato.
§  Pode-se lavrar essa escritura (que nada mais é
que uma mera declaratória).
Procedimento na Sep/Divórcio:

1.  Partes procuram seu advogado para tirarem
dúvidas, discutirem as cláusulas, apararem as
arestas e definirem os termos da separação /
divórcio ou restabelecimento.

2.  Elegem e procuram o tabelião de notas

3.  Tabelião analisa o caso, vê se estão presentes
os requisitos de validade do negócio, ausência
de defeitos do negócio jurídico, prepara a
minuta e submete à apreciação das partes e
advogado.
4. Se houver bens a partilhar, deve ser aferido pelo
advogado se há impostos a recolher (havendo
excesso de meação). Recolhem.

5. Tabelião confere o recolhimento.

6. Estando tudo em termos, recolhidos os
impostos, se devidos, os 4 assinam a escritura na
hora.

7. Traslado da escritura deve ser levado ao RCPN
para averbação no casamento (como era feito
com o mandado).
Casamento Homoafetivo e
Dissolução
§  Para os casais gays as regras são
absolutamente iguais.
§  Normas do RCPN
Do Casamento ou Conversão da União Estável
em Casamento de Pessoas do Mesmo Sexo

88. Aplicar-se-á ao casamento ou a conversão de
união estável em casamento de pessoas do
mesmo sexo as normas disciplinadas nesta
Seção.
Cláusulas na Separação e no
Divórcio
•  Qualificação e comparecimento
•  Consensualidade
•  Inexistência de filhos ou existência de filhos
maiores e capazes
•  Manutenção ou não do nome de casado
•  Partilha ou não dos bens comuns
•  Fixação de Alimentos ou não
•  Orientação sobre efeitos do ato e necessidade
de apresentação do traslado no registro civil
Emissão da D.O.I.

•  É obrigatória a emissão da Declaração de


Operação Imobiliária em caso de
transmissão de bens imóveis.

•  É uma comunicação que o tabelião faz à


Receita Federal, em todos os casos em
que atuar e que houver alienação de bens
imóveis.

•  Feito eletronicamente, através de intranet.


Comparação de Novo e Velho CPC - ZV
Lei 11.441/07 - Atos Praticados no BRASIL

Conv. de Sep. em Nomeação de


UF/ATO Divórcio Direto Inventário Par?lha Reconciliação Separação Sobrepar?lha Total geral
Divórcio Inventariante

AC 3 616 404 2 1 24 13 1063


AL 121 2674 3116 4 45 3 55 70 6088
AM 154 4619 2220 7 9 2 113 179 7303
AP 59 363 47 2 4 475
BA 280 5365 4762 568 27 16 73 183 11274
CE 1137 18048 7931 66 187 44 407 201 28021
DF 1098 11099 14650 24 440 65 905 1505 29786
ES 2106 16236 15861 1010 215 148 1320 986 37882
GO 3186 31838 37371 1072 800 57 1245 1501 77070
MA 254 5859 3885 80 50 5 55 104 10292
MG 12306 66055 125774 7197 3449 879 6743 6918 229321
MS 1235 7043 14313 140 119 105 849 790 24594
MT 1333 10916 10357 519 160 50 792 473 24600
PA 261 6875 1398 38 20 17 155 27 8791
PB 317 5267 11180 82 184 15 232 560 17837
PE 462 10345 9541 621 90 13 207 169 21448
PI 248 3091 3331 8 22 2 145 83 6930
PR 11879 78279 139362 1353 1538 394 6169 8508 247482
RJ 2200 26263 35372 239 450 80 858 1954 67416
RN 309 3966 3239 47 73 21 166 100 7921
RO 502 5560 8567 51 56 15 642 259 15652
RR 3 703 1166 1 4 1 1878
RS 8386 56616 140863 2217 6373 836 6664 9767 231722
SC 7185 29095 66935 1653 1531 299 2953 4194 113845
SE 427 4032 6309 480 123 33 331 290 12025
SP 28263 129576 423285 3774 1772 2331 16307 33018 638326
TO 462 6818 5662 171 73 17 368 329 13900
Total geral 84176 547217 1096901 21423 17807 5450 47786 72182 1892942
Lei 11.441/07 - Atos Praticados no BRASIL

Conv. de Sep. Nomeação de


ANO/ATO Divórcio Direto Inventário Par?lha Reconciliação Separação Sobrepar?lha Total geral
em Divórcio Inventariante

2001 1 1
2003 1 1
2004 1 1 2
2005 3 6 4 13
2006 1 4 263 2 84 1 11 366
2007 5773 19208 33713 82 1234 177 11208 590 71985
2008 7947 21789 59023 204 1616 377 12113 1837 104906
2009 9166 22679 65984 432 1590 453 12262 3057 115623
2010 12061 41118 76974 573 1521 555 7901 3760 144463
2011 10516 56678 97011 668 1533 568 1011 5036 173021
2012 7881 59868 102762 676 1055 431 750 6860 180283
2013 7837 63130 120337 1079 1001 610 762 8273 203029
2014 6497 64187 125245 2148 1932 559 599 9162 210329
2015 5665 63291 129837 3192 1766 551 454 9853 214609
2016 5288 62736 133709 4873 2070 567 345 10731 220319
2017 4934 64467 136827 6616 2121 540 335 11676 227516
2018 610 8058 15209 878 278 62 45 1336 26476
Total geral 84176 547217 1096901 21423 17807 5450 47786 72182 1892942
Estatísticas até 06/03/2018
FONTE CNB/SP
CESDI BRASIL SP
CONV. SEP. EM DIVORCIO 84.176 28.263

DIVORCIO DIRETO 547.217 129.576


INVENTÁRIO 1.096.901 423.285
NOMEAÇÃO DE 21.423 3.774
INVENTARANTE
PARTILHA 17.807 1.772
RECONCILIAÇÃO 5.450 2.331
SEPARAÇÃO 47.786 16.307
SOBREPARTILHA 72.182 33.018
Conclusão:

§  A Lei 11.441/07 conseguiu atingir seu


objetivo.
§  Pelas estatísticas apresentadas pudemos ver
que um grande número de casos migrou do
Judiciário para o Extrajudicial.
§  A celeridade no procedimento e a certeza das
partes sobre quando ele terminará é um
benefício que diminui sobremaneira a
ansiedade e angústia que já são inerentes a
esses momentos.
OBRIGADA!

Priscila de Castro Teixeira Pinto Lopes Agapito
29ª Tabeliã de Notas da Capital /SP

www.29notas.com.br

https://www.facebook.com/groups/PriscilaAgapitoAcadêmico

tabelia@29notas.com.br

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