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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL

ICMS na Constituição Federal


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ICMS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Os estudos relativos ao ICMS, que servem como base para todos os concursos esta-
duais, concentram-se em ICMS na Constituição Federal (CF) e ICMS na Lei Kandir (LC n.
87/1986), os quais veiculam normas gerais sobre o imposto. Além desse núcleo, composto
pelos regramentos da CF e da Lei Kandir, cada estado possui sua respectiva Lei do ICMS.
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Geralmente, o ICMS na CF não está previsto expressamente no edital. Independente-
mente disso, é importante conhecer o texto constitucional sobre o assunto, porque normal-
mente seus artigos são repetidos na legislação estadual sobre ICMS. Além da Lei do ICMS,
cada estado também possui seu Regulamento do ICMS (RICMS), o qual repetirá as disposi-
ções da Lei e também terá como núcleo o ICMS na CF e na Lei Kandir.
Observe que, como um conjunto, as questões relativas ao ICMS na CF e na Lei Kandir
estão contidas na Lei do ICMS de cada estado, que, por sua vez, está contida no RICMS.
Em relação ao núcleo do ICMS na CF e na Lei Kandir, destacam-se os principais assuntos:
• Contribuintes;
• Base de cálculo;
• Não cumulatividade;
• Local da operação;
• Momento da ocorrência do fato gerador;
• Alíquotas;
• Incidência/não incidência;
• Diferencial de alíquotas;
• Substituição tributária;
• Benefícios fiscais ICMS – LC n. 24/1975;
• Questões de prova.
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Hierarquia da Legislação em Matéria de ICMS

Vale lembrar que a Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui competência
aos entes federativos para institui-los. No caso do ICMS, a competência é dos estados e do
Distrito Federal. Além do ICMS, são impostos estaduais o imposto sobre a transmissão causa
mortis e doação de quaisquer bens e direitos (ITCD) e o imposto sobre propriedade de veí-
culos automotores (IPVA). O ITCD e o IPVA são menos exigidos em provas de concurso, em
relação ao ICMS.
A principal Lei Complementar que disciplina o ICMS, como já mencionada, é a LC n.
87/1986, conhecida como Lei Kandir.
No que diz respeito à lei ordinária estadual, cada estado tem a sua. Apesar disso, as leis
estaduais sobre ICMS devem seguir as diretrizes da CF e da Lei Kandir.
Por fim, cada estado possui seu respectivo Regulamento do ICMS, destinado a regula-
mentar as normas previstas em lei ordinária e demais obrigações acessórias.
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Os Regulamentos do ICMS tendem a ser mais extensos, alguns ocupando centenas de


páginas. Entretanto, os artigos mais importantes são aqueles que repetem os dispositivos da
CF e da Lei Kandir.
O ICMS tributa o consumo, assim, em tese, tudo o que é comercializado para consumo é
tributado: roupas, canetas, utensílios domésticos etc.

ICMS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

SEÇÃO IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I – [...]

Obs.: o inciso I prevê o ITCD, em alguns estados, ITCMD.


II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de trans-
porte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as presta-
ções se iniciem no exterior;
III – [...]

Obs.: o inciso III prevê o IPVA.

Em relação ao ICMS (inciso II, art. 155), há três hipóteses de incidência: circulação
de mercadorias; prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; e de
comunicação.
Até a CF de 1988, a sigla para o imposto era apenas ICM, não incidia sobre serviços de
transporte nem de comunicação.
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Se há circulação de mercadoria, há incidência de ICMS, segundo a regra geral.
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Note que a CF restringe a incidência de ICMS sobre o transporte, abrangendo apenas o


interestadual e o intermunicipal.

DIRETO DO CONCURSO
1. (ICMS/PA) O ICMS incide sobre a prestação de serviço de transporte interestadual e
intramunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores.

COMENTÁRIO
O ICMS não incide sobre serviço de transporte intramunicipal.

2. (ICMS/RS) É contribuinte a pessoa física ou jurídica que realize, com habitualidade ou


em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou
de bem, ou prestações de serviços de transporte intramunicipal e de comunicação.

3. (ICMS/GO) O ICMS incide sobre prestações de serviços de transporte internacional,


interestadual, intermunicipal, e intramunicipal por qualquer via, de pessoas, bens, mer-
cadorias ou valores.

COMENTÁRIO
O ICMS não incide sobre serviço de transporte internacional nem intramunicipal.

O ICMS também incide sobre serviços de comunicação. Nesse caso, não houve restri-
ções, ou seja, independe de ser intramunicipal, interestadual etc.
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Considerando o art. 155, inciso II, é importante ter em mente que o termo “operações” se
refere à circulação de mercadorias, enquanto o termo “prestações”, aos serviços de trans-
porte e de comunicação. No final desse dispositivo, há a expressão “ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior”, o que remete à importação de mercadorias e serviços
– como seria o caso de uma ligação telefônica a cobrar da China para o Brasil, por exemplo.
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CF
Art. 155. [...]
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação
de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou
outro Estado ou pelo Distrito Federal;

Obs.: trata-se de uma imposição, não de uma possibilidade, ou seja, o ICMS obrigatoria-
mente será não cumulativo. É importante atenção a esse dispositivo, pois as provas
de concurso costumam substituir o termo “cobrado” por “pago”.

O princípio da não cumulatividade é um princípio básico do ICMS, também chamado de


princípio “anti-bola de neve”.
Observe o esquema a seguir, referente à circulação de mercadoria.
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700 1000 1500

ICMS (18%) ICMS (18%) ICMS (18%)


126 180 270

D: 180 D: 270
C: 126 C: 180
AP: 54 AP: 90

Adotou-se uma alíquota única hipotética de 18%. A indústria vendeu para o atacadista
por R$ 700, que vendeu para o varejista por R$ 1.000, que vendeu para o consumidor final
(“você”) por R$ 1.500.
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A alíquota de 18% já está embutida em todas as operações. Nesse caso, a indústria deve
R$ 126 de ICMS. O atacadista também embutiu o ICMS em seu preço, mas ele não deve
pagar R$ 180, pois já pagou R$ 126 quando comprou da indústria – assim, ele tem um crédito
de R$ 126, do qual abate o débito de R$ 180, restando um total apurado devido de R$ 54. A
mesma lógica se aplica ao varejista, que vendeu a mercadoria por R$ 1.500 – ele abate R$
180 pago de ICMS na operação feita com o atacadista dos R$ 270 devidos pela venda ao
consumidor final, restando um saldo apurado de R$ 90.
Observe que houve uma transferência do encargo financeiro da indústria para o ataca-
dista, desse para o varejista etc. Por essa razão, o ICMS é também chamado de imposto
indireto. Assim, os contribuintes de direito do ICMS são a indústria, o atacadista e o varejista,
mas o contribuinte de fato é o consumidor final.

DIRETO DO CONCURSO
4. (SEFAZ/SP/FCC) Uma empresa de produtos de luxo sediada em São Paulo adquire
mercadoria de importadora situada no Estado de Santa Catarina. Considerando hipo-
teticamente que a alíquota do ICMS no Estado de Santa Catarina para este tipo de
mercadoria é de 25% e que no Estado de São Paulo é de 18%, a empresa sediada em
São Paulo se credita de ICMS incidente sobre este tipo de operação amparada especi-
ficamente no princípio constitucional da:
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a. seletividade, em razão da essencialidade do produto.
b. legalidade, porque deve haver previsão expressa em lei autorizando este mecanismo
contábil de crédito-débito.
c. isonomia, que assegura mesmo tratamento tributário para contribuintes que estejam
numa mesma situação, independentemente do lugar da ocorrência do fato gerador.
d. vedação ao confisco, impedindo a bitributação sobre uma mercadoria.
e. não cumulatividade, na qual é assegurada a dedução correspondente aos montantes
cobrados nas operações anteriores.

5. (SEFAZ/RS/CEBRASPE/2019) O ICMS consiste em imposto não cumulativo, compen-


sando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas operações
posteriores.
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COMENTÁRIO
O ICMS compensa-se com as operações anteriores.

Observe a situação hipotética a seguir.

A indústria Cadeira Real vendeu para João Mogno por R$ 4.000, sendo R$ 720,00 o
valor do imposto devido. Nesse caso, a fábrica debita esse valor e a loja o credita. Essa loja
vendeu as cadeiras para uma empresa de embalagens, por R$ 10.000, incidindo ICMS de R$
1.800. Dessa maneira, a apuração do ICMS na loja João Mogno levará em consideração o
crédito de R$ 720, devido à compra da fábrica, e o débito de R$ 1.800, devido à venda para
a empresa de embalagens – assim, o saldo devedor da loja será de R$ 1.080.
CF
Art. 155. [...]
§ 2º [...]
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a. não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
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Obs.: isenção equivale a imposto zero. Assim, se uma determinada mercadoria é vendida
com isenção por uma indústria a um atacadista, esse não tem do que se creditar, já
que não houve imposto cobrado na operação anterior, como exemplificado na figura
a seguir.

CF
Art. 155. [...]
§ 2º [...]
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
[...]
b. acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

Obs.: em regra, se não há débito na saída, não há crédito na entrada. Assim, se o ataca-
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dista comprou da indústria havendo imposto, o atacadista pode se creditar. Mas se
a venda do atacadista para o varejista (saída), por exemplo, estiver amparada por
isenção ou não incidência, o atacadista deverá estornar o crédito. Vale lembrar que
a legislação pode determinar situação diversa.
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GABARITO
1. E
2. E
3. E
4. e
5. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Moura.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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